Revista
Carnaval Ano V n Edição nº 39 n Outubro / 2016
Riotur escolhe a Corte do Carnaval Talk show de Mauro Quintaes é sucesso
Marcos FAlcon
Sambistas exaltam o líder da Portela Outubro / 2016
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EDITORIAL
AGENDA DO CARNAVAL
(Grupo Especial e Grupos de Acesso do Rio de Janeiro) Grupo Especial Passarela do Samba Domingo – 26/02 n Paraíso do Tuiuti n Acadêmicos do Grande Rio n Imperatriz Leopoldinense n Unidos de Vila Isabel n Salgueiro n Beija-Flor Passarela do Samba Segunda-feira – 27/02 n União da Ilha do Governador n São Clemente n Mocidade Independente de Padre Miguel n Unidos da Tijuca n Portela n Mangueira Série A Passarela do Samba Sexta-feira – 24/02 n Acadêmicos do Sossego n Alegria da Zona Sul n Unidos do Viradouro n Império da Tijuca n União do Parque Curicica n Estácio de Sá n Acadêmicos de Santa Cruz Passarela do Samba Sábado – 25/02 n Acadêmicos da Rocinha n Acadêmicos do Cubango n Inocentes de Belford Roxo n Império Serrano n Unidos de Padre Miguel n Renascer de Jacarepaguá n Unidos do Porto da Pedra Grupo B Estrada Intendente Magalhães Terça-feira – 28/02 n Vizinha Faladeira n Caprichosos de Pilares n Unidos do Jacarezinho n Unidos do Cabuçu n Acadêmicos do Engenho da Rainha n Tradição n Unidos da Ponte n Leão de Nova Iguaçu n Favo de Acari n Em Cima da Hora n Mocidade Unida do Santa Marta n Arame de Ricardo n Unidos de Bangu
Grupo C Estrada Intendente Magalhães Segunda-feira – 27/02 n Unidos da Vila Kennedy n Arranco n União de Jacarepaguá n Boca de Siri n Arrastão de Cascadura n Lins Imperial n Unidos das Vargens n Acadêmicos de Vigário Geral n União de Maricá n Flor da Mina do Andaraí n Coroado de Jacarepaguá n Unidos da Vila Santa Tereza n Sereno de Campo Grande n Unidos de Lucas
A
Liderança
história da humanidade está repleta de grandes líde-
SUMÁRIO ENTREVISTA Mauro Quintaes
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res. Alguns conquistaram suas vitórias pelo braço forte, outros pela genialidade, outros pela habilidade em dia-
logar, outros por saber comandar ... No Carnaval, não é diferente. Passaram ou continuam levando suas escolas a títulos e a brindar os amantes da folia com belos espetáculos. Marcos Falcon escreveu seu nome ao lado de Natal e Candeia como um líder portelense. O tempo foi curto, mas suficiente
POVÃO Corte e blocos
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HOMENAGEM Arlindo Rodrigues
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LUTO Marcos Falcon
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SÉRIE A Renascer e Cubango
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ACESSO Intérpretes e enredos
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CRIANÇAS Gravação do CD
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BLOCOS Ordem de desfile
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INESQUECÍVEL Viradouro 1997
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SAMPA Privatização do Anhembi
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para fazer uma revolução na Portela e pôr fim ao marasmo das colocações intermediárias para de fato fazer a azul e branco mostrar suas garras. Três desfiles, apenas. Três apresentações
Grupo D Estrada Intendente Magalhães Domingo – 26/02 n Alegria do Vilar n Acadêmicos do Dendê n Unidos da Villa Rica n Mocidade Unida da Cidade de Deus n Chatuba de Mesquita n Rosa de Ouro n Unidos de Manguinhos n Moc. Ind. de Inhaúma n Nação Insulana n Império da Uva n Matriz de São João n Difícil é o Nome n Tupy de Braz de Pina n Unidos de Cosmos n Acadêmicos da Abolição
maravilhosas. O título não veio. Os momentos, porém, ficarão
Grupo E Estrada Intendente Magalhães Sábado – 04/03 n Unidos do Cabral n Mocidade de Vicente de Carvalho n Bohêmios da Cinelândia n Embalo Carioca n Gato de Bonsucesso n Império Ricardense n Chora na Rampa n Colibri de Mesquita n Boêmios de Inhaúma n União de Vaz Lobo n Delírio da Zona Oeste n Acadêmicos de Madureira n Boi da Ilha do Governador n Império da Zona Oeste n Três Corações
na Intendente Magalhães e os cortejos das escolas mirins, dos
na história, como a Águia Cristo Redentor de 2015. A violência brecou a história de Falcon. Sua liderança, porém, ainda dará muitos frutos para a Portela e para o Carnaval, a festa que o carnavalesco Mauro Quintaes resolveu mostrar por dentro. Ele inaugurou um talk show no YouTube e tem entrevistado personalidades da folia de hoje e de outrora. Para REVISTA CARNAVAL, é Mauro quem responde às perguntas, sobre o novo programa e sobre sua carreira. A entrevista está em nossas páginas, como também a eleição para a Corte do Carnaval, as novidades sobre a Série A, o desfile blocos e de São Paulo. Boa leitura! Revista
Carnaval
EXPEDIENTE
A Revista Carnaval é uma Publicação Portifolyo Produções Rua Garcia Redondo, 30, Cachambi, Rio de Janeiro-RJ. Tel.: 99835-1828 Editor: David Júnior. Diretor Executivo: Otávio Sobrinho.
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Foto: A. Pinto.
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Mauro Quintaes
Carnavalesco lança talk show na Internet
Carnavalesco da Unidos da Tijuca põe no ar toda semana, no canal Quintas com Quintaes do YouTube, uma nova entrevista com uma personalidade do Carnaval. Os programas são produzidos pelo próprio artista e por Paulo Coutinho e dirigido por Marcos Roza.
Revista Carnaval – De quem foi a ideia do canal de entrevistas no YouTube? Mauro Quintaeis – Foi minha mesmo. Um dia acordei e veio à minha cabeça a ideia de fazer este tipo de trabalho para poder deixar uma contribuição 4 l Revista Carnaval
para quem quer conhecer melhor o Carnaval, os bastidores. Percebi que há quem ache que é de um jeito e vai na internet e faz um comentário errôneo. Esse programa tem a função de elucidar, tirar dúvidas, incentivar, mostrar os caminhos.
