Poesia em Superdotação

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POESIA EM SUPERDOTAÇÃO Parceria BRASIL - ESPANHA

Olzeni Leite Costa Ribeiro Andréa Coelho de Andrade Azevedo Elizete Fernandes Queiroz Josué de Sousa Mendes (Orgs.)

EME EDITORA Brasília-DF 2008

SE/SUBEB/DEE


© - 2008 por Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação do Distrito Federal Poesia em superdotação Todos os direitos desta obra são reservados e protegidos pela Lei No 9.610, de 19-02-98. Permitida a reprodução desta obra, para fins didáticos, desde que citada a fonte. Para outros casos de reprodução, é necessária uma prévia autorização do NAAH/S-DF. As imagens que compõem este livro foram cedidas pelos NAAH/S estaduais. Coordenação do projeto Olzeni Leite Costa Ribeiro Josué de Sousa Mendes Colaboradores NAAH/S estaduais Capa Samuel de Oliveira Juniel Dantas Arte finalização/Diagramação Juniel Dantas - juniel.dantas@gmail.com Marco Rodrigo - marco.marcorodrigo@gmail.com Revisão Equipe do NAAH/S-DF Equipe do Instituto Cervantes Brasília Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ficha catalográfica NAAH/S-DF Poesia em superdotação / NAAH/S-DF, - Brasília: EME Editora, 2008. 84 p. - ISBN 978-85-89464-19-2 1. Literatura Brasileira 2. Poesia 3. Superdotação I. Título | CDU - 869

EME Editora Ltda Quadra 8, Bloco 11, Lotes 9/10, Sala 1, Sobradinho/Brasília-DF CEP: 73001-970 - Tel.: (61) 3591 6832 | www.emeeditora.com.br


Nascemos diferentes embora tenhamos aspectos semelhantes; ora somos inconseqüentes, ora somos seres errantes. (Hudson Maciel) Niños que aprenden jugando el sabor de las lenguas transparentes. (Juan Carlos Reche)

Eu sou muitos e me basto... Ser outros e estar em tudo. (Antonio Miranda) En más de una ocasión me pregunto qué hago aquí. Si yo fuera, de verdad, poeta… (Elena Medel)


Agradecimentos Aos jurados, nossa gratidão e nosso respeito pelo trabalho sério e comprometido que realizaram, em nome da lisura e do senso de justiça. Aos professores que, dedicadamente, estimularam e orientaram nossos poetas. Aos pais que acreditaram no potencial de seus filhos e propiciaram condições para que participassem deste Prêmio. Às famílias que receberam carinhosamente os poetas de outros Estados e permitiram criar um laço de amizade entre eles. Aos parceiros e empresas pela gentileza de conceder prêmios e acolhimento. Aos grandes e importantes financiadores deste projeto: Ministério da Educação do Brasil e Embaixada da Espanha. À Biblioteca Nacional de Brasília por incorporar este Prêmio à programação da Bienal Internacional de Poesia de Brasília e pelo apoio logístico. À Diretoria de Educação Especial por assumir as responsabilidades inerentes a um Prêmio dessa envergadura. Aos muitos amigos e incentivadores que foram, dia-a-dia, engrossando as fileiras dos que amam e acreditam no potencial criativo dos alunos brasileiros. A você, leitor, que tem por missão fazer viver as palavras que aqui vão escritas. A todos, enfim, nosso muito obrigado e um abraço fraterno pelo dever cumprido.


Índice Brasília na vanguarda da superdotação ....... 007 Brasil e Espanha: unidos pelo talento ............ 009 Apresentação ........................................................... 010 Prosa introdutória ................................................ 011 POEMAS Flores Químicas ...................................................... 012 A Criança em Mim ................................................... 014 Hoje ............................................................................. 016 Pensar ......................................................................... 018 Terra Nativa .............................................................. 020 Ceará ........................................................................... 022 O Exército de Inocentes ....................................... 024 A vida .......................................................................... 026 Mestre das Letras .................................................... 028 Ler é Vida .................................................................. 030 Há Tempo ................................................................. 032 Amiga Árvore .......................................................... 034 A Espera ................................................................... 036 Sedução ..................................................................... 038 Anjo da Morte ......................................................... 040

Chega de Violência ................................................ 042 O Tolo Beija-flor ...................................................... 044 Palavras ...................................................................... 046 Olhe ............................................................................. 048 Conclusão .................................................................. 050 Epopéia do Mundo das Idéias ............................ 052 O Livro ......................................................................... 054 Conhecendo nossos poetas .............................. 058 Comentários críticos ............................................ 062 Relação dos jurados ............................................ 066 A poética da alma .................................................. 067 Projeto................................................................ 068 1º Prêmio Talento Literário/Poesia em Superdotação ................................................... 074 Um passeio pelos Estados ................................... 077 Relação dos NAAH/S estaduais ......................... 084


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Brasília na vanguarda da superdotação Segundo a psicóloga Denise Fleith, o futuro de qualquer nação depende da qualidade e competência de seus profissionais, do cultivo da excelência e das condições favoráveis ao desenvolvimento do talento, sobretudo do talento intelectual. Essa premissa parece ser norteadora das políticas de países desenvolvidos e, timidamente, também começa a embrenhar-se no pensamento brasileiro, posto que um indivíduo potencialmente trabalhado é o líder cultural, econômico, intelectual e social de amanhã. O aceno dessa nova cultura traz no bojo uma rediscussão de novos conceitos, entre os quais o de riqueza, que considera o capital intelectual uma das mais elevadas fontes e importante recurso a ser cultivado e aproveitado em favor da humanidade. Nesse sentido, o Brasil vê o indivíduo de altas habilidades/superdotado como uma possibilidade de desenvolvimento dos seus recursos, a partir do que tem de mais precioso: as habilidades e a criatividade. O que se está fazendo, ainda que com parcos investimentos, é passo fundamental para a afirmação de uma cultura que se autovaloriza, na medida em que assegura o pleno desenvolvimento das potencialidades do indivíduo de altas habilidades/superdotado. Prova inconteste é este I Prêmio Talento Literário/Poesia em Superdotação, que, além de revelar e premiar novos talentos literários, procura sensibilizar a sociedade para a riqueza da inteligência nacional, especialmente na área de literatura/poesia. O Distrito Federal, em movimento de vanguarda, mais do que alimentar essa discussão, desenvolve ações para o atendimento do aluno de altas habilidades ou superdotado. Nesse percurso de mais de 30 anos, por meio da Secretaria de Estado de Educação, o DF garantiu atendimento às necessidades educacionais especiais do superdotado, considerando seu potencial talentoso e as grandes soluções criativas e eficientes que podem trazer para sua comunidade, para a sociedade brasileira e, no futuro de sua vida adulta, para a humanidade. José Luiz da Silva Valente Secretário de Estado de Educação do Distrito Federal 7


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BRASIL E ESPANHA: UNIDOS PELO TALENTO Este é um livro de crianças, para crianças. Crianças que observam o mundo desde uma plataforma que oferece uma perspectiva única. Um mundo de inocência onde às vezes, incompreensivelmente, penetra a maldade e a violência dos adultos, e que estas mesmas crianças são capazes de perceber. Para nós e para eles, saber utilizar esses dons especiais que receberam tem uma grande importância. Para eles porque sua felicidade depende da recepção que se faz destas faíscas de inteligência em seu entorno. Para nós porque o futuro depende destes saltos de qualidade que só as mentes privilegiadas possuem. Apesar de afastados geograficamente, Espanha e Brasil são países irmãos em cultura e costumes. E o que vêem e o que sentem essas crianças não é comum. Desejo que a leitura destas palavras, que só contêm verdades, lhes ajudem a encontrar um caminho de paz e amizade.

