Revista Samba e Cultura n° 0

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ESCOLAS DE

Oft GO • AND I - N.o 0 • 1968


Samba e Cultura Orgao oflelal da Assoeia~ao das Escolas de Samba da Guanabara _ Rua Joaqulm Palhares, n,o 282 _ Elaborado pela assessoria da Presidencia.

I

Editor - Romao de Lima Secretario - Arnalda Pederneiras Arte - Milton D'Avila - An toni o Barroso. Rcdatores Sergio Cabral - Aroldo Bonifacio - Marco Aurelio - Antonio Barroso - Hamao de Lima - Darcy Teddio A rnalJo Pederneira Hit'an Araujo - Antonio Lemos - Paulo Francisco - Jose Leite - 'Valcir Araujo - Jose Carlos.

Expediente

I

nossa

cap a

.Toq~(' do Pandeiro _ Assim era conhecido pOI' tel' sido t>xJmio llandcil'j1';ta. }1'l'C(liicntava indistintamcnte to(ln~ as "Flscolas" semI"'''' animando 0 salnba com 0 s('u famoso

Jlandeil'o. OesfiJanl S('ntlll'C vela :MangueiJ'3, tendo dN.;fi¡

lado ultimamente pela Vila Isabel. Um ('nfartr do )liociil'dio vel0 roub{i-Io do nosso convhio, deh:alldo os :-;ambi .. ta .. cia Guanabara h'istes c saudosos. Samba c CuUul'a ])1't'sta-Ihe I)Ol'tanto umn justa homcnagrm.


CRER NO

SAMBA "Samba e t.:ultul'a {i 0 }ll'odU10 do esfOl'~o de lim grullo de colahoradon's <la atllal adlllinistr.u;iio da AESEG, que aCI'('ditam no ~amha como arte, como culhll'a, e nao como llIel'O ('utl'ctenillll'nto pOllul:11' (Im'ante os fcstejos da maior fC"sta populal' da Guanau:.l1'a - 0 Ci\RNAVAL.

Dcnft'o da })(,I'spect il'"il da atnal dil'etoria (Ie dinamtzm' a uossa associa~ao. bascada no potencial 31'listico lIo samba f que sentimos a necessidade (1e crial' um orgao qu(' pudf'sSC <lil' ulgal' as atividades, durante to(]o 0 ano, lliio !';O da associa~ao lIIas lll'i ncipalm ente das Escolns d(' Samba. Asshn c que m en salmcnte estal'cmos Jevando aos S<UII· IJlstas c aficioll ~ dos do samba nUl noticial'io complcto d('s· sas ntividadrs, as nOSSaS dificphlades, 0 equHcionalllcnto do~ nO!i:SOS IH'oblcrnas, a defesa da nossas teses scja 110 S('tOI' aJ'tfstico-cultul'aI, seja no set or adruinistl':lti\'o. Pat'a Isso contamos COlli a colabol'a~ao de "al'jos cl'011ista8 do samba, quc lIii lllUitO tempo vem 110S ajudando a eli. , 'ulgal', (lenh'o de suas possibilidades, 0 (lia-a·dia do samba, <'m nosso Estado,

J.; importante para n6s a ajuda e tambem a cl'itien de 0 seu estimulo, scm a sua cl'itica constl'llti\'a SCl'a lllUitO mais difieil para n6s l'caliZ<'u'lHoS ;1 tm'cia a que nos Jll'oJlusemos, Prestigiando liSa mba e Cultut'u" , 'oee, eOlllpanlicil'o sambista etsara, em ultima analise, [H'cstigiando 0 l)('OPl'io samba, a sua associa~ao, a sua escolu, E daro lIue no inicio tudo c dificil, milS IH'ccisa\'amos comec;ul'. liSa mba e Cultul'a" ai ('sta, demos 0 melhor que havJa em nos c cada mcs aCl'edilamos podel' chcgal' a sua casa, islo e a sua ('scola, :1 altum do que cia merCce. calla uma dm; <'seotas l)ols quc scm

o

Editor.


