Revista Samba e Cultura n° 2

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ORGfto DA ASSOCIACAO DAS ESCOLDS DE SAMOA DI GO - AND I - I : 2 - 1968


Ene Elisa ton BELEZA E REJUVENESCIMENTO DO SEU CASELO

Nao pense duas

v~zes

...

Quer ver os seus cabal os brilhantes. sedosos e perfumados. use ENE ELiSATON e tenha certeza do sucesso.

II

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DOMINGO

DE CARNAVAL

Romem, mulhcr', mo~a ou l'apaz - a hlade nao irnl)Orta - que ja foi 410 uMal'aCHlla" assigtir 8, dislHlta de urn classico, jamais podcra esqueccl' espetAculo de 1amanha beleza: MILHARES DE BANDEIRAS COJ,ORIDAS, gestos, gritos, U1'I'0S, etc., sao os ingredicntes complemental'cs a batalha que se dcsenvohe no gramado. Mo~os que vao ao "esUidio" e Ievam a bandch'a do sen cluhe prcfcl'ido scntcm-se urn ant@nticos jogadorcs, Da luta pela conquista de mais uma vit6r1a, na reta final do tftnlo de campeao. Velhos que IC"am sell'S filhos, desde cedo - nao 6, Sergio Cabral? - e 0& ensinam a (oreer pelo seu "clube paixao" I torcem, grltam, choram, xingam c mOl'rem - ern 1Ullitos casos - pelo seu "time". Scm cssC"s ingl'cdientes 0 nosso fntcbol seria mesqninbo, scm vida, scm gal'I'a, e tornar-se-ia, 110l' ccrto, Dum espetaculo mediocre dentro da passarcia do "l\Jal'acauii.". Tire-se as bandciras "rubro-negras", Utricolores", "alvi·negl'as" e os "higodes do velho almirante" das arquibancadas do "grande esttidio", que Cle, nao temos diividas, tornar-sc-a sombrio, ignorado e tristc, Como 0 futebol, 0 samba ~ 0 xod6 dos carIocas, Sao flechas do mesmo al'Co que mOl'am no coravao de 4 milhoes de habitantes do Estado da Gua· nabara, Domingo de carnava1, seJa na. Praca Onze, Av. Rio Branco ou Presldcnt(' Vargas, tamb6m vamOs encontrar dezenas de milharcs de admiradores do SAMBA, que passam, iis v':;zcs, 16 horas at~t sentados ou de pe, espcrando a hOl'a de aplaudlrcm a cscola de samba de sua prcfer6ncia, scm se notal', contudo, aquela mcsma fren~tica participa()ao do umaracanii", FaIta talvez o fogo sagl'ado% Que bern podel'la ser slmbolizado pOl' mllbares e milhares de bandeiras multfcores dando mais vida, mats gra()a, mals beleza aos desfiles das BOSSUS escolas de samba, Nao me venham dizer que isso signiliea maiores despesas, pois temos a cCl'teza de que cada "cscola" pOl' mais pcquenina que seja, tera 0 seu n(lmCl'O razoavel de tOl'cedol'cs que nao se negara.o a compl'ar, por urn pre()o accssiveI, a sua bandeirinha, que servira de incentivo ao sambista, durante o desflle da sua "esco1a"_ A bandeira seria a identinca~ao do toreedor, que 0 arrancaria do anonimato da mnltidao para transiormA·lo num u~fANGUEIRENSE1t, "Il\1P£ RIANO", uSALGUEIRENSE", 'TORTELENSE", etc., etc" Os bons exemplos existem para serem seguidos, VAMOS TRANSFOR· MAR OS DESFILES DAS NOSSAS ESCOLAS DE SA~mA NUM AUT1i:N· TICO ''BAILE'' DO MARACANA? Romfio de Lima

_ _ _ ,11 _ _ _ _ _


ENSAIO GERAL PARAISO DO TUIUTI -

Escola que

soube manter a tradifao e esperar com se . .

renidade novos dias de g16rias.

Antes de historiarmos as iato.::; marcantes da Escola de Samba Paraiso do Tuiuti, .temos que fazer men sao ao morro, cuja tradi!;ao e Hio importante quanta ados demais. Nao 86 no seu aspecto, como tambem, no seu modo de vida . 'ruiuti, nome his.torico, lembra a guerra do Paraguai. Hoje nome de morro, no qual fica instalada a sede da E}scola, situado em Sao Januario. Ali mora uma parte da massa sofredora, que lula desesperadamente, pela sobrevivencia. H5 duas ruas principais, a saber: Rua do Tuiuti, que 5e inicia com uma escada de CImento de mais de cern degraus e continua com piSD natural, sem call,;amento, esburacada e de transito dificil, come~a no final das escadas e se prolonga ate a caixa dagua, na rua Marechal .lardim, la no alto da colina da Igreja. E realmente uma aut~ntica favela, com suas biroscas, tendinhas e barsinhos com pequenos jogos de bilhar. Urn morro desprov ido de maio· res aten~5es! Nao ha pasto de PoliciamenLo, Ambulat6rio Medico, Grupo E scolar e nem mesmo Associa~ao de Moratlores (Praxe nos morros do Rio de Janeiro). Falta tudo. Mas tern 0 Samba, que e a maior f5r~a de expressao, e a "Escola", 0 grande veicu10 de propaganda. ORIGENS DA UNIDOS DO

TUrUTI E nr.ocos Nos idos de 1929, surgiu no morro velho, como as moradorcs atuais chamum 0 antigo Morro do TUiuti, a Escola de Samba "Unidos do Tuiuti" que atravessaria na decada de 30 Sua melhor fase nos anais hist6ricos do samba, vivendo momentos de largos sucessos e intensa euforia, a ponto de

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chegar ser respeitada pelas maio res Escolas de Samba da "poca. A cada ano que passava as suas apresenta!;oes erm marcadas de brilhantismo e vit6rias. Foi, contudo, no ano d~ 1938, que as "Unidos de Tuiuti" aUngiu 0 maximo de seus louros, coIhendo urn terceiro lugar, na Prac;a Onze, no desfile de que parl.iciparam as rnais famosas Escolas de Samba como Portela, Mangueira e Salgueiro. Desfile que ja se fa tornando ofici,' sob 0 patrocfnio da Prefeitura. Na oportunidade, 0 prefeito Pedro Erne::;to, fundou a Uniao das Escolas d~ Samba, na qual tomava parte a Escola de Samba Unidos do Tuiuti, cores azul, amarela e branca. Foram os principais fundador do "Unidos do Tuiuti": Augusto de Freitas Aragao, Silvio de Oliveira, Waldemar Moreira Garcia e Ladislau Francisco Fernandes. Seus mestres· sala foram Otavio e Noel Canelinha. Celeste Vieira, Nilsa Fernandes e Dilrna, as portas-bandeira. A ala de compositores era integrada POI' Murilo de Freitas Aragao, Osvaldo Silva e Jaim~ de Oliveira. No limiar da dOcada de 40, a Es· cola aos poucos foi definhando e no ano de 1952 dava, com esse nome, 0 ultimo adeus ao carnaval carioca .

nLOCOS

A partir de 1935, surgiram alguns blocos, entre eles 0 "Paraiso das Baianas", fundado pelo Pedro de Souza Azevedo, conheeido por "Pedro Veneno". Em 1945, torna-se Escola. Como bloco alcan{;ou eXito, mas como Escola de Samba foi de total frustac;;5.o . PosLeriormente, apareceu 0 bloco dos "Brotinhos", fundado pOl' Jos-€! dos "Rrotinhos" . Finalrnente 0 bloeo do "A~ucar P~rola", Que nada tinha com a refinaria, criado POI' Dona Lira_


