Revista Série A n° 12 (2018)

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Informativo LIERJ - Fevereiro 2018 - Ano 10 - N° 12 - Distribuição gratuita

CARNAVAL RAIZ

Série A chega ao sexto ano com desfiles cada vez mais voltados aos sambistas P. 10, 11, 12 e 13


DIFERENTE DOS MILHÕES DE TURISTAS QUE VIERAM, NÓS NÃO ESTAMOS AQUI A PASSEIO. Pra quem não acreditava que ia ter Réveillon: o Rio realizou o maior Réveillon de todos os tempos. Pra quem não acreditava que ia ter Carnaval: o Rio vai realizar o maior Carnaval da história. Pra quem não acredita no Rio: creia, vem muito mais por aí.


05 • Mensagem do presidente da Lierj 07 • Recado do vice-presidente da Lierj 10 • O Carnaval raiz da Série A 14 • Unidos de Bangu 16 • Império da Tijuca 18 • Sossego 20 • Porto da Pedra 22 • Renascer de Jacarepaguá 24 • Estácio de Sá 28 • Alegria da Zona Sul 30 • Santa Cruz 32 • Viradouro 34 • Rocinha 36 • Cubango 38 • Inocentes de Belford Roxo 40 • Unidos de Padre Miguel

SAUDADE SAUDADE FEZ FEZ UM UM SAMBA SAMBA EM EM SEU SEU LUGAR... LUGAR...

42 • Por dentro do Sambódromo 44 • Saudade fez um samba em seu lugar... 48 • Agenda da folia 50 • Galeria dos campeões da Série A

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O samba veste a fantasia da alegria, encarna a paixão e transborda na avenida em uma imensa emoção! Querido folião, mesmo diante da crise que assola o país e da falta de competência política existente por aí, pedimos licença para apresentar o Carnaval da Série A. É uma pena constatar que o ano para os trabalhadores da folia foi tão sofrido quanto a precariedade da saúde e da educação para a população. Sem demagogia, soltamos o grito no clamor pela paz e por um futuro melhor para todos. Chega de violência! Nosso palanque preza pela cultura através do samba, da diversidade e do amor pela Cidade Maravilhosa, valorizando o gingado dos passistas, o giro das baianas, o ritmo da bateria e das milhares de pessoas que contribuem para o engrandecimento do gênero musical centenário. As escolas de samba não promovem apenas os desfiles na Marquês de Sapucaí, os ensaios nas quadras ou as feijoadas. Elas também são, na verdade, verdadeiras escolas de vida, de pertencimento e de trabalhos sociais para a comunidade. Portanto, não achamos justo imputar ao Carnaval a falta de políticas públicas sérias para a sociedade.

Nosso sonho vai muito além dos desfiles na Passarela do Samba. Ele vai ao encontro da valorização da vida e dos valores culturais e sociais na formação do indivíduo com dignidade. Sabemos que ainda existem lacunas que carecem de preenchimento para que a Série A possa alcançar o patamar que os sambistas merecem, porém, se olharmos para os últimos seis anos, podemos ficar orgulhosos de todo o trabalho que foi executado pela Lierj. Mesmo diante de todas as dificuldades, o desafio de criar e de consolidar a Série A foi realizado com êxito. Após a Quarta-feira de Cinzas, poderemos deitar a cabeça no travesseiro com a tranquilidade de que cada integrante da equipe, mais uma vez, deu o melhor de si para promover um espetáculo em alto nível, como o carioca merece. Quatro anos vão passar e alguns episódios ficarão marcados na história do samba. Outros quatro virão, depois mais quatro e todo esse tempo só servirá para ratificar de vez que o Carnaval foi, é e sempre será a maior festa popular do mundo. Bons desfiles! Déo Pessoa Presidente da Lierj

Informativo da LIERJ - Ano 10 - Número 12 - Fevereiro de 2018

Editor-chefe: Ralph Guichard / MTB: 33498RJ • Coordenação: Higor Amaral • Fotografia: Riotur e Setor1 • Textos: Ralph Guichard • Diagramação e projeto gráfico: JR Bureau Criativo • Designer: Fábio Alex Jr. • Capa: foto de Setor1 com arte de Ricardo Neves • Colaborações: Déo Pessoa e Renato Thor • Agradecimentos: Aesm-Rio, Liesa e Riotur

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Distribuição gratuita

Foto: Divulgação/Lierj

CARNAVAL É ARTE, CULTURA E INCLUSÃO SOCIAL

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COMUNICAÇÃO INTEGRADA


É muito gratificante observar o histórico construído pela Lierj ao longo de seis anos e chegar à conclusão de que o carnaval da Série A simboliza a verdadeira essência do samba. São desfiles feitos por pessoas apaixonadas pela folia na medida certa para o povo. E como o público merece sempre o melhor, o nível das exibições é cada vez mais alto. Tanto é que os grandes profissionais que hoje brilham no Grupo Especial, não só do Rio, como também de outros estados, começaram a carreira justamente na Série A. Assim, você pode ter certeza que, indo acompanhar as apresentações deste ano, acabará tendo a oportunidade de ver o surgimento de grandes talentos, como coreógrafos, casais de mestresala e porta-bandeira, intérpretes, mestres de bateria, carnavalescos e outros componentes que se tornarão, no futuro, os principais nomes da nossa festa. E o melhor de tudo isso é que os ingressos continuam com preços populares. Por apenas R$ 15, o espectador pode ver de perto espetáculos completos,

Foto: Magaiver Fernandes

CARNAVAL FEITO PARA O POVO com dança, teatro, música e diversas formas de arte presentes nos desfiles das escolas de samba. O preço chega a ser considerado simbólico uma vez que, se você for acompanhar a performance de um grande artista, em qualquer casa de shows, não pagará menos do que R$ 50, R$ 100 ou até R$ 300. Por isso, continue vindo no mesmo otimismo e vontade dos anos anteriores. Ajude a lotar as arquibancadas! Cante e vibre com as agremiações da Série A que, mesmo diante das dificuldades, prepararam desfiles que prometem impressionar. Em termos de espetáculo, você não vai perder nada! Os profissionais são capacitados e farão o melhor para transmitir o talento e a arte. Contamos com a sua participação para, juntos, fazermos do Carnaval 2018 um sucesso ainda maior! Renato Thor Vice-presidente da LIERJ

LIGA DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO Presidente: Déo Pessoa Vice-presidente: Renato Thor Presidente do Conselho Deliberativo: Antonio Marcos Teles Diretor de Carnaval: Thiago Monteiro Diretor de Comunicação: Ralph Guichard Diretor-secretário: Luiz Felippe Fonseca Diretor jurídico: José Carlos Pereira de Almeida Consultor jurídico: Héric Monti Diretor de Arte: Ricardo Neves Marketing: Higor Amaral Colaboradores: Claudia Pereira, Maria Lucia de Souza e Rodrigo Amaral Rua Beneditinos, 10, 10º andar - Centro - Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20081-050 • TEL: (21) 2223-0915 Site: www.lierj.com.br • Facebook: www.facebook.com/lierj Twitter: www.twitter.com/lierjcarnaval • Instagram: www.instagram.com/lierj