06 de agosto de 2008

Senhor Rafael de Górgolas Conselheiro de Cultura Embaixada da Espanha no Brasil 9


Apresentação O Distrito Federal é reconhecido pelo trabalho que desenvolve, desde 1976, com alunos de altas habilidades/superdotados. A partir de 2005, passou a integrar o Programa de Núcleos de Altas Habilidades do Ministério da Educação – NAAH/S, objetivando revitalizar o atendimento e avançar no desenvolvimento do potencial dos alunos. Em 2007, lançou um Projeto de Revitalização do Programa de Atendimento a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação, durante o evento “Brasília É, Faz e Mostra Talento”, com o firme propósito de promover avanços no subsídio a projetos e na formalização de uma rede de parcerias produtivas (governo, universidades, professores, parlamentares, empresários, famílias). O atendimento, então, ganhou visibilidade e despertou o desejo de novas contribuições. Aproveitando-se da escolha de Brasília, em 2008, como a Capital Americana da Cultura, feito que inspirou a I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, a Diretoria de Educação Especial do Distrito Federal – DEE, por intermédio do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação do Distrito Federal – NAAH/S-DF e a Biblioteca Nacional de Brasília – BNB promoveram o I Prêmio Talento Literário/Poesia em Superdotação, com a finalidade de descobrir e estimular o talento literário, ao mesmo tempo fomentar a integração dos 27 NAAH/S implantados em todas as Unidades da Federação. A opção pelo texto literário, mais especificamente a poesia, se deveu ao fato de ser a poesia importante forma de desenvolver a competência técnica do talento, além de possibilitar uma experiência moral que permite uma ressignificação da vida e do mundo. Para dar conta de toda essa proposta, a parceria precisou ser estendida a outras instâncias e organismos, sem os quais dificilmente o êxito seria logrado. As adesões foram chegando: o MEC garantiu passagem e hospedagem para os poetas se deslocarem até Brasília; a Embaixada da Espanha formalizou o compromisso de custear esta Antologia bilíngüe, o SESC-DF responsabilizou-se pela criação da arte e do design. E cada Estado ainda contou com importantes parceiros. Definidos os papéis de cada parceiro no I Prêmio Talento Literário/Poesia em Superdotação, o NAAH/S-DF e a BNB coordenaram todas as ações, com o apoio e o empenho solidário dos NAAH/S estaduais, que constituíram comissões julgadoras para a escolha do poema representante de seu respectivo Estado. A meta do Prêmio era selecionar UM poema, por Estado, para compor uma antologia bilíngüe (português e espanhol), no total de 27 poemas inéditos, no entanto quatro Estados abstiveram-se, o que não diminuiu a graça e o sucesso do Prêmio. Depois da fase estadual, um Comitê Nacional foi constituído para ler, analisar e classificar os 23 poemas, além de acompanhar a presente Antologia, que será distribuída nas escolas brasileiras e espanholas, levando idéias e impressões de um potencial que não se perdeu, posto que fora, é e será sempre cultivado. Eis a razão de todo este brilho!

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Olzeni Leite Costa Ribeiro e Antônio Miranda


PROSA INTRODUTÓRIA Tenho insistido, sempre que a ocasião se me oferece, na necessidade de investirmos o melhor de nossos valores e recursos na educação. Falo de uma educação integral, do corpo e do espírito, da mente e da sensibilidade, não só de instrução. Temos dado alguma atenção a esta, mas, lamentavelmente, descurado daquela. Não basta ensinar a ler, escrever e contar, nem mesmo propiciar elementos técnicos para o exercício de uma profissão. É preciso educar para a vida no conjunto de suas vertentes, o que implica aspectos morais, estéticos, políticos, sociais. Não é tarefa exclusiva da escola, decerto. Há de ter início no berço, no lar, e há de contar com a participação efetiva e atenta de governo, sociedades religiosas e culturais, empresas, meios de comunicação. (A televisão, dentre esses, deveria ser para tanto utilizada, poderoso instrumento que é; mas a sua programação atual tem tido efeito muitas vezes contrário, isto é, deseducativo e desagregador. Para mudar esse quadro, melhor do que qualquer interferência governamental seria a conscientização das próprias emissoras com o fito de, em trabalho conjunto, solidariamente, darem largueza e profundidade a um incipiente código de ética e o transformarem num código de bem-servir.) Para deflagrarmos esse mutirão, entretanto, é de reconhecer que o papel da escola é primário, fundamental, institucional. A realização do concurso que deu origem a este livro insere-se nesse desejado contexto. É comovedor ver meninos e adolescentes aplicados em criar, em linguagem que se quer expressiva e elevada, construções poéticas que revertem, afinal, na construção da própria personalidade. Pois a poesia, arte da palavra por excelência, tem a vocação da totalidade, sendo a atividade mais apta a tentar a fusão do pensar e do sentir. O alvo da iniciativa transcende, assim, a busca ou a catalisação de talentos poéticos, sem o excluir. E é altamente compensador encontrarmos nestas composições, muito menos canhestras do que se poderia pressupor, a combinação de ritmo e música vocabular ao encantatório da imaginação e da fantasia, e ainda à enfocação crítica da realidade, palmilhando uma temática que vai das coisas do coração às questões envolvedoras da atividade política, do meio ambiente, da fraternidade étnica, da convivência em sociedade, etc. – tudo convergindo, ou assim o procurando, para uma visão e uma vivência não maniqueísta, senão holística, daquilo que nos cerca e de tudo que somos. Poeta Anderson Braga Horta 11


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Viro-me, ao teto do mundo Pintado de céu com tinta mofada; Aos cantos da vida com teia tecida, Numa prosa antiga, sequer mais lembrada. Viro-me, ao que se diz céu, Com pássaros de ferro, nuvens vazias; Aos cantos da vida com obras de Frida, E alguma poesia qualquer. Viro-me eu, ao que se diz nação, Que indaga a paz com um canhão; Ao que se diz pátria, Como minha nação. Viro-me eu, a tudo que me cerca, A tudo que peca, que erra; Faço-lhe uma canção de ninar, Daquelas bobas, que ainda sabem rimar: Aos que carregam o mundo, Dou minha própria esperança; Aos que marcham a fio, Algumas flores químicas; Aos que nascem e morrem, Dou minha humilde compaixão; Aos que sequer nascem, Eu dou os meus parabéns. Esses, pelo menos, nunca sofrerão.

Flores Químicas Gabriel Araújo de Aguiar

1º Distrito Federal 12

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Flores Químicas Gabriel Araújo de Aguiar

Me giro, hacia el techo del mundo Pintado de cielo con tinta ajada; A los rincones de la vida con tela tejida, En una prosa antigua, ya ni siquiera recordada. Me giro, hacia lo que se llama cielo, Con pájaros de hierro, nubes vacías; A los rincones de la vida con obras de Frida, Y alguna otra poesía. Me giro, hacia lo que se llama nación, Que interpela la paz con un cañón; A lo que se llama patria, Como mi nación. Me giro, hacia todo lo que me rodea, A todo lo que peca, que yerra; Le hago una canción de nanar, De aquellas bobas, que aún saben rimar: A los que cargan el mundo, Les doy mi propia esperanza; A los que marchan en fila, Algunas flores químicas; A los que nacen y mueren, Les doy mi humilde compasión; A los que ni siquiera nacen, Los felicito. Ellos, por lo menos, nunca sufrirán.

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A Criança em mim Oziel Soares de Albuquerque

Há um grito por esperança, Um grito por socorro, Em mim há uma criança Que não queria nascer de novo. Um gemido que não pára. Minha alma está ferida, Tenho uma cicatriz que não sara; É uma rua sem saída.

Há tanta violência, Tanto sofrimento, Tanta indecência Há tantos sonhos jogados ao vento.

Vejo a vida da janela Com tanta morte e desilusão, Ela já não é mais tão bela, Já não há paz no coração.

O desprezo é realidade É a verdade, cruel e viril, Vejo crescer a impunidade, Deus tenha dó deste Brasil.

Eu queria mais amor Para toda essa gente, Um mundo sem mágoas, sem dor Que tudo fosse diferente.

Há uma criança em mim Que quer acreditar Que o choro vai ter fim E que o mundo vai mudar. Não dá mais para viver assim, Ainda quero poder sonhar...

2º ACRE 14

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Hay un grito por el porvenir, Un grito por socorro, Hay un niño en mí Que no quería nacer del todo. Un gemido que no para. Mi alma está herida Tengo una cicatriz que no sana; Es un callejón sin salida. Veo la vida desde la ventana Con tanta muerte y desilusión, Ya no es tan galana, Ya no hay paz en el corazón.

El niño en mí…

Oziel Soares de Albuquerque

Yo quería más amor Para toda esa gente, Un mundo sin resentimientos, sin dolor Que todo fuese diferente. Hay tanta violencia, Tanto sufrimiento, Tanta indecencia Hay tantos sueños lanzados al viento. El desprecio es realidad Es la verdad, cruel y viril, Veo aumentar la impunidad, Dios se apiade de este Brasil. Hay un niño en mí Que quiere pensar Que el llanto va a tener fin Y que el mundo va a cambiar. No se puede vivir así, Aún quiero poder soñar.

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Hoje

Cássia Silva de Jesus

Hoje... eu vi as coisas de outra forma. Fiz cálculos, achei respostas. Então minha alma mergulhou no oceano e resolveu não mais ser tempestade. Percebi... que as estrelas não têm medo de altura. Numa respiração profunda desejei ter asas. Briguei com o tempo, consultei os ventos. Criei asas inabaláveis. E voei pra longe do nunca. Agora vejo com chuva nos olhos o quanto perdi. Mas o que importa? Se a porta se abriu. Se abriu porque hoje eu vi as coisas de outra forma.

3º Bahia 16

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Hoy... he visto las cosas de otra forma. Hice cálculos, encontré respuestas. Entonces mi alma se sumergió en el océano y resolvió ya no ser tempestad.

Hoy Cássia Silva de Jesus

Me di cuenta… de que las estrellas no tienen miedo de altura. En una respiración profunda deseé tener alas. Me peleé con el tiempo, Consulté a los vientos. Construí alas inquebrantables. Y volé lejos del nunca. Ahora veo con lluvia en los ojos cuánto he perdido. ¿Pero qué importa? Si la puerta se ha abierto. Se ha abierto porque hoy he visto las cosas de otra forma.