Por isso, entrevisto carnavalescos, em algum momento serão técnicos, em outros a gestão financeira, personagens pitorescos, que é o caso da Suzy Brasil. Futuramente, traremos jovens talentos que estão despontando, até para Oububro / 2016
uma mesa de debates que tinha Anísio (Abrahão David), Lilian Rabelo, Renato Lage e outros. Eram cinco blocos e quem intermediava era o Paulo Stein. Eu não falei uma palavra. Não consegui abrir a RC – Como assistir o Quin- boca. Passei cinco blocos no horário nobre da Manchete e tas com Quintaes? MQ – Toda quinta-feira, às não consegui falar. As pesso20h30, baixa um vídeo novo, as até hoje me “zoam”. O pior no Quintas com Quintaes, no é que, quando acabou e a câmera deu zoom, ajeitei os paYouTube e no Facebook. peis como se fosse o máximo. RC – Você já havia pensado RC – Neste projeto, você em ser um entrevistador? MQ – Não. A (Unidos da) Tijuca formula as perguntas ou alabsorve muita gente. Há mui- guém ajuda? to trabalho, embora sejamos MQ – Eu formulo as pergunquatro aqui dividindo a função tas. Eu criei todo o conceito. (carnavalesco). É uma escola Se você reparar, a mesa é que tem um destaque muito esta (de sua sala na Unidos da grande, uma responsabilidade Tijuca). Levamos para lá. Eu de ser campeã, de voltar sem- consegui um local na quinta pre nas campeãs. Então, o tra- à noite, um galpão aqui perto, balho é muito intenso. Mas às para gravar na sexta pela mavezes, você fica achando que nhã. Foi tudo muito apertado. pode fazer um pouco mais pelo Os parceiros comerciais são Carnaval. Esse é um projeto mais ou menos fáceis. Eu não pessoal, que demanda captar sabia qual seria o custo final. recursos, arrumar parceiros e Então criei uma cota básica e tudo isso a gente faz sozinho. barata e os amigos ajudaram. O objetivo não é vaidade, não Depois, percebi que era muito é promoção pessoal, é con- mais e precisei colocar algum. tribuir, das pessoas acharem No começo, foi meio que de legal a entrevista com o Mar- improviso, até porque quero quinhos (Marcus Paulo, um uma produção independente. dos carnavalescos da Unidos Por locação, por dia, eu gravo da Tijuca), com a Suzy (Bra- seis programas e vou soltansil, transformista), com o Élcio do semanalmente, conforme (Paim, também carnavalesco a edição vai ficando pronta. A da Unidos da Tijuca). As pes- segunda locação foi na rádio soas verem um reflexo do que Roquete Pinto. gostariam de fazer. RC – Tem alguém especial RC – Você nunca imaginou que você guarda na manga para um programa? ser um entrevistador? MQ – Pelo contrário, a minha MQ – Eu quero entrevistar o primeira entrevista na televi- Capitão Guimarães. Ele deu são, na Rede Manchete, era uma contribuição muito grana divulgação pessoal, e relembrar antigas musas do Carnaval, como Beth Andrade, Enoli Lara. Pessoas que passaram pelo Carnaval e hoje muitos não sabem quem são.
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A ideia de fazer este tipo de trabalho é para poder deixar uma contribuição para quem quer conhecer melhor o Carnaval, os bastidores.
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foi uma vitória trazer o Renato Lage. Ele não dá entrevista. Precisei convencêlo de que o projeto é sério.
Foto: Divulgação / Dayse King.
n Roberto Szanieck mostrou sua trajetória no Carnaval e falou sobre a arte de confeccionar roupas para bonecas.
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de para o Carnaval. Foi durante muitos anos presidente da Liesa. Hoje não está na presidência, mas eu sei que é uma pessoa bastante influente. Ele tem uma visão muito interessante de Carnaval, de futuro do Carnaval. Eu acho que seria uma contribuição bacana falar um pouco de como funciona o Carnaval. E foi meu primeiro presidente. Quando comecei no Carnaval, há 32 anos, com o Max Lopes, ele era presidente da Vila Isabel. Então, a referência que tenho de presidente, do comando, a figura de um presidente-patrono é dele. Se eu conseguir trazê-lo, será uma vitória. Já foi uma vitória trazer o Renato Lage. Ele não dá entrevista. Precisei convencê-lo de que o projeto é sério. Os outros têm contribuições, mas são mais acessíveis. RC – O resultado de público tem sido bom? MQ – Há entrevistas que rendem mais, outras menos. O problema é que as pessoas não se inscrevem no canal. Elas vão lá assistem e saem.
Uma das orientações que tive quando fui preparar as entrevistas é que era necessário serem rápidas, 20 minutos, 25 minutos, porque a Internet é um outro público e uma outra leitura. Ninguém fica 40 minutos olhando uma entrevista. RC – Há alguém de fora do Carnaval que você pense em entrevistar? MQ – Os próprios caras que fazem os talk shows, como Danilo Gentili. Tem um ator que eu acho maravilhoso. É uma referência que tenho desde que sou muito novo. É o Carlos Vereza. Tenho uma paixão pelo Carlos Vereza, pelo trabalho dele, pela vida pessoal. Se eu conseguisse entrevistar o Carlos Vereza, seria muito legal. RC – Ele daria enredo? MQ – Talvez. Ele tem uma ligação com o espiritismo. Tem uma novela que eu assistia, Assim na Terra como no Céu, que ele fazia um personagem meio marginal. De lá para cá, sempre tive uma ligação forte com o Carlos Vereza. RC – Você já deu muitas entrevistas. Isto ajuda no trabalho de entrevistador? MQ – Sim. Com a experiência, você começa a se soltar. No início, eu era muito ruim, não conseguia falar, gaguejava. Você tem que se preparar. Na entrevista com o Marquinhos, eu faço uma pausa e digo como é importante um carnavalesco estar preparado. Eu falo isso porque senti na carne o que é isso. Entrei no Carnaval e fui logo para o Oububro / 2016
Foto: Divulgação / Dayse King.
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Renato Lage abriu a série de entrevistas do canal Quintas com Quintaes. n
topo, quinto lugar na Unidos do Porto da Pedra, Salgueiro, Caprichosos em nono com 18 escolas. Aquilo foi um turbilhão e acabei botando a carroça na frente dos bois. Antes de ter formação, eu já tinha posição. Chegou uma hora que isso me foi cobrado. Ali eu percebi que o importante é você ter primeiro a informação para depois cair na execução. Eu fiz o contrário. Minha carreira é um pouco estranha. Ela começa muito no topo, depois dá uma estabilizada e volta. Falo isso para os jovens. Você não pode achar que desenhando será carnavalesco. Não será. Precisa ter conhecimento de carpintaria, ferragem, cronograma de montagem de fantasia, um pouco de modelagem ... Você precisa ter autoridade para dizer o que não está legal, “vamos fazer por aqui”, por exemplo. Às vezes, alguns carnavalescos são lançados meio no boom e dois ou três anos depois não vemos mais o cara. Não teve consistência para prosseguir. Eu senti isso.
alguma pergunta que você gostaria de fazer a alguém? MQ – Queria perguntar para o Jorge Perlingeiro como ele conseguiu manter aquele programa tanto tempo na televisão. Ele fazia tudo, até a captação. Agora está na Rádio Globo. É um comunicador muito bem sucedido e num segmento só. É outro que gostaria de entrevistar. O Jorge é um exemplo de que o Carnaval dá frutos. Vamos acabar com essa história de que o Carnaval vai acabar daqui a cinco anos ... Ele vai se transformando, se adaptando às condições. Diminuímos agora o tempo de desfile. Por que? A televisão exige uma dinâmica diferente. Isso é uma adaptação. A gente não pode fincar bandeira e dizer: “É assim”.
Você não pode achar que desenhando será carnavalesco. Não será.
RC – Você certamente tem alguma pergunta que gostaria que nunca lhe fizessem. Qual é? MQ – Quanto você ganha?
RC – É embaraçosa? MQ – E que é um mistério RC – Especificamente, há entre os carnavalescos. Você Outubro / 2016
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Salário: É um mistério entre os carnavalescos. Você sabe quem ganha mais e quem ganha menos, mas não sabe quanto. Sempre existiu esta dúvida.
lhos ficarão mais intensos no barracão, você pegou um programa para fazer. Como é isso? MQ – Eu perco só um dia para gravar tudo. RC – O torcedor da Tijuca não precisa se preocupar? MQ – Até porque somos quatro aqui (junto com Marcus Paulo, Annik Salmon e Hélcio). O bacana da Comissão de Carnaval é que eles também torcem pelo sucesso do programa. O Hélcio manifestou isso. Ele entende, como os outros, que o programa não é meu. É um canal informativo. Já recebi mensagens pedindo para eu indicar cursos. Farei isto. E tem o divertimento também. A entrevista da Suzy Brasil é puro divertimento. RC – Ao longo de sua carreira, você várias vezes trabalhou em conjunto. MQ – Fui assistente do Max (Lopes) por nove anos, depois do Joãosinho Trinta, trabalhei na São Clemente com o Fábio (Santos) e o Milton (Cunha), depois na Mangueira com o Wagner (Gonçalves) e agora. Aqui é a maior, começamos com cinco e agora somos quatro (Carlos Carvalho fez parte em 2015).