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Design Ricardo Neves


Fotos: Setor 1

SFILES E D M E Z AMBA FA O NA SAPUCAÍ S E D S A ESCOL S PARA O POV VOLTADO

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“Eu sou o samba / A voz do morro sou eu mesmo, sim senhor / Quero mostrar ao mundo que tenho valor / Eu sou o rei dos terreiros”. Rei não só dos terreiros, como diz a obra-prima “A voz do morro”, de Zé Keti, como também de todo o Rio de Janeiro. Com o ritmo que saiu das comunidades cariocas para ecoar no mundo inteiro, o Carnaval vem se transformando ao longo dos anos, porém, sem perder a essência popular. É nesse sentido que a Lierj projeta em 2018 o sexto Carnaval da Série A: com desfiles onde o grande protagonista é o folião. A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro surgiu em 2012 com missões árduas e desafiadoras: recuperar a credibilidade do Grupo de Acesso, trazer os verdadeiros sambistas de volta ao Carnaval e alçar as agremiações a patamares cada vez mais profissionais. E assim, com pouco tempo pela frente até os desfiles de 2013, começaram as transformações. Logo de cara, a entidade trouxe uma importante novidade que impactou positivamente a folia da cidade. Os antigos grupos de acesso A e B se fundiram, sendo criada a “Série A”. No formato que perdura até hoje, as escolas passaram a desfilar no Sambódromo em dois dias, sempre na sexta-feira e no sábado de Carnaval. E os resultados começaram a surgir desde cedo. Após um trabalho de reposicionamento de marca do grupo, a Lierj conseguiu rapidamente conquistar a opinião pública, que passou a enxergar os esforços em prol do Carnaval. Além disso, naquele ano, as escolas de samba demonstraram muito talento, criatividade, empolgação e samba no pé. As arquibancadas, que antigamente ficavam vazias, contaram com um bom número de espectadores. Os desfiles reuniram 19 agremiações. Foram elas: Império da Tijuca, Unidos do Viradouro, Império Serrano, Estácio de Sá, Acadêmicos da Rocinha, Caprichosos de Pilares, Unidos de Padre Miguel, Renascer de Jacarepaguá, Unidos do Porto da Pedra, Acadêmicos de Santa Cruz, Cubango, União do Parque Curicica, Paraíso do Tuiuti, Alegria da Zona Sul, União de Jacarepaguá, Tradição, Sereno de Campo Grande, Unidos do Jacarezinho e Unidos da Vila Santa Tereza. Todos queriam escrever o nome na história, mas, quem conquistou o feito de ser o primeiro

campeão da Série A foi o Império da Tijuca. Ao exaltar a mulher negra na Sapucaí, a escola do Morro da Formiga trouxe o troféu e, de quebra, garantiu uma vaga no Grupo Especial no ano seguinte, quando teve a apresentação bastante elogiada pela mídia especializada. Aí veio o ano de 2014. Antes mesmo da Copa do Mundo aportar no Brasil, os batuques já estavam a todo o vapor. Participaram dos desfiles 17 escolas de samba. Foram elas: Unidos do Viradouro, Estácio de Sá, Unidos de Padre Miguel, Porto da Pedra, Acadêmicos do Cubango, Império Serrano, União do Parque Curicica, Paraíso do Tuiuti, Capichosos de Pilares, Inocentes de Belford Roxo, Renascer de Jacarepaguá, Acadêmicos de Santa Cruz, Em Cima da Hora, Alegria da Zona Sul, União de Jacarepaguá, Acadêmicos da Rocinha e Tradição. Após uma consolidação ainda maior do formato, a grande campeã foi a Unidos do Viradouro, que encantou a multidão ao falar da relação entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói.

Todos queriam escrever o nome na história, mas, quem conquistou o feito de ser o primeiro campeão da Série A foi o Império da Tijuca. Mais madura e com a responsabilidade de manter um alto nível de excelência, a Lierj chegou ao Carnaval de 2015 com a missão de lotar ainda mais o Sambódromo. E conseguiu cumprir a meta. A multidão presente pôde ver de perto 15 escolas: Unidos de Bangu, Em Cima da Hora, Império Serrano, Paraíso do Tuiuti, União do Parque Curicica, Unidos do Porto da Pedra, Caprichosos de Pilares, Alegria da Zona Sul, Acadêmicos de Santa Cruz, Inocentes de Belford Roxo, Unidos de Padre Miguel, Império da Tijuca, Renascer de Jacarepaguá, Acadêmicos do Cubango e Estácio de Sá. A vencedora foi a Estácio de Sá, que voltou a fazer uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro, desta vez, em comemoração aos 450 anos do município.

“EU SOU O SAMBA, SMO, SIM SENHOR, A VOZ DO MORRO SOU EU ME O QUE TENHO VALOR, QUERO MOSTRAR AO MUND OS...” i. EU SOU O REI DOS TERREIR “A voz do morro” • Autor: Zé Ket

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Nesse ano, além da Série A, a Lierj acumulou outro imenso desafio. A menos de dois meses do Carnaval, o poder público e as escolas de samba dos grupos B, C e D fizeram um pedido para que a entidade assumisse a organização dos desfiles da Estrada Intendente Magalhães. Com o objetivo de ajudar e não deixar nenhuma agremiação desamparada, a Liga não mediu esforços e, em parceria com a Riotur, realizou um Carnaval inesquecível no bairro do Campinho, na Zona Norte. Ao todo, foram quatro dias de apresentações com 51 pavilhões. Aí veio 2016. Apesar da crise financeira que assolava o país, as escolas de samba mostraram que a criatividade supera qualquer barreira, exibindo apresentações de arrancar aplausos. O grupo foi integrado por 14 escolas de samba: Acadêmicos da Rocinha, Alegria da Zona Sul, Porto da Pedra, Acadêmicos de Santa Cruz, Viradouro, Renascer de Jacarepaguá, Império da Tijuca, União do Parque Curicica, Paraíso do Tuiuti, Inocentes de Belford Roxo, Império Serrano, Caprichosos de Pilares, Unidos de Padre Miguel e Acadêmicos do Cubango. Quem mais chamou a atenção foi o Paraíso do Tuiuti, que apresentou o enredo “A farra do boi”, contando uma divertida história sobre Mansinho, o boi de estimação de Padre Cícero, considerado milagreiro por moradores

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do Nordeste. Os carros alegóricos ousados e as fantasias bem-humoradas conquistaram os cariocas e ajudaram a agremiação de São Cristóvão a subir ao lugar mais alto do pódio.

Apesar da crise financeira que assolava o país, as escolas de samba mostraram que a criatividade supera qualquer barreira Quando começaram os desfiles de 2017, a Série A da Lierj já tinha em mãos quatro discos de ouro. Os prêmios surgiram porque, desde 2014, todos os CD’s com os sambas de enredo da Série A ultrapassaram a marca de 40 mil vendas. Na Passarela do Samba, desfilaram Sossego, Alegria da Zona Sul, Viradouro, Império da Tijuca, Curicica, Estácio de Sá, Santa Cruz, Rocinha, Cubango, Inocentes, Império Serrano, Unidos de Padre Miguel, Renascer e Porto da Pedra. Desta vez, a comemoração foi para a Serrinha. O tradicional Império Serrano apresentou um enredo baseado em um episódio da vida do poeta Manoel de Barros e soltou o entalado grito de “é campeão” da garganta.


Fotos: Divulgação/Riotur

CIDADE DO SAMBA 2: O sonho continua Apesar de tantos avanços e conquistas, ainda existem projetos que, enquanto não se tornarem realidade, dificultam bastante o alcance ao gigante patamar que a Série A merece. O principal deles é a Cidade do Samba 2. Atualmente, as agremiações realizam a construção dos desfiles em espaços totalmente limitados e inadequados. Por mais que a competência e a dedicação dos artistas da folia gerem espetáculos de qualidade, o resultado pode ser ainda maior se houver condições de trabalho dignas, em ambientes com a estrutura certa para a modernização do Carnaval.

O QUE VEM POR AÍ Para o Carnaval de 2018, 13 escolas de samba prometem ainda mais emoção na avenida. Na sextafeira, dia 9 de fevereiro, a partir das 22h30, desfilam Unidos de Bangu, Império da Tijuca, Acadêmicos do Sossego, Unidos do Porto da Pedra, Renascer de Jacarepaguá e Estácio de Sá. No sábado, dia

10, quem pisa na Passarela do Samba, às 22h, é a Alegria da Zona Sul, seguida por Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos do Viradouro, Acadêmicos da Rocinha, Acadêmicos do Cubango, Inocentes de Belford Roxo e Unidos de Padre Miguel. Apesar de todos os empecilhos que surgiram ao longo do ano, com as agremiações sofrendo um corte de 50% na subvenção municipal e, assim mesmo, com o valor chegando a menos de 20 dias das apresentações, o talento vai sobrepor as dificuldades. Com o samba-enredo na ponta da língua, disposição para dar e vender e muito empolgação, as comunidades vão mostrar que o samba pode até agonizar, mas, morrer não irá jamais. Seis anos se passaram e o carioca convive com a Série A como parte integral do calendário da folia, afinal de contas, mesmo após todo o sucesso de audiência pela televisão e de público no Sambódromo, os ingressos continuam sendo vendidos a preços populares. Tudo para aproximar cada vez mais o verdadeiro amante da arte do pavilhão de coração. Em síntese, se alguém ainda duvida da força do samba, deixe que a canção de Zé Keti novamente responda: “Eu sou o samba / Sou natural daqui do Rio de Janeiro / Sou eu quem levo a alegria / Para milhões de corações brasileiros”.