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Pensar

Vivian Juliana de Oliveira

Penso em flores de todas as cores Penso em pedaços de todos os formatos Penso em guerra, sinto tristeza. Penso em companheirismo, lembro amizade. Penso em estudar e me realizar. Penso em família, sinto amor. Penso em ler, me faz viajar. Penso na noite, vejo as estrelas. Penso no dia, vejo o sol que brilha. Penso em brincar, vejo crianças. Penso em crianças negras e brancas. Tristes e felizes. Penso em liberdade, que felicidade! Penso na Floresta Amazônica, Que devemos respeitá-la. Penso em sonhar e meu sonho concretizar Penso simplesmente em pensar.

Amazônas 18

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Pienso en flores de todos los colores Pienso en pedazos de todos los formatos Pienso en guerra, siento tristeza. Pienso en compañerismo, recuerdo amistad. Pienso en estudiar y realizarme. Pienso en familia, siento amor. Pienso en leer, me hace viajar.

Pensar

Vivian Juliana de Oliveira

Pienso en la noche, veo las estrellas. Pienso en el día, veo el sol que brilla. Pienso en jugar, veo niños. Pienso en niños, negros y blancos. Tristes y felices. Pienso en libertad, ¡qué felicidad! Pienso en la selva amazónica, Que la debemos respetar. Pienso en soñar y mi sueño concretizar. Pienso simplemente en pensar.

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Terra Nativa Ana Cristina Ramos dos Santos

Terra das bacabas, filha do grande Amazonas. Tua imensidão, o verde. Belezas ignoradas, jamais comparadas. Os sons das “caixas” e do batuque do marabaixo encantam os passantes. A fortaleza de São José, e seus encantos, atrai os visitantes. Teu esplendor e glória abrilhantam a cultura popular. Que é o centro, o tudo... da tua história.

Os sabores inigualáveis, pura perfeição. Fina herança dos imigrantes. Preciosidades raras e exclusivas, feitas com o coração.

No meio do mundo, Onde corta a imaginária, linha do equador. Brilha o clarão do sol profundo.

As louceiras do maruanum, Encantam-nos por sua firme delicadeza. Suas imaginações e criatividades. Criando seus artefatos um a um. Terra do verde intenso. Guardiã da Amazônia. Imponente e silenciosa. Tens o cheiro da floresta, o sabor da vida. A ti pertenço.

Amapá 20

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Tierra de las bacabas, hija del gran Amazonas. Tu inmensidad, el verde. Bellezas ignoradas, jamás comparadas. El sonido de los tambores y del batuque marabaixo deleita a los paseantes. La fortaleza de San José, y sus encantos, atrae a los visitantes. Tu esplendor y gloria, dan brillo a la cultura popular. Que es el centro, el todo… de tu historia.

Tierra nativa Ana Cristina Ramos dos Santos

En el medio del mundo, Donde corta la imaginaria línea del ecuador. Brilla el resplandor del sol profundo. Los sabores inigualables, pura perfección. Fina herencia de los inmigrantes. Preciosidades raras y exclusivas, hechas con el corazón. De Maruanum las artesanas, Nos fascinan por su firme delicadeza. Sus imaginaciones y creatividades. Creando una a una sus porcelanas. Tierra del verde intenso. Guardiana de la Amazonía. Imponente y silenciosa. Tienes el aroma de la selva, el sabor de la vida. A ti te pertenezco.

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Ceará

Erickson da Silva Sousa

Terra do sol, terra do mar. Terra do pescador, o grande Dragão do Mar. Terra mais doce que o mel dá, terra da rapadura, terra de muita fartura: manga, caju e cajá. Terra milagrosa, terra de Juazeiro, aonde vai muito romeiro, com fé ao Padre Cícero orar, em busca do milagre alcançar.

Ceará 22

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Tierra del sol, tierra del mar. Tierra del pescador, el gran Dragón del Mar.

Ceará

Erickson da Silva Sousa

Tierra más dulce que la caña da, tierra de la rapadura tierra de mucha hartura: mango, merey y cajá Tierra milagrosa, tierra de Juazeiro, adonde va mucho romero, con fe al Padre Cícero orar, en busca del milagro alcanzar.

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O Exército de Inocentes Dayan Marchezi Sant’Ana da Silva

Deram o alerta, e a mensagem foi recebida, Chegou veloz ao trono, ergueu o soberano, Que seu cetro mau, no fel de sua ganância, Desceu ao mármore; e a terra jamais ferida Tremeu, e às centenas fez brotar ser humano, Jovens guerreiros que abandonaram a infância. Eram só duzentos e oitenta e oito soldados, Em quatro seções de setenta e dois guerreiros, Em fila, divididos em linhas de doze, Para uma missão assassina convocados; Sem saber que não regressariam inteiros, Partiram de sua terra em bélica pose.

Mas lá, perdidos como selvagens cavalos, Viram, como seu próprio reflexo no ermo ar, Gente alienígena, soldados do além. Não por coragem, mas pela ordem de matá-los, Fizeram loucura de se sacrificar E carne inimiga pisaram sem desdém. Chegou logo ao trono a notícia da vitória, E o supremo comemorou aliviado; Um banquete criou com um gesto de mãos, Ao som dos órfãos, viúvas e pais sem glória Chorando pelo monte de corpos banhados Pelo sangue rubro de inimigos irmãos.

Espírito Santo 24

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Dieron la señal, y el mensaje fue recibido, Llegó veloz al trono, irguió el soberano, Que su cetro malo, en la hiel de su ganancia, Descendió al mármol, y el suelo jamás herido Tembló, y a las centenas hizo brotar ser humano, Jóvenes guerreros que abandonaron la infancia.

El Ejército de Inocentes Dayan Marchezi Sant’Ana da Silva

Eran sólo doscientos y ochenta y ocho soldados, En cuatro sesiones de setenta y dos guerreros, En fila, divididos en líneas de doce, Para una misión asesina convocados; Sin saber que no regresarían enteros, Partieron de su tierra en bélica pose. Pero allá, perdidos como salvajes caballos, Vieron, en el yermo aire reflejarse, Gente alienígena, soldado del más allá. No por coraje, sino por la orden de matarlos, Cometieron la locura de sacrificarse Y carne enemiga pisaron sin piedad. Llegó pronto al trono la noticia de la victoria, Y el supremo celebró aliviado; Un banquete creó con un gesto de manos, Al son de los huérfanos, viudas y padres sin gloria Llorando por el monte de cuerpos bañados Por la sangre roja de enemigos hermanos.

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A Vida

Luiz Rodrigo Araújo Silva A vida é uma caixinha de surpresas, recheada de belezas, de dores e horrores, mais de alegrias e amores. Quando menos esperamos, ela nos atinge feito um carro desgovernado, dando-nos alegrias e felicidades, dores e horrores. A vida é um touro bravo de um rodeio. Sempre nos derruba mas sempre a montamos de novo e de novo. Até nos derrubar e levantarmos mais fortes. Assim é a vida: uma imensa caixinha de surpresas, sempre usando-nos como presas de suas gracinhas.

Goiás 26

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La vida es una cajita de sorpresas, rellena de bellezas, de dolores y horrores, más de alegrías y amores.

La Vida

Luiz Rodrigo Araújo Silva

Cuando menos esperamos, ella nos alcanza como un coche desorientado, dándonos alegrías y felicidades, dolores y horrores. La vida es un toro bravo en un rodeo. Siempre nos derrumba pero siempre la montamos de nuevo y de nuevo. Hasta derrumbarnos y levantarnos más fuertes. Así es la vida: una inmensa cajita de sorpresas, siempre usándonos como presas de sus bromitas.

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Mestre das Letras Ísis Watanabe

Filho de lavadeira e pintor mulato... No Rio de Janeiro nasceria Joaquim Maria, “Nosso Machado”. Entre epilepsia e gagueira Desenvolveu seu talento de forma ligeira; Órfão, tímido e quieto, vive na recata... Torna-se assim autodidata. Autor de trabalhos diversos “O Marmota” publica seus primeiros versos: Poesia, prosa, conto, novela, teatro, crítica e crônica... E começa a fase romântica.

Passada sua maturidade, Volta-se para a objetividade, Com visão crítica e pessimista: Inaugura a segunda fase – realista. Quem o lê, põe-no divino Mais belo, não imagino! De pena na mão, Abriu-nos a imaginação. O câncer deixou-o adoentado... A eternidade convida o escritor cansado; A morte dá seu veredito: Machado de Assis, Cem Anos de um Mito.

Mato Grosso do Sul 28

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Hijo de lavandera y pintor mulato… En Rio de Janeiro nacería Joaquín María, “Nuestro Machado”. Entre epilepsia y tartamudez Desarrolló su talento con avidez; Huérfano, tímido y quieto, vive recatado Haciéndose así, autoletrado.