SUBVEN COES An toni o Lemos ESTA mais do que provado, ser humanamente impassive! as cscolas de samba permanecerem recebendo, com 0 costumeiro e irritante at1'350, as s ubven~6es que Ihes sao destin adas. Alem da importtmcia incgavelm ente irris6ria para faz cl' face a uma serie de despesas, as agremia\,ocs ate agora, n ao encontl'aram aquelc espirito de colabora<:ao e compreensao pOI" parte das 3utol'idades que 56 sahem dizer, sem provar com atas, que sao amigas dos sa mbistas e de suas entidades.

E diricil compreencleJ' cste grau de amizade, quando, uma prova concreta cia mesma nunea ~ mosil'ada . o que temos obseryaclo, C 0 "correcorre" constantc e continuado dos clil'igcnlcs das escolas de sa mba, as vesperas do Carnaval, para recchcr 0 que c devido as agremi ac;ues. E tempo de acabar com 0 problema c dar maior tru:1.qiiilic1ade as cnlic1ac1es que sao as maiores rcsponsav eis pelo hri· ]hantismo de uma festividadc que atl'ai tUl'istas e al'rccada incalculavcis fOl'tuna s para as eofres (10 E stac1o . Tambem, para os cofres de firma s particulares que exploram a venda dos ingressos nas famosas al'quibancaclas. Jei Que 0 E stac10 eneontl'a dificulclades para aumental' as s llb ven~6es seria de born alvitl'e que, a cxplora· Gao das al'quibancaclas ficasse a cargo da Secreta ria de Turismo, com a com· promisso de 40% da renda bruta arre· eadada, se r destinada aos donas do espetaculo, para uma clivisao eq uitativa. Isso, em parte, sol ucionaria muitos problemas .

Outra medida urgentissima que nao pode deixar de ser adotada pelos homens que ex igem tudo do saloba c po ueD lh e ofer ece, e qu e as subven(,oes ja aprovadas, sejam pagas no

mai ;:; tardar, at~ novemhro de cada ano. Como esUl, nao deve continual'. Pagar as sll bven~6 es na scxta-feira que antecede 0 period o carnavalesco, e cleboche. Fclizmcnte, 0 sa mbista e homem de brio que nao se dei xa aba tel'. Aceita tudo com passiv'1dade . l sso confunrlc muita gente. Principal. m cnte as toridades que vern na resig na ~ao do sa mbis la, urn conform ismo de quem aceita 0 que Ihe e de direito, como grande favor. A mentalidade do sa mhi sta ja esta mudando. Tnfelizmcnte, a clas autoridades continua a mesma. Do cantrario, j:1 tel'iam acabado com as atrasos que todos os anos ocorrem. Ja teriam pen· sado que, uma escola de samba do Grupo T, n50 mais pode liquidar seu s romprom issos com apenas NCr$ 10 mil. E inteiramentc impossIve] , uma do. Grupo II, suportar suas despesas com NCr$ 6 mil e do Grupo TIl colocal' carnaval bonito na r u u, percebendo apenae::; NCr$ 1. mil. T ais cirras, alhaclas do alto, sem a profundicIade que 0 caso rcqucr. pareeem fortuna :;, para quem conhece 0 sa mba apenas ric ollvir dizcr. Mas, na verdade, tais imporUincias nao passam <.Ie misera esmola.

o Carnaval cIa divisas - dinhciro - ao E stado . POl'que en tao, as autori rtad es nao dao um POllCO mais para quem e responsavel POl' 60% lias arrecarla<;ues? Onde est:1o as deputados que nos dias que anteeedem as elei· (,Des visitam as quadras pl'ometendo ajudar as escolas de samba? 0 que c fcito dos homens da Secrelaria de Turismo, que promctem estudar com c31'inho 0 problema subveni,;ao e esquecem da promessa? o sa m ba nao pede muito. Quer, apcnas receber 0 suficiente. Em tern· po, scm atl'aso e sem implorar.


