VIII Boletim Informativo
smcc 2018
Edição Agosto/2018 Órgão Oficial da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas
SMCC lidera Movimento sobre Segurança do Paciente
Entidade cria Comitê de Segurança do Paciente e realiza Fórum inédito Reconhecidas autoridades em saúde, Universidades e experientes estudiosos conhecidos pela excelência na saúde e atendimento estão juntos em nome da garantia da segurança do paciente dentro das unidades de saúde. Mas do que viabilizar um serviço público e privado de qualidade, o grupo liderado pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) quer instituir novos processos de aprimoramento e incluir ferramentas de melhorias aos procedimentos. Para isso, a própria entidade resolveu através deste documento tornar oficial a criação do Movimento em prol da Segurança do Paciente através de ações que já estão dentro e fora dos muros da SMCC. Profissionais líderes em seus segmentos conhecidos pela excelência como Centro Infantil Boldrini, CAISM, PUCC, UNICAMP, Hospital Albert Einstein e ANVISA esti-
veram presentes para o Fórum de Segurança do Paciente, iniciativa inédita realizada na sede social da SMCC, no último dia 03/08. O Comitê exclusivo para tratar o tema dentro da entidade reúne médicos da diretoria e associados que viabilizaram o evento e novas edições já estão sendo planejadas. O Núcleo de segurança do paciente da SMCC é acreditado individualmente pela ACSA, conforme apresentado pelo Dr. Christian Hart Durant durante o evento. A SMCC é o caminho das instituições de saúde na preparação para a Acreditação. Além disso, a SMCC irá implementar dezenas de cursos, treinamentos e palestras sobre gerenciamento de riscos e outros temas para capacitar profissionais (médicos e não médicos) e qualificar Instituições de Saúde.
É preciso ter transparência para lidar com eventos adversos em Saúde “É preciso ter transparência! Aconteceu um evento; todo mundo precisa saber! Não tem que saber para expor a equipe, mas o que aconteceu e o que estamos fazendo para corrigir. Assim, o dia em que chegar alguma ação na unidade, todos irão compreender e fazer”. A fala resume a essência da abordagem do Coordenador de Segurança do Paciente do Hospital Albert Einstein de São Paulo, Dr Antonio Capone Neto, palestrante durante o Fórum. Há alguns anos, as experiências do grupo com o tema elevaram o Hospital a um grau de excelência nas ações preventivas. Dr Capone lamenta que apesar da Medicina ter evoluído, a qualidade da entrega é que está ruim. O médico fez um paralelo com outros setores de serviços que fazem a investigação de casos e tem busca por excelência no controle de riscos, como é o caso do setor da Aviação, por exemplo. “Temos problemas em assumir os erros e encontrar as melhorias. Precisamos do engajamento do médico. Sabem quem é o engajado na unidade de saúde? O profissional da enfermagem. Não adianta dar uma aula aqui e o médico não participar. Tem questões que não são mais usuais ou viáveis. Precisamos ter o envolvimento da liderança. Não pode ser discurso; tem que participar!” Dr Capone também citou algumas restrições que devem ser abandonadas por hospitais quando se pensa no interesse do paciente. Uma delas, por exemplo, o impedimento da permanência de familiares durante alguns procedimentos ou períodos de internação nas UTI´s. O sistema financeiro também foi citado por ele como um impecílio para as melhorias dos processos. Além de questões culturais do setor, como a agressividade de lideranças ou profissionais; o que deve ser combatido. Representando a ILAS (Instituto Latino Americano da Sepse), o Dr Flávio Geraldo de Rezende, apresentou a importância do diagnóstico e tratamento precoce da Sepse, na mudança dos números negativos, dessa morbimortalidade no nosso meio, e a importância de estabelecermos esses protocolos no sentido da Segurança do Paciente!