Maestro de las Letras Ísis Watanabe

Autor de trabajos diversos “El Marmota” publica sus primeros versos: Poesía, prosa, cuento, relato, teatro, crítica y crónica… Y empieza la fase romántica. Pasada su madurez, Se vuelve para la sensatez, Con visión crítica y pesimista: Inaugura la segunda fase – realista. Quien lo lee, lo cree divino Más bello, ¡no lo imagino! Pluma que en la mano trae, En nuestra imaginación recae. El cáncer lo ha dejado delicado… La eternidad invita al escritor cansado; La muerte le da su veredicto Machado de Assis, Cien Años de un Mito.

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Ler é Vida

Wagner Moreira Neves

A leitura é uma lição de vida Pode ser uma lição de casa Tanto para o mais humilde Quanto para o mais abastado É o pensamento em ação Você lê até “de montão”... Alguma coisa entra na cabeça da gente e nela acontece, toca fundo... Por isso, pense! Temos tanto a ler... Coisas do passado a conhecer A gente começa a pensar e reviver Ao mesmo tempo o futuro começa a florescer Não esqueçamos de tantos motivos Que para nós surgem ao abrirmos um livro. Se você não ler Sua vida vai desaprender Mas trazendo a leitura com você Um grande cidadão vai nascer! A leitura é um ato de aprender Só basta você pegar um livro e ler Então viaje nas páginas Viva as aventuras, os mistérios... os romances Lembre-se de que a leitura nos enriquece a cada instante.

Mato Grosso 30

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La lectura es una lección de vida Puede ser una lección para casa Tanto para el más humilde Como para el más acaudalado Es el pensamiento en acción Tú lees un montón… Algo nos entra en la cabeza y en ella ocurre algo, cala hondo… Por eso, ¡piensa!

Leer es Vida

Tenemos tanto que leer… Cosas del pasado por conocer Empezamos a pensar y renacer Al mismo tiempo el futuro empieza a florecer No olvidemos tantos motivos Que surgem al abrir un libro.

Wagner Moreira Neves Al no leer Tu vida va a desaprender Pero al traer la lectura contigo ¡Un gran ciudadano va a nacer! La lectura es un acto de aprender Basta sólo coger un libro y leer Entonces viaja en las páginas Vive las aventuras, los misterios… los romances Acuérdate de que la lectura nos enriquece a cada instante.

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Há Tempo

Ana Cláudia dos Santos

Há tempo não tinha pensado em você... Nesse tempo, não tive inspirações, Não chorei... E não sorri, é bem verdade... A paixão, a eloqüência dessa conseqüência Sempre esteve aqui, mas eu a tinha guardado, Nestes dias de esquecimento. Há tanto tempo meu coração não tem Saltado das perspectivas e frustrações que Apaixonar-se causa: Quando me lembro de você, choro... Quando choro, escrevo... Quando escrevo, encontro consolação E, quando encontro consolação, estou mais Uma vez relembrando você, o seu abraço, Tão longo quanto confortador... O teu sorriso cheio de esperança, Segurança e bondade O teu jeito tão verdadeiro Quanto a saudade que sinto do nosso amor... Encontrar consolação lembrando-me de você Chorando por ti e alegre por tudo que somos Um para o outro e ter mais uma vez a plena certeza de que, Eu te amo e vou te amar para o resto dos meus dias!

Pará 32

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Hace tiempo no pienso en ti... En ese tiempo, no he tenido inspiraciones, No he llorado… Y no he sonreído, es verdad... La pasión, la elocuencia de esa consecuencia Siempre ha estado aquí, pero yo la había guardado,

Hace Tiempo Ana Cláudia dos Santos

En esos días de olvido. Hace tanto tiempo mi corazón No ha saltado de las perspectivas y frustraciones Que enamorarse causa: Cuando me acuerdo de ti, lloro… Cuando lloro, escribo… Cuando escribo, encuentro consuelo Y, cuando encuentro consuelo, Estoy una vez más recordándote a ti, tu abrazo, Tan largo como reconfortante… Tu sonrisa llena de esperanza, Seguridad y bondad Tu manera tan verdadera Cuando la nostalgia que siento de nuestro amor… Encontrar consuelo recordándote a ti Llorando por ti y alegre por todo lo que somos Uno para el otro y tener una vez más la plena certeza de que ¡Yo te amo y te voy a amar el resto de mis días!

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Amiga Árvore Messias Bezerra da Silva Neto

Estava a te contemplar Contemplando o teu balançar Tua folhagem, Tua forma, Tuas flores Percebo quão grande criação Parece não viva Parece ter metafísica Parece ter um mistério Ao te olhar novamente descobri Que a maior metafísica É não ter metafísica alguma Que o maior mistério É não ter mistério algum

Mas ainda te admiro Admiro teu jeito de ser Singela Dentre muitas, única Admiro-te pelo que és Alimentas a todos Com teus frutos, sem pedir nada em troca. Te destroem E nos dás ar puro Nos dás um solo firme. Tiramos-te de tua casa, E nos dás abrigo Incomparável és.

Paraíba 34

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Estaba contemplándote Contemplando tu balanceo Tu follaje, Tu forma, Tus flores Percibo cuán gran creación Parece no vivo Parece tener metafísica Parece tener un misterio

Amigo Árbol Messias Bezerra da Silva Neto

Al mirarte nuevamente descubrí Que la mayor metafísica Es no haber metafísica ninguna Que el mayor misterio Es no haber misterio ninguno. Pero aún te admiro Admiro tu forma de ser Sencilla Entre muchos, único Te admiro por lo que eres Alimentas a todos Con tus frutos, Sin pedir nada a cambio. Te destruyen Y nos das aire puro Nos das un suelo firme. Te arrancamos de tu casa, Y nos das abrigo Eres incomparable.

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A Espera João Victor da Silva Oliveira Bezerra Na alma feminina A mulher uma rocha. Forte, pensativa, Sentimento de revolta. Vive solitária Querendo sua volta. A volta da bela brisa A brisa que a consola. Ficando sozinha Quando ela vai embora. Esperando a hora, A hora de sua volta. Entre as montanhas A rocha a esperar. Esperando a bela brisa Até ela chegar. Ficará feliz Pois irá se consolar. E entre os seus braços Irá se confortar.

Pernanbuco 36

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En el alma femenina La mujer resuelta. Fuerte, pensativa, Sentimiento de revuelta. Vive solitaria Queriendo su vuelta. La vuelta de la bella brisa La brisa que la consuela.

La Espera João Victor da Silva Oliveira Bezerra

Quedándose sola Cuando ella se va, otrora. Esperando la hora, La hora de su vuelta. Entre las montañas La roca espera. Esperando la bella brisa Hasta que llega. Se quedará feliz Pues se consolará. Y entre sus brazos Se confortará.

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Sedução Marta Juliana de Abreu

A imprevisibilidade do futuro me traz ilusões, Mas a nitidez do teu olhar me traz a certeza De que estarei junto a ti Porque me senti atraída Quando percebi que tu me seduzias Tua sensualidade me deixou alucinada E me perdi nos teus encantos sedutores No sigilo do teu olhar Naqueles momentos somente eu pude contemplar A beleza que reluzia nascida Da fonte dos teus olhos Que ofuscavam a minha visão Para ser exclusividade da minha paixão!

Piauí 38

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La imprevisibilidad del futuro me crea ilusiones, Pero la nitidez de tu mirar me da la certeza De que estaré junto a ti Porque me sentí atraída Cuando percibí que tú me seducías

Seducción

Tu sensualidad me dejó alucinada Y me perdí en tus encantos seductores En el sigilo de tu mirar

Marta Juliana de Abreu

En aquellos momentos solamente pude contemplar La belleza que relucía nacida De la fuente de tus ojos Que ofuscaban mi visión ¡Para ser exclusividad de mi pasión!

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Anjo da Morte

Cassiano Sampaio Campana Por que todos têm medo de mim, o Anjo da Morte? Será que eu sou realmente assustador e tenebroso, ou só mais uma vítima do preconceito? Será a morte tão ruim, que agradeceríamos se não existisse? Para mim a morte é uma passagem para uma vida melhor. Então, por que me temem? Não sou ruim, não tenho capuz preto, nem uma foice. Sou só um anjo encarregado de uma missão importante, a de que a hora de uma vida melhor chegou. Mas, então, Por que eles têm medo de mim? Sou poeta novato mas vou tentar prosseguir. De qualquer forma, não tenham medo de mim.

Paraná 40

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¿Por qué todos me temen a mí, el Ángel de la Muerte? ¿Será que yo soy realmente asustador y tenebroso, o soy una víctima más del prejuicio?

Ángel de la Muerte Cassiano Sampaio Campana

¿Será la muerte tan mala, que agradeceríamos si no existiera? Para mí la muerte es un pasaje para una vida mejor. Entonces, ¿por qué me temen? No soy malo, no tengo capucha negra, ni una hoz. Soy sólo un ángel encargado de una misión importante, la de que la hora de una vida mejor ha llegado. Pero entonces, ¿Por qué me temen a mí? Soy poeta novato pero intentaré proseguir. De cualquier forma, no me tengan miedo.