MARIO PEDRAS Com 0 desaparecimento dos blocos e do "Unidos de Tuiuti", despon,ia em 1952, a Escola Parafso do Tuiuti com teda sua pujant;;a. 0 movimenlo liderado por Walter Januario e "Pedro Veneno" nao foi em vao. Pais gral,;a ao seu abncgado esforc;o a E so cola Paraiso do Tuiuti. conseguiu sagrar-se Cam pea de 19G8, desfilando no Prac;a Onzc. Tendo como enredo "Sao Crist6vao, Bairro Imperial", com 0 lindo samba de Walter Mar~al e CirIcy. Eis a letra: Sao Cristovao Bairro Imperial/It imensa sua hist6ria/Es tradicional/Tens 0 passado coberto de gl6ria/Ja em 1959/Trabalhava-se POI' tua evolucao/Tcus campos teriam grande influ€!ncia/Nos destinos de nossa Nac;ao/Elias Antonio Lopes/Na QUinta da Boa Vista, f~z/Uma linda construc;ao/Que mais tarde ofertaria/ Ao Principe Regente D. Joao/Transladou-se pra til A Corte Real/Naseeram prfncipes e princesas/E vultos cIa Historia Nacional/D. Pedro I, viste crescer/D. Pedro II, viste nascer/Imperaram em ti/J!:ste imenso Brasil/O negro trabalhava/Quando cantava/ POI' leus campos ecoava/O 600, 6660/ bis - II - Proclamada a Republica/ Vivia Sao Crist6vao/De urn passado de gloria/Que ficou para sempre em nossa Hist6ria/Mas 0 progresso 0 transform aria/ A Quinta da Boa Vista fUm lindo parque seria/Onde antes habitara/A F amHia Real e ImperiallTransformou·se em MusE)u NacionallNaqueles campos, de tern· pos jamais esquecidos/Novos horizontes Sao surgidos/Nascem indus· triais/Que fabricam para 0 pais inteiro/Produtos que sao vendidos/No mercado estrangeiro/Com recantos de beleza/Para 0 turista ver/Quem visitar Sao Crist6vao/ Jamais, ira esquecer/Nascer em ti, e uma gloria/Porque tu es tradicional/Tens urn passado brioso/Sao Cristovao, Bairro Imperial. Eis as sambista que dirigem as destin ados da E scola de Samba PaTaiso Tuiuti: Presidente, Joaquim dos Santos; Secrelario, Paulo; 211 Secreta· rio, Roberto; Relac;6es Publicas, Antonio Gonc;alves; Diretor Geral eRepresentante, Geraldo de Carvalho;

Diretor de Carnaval Julio Matos, Di· retores de Bateria, Bidubim e .r oao; Diretor de Harmonia, J oao Capeta; Mes,tre·.8ala, Berani e Seabra; PortaBandeira, Iolanda e Bonequinha. Ala de Compositores: Cirley (presidente), Calixto, China, Walter Marc;al, Vicentino, Ivo e J ose Vilela. Passistas: Paulinho, Natalino, Regina, Nana, Jandira, Marilda, Maneca e Nilsa. Destaque: Zuca, Moacir, Ntcolau, Virgilio, Terezinha, Tutinha, Jenot, Helio Perroti, Elcir, Wilma e Erniraldo.

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COMPONENTES

o numero de cornponentes do Paraiso do Tuiuti varia de mil e qui· n hentos a dOis mil. Sao os pr6prios componentes que fazem a fantasia, a suas expensas, e 0 enraio, cuja chefia esta sob os cuidados de Julio Matos, que tambem desenha os figurinos . 0 Popular "Julinho" e sambista nato, urn dos fund adores da Escola de Sam· ba Paraiso do Tuiuti, nascido perto do Morro do Tuiuti, cursa atualmente a Escola de Belas Artes. OS LIDERES A quadra de ensaio e pr6pria, urn real patrimonio ja adquirido, a que para algumas Escolas de Samba ainda e problema a resolver. Construida n a gestao de Nilton Costa. Mas, 0 verdadeiro Hder da Escold de Samba Para!so do Tuiuti, e este es~upendo sambista Gcraldo de Carvalho, carioca de nascimento e moradol' no Morro do Tuiuti ha varios an os . Conh~edor profundo de sua E scola, e urn dos mais dedicados em prol do engrandecimento do samba tradicional. Por seu intermedio, 0 Pa· raiso do Tuiuti est a procurando atualizar-se. Esta inteiramente integrado com a n ova mentalidade da Associac;ao. A Escola Parafso do Tuiuti, e urn exemplo para suas cO·irmas. Soube manter a tradic;ao e esperar com tranquilidade outros dias de gl6rias, com trabalho, venerac;ao, perseveranc;a, C, sobre.tudo, com arnor, para sustentar bern alto 0 Pavilh§.o azul, branco e amarelo.


,

e *

*

,

so piada

Na lH'~a intiluhula uNEM TOnO CRIOULO ~ DOmO" eu vi uma muJata que dcixou os brancos mu· Iuquinhos! l>al'abtSns, Antilla!

*

Vejam 56, estavam dizcndo que nos

camal'otcs do Teatro .Joao Cacta· no, lUI esu.'tSJa de "NEl\1 TOnO CRIOULO :E DOIDO", s6 t1nha gente do Salgncit'o e da Vila Isa· bel! Que menth'a!...

Jta

*

CCl'tja nin-

qucrda .

* *

A pal'te hnmol'ista de "NE::\I TO. DO eRIOULO E DOIDO" conbc ao t,rio: David, Osmar Valcm;a e Cala7..ans. Os verdadeil'os amigos do rcp61'tcr Jose Cal'los, da Gazcta (Ie Noticias, csHio doidos que term inc 0 inver· no! - POl' que? - Para clue @lc possa andm' sem estar cncolhido.

Foi aberta concolTencia para OS proteticos d e Cascadul'a fazerem a nOva dentadm'a do presidcntc JO[io SevCI'ino. -

*

*

*

Foram cscolhidos para formal'cm a guarda de scgul'an~a do samba as seguintes sambislas: J050 Severino - Em Cinta do Horaj Zft, cal'ias - lUanguC'ir'aj Z6 De(1fio .Tacm'i)zjnhoj Fuleh'o - Imperio Sel'ranoj Natal - POl'telaj Casaca - Mocillado Ind cpcndent.e. Voci! sabia que a nosso companhci. ZC K cti ainda 6 0 cidadao samba da Guanabara? , . .

1'0

*

POI' que?

- 01"3, me l'retende I'll' mnito de· pois do carna,' a1 de 1969,

Esta scndo espel'ado com grande cspectutiva 0 jantal' de couft'ater Jli7•.a~ao ofel'ccido pelo jornalista 1\[al'co AUJ'l:lfo ao seu grande ami. go Nelson Mota. Neste Jantar 0 ]>I'ato preferido sCI'a sopa! POI" que? o

gut;1ll vin 0 nosSo amigo AntOnio Lemos no tel'ceh'o camarote da es-

*

Rcconh ecendo quo 0 samba nao d ove ficar no ostraeismo, 0 presl· donte Austeclfnio ja csta aeeitan· do inscl'i~'50 para as Escolas de Samba quo pretcndam desfilar nO cal'n::n'ul da Lua.