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O enredo da Unidos de Bangu para o Carnaval 2018 tem tanta semelhança com o Brasil que, segundo a escola, ele poderia começar aqui mesmo no país. Contudo, ele vem de longe, e os ventos da história nos levam a voltar no tempo para desvendar os segredos das tribos africanas que foram escravizadas e trazidas para as terras brasileiras. É que muito antes da chegada do escravocrata, nós formávamos um reino mágico e sagrado dividido em clãs que, em sua maioria, recebiam nomes ligados a animais e elementos da natureza: clã do camaleão, clã do leão, clã do crocodilo e até clãs das aves e peixes. Eis que a rainha feiticeira, soberana do Querembentã de Zomadônu, se tornou senhora da terra da encantaria. Assim, abram-se trilhas que se transformam em caminhos de resistência e sobrevivência como os traçados por Zumbi e por Tereza de Benguela. Dessa forma, com um pouco do que acontecia na África, exaltando a magia que até hoje vive em cada um de nós, a vermelha e branca da Zona Oeste traz para a avenida “A travessia da Calunga Grande e a nobreza negra no Brasil”.

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Foto: Divulgação/Riotur.

“A travessia da Calunga Grande e a nobreza negra no Brasil”


Autores:

G.R.E.S. Unidos de Bangu Sexta-feira, 9 de fevereiro Concentração: Correios 1ª a desfilar 22h30

Diego Nicolau, Dudu Senna, Richard Valença, Renan Diniz, Orlando Ambrósio, Rafael Tinguinha, Rafael Prates, André Kaballa, Marcio de Deus, Washington Motta e Ivan Câmara Intérpretes:

Leandro Santos e Thiago Brito Endereço da quadra:

Rua Santa Cecília, 570, Bangu Fundação:

15 de novembro de 1937 Cores:

vermelho e branco Presidente:

Marcelo do Rap Carnavalesco:

Cid Carvalho

Diretores de carnaval:

Rodrigo Marques e Guilherme Diniz Diretor de harmonia:

Alcides Kenga

Mestre de bateria:

Léo

Rainha de bateria:

Lexa

Mestre-sala e porta-bandeira:

Diego Falcão e Jackeline Gomes Coreógrafos da comissão de frente:

Jorge Teixeira e Saulo Finelon Alas:

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Carros alegóricos:

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Classificação em 2017:

1º (Série B)

A linda lua de África Vai refletir, na tura pele (negra) Somos herdeiros do Alafin de Oyó O elo maior com a natureza Olhar de serpente, nobreza da raça Que quebra a corrente E não se entrega não Tem a valentia de um leão Brilhou... Nos olhos o fogo ancestral Aluminando o ritual O céu e o mar, Orum e Aiyê Se unem pra te proteger Ôôôô Calunga é dor É um clamor por piedade Ê maré! Que dança Ê maré! Balança o tumbeiro Velho prisioneiro da desigualdade (oceano inteiro é pranto de saudade) O brado de Agotime ecoava Rainha, Mãe Naê do Agongonô Galanga virou Chico-Rei Palmares é o meu Ylê Tem festa no quariterê Seguindo em devoção eu vou Ao ébano altar da “Ginga” Toque de cabaça enfeitiçado Eu quero ver o negro ser coroado No porão da fé ôôô Leva Afefé, meu afã (pro mar) E eterniza esse canto Yorubá Eabadeiaia Iaia Aiê Eabadeiaia eiaiá Eabadeiaia Iaia Aiê Eabadeiaia Bangu vai cantar!

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Á África é considerada a força divina. Por séculos, vem de lá toda a força da natureza e dos Orixás que conduzem o mistério da vida, o segredo da doença e o remédio da cura. Dessa forma, o Império da Tijuca pede agô por seu povo e faz um grito de fé: atotô, ajuberu! Atotô, Obaluaiê! A história começa com Obaluaiê, filho de Naná que, mesmo ao ser rejeitado diante da fraqueza, foi permitido pelo Criador o destino de transformá-lo no senhor da quentura. O tema, aliás, traz uma grande coincidência: as formigas do povo Iorubá, que são os símbolos de Obaluaiê na África, divindade da terra. É exatamente esse o nome do tão tradicional morro que abriga a agremiação. Assim, através do sopro divino da inspiração, o Império da Tijuca faz do enredo “Olubajé – Um banquete para o rei”, um grande sirê para ver Obaluaiê dançar ao toque de opanijé.

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Foto: Setor 1

“Olubajé - Um banquete para o rei”


Autores:

G.R.E.S.E. Império da Tijuca Sexta-feira, 9 de fevereiro Concentração: Balança 2ª a desfilar Entre 23h15 e 23h25

Márcio André, Elson Ramires, Núia Rodrigues, Paulo Lopita 77 e Samir Trindade Intérprete:

Daniel Silva

Endereço da quadra:

Rua Medeiros Pássaro, 84, Tijuca Fundação:

8 de dezembro de 1940 Cores:

verde e branco Presidente:

Antônio Marcos Teles (Tê) Carnavalescos:

Jorge Caribé e Sandro Gomes Diretor de carnaval:

Luan Teles

Diretor de harmonia:

João Vieira

Mestres de bateria:

Jordan, Paulo Roberto e Júlio Cezar Rainha de bateria:

Laynara Teles

Mestre-sala e porta-bandeira:

Jeferson e Gleice Simpatia

Coreógrafo da comissão de frente:

Junior Scarpin Alas:

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Quando Nanã gerou Entregou seu filho a Yemanjá Com todo amor ela cuidou E lhe curou, na imensidão do mar Salve o esplendor brilhante da manhã Do filho iluminado de Oxalá e Nanã Ele voltou... Caçador, feiticeiro e bom de guerra Batizado, Senhor do Sol e da Terra Obaluaiê Jêjê Nagô, é Oluaiê, chama e calor A cura de todo mal cobriu na palha Pode ter fé a magia do veho não falha Sapaktá tribo dos ancestrais Reinam mães senhoras e os orixás Ossain nas folhas o poder Iroko, Yewa, Arroboboi Oxumarê Eu quero ver Omulo dançar No Opanijé com o seu xaxará Tem pipoca no alguidar, mandigueiro Sinfornia imperial chegou no terreio Atotô baluaiê meu pai vem nos valer O banquete para o rei vamos te oferecer Espelho de gente guerreira Que dá o suor na labuta, e faz Olubajé No Império da Tijuca

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

Araloko, Araloko Pajuê Ê Pajuê ê Pajuê Vem o Morro da Formiga, vem pra vencer

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Desde os primórdios da humanidade, o homem buscava uma ligação com o sagrado, tentando assim, de alguma maneira, entender o sentido das coisas. Gestos, palavras, danças e ações diversas ganhavam sentido por meio das mudanças que para o homem provocavam na sua vida. Eis que brota de nossa essência, da mística observação do viver, a comunhão de saberes retratados pela Sossego no Carnaval de 2018. A sabedoria ancestral gravada em pedra nos permite entender que, desde as sociedades ágrafas, homens e mulheres já acreditavam na existência e necessidade de buscar no sobrenatural uma forma de dominar seu cotidiano. Na luta pela sobrevivência, o homem primitivo aguça sua consciência e assim começa a observar o mundo e busca dominar aquilo que não compreendia: o ciclo das estações, as colheitas, a natureza, os nascimentos e as mortes. Assim, o homem dançava pela sobrevivência, pela busca de alimentos, para adquirir força, para cultuar a fertilidade, pela vida e pela morte. Todos os rituais eram direcionados a Natureza que era interpretada como deusa da fertilidade e mãe das divindades, pois sempre a terra foi vista como a origem de todos os seres vivos. Dessa forma, partindo da percepção primitiva da humanidade, a azul e branca de Niterói se religa ao sagrado e emoldura um espetáculo único na Marquês de Sapucaí. E, com o toque especial da bateria, propõe um sublime passeio pelos terreiros da emoção com o enredo “Ritualis”.