LEI

DO SILENCIO

F,stUUI'OU como lIlIIa H ' I'(ja(leira bomha a noHcia lie unta lei, )'('c(om ap l'o nlda }lela fh ;s(' mbl(>ia J.JegblatiY<l, l'cguJallH'ntancl0 a intensidad e d e l'ufd os eltl Indo 0 B:-otado. A IH'C'sidcncia da Associ<u;£io ao tomm' co nh C'ci· menlo do trxt o l eg;If, w'!'ificou qu e sl't'ln impo s ~i"('1 Cl ,'C'a liz..'l(; ao de Cal" 11:1\"<11 SC 11111:1 fll' oyjti i'ncia n:io fO ss£' tomalla pnl'a )'cpal':tt;fio de UIII 1<11):0;0 dos J l'g i!'Olafl ol'('~, tim' Sl' lll Sf' ~pel'Cl'lH'l'c m acab::tl'am COlli 0 Siihado de Ca l" HaYa l C' OS !)I 'cJlill'ath'os rlas l'1l1iclarl("s C'<ll'nava l cscas, tl1'incipalml'ut e os C' ll s ai os tlas l;:~ (' o !a s d t' Samba , Binnie dbs o, 0 l~l' csiden l e A lI st('clinio, ('n· tl'OU (' III NmtalO CUIlI 0 nC'!Hltado C'at' \'alho Ncto, autol' fla Lei, Deputaflo lA'vi X ('\'l'S, SI'(,l'f'tal'io ti t' TlII'islIIO, UeputaeJo f\ lIlal'a1 P eixoto, Sf'CI'f't;'uoio Scm Past .. , Gon'I'na(I(II' Xf'gTao d e I lima, os qnai s conCO I'(];-ll'.. m SCI' nec cs,.. ;.i l'io lima 1)I'o\' idi'; n('ia rtu l':tnle ;: l'rgll lalllcnfa<,':1u tIa l'r fc l'l da Ll'i, pam (jU l ' o S:lIl1ua Jludf' ssf' cOlllinuat· a hl'ilhal' tlunl n tc 0 Ca l'n:!":ll Cal'i o{'a, 1l0 ~to (IIIP , 0 T1lf'SmO, l- IIllla clas 1Haiol'f'~ fonlf'S do tlll'i~1110 interno e exler'no df'ntt'o d o 1I 0SS0 Bstado. :\Ii:i s, 0 U e ptttado f\ 1I1[11·... 1 I~ c ixoto f o i inci~ i\' o : HPodf'1H £1(':11' (1':tlHliiilos, qUf' 0 PJ'OUl l'lll:t ~f'ni. ~ tl" e l'ado. Niio Jlodf'lIloS aea· bal' CO lli a IIU1 io l' I'ontc de tUl'b$III() q u e poss uim os. Al.;nt (lisso, Cl1 so u UIII gl':-lllc1 c a lll'eciadol' do Samba". -Pa c;Jo'a lio 0 !'<> lI ~tO. :\us tecliniu " o lton as s na s ati\'idadf':-; nOI'lllais, Cl' l·to do dcver c UIllPrido ltollla v (Ie Lima

UNIFICACAO

de que ciirctol'cs de escolas de samba ou de enlidade que as congreg:am nao furam tratados de maneira conve· niente quando, buscando solw;6es para problemas alinentes do samba, .iunto aos 61'gaos estad uais competenteg.