*

0 Dueler C 0 David j6. estao exauS· toos de alal'deur que 0 compositor - monina en parel na tun - }\[ar· t ln lt o, pertence ao Vila ISHbel.

j,: expr essamcntc pl'oibido trazer C3I'I'os·enredos pal'a 0 1.0 Saliio de Al'te do Samba.

Segundo os entendidos na mat6ria o compallheh'o JOl'ge Zacal'ia, da ~languell'a, tS om £O l'tc ca n didato a Rei Momo para 0 pr6x1mo car, na,'al.

NEY DE GASPAR

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voce sabia ... Que Jos6 Calaza.ns, vetel'n.no

, .. Que em 1960 a Escola dc Sam-

cOllfl'adc 0 CX-lll'csidcnte da AESG, fol

ba "Tmp6l'io SCI'l'ano", foi obrigada a mudar 0 sen eJlr~do quo [maya em Solano Lopes, para nao prejndJcal' a en.ao OpcI'a9ao Pan-Americana?

leyatlo pe]a primcil'a vcz a sedo da hoje cxtinta. UGES }lela mao do vete-

J'ano sambista Mano E16i, do Imperio SOlTano?

*

, " Que em junho de 1956 a CBES fransferia sua sc(le administraHva da Rua dos AI'cos para a Rua do .Riachuelo, ondc Se encoutl'n ate hOje?

*

.. Que foi em 1929 que slirgiu no dcsfile da Pl'a~o Ouzo a Escola de Samba uDeba Falar" do Estticio?

*

Que em 1953, df'u-se a fusao das Escolas de Samba "Azul e R.'an-

co" e "Depots Eu Digo", para fOI'ma· rom a

,

uAcad~micos

do Salgueiro"?

*

. . . Que a Escola de Samba "Por_

tela", foi a lH'im cira agl'emia~ao a in. troduzil' alegol'ias nos (lesfil es, fato que aconteccu em 1935'!

*

. '. Que aM hojo, tres desfiles oftciais Ja foram nuulados: 0 primeh'o em 1938, 0 segundo em 1952 e 0 ('t'cell'o em 1960':'

*

Que '0 C'1ll'cdo da Escoln (Ie Samba "Par;:,rso do Tujut~", em 1955, foi em bomenagclll ao pioueiro dn .'adiodlfusao

JlO

Brasil, Prof. Roquctc

Pinto?

*

, ,. Que no cat'uaval de 1953, a Escola de Samba "Portela", conquis(ou o prjmeiro lugul" nO desfile oficia! faz('ndo todos OS (lontos mrueimos em cada qnesito?

*

", Que no dia 12 de novembl'o de 1955, Hermes Rodrigues, da "l'langnetra", era consagrad o como "Diplo. maf;t. do Samba" no COncurso prom ().. vi do pelo hoJ e exttnto matutino uJ)ja_ rio Trabalhisfa"?

....

*

· " Que foi no c •.'una vaJ de 1951 que as eseo]as de samba paSSHl'am a desfUar fantasladas; I)ols autes, as alas exibiam-se de terDos, de prefeI'cncia de linho?

*

.. Que a Escola de Samba "Mocldade Tn(lependentc", sUI'gin de um cJubc de {utebo] do mesmo nome de Padl'c :\Jiguel, no ano de 1952?

*

· " Que 0 sambjst,a Joiio Severin o, pl'('sidcntc da Escola de Samba "Em Cima da Hora", 6 0 responstivel pela d{'nomina~ao (la "azul e branco" de

Cuvalcantc?

*

· '. Que 0 saJJlba-cnrcdo "Vale do S50 }-'1'ancisco" com que a "l\Ianguei1'a" desfilou no earnaval de 1948, fol o ultimo samha de coneut'SO d e a utoria do compositor CartoIn para a "Estarkio Pdmei!'a"?

*

, ., Que at,6 1.955 a Eseola de Samba ,lOrnpi de Braz dc PIna", era UDl bloco earnavu]esco, somentc desfilando como eseoIa de samba no ano seguinte, com 0 e lll"edo "Bcnfeitores da C id ade em 1902"?

*

, " Que 0 cnrl!do "Festa da Uva", apl'esentado pela extinta Escola de Samba "Aprcnclizes de Lucas", 6 at6 boje considel'ado pOl' muitos cated ..fltieos em samba, como 0 mafs original e autGntico de wdos os enredos?

*

, , ,Que fol (1e meio.ponto a dile· da "P0l"fle]a" para 0 "Imp6rlo Serrano" no carnavaJ de 1957? ren~n

I ____________________ JoSECARLo~NETTO_·___________________ I

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o

Antigamente, como comenta meu velho amigo Juvenal Lopes, presidente da Estal;ao Primeira, de Mangueira, 0 samba era proibido. A Policia intervinha nas rodas de samba para prender as batuqueiros, os composito· res e at~ mesmo meros espectadores, como se fossem componentes de al· gum grupo que estivesse tramando al· gum movimento de subversao. 0 pr6· prio Juvenal, crioulo de alma branca que deixa a escola que preside em dias de fes.ta para as suas tarefas diarias, numa feira livre, passou par maus momentos apenas porque defen· dia 0 samba, a que, alias, faz ate hoje. ETa uma luta da qual as sambistas da ~poca, como Nilton Bastos, Ismaei Silva Rubens Barcelos, Bernardo MODHnha, Balaco, Brancura, Tonico, Sa· .turnino, Benedito Lacerda e muttos: outros nao se afastavam. E houve ocasi6es em que muitos deles foram parar na flFerrugem" (limpar cascos de navios) OU na Crevel§.ndia, uma ilha bern distante, apenas porque foraID surpreendidos fazendo sambas. Quando isso nao ocorria, eraID os sam· bistas jogados numa cela fria, mas mesmo assim nao deixavam de cantarolar sellS sambas marcados por uma caixa de f6sforos, 0 que causava a revolta dos carcereiros, que lhes ati· ravam agua fria . . Certa feita, Benedlto Lacerda, que alem de musico da PoHcia Militar era secretario do HDeixa FaIar" e urn dos principais componentes do conjunto uGente do Morro", foi pr€!so e dentro do xadrez compos 0 seguinte samba: "Estava no samba La no Saigueiro Veio a Policia Me jogou no tintureiro Estava sambando, Quando a Polfcia chegou Foi logo me ripando Minha cabrocha chorou Eu enfezado Vi a cabrocha chorando Enfrentei 0 delegado Que ia me matando". a s compositores faziam rodas de samba no Largo do EsLacio de Sa, no botequim do compadre de Rubens Bar· celos, on de atualmente existe uma ca· sa de cereais. As vezes, a turma se reunia, tamb~m, na Rua Pereira Franco, ao lade de urn cinema ou, entao,

Samba na

Sociedade

Manoel Abrantes - - -- -- - - -

o samba desceu do morfO para tamar conta do asfalto e se constitui, atualmente, na atra~ao maxima do carnaval carioca. Fai no asfalLa que ele ganhou fama internacional, tornando-se, agora, obrigatoria a sua presenc;a em quase todos os acontecimentos sociais da cidade. As pr6prias Embaixadas, nas recepl;oes que oferecem, sentem a necessidade de promover urn "show" de samba para os seus convidados, a fim de que possam sentir bern perta 0 calor da alma ar· tistica brasileira. A integra~ao do samba na sociedade chegou a tal ponto que infuneros diplomatas e outras altas figuras, nas ~pocas de ensaias, passam a percorrer as quadras, vibrando e aplaudindo p'assistas e ritmistas, sem nenhum protocolo. E, nao raras v~zes, acabam tambem se rnisturando entre eles, procurando aprender as passos e 0 malabarismo dos sambis.tas.