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Foto: Setor 1

“Ritualis”


Autores:

G.R.E.S. Acadêmicos do Sossego Sexta-feira, 9 de fevereiro Concentração: Correios 3ª a desfilar Entre 0h e 0h20

Felipe Filósofo, Ademir Ribeiro, Sérgio Joca, Orlando Ambrósio, Macaco Branco, Mário da Vila Progresso, Pacote, Xandinho Nocera, Fabio Borges, Ivan Câmara e Bertollo Intérprete:

Endereço da quadra:

Nêgo

Estr. Gen. Castro Guimarães, 730 Largo da Batalha - Niterói Fundação:

10 de novembro de 1969 Cores:

azul e branco Presidente:

Wallace Palhares Carnavalesco:

Petterson Alves

Os acordes da lira No santuário da vida Do sono profundo à imortalidade Ó natureza, a cada colheita, fertilidade Aliança aos filhos de Abraão Alvorada oriente em oração Ó cordeiro de Deus Reino do céu, Reis dos Judeus Labaredas de fogo, Lua cheia, heresia Entre a cruz e a espada, Sabá, bruxaria

Diretores de carnaval:

Almir Jhunior e Paulo Brandão Diretor de harmonia:

Greg Tavarez

Mestre de bateria:

Átila

Rainha de bateria:

Maryanne Hipólito

Mestre-sala e porta-bandeira:

Weslley Cherry e Naninha

Coreógrafo da comissão de frente:

Thiago Manhães Alas:

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Carros alegóricos:

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Classificação em 2017:

11º

Sangue, sacrifícios, crânios no altar Culto ao sol banho de rosas, maracá Espíritos da floresta, feiticeiros Corpo e alma em equilíbrio, curandeiros Negra magia, ogans, mambus Atabaques, raízes vodus A saia na gira, cintilante azul Velas brancas para o Cruzeiro do Sul Brasil, mas tolerância Súplica de esperança Mensagem de Olorum Lágrimas de Oxalá nesse chão Proteção do povo de Aruanda Lavagem pra festa profana Moringa, água de cheiro, arruda e guiné Mães de santo na avenida, Axé Salve, São Sebastião! Oxóssi caçador! Sossego, ritual de amor! Sossego, ritual de amor!

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Tudo começou em meados da década de 30, início da Era de Ouro do Rádio. Os belos cassinos e teatros respiravam prosperidade, dando à antiga Guanabara uma aura mágica. E para coroar esse universo mítico, foi fundada a Rádio Nacional. Bastava ligar o rádio, num gesto simples de girar o botão, e as vozes invadiam os lares brasileiros de Norte ao Sul do país. Nessa disputa entre cantores e cantoras, foram as vozes femininas que seduziram os ouvintes. Um fenômeno que, pouco a pouco, foi tomando conta do coração de todos, num misto de paixão e adoração. E quem haverá de esquecer essas rainhas? Nomes como os das irmãs Batista, Linda e Dircinha, Marlene, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Dóris Monteiro, Ângela Maria e tantas outras despertavam a atenção do Brasil inteiro. E são para elas que, em uma sintonia de pura emoção, que a Porto da Pedra rende todas as homenagens na folia com “Rainhas do Rádio – Nas ondas da emoção, o Tigre coroa as divas da canção!”.

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Foto: Setor 1

“Rainhas do Rádio - Nas ondas da emoção, o Tigre coroa as divas da canção!”


Autores:

G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra Sexta-feira, 9 de fevereiro Concentração: Balança 4ª a desfilar Entre 0h45 e 1h15

Bira, Oscar Bessa, Duda Sg, Márcio Rangel, Alexandre Villela, Guilherme Andrade, Adelyr, Bruno Soares e Rafael Raçudo Intérprete:

Luizinho Andanças Endereço da quadra:

Rua João Silva, 84, Porto da Pedra São Gonçalo Fundação:

8 de março de 1978 Cores:

vermelho e branco Presidente:

Fábio Montibelo Carnavalesco:

Jaime Cezário

Diretor de carnaval:

Junior Cabeça

Diretor de harmonia:

Amauri de Oliveira Mestre de bateria:

Pablo

Rainha de bateria:

Dany Storino

Mestre-sala e porta-bandeira:

Rodrigo França e Cintya Santos Coreógrafo da comissão de frente:

Jardel Augusto Lemos Alas:

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Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

Vem reviver Tempos de glamour e de fascinação No ar, a magia de uma nação Sonhos de feliz cidade Num rio de saudades mergulhei E encontrei lindas melodias Onde a poesia fez morada A realeza embalava Um repertório de amor Corações arrebatou A alma do Brasil ecoou, reluziu Ao som da Rádio Nacional Paixão sem igual Que nos encantou, sintonizou Ah! Tão belas vozes em notas musicais Imortais Rainhas que o povo escolheu pra amar E a vida inteira adorar Um súdito aos teus pés eu sou No meio da rua cantando eu vou Ao baile da consagração Ser mais um fã em devoção Meu Porto da Pedra num cortejo triunfal Faz o seu carnaval São dez estrelas a brilhar Nas ondas da emoção Meu tigre vem coroar As divas da canção

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Fascinado por temas regionais, o maestro Heitor Villa-Lobos devorou com avidez o universo musical de sua época, aberto de sons da natureza aos grandes compositores eruditos, em busca de uma música que exprimisse a nacionalidade brasileira. A Renascer de Jacarepaguá mergulha na obra do artista, que viajou pela Amazônia em busca de sons e ruídos novos. Villa-Lobos foi o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música de arte e o maior expoente musical do modernismo brasileiro. Mergulhou na floresta tropical sob os raios da manhã entre zumbidos e murmúrios e fez um retrato sonoro de sua rica e exuberante fauna, assimilando os sons dos bichos ferozes e o canto dos pássaros, que sabia discernir como ninguém. A Amazônia é para o maestro essa pátria particular de encantos e magia que o conduz além de elementos rítmicos e sonoros. Das prosas colhidas com os índios sob a luz do luar ao som sagrado dos pássaros que se revelam personagens lendários que mais tarde completariam um cenário mítico e original apresentado pelo artista. Tamanha inspiração rendeu à música brasileira uma das mais geniais composições de Villa-Lobos: “A Floresta do Amazonas”. Já no fim da vida, retratou o Brasil através de uma das regiões mais cobiçadas em todo o mundo. Assim chega a vermelha e branca da Zona Oeste para a Série A, com o enredo “De flechas e de Lobos”.

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Foto: Setor 1

“De flechas e de Lobos”


Autores:

G.R.E.S. Renascer de Jacarepaguá Sexta-feira, 9 de fevereiro Concentração: Correios 5ª a desfilar Entre 1h30 e 2h10

Endereço da quadra:

Avenida Nelson Cardoso, 82, Tanque

Claudio Russo, Moacyr Luz e Diego Nicolau Intérprete:

Diego Nicolau

Cores:

Eu vou pedir à iluminada lua Que no azul flutua, pra compreender Minha floresta, mãe de toda mata Já é madrugada, o dia vai nascer O uirapuru em sua cantoria Faz a harmonia pra chamar de amor

Presidente:

Já vai bem longe, o cururu vigia Outra melodia pro compositor

Fundação:

2 de agosto de 1992 vermelho e branco Antonio Carlos Salomão Carnavalescos:

Raphael Torres e Alexandre Rangel Diretor de carnaval:

Comissão

Diretores de harmonia:

Alexandre Dias e Cris Apolinário Mestre de bateria:

Dinho Santos

Rainha de bateria:

Silvia Schreiber

Mestre-sala e porta-bandeira:

Luiz Augusto e Patrícia Cunha

Coreógrafo da comissão de frente:

Tony Tara Alas:

21

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2016: 10º

Yara segue o som da corredeira O boto traz a sedução Cobra coral no pé da bananeira Alma brasileira, anunciação Ô ô ô pela flor do buriti Uma cuia de açaí No igapó do tracajá Ô ô ô pelos olhos de Tupã A beleza de cunhã Afinando o sabiá… As Bachianas são ubirajaras Imaginando um coral de sacis Sob o céu repleto de araras Vitória rege a orquestra de tupis Festa na aldeia o índio pede bis Laiá laia Sou de flecha Laiá laiá de tacape e cocar Ao bailar a batuta do maestro Renasce a tribo Jacarepaguá Canoeiro, canoeiro O velho candeeiro alumia Villa-Lobos, brasileiro Faz da Renascer a sua sinfonia