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Chega de Violência Vitor Matheus de Oliveira do Nascimento

Chega de violência Quero paz. Abandono,tristeza Nunca mais. Criança tem que viver, Ter atenção, carinho; Brincar, pular, correr; Ganhar beijinho. Quero um mundo melhor Sem assalto, morte, dor. Quero respeito E muito, muito amor...

Rio de Janeiro 42

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Basta de violencia Quiero paz. Abandono, tristeza Nunca más.

Basta de Violencia

Los niños tienen que vivir, Tener atención, cariñitos; Jugar, saltar, reír; Recibir besitos.

Vitor Matheus de Oliveira do Nascimento Quiero un mundo mejor Sin asaltos, muerte, dolor. Quiero respeto Y mucho, mucho amor…

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O Tolo Beija-Flor Clara Gabrielle Martins da Silva Vi pela janela um pequeno passarinho saindo do seu ninho para beijar o seu amor, o incrível beija-flor. Mas como pode essa ave encantada pulsar 2.000 vezes pela sua amada? Ou então ficar parada no ar Só para nela beijar? Como o amor é cego! Se ela não retribui o seu amor ao tolo beija-flor Que sai todo dia para beijar a sua amada flor.

Rio Grande do Norte 44

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El Tonto Picaflor

Clara Gabrielle Martins da Silva

He visto por la ventana un pequeño pajarito saliendo del nidito para besar a su amor, el increíble picaflor. Pero ¿cómo puede esa ave encantada aletear 2.000 veces por su amada? ¿O en el aire suspendida estar sólo para su amada besar? El amor ¡es tan ciego! Si ella no le retribuye el amor al tonto picaflor Que sale cada día para besar a su amada flor.

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Palavras

Eduardo Martins Gondim

Ah, palavras, aqui estão vocês saindo do meu peito Expressando cada sentimento, instante, momento E assim desafogando o meu lamento. Ah, palavras, saiam e semeiem emoção Mostrem-se para todos E eles as entenderão. Ah, palavras, vamos revolucionar! Vamos gritar, mostrar para todos que eles podem amar Viver sonhos e não mais acordar. Ah, palavras, vamos despertar Despertar dentro de cada um o poeta que existe Vamos mostrar que só é preciso poesia para que o mundo não seja triste. Ah, palavras, vamos reviver o Trovadorismo Vamos cantar, nos livrar desse egoísmo Vamos ressuscitar os grandes trovadores e mudar o Pós-Modernismo. Ah, palavras, se tivesse poderes Os poderes dos poetas imortais As usaria como tais, Mas quem sou eu senão um mero mortal Escrevendo simples palavras em forma de poesia em humilde caderno colegial.

Rondônia 46

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Palabras

Eduardo Martins Gondim

Ah, palabras, aquí estáis saliendo de mi pecho Expresando cada sentimiento, instante, momento Y así desahogando mi lamento. Ah, palabras, salid y sembrad emoción Mostraos a todos Y habrá comprensión. Ah, palabras, ¡vamos a revolucionar! Vamos a gritar, a mostrar a todos que pueden amar, Vivir sueños y jamás despertar. Ah, palabras, vamos a despertar Despertar dentro de cada uno el poeta que existe Vamos a demostrar que sólo hace falta la poesía para que el mundo no sea triste Ah, palabras, vamos a revivir el Trovadurismo Vamos a cantar, a librarnos del egoísmo Vamos a resucitar a los grandes trovadores y cambiar el posmodernismo Ah, palabras, si tuviese poderes Los poderes de los poetas inmortales Os usaría como tales, Pero quién soy yo sino un simple mortal Escribiendo meras palabras en forma de poesía en un humilde cuaderno colegial

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Olhe...

Melina Flores Rohdt

Não é belo olhar para o céu E ver vários pássaros

Nuvens passando O sol a brilhar...

Mas... Olhe... Onde foram parar?

O que aconteceu? É... com tanta poluição no ar, Com a situação do mundo hoje em dia... Essas belezas ficaram difíceis de enxergar.

Rio Grande do Sul 48

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No es bonito mirar al cielo Y ver varios pájaros Nubes pasando El sol brillar…

Mira...

Pero… mira… ¿Dónde han ido a parar?

Melina Flores Rohdt

¿Qué ha pasado? Sí... con tanta contaminación en el aire, Como está el mundo hoy en día… Estas bellezas son difíciles de admirar.

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Conclusão Vitor Luiz Torquato

são

Conclu

Sou demitido do trabalho. Perdi meus amigos. Parei de estudar. Estou cada vez pior.

Minha vida é ruim, Não mereço estar aqui. Subo ao topo do penhasco e vejo uma rosa branca.

Olho para ela. Com meus sentimentos vejo que é um sinal. Não sou só eu, tem outros.

Com a vida assim como eu, uma vida inútil, sem sentido. Tem outros.

Santa Catarina 50

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Me han echado del trabajo. He perdido a mis amigos. He dejado de estudiar. Cada vez estoy peor.

Conclusión Vitor Luiz Torquato

Mi vida es nefasta, No merezco estar aquí. Subo a la cima del peñasco Y veo una rosa blanca. La miro. Con mis sentimientos Veo que es una señal. No soy sólo yo, hay otros. Con la vida así como yo, una vida inútil, sin sentido. Hay otros.

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Epopéia do Mundo das Idéias Lucas da Costa Geremias

Havia então uma praia. Uma praia de areia branca e a praia era o mundo que o filósofo sempre quis ver. E na praia havia um homem deitado. (Desolado , Destruído) – Corrompido... De olhos fechados com pensamentos aglomerados em enigmas sobre o céu e a terra e tudo o que ela encerra. O cérebro inerte do homem pensava sobre o que finalmente alcançava. Se libertando dos grilhões naquela caverna escura de onde só se ouvia o mar e os pássaros a cantar.

Porém em sua realidade apenas as sombras de um passado que já virou pó. “Mas eu estou aqui, atravessei o muro saí do escuro e vim para o Sol que a tudo governa em sua luz e calor encena a sinfonia do mundo”. “Vivemos nas ameias de um mundo limitado. (Destroçado, Descarnado) E os grilhões temos que romper para o mundo real ver. Não apenas sombras numa caverna de um mundo de sonhos”.

São Paulo 52

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Había entonces una playa. Una playa de arena blanca y la playa era el mundo que el filósofo siempre quiso ver. Y en la playa había un hombre tumbado. (Desolado, destruido) – Corrompido… Con los ojos cerrados con pensamientos amalgamados en enigmas sobre el cielo y la tierra y todo lo que ella encierra.

Epopeya del Mundo de las Ideas Lucas da Costa Geremias

El cerebro inerte del hombre pensaba sobre lo que finalmente alcanzaba. Liberándose de los grilletes en aquella caverna oscura desde donde sólo se oía el mar y los pájaros cantar. Sin embargo en su realidad sólo las sombras de un pasado convertido en polvo. “Pero estoy aquí, he atravesado el muro salido de la oscuridad y venido al Sol que todo lo gobierna que en su luz y calor escenifica la sinfonía del mundo” “Vivimos en las almenas de un mundo limitado (Destrozado, Descarnado) Y los grilletes los tenemos que romper para el mundo real ver. No sólo sombras en una caverna de un mundo de sueños”.

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O Livro

João Marcos de Almeida Brito

O livro é muito bom Bom pra valer A mania de leitura Pega até você. A leitura é muito importante Com ela eu consigo ser um gigante Eu posso imaginar, sonhar, viajar! E o mundo mudar. E se você quer saber É só com a leitura Que seu aprendizado Vai enriquecer.

Tocantins 54

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El libro es muy bueno Bueno de verdad La manía de la lectura Hasta a ti te atrapará.

El Libro

João Marcos de Almeida Brito

La lectura es muy importante Con ella consigo ser un gigante ¡Puedo imaginar, soñar, viajar! Y el mundo cambiar. Y si quieres saber Es sólo con la lectura Que tu aprendizaje Se va a enriquecer.

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Encontro dos Poetas Chegada com aclamação Boas vindas aos poetas em simetria O espaço se abre em festa A festa da poemação Alegria, euforia e congratulações São três dias, glamourosos De versos em bilíngüe graciosos Almas que tremulam, em musical alegretto Corações que se elevam e transcendem Em momentos deslumbrantes de emoção

.....

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..... Para Ozeni, Elizete, Andréa e Josué Andréa, com sua vivacidade, nos proporcionou momentos variados de alegrias; Elizete, em defesa dos poetas, mostrou que sentimentos ultrapassam a lingüística e a gramática; Ozeni, que maravilha, de leve, chega, define, resolve e com sua calma nos anima; Josué, trouxe aos poetas aula primorosa, outras formas de fazer versos. E Eliane?* Volta, com a sua malinha ambulante, Da Biblioteca Nacional à Capital Paraibana Volta sim, leve de roupas e coisas Mas cheia de coloridas e sonoras poesias. *Eliane Dutra Fernandes, professora do NAAH/S-PB, cantando a grande final do 1º Prêmio Talento Literário em Brasília.