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na Pra~a Onze. Rubens Barcelos, segunno Juvenal Lopes, foi urn dos maiores precursores do samba. Era homem que mal chegava do trabalho, num sapateiro, 5e reunia com a turrna, permanecendo ate alta madrugada compondo lindos sambas que nasciam da sua inspirat;ao de sambista. Rubens Barcelos era urn autentico poela, que ale fraco dos pulmoes, entrevado numa cama, ainda continuava compondo. Mas, al~m de Rubens Barcelos, havia urn Bernardo Montinha, que foi fazer rodas de samba em Osvaldo Cruz, Lindo, de Dona Clara, e muitos outros que, quando perseguidos pel a Policia, procuravam outras paragens, isto quando nao se reuniam no "Buraco Quente", no Morro da Mangueira, outro conhecido reduto de bons compositores. No "Buraco Quente", onde haviam os maiores valentes da epoca, a turma podia Cazer os seus sambas e cantar a vontade, pais a Polfcia ali nao ia. IIavia urn delegado conhecido por todos como Nascimento que defendia os sambistas e garantia a ordem, nao permitindo que ninguem subisse 0 morrO para prende-Ios. Dctalhe in teressa nte e que merece ser focalizado e que tam bern naquela epoca 0 sambista era considerado urn vagabundo. Muitas vezes, quando pene.trava numa festa, as mot;as procurayam .se afastar. E, quando era percebido pelo dono da ca:;a, acabava scn· do expu Iso do recinto, sob amea~a de ser preS~. Isso aconteceu com Juvenal Lopes, Bernardo Montinha, "AI· faiate", rronico, l s mael Silva, Saturnino e outros. Mas 0 samba, depois de enfrentar todas essas dificuldades, foi-se impon· do, a tal pon to que a Policia nao teve mais condi~oes para repriml-Io. E hoje, para alegria daqueles que tanto se debateram pela sua integra~ao, sua presen~a ~ reclamada em reunioes 50ciais promovidas por altas figuras da vida da cidade, que oferecem espetaculos sbmente superados pela apresen ta~ao das escolas nos desfiles carnavalescos. 0 samba estc1 assim consolidado, perfeitamente identificado em todas as camadas, porque ~le nasce e vlve na alma de urn pove, do pove brasileiro que sabe mostra-lo com tOda autenticidade.

-7-

A VISITA DO SECRETARIO A convite da Diretoria da AESGB, l'eeebemo!ll, em nossa Bcde, a vislta do Deputado Levy Neves, Sccretario de TUI'ismo da GB t que durante varias lloras dialogou com os diversos representant.es das csco]as de samba, nos. sas liIiadas. Em sua fala, Sua Exec. li~ncia dcclareu aos sambistas que nma das principals metas de sua pas. ta t5 dal' as nossas escolas de samba aquelas condi~oes minim as, para que clas, como sempre tern acontccido, sejam uma das principais fontes de ~ll. rismo do nosso Estado, notadamente 110 perfodo carnavalesco. A partir do carnaval de 1969, pretende Sua Excclencia criar 0 que Cle denominoll de pc-dodo pre·carnavalesco do samba. P~tra isso, btl nccessidade de que as escolas estejam aparc]hadas para receber, nos 20 rlias que antecedem 0 c,lI'nava], aqutHes turistas que nao conseguiram acomoda~oes para 0 periodo momesco. Verbas adequadas e pagas em tern· })o habil; quadra s devjdamente aparclbadasj capacitar as esco]as a particil'urem de desfiles - que nao 0 dcsfilc o£ic1al - foram alguns dos Hens que Sua Excel~ncia Be compl'o .. nlcteu a 80lucionar. Nao tern os d1ividas que se Sua Ex· ceJcncia cui<lar de sua parte, n6s os samblstas cuidaremos da nossa, comO, alias, sempl'e 0 fizernos.

Programa(!30 de Outubro da uJ.Jins Imperial"

5/10 0/10 12/10 13/10 19/10 26/10 27110 -

3/11 -

Baile da Ala dos Compositores Peixada e samba dos compositores Baile da Ala dos Notlvagos Siri-Fandango da Ala dos N 0tlvagos Baile da Ala das Cobic;adas Baile daB Alas dos Magnatas Samba com festival da Ala dos Magnatas Baile da Ala da Bateria


A ASSOCIACAO N AS ESCOLAS A Diretoria da AESG apoiou, pOl' unanimidade, a ideia do Presidente AustecHnio de visitar t6das as nossas escolas filiadas. com 0 objetivo de sentir de per.ta suas necessidades e aproveitar sugestoes pOl' elas apresentadas.

Assim, queremos nos congratular com as escolas que jii visit amos, nao s6 pelo carinho com que fomos recebidos mas tambem pel a compreensao

Ismael Silva tinha naquela epoca ponco mais de 20 anos, mas jll. era colthceido como urn dos grandes do sam. ba. Era equJparado, no velho Estli. cio de Sli, a UDl Rubens, urn Edgar urn Bide e urn Nilton Bastos. l\la~ a sua fama se limitava apcnas aos l'edutos do samba, nt~ entao 0 sino. nimo de reduto de malandros, desprezado, portanto, pclo resto da cidadCt 0 que vale dizer pela classe media de urn modo goral. Francisco Alves era classe media mas, ao mesmo tempo, era urn malun-

e solidariedade aos nossos objetivos,

que

e,

em ultima analise, tudo aquilo

que diga respeito a

afirma~ao

do sam·

ba como movimento de cultura popular. Foi 0 seguinte 0 roteiro desse.,:;

est6rias

dais primeiros meses de perigrina·

gao: Unidos de Manguinhos, Estagao Primeira de Mangueira. Uniao do Cen·

tenario, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos de Nil6polis,

Uniao de Jacarepagua, Unidos de Padre Miguel, Imperio da Tijuca, Por· tela, Unidos do Jacarezinho, Impe· rio Serrano, UnUio do Centenario, Aprendizes da Boca do Rato, Lins Imperial, Paraiso do Tuiuty. Dentre as sugest6es apresentadq,s pel as agremia~6es acima citadas, queremos aplaudir e trazer ao conhecimento dos nossos leitOl"eS aquela apresentada pelo veterano !=iambista de Mangueira, 0 popular "Sinhozinho", de se realizar 0 Baile do Desiaque, logo ap6s 0 earnaval. A dire<;ao da AESG ja esta estudando carinhosamente a viabilidade da proposta. Nos pr6ximos numeros divulgaremos ou.tras sugest6es que julgamos de in teresse para 0 samba, em nosso EstadD. a apoio integral nos foi hipot¢ eada, a confian~a em nassa trabalho foi demon strada, reconheceram que a nossa luta e a luta comum, isto e, a vit6ria do samba em .todas as suas dimensoes _ Estamos felizes por isso e vai aqui a nosso fraternal multo obri-

gado_

- 8 -

do

samba -

Sergio Ca.bral -

dro. POI' isso, descobriu antes de qua1qucr can~or, que a grande jogada soria expIorar a mina dos humildes COOlIJositores, cuja obra naseia e 11101'ria nas rodas de samba, nos mOtTos, nos suburbios c no Estacio. Tsmacl estava doente, internado numa casa de saude, quando recebeu a visita de urn emissario de Francisco Alves, que desejava comprar-Ihe um samba. Os dots passaram em 1'e· vista a obI's de ISOlael c a musica eS. co1hida foi "Me Fa:r. Carinhon. Neg6cio feito: Ismnel Silva Icvon cern mil l'liis pelo samba.