23


Não demorou muito para o comércio ganhar as ruas do Rio de Janeiro. Desde os primórdios da fundação, até os dias atuais, a atividade virou uma válvula do desenvolvimento econômico e veículo de interação social. Assim, a Estácio de Sá apresenta no Carnaval de 2018 um enredo sobre os mercados populares cariocas. A primeira forma de comunicação dos portugueses com os nativos se deu exatamente através da troca de produtos, utilizada pelo militar Estácio de Sá para conquistar o apoio da tribo tamoio e, a partir daí, fundar a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mais tarde, alguns escravos viram no comércio uma forma de conquistar a liberdade, já que poderiam conseguir autorização para vender produtos e, quem sabe, comprar a alforria. Já a emigração oxigenou o país. Profissionais especializados se aliaram ao comércio como uma nova forma de sobrevivência. Portugueses, italianos, chineses, turcos, japoneses e angolanos, ao longo da história, mostraram que o Brasil é uma união de povos, construindo grandes comércios. Atualmente, feiras, mercados, brechós, camelôs e, até mesmo o mercado online, movimentam e transformam diariamente o cenário do Rio. E é com essa energia que a agremiação chega com “No pregão da folia sou comerciante da alegria e com a Estácio boto banca na avenida”. Tudo para impressionar a “clientela” com uma apresentação de muita alegria na Sapucaí.

24

Foto: Setor 1

“No pregão da folia sou comerciante da alegria e com a Estácio boto banca na avenida”


Autores:

G.R.E.S. Estácio de Sá Sexta-feira, 9 de fevereiro Concentração: Balança 6ª a desfilar Entre 2h15 e 3h05

Alexandre Naval, Filipe Medrado, Luiz Sapatinho, Pelé, Thiago Sousa, Rodrigo Armani e Diego Tavares Intérprete:

Serginho do Porto Endereço da quadra:

Rua Salvador de Sá, 204/206 Estácio Fundação:

12 de agosto de 1927 Cores:

vermelho e branco Presidente:

Leziário do Nascimento Carnavalesco:

Tarcísio Zanon

Raiou o esplendor de um novo dia A melhor mercadoria tenho aqui pra ofertar Eu sei, tudo tem o seu preço Ganhei o teu apreço, vim de além mar Do escambo nasce a união E o nativo é protetor do nosso chão Vi nesta cidade a negra força que lutou por liberdade Nas aquarelas de Debret, ser vendedor é uma arte

Diretores de carnaval:

Marcão Selva e Marcos Alexandre Diretores de harmonia:

Julinho Fonseca e Walmir Cerilo Mestre de bateria:

Gaganja

Rainha de bateria:

Elaine Azevedo

Mestre-sala e porta-bandeira:

José Roberto e Alcione

Coreógrafa da comissão de frente:

Ariadne Lax Alas:

22

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

Quem vai querer? Quem quer comprar? Tem alegria, amor, pode chegar De porta em porta levo o meu tesouro Sou o povo! Sou Estácio de Sá! O imigrante com esperança aportou Trabalhador, braço forte da nação E no “me dê me dá”, comércio popular Na feira livre tem desconto pra você E no “me dá me dê , no “toma lá, dá cá” Bom e barato tem de tudo pra vender Eu sou mercador dessa folia Sambista de “berço “, de corpo e alma Na era da modernidade Sou tradição, uma escola de verdade Bota banca na avenida… meu Leão Bate no peito, desce o São Carlos É meu orgulho maior… “Deixa Falar” Pra sempre vou te amar!

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A Alegria da Zona Sul traz neste Carnaval um pouco sobre Luiza Mahin, negra alforriada e quituteira. Mahi era o povo Jeje, que habitava o antigo reino do Daomé, atual Benim, na África. Na travessia de um continente ao outro, a mulher de pele tão negra quanto a noite resiste, persiste e insiste. Toma para si o Islamismo como verdade norteadora do destino. Apesar da história registrar a “Revolta dos Malês” como a insubmissão das senzalas, a escola de samba, enquanto disseminador de cultura, entende que dar voz aos clamores sociais é mais do que uma missão: é dever. Por honra ao sonho Malê e tantas outras contribuições daquela que teria sido a rainha da Bahia e de todos os negros mulçumanos, o G.R.E.S. Alegria da Zona Sul apresenta o enredo “Bravos Malês! A Saga de Luiza Mahin” para o Carnaval 2018.

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Foto: Setor 1

“Bravos MalÊs! A Saga de Luiza Mahin”


Autores:

G.R.E.S. Alegria da Zona Sul Sábado, 10 de fevereiro Concentração: Correios 1ª a desfilar 22h

Samir Trindade, Telmo Augusto, Fernandão, Girão, Marco Moreno, Marcelão da Ilha e Thiago Meiners Intérprete:

Igor Vianna Endereço da quadra:

Rua Saint Roman, 176 Copacabana Fundação:

28 de julho de 1992 Cores:

vermelho e branco Presidente:

Marcus Vinícius Almeida Carnavalesco:

Marco Antônio Falleiros Diretor de carnaval:

Flávio Azevedo

Diretores de harmonia:

Carlos Jorge, André Jalles e William Esteves Mestre de bateria:

Jejê-Nagô ôôô Ilumina meu caminhar Diziam meus ancestrais na infinita imensidão Voduns são a matiz da criação Fui batizada Luiza, vi a fúria do invasor Eu sou a virtude de Daomé No meu sangue, a minha fé, bravura pra enfrentar Coragem norteando o meu destino Aprisionada aos porões no além-mar Ô saudade que navega em águas claras Fortaleza de um nobre coração Salvador, então “africanizada” Negra herança, raiz do meu chão

Claudinho

Rainha de bateria:

Anny Santos

Mestre-sala e porta-bandeira:

Diego Machado e Alessandra Chagas Coreógrafo da comissão de frente:

Leandro Azevedo Alas:

18

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

13º

Lutar, para sempre lutar À luz de Allah, a insurreição Na pele, a força que inflama a negritude Na revolta, atitude, pela libertação Um grito por igualdade, orgulho dos ancestrais A chama que persiste é esperança Mesmo traída não me calarei jamais A raça não se curva a chibata Poesia eternizada nos meus ideais Bate o tambor, um canto ecoa! Ô kolofé, kolofé malê Incorpora minha alma africana Alegria é resistência, faz o sonho florescer

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A Santa Cruz aborda no Carnaval de 2018 da Série A que tudo é uma questão de fé e que, como consequência, surgem a esperança e a caridade, formando uma trindade inseparável. Com isso, a agremiação já traz, de cara, contos de fadas otimistas e emocionantes. Além de territórios imaginários presentes em histórias, como a “Terra do Nunca” e o “País das Maravilhas”, a verde e branca da Zona Oeste também traz os mais variados amuletos, que dão força e passam boas energias aos supersticiosos. São diversos símbolos que prometem trazer renovação e paz. Vale ressaltar, ainda, que as pessoas tendem a agarrar-se à esperança quando se encontram em situações delicadas. Nesses casos, a confiança age como estímulo e proporciona força e tranquilidade. Um grande exemplo disseminador dessa fé é a religião, seja lá qual ela for. E sob o ditado de que “a esperança é a última que morre”, a Santa Cruz pisa fundo na Sapucaí com um desejo por dias mais tolerantes e otimistas. O enredo “No voo mágico da esperança, quem acredita sempre alcança” é por onde a escola pretende mostrar que o sonho não pode acabar. Basta querer alcançar.