RC – Há quem comente que um figurino está parecido com outro de ano diferente. MQ – Você precisa se recriar a cada ano. Tem que se preocupar com o que já fez para não cair nisto e com os outros também. É uma profissão muito desgastante. O carnavalesco já foi o mais bem pago, hoje não é. Existem profissionais do Carnaval que ganham mais RC – Você é o mais experiente. Sente-se responsável que a gente. pelos mais jovens? MQ – Não. Não vim pensanRC – Por exemplo? MQ – Engenheiros, técnicos do nisso. Se eu viesse com de hidráulicas, movimento, essa cabeça, já estaria fora. computação, telões, alguns Neste momento, é preciso humildade, entender que as profissionais de Parintins. aspirações são as mesmas RC – Agora que os traba- que as suas. A Annik está há Oububro / 2016
mais nesta juventude? MQ – Já acreditaram mais. Houve um período que começaram a achar que todo mundo do Acesso poderia ir para o Especial e fazer um grande trabalho. Foi a Era das Trevas. O Grupo Especial foi pulverizado com vários artistas. Quando a peneira passou, poucos ficaram. Fora o Leandro, as últimas novidades foram o Fabinho (Fábio Ricardo) e o Alex de Souza, que hoje têm carreiras consolidadas. Quantos anos o Fabinho já está fazendo Carnaval no Especial, fez um trabalho maravilhoso na Rocinha, havia trabalhado RC – E são cabeças novas. MQ – Para mim, é ótimo. Es- com o Max por 10 anos ... tou com 59 anos. O Hélcio é um pouquinho mais cascudo, RC – Houve um período que mas a turma tem menos de foi raro ter uma novidade. 30. Isto oxigena. Eu não posso MQ – A grande contribuição ficar estagnado. Eu tenho Re- foi do Paulo Barros. Ninguém nato Lage como um exemplo. tira este mérito dele e sempre Ele é mais velho que eu e é que posso eu falo. Aliás, é ouuma referência. Está sempre tro que gostaria de entrevistar. buscando novidades. Se o car- O Paulo pegou todo o grupo, navalesco estagnar, achar que deu um tapa na cara de todos o Carnaval é feito de veludo e e disse: “Vocês podem fazer placa, chegará uma hora que diferente”. Não digo copiar o ... É a fábula do rei está nu. Paulo, mas ousar. Estava todo O cara ganhou quatro, cinco mundo acomodado naquela carnavais, se não se reclicar, uma hora alguém gritará: “O rei está nu”. A cada ano novos valores passam pela peneira, como foi o caso do Leandro (Vieira), da Mangueira. Trabalhou com a gente aqui, na Caprichosos. Mas o Leandro tem aquele estofo que falei, não é um aventureiro, foi se preparando ao longo dos anos para poder assumir uma escola como a Mangueira. dois anos como carnavalesca, mas as aspirações dela são as mesmas que as minhas. Criamos aqui uma estratégia. Temos aqui esta mesa, na forma das mesas de reuniões de publicidade, e nela jogamos as ideias. Depuramos tudo, e o resultado final sai em votação. Se eu quiser que minha caveira seja amarela mas todos acharem que tem que ser prata, eu tenho que ceder. No decorrer da montagem do projeto, cada um teve um número X de ideias, equilibra e fica tudo bem.
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Houve um período que começaram a achar que todo mundo do Acesso poderia ir para o Especial e fazer um grande trabalho. Foi a Era das Trevas.
Marcos Roza, que dirige o Quintas com Quintaes, com Suzy Brasil e Mauro Quintaes. n
Foto: Divulgação / Dayse King.
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sabe quem ganha mais e quem ganha menos, mas não sabe quanto. Sempre existiu esta dúvida. Até para se ter um parâmetro. Hoje um carnavalesco não tem um teto, não sabe quanto cobrar. Depende da escola, do profissional, da trajetória. É como um jogador de futebol. Mas até estes têm seus contratos mais abertos. O salário de um carnavalesco você não consegue saber. A profissão de carnavalesco é difícil porque você vive em função de um resultado. Querendo ou não, você passa sua vida inteira em uma grande disputa. Eu estou há 32 anos disputando. Disputando espaço, classificação, estética ... Imagina quantos figurinos em 32 anos você faz. Fazemos em média 108 por ano. Isso se você considerar uma escola só. Já cheguei a fazer três escolas em um ano: Especial, Acesso e São Paulo.
RC – Os presidentes das escolas estão acreditando Outubro / 2016
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Foto: Divulgação / Dayse King.
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Um bom talk show precisa ter uma boa bebida em caneca personalizada. Annik Salmon experimentou. n
va meu dinheiro e naturalmente a coisa foi. Um ano depois, o Max demite o chefe de barracão dele e ficamos eu, Max e Regina, a Regina Cairo da Imperatriz. E fui passo a passo. Eu tinha formação, fazia arquitetura na Universidade Santa Úrsula, o que não era RC – Você já comentou que comum. Não era comum ter começou com o Max Lopes um universitário no barracão, na Vila Isabel. Mas como foi na raia miúda, naquela época. Não havia um pintor de arte, chegar até lá? MQ – Sempre desenhei, des- por exemplo, fazendo faculdade pequeno. Sempre lidei com de. Isso foi dando um diferenarte. Fiz exposições antes de cial para o meu trabalho. Até trabalhar com o Max. O meu que eu me senti preparado e pai era gerente de um banco fui trabalhar com o João e dena Tijuca onde o Max tinha pois na Caprichosos. conta. Meu pai cuidava da conta bancária do Max. Em RC – Como você se define um bate-papo, meu pai dis- como carnavalesco? se que eu era desenhista. Eu MQ – Eu sou um carnavalestrabalhava no Metrô naquela co antenado. A internet é um época, era desenhista técnico. universo aberto para nós, é E o Max falou: “Manda ele ir fantástico. Conheço carnalá no barracão”. Eu fui, era na valescos que não usam, não Francisco Bicalho o barracão. têm internet, carnavalescos Eu pegava no Metrô de 8h às renomados que dizem: “Não 17h30. Eu tinha uma moto e gosto dessa ferramenta”. Isto chegava no barracão às 18h e é impossível hoje em dia. ficava até meia-noite. Ganha- Você precisa ter acesso. Eu estética e o Paulo disse: “Eu posso fazer diferente, colocar o Michael Jackson, o Homem Aranha ...”. O Paulo é um divisor de águas dentro dessa trajetória do Carnaval carioca, dessa fase nova do Sambódromo para cá.
Conheço carnavalescos que não usam, não têm internet, carnavalescos renomados que dizem: “Não gosto dessa ferramenta”. Isto é impossível hoje em dia.
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me considero um carnavalesco que tem a necessidade de estar sempre antenado, de não querer perder o trem da história, de não querer perder o ritmo. Hoje em dia uso a ferramenta internet. Antigamente, eu usava livros, muitos livros de arte. Era ali que eu buscava. Tive a oportunidade de fazer algumas viagens ao exterior, de assistir há muitos anos os primeiros espetáculos do Cirque du Soleil, espetáculos na Broadway ... Tudo isto contribuiu.
dra era uma escola muito parecida comigo, que também estava começando, que não era conhecida, que tinha aspirações, objetivos. Então, eu como carnavalesco da Porto da Pedra, houve um casamento. Eu era parecido com a escola e a escola era parecida comigo. Uma escola nova, que ninguém conhecia e que tinha aspirações. Aquele quinto lugar foi a primeira vez que eu voltei nas campeãs em carreira solo. Eu só havia voltado com o Max na Imperatriz.