l

o

BACANA NO SAMBA

o sambista do Estacio jamais vira Chico Alves na vida dele e assim contJnnou. 0 samba foi COtnlll'sdo sem que os dois majores fntCl'cssados no neg6clo vissem a eara um do outrG. Ate que, nDS tres ou quat.ro anos de. pols, Ismael reccben um l'ccado: - 0 Francisco Alves hi te procDl'ando. Os rccados se sucediam. Urn dia - ou melbor, nma Doife - , no Cafe do Compadl'c, paron um carro, do qual Chico Vio1a salton c fol ao encontro de Ismael que sabOl'cavu uma gen Cl'osa e es[mmante "CascaUnha" (llaqu@lc tempo, Jsmael bebia. Agora, paron 1)01' conselho m6df co). FcJta a al)t'esenta~ao, fOl'am os dois pal'a um canto, c Chico IJrol)OS 0 nc. g6cio: - Todo 0 samba que VOce fb.er eu entro Da parccl'ia e gI'3VO. Ismael topon, mas com Uma condif;ao: Nilt.on Bastos tambem dcycria cntnu' IJorque quasc todos os sambas que cle hayia feHo contal'am com a )}articipatao (as vezcs, fundamental) do Nilton, Chico aceitou c assim foi feito, como podera sel' comprovado no smo de qllalquel' disco, Samba do Ismael e do Nilton cra do Chico tam-

Quando 0 bacana entra numa E .::;cola de Samba est a a fim de enturmar, saber das ultimas, ver as passistas, a bossa das mtlsicas, eonversar com 0 grypo q,:e levou (reparem que nunea vaG sDzmhos), tamar cerveja au u[sq~e, bater papa se del' jeito, com os dIre tares da Escola. Vao ver 0 samba e fazer urn programa. Quando 0 pessoal da Escola de Samba v€ 0 bacana entrar, oll1a meio d~ lado, achando-Q intruso algumas vezes . Recebendo-o bern, most ram 0 que vai acontecer na A venida, distribuem a letra do enr~dOJ 0 mestre sala faz as honras, e ate con vi dam pra ele ensaiar. Mas todos sabem que a atitude e meio de araque e entre si canversam, ainda na base da gozac;ao. Entretanto, podcriam sel' tlteis uns aos outros: 0 bras ileiro, seja qual for a classe economica a que pertenc;a e urn s6. '!'em 0 ritmo do born samb~ no corpo, gosta do mesrno feij ao, cafe e cerveja, da muJata e seu requebrado, do papo ao longo da nOite, de discutir futebol, contar anedota e comentar sabre as rnulheres presentes. E se a "Escola" e a visitada (escolhida entre tantas) 0 esfaq;o de bem receber cabe a ela. 86 ela colhera as frulos em forma de torcida, propaganda na im· prensa falada, televisionada e escrita, reeebera sugestoes e crfticas positivas melhorando neste ponto e outro. E ao visitante que vern de longe, sent dado 0 espetaculo que espera, percehera que existe urn outro mun do _ com problemas e solu~oes diversas, e verdade, - um mundo que tem urn centro de referencias diferente uo dele - mas nem por isso menos va· lido, men os verdadeiro, menDs ba· eanu. E quando encontrarem algum rnais audacioso querendo desfilar pela A venida, partidpar da vida da Escola de Samba, fa~am urn pouquinho de eoncessao e deixem a mo~ada samba!' junto. 0 povo que desfila unido, per· manece unido.

Mm.

Ismael, pOl' iS50, fieou atl'cla(lo a Francisco Alves, chegando, em algumas opol'tunidadcs, a vender UUl samba inteirinho, como "Amol' de 1\1alandro'" quc c umi das suns melhores miLSicas (Vinfciu:s dc MOl'ais considerat aJias, urn dos majores bambas de t.odos os tempos), vcndi<1o tambcm pOl' cem mil reis, Quando Nilton Bastos morren, Ismael Sih'3 l)assOu a compor com Noel Rosa 0 todos os nove que ambos fizeram contam tambem com 0 nome de Chico Alves na parccria, que foi, alias, uma das mais brilhantes da hist61'ia de nossa nUJsica popular. Ismael e NOwn Bastos cram da Escola de Samba Deixa Falnr, a primeira a scI' fundada, Fica a li~ao: nao (; de hoJe que ccrtos arUstas de classe media se apl'oveJt.am das escolas (Ie samba,

l\faria Regina Coelho

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Tudo se passa como num sanho: de repente a ligura mirrada e timida do crioulo se transforma naquele instante ninguem e melhor que ele, pois

ESTA EM (EHA 0 SEHHOR SAMBISTA HIRAN

As coisas acontecem como par encanto Hio logo a batida quente e caclenciada da bate ria - 0 grande catalizador - a desperta para a fama. Entao uma liturgia tada especial com sfmbolos, ritmos e gestas nos conduz da realidade ao sonho, em profusao de cores, alegria e encantamento. Mistura de brejeirice, malfcia e muito talenlo, 0 sambista e, acima de tudo, urn artista do povo. Rei da maior festa popular, samba - diz no pe - com gral;a e leve~a, improvisan. do as mais variados passos e meneios, sem nunca tel' frequentado uma aca· demia de dan~a. Compoe melodias, as mais belas e expresivas, sem canhecer, as mais das vezes, uma unica nota musical. Faz letras de sambas inteligentes e poeticas, mal possuindo () curso prirneirio. Cantu com alma e cat.egoria. Toca as instrumentos de per· cussao com rara habilid ade. E urn monstro sa grado, urn fenomeno, dirse-ia, dotado de pod~res extraordinarios, dado 0 inacreditavel de sua fa~a­ nha. Na sua Escola de samba mos tra a quanta e capaz, lava-se de t6da a humilha~ao do cotidiano pela afirmamac;ao de todas as virtuosidades contidas . Liberta 0 seu poder criador. Inscrido numa sociedade de consumo, artista expondo 0 produto de seu trabalho, sua projel;ao no cemlrio da arte padece de urn enfoque deiettuoso, 0 qual condicion3: uma caractel'i~a{;ao ex6tica, COm simbolizat;ao abstrata, imponderavel e conseqtiente desvalorizac;ao no plano material. De forma que, assim colocado, sua situarao se reveste do que se pode chamar Amadorismo Paternalista - sua apresentat;ao esta sempre ou quasp. sempre condicionada a urn favor . E tome de sOlicitacoes (atualmente elc e muito procurado) - qu alquer even-