30

Foto: Setor 1

“No voo mágico da esperança, quem acredita sempre alcança”


Autores:

G.R.E.S. Acadêmicos de Santa Cruz Sábado, 10 de fevereiro Concentração: Balança 2ª a desfilar Entre 22h45 e 22h55

Preguinho Santa Cruz, Tatiane Abrantes, Claúdio Mattos e Quinho Intérpretes:

Quinho e Roninho

Endereço da quadra:

Rua do Império, 573, Santa Cruz Fundação:

18 de fevereiro de 1959 Cores:

verde e branco Presidente:

Moyses Antonio Coutinho Filho (Zezo) Carnavalesco:

Max Lopes

Diretor de carnaval:

Ricardo Simpatia

Diretor de harmonia:

Marquinho Harmonia

A esperança vai me guiar Por esse mundo de tormento Farei de ti o meu alento Por todas as minhas andanças Um coração de criança É nossa força para viver Hei de levar comigo os sonhos meus Despertar o sentimento lá no fundo Pois sou filho do dono do mundo Eu levo trevo e figa de Guiné Faço da crença, o meu patuá Vi o meu destino nas estrelas Deu Santa Cruz, pode acreditar Pode acreditar, minha fé não costuma “faiá”

Mestre de bateria:

Riquinho

Rainha de bateria:

Larissa Nicolau

Mestre-sala e porta-bandeira:

Rogerinho e Roberta Freitas

Coreógrafos da comissão de frente: Marcelo Chocolate e Marcello Moragas Alas:

21

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

12º

E ela move montanhas Basta fechar os olhos e agradecer Fazer o bem sem olhar a quem Na esperança de um novo dia nascer Quem me dera eu escrever o meu futuro Que o planeta fosse um lugar mais puro E o amor o combustível para caminhar Que meu Brasil, se torne o País das Maravilhas Tão belo como contam as poesias No verde e branco é só acreditar Na Santa Cruz de um menino Que o ensinou um dia o que é amar E hoje eu sou um peregrino Nessa avenida a cantar (a cantar)

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A Viradouro chega para o Carnaval de 2018 da Série A querendo gritar forte para desestabilizar o cotidiano da razão. A escola ressalta que é o momento certo para “ virar ” o mundo todo, carnavalizando para o povo, no desordenado reino da imaginação, através da história dos loucos gênios da criação. É fato que o mundo não seria o mesmo sem figuras que já foram, um dia, consideradas loucas. Mas foram de Newton, Galileu, Einstein e Thomas Edson, por exemplo, que surgiram teorias como a das cores, a observação do universo, as descobertas da física moderna e a energia. Além disso, se hoje é normal encarar o avião, por exemplo, como meio de transporte, Santos Dumont precisou se inspirar na obra de Julio Verne para se tornar o precursor. Dos livros, aliás, surgiram personagens imortalizados até hoje, como Frankenstein, o Chapeleiro Maluco, Hamlet e Dom Quixote que, graças a gênios escritores, fazem jovens e adultos viajarem na imaginação. Não podemos esquecer, também, da Marquês de Sapucaí, que um dia já foi palco para grandes artistas, como Joãosinho Trinta, e hoje continua revelando grandes personagens da cultura brasileira. Nesse sentido, a vermelha e branca de Niterói apresenta para o público o enredo “ Vira a cabeça, pira o coração. Loucos gênios da criação”.

32

Foto: Setor 1

“Vira a cabeça, pira o coração. Loucos gênios da criação”


Autores:

G.R.E.S. Unidos do Viradouro Sábado, dia 10 de fevereiro Concentração: Correios 3ª a desfilar Entre 23h30 e 23h50

Zé Glória, Lucas Macedo, William Lima, Gugu Psi, Lico Monteiro, Lucas Neves e Matheus Gaúcho Intérprete:

Zé Paulo Sierra Endereço da quadra:

Av. do Contorno, 16 - Barreto - Niterói Fundação:

24 de junho de 1946 Cores:

vermelho e branco Presidente:

Marcelo Calil Petrus Filho Carnavalesco:

Edson Pereira

Diretores de carnaval:

Alex Fab e Dudu Falcão Diretor de harmonia:

Mauro Amorim

Mestre de bateria:

Maurão

Rainha de bateria:

Raíssa Machado

Mestre-sala e porta-bandeira:

Julinho Nascimento e Rute Alves Coreógrafo da comissão de frente:

Márcio Moura Alas:

22

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

“É ter na mente” o dom da criação Onde ser louco é inspiração “Une verso” a melodia Brincar de Deus... e com as cores delirar Nos sonhos meus, “Vinci” fazer acreditar Desperta a voz que dá luz à invenção Quem dera o infinito conhecer E nesse azul, eu encontrei você Além das estrelas, na imensidão Voando nas asas da imaginação Meu mundo especial, meu céu Meu ideal Quem foi que pensou algum dia Que o homem iria se aventurar Nas telas, nos livros Tantos moinhos derrubar Sei que a loucura é o “X” da questão “Ser ou não ser” mais um entregue à razão? Fazer do lixo uma bela fantasia Eu sou um sonhador, um pierrô alucinado Artista de uma escola de verdade Orgulho de ser comunidade É de arrepiar a nossa emoção Sou Viradouro, sou paixão! É de enlouquecer, Viradouro A cabeça desse povo Tocou a alma, pirou meu coração Não tem explicação

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Há 110 anos, chegava ao Brasil uma antiga técnica em que o artesão utiliza um pedaço de madeira para entalhar uma imagem. A xilogravura tornou-se tão popular no Nordeste brasileiro que ganha em 2018 um lugar também na Marquês de Sapucaí, através do desfile da Rocinha. Para brilhar na história contada pela agremiação, nada melhor do que eleger um dos principais representantes dessa arte no país. O pernambucano J. Borges aprendeu o ofício e já realizou mais de 200 trabalhos ao longo da carreira. A jornada de J. Borges começou cedo. Aos dez anos, já criava e vendia colheres de pau nas feiras. Mais tarde, já adulto, após virar um sucesso ao escrever um cordel, decidiu que ele mesmo iria criar as xilogravuras de suas obras. E daí não parou. E com a inspiração dos artistas brasileiros que preservam a arte da xilogravura, a princesinha de São Conrado chega para a avenida com o enredo “Madeira matriz”. Tudo para entalhar uma história marcante na Sapucaí.

34

Foto: Setor 1

“Madeira Matriz”


Autores:

G.R.E.S. Acadêmicos da Rocinha Sábado, 10 de fevereiro Concentração: Balança 4ª a desfilar Entre 0h15 e 0h45

Endereço da quadra:

Márcio André, Marquinhos do Armazém, Amaury Cardoso, Ronaldo Nunes, Rafael Prates, Flavinho Segal, Anderson Benson, JR Vidigal Intérprete:

Leléu

Cores:

Um olhar acende a luz da inspiração Vem ilustrar... Em preto e branco o meu Agreste No taco da umburana, a matriz traçou A xilogravura de um matuto sonhador Nos muros, vou retratar... A lida de sua gente

Presidente:

Nas feiras nuvens de balões, Folheteiros de ilusões, Doces frutas e piões...

Carnavalesco:

O barro é ouro nas margens do Ipojuca Floriu da palma o alimento dessa luta

Rua Berta Lutz, 80 - São Conrado Fundação:

30 de março de 1988 azul, verde e branco Ronaldo Oliveira Marcus Ferreira Diretor de carnaval:

Márcio André

Contra o Monstro do Sertão

Júnior

Seca danada como essa ninguém viu ´´Vamo`` simbora que Asa Branca já partiu Meu ´´Padim`` faz chover, São Jorge não vença o dragão! Quem carrega a fé pra valer, Vai seguindo a procissão... Estrelinhas lá no céu, alumiam Bezerros!

Rainha de bateria:

É São José Padroeiro!

Diretor de harmonia:

Alexandre Dias

Mestre de bateria:

Mônika Nascimento Mestre-sala e porta-bandeira:

David Sabiá e Thainá Teixeira

Coreógrafos da comissão de frente:

Hélio e Beth Bejani Alas:

22

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

Qual ´´muié`` pôs o cão na garrafa, Quem viu casar Lampião? É o pecado e a graça, Desses causos do Sertão... Tem batuque pra Xangô, no pé da ´´Serra`` Maracatú, Bumba-Meu-Boi Papangú da minha terra Nessa ciranda todo mundo vai chegar Esse cortejo tem frevo e cantoria Fiz de papel colè, as máscaras dessa folia! Vem que a Rocinha chegou, É nosso caso de amor Deixa a borboleta te encantar, Chora viola! (viola) A minha história vai emocionar!