Hal 'vId o Bonifacio

Unificar 0 samba para torna·lo forte e merccedor do respeito qu e sempre mereceu e que jamais teve, e a principal meta dos homcns Que atualmnle estao a frente da Associa· t;aO das E 5colas de Samba do Es tado da Cuanabara, E os trabalhos iniciais nesse sentido estao sendo des en· volvidos, permitindo aos sambistas a antevhiao de que esse velho sonho sera concretizado muito breve, para gaudio das escolas e seus admirado· res. Com 0 samba unificado, e certo que nao volta rem os aver seus homens postergados as longus esperas na POl" ta do ga binetc de determinadas auto· delades como vinha ocorrendo e tarnb~m nao mais teremos con hecimento

Tamnem as divcrgcncias entre as proprios samhistas deixarao de cxistil', 0 mcsmo oCOlTendo com a vaiclade de alguns poucos sambistas que ainda nao ricspertaram para a realidade e julg:~\m que 0 samba seja 0 mcsmo (la rl.-!cada de 40, quando seus hornens, nao compreendcndo 0 valor que pos· slliam, deixa varn·se manobrar pelos que apenac; viam nas escolas, urn meio clC' aufer ir lucros faceis. A unifica· eao trara. ainda, para 0 samba, numel'osas outras vantagens que, ex igi.iidade ric espaC;o n50 nos permite inumerar, mas que os verdadeiros samhistas nao ignoram . E, compreedcndo isso, os hornens que aqora estao na cupula do samba, nao tern mcdido estor~os para atingir a meta cIa tao almejacIa unificat;ao pois acreciitam que s6 ass im poc1er50 legar aos sucessores, urn trabalho eligno de admira~ao,


estorias do sanlba o

l'npaz

~lol'l'o

de

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:llanguc it'a

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~uhiu

dOl' fln ,ute de calltm' 0 samba, ulIla

0

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lwh'za de arUsta.

Ca l'tola. -

-

Vim compl'al'

0

St' ll

sa mba,

eudola lIao ClltClldc lI. Compl'al' sa mba Ill'a que? Nao JlodC'l'ia ('ut('nc]f'l'

Qlc

(. ('11 dOli

qUCl' compl'at· 0

quanta "oee

se u sa mha

qnise1',

('al'tola, en tao, c(, l'to de que

0

Ma·

do R eis ('1'3 nm otal'io, que daya di· nheil'o a qualqucl' nlll, nao bobeou.

como .; que aJgu6m po(leria in-

tCl't'SSal'-se pOl' nm samba fins outI'O~. Ainda mais aqucic, loito para 0 I)CS~oal fla )Iangneira cantal', scm 0 JIl(,.

-

Esl{l hem.

I~c\'a 0

samba p

cem mil I'cjs.

nOI" interesse comel'cia1.

-

Celli mil I'cis C lIIuito pUlIeo,

En yim em 11onu' do )lario R e is, aquclc cantor, voce conhccc?

1)011 t l'C'zcntos.

Cm'tola ja tinha Olnido falal' n81(', o grande ('antol' (10 J'ii.(lio, I'('formula'

o ingfonuo Cal'tola fot sabel' que samoa tambcm da dinhC'iI'o. E ficou tau

S6 dCllOis do mnito tC'1II(10 C que

ENCONTRO

DE

CULT

\ 'oce C 11m hOlJlClll contctHporfineo: Ie seu jOl'Ilal c s ua I'c\'ista, 011\'0 l'iC'U l'lidio de pilhas, assbte tclc\'isao, "eli ao

cinema e ao tl'atro, nao pel'cle 11m jogo de seu clube tll'Crc!'ido, gosta do sumba, fl'cqiicnta SUtt Escola de Samba .. , Voce, em sum", lJal'ticipa (Ie um fcnolllcno 1>1'61>1'io do sf· c1IIo XX - A CUJ,TURA DE MASSA -

l ue forja se ~ ,c:.aniter, seu, ponto de vista sua 0pImao, seu UnI verso cui, tural. A cultura de massa-massa media 13, pOl·tanto, urn fato da mais alta importancia e que nem sempre vern governado "pela policia do gusto, a hierarquia do belo, a alfandega da crftica estetica". EsUi ligacla ao mercado, 6 urn comercio, 0 con ~ urnidor - voc~ - recebe com frequencia 0 mau gosto e a deformac,;ao tao bern represen tad os pelas tele-novelas, revistas de hist6rias em quadrinho e foto-novelas, etc, etc. Para Edgar Morin esta nova fo rma de transmissao de conhecimentos pode ser consideraua como uma terceira forma de cuItura, tao importante com as chamarlas culturas classicas, Poi pensando em tudo isto, na imporUincia deste fenomeno, que a Se-