ARAUJO

to e motivo para "uma apresentac;ae· zinha por conta de nossa amizade". E lei se vai 0 pobre do sambista, dur.) ate a alma, atender 0 pedido do amigo (numa altura destas todos sao seu'S amigos) , as custas dos maiores sacrificios e, ai=-_da por cima, se obrigando a agradecer a generosa oporLunidade de aparecer. No fundo, POl' traz desta "desinteressada" aprescntacao um mundo de gente tira porveito, direta ou indiretamente. Esta conccituac;ao esta tao arraigada que se POI' acaso 0 pobre do sambista cai na asneira de exigir alguma compensat;ao e urn Deus nos acuda .. _ Vern logo a acusaC;ao: inaute!ltico, aproveitador, p-r-o-f-i-s-s-i-o-n-a-l. 0 grande drama e que ta lvez essa gente nae. entcnda e que 0 sambista e humano e nao objcto, tendo por ~st~ m u· live mesmo 0 mau h5bito de comer ~ bebC'f. E con:;equentemente precisa g·.nhar dinheiro. T6da posicao que ~!JJ2 a e3te es,!u ·.:- ma artificial, e logo tax~ul:). tIc :moral. Assim send 0, 0 conceito se tornou urn dogma inquestionavel e nao discutfvel. A denuncia do amadorismo nos coloea na posiCao de defender para 0 sambista uma situacao de igualdade com as outros artistas que nao fazem coneessoes de ordem economica, porque esUio conscientes de que tais soluc;oes nao correspond em a realidade, sao ing~nuas e acabam por beneficiar terceiros. Eis, em poucas palavras, 0 retrato do sambista - filho bastardo, !nuito procurado, muito badalado, muito explorado, trazendo em sua esteira vasta e generosa urn banda de aproveitadores, em geral pr6speros burgueses, sorridentes e panc;udos, que: muito conversam, Que muito sorriem, que rnuito prometem.

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CASA PROPRIA urn sonho que se realiza A casa pr6pria e u ma aspira~ao que 0 homem sempre perseguiu. Em sell cantato permanente com a natureza, 0 homem aprendeu a preserv;i路la, porque a natureza e indispensavel a vida. Mas as intcmp~ries, as tempestades, as inunda-;6cs se formam no seio da natureza, e 0 homem contra elas se pro,t ege, em primeiro lugar, na sua casa. Ate algum tempo atras era passivel passar t6da uma vida na condic;ao de inquilino. Hoje, issa e cada vez mais dificil, e tendo em conta esta realidade, 0 Estado resol veu tamar a si a solw,;ao do problema e facilitar a compra de casa pel a parte menos favorecida da popula9ao. PERSPECTIVA

Em nOSSD P.ais esUio senda eriadas facilidades crecentes para a habitac;ao de interesse social, para a habita9ao popular . 0 respeito que 0 povo hoje merece ~ uma conquista social do nOSSa tempo . Por iss a, quando urn marador e desalojado de sua precaria habitat;ao que compromete, nao apenas a paisagem mas as condi.;;6es sanitaria indispensaveis a vida das coletividactes, tern sempre mclhoradas as suas condi!;6es de habi ta~5.o. A casa pr6pria, em conjun to residenciais higienicos e integrados na comunidade, substitui a morada que .tinha como caracteristica a mais abjeta promiscuidade. E pade am路 pliar sua casa, de acardo com a sua melhoria economica e 0 crescimente de sua familia. Urn novo compromisso sempre in spira mais esforc;os.

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No sistema habitacional que esta senda implantado, sao diferentes os tipos de habita~ao. variando em funeao das posses do candidato a casa pr6pria, aos saHirios minimas que compoem a renda mensal de sua familia .

Criteria humano em decorrencia da necessidade de justic;a social,

sao cad a vez mais postos em pratiea. E urn reajuste anual, que se processa em seguida ao aumen路 to do funcionalismo, corrige a mensalidade que amortiza a compro. TRILOGIA

A casa pr6pria esta, desse modo, cada vez mais ao alcance do puvo. Tres entidades trabalham espec1ficamente nesse sentido, na Guanabara e no Estado do Rio. 0 Banco Nacional de Habitac;ao, a CHISAM e a COHAB, todos sob a orienta~ao superior do Ministro do Interior, General Albuquerque Lima. Grat;as a nova politica habi tadonal, com 0 decidido apoio do Governador Negrao de Lima, ace路 leram-se as constru ~5es de casas populares na Guanabara. Esta sendo terminada a cunstrw;ao das III e IV Glebas do Conjunto Residencial Cidade de Deus, em J acarepagua, e sera inaugurado, em dezernbro pr6ximo, a Conjunto Residencial de Cordovil No pr6ximo ano de 1969, a COHAB, agora presidida pelo jornalista Augusto Villas Boas, construira 10 mil novas casas e apartamentos do tipo popular na Guanabara, propiciando, assim, a que 0 maior numero de pessoas passem a moral' em sua pr6pria casa.


o

SILE::NCIO

E OSAMBISTA Darcy T ecidio

MenDs que ao samba, a nova HLei do Silencio", promulgada pelo Governado r Negrao de Lima, amea~a 0 sucesso da maior festa popular do Brasil e a subsistencia do turismo no Estado da Guanabara, pois os terreiros das eseolas sao ehamariz eonstantes de quantos nos visitam. Limitar a realizac;ao dos ensaios e 0 mesmo que decretar a nao realizaG50 dos mesmos. Pode SCI' que a medida venha a agractar a uns poucos vizinhos de quadras, pais gente "quadrada" existe em todo canto, inclusive bern perta do samba. Mas desagradad. a uma grande maioria de integrantes da comunidade. Lamentamos a atitude do governadol', pessimarnente assessorado neste caso, principal mente porque S. Excia. sempre se intitulou - e foi tido e h avida - como urn amigo do samba, tendo mesmo a AssociaGao das Escolas, ha muiLo pouco tempo, inaugu-

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rado 0 seu retrato na Galeria da Amizade, junto aos daqueles que, em opor¡ tunidades varias, outorgaram aos sam bistas tanta coisa de justo e born. Lamentamos, de igual forma, 0 silencio, pelo menos ate agora, do Sr. Levy Neves, Secretario de Turismo, suhre 0 assunto, quando, logo apos assumir a Pasta, declarou que 0 samba teria prioridade em sua administraGao. Resta, contudo, a esperanc;a de que o Legislativo e 0 Executivo estaduais revejam a materia, encarando 0 problema como precisa ser encarado e a samba com 0 carinho que merece. o veto dos itens que davam as escolas um carateI' de exce~ao dentro da Lei, e 0 resultado de uma omissao que pode, e deve, ser sanada. Que as sambistas, de uma forma geral, se unam na defesa do interesse maioI', do ideal comurn, qual seja 0 de dar as escolas e aos blocos as pOSSibilidades de trabalho para divulga~ao e engrandecimento da musica popular brasileira e do Lurismo carioca. 0 apoio inlegral ao Presidente Austeclinio Silva, nesta primeira grande batalha de sua administrac;ao, e indispensavel. o hornem ja esta de mangas arregaGadas para a luta. Arregacemos as nossas.

S

o

SAMBA

Nas datas 29 e 30 de novembro, 1 e 2 de dezembro do corrente ana,

esta prevista a in sta la~ ao, na Guanabara, do III Simp6sio do Samba. Com¡ preendendo a grande importancia do fato e com a finalidade de colaborar efetivamente para a realizac;ao do mesmo, a AESEG designou uma comissao para 0 planejamento de loda a dinam ica funcional, enviando a CODclusao dos estudos a secretaria de turismo da GB . Baseado n este trabalho a Samba e Cultura traz a seus leitores alguma coisa a respeilo do conclave.