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Conhecendo nossos poetas

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ACRE - OZIEL SOARES DE ALBUQUERQUE (11/08/1990) escreve poemas românticos, de cordel e contos. É atualmente estudante do 3º Ano do Ensino Médio. Contato: oziel.poeta@hotmail.com AMAPÁ - Ana Cristina Ramos dos Santos pretende escrever mais poemas e ser uma poetisa reconhecida. Antes, porém, quer prestar vestibular para o curso de Direito. “Descobri meu talento literário aos 13 anos, ao escrever o poema ‘mãe’, em homenagem ao Dia das Mães”, confidencia. AmazOnas - Vivian Juliana de (16/04/1999) aos 4 anos foi acelerada para a 1ª Série; aos 8, concluiu a 4ª Série e, aos 9 anos, cursa a 6ª Série. Produz revistas em quadrinho e com a poesia “Menina Morena” foi premiada com elevação de notas. Contato: vivianjuliana@hotmail.com

Oliveira

BAHIA - CÁSSIA SILVA DE JESUS (13/03/1989) é aluna concluinte do Ensino Médio e demonstra talento em desenho, percepção visual, pintura contemporânea e teatro.

CEARÁ - Erickson da Silva Sousa (07/06/1995) é atendido na Sala de Recursos do NAAH/S-CE, na área de esporte, mas revelou-se poeta destacado durante a oficina de escolha do representante do CE para o 1º Prêmio Talento Literário/Poesia em Superdotação.

GOIÁS - Luiz Rodrigo Araújo Silva (03/05/1996) apresenta destaque na área de literatura e pintura. Foi premiado pelo concurso de leitura da Escola Municipal que freqüentou nas séries iniciais. Em 2008 participou da fase do SOLETRANDO na Escola Estadual Manoel Ventura, na cidade de Aparecida de Goiânia. DISTRITO FEDERAL - Gabriel Araújo de Aguiar (03/05/93) fala de si mesmo: “meu momento escritor surgiu de um impulso, por assim dizer. Não vou dizer que foi planejado, pois nada foi. Tive a sorte, se é que posso assim chamar, de ter pegado justo aquele livro na última estante da livraria, pois foram suas pá1º ginas que me acordaram de sonhos simplórios e me levaram a outros esplêndidos e eternos. Não posso contar o número de livros que dei início... Mas me entristece poder contar nos dedos os que foram concluídos, já que não herdei a paciência de meu pai. Eu não pude deixar de incluir a música nos meus livros, já que ela entrou em minha vida muito antes que eu pudesse presumir, mas minhas intenções são claras e diretas: por que só eu e alguns a mais podem sonhar eternamente? ‘Não, todos podem’.” Contato: root_reggae@hotmail.com ESPÍRITO SANTO - Dayan Marchezi Sant’Ana da Silva, 15 anos, desenvolve atividades na área de língua portuguesa, artes gráficas e música, tendo sido atendido no PAAT (Projeto de Atendimento ao Aluno Talentoso) e no NAAH/S. Atualmente, é aluno do CEFET ES, onde faz o curso técnico em Eletrotécnica e teoria musical, na Oficina de Música. Contato: dayan.m.s.silva@gmail.com

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MATO GROSSO - Wagner Moreira Neves (03/03/1992) participou do Concurso de Poesia sobre Cuiabá, na Biblioteca Pública “Saber com Sabor” no ano de 2007, no Município de Cuiabá. Ficando em 15º lugar. Possui hábitos constantes de leitura, tem conhecimentos sobre toda a história de Mato Grosso. O jovem poeta Wagner Moreira Neves foi indicado pelo talento e por ser merecedor de apoio e incentivo nas questões relacionadas à literatura. (Marcino Benedito de Oliveira) Contato: naahs.mt@seduc.mt.gov MATO GROSSO DO SUL Ísis Watanabe - (21/07/1991)produziu vários textos na oficina Literária em 2007 e foi encaminhada para o NAAH/S-MS por apresentar facilidade e criatividade nas produções de textos. Contato: isis_wata@hotmail.com

PARÁ Ana Cláudia dos Santos tem 18 anos e demosntra talento para a área de linguagem, literatura.

PARANÁ - Cassiano Sampaio Campana (27/03/95) - sua vida escolar reflete o perfil de um excelente aluno em todas as disciplinas, com preferência às ciências. Participa do projeto “Noções de Astrofísica: da teoria à prática”, na Universidade Estadual de Londrina – Departamento de Física. Refere-se como quieto, bom aluno, péssimo esportista, amante das ciências e de jogos complicados. Contato: cassiano.sampaio@hotmail.com

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PERNANBUCO - João Victor da Silva Oliveira Bezerra (08/09/1995) gosta de matemática e de pintura abstrata, tendo feito exposição de tela. Participou de dois concursos de desenho, ficando em 1º lugar no de Farmácia dos pobres e 2º, no de Bombeiros.

PIAUÍ - Marta Juliana de Abreu (18/05/1989) tem habilidade em escrever poesias e textos literários. “Gosto de fazer poesias inspiradas nos meus próprios sentimentos, tenho algumas poesias escritas, não tenho nenhuma publicada”, desabafa. Contato: mjuabreu@hotmail.com

RIO DE JANEIRO - Vitor Matheus de Oliveira do Nascimento (03/11/2000) é atendido pelo NAAH/SRJ, faz parte do projeto de judô e jiujutsu, do projeto “Força Jovem Brasil” e da escola de futebol.

RIO GRANDE DO SUL - Melina Flores Rohdt (17/12/1994) gosta de fazer atividades literárias, como poesia, e desde os nove anos escreve poemas. Já lançou um livro de poemas e está preparando um segundo. Também desenvolve atividades artísticas – desenho e trabalhos artesanais. Contato: melina.rohdt@gmail.com


SANTA CATARINA - Vitor Luiz Torquato (27/06/1998) tem talento especial na expressão e comunicação, por meio de teatro, dança, artes marciais, destacando-se também no desenho e na habilidade acadêmica. Pratica artes marciais, está participando das Olimpíadas da Língua Portuguesa e compõe e declama poesia nas atividades culturais. Contato: vitor_luiz_torquato@hotmail.com RONDÔNIA - Eduardo Martins Gondim (12/05/1991) aprendeu tocar violão aos 5 anos; aos 12, escrevia poemas e, aos 14, compôs sua primeira música. Lapidar as palavras e tirar delas o melhor efeito é a função do poeta, e o poema “Palavras” demonstra bem essa luta. (Selmo Vasconcellos – poeta). Contato: eduardo_mgondim@hotmail.com

SÃO PAULO - Durante uma palestra do escritor Jonas Ribeiro, Lucas da Costa Geremias ficou muito en-

cantado e entusiasmado e decidiu que só se realizaria sendo escritor. Devido a sua timidez, deixava aflorar seus dons artísticos reunindo-se com a turma e reescrevendo histórias e criando outros personagens. Assim, reescreveu “Cocô de Passarinho”, “Sítio do Pica-pau amarelo” e “Chapeuzinho Vermelho”. Terminou de escrever o seu primeiro livro “Torok-Nei - Epopéia dos Irmãos de Sangue”, que tem por abertura o poema em epígrafe, onde narra a saga de um homem que, após uma catástrofe tem que reaprender com as coisas mais simples para poder sobreviver e ajudar os seus companheiros. PARAÍBA - Messias Bezerra da Silva Neto (12/01/1994) demonstra aptidão em Português e Matemática. Foi 3º lugar na OBMEP, 2006, e menção honrosa na OBMEP 2007. Ganhou o concurso de redação em homenagem aos 50 anos da morte de José Lins do Rego. Contato: messiasbezerra@hotmail.com

TOCANTINS - João Marcos de Almeida Brito (24/03/1997) es-

creve Poesias e toca instrumento de percussão. Possui como características marcantes: curiosidade, persistência, crítico de si mesmo e dos outros, possui senso de humor, não aceita afirmações superficiais, grande imaginação e criatividade, facilidade para adaptar-se a situações novas, é questionador e mostra formas originais de resolver os problemas. Contato: naahs@seduc.to.gov.br

RIO GRANDE DO NORTE Clara Gabrielle Martins da Silva (16/01/1996) foi vencedora do concurso interno da escola sobre o patrono Jerônimo Gueiros. Contato: jegueirosnatal@yahoo.com.br

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A Criança em mim... (p. 14)

Ceará (p. 22)