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A vida e a obra de Arthur Bispo do Rosário ganha eco na Sapucaí com a Acadêmicos do Cubango. Considerado louco por uns e gênio por outros, o artista plástico sergipano driblou o preconceito para criar obras encantadoras. O enredo aborda que sete anjos, sobre sete nuvens, desceram do sétimo céu e abriram o sétimo selo. Munidos com as suas armas, mostraram um descaminho. No destino do peregrino, a Igreja da Candelária e o Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Estava enraizado o sonho de inventariar o mundo. Mas o gênio foi condenado e trancado em um manicômio. Mesmo assim, a arte irrompeu da pele, rasgou o corpo e refez a roupa. A cela, claustro-oficina, o quarto de um grande palácio: castelo de um Rei Antigo, o Senhor do Labirinto, a Coroa de São Benedito e o Manto da Senhora do Rosário. Mapas, Atlas, compêndios – desfraldados sob o Sol inteiro, os sinos do campanário. Bordou, construiu, desenhou, destruiu. E assim, em uma grande reverência a um artista que estava à frente do seu tempo, a escola de Niterói apresenta “O rei que bordou o mundo”. Bispo morreu em 1989, no Rio de Janeiro, mas, as obras ficaram eternizadas.

36

Foto: Setor 1

“O rei que bordou o mundo”


Autores:

G.R.E.S. Acadêmicos do Cubango Sábado, 10 de fevereiro Concentração: Correios 5ª a desfilar Entre 1h e 1h40

Gabriel Martins, Bello, Wagner Big, Junior Fionda, Marcio André Filho, Jairo e Gigi da Estiva Intérprete:

Evandro Malandro Endereço da quadra:

Rua Noronha Torrezão, 560 Santa Rosa, Niterói Fundação:

17 de dezembro de 1959 Cores:

verde e branco Presidente:

Rogério Belisário Carnavalescos:

Gabriel Haddad e Leonardo Bora Diretor de carnaval:

Wilson Polycarpo

Diretores de harmonia:

Allan Guimarães e Daniel Katar Mestre de bateria:

Demétrius

Rainha de bateria:

Cris Alves

Mestre-sala e porta-bandeira:

Diogo Jesus e Thais Romi

Coreógrafo da comissão de frente:

Sergio Lobato Alas:

20

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

Velas ao mar, que o vento leve... Nos mares da insanidade, naveguem: Delírios, sonhos, devaneios Por sete anjos me guiei Num sopro divino, segui peregrino, andei... E não me fiz entender Pensamento aprisionado por meus irmãos Na mente à procura de ser Enviado pela voz, o “Rosário” da razão Mas a arte irrompe a pele Bordando o destino, a direção O bem e o caos, rainha ou peão? No “Bispo”, senhor, a salvação! Um inventário em jogo, à luz dos olhos teus... Ao tabuleiro, as mãos de Deus! Parti pra fazer a minha chegança O mundo, enfim, pude recriar A emoção dos tempos de infância Sagrado samba que faz relembrar: O manto e suas coroas Tambores em procissão Quilombos e cabaças Alma do sertão Sou mais um negro Orgulho dos meus ancestrais A vida eu colori de paz Nas páginas brancas da memória Tingi de verde a minha história Resgata, Cubango, o meu grande amor! Insano… Nessa avenida eu vou! Trançando em arte o sentimento mais profundo Eu sou o Rei que bordou o mundo

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A Inocentes de Belford Roxo apresenta como tema para o Carnaval de 2018 a cidade de “Magé” sob o olhar emoldurado e pitoresco do compositor Heitor dos Prazeres, através de uma perspectiva étnico, cultural e histórica. Localizada na área metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, o município de Magé possui uma conexão direta com a formação do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro. Essa região transpassou a cronologia histórica brasileira, desde os longínquos tempos coloniais até o advento republicano. Sendo assim, a agremiação vai exaltar um panorama relevante, voltado para a conjuntura sócio-cultural atual. O enredo também faz alusão a um dos episódios mais marcantes e trágicos para a alma mageense, retratado em jornais da época como “os horrores de Magé”, em que numa luta desigual e cruel, a população da localidade foi massacrada e dizimada pelas tropas do exército na República brasileira, na conjuntura da Revolta da Armada. Segundo a escola, o samba expõe sua mensagem em recontar a história do Brasil, por meio de um viés original, criativo, crítico e autêntico. Assim, em um visual em cores e formas “ingênuas” criadas por Prazeres de maneira lúdica e singela, a agremiação da Baixada apresenta o enredo “Mojú, Magé, Mojúbà – Sinfonias e batuques”.

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Foto: Setor 1

“Mojú, Magé, Mojúbà - Sinfonias e batuques”


Autores:

G.R.E.S. Inocentes de Belford Roxo Sábado, 10 de fevereiro Concentração: Balança 6ª a desfilar Entre 1h45 e 2h35

Endereço da quadra:

Av. Boulevard, 1.741, Parque São Vicente Belford Roxo Fundação:

11 de julho de 1993 Cores:

azul, vermelho e branco Presidente:

Reginaldo Gomes Carnavalesco:

Wagner Gonçalves Diretor de carnaval:

Saulo Tinoco

Diretores de harmonia:

Luiz Carlos Amâncio, Marcos Jansen e Maurício Carim Mestre de bateria:

Washington Paz

Rainha de bateria:

Denise Dias

Mestre-sala e porta-bandeira:

Peixinho e Jaçanã

Coreógrafo da comissão de frente:

Patrick Carvalho

Cláudio Russo e André Diniz Intérpretes:

Anderson Paz e Ricardinho Guimarães Um batuque africano me chamou A pintura fez da tela, seu lugar Os prazeres vão se refletir Nas histórias que eu vou contar Sai o trem da estação, pra trilhar esta canção Moju, Magé, Mojúbá! Luz dos olhos de Olodumare em cada amanhecer Toca o atabaque, onde a África aportou Clamando por piedade Toca o atabaque, onde a lágrima aportou Maria Conga ergueu a liberdade Benta água, ritos tão divinos Sentimentos cristalinos Pureza a pé, procissão Se a festa é de Pedro, não demora Nossa fé, senhora, desta oração! A tribo que chegou aqui primeiro Deu o nome feiticeiro às entranhas desse chão Auê, auê na riqueza da pingueira Pra escorrer a doçura brasileira Caminho do nobre metal Pavio de fogo e fé Da luta contra o Marechal Aos dribles na vida, Mané Folia de todos os reis E o samba desabrochando em flor Nas cores do pintor

Alas:

18

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

Querem pemba, querem guia Querem figa de Guiné Axé, Magé! Sinfonia de tambores Hoje a gira vai girar Ê mojúbá, ê mojúbá

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A Unidos de Padre Miguel acredita que a escola de samba é veículo de conhecimento, “mensageira de verdades sobre o Brasil”, como diria Joãosinho Trinta. Assim, a agremiação traz para a Sapucaí um tema absolutamente nacional, contado sob a ótica dos povos residentes à beira do Rio Amazonas e seus afluentes. Entender a Amazônia é entender o Brasil. É geografia do mais puro sublime e esplendor. Mais que reservatório de biomas naturais, a Amazônia é também um imenso arcabouço de lendas. A partir de uma passagem do escritor manauara Milton Hatoum, a agremiação convida a todos a beber das águas do Rio Amazonas, onde repousa o mito do Eldorado. A ordem para entrar nesse reino misterioso vem do Pajé, o único com poder de transitar pelas funduras do rio, entre os encantados, durante os rituais. Vale ressaltar a figura do índio como portador de uma sabedoria ancestral e necessária para a preservação da cultura local. E com a cultura ribeirinha e, ainda, a festa do Boi-Bumbá, que resgata a memória do folclore, a vermelha e branca da Zona Oeste traz “O Eldorado submerso: delírio Tupi-Parintintin”. Tudo para que, em uma liberdade lírica e poética, mito e realidade se entrelacem para, ao final, todos encontrem razões para viver melhor nessa grande aldeia chamada Brasil.