FUNCIONAMENTO o simp6sio esta assim organizado: 1 - Parte Cultural: a) Simp6sio p . d. b) Coloquios c) Conferencias d) Filmes. 2 - Parte Social: a) Recreativismo exibic;oes, desfiles, excursoes . . _ b) Confraterniza~ao - coqu"tel,

alm6~0.

A parte cultural consta de discussoes e debates sObre assuntos do temario. As mat~rias serao abordadas sob a forma de teses, pr~viamente elaboradas POI' pessoas especializadas as SIMPOSIASTAS - tendo a media¡ ~ao de urn Coordenador encarregado de ordenar e dirigir os .trabalhos, auxiliada por Secretarios e Relatores, estes tiltimos encarregados de resumirem, comentando as teses apresentadas .

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Colegio Cardeal Leme Escola Tecnica de Comercio Ginasial Normal Cientifico

Escola Primario

e Jardim de Infancia. SOB

PERMAN E NTE

INSPEc;AO

Sade: Rua Dr. Miguel Vieira Ferreira, 646 - Ramos

30-2489

Fone:

Sucursal: Rua Uranos, 1317

Olaria

Fone: 30-1870

Paralclamente organizar-se-ao Co16quios - discuss5es rapirlas e objetivas sobre assuntos especificos entre presidentes, diretores de eseolas de sall'.ba e sambi-stas; conferEmcias e fiImes s6bre os desfiles ofieiais . A parte social sera desenvolvida por passeios a pontos pitorescos da dc1ade, exibic5es de passistas e baterias, desfiles de escolas de samba, rodas de samba, etc., almoco de confraternizacao e coquetel entre as participantes do simp6sio .

o TE~IARIO Consta da pauta de discussao, inumeras quest6es, todas emergidas do processo de des envoI vim en to dns escolas de samba, que de simples organiza~5es se transformaram ern complexas empresas, desdobradas em alternativas e op~6es, de manuten~ao cada vez mais dificil. Neste momenta, inumeros problemas requerem orde-

nacao e analise. A superac;ao dos mesmos esUio a exigir determinada" reformulac;oes, renovacoes aqui e ali nos objetivos, metas e principios. o III Simp6sio do Samba e a possibilidade destc inventario vitalizador. o tcmario e 0 seguinte: 1 - 0 samba tradicional - conceito, caracterfslicas c influencia na musica popular brasileira. Univers:llidade. Autenticidade . Tip 0 s de samba. 2 - Compositores - influ~ncia, mercado, divulgacao, gravadora, direitos autorais e nivel cultural. 3 - Comunica~ao escola - povo, coreografia e enr~do) alegorias e figu¡ rinos. Destaques. Passos de iniciativa individual e passos contados. 4 - Escolas de samba - Impo:-¡ tancia, representaUvidade. Organizacao tecnlca artistica. Atividade econ6mico-financeira. Cultura e tu¡ rismo.

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Qu esta o

de Di gnidade Mar co Aurelio Guimaraes - - - - -

o compositor de escola de samba prccisa imediatamente se con veneer de sua import~ncia, nao importa se a mesma 6 ou nao reconhecida pelos pod€!res publicas, pelns gravadoras, pelrn; cantores, etc. 0 fundamental e que lima massa muito grande frcqtienta m; ensaios - para ollvir samba, interessa-se em conseguir as ietras para aprende-Ias, e vai assistir ao desfile - 0 grande momento do sa mba. o compositor da escala de samba, nao importa 0 que alguns bobocas digam do samba das escolas, 6 urn h ornem que nao precisa preocupar-se com 0 fuluro, que a curto ou media prazo, Ihe fara jus.tica. De uma realirlade nao ha como fugir: 0 samba e POI' cxcel@ncia 0 mensageiro da musica popular brasileira. JIoje pode estar meio par baixo, mas amanha, como jii aconteceu em muitas outrus ocasiOes, voltara ao seu lugar. E enUio ~e ra a vez do compositor da escola de samba, agora apontado como urn ultrapassado, mas na verdade 0 cuI· tor de urn genera dificil, tao dificil que s6 produzido pelo brasileiro. 0 samba ~ verde·e·amarelo no seu todo. Impossivel de ser pro<luzido aMm fronteiras. E justo, humane e ate com preensivel que u rn artista - e todo compositor de escola e urn artista porque cria - deseje ver a sua obra vulgari· sada, Compreende--se ate que a com· positor de escolas, via de regra, sempre as volt as com dificuldades financeiras de toda ordem - a saM. rio minimo e uma constante - tentc de to· das as maneiras possiveis transformar a s ua capacidade de cr i a~ao artisliea n um a fonte de renda. Entretanto, a que nenhum compo· !-'itor tern direito ~ de aviltar 0 samba,

aviltar seus dons arUsticos, desvali· rizar·se em surna, na ansia de apare· cel', de conseguir uma migalha de fa· rna, de comer os sobejos do prato far· to dos "diretores artfsticos" das gra· vacioras, sempre muito in teressados em boleros, i~H~ · ies e outras formas de sub·musica. 0 samba e rei, nao porie peclir agachado. Se nao hel possibilidades de gra· \'a~ao, se a cantor X ou Y faz a born - e ja tivemos oportunidade de vel' a via crucis dos compositores nos corre· do res das gra vadoras - a solu~ao e uma 56: tralar de encontrar outros meios ele sobrexistencia fora uo sam· ba. Outra coisa que e necessario aca· bar jA e jc1 e 0 neg6cio UC, POl' uns trocactos, apareccr em "shows", pro· gram as de radio, festas de gran fin os, etc. Ha muita gente. Que a repetir con· tlnuamente sua posi~ao de defensor do samba, na vel'dade vive exclusiva· mente do samba, explorando da rna· neira mais viI cornpositol'es - esses mais que todos -, passistas e ritimis· tas. IHi compositores que pela ansia de aparecer, de ouvir alguns aplau· 50S, conforrnam·se em ganhar NerS 10 au 15 para cantar tres, quatro, cinco au ate mais de suas composi<;Oes. 0 que os compositores esquecem e que muitas. vezes 0 que recebem e infe· ria l' ao pl'ec;o de urn ingresso. Ha ate os compositores mais sabidos - na0 inteligentes: simplesmentes sabidos - que se metem a expiorar os pr6· prios companheiros. Solu~ao para 0 problema? Uma unUio perfeita dos compositores de escolas em t61'no da Associacao das EscoJas de Samba do Estado da Guanabara - AESEG. Programacao de "show", apresentac;oes em festas de gl'anfinos, ern clubes - mas tudo all'aves da fi scalizac;ao firme e sem meias medidas da futura Associac;ao dos Compositores das Escolas de Sam· ba. Compositor que aceitasse esmola para se apresentar, seria sum~ria men­ te eliminado da AssociaCao, de sua escola - e nao rna is poderia usaI' 0 ti· t ul o de compositor de escola de sam· ba. Afinal de contas ja e tcmpo de so acabar com esta hist6ria de que escola de samba e cas a de mae joana - onde quaJqueI' urn entra e faz farra.

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pl'ichosos do PUat'es. Nesse mesmo dia, na liniiio de Jacal'epagna, a JOe vem gu':II'da diplomou os CompOllcn· tes da Vclha Gual'da em resta est l'i· tamente de co nft'a terlli7.a~ao.