O texto é um monólogo que expressa uma crítica e um projeto, um desejo de mudança. Por não haver mais artistas que falem do belo, do amor, do carinho, do humano, Oziel perde em força expressiva, mas logo é compensado pelo tom sacrificial que aplica a si mesmo, com o qual dialoga, como se fosse seu duplo. Levando em consideração a idiossincrasia do autor, digo que estamos diante de um belo texto. A conexão das frases refletem um encadeamento simbólico lógico: “que não queria nascer de novo”. O melhor seria conversar com o autor e com ele trocar idéias. Assim, descobriria outras metáforas guardadas no seu inconsciente. O texto, enfim, é um desabafo. Um grito. Um lamento. O grande complicador é a postura do autor diante da vida, diante de si mesmo. Ele é, aparentemente, o emissor e o receptor. Parece escrever para si mesmo. É de um lirismo cujas palavras falam o que está escrito. Um texto que nos coloca contra a parede da indecisão, do imobilismo. Muito bom! (Professor Clodomir)

Ceará, poema de caráter fortemente regionalista, faz referência à sua gente, à sua terra, à religiosidade, utilizando uma linguagem simples, direta e concisa, sem precisar impressionar. O poeta se inspira, para representar seu povo, em um grande homem cearense (Francisco José do Nascimento, conhecido como Dragão do Mar), símbolo da resistência contra a escravidão, pescador, trabalhador, justo e bravo. Em seguida, apresenta, com apreço, as riquezas da terra: o caju - alimento de grande exportação, importante para a economia do estado; a rapadura que se encontra na casa de todo cearense, produzida ainda de forma artesanal; e as saborosas frutas da região, como manga e cajá. O texto finaliza com a figura do Padre Cícero representando a religiosidade de uma população cheia de esperança, que mora numa terra difícil, mas que não deixa de jorrar milagres e realizações. O poema foi escolhido por valorizar o estado onde moramos de forma simples como o seu povo, mostrando um pequeno grande pedaço do Ceará. (Rosana Maria Moura de Melo – professora e integrante da Comissão Julgadora)

O Exército de Inocentes (p. 24) O aluno mostra, de maneira brilhante e numa linguagem erudita, o absurdo que se opõe à razão; a desordem que se opõe à ordem; uma sociedade preocupada em acabar com a violência, sem dramas nem dúvidas; apenas, sem opor resistências, seguindo ordens. O aluno, muito sabiamente, termina o poema com a madura consciência de que, mesmo vencendo, ainda saímos todos perdedores. (Loise Cristina Passos Drumond – professora mestre)

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O Livro (p. 54) O texto poético “O Livro” retrata, numa linguagem simples, o apego e o carinho do autor pelos livros, o que é definido em todos os versos e estrofes deste poema, que fala do valor que a leitura tem, tanto na formação intelectual do leitor, quanto no despertar da criatividade, num mundo de imaginação proporcionado pelo prazer da leitura. Apesar de tenra idade, o autor usa rimas em forma de versos, organizados em estrofes, o que enriquece o referido texto, tornando prazeroso lê-lo. (Marizan Carvalho da Silva - Poeta e Teólogo)

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Ler é Vida (p. 30)

Em “Flores Químicas”, o eu-lírico pinta, com a “tinta mofada” do pessimismo característico da adolescência, a sua revolta e o seu desencanto com a realidade ameaçadora e cruel dos nossos dias e com a hipocrisia dos valores impostos. Ou seja, abomina tudo isso, pois quer outra pátria, outro mundo sem tanto desassossego, sem tanto sofrimento. Outro mundo, onde o viver não seja tão perigoso. Há momentos em que o eu-lírico mostra sentimentos contraditórios, ao mesmo tempo é compassivo com os que pecam, erram, nascem e morrem. Mas ele prega a destruição daqueles que caminham sem rumo, sem objetivos. Aos idealistas, às pessoas do bem, aos que lutam por uma sociedade mais justa, mais fraterna, menos violenta, ele devota admiração e apreço. Transparece ainda a crença de que nosso mundo é um vale de lágrimas; lugar só de sofrimento e dor. Vestido com a túnica dessa visão de mundo, o eu-lírico encerra o seu desabafo com um pessimismo que precisa ser trabalhado na família, na igreja e na escola, a fim de não se tornar uma filosofia de vida: “aos que sequer nascem / Eu dou os meus parabéns / Esses, pelo menos, nunca sofrerão”. (Eurípedes Rodrigues da Costa, professor-escritor)

Estamos ante um projeto de poeta! Digo projeto por já existir no Wagner Moreira o despertar para a espiritualidade poética. "Ler é vida" já está impregnado do desejo de bem viver, via leitura. Desde já, a leitura é uma lição de vida e para a vida, e que pode ser haurida por todos, independente da posição social. Vê o poeta o quanto pode navegar nos mares mais tempestuosos da vida e que o bom pensamento produz a boa memória, servindo de rico albergue. Demonstra saber valorizar a riqueza da leitura, pois vislumbra um futuro florescer. Sente que um bom livro promove motivos e aponta rumos para o enaltecer pessoal. Tem a percepção da cegueira e possui a visão cidadã ao acreditar que a educação é a única alternativa para esta Pátria combalida de valores éticos e morais. Wagner deve ser trabalhado com esmero e cuidado, seria qual o plantio de uma frutífera árvore que poderá nos doar boa sombra e frutos sazonados. (Moisés Mendes Martins Júnior - Escritor e poeta - Membro da Academia Mato-Grossense de letras Cadeira nº 08)

A Vida (p. 26) Luiz Rodrigo, com suas simples e belas palavras, nos faz refletir sobre as surpresas e as possibilidades de crescimento que a vida nos oferece. Lança mão de figuras de linguagem, repetição de versos e de vocábulos, distribuição das estrofes, como se já fosse conhecedor das várias técnicas de se redigir um poema. Ele faz tudo isso naturalmente, mostrando que mais do que técnica, tem habilidade e sensibilidade para apresentar uma criação com um conteúdo tão profundo quanto o poema “A vida”. (NAAH/S - GO)

Sedução (p. 38) “Sedução” apresenta linguagem mais poética, mais sugestiva, sutileza lírica e contenção de palavras típicas de um texto mais trabalhado. É o melhor de um poema. (Nilson Cordeiro Ferreira / professor e coordenador administrativo da Fundação Quixote)

Há Tempo (p. 32) O poema apresenta muita originalidade, qualidade técnica no gênero solicitado no concurso, criatividade, coerência. Está adequada às normas gramaticais da Língua Portuguesa. Apresenta fluência verbal. Característica Literária Romântica. (Márcia Veloso - professora de Literatura e Língua Estrangeira)

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Flores Químicas (p. 12)

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A Espera (p. 36)

Anjo da Morte (p. 40)

A poesia de João Victor está diretamente relacionada à qualidade geral do grupo no qual ele está inserido. Sua capacidade de síntese é típica desse gênero literário, junto a expressividade dos seus 12 anos, mista de criatividade e singularidade do seu imaginário. Sua experiência poética de menino encontrou-se, naturalmente, com a tradição da poesia popular nordestina em suas formas mais simples, com seus versos de quatro sílabas e rimas nos versos pares, como a maioria das estrofes dos cordéis. Sua sensibilidade o levou a criar belas metáforas sobre a capacidade de resistência da mulher (uma rocha) que, embora viva solitária (entre montanhas), é cheia de esperança de uma vida nova (a bela brisa). João Victor começa, como começam os grandes poetas populares, com simplicidade e clareza, usando a simbologia próxima dos pássaros para poder voar nos versos da imaginação. (Janice Japiassu e Ângelo Meyer)

A sensibilidade e a criatividade do poeta manifestam-se em uma questão que o próprio texto diz referir-se a “todos”: o fim da vida. “O que é a morte?” e “O que serei depois dela?” são indagações que acompanham as gerações ao longo dos tempos e, sob uma perspectiva otimista, projetam-se nesta criação artística. A partir da questão inicial, o eu-lírico passa a discutir e a desconstruir conceitos arraigados no homem, julgando-se vítima do preconceito, que aparece representado no imaginário popular. Daí que do ponto de vista deste “poeta novato” – assim ele se define –, “a morte é uma passagem para uma vida melhor”. Nada, portanto, justifica as inquietações e os conflitos humanos. A morte não é a destruição da existência e ele não representa uma ameaça: “Não tenham medo de mim”. (Adilson dos Santos doutorando em Letras e membro da Comissão Julgadora)

Amiga Árvore (p. 34) Apesar da simplicidade, até de alguns lugares comuns, o autor dialoga com a poética de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, no que se refere ao fato de, ao olhar para árvore, o eu lírico expressar: "que a maior metafísica/ é não ter metafísica alguma”. (Astier Basílio - Coordenador de Literatura da Fundação Espaço Cultural –FUNESC). Lendo a poesia do aluno Messias do 9º ano do ensino médio, fiquei impressionada com a sensibilidade demonstrada. Trata-se de um poeta em nascedouro que deve ser perseverante com o dom que Deus lhe deu. Aconselho-o a continuar nesse caminho a fim de expressar o que traz na alma e deleitar os amantes de poesia. (Maria Alves da Rocha - Professora da UFBP)