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SMCC defende equipes multiprofissionais e capacitação Ao criar um Comitê de Segurança do Paciente a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas entende que é preciso contar com uma equipe multiprofissional para fazer planejamentos e analisar todos os eventos adversos nos hospitais para tentar evitar repercussões negativas ao paciente durante a estadia dele nas unidades. Vice presidente da SMCC, Dr José Roberto Amade, ofereceu a estrutura da entidade para este novo momento na Medicina. “Implantamos o Comitê, o projeto de novos cursos de gestão, qualidade e acreditação e estamos fazendo o Fórum. A SMCC se coloca à disposição para ajudar estas unidades e profissionais a repensar os procedimentos; melhorar a formação de cada um e a forma de atender” Membro do Comitê de Segurança do Paciente e Diretor Científico Adjunto da SMCC, o médico Dr Jorge Curi citou a preocupação com a formação dos novos profisssionais. “A questão da formação com a abertura indiscriminada das Faculdades de Medicina e outras profissões caminha junto com nossa preocupação quanto a atualização destes profissionais depois também. É uma necessidade comum entre todos!” A frente da organização e do gerenciamento de mais de 70 cursos de capacitação de pessoas e preparação para qualificiação e certificação de instituições na SMCC, que são ministrados por profissionais altamente qualificados, está a Gestora de Projetos Especiais da entidade, Stela Maia. “Estamos prontos para atender a Hospitais, Day Hospitals, Clinicas,consultórios e inclusive serviços de especialidades médicas, seja para melhoria contínua de seus processos internos, para implantação do processo ou para a preparação para certificação”. Como ouvinte durante o Fórum da SMCC, a Gerente da Área de Segurança do Paciente do Hospital Vera Cruz, Claúdia Matias, deu seu depoimento a respeito da iniciativa da entidade. “Há cinco anos não pensaríamos que haveria um evento com médicos sobre este tema. Fico muito feliz! É uma evolução o que estamos presenciando aqui!”
Os Núcleos de Segurança em Campinas Em Campinas, a Vigilância em Saúde (VISA), apresentou um levantamento do ano de 2017 feito em 22 hospitais gerais da cidade. Deste total, 17 tinham um núcleo de segurança do paciente. Médica da DEVISA Campinas, a Dra. Ana Laura Bortoli comentou que a segurança do paciente é uma questão cultural que precisa mudar. “É uma nova cultura organizacional; de segurança e qualidade. De analisar, enfrentar e mudar; sem uma cultura de culpabilização e, sim de ajuste e melhoria nos processos”. A enfermeira da Vigilância, Roberta Yabu-uti do Valle, também esteve no evento. “Concluímos então que um terço dos hospitais gerais de Campinas não tinham ou não tem um núcleo atuante. Mas, apesar de existir muita subnotificação de casos os dados estão aumentando de número com as novas práticas. Tudo é muito novo”.
Os Exemplos na Segurança ao Paciente Presidente do Centro Boldrini, Dra. Silvia Brandalise: “Nós, médicos devemos preservar o paciente. Trabalhar no foco da interação das drogas e na qualidade delas é o que nós médicos precisamos”. Superintendente do Hospital Unimed, Dr. Jaime Malek: “Estamos aqui na SMCC para mostrar que o Hospital Unimed também faz parte desta iniciativa e já tem ações relacionadas a segurança do paciente. Convido a todos para ver nosso novo hospital”.
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Enfermeira do Núcleo da Qualidade da PUC Campinas, Flávia Menezes: “Nos criamos campanhas, cartazes; todo o tipo de comunicação para informar constantemente tanto colaboradores, como funcionários como prestadores de serviços. Temos ações de gerenciamento de riscos até com pacientes. Ensinamos o paciente a nos questionar, a conferir exames e, se a pulseirinha dele é dele mesmo!” Prof. Adjunto da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva da UNIFESP - SEPSE, Dr. Flávio Geraldo de Rezende: “Bom estarmos aqui! Precisamos compreender mais e melhor a segurança do paciente”
Profissional do Hospital Caism UNICAMP, Roseli Calil: “Independente de ser hospital público ou particular o paciente é o cliente. Aprendemos muito com o surto de infecção que matou nove bebês em 2001. Precisamos entender o que realmente aconteceu e assumir as melhorias para seguir em frente”
Coordenador do NSP e de Assistência do HC da UNICAMP, Prof. Dr. Plínio Trabasso: “No desenvolvimento histórico do nosso trabalho desde 2013 assim que criamos o Núcleo lutamos para tentar fazer uma identificação, uma medicação e cirurgias seguras, fazemos prevenção de queda e falamos sempre sobre higienizar as mãos o tempo todo”
Médico da Secretaria da Saúde de São Paulo, Dr. Haino Burmester: “Eu já defendi erro zero e punição. Hoje não faço mais isso! Aprendi quando mandamos uma funcionária excelente embora mesmo depois que ela não só assumiu a falha como corrigiu a tempo de ter tido consequências para o paciente” Diretora Departamento de Saúde de Campinas, Dra. Mirella Povinelli: “Nós premiamos um ano um funcionário que se autonotificou no Hospital das Clínicas. Mostramos que valorizamos quem informa por ser difícil implantar o resgistro dos casos. Ainda temos muita cultura punitiva entre eles mesmos”
Editor-Chefe: Dr. Marcelo A. Camargo | Jornalista Responsável: Carolina Rodrigues (MTB 44791/SP) Assistente de Comunicação: Branca Braga | Projeto Gráfico: Skanner Projetos Gráficos | Tiragem: 3.000 exemplares