RC – As pesquisas que você faz na internet são de arte ou também de material? MQ – Também de material, de efeitos especiais. Recentemente eu assisti a um filme e havia um efeito X. Fui na parte técnica do filme, vi o nome do técnico, pelo técnico eu vi a técnica e como era feita. Aquele sapato do Michael Jackson usado na Mangueira e que também usamos aqui, a Júlia, que era nossa assistente lá, conseguiu a patente do sapato, o registro de patente, como funcionava o sapato. É um mundo fantástico. Você, como carnavalesco, dizer que não usa a internet ... Então não pode mais ser carnavalesco.
RC – Qual o enredo que você gostaria de fazer? MQ – Há um que eu gostaria de ter feito, um enredo do Império Serrano: Ser diferente é normal (de 2007), que o Jack Vasconcellos fez. Aquelas coisas dos personagens ... Gosto muito de fazer isso, recriar personagens. Há muitos enredos que vamos guardando ao longo do tempo. Recebi hoje (mostra um envelope). É uma correspondência de um enredo, com livro, com texto e a pessoa simplesmente não se identifica. Bota o remetente, mas não tem um telefone, um WhatsApp, não tem nada. O que vou fazer? Mandar um telegrama. Um dia pode sair.
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Trabalho que mais gostou: Foi o do Porto da Pedra em 1997. A Porto da Pedra era uma escola muito parecida comigo, que também estava começando, que não era conhecida, que tinha aspirações, objetivos.
RC – Então, toda quinta-feira, 20h30. MQ – Isto. Sempre um entrevistado novo falando de Carnaval, de bastidores, parte técnica. Quem assiste vai absorver alguma coisa. Você tem RC – Qual o seu trabalho o bate-papo, mas no fundo há uma leitura técnica que, se o que você mais gostou? MQ – Foi o do Porto da Pe- cara for esperto, vai pegar. dra em 1997. A Porto da Pe- Esse é o objetivo. RC – E como entrevistador, como você se define? MQ – Eu sou um amador. Faço porque quero informar, quero contribuir.
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Corte do Carnaval está eleita Riotur realizou festa na Cidade do Samba para escolher Rei Momo, Rainha e Princesas do Carnaval.
Fábio Damião dos Santos Antunes, o Arerê, venceu a disputa para Rei Momo. n
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folia carioca de 2017 já tem sua corte. A Riotur elegeu, em evento no dia 11 de outubro, na Cidade do Samba, o músico Fábio Damião dos Santos Antunes, conhecido como Arerê, como Rei Momo do próximo ano. A dançarina Uillana Adães, Primeira Princesa em 2016, foi escolhida Rainha do Carnaval, enquanto a dançarina Joice Rocha de Oliveira e a professora de maquiagem Deisiane Conceição são, respectivamente, as novas Primeira e Segunda princesas. O concurso contou com 15 homens e 25 mulheres disputando vagas na Corte do Carnaval. A eleição para Rei Momo foi realizada em duas etapas. Já para Rainha, aconteceram uma eliminatória, uma semifinal e a grande decisão. Os vencedores do concurso, além do título e da coroa, receberam R$ 30 mil. As prince-
sas ganharam R$ 22,5 mil. Na mitologia grega, Momo era o deus da galhofa e do delírio, por isso foi expulso do Olimpo. O tradicional personagem do Carnaval, o Rei Momo Primeiro e Único, por sua vez, surgiu em 1933, em uma promoção do jornal A Noite. No entanto, tratava-se apenas de um boneco. Somente em 1949, ganhou carne e osso na representação do jornalista Gustavo Mattos. A escolha da Rainha do Carnaval aconteceu no ano seguinte, cabendo a coroa à atriz, cantora e vedete Elvira Pagã. Arerê participa do concurso há quatro anos. Ele substitui Wilson Dias da Costa Neto, que reinou entre 2014 e 2016 e, segundo o regulamento atual, não poderia tentar uma terceira reeleição. Uillana Adães assume o posto ocupado por Clara Paixão por dois anos consecutivos.
POVÃO
Na mitologia grega, Momo era o deus da galhofa e do delírio, por isso foi expulso do Olimpo.
Uillana Adães, Rainha do Carnaval.
Fotos: Riotur / Fernando Maia.
Fotos: Riotur / Fernando Maia.
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Joice Rocha de Oliveira, 1ª Princesa. n
Deisiane Conceição, 2ª Princesa. n
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Foto: Riotur / Fernando Maia.
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HOMENAGEM
Gênio do barroco e do Carnaval Riotur abre inscrições para blocos e bandas
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Prazo final para apresentar pedidos é 7 de novembro.
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s inscrições de blocos de rua para o Carnaval 2017 já começaram. A Riotur deu prazo até o dia 7 de novembro para que os organizadores dos desfiles compareçam à Diretoria de Operações da empresa pública, na Praça Pio X, 119, 2º andar, Centro, das 10h às 17h, e apresentem originais e cópias da carteira de identidade, CPF e comprovante de residência do responsável pelo bloco e da documentação do bloco ou banda, quando houver, além do formulário de inscrição disponibilizado pela empresa devidamente preenchido.
A Riotur emitirá um Documento de Inscrição Preliminar a partir de 15 de dezembro, após consultar os órgãos municipais e analisar a documentação. A permissão definitiva sairá a partir de 5 de janeiro de 2017, após a juntada da documentação obrigatória por parte do organizador: cópia dos pedidos de autorização às autoridades de segurança pública e defesa civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro, quando aplicável, e demais exigências inerentes às peculiaridades de bairros e ruas, de acordo com os órgãos competentes. Oububro / 2016
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o céu do Carnaval, há muitas estrelas. Todas com brilho intenso e características próprias. Uma delas é Arlindo Rodrigues. Figurinista, cenógrafo e carnavalesco, ele conquistou nove títulos, marcou época na revolucionária equipe do Salgueiro nos anos 1960 e se consagrou como gênio do barroco, sendo vitorioso também na Mocidade Independente de Padre Miguel e na Imperatriz Leopoldinense. Arlindo Rodrigues, então cenógrafo e figurinista do Theatro Municipal, chegou ao Salgueiro em 1962, aos 29 anos, trazido por Fernando Pamplona. Desenvolveu temas históricos, sua
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predileção, e afros, mas mostrou que também sabia flertar com outros caminhos. Em 1986, fez na União da Ilha do Governador um aplaudido desfile alegre, colorido e bem humorado com o enredo Assombrações. Antes, viveu na Imperatriz Leopoldinense um casamento que levou a escola aos seus dois primeiros títulos, em 1980 e 1981, um tricampeonato pessoal já que havia vencido em 1979 na Mocidade. Ficou na agremiação de Ramos até 1985, retornando em 1987 para seu último desfile. Morreu no mesmo ano vítima de complicações provocadas pelo vírus HIV, mas deixou um legado de fãs e trabalhos memoráveis.
Figurinista, cenógrafo e carnavalesco, ele conquistou nove títulos.
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Carnaval lamenta a morte de Marcos Falcon
Foto: Marcelo Faria / Agência Sambrasil Comunicações / Portal Sambrasil.
LUTO
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na azul e branco e no mundo do samba e fizeram o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se pronunciar exaltando a capacidade de liderança do comandante da Águia e pedindo à polícia celeridade na elucidação do assassinato. Poucos anos bastaram para
Foto: A. Pinto.
Líder da Portela levou escola novamente à briga pelo título.