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Foto: Setor 1

“O Eldorado submerso: delírio Tupi-Parintintin”


Autores:

G.R.E.S. Unidos de Padre Miguel Sábado, 10 de fevereiro Concentração: Correios 7ª a desfilar Entre 2h30 e 3h30

Cláudio Russo, Xande de Pilares, W. Corrêa, Ribeirinho, Alan Santos, Toninho do Trayler, Carlinhos do Mercadinho, Cabeça do Ajax e Jefinho Rodrigues Intérprete:

Pixulé

Endereço da quadra:

Rua Mesquita, 8, Padre Miguel Fundação:

12 de novembro de 1957 Cores:

vermelho e branco Presidente:

Lenilson Leal Carnavalesco:

João Vitor Araújo Diretores de carnaval:

Cícero Costa e Nana Costa Diretor de harmonia:

Décio Bastos

Mestre de bateria:

Dinho

Rainha de bateria:

Alice Alves

Mestre-sala e porta-bandeira:

Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira Coreógrafo da comissão de frente:

David Lima Alas:

21

Carros alegóricos:

4

Classificação em 2017:

O dia vai raiar A Unidos vem contar que, ouvindo o chamado do pajé Saí do beiradão entre o real e a ilusão Pra mergulhar nas águas do igarapé Senti quando vi macucauá O desejo de brilhar, feito a luz das Três Marias Senhor, me responda o que preciso entender? Irmão, há um mistério que habita cada ser! Você renasceu com a missão de se encontrar No abraço da fera encantada Aquela que guarda o fogo no olhar Clareou Cidade Dourada No fundo das águas a encantaria O Amazonas tem na alma a criação O começo e a razão delirantes de magia Oh Yara! Oh Yara! Na correnteza, o sol e a lua vêm bailar Oh Yara! Oh Yara! Em seu castelo enfeitiçado ouvi cantar Índio tupari prendeu Naoretá Ao ver Mapuí, lembrei de voltar Meu boi-bumbá, a pajelança dos parintintins No festival de canto e dança ancestral tupi Misturo encarnado e anil Ecoa toada no samba Auê Brasil! Passista de cunhã-poranga No Eldorado eu sou guerreiro parintin A vida caprichou, se garantiu em mim Beijando o rio-mar, a noite tece o véu Pro Boi Vermelho de Padre Miguel

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SAUDADE SAUDADE FEZ FEZ UM UM SAMBA SAMBA EM EM SEU SEU LUGAR... LUGAR... O Carnaval de 2018 está chegando e, nele, sentiremos a falta de grandes personagens da folia que nos deixaram antes da batucada recomeçar. Ficam a saudade extrema e as lembranças de momentos inesquecíveis.

JUNINHO TITITI | Comunicador Comunicador de sucesso, Juninho Tititi era apaixonado pelo Carnaval carioca. Sempre alegre, o incansável repórter percorria as quadras das escolas de samba com o mesmo vigor que transmitia aos ouvintes da Rádio Manchete. Juninho, que cobriu os desfiles da Série A entre 2013 e 2016, morreu em março do ano passado.

LIZA CARIOCA | Radialista Liza Carioca era muito mais do que uma radialista de Carnaval. A abreviatura ficava apenas no codinome, já que Elizabeth Ferreira Jofre encantava todos com que convivia com uma simpatia gigante e uma animação inabalável. Ao lado do marido, Paulinho Carioca, era presença sempre certa em todas as atividades que envolviam o ritmo do samba na Rádio Ação FM. Liza morreu em março do ano passado por complicações após um acidente nos desfiles do Grupo Especial.

ALMIR GUINETO | Músico Cria do Morro do Salgueiro, Almir Guineto passou toda a vida convivendo com o samba. Não demorou muito e virou músico, inovando ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. Dos Originais do Samba ao Fundo de Quintal, até fazer carreira solo, marcou o nome na história da música brasileira com canções como “Caxambu” e “Conselho”. O artista morreu em maio do ano passado em decorrência de complicações por problemas renais e diabetes.

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WILSON DAS NEVES | Percussionista “Ô sorte” de quem pôde conviver com um músico do calibre de Wilson das Neves. Apontado como um dos maiores percussionistas do Brasil, tocou com artistas como Chico Buarque, Roberto Carlos, Elza Soares e Elis Regina. O talento era tanto que, aos 60 anos, resolveu estrear como cantor, lançando o elogiado disco “O som sagrado de Wilson das Neves”. Apaixonado pelo Carnaval e, principalmente pelo Império Serrano, deixou saudades em agosto do ano passado, após uma árdua luta contra um câncer.

LUIZ MELODIA | Cantor e compositor Nascido e criado no Morro do São Carlos, Luiz Melodia era um sujeito que não se deixou vislumbrar com a fama. Sempre com a mesma humildade, fazia questão de frequentar o mesmo bar e conversar com os amigos no Largo do Estácio. Apaixonado pelo Vasco e pela Estácio de Sá, fez bastante sucesso com hits como “Pérola Negra” e “Estácio Holly Estácio”. Luiz Carlos dos Santos, o Luiz Melodia, morreu em agosto do ano passado, vítima de câncer.

MARCIO DAS CAMISAS | Compositor Marcio Antonio de Melo era figura marcante nas disputas de samba-enredo da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio. Compositor de sucesso, venceu mais de 20 concursos, entre eles o de 2007, quando a escola foi vice-campeã do Grupo Especial, e o de 2016, o último assinado pelo artista. Marcio morreu em setembro do ano passado, após um acidente doméstico.

BARBEIRINHO | Compositor Quem nunca cantou a música “Caviar”, sucesso na voz de Zeca Pagodinho e “Sequestraram minha sogra”, eternizada por Bezerra da Silva? Ambos os clássicos foram criados por Barbeirinho, que também percorria diversas agremiações com obras para concursos de sambas de enredo. Recentemente, havia assumido o desafio de sentar na cadeira de presidente do G.R.E.S. Unidos do Jacarezinho, uma das maiores paixões da vida do poeta. Carlos Roberto Ferreira César morreu em dezembro do ano passado.

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Fotos: Divulgação/Riotur

LIERJ

SÉRIE A

Local: SAMBÓDROMO

SEXTA-FEIRA - 9/2 22h30 - Unidos de Bangu Entre 23h15 e 23h25 - Império da Tijuca Entre 0h e 0h20 - Sossego Entre 0h45 e 1h15 - Porto da Pedra Entre 1h30 e 2h10 - Renascer de Jacarepaguá Entre 2h15 e 3h05 - Estácio de Sá

SÁBADO - 10/2 22h - Alegria da Zona Sul Entre 22h45 e 22h55 - Santa Cruz Entre 23h30 e 23h50 - Viradouro Entre 0h15 e 0h45 - Rocinha Entre 1h e 1h40 - Cubango Entre 1h45 e 2h35 - Inocentes de Belford Roxo Entre 2h30 e 3h30 - Unidos de Padre Miguel

DOMINGO - 11/2 21h15 - Império Serrano Entre 22h20 e 22h30 - São Clemente Entre 23h25 e 23h45 - Vila Isabel Entre 0h30 e 1h - Paraíso do Tuiuti Entre 1h35 e 2h15 - Grande Rio Entre 2h40 e 3h30 - Mangueira Entre 3h45 e 4h45 - Mocidade

SEGUNDA-FEIRA - 12/2 21h15 - Unidos da Tijuca Entre 22h20 e 22h30 - Portela Entre 23h25 e 23h45 - União da Ilha Entre 0h30 e 1h - Salgueiro Entre 1h35 e 2h15 - Imperatriz Leopoldinense Entre 2h40 e 3h30 - Beija-Flor

1- Tijuquinha do Borel 2 – Golfinhos do Rio de Janeiro 3 – Inocentes da Caprichosos 4 – Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy 5 – Miúda da Cabuçu 6 – Nova Geração do Estácio de Sá 7 – Pimpolhos da Grande Rio 8 – Filhos da Águi

9 – Império do Futuro 10 – Aprendizes do Salgueiro 11 – Estrelinha da Mocidade 12 – Corações Unidos do Ciep 13 – Herdeiros da Vila 14 – Petizes da Penha 15 – Infantes do Lins 16 – Mangueira do Amanhã

•LIESA•

GRUPO

ESPECIAL

Local: SAMBÓDROMO

•AESM-RIO•

ESCOLAS

MIRINS

Local: SAMBÓDROMO

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TERÇA-FEIRA 13/2 A partir das 18h



CAMPEÃ

VICE-CAMPEÃ

3ª COLOCADA

2017 Império Serrano

Viradouro

Estácio de Sá

2016 Paraíso do Tuiuti

Unidos de Padre Miguel

Viradouro

2015 Estácio de Sá

Unidos de Padre Miguel

Império Serrano

2014 Viradouro

Estácio de Sá

Unidos de Padre Miguel

Império da Tijuca

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Viradouro

Império Serrano

Foto: Setor 1

2013


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