cretaria de Educa{,'ao e Cultura promovcu 0 1 ENCONTRO DE CULTURA DA GUANABARA - uma tenlativa ue levan tar e, a seguir ordenar, todos os probl emas relacionados com 0 movimento artfstico e cultural do Estado, desenvolvendo urn vasto lJl"ograma aue permita lcvar a arte ao alca nce de loda a popula~ao carioca - tao li vre quanto possivel das ana· malias do mercado. 0 ENCONTRO, executa do pelo Departamento Cultural da Secretaria, teve lugal' no Palacio Tiradentes, entre os elias 16 e ]9 de maio e abrangeu palestras so· bl'e variados assuntos como Jornais e Revistas. Cinema e Teatro, Musica Popular e Musica Erudita, Radio e Televisao, Galerias de Arte, Museus Hist6ricos e Arquivos na Guanabara, etc,


.sa ti sfeilo ([UC y e nll en outros, nm dos Iluais r IC' "C'udru a mthica para lllll

(' c mpl'C'stoll a letra para oull'o. B.caIlUrutC', quando as c~co la s dC' sa mba snl'g iralll, apal'eceu uma gC'I'a(,.'~io d e CO IllI'OSit01't~S fabulosos como Cartola que nao sa biam qu e samba t.ulIlH.! m da\'a llinheiro. E qUI', lJa(JtH'1a 1~J)oca, pot' coinci<1cncia, 0 ),{tdio ga nhaya gt'andC' impulso c a s gl'ava<lol'as tl eixa\'i:t m d e a<1otal' 0 s is tC'll1a

1II('('a llico (lc gl'Cl\'arots,

pa ssando a

utilizal'-sc d o s ist('ma rlcti'ico, au· mcnlando a IH'o(1urao e 0 COnSll1l10 ,

no~ mOtTOS c nos ~nbu l'bi os Yhiam ('OIll IlO:o.: ito l'('1'1 d e gl'audc lalento, Jla ~­ sa l'am '-l. Pl'ocut'll·loR ('Ill hu sca de samba pal'a gl'anu '. ~t\Jg-un s se cout(,lIla"am ('til cnt,'a l' u a pal'cC'I' ia , o uit'os coml"',I\'a m C ou11'0s, fillalmcntc, :1JlI'Olu'i:nram-sc da obl'a do compositor humild c scm a mellOl' C('I' illl o nia.

Pl'illlf'i sco .4. I\' cs, 0 gl'1W d c Chico Viola, foi IUU dCies. Vi"Cll muito tl'mpo as ('ustas dos sambas dos compos it Ol'C1'1 do .l!;slftcio d e Sft, Alcf'hfad es Jlal'('C')oS, 0 Bide, Ismael Siha c ~ ilton Bastos.

Os ('antores d e I'tiflio, sabC' ndo qu e

Sergio Cabral

URA

DA

GUANABARA

lIb'an Araujo

Amparadas na imporltmcia e valor que represent am para a cultura e arte no Estarlo, as Escolas de sam· ba, tambem estiveram presentes ao ENCONTRO, pel a inscriGao no tema ~lDSICA