Sambamba An FERNANDES

*

No diu da Indcpcndcncia, a AJa dos COtn l)Osltorcs tIn Unidos de Lucas deu llm sam ba Hpra fl"cnto" em snu

Quadl'u de cnsaios. Por autro Iado, a A la <los Jnd cpe ndentcs da Em Cima da Hor3 (oi batizada ao l'itmo d e sa m· ba nO (llUmo tJia de ag6stiO proximo lm ssado. No dia scgu inte foi a UnHio do Centrml.l'io q u e co m CmOrQll 0 v iceca nq) cO nalo (la Pl'a~a Onzo com uma IH ·ogt'allla~5.o de alto nivcl. A ind a DO dia 1.0 de setcmb r'o a AJa Dragoes da .-\ristocracia tin POl'ttCla reaJizQn UIlla festa em horu cnagc m aos majores de J96&

* Tamoem em iUa(lureira, a Imperio Serrano deu um sensacio nal gl'ito de ca l'naval no dia 31 de agosto. E n quan · to iS50, no forjndo nc 7 de Setcm bro, a bic.:'llllpea do Carnaval (~rallguel l'a) co n el'cl izou nm "pie_nie" em NH~r6i c a AJa Nos c Elas dn U ni (los de Pudre l\figuel juntou 0 samba ao c bll.rl"aSCO C pl'omovcu uma grande festa. ~a v6sl'era, em grande pl'omOcao, ~ U llldo!'l de Vila babel inaugul"on a s lIa 110va <iuad l'a de clls.:aios (maio l' do Es· tado cia G lIanabara) com samba ate 0 sol raial'.

U m ciogio espec ial it. dj1' c~ao da Rfidio Roquete Pinto que colabol'Ou eficicnl e lllCllte para a r cal b...·H:,:ao do "show" NEl\1 TODO CRIOUJ...IO E DOIDO JlO Teati'o Nacional de Co me. dia, cadendo a instala~ao d e som da cml~s(h'a, durante uma semana. U m 3t;I'adecimcnto especial ao sambista Ozicl Pe«;an h a que tmlo fac iIi tou.

* POI' £alar no "show" NE;\I TODO CRIOULO E DOJDO, urn agl·adecimcn· to ~ ('ntiJllental do ll cssoal que partici. POll do es petaculo ao 81'. Fcl int.o Ro. drig-ues, D il'etor do Servi~o ~aciolla l de T('atl'o, pclo alto espfrito d e com. JJI'ccnsao que demonstron pal'a COlli iiles que batalham l)elo e ngrand ecimcuto ria antCntica mflsica popula1' b.'3siIeiI'3.

* Alias, 0 "show" em J'('feren c ia cOn· sagl'o ll lima nova rainha: Neidc, a co· nh cclda passista da ~fanguei l'a. A sim lH'itica I'Clu'cs('ntante da Estaciio PI' im e il'f"t , ganh ou 11m samba "quentinho" COJlqlOsto POI ' Sinval Sih' 3, c uj os "CI'SOS Sa illiciam assim:

*

44Neidc, R.1inha da l\Iangu eJ r a,

o Acad8 mi cos do Salgu c iro, tambem em gt'ande mo,rimentatao, no d iu f;; I'cccbeu a visit.a (hiS "bollccas" do '1'catro Rival, que Pl'opol'cionaram UfO t's[Jctaculo intciramentc diferentc. Uma Soma na depois, a Imp~rio da Ti. jUC4I, em s ua quadra l't'formada (nma dug majores do Rio) ofel'ec('u 0 "Bamba que Voce Pedin" e m alto cstilo e lIl11ita gente importantc, em promo<;5.0 da Ala dos Co mpositoJ'es. A U nidos do Jacar~zinho n5.o fez pOl' me· 1l0S e (len trcs gl'itos consecutivos nos dins 27, 28 c 29. Em Pilarf's houvc I"amba no dia 28, organizado pel os Ca.

44;\Iajestade da F.sta-;a.o Prim e i1'3.

* E quem quiser vel' samba infol'lIIal e ~l1tt6nUco niio l'odc <laixar de vi· s it.ar a sedo da Associ3~ao (las E sco· las de Samba, tOdas as sextas·feh'as, a lJa"tir das 21 bOl'as, e pal'ticipal' da (4NoH.c da Sel'esta" no simpatico bar inst..'llado pcla Dil'etoJ'ja da entidadc. M6s ica honlta que ent1'3 peIa madl'ugada, cx('cu lada pelos at'list-as das nOs· sas ('scolas de samba. 1]: a pedjda do mOlllcnto.

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NOSSA CAPA - Sinval Siha, sambista da Hantigal) e nome hist6rico da nossa musica popular brasileira. Apesar de ter sido 0 compositor quo mais gl'avou com Carmem lfiranda (eel'ca de 19 nriisicas), continua atualissimo, haja vista 0 sucesso de sua eomposi{:3.o "l\larllla" para a l a Bienal do Samba. l\lineiro de nascimento, jovem aillda radicou-se no Rio, cldade que CIe aprendeu a amar e de oude nao mals afastou-se. Com muito orgulho diz quo mOl'a no MOlTO da FOl'miga, em casa pr6pria comprada com 0 ponco que a mtisica Ibe renden, Ligado ao samba autentieo, 6 urn dos fundadores e ex-presidente da Escola dc Samba Imperio da Tijn~a, sitnada DO mono eltado. Dotado de uma personalidade marcante, jamais badalou on aceitou pm'ceria para a divnlga{:3.o de suas musicas, 0 (Iue the valen inlimeras dificnldades e ate mesmo 0 osh'a· cismo, 1)01' parte dOB donos e coveiros dn musica populat' bl'as ileira. Sell valor, conmdo, a tudo supera e Sin val ,'ai modestamentc dando urn valioso "recado u , inclusive pal" ticipalldo do "shown NEl\[ TOnO CRIOULO E DOIDO, Cllcenado rcccntementc, sem nada exigir e revelando utna solidariedade e urna consciencia profissional sem simi· lat'cs. Sinval, honra a Dossa mfisica de morro.

Samba e Cultura Orgao orielsl da

EXPEDIENTE EDITOR Romao de Lima SECRETARIO Arnaldo Pederneiras

cao interna e gratuita a tadas as Escolas filiadas. Elaborado pela assesorIa da Presidencia.

ARTE A. B. Fernandes

Curso de Nota.;ao l"lusical

o Departamento

Assoeia~ao

das Escolas de Samba da Guanabara - Rua Joaquim Palhares n,G 282. Distribui-

Cultural da A. E.

S. E. O. congrat.ula-se com as Eseolas de Samba e scnS compositol'CS abaixo mencionadoS', tendo em vista o espfrito de compreensao e dedica~3.0 dos mesmos ao Curso de Nota{:ao :.lIusical. Al'inor dos Santos, Unidos de Lu· cas - Antonio Barroso, Imp{;rio da Tijuca - Walter ~Iarques e Mario

Gomes da Silva, U. Vaz Lobo - .Joao Francisco e Daniel Fernandes, Lins Imperial - Mario Pedl'as, Salgueiro - l\Iurilo Bidi Silva, Irnperatrlz Leopoldinense - Francisco Sanios, Em Cima da Bora - Ademar l\[endes, Unidos de Padre l\figuel - Jocelim Almeida, Paraizo de Tuiuti - Jorge dos Santos, Unidos dc Nll6polis Darcy Fernandes 1\[ontelro, Antonio Zacarias, .Jos6 Narciso Teixeira, .JOS(! A velino, l\Iangueira, e Martinho JOS(! Ferreira I VUa Isabel.

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