Epopéia do Mundo das idéias (p. 52) Olhos poéticos detectam encantos ignorados pelo olhar inerte de quem não sabe se inebriar com a poesia. Quem faz poesia aprende a ser sensível. “Epopéia do mundo das idéias” evoca a caverna de Platão e todo o seu significado emblemático, numa atual concepção da aventura humana. É preciso que cada criatura se liberte das trevas da ignorância e caminhe rumo à verdade, sol que a tudo governa e que deve sobrepor-se à cegueira da falácia. Enquanto os jovens acreditarem na possibilidade de ruptura dos grilhões do desconhecimento para chegar à contemplação do mundo real, existe esperança de vida melhor sobre a maltratada Terra. (José Renato Nalini - presidente da Academia Paulista de Letras)


“Palavras” coloca o leitor diante da matéria-prima do fazer poético, porque os versos, feitos de palavras, têm nas palavras sua temática. Ao mergulhar na composição poética, percebemos que as palavras estão personificadas como aliadas do eu-lírico, na busca inconteste de acordar o homem de sua condição alienada, abrindo-lhe as portas de uma nova percepção. Podemos intuir, ou constatar, que a função interativa das palavras é elevada à classe de redentora da espécie humana, efetivada por meio da conscientização e da poetização do homem. A utopia que transparece desses gestos de linguagem atinge seu ápice ao evocar os trovadores, como forma de combater o egoísmo pósmoderno. Tal atitude revela a nostalgia típica dos românticos que idealizavam um presente feliz e prazeroso. Acontece, porém, que todo esse poderio transformador aferido às palavras cai por terra à medida que o eu-lírico se dá conta de sua insignificância. Essa consciência nos decepciona enquanto leitores, pois ficamos tocados pelos sentimentos de impotência e inaptidão do sujeito lírico para mudar o mundo. A linguagem coloquial utilizada está recheada de ecos da oralidade, tendendo à poesia em prosa. A função poética cede lugar às funções conativa e expressiva. A personificação é a figura de linguagem dominante. Em suma, o poema não transgride a forma tradicional do fazer poético, mas seu conteúdo permite ao leitor refletir sobre a relação do homem (poeta ou não) com as palavras, dando-lhe suporte para uma compreensão mais perceptiva do mundo que o cerca: o mundo da linguagem. (Rubens Vaz Cavalcante – professor mestre)

Pensar (p. 18) “Pensar” tem linguagem simples e clara, e conteúdo prenhe de intensidade, o que evidencia um criador sensível e atento aos fenômenos da vida. Suas marcas se firmam na imaginação e na riqueza de elementos poéticos, e suas idéias vão sendo costuradas num crescendo, revelando pouco a pouco os matizes da existência. (Prof. Tenório Telles / vicepresidente da Academia Amazonense de Letras)

Conclusão (p. 50) O poema “Conclusão” retratou um drama íntimo, situado em um contexto cultural que marca a contemporaneidade, e, ao mesmo tempo, fez emergir a representação do ser social assolado pela angústia de estruturas sócio-econômicas, cujas engrenagens são aviltantes e excludentes. A voz lírica é condensada por meio de um personagem que encarna o paradoxo de uma realidade conturbada entre ser e sobreviver. Subir o penhasco e encontrar a rosa branca metaforiza a saga humana de abandonar ou de mitigar as dores egóicas de um mundo esvaziado de sentidos por meio de uma consciência da inexorável condição similar a que a maioria das pessoas está submetida. Para criar novos sentidos de vida, há que se escalar as montanhas encontrar ou inventar uma rosa branca - assim como o Pequeno Príncipe de Exupéry também inventou a sua rosa - mergulhar em um sentir e descobrir os valores do ser. A poesia “Conclusão” é de um vigor poético belíssimo, e possibilita um diálogo intertextual com muitas outras discussões filosóficas e literárias produzidas dentro desse tema. (Profa Mara Lúcia Masutti)

O Tolo Beija-Flor (p. 44) “O Tolo Beija-Flor”, escrito em versos numa abordagem leve e divertida, apresenta a trajetória de um "pequeno passarinho" que sai do ninho à procura de uma flor. Com simplicidade, a autora fotografa visualmente um momento único, cheio de graça e magia numa forma muito natural de ver e sentir a vida com o coração. O incrível Beija-Flor, como protagonista do poema, pulsa freneticamente em direção a sua amada em perfeita sintonia com a natureza. (Erileide Maria Rocha - Comissão Julgadora)

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Palavras (p. 46)

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Relação dos jurados cedida pelos NAAH/S estaduais* Adilson dos Santos Aloísio de Oliveira Amauri Oliveira Ana Conceição Silva Anderson Braga Horta André Giusti Angélica Torres Ângelo Meyer Antônio Victor Arminda Mourão Aroldo Pedrosa Astier Basílio Carlos Alberto Xavier Célia Martins César de Paula Cineas Santos Cláudia Simone Magalhães Cleude Salete Clodomir Cristina Portela Dad Squarisi Edine Pimentel Ednalva Sena Eliane Lisboa Elisangela Alvarenga Elizabeth Marra Erileide Oliveira Eurípedes Rodrigues da Costa Francelena Arruda Geraldo Bassani Gilmar Leitea Hailton Ferreira Helena Fernandes Carvalho Heluana Quintas Ieda Magri Isaque Sousa Ivoneide Parra Janice Japiassu Jarbas Júnior Joalice Ramos João Carlos Taveira Joésio Oliveira Jonas Alves Joneide Sousa Josaildes Silva Josailto Oliveira José Ahyrton da Silva José Batista de Lima

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Leonardo Almeida Loise Drumond Luciana Coutinho Márcia Molinari Marcos Viana Maria de Fátima Noujaim Maria de Lourdes Siqueira Maria Eliene Belém Maria Francisca Silva Maria Lucia Masutti Maria Monteiro dos Santos Maria Rocha Marília Santos Marô Barbieri Matusahila Sousa Mércio Andrey Mertila Larcher Miralda Monteiro Morgana Marcon Nair Gurgel Nicolas Behr Nilson ferreira Paulo José Cunha Pedro Gomes Priscila Dias Ray Lucena Strehter Regina Coeli Renivaldo Costa Robson Tinoco Ronaldo Costa Fernandes Rony Alves Rosalvo Montovani Rosana Maria Melo Rosângela Hilário Rosaura Santos Rosemari Calzavara Salisete Freire Sandra Luppi Sérgio Freire Sheila Costa Simão de Miranda Sonia Zanchetta Tenório Telles Teresinha Conceição da Silva Teresinha de Lurdes Perone Úrsula Marta Walkyria Tucunduva * nomes e fotos enviados pelos respectivos NAAH/S estaduais


A poética da alma Quem é do ramo sabe que ler poesia é prazeroso tanto quanto o é fazê-la, ainda que às vezes doa... E o que dizer então da comoção de ler garotinhos com incompleta década de existência escreverem sua perplexidade diante da violência urbana, ou filosofarem uma cena dramática da busca humana pela libertação das opressões? Outro mérito do Prêmio Talento Literário/Poesia em Superdotação, além do objetivo de estimular talentos literários, é exatamente o de permitir vislumbrar por onde perambulam o pensamento e as emoções do jovem brasileiro com pendor para o exercício do verso; que angústias, sonhos, expectativas, que nível de plasticidade projetam os 23 estudantes, da faixa etária de oito a 19 anos, em seus textos de temáticas recorrentes, embora com proposta livre. Ao detalhar o conjunto dos poemas eleitos, vê-se o pensador concludente em simplesmente nove garotos, de nove a 15 anos, de diferentes estados das cinco regiões do País! Perplexidade ante a violência une o superdotado carioca de oito aninhos, ao acreano de 18 anos. O romantismo surge nos textos de jovens de 9, 13, 18 e 19 anos, do Norte e Nordeste, regiões de onde também vêm louvações ufanistas de garotos de 10 e 13 anos. Saudação, em reverência a temas de estímulo escolar, aparece entre três estudantes do Centro-Oeste e um do Nordeste, de 14, 16 e 17 anos. Metalinguagem e epopéia pautaram a inspiração de adolescentes de 17 anos e 15 anos, enquanto a amargura e o pessimismo são expressões do quem tem apenas 10 anos. Se a catarse, a confidência, um desabafo, muitas vezes impulsionam a sensibilidade do estudante ao universo do poema, percebe-se nos textos selecionados do concurso um observatório das inquietações que permeiam o mundo adulto. Vê-se neles a alma humana em estado puro, em meio a ambigüidades e incertezas existenciais, apesar da pouca idade e da vivência do autor. O resultado é rico a análises, tanto literária quanto do ser no mundo. Poesia não se aprende a fazer exatamente na escola, bem lembram os poetas. Mas todos concordam que a escola deve prestar bom serviço no sentido de formar leitores – e por que não também poetas, sejam superdotados ou não. Cultuar a poesia por estímulo educativo é motivo de orgulho de qualquer cultura. Que a iniciativa deste Prêmio abra caminho para outros, e para irrestritas formas de embasar o amor pelo verso, na população. Angélica Torres Lima poeta e jornalista 67


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