POPULAR -

urn trabalho

do Departamento Cultural ria Escola de Samha I MPERATniZ Leopoldi-

nense, Neste ensaio foi feito urn Ie· vantamento historico (las E scolas de Samba, desde as origens ate a presente data enfatisanclo a influencia da civi· lila~iio sabre a falclare (sincretismo cultul'a popular·cultura erudita) e a preduminancia de um comportamen· to socialogico que 0 autor chama de DESCAMINHOS, caracterizado pelo al'tificialismo, indivillualismo e profl ssiunali smo, Conclui, finalmente, pela ause1!cia ae 1nfra-estr utura, que possa RUp JI'tar a alual apresentac;ao c1as Escolas de Samba, no crescen te esquema LUXQ·RIQUEZA, As op«;6es,

t6das de l)ases mercantilistas, sao in· capazes de manter esUiveis e penna· nentes, a maL" importante cria~ao de cultura capaz de comunicar-se e sel' consumida pela emocionalidade colc· tiva populaJ', Clamando pela necessi· clade de se romper a eslreiteza c ex· clusivismo comel'cialista, foi demon!:)trado a necessidade de se desenvolver novos temas, novas fabula~6e s, enclausul'adas pelo circulo de ferro do atua l estaJio. Aehando possivel a eorre<;ao d03 erros acumulados, foi apontacla uma sel'ie de medidas capazes de permitir urn desenvolvimento harmo· nico e justa das Escolas dc Samba, Estiveram presentes, alem do relator do t rabalho, os srs, l\Iarco AurClio, Amauri Jurio, Jorge Garrido e Arnaldo Pedel'l1icl'a, todos alivos parlicipantes de Escolas de Samba. Agradecemos ~ com preen sao e paeiencia que !ivel'.'1ll1 conosco as 51'S , Sergio Cabral, ll!nal' de Carvalho e Ricardo Cravo AH,in. Agradecemos, tambem, aos srs, V:cente Barreto e Thier Martins Moreira pelo cavalhel'ismo e visao demoIlstrados, quando aceitaram, sem erial' obstaculos, nossa participa~ao,


NOVA

DIRETORIA Arnaldo Pcdcrncil'as

No dia 13 de maio (1e 19GB, foi empossada a nova diretoria da Assacia~ao das E scolas de Samba do Estado da Guanabara. o Samba deposita grandes esperan<;as nos no vos companheiros que assu miram a

dirc~5.o

de sua Entida-

de, Entidade esta, que reline mais de 15 mil artistas populares. Os atuais diretores pelo sell passada, un s mais anligos, Qutros mais recentes, mas todos com bons servi<;08 prestado ao Samba, se contarem com 0 apoio das E scolas, nao tenhamos duvida de que as Posicoes lomadas daqui paradiante serao irreversiveis. Entretanto para alcan<;ar alguns de sell S objeUvos - subven<;ao condigna e no prazo, horario de ensaios, regulamenta<;ao do Carnaval, Sedc Pr6ria elc., tornamos a frizar !laO sera possivel, se outra mentalidade nao f6r implantada na A. E'. S. G. As E scolas devem ter em mente que, a medida em que apoiam a Asso-

ciac;ao, elas se fortalecem. As EseoJas tern 0 dever e obrigac;50 de en viaI' como Represcntante 0 seu componente mais esclarecido e combativo c consciente Que de sua atuac;ao, 0 Samba se fortalece ou enfraqu€ce. o Samba cntrou em fase adulta, ja com preen de sua f6rc;a, e pOl' isso mesmo nao pode mais ficar amerce de interesses estranh os. Sua partici· pa~ao em t6da as atividades do Estado auer, artlstica, econ6mica e turfstica -6 uma realidacte, e portanto como tal tern que ser encarado, e nao tutelarIo e marginalizado como vern aeon· tecendo. Esta nas maos das Escolas a efici€mcia dos trabalhos dos cornpanheiros oue no din 13 de maio de 1968, assuriliram peratne Representantes do Governo do Estado, de Entidades de Classes e Culturais, jornalistas e radialistas, e de tacIns as Escolas de Samba, 0 comando cIa Associac;ao das E scolas <Ie Samba do E staclo da Guanabara.

