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Perspectivas de um novo cenário na aprendizagem
from Revista Aprendiz 7
Perspectivas de um novo cenário na aprendizagem profissional gerado pela pandemia COVID-19
Tiago Moroni de Souza* Marisia Hoffmann**
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A Aprendizagem Profissional, conforme Cartilha da Aprendizagem, do Ministério da Economia, representa um dos principais meios de inserção qualificada de adolescentes e jovens de 14 a 24 anos de idade no mercado de trabalho. Garante um contrato formal de trabalho, de até dois anos, com a principal finalidade de propiciar aos jovens o acesso à formação técnico-profissional metódica organizada em programas que combinam aulas teóricas e atividades práticas, e contribuem assim, para o ingresso do jovem no mundo do trabalho, segmento etário que historicamente tem dificuldades em obter uma ocupação formal. O contexto da pandemia demanda ações de proteção e garantia de permanência dos contratos, para impedir que a primeira experiência o mercado laboral seja marcado por efeitos traumáticos vinculados à pandemia da COVID-19. A partir das paralisações provocadas pela Pandemia do vírus Covid-19, em 17 de março de 2020 e com a perspectiva de implementar metodologias de ensino remoto para os programas de aprendizagem vinculados a Cooperconcórdia, na unidade de trabalho Aprendiz se adaptou, trazendo inovação e agilidade nos processos internos e externos dos programas. A Cooperconcórdia percebendo a gravidade do momento, tal de deixar o aprendiz sem orientações e com seu vínculo contratual relativamente fragilizado, resolveu propor o desenvolvimento voluntário de atividades de formação assíncronas aos seus instrutores para os aprendizes. A equipe de coordenação administrativa dos programas criou e inseriu os aprendizes em salas em ambientes virtuais de aprendizagem, utilizando para tanto a plataforma Classroom. Nas mesmas, já na segunda semana de paralisações, as turmas estavam recebendo atividades voluntárias, voltadas a manutenção da sua autoestima e desenvolvimento pessoal e profissional. Semanalmente, cada turma recebia uma atividade relacionada a um tema específico, o qual servia de base para um processo assíncrono de aprendizagem. O programa se manteve interrompido ou suspenso, conforme legislação vigente, até que em meados de junho recebemos a autorização para ministrar atividades do programa regularmente, mas de forma síncrona, desde que não houvesse qualquer prejuízo ao acesso às aulas, por parte dos aprendizes. Nesse momento, o engajamento da coordenação em proporcionar o retorno às atividades do programa aos aprendizes resultou na viabilidade de 22 das 28 turmas em andamento. A pandemia ao mesmo tempo que impôs restrições e expos a disparidade social em nosso país, também proporcionou oportunidades de evolução. As tecnologias digitais de informação e comunicação, proporcionaram um novo modelo de aprendizagem remota síncrona sem prejuízos sociais e técnicos e oportunizaram a promoção do desenvolvimento integral do aprendiz em um novo modelo de mundo, adaptados a uma nova visão, entendimento, clareza e agilidade na tomada de decisão.
*MBA em Gestão de Cooperativas da UNIJUÍ. Formado em Física pela Unijuí. Diretor do Programa Aprendiz Cooperativo da Cooperconcórdia. Vice-presidente da Cooperconcórdia. **MBA em Gestão de Pessoas e Marketing, pela Celer Faculdades. Especialista em Metodologias do Ensino da Matemática no EM pela UFSM. Graduada em Matemática - Unijui. Analista de Negócios na Unidade de Trabalho Aprendiz10 e na unidade de Trabalho Capacita da Cooperconcórdia.
A resiliência veio para ficar: reflexões sobre o cenário pandêmico e o futuro
Matheus Levandowski*
É fato que a pandemia de COVID-19 impactou diversos segmentos da sociedade, entre eles a educação, de acordo com relatório do Banco Mundial publicado em fevereiro de 2021 “o impacto no Brasil pode ser ainda mais brutal já que temos um nível de desigualdade maior que outros países da América Latina”, o relatório aponta que já estamos vivendo a “crise da aprendizagem” que impactará as próximas gerações no que se refere a aquisição do conhecimento e preparo para o mundo do trabalho. Muito jovens e professores brasileiros não tem acesso a internet e dispositivos de qualidade, além disso, não foram preparados para tal transformação que foi imposta pelo cenário pandêmico o que impactou negativamente o processo de ensino aprendizagem. Além de alguns não possuírem tecnologias adequadas, conforme Dresch (2020) não se trata apenas disso, já que estudar e trabalhar no mundo digital também se refere a aquisição de competências digitais, a literatura sobre o assunto afirma que “ Saber buscar e tratar a informação em rede, transformar informação em conhecimento, produzir textos em várias linguagens e suportes são saberes fundamentais para a integração e autoria na cibercultura”. (SANTOS, 2019, p. 83). Com o passar do tempo, percebe-se que as entidades educacionais foram preparando alunos e docentes com treinamentos direcionados para essas novas práticas, as metodologias ativas estão sendo utilizadas de forma constante na aprendizagem a distância colocando o jovem como protagonista do conhecimento e preparando-o para se perceber um aprendiz digital, essa prática fomenta as competências digitais e integra com as necessidades das empresas parceiras do programa de aprendizagem nesse momento.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas ao longo da pandemia, a habilidade socioemocional da resiliência, que conforme (COIMBRA et al. 2015) pode ser compreendida como “um processo pelo qual as pessoas são capazes de se recuperar das adversidades experimentadas e seguir em frente com suas vidas”, nunca foi tão vislumbrada como no cenário pandêmico, todos nós precisamos em algum momento seguir em frente absorvendo as nossas dores e com isso, favorecemos o treinamento dessa competência que continuará essencial no retorno das atividades. Com o avanço da vacinação, estamos vivenciando uma fase de esperança e expectativas quanto ao retorno presencial, o desafio agora será fomentar o preparo emocional de colaboradores e jovens para o retorno já que muitos precisarão reaprender a socializar presencialmente. O preparo emocional dos profissionais e alunos é tão importante quanto o cumprimento das normas de segurança sanitárias e as instituições de aprendizagem devem estar preparadas para acolher receios e angústias que certamente farão parte desse retorno tão esperado por todos, portanto, a resiliência será peça chave nessa engrenagem.
Todos nós precisamos em algum momento seguir em frente absorvendo as nossas dores e com isso, favorecemos o treinamento da habilidade socioemocional da resiliência.
REFERÊNCIAS COIMBRA, Renata. M.; MORAIS, NORMANDA. ARAUJO. D. A resiliência em questão. Artmed: GRUPO A, 2015. ROCHA, Daiana. GARIBALDI. D.; OTA, Marcos. A.; HOFFMANN, Gustavo. Aprendizagem digital: curadoria, metodologias e ferramentas para o novo contexto educacional. Artmed: GRUPO A, 2020. HTTPS:// WWW.WORLDBANK.ORG Acesso em: 15/10/2021
*Supervisor de Educação e Acompanhamento ESPRO. Graduado em Recursos Humanos, Especialista em Psicologia organizacional, Gestão e tutoria para EAD, Docência para o ensino superior, graduando de Psicologia.