Carnaval foi novamente vítima da violência. No dia 26 de setembro, homens encapuzados invadiram o Comitê de Campanha do candidato a vereador e presidente da Portela, Marcos Falcon, e o executaram. O crime causou comoção
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LUTO
Marcos Falcon assumiu a vice-presidência da Portal em 2013. Em maio, assumiu a presidência da escola. n
que Marcos Falcon se tornasse o líder da maior campeã do Carnaval carioca. Ele foi eleito em maio de 2013 vice-presidente na chapa encabeçada pelo compositor Serginho Procópio. A mudança na direção da escola provocou euforia em seus torcedores e componentes, dado a sequência de resultados ruins na administração anterior. Os primeiros momentos, porém, não foram fáceis. A escola devia aproximadamente R$ 15 milhões e a expectativa por um bom resultado no desfile de 2014 era grande. Marcos Falcon assumiu o protagonismo administrativo, colocou as finanças da escola nos eixos e já no primeiro Carnaval a Portela ficou em terceiro lugar. Três anos depois, com as contas equilibradas e com ótimas apresentações da escola na Marquês de Sapucaí, Marcos Falcon, que em um primeiro momento chegou a cogitar não ser candidato, foi Outubro / 2016
eleito presidente da Portela. Paralelamente, havia fundado a Associação Cultural Samba É Nosso, que moralizou os desfiles dos Grupos C, D e E na Estrada Intendente Magalhães. Balas, porém, interromperam seu caminho e a impressionante liderança que alcançou. A trajetória vitoriosa de Marcos Falcon o fez ser comparado a grandes nomes da Portela, como afirmou o diretor Cultural da Portela, Rogério Rodrigues. “O presidente Marcos Falcon representa tudo na Portela: altivez, coragem, ousadia, respeito às tradições, inovação, vanguarda, elegância ... Enfim, todos os valores portelenses personificados numa só pessoa. O maior depois de Paulo (da Portela), Natal e Candeia.” A porta-bandeira Danielle Nascimento é outra personalidade da Portela a exaltar a liderança do presidente. “Marcos Falcon era nosso grande
Rogério Rodrigues: O maior depois de Paulo (da Portela), Natal e Candeia.
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LUTO
orgulho dos torcedores. Buscava sempre o melhor, como foi por exemplo a vinda do Paulo Barros para a escola. Deixou um legado e espero que sigamos seu exemplo de determinação para alcançar o título nesse carnaval de 2017.” Mestre de Bateria da azul e branco de Madureira, Nilo Sérgio, afirma que Marcos Falcon reacendeu a chama do portelense. “Ele acreditou na gente, no povo da Portela. Muitas pessoas saíram da escola porque não acreditavam que pudéssemos disputar novamente o título, e Falcon reacendeu a chama do portelense.” O jornalista, escritor e comentarista de Carnaval Fábio Fabato sublinhou o pouco tempo que o presidente da azul e branco devolveu a autoestima à escola. “Marcos Falcon foi uma liderança nova e rápida que, com carisma e capacidade de engajamento, fez a Portela novamente pensar e se reconhecer como grande.” Casado com a porta-ban-
Foto:Divulgação.
Noca da Portela: Resgatou a nossa autoestima, a nossa credibilidade e o orgulho de ser portelense.
líder. Devolveu o orgulho do Portelense. Reestruturou a Escola a colocando no topo novamente. Por isso, ele terá nossa gratidão eterna. Depois do meu avô Natal, ele foi o dirigente mais importante para Portela em apenas três anos. Ele era uma águia!” O campeoníssimo compositor Noca da Portela também o compara ao antigo comandante da escola. “Depois do nosso saudoso grande presidente Natal, o maior presidente que a Portela teve foi Marcos Falcon, que resgatou a nossa autoestima, a nossa credibilidade e o orgulho de ser portelense.” Samir Trindade, compositor bicampeão de samba de enredo da azul e branco em 2016 e 2017, destacou a mudança que Falcon proporcionou à Águia. “Ele foi o maior líder que a Portela teve depois de Natal, era o símbolo e responsável principal pela mudança que a escola teve pra melhor nos últimos anos e resgatou o
Noca destacou que a conquista do título de campeã do Carnaval era o grande sonho de Marcos Falcon. n
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Foto: Cris Gomes.
LUTO
Neta de Natal, Danielle Nascimento exaltou a liderança de Marcos Falcon. n
deira da Beija-Flor, Seminha Sorriso, e também presidente de honra da Rosa de Ouro, agremiação de Oswaldo Cruz que desfilará no Grupo D no próximo ano, Marcos Falcon conseguiu o respeito e a admiração além da quadra da Portela, agora batizada com seu nome. “Deu voz, não só aos portelenses, mas, também, às escolas dos grupos que desfilam na Intendente Magalhães. Sempre estabeleceu um diálogo respeitoso com a Liesa e os presidentes das coirmãs. Um homem aglutinador”, conta Rogério Rodrigues. Braço direito de Marcos Falcon na Associação Cultural Samba é Nosso, que administra os Grupos C, D e E e que o portelense presidia, o diretor Jurídico da entidade, Alexandre Valle, conta que a contribuição do dirigente assassinado ao Carnaval da Intendente data de mais de uma década. “Há 15 anos ele colaborava com apoio logístico, Outubro / 2016
material, cessão do local para o barracão das escolas, sem qualquer interesse político e independente da associação.” Estar à frente da organização oficial, porém, possibilitou a Falcon uma maior colaboração, segundo revelou Alexandre. “A Associação Samba é Nosso permitiu uma participação mais direta dele na organização, negociando patrocínios, se reunindo com a Riotur, conseguindo a diminuição do valor do ECAD e o aumento da subvenção, até para o Grupo B, que não é administrado pela Samba é Nosso, e deixando um projeto de melhorias para a Intendente, em som, arquibancada, roleta para contagem de público ...” Alexandre conta que o trabalho continua. “Falcon fará falta. Ele era um líder nato. Não se cria um líder. Eu, Marcos Roza (diretor de Pesquisa) e toda a diretoria está se desdobrando, levando um pouquinho do Falcon dentro
Alexandre Valle: Falcon fará falta. Ele era um líder nato. Não se cria um líder.
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Foto: Divulgação / Ricardo Almeida.
LUTO
O jornalista Fábio Fabato afirmou que Facon abriu uma nova possibilidade de gestão no Carnaval.
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de gestão, com a participação de pessoas gabaritadas em postos cuidadosamente escolhidos, e que chegou perto do sonhado equilíbrio entre as porções cultural e empresarial da festa.” O jornalista lembrou a necessidade de mobilização das agremiações da Intendente para que a evolução continue, mesmo sem a liderança de Marcos Falcon. “Os grupos de acesso agora terão de se organizar de forma proativa para manterem o legado de lisura dos julgamentos e a capacidade de organização.” Apesar da tristeza pela morte de Marcos Falcon, os rumos da Portela não deverão mudar. Rogério Rodrigues acredita que os caminhos deixados pelo presidente serão mantidos. “Sentiremos, como estamos sentindo, o baque agora, mas ele foi tão generoso que deixou a escola renovada e com uma estrutura de gestão que todo sambista sonha para a sua escola. A Portela está Oububro / 2016
pucaí desde a sua inauguração. Este era o grande sonho de nosso saudoso presidente.” Fabato também crê que os rumos da Águia estão definidos. “A Portela não perde força porque o caminho que ele pavimentou já existe. Agora, é seguir adiante. Acredito firmemente que meu irmão Luis Carlos Magalhães (novo presidente da escola) seguirá com maestria o trabalho plantado por Falcon.” Nilo Sérgio lembra O sonho não acabou, música de Luiz Carlos da Vila e Adilson Victor em homenagem a Candeia, outro grande líder portelense, para falar do futuro da Portela sem Marcos Falcon. “A chama não se apagou e nem se apagará.” O mestre de bateria afirma que o presidente morto recentemente queria ser campeão e que a escola está forte. “Ele estruturou a Portela, colocou as pessoas certas nos lugares exatos para que a chama não se apague. Estamos unidos, com vontade e com a chama dobrada.”