MUSIKA Discos Nacionais e Estrangeiros Compactos Simples e Duplos Long

Playings

E os SAMBAS ENREDOS das 10 mals de 1968. Av. Copacabana, 308-A

Fone

37-0888


Con fund indo poder aquisitivo com capacidade de comunicac;ao, 0 menino Nelson M0tta frisa a importfrncia de cerLas figuras da musica popular de hoje pelo numero de discos que yen· dem, esquecido que na maioria da's casas do povo - eu disse POVO, nao classe media: leia'se, pequena burgue· sia - nao ha dinheiro para 0 feijao e a carne, muito menos para a com· pl'a de discos ,

UM BURGUES

E

o SAMBA l\Inurco AIIl'clio Gui null'a cs

Eis que de umo hora para outra o samba volta a berlinda. Nao para ser elogiado, que arinal de contas 0 samba tcm 0 couro duro, agUcnta muita pancadaria. Nao e qualquer bossa-nova, que apesar de sempre e conlinuadamente incensada, continua tao ignorada hoje quanta como surgiu - dizem os enlendidos idos de 1958.

hi. pelo..;

Como certos coleguinhas de I mprensa, ditos entendidos em musica populat', tern que falar de mlisica, nu falta de assunto e para evitar falal' em defunto, danaram a malhar 0 samba, seiva que tern nutrido a pretensao de quantos al'ranjam um cspa~o em jornal para deital' uma sapienCia - propala,da POl' amigos e qucjan ctos que estao muito longe de possuil-. Assistimos aD debate sobre musi· ca popular do I Encontro de Cultura dn Guanabara. Ouvimos atentamente a tese (Sic) de Nelson Motta e poucas vezes virnos tanta besteira junta, o menino - tern apenas 19 anos, do alto de sua muito festejada e promo· vida meninice, tranqiiilamente ignora Noel Ros<l, Dorival Cairny, Ari nar· roso, Gel'aldo Pereira - sambista au· t~ntico e parte s ua analise do ano de 1958, iustamente quando a anti· morta bossa-nova apareceu ,

Nao satisfeito com sua tese (sic), Nelson Mota passou a atacar 0 sam· ba em sua col una diaria, a exigir, sem cxplicar como, uma renovac;ao total em sua estrutura. E nn defesa da mutlanc;a que prega, afirma que "exi· gil' que 0 Samba nao mude e conde· na·lo, a morte como expressao artis· tica, e destina·lo as prateleiras dos museus", Nem tanto, menino, Afinal de contas, Ari Coruovil, JameW.o, AbI· lio Martins e muitos outros qu e ape· nas cantam samba continuam a ven· del' seus discos, a viver do samba , Equal cantora da bossa·nova tern no l1msil 0 cartaz de Elza Soares? Mas 0 Nelson Mota e bem um exempla tipico da grande maioria dos que se dizem entendidos em musica popular, Lembra urn certo inimigo do samba, ja falecido, que numa co· luna dita de musica popular, s6 exal· lava 0 jazz - e 0 tal problema da aJiena~50 pequeno burguesa, a vel" gonha das coisas nossas, caracteristi· ca pl'imeira do subdesenvolvido que conhece outras terms e costumes,

°

coleguinha Nelson Mota que, entra dia, sai dia, em sua coluna se mete a con selheiro do samba, deve· ria antes de mais nada procUt'ar estu· dar ao menas aquila que ele exige so· Cra radicais mudan~as , Pois afinal de contas n50 sam os surdos e, diante de inumeras testemunhas, 0 Nelson nQs confcssou que "nada entende de esco· las de samba", Ou scra que eu pre· ciso dizer aqui ao Nelson que as es· colas fazem e can tam SAMBA? Se €le confessa nada saber da unica rna· tri? valida do samba, como se mete a aconselhar, a doutrinar, a borboletear sobre 0 samba? :E a subdesenvolvi· mento burgues na sua expressao mais lidima, Anti povo POl' excel~ncia,


(.: com imf'nso JlI'azel' que cOllsta· tamos 0 sucesso tlos Compo~ilol'('s dt' F.~culas (lc Samba na I Bienni do Sam· ba, Cal'toIa, Elton :M{'dcil'o~, Pa uJi· nho da Viola e Sinval Silva, entre out1'Ol', hOllral'am, sobl'ema n eil''', a tl'H' di<:ao musicn) (los 1II00'I'OS cariocas.

