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Filosofia, religião e secularização
Religião, Modernização e Secularização João Augusto Anchieta Amazonas Mac Dowell O terreno que pretendemos atravessar com nossa reflexão é particularmente escorregadio. Religião, secularização e modernidade são fenômenos sobre os quais não há consenso entre os estudiosos, tanto sobre suas causas e sua origem, como sobre sua natureza. São múltiplas as concepções de religião e secularização, bem como de sua relação com a modernidade. Para avançar com segurança, é preciso, antes de tudo, consolidar a compreensão de tais realidades, justificando os sentidos aqui propostos. Trata-se, na verdade, de uma tentativa de articular as grandezas mencionadas, no contexto do debate que as envolve hoje, sem, contudo, apresentar e discutir expressamente as várias posições a respeito.1 Defenderemos basicamente a seguinte tese: O “ressurgimento religioso” dos últimos decênios não representa uma reversão no O problema da modernidade e/ou da secularização tem sido tratado, entre outros, pelos filósofos A. Comte, K. Marx, F. Nietzsche, M. Heidegger, K. Löwith, H. Blumenberg, J. Habermas, M. Gauchet, G. Vattimo; pelos teólogos (evangélicos), E. Troeltsch, F. Gogarten, W.Pannenberg; pelos sociólogos, E. Durkheim, M. Weber, B. Wilson, P. Berger, Th. Luckmann, N. Luhmann, St. Bruce, S. Acquaviva, S. Martelli, K. Dobbelaere, D. Hervieu-Léger, J. Casanova. 1