LUTO
Danielle Nascimento: Ele plantou a força dele nos corações de cada um de nós Portelenses e é com essa força que vamos para o desfile de 2017 para fazer o carnaval que ele merece!
Foto: Arquivo pessoal.
Nilo Sérgio: Ele acreditava e fazia a gente acreditar que era possível fazer as coisas acontecerem. Iria fazer uma grande diferença no Carnaval.
de nós. Continua um toque do seu trabalho. O Carnaval da Intendente não retrocederá. A memória dele e as escolas não merecem isso.” Samir Trindade acredita que a ausência do líder portelense será sentida em muitas agremiações. “Falcon vai fazer muita falta ao Carnaval, era um incentivador das escolas do grupo de acesso. Além disso, para o bem do carnaval era necessário uma Portela forte e ele fez isso. Vai fazer muita falta sem dúvida.” Segundo Nilo Sérgio, Marcos Falcon representava uma nova era no Carnaval. “Homem íntegro, lutador. Ele acreditava e fazia a gente acreditar que era possível fazer as coisas acontecerem. Era outro tipo de líder, escutava as pessoas. Iria fazer uma grande diferença no Carnaval. Vai fazer muita falta.” A contribuição de Falcon, segundo Fabato, foi além de uma boa administração. “Ele abriu uma nova possibilidade
mais forte do que nunca.” Danielle Nascimento entende que os componentes da escola se dedicarão ainda mais quando estiverem na Avenida no próximo Carnaval. “Ele plantou a força dele nos corações de cada um de nós Portelenses e é com essa força que vamos para o desfile de 2017 para fazer o Carnaval que ele merece!” A superação dos portelenses foi destacada por Samir Trindade. “A Portela vai sentir com certeza, mas a escola já passou por grandes perdas, e até uma dissidência, e resistiu. Acho que vamos nos unir e sairemos mais fortes desse baque. E dedicaremos o título ao cara que mais lutou pra isso, Marcos Falcon.” Noca compartilha opinião semelhante. “A família portelense vai para Avenida ainda mais unida, com a força que vem do além, para darmos continuidade ao nosso sonho de ver a Portela novamente ser campeã e quebrar o jejum que estamos passando na Sa-
Marcos Falcon, entre Alexandre Valle e Marcos Roza, tinha muitos projetos para o Carnaval da Intendente Magalhães. n
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Foto: Reprodução do Facebook.
SÉRIE A
Lúcio Sampaio comandará o desenvolvimento do enredo da Acadêmicos do Cubango. n
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Renascer e Cubango têm novidades
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enascer de Jacarepaguá e Acadêmicos do Cubango estão com novos carnavalescos. As duas escolas da Série A trocaram seus profissionais em setembro. A agremiação da Zona Oeste dispensou Luiz Carlos Bruno e contratou a dupla Alexandre Rangel e Raphael Torres, enquanto a verde e branco de Niterói não conta mais com o experiente Cid Carvalho, substituindo-o por Lúcio Sampaio. A saída de Bruno da escola de Jacarepaguá foi conturbada. A direção da Renascer afirmou que houve um acordo para a dispensa. O carnavalesco, porém, usou as redes sociais para rebater a posição oficial da diretoria dizendo que foi desligado “pelas mais absurdas desculpas por parte da agremiação”. A nova dupla de carnavalescos da Renascer de Jacarepaguá dava expediente des-
de 2015 na Em Cima da Hora. Alexandre Rangel e Raphael Torres já passaram pela Unidos da Villa Rica, Caprichosos de Pilares e Unidos da Vila Santa Tereza. Eles assumiram a condução do enredo O papel e o mar. Já a troca de carnavalesco na Cubango foi mais amistosa. A saída se deu de comum acordo e a escola deu a primeira oportunidade ao artista plástico Lúcio Sampaio no comando do visual de uma agremiação. Ele trabalhou anteriormente como pintor artístico de alegorias na Portela e na Unidos de Vila Isabel e assessor de carnavalesco na Inocentes de Belford Roxo e Unidos do Porto da Pedra, agremiação em que foi diretor artístico no último Carnaval. A verde e branco ainda acertou com Beto Reis, para os figurinos, e com o atelier de Luiz Carlos Bruno, para reproduzir as fantasias. Oububro / 2016
movimentação foi intensa recentemente nos microfones das agremiações que desfilam na Estrada Intendente Magalhães. Unidos do Cabuçu e Acadêmicos do Engenho da Rainha, do Grupo B, e Arranco, do Grupo C, contrataram novos intérpretes para seus desfiles no Carnaval de 2017. Lucas Donato e Igor Pitta acertaram com a Acadêmicos do Engenho da Rainha. Eles foram anunciados durante a festa da bateria Orquestra de Ouro. A dupla já estava ensaiando com o ex-cantor oficial da agremiação, Antonio Carlos, e darão voz ao samba que contará o enredo Zé Keti, a voz do morro sou eu mesmo sim senhor, do carnavalesco Diangelo Fernandes. Já a Unidos de Cabuçu acertou com Tuninho Junior. Ele substituirá Sandro Motta, que se desligou da agremiação. O novo cantor da escola começou sua carreira na Aprendizes do Salgueiro aos 14 anos e, em 2010, passou a
integrar o carro de som da Acadêmicos do Salgueiro. A azul e branco levará para a Estrada Intendente Magalhães no próximo ano o enredo Domingo menino Dominguinhos, que será desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo. No Grupo C, a Arranco terá Léo Simpatia no comando de seu carro de som. O cantor foi apresentado à comunidade em festa na quadra da escola. A azul e branco do Engenho de Dentro apresentará no próximo ano o enredo Regina Celi e Salgueiro – Uma história de amor sem ponto final, do carnavalesco Júlio César Farias.
ACESSO
Cabuçu, Engenho da Rainha e Arranco contrataram novos intérpretes.
Foto: Divulgação.
Luiz Carlos Bruno e Cid Carvalho deixaram as escolas.
Escolas mudam intérpretes
n Tuninho Junior comandará o carro de som da Unidos do Cabuçu.
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ACESSO
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Enredos para todos os gostos Foto: Riotur / Alexandre Macieira.
uase todas as escolas que desfilarão no próximo Carnaval nos grupos de acesso já definiram seus enredos. Quem for acompanhar a passagem das agremiações poderá curtir homenagens, temas afros, históricos, satíricos e outras abordagens. Vale a pena conferir o que será mostrado na Estrada Intendente Magalhães em 2017.