•••

sambamba Al'naldo

PCc1CI'IH'iI'a~,

l'celeito pre-

ji:; id clltc l]a Escola de Samba Impel'io

<la Tijuca, tomon posse em f('sta rea· 1izada no Gl'cmio Cultural e Rl'cl'cutiYO do TAPI dn Penha. Al'na1<1o pl'C' tend€' reconduzil' sna ('scola para 0 gl'lI})O c1a Pl'csidcnle VcH'gas.

• •• POI' falal' em Imperio da 'l'ijuc:I, (,s1a ('sco!a })l'og l 'atn a JI'Ionunu'lltais fest:ls jllninas corn a colabot'a('ao do .l!:I'UJlO foicl61'ico dil'igi(lo pelo UI'tista Harnel de Cm'valho.

••• Outl'O IH'csi<lc nf.c fIll(' trY(' se ll mandato I'c1I0"ado (oi Neide Gaspa r',

dn :Escola de Samba Ullidos do .laca· )'czi II ho, cuja posse l'caJizuu-se no flia 15 J)l'oximo passallo, na sedC' <In pro· IH'ia escola.

••• Rolmstecc-sc 0 llIol'intC'ut o para a C'l'iru;ao da Associa\,ao dos Com positoI'es de Escolas (Ie Samba, que sCl'ii <1lloiada pel a nova tlil'etol'ia da A RS, tendo a fl'entc 0 )ll'csidcntc AustecHnjo. A futura associa~ao IH'etC'lulf' 01'gan;;'",'1I' (' apoim' os compositol'elS da5l eseolas de samba ('III suas justas rei\·indicnc..,oes.

Mal'tillho c sua gentc tem sido a atr'a~ao clos ('spctuculos realiz:tdos no Tf'afl'o Ol.iniao A Fina l~lot' do gamba. Darcy, Walter Rosa, Tl'io de FC'no, CartoJa, Nelson Ca\'aquillho, :\1:-i!'lo Pereira e 0111ros talllbflll tflll bl'Uhado n ,l uShow" de Tel'l'~.a .r\I'agao,

o

disco Jau <-ac1u vclu 'MUSt'U da C (10 Som conU'l1do os J 0 ~a III bas·elll'edo das gl'amles cscola s que desfihll'Hm cste ano n<1 Av, PI'C" ~id(' ntf' Vm-gas continua i\ \'enda na s('de tlo MIS (PI'a~a Mal'('chal All· I mag'clll

('om n.o 1) .

• •• '!'ambcm a Escola de Sa mba 1m· IH~I'iO SelTano ganhou novo Jll'esidentC'. Sclmstiao de Olh'cir'a, 0 cl('ito, ja ('o llsrguiu (10 goYcl'nador Negl'iio de J.dma a JlrollleSS~' de solu~50 ul'gcntc 1);11'01 0 IH'oblema dc sua sede,

• •• A Unidos (Ie Vila Isabel estoi acci· tando sugestOes I'm'a 0 1)1'6xl1110 cu rr· do da Escola. A iinica exigcncia 6 que o tC'ma deve ser llloderninho. hf'm Ina fn'ntc COlilO (liz 0 1\Ia1'tinho, Aparc('a m ca ndidatos!

• •• Fcstas jll11inas de ul'I'omba reaJizou a hicampC'a l\Iangueil'a nos dias

20 e ao de jUllho sob 0 comanc1o do "('01'OIlC Junella". 0 anaial da Esta· ~'ao l-'rimch'a recebeu m ilh3l 'cs de p:u'ticipantcs c coutou COlli 0 bl'HhalltiSHlO dos conjulltos folcl61'icos da Casa c10s Po-v eil'os, da Banda Portu· ~al e do Vasco (1<1 Gama.

sambamba A. B. FERN ANDES


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