Enredos – Grupo C Vizinha Faladeira Enredo: A última do português! A que nem Camões contaria … Carnavalesco: Jean Rodrigues n Caprichosos de Pilares Enredo: Vamos quebrar tudo, só de sacanagem! Carnavalesco: Vago n Unidos do Jacarezinho Enredo: O dia em que o jacaré comeu a noite Carnavalesco: Eduardo Gonçalves n Unidos do Cabuçu Enredo: Domingo menino Dominguinhos Carnavalesco: João Vítor Araújo n Acadêmicos do Engenho da Rainha Enredo: Zé Keti … A voz do morro sou eu mesmo sim senhor! Carnavalesco: Diângelo Dy Fernandes n Tradição Enredo: O lago dos cisnes Carnavalesco: Leandro Valente n Unidos da Ponte Enredo: Roberto Ribeiro, o menino rei Carnavalesco: André Wonder n
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Leão de Nova Iguaçu Enredo: Ilê axé opô afonjá – O rei está na terra Carnavalesco: Cid Carvalho n Favo de Acari Enredo: O samba não tem fronteiras, o Favo de Acari conta a história dos bambas da Mangueira Carnavalesco: Não divulgado n Em Cima da Hora Enredo: Maria, nossa Mãe Aparecida: 300 anos de bençãos! Carnavalesco: Alexandre Rangel e Raphael Torres n Mocidade Unida do Santa Marta Enredo: Bip Bip, um bar a serviço da alegria … Lá onde o samba está em casa! Carnavalesco: Saulo Saúde n Arame de Ricardo Enredo: Ora, pois … Hoje o banquete é real Carnavalesco: Ney Fernandes Junior n Unidos de Bangu Enredo: Onde há fumaça, há fogo! Carnavalescos: Guilherme Diniz Cadilhe e Rodrigo Marques n
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Enredos – Grupo C Unidos da Vila Kennedy Enredo: A Vila Kennedy canta Ilú Ayê ao Brasil da liberdade Carnavalesco: Cláudio Fontes n Arranco do Engenho de Dentro Enredo: Regina Celi e Salgueiro – Uma história de amor sem ponto final Carnavalesco: Júlio César Farias n União de Jacarepaguá Enredo: Os retornantes Carnavalesco: Rodrigo Almeida n Boca de Siri Enredo: Brincar Carnaval é … Carnavalesco: Valério Guidinelle n Arrastão de Cascadura Enredo: #Guerreiros Carnavalesco: Daniel Ghanem n Lins Imperial Enredo: O monarca do samba Comissão de Carnaval formada por Eduardo Minucci, Tiago Ribeiro e Flávio Mello n Unidos das Vargens Enredo: Terra, água, fogo e ar – Uma explosão de vida Carnavalesco: Lane Santana n Acadêmicos de Vigário Geral Enredo: Contos do vigário: Nasce um trouxa a cada minuto Carnavalescos: Lino Sales, Marcus Vinícius do Val e Alexandre Costa n União de Maricá Enredo: Mistérios da meia-noite Comissão de Carnaval formada por Renato Figueiredo e Roberto Oliveira n Flor da Mina do Andaraí Enredo: Mães do Brasil … Histórias de luta, esperança e amor… Na passarela do Carnaval a vocês … uma flor! Carnavalesco: Clovis Costha n Coroado de Jacarepaguá Enredo: África: religiões de lá pra ká! Carnavalesco: Wellington Silva n Unidos da Vila Santa Tereza Enredo: Abracadabra Carnavalesco: Plínio Santtos n Sereno de Campo Grande Enredo: Com muito calor humano, o Sereno é suburbano! Carnavalescos: Wagner Araújo e André Miranda n Unidos de Lucas Enredo: Uma viagem ao coração do Rio! Carnavalesco: Walter Guilherme n
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Enredos – Grupo D
Enredos – Grupo E
Alegria do Vilar Enredo: Sinfônica poética daqueles que não se deixaram escravizar (Confederação dos Tamoios) Carnavalesco: Ricardo Paulino n Acadêmicos do Dendê Enredo: Viagem fantástica na arca do Poetinha Carnavalesco: Luiz Guilherme Alexandre n Unidos da Villa Rica Enredo: Amazônia o coração do Brasil Carnavalesco: Juniel Dias n Mocidade Unida da Cidade de Deus Enredo: Da Avenida Central à Rio Branco do Carnaval Carnavalesco: Guto Carrilho n Chatuba de Mesquita Enredo: O bobo na corte do Carnaval Carnavalesco: Sérgio Falcão n Rosa de Ouro Enredo: Uma grande viagem ao reino encantado da imaginação Carnavalesco: André Tabuquine n Unidos de Manguinhos Enredo: GRES Unidos de Manguinhos apresenta … No só para quem pode, boêmios e periquitos da Mangueira Carnavalesco: Não divulgado n Mocidade Independente de Inhaúma Enredo: Contos de fada Carnavalesco: Flávio Lins n Nação Insulana Enredo: Nas asas da águia, o orgulho de uma nação Carnavalesco: Edson Siqueira n Império da Uva Enredo: Brasil africano, o canto dos silenciados Carnavalesco: Miro Freitas n Matriz de São João de Meriti Enredo: Ah! Eu to feliz, eu vou na praia com a Matriz Carnavalesco: Luiz Fernando Reis n Difícil é o Nome Enredo: Difícil é não amar! Quadrilha do Sampaio, 60 anos de história na cultura popular Carnavalesco: Sandro Gomes n Tupy de Braz de Pina Enredo: O dom de Wilson das Neves Comissão de Carnaval formada por Karla Casagrande, Márcio Portela, Wal Magalhães, Meliza Palma, Marcos Casagrande, Kelly Nascimento e Nina Bastos n Unidos de Cosmos Enredo: Ao mestre com carinho! Carnavalesco: Não divulgado n Acadêmicos da Abolição Enredo: Óxossi, o caçador Carnavalesco: Lucas Milato n
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Unidos do Cabral Enredo: Somos todos Aparecida … Simbologia, devoção e fé! Carnavalesco: Leonardo Soares n Mocidade de Vicente de Carvalho Enredo: O ciclo da vida Carnavalesco: Humberto Pinto n Bohêmios da Cinelândia Enredo: Wilson Moreira: moderno sem perder a tradição, sambista sem deixar de ser jongueiro Carnavalesco: Edmilson Rocha n Embalo Carioca Enredo: Império Serrano – 70 anos de glória Comissão de Carnaval formada por Vinicius Carr, Diogo Porthella, Gabriel de Souza, Saintclair Cunha, Thiago Amorim, Charles Braga, Paulo Zimmer e Helder Gomes Lyra. n Gato de Bonsucesso Enredo: A opereta de um boi em festa Carnavalesco: Marcos Salles n Império Ricardense Enredo: La ultima noche de Carnaval Carnavalescos: Arilton Smith e Fábio Giampietro n Chora na Rampa Enredo: Nordeste … Os encantos de um povo festeiro Carnavalesco: Renato Rosa n Colibri de Mesquita Enredo: A cachaça, fonte de inspiração, poesia, samba, alegria e encanto … Colibri convida para a viagem nesse universo de sonhos!!! Comissão de Carnaval formada por Sandra Rosa, Marina de Oliveira, Daniele Amorim Ferreira, Salomão Moura n Boêmios de Inhaúma Enredo: A gosto de todos os gostos Carnavalesco: Clebson Prates n União de Vaz Lobo Enredo: Assim como brilha o sol para o novo dia, Vaz Lobo nas asas da Fênix renasce sobre as cinzas da folia Carnavalesco: Diogo Porthella n Delírio da Zona Oeste Enredo: Não divulgado Carnavalesco: Não divulgado n Acadêmicos de Madureira Enredo: Se é feriado aqui, eu pulo pro lado de lá. Região dos Lagos, melhor lugar não há! Carnavalesco: Noan Hilton (In Memória) n Boi da Ilha do Governador Enredo: Tanto riso, oh quanta alegria. São 50 anos de Máscara Negra! Carnavalesco: Hernane Siqueira n Império da Zona Oeste Enredo: Sobre a ótica dos mestres, Campo Grande capital da Zona Oeste Carnavalesco: Não divulgado n Unidos de Três Corações Enredo: Não divulgado Carnavalesco: Não divulgado n
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Mirins gravam CD para 2017
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O disco terá os sambas das 16 escolas e o Hino da AESM-Rio.
Foto: Riotur / Alexandre Macieira.
A garotada irá fazer bonito na Sapucaí na terça-feira de Carnaval. n
Departamento Musical da AESM-Rio realizou entre os dias 3 e 10 de outubro, no Estúdio Astral Music, as gravações das faixas do CD dos sambas de enredo das 16 agremiações mirins para o Carnaval de 2017. O disco está sendo produzido pelos músicos Alexandre Moraes e Hugo Bruno. Além da trilha sonora que a garotada cantará na Sapucaí,
a obra contará com o hino da entidade. Seguindo a ordem definida em plenária da AESM-Rio, Infantes do Lins, Tijuquinha do Borel e Golfinhos do Rio de Janeiro foram as três primeiras escolas a gravarem suas obras. Império do Futuro, Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy e Inocentes da Caprichosos entraram em estúdio no dia 4. Posteriormente vieram Filhos da Águia, Corações Unidos doCiep e Pimpolhos da Grande Rio, no dia 5; Nova Geração do Estácio, Aprendizes do Salgueiro e Petizes da Penha, no dia 6; Herdeiros da Vila, Estrelinha da Mocidade e Miúda da Cabuçu, no dia 7; e Hino da AESM-Rio e Mangueira do Amanhã, no dia 10.
BLOCOS
n O Acadêmicos do Vidigal será o primeiro bloco do Grupo 1 a desfilar.
Federação divulga ordem de desfiles
V
inte blocos de enredo estarão desfilando em 2017, no sábado de Carnaval, nas duas divisões administradas pela Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro.
O desfile das escolas mirins anualmente fecha com chave de ouro o Carnaval. Em 2017, não será diferente. Entre os enredos que passarão na terça-feira de folia pela Marquês de Sapucaí, estão, por exemplo, os da Estrelinha da Mocidade, da Nova Geração do Estácio e dos Aprendizes do Salgueiro. A garotada da Zona Oeste apresentará Alice no País da Estrela Guia, em que levará a célebre personagem da ficção por uma viagem interplanetária até encontrar seus amigos do País das Maravilhas. Já a Nova Geração homenageará Xangô do Estácio, enquanto a Aprendizes reeditará o enredo de 2011 da escola-mãe, Salgueiro apresenta o Rio no cinema. Oububro / 2016
Dez disputarão o Grupo 1, na Av. Graça Aranha, no Centro do Rio de Janeiro, a partir de 20h, enquanto outra dezena passará na Estrada Intendente Magalhães, no mesmo horário.
Grupo 1 n Acadêmicos
Show de enredos da garotada
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Foto: Divulgação.
CRIANÇAS
do Vidigal
Os dois grupos desfilarão no sábado de Carnaval.
Grupo 2 n
Unidos de Tubiacanga
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Unidos do Alto da Boa Vista
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Unidos da Laureano
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Do Barriga
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Cometas do Bispo
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Vai Barrar? Nunca!
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Raízes da Tijuca
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Novo Horizonte
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Canários das Laranjeiras
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Do China
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Mocidade Unida de Manguariba
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União da Ponte
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Mocidade Unida da Mineira
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Oba-Oba do Recreio
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Esperança de Nova Campina
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Flor da Primavera
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Tradição Barreirense de Mesquita
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Império do Gramacho
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Grilo de Bangu
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INESQUECÍVEL
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m 1996 a Unidos do Viradouro foi apenas a 13ª colocada e seu carnavalesco, Joãosinho Trinta, sofreu uma isquemia enquanto preparava o Carnaval do próximo ano. O cenário não parecia muito favorável para o desfile de 1997, sobretudo quando na cabeça da Avenida pintou um abre-alas completamente negro. O impacto do preto causou espanto no público, que permaneceu encantado pela sequência do cortejo da vermelho e branco. A negritude ficou na alegoria inicial e na primeira ala. A sequência em branco e prata mostrou o surgimento
da luz depois do Big Bang e realçou o brilho de uma apresentação impecável. Joãosinho mais uma vez brindava o público com um tema ousado, bem descrito e contado com muito bom gosto. Mas não foi só a plástica da Viradouro e o enredo Trevas! Luz! A explosão do universo que encantaram a Sapucaí. A bateria comandada por Mestre Jorjão deu um show. Para aquele ano, ele preparou e executou uma das mais famosas paradinhas do Carnaval carioca: a Paradinha Funk. Um show, para deleite do público e para o bem da festa.
Foto: Reprodução do YouTube.
Joãosinho mais uma vez brindava o público com um tema ousado, bem descrito e contado com muito bom gosto.
n O abre-alas todo preto causou grande impacto na Sapucaí.
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Das trevas ao título
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Sambódromo pode ser privatizado
Foto: SPTuris / José Cordeiro.
SAMPA
João Doria defendeu a diminuição da esfera municipal.
privada o Autódromo de Interlagos, o Estádio do Pacaembu e o Complexo do Anhembi, onde fica o palco do desfile das escolas de samba, além do Palácio de Convenções e o Pavilhão de Exposições. Doria, porém, salientou em entrevista à Rádio Bandeirantes que as escolas de samba não pagarão para utilizarem o Sambódromo. Ele pretende manter a gratuidade para o desfile. A empresa que ganhar Sambódromo será a licitação de concessão do lovendido. Esta é a cal irá explorar estacionamenideia do prefeito elei- to, serviços, como de alimento de São Paulo, João Doria tação, e publicidade. O novo (PSDB). Em sua campanha, prefeito acredita que o negóele defendeu a diminuição da cio envolvendo o Complexo do esfera municipal. Desta forma, Anhembi renda R$ 4,5 bilhões quer passar para a iniciativa aos cofres municipais.
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Domingos Montagner desfilaria em 2017
Foto: TV Globo / Artur Maninea.
O ator Domingos Montagner, falecido no dia 15 de setembro, por afogamento, seria um dos principais destaques da Mocidade Unida da Mooca na disputa do Grupo 1 da UESP. Ele começou sua carreira no circo, tema da escola para o Carnaval 2017 no enredo Sob um chão de lona: um chão de estrelas, dos carnavalescos Gueves e Raphael Soares. A diretoria da agremiação destacou que o artista havia confirmado sua presença e se mostrava empolgado com a homenagem ao picadeiro.
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Minotauro no Anhembi O ex-peso-pesado de MMA Minotauro, um dos maiores nomes da história do UFC, será uma das atrações do Carnaval paulistano em 2017. Ele desfilará na Mocidade Alegre e, segundo nota da escola, “representará o bom combate, nos servindo de inspiração e mostrando que o sambista é o verdadeiro guerreiro, lutador de uma grande comunidade, a Morada do Samba. Lutar é preciso! Desistir, jamais”. Oububro / 2016
AGENDA DO CARNAVAL (Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro) Escolas Mirins Passarela do Samba Terça-feira – 09/02 n Filhos da Águia n Planeta Golfinhos da Guanabara n Miúda da Cabuçu n Herdeiros da Vila n Império do Futuro n Mangueira do Amanhã n Pimpolhos da Grande Rio n Corações Unidos do Ciep n Nova Geração do Estácio de Sá n Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy n Petizes da Penha n Estrelinha da Mocidade n Tijuquinha do Borel n Infantes do Lins n Aprendizes do Salgueiro n Inocentes da Caprichosos
AGENDA DO CARNAVAL
(Grupo Especial e Grupo de Acesso de São Paulo) Grupo Especial Passarela do Samba do Anhembi Sexta-feira – 05/02 n Pérola Negra n Unidos de Vila Maria n Águia de Ouro n Rosas de Ouro n Nenê de Vila Matilde n Gaviões da Fiel n Acadêmicos do Tatuapé Passarela do Samba do Anhembi Sábado – 06/02 n Unidos do Peruche n Império de Casa Verde n Acadêmicos do Tucuruvi n Mocidade Alegre n Vai-Vai n Dragões da Real n X-9 Paulistana
Grupo de Acesso Passarela do Samba do Anhembi Domingo – 07/02 n Barroca Zona Sul n Tom Maior n Colorado do Brás n Morro da Casa Verde n Camisa Verde e Branco n Mancha Verde n Imperador do Ipiranga n Leandro de Itaquera n Independente
Jornalismo Moda Fotografia Audio Video Internet Marketing Publicidade
Rua Garcia Redondo, 30, Cachambi, Rio de Janeiro-RJ. Tels.: 2229-7931 e 3079-0371. 34 l Revista Carnaval
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