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Arte: Giuseppe Buoso

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A perigosa contaminação da Salto Grande durante os seus anos dourados Pesquisa inédita revela que indústrias contaminavam a represa com metais causadores de doenças graves, enquanto turistas do Brasil e do exterior se banhavam em suas águas

Aquecimento global bate novos recordes e assusta cientistas

Debates sobre meio ambiente motivam alunos em escola

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OPINIÃO

Projetos de arquitetura e as ameaças das variações climáticas Simoni Tagliani*

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s mais velhos irão lembrar-se disso. Não faz muitos anos, o povo brasileiro gostava de comentar que seu país enfrentava muitos problemas, mas, aparentemente, estava livre dos grandes desastres naturais. Obviamente, conheciam-se chuvas e ventos fortes, mas dificilmente ouvia-se em nosso território expressões como ‘ciclone’, ‘tornado’, ‘terremoto’ e ‘nuvem de cinzas vulcânicas’. Mas os tempos mudaram. A ação negativa do homem sobre a natureza e a sua natural transformação estão, aceleradamente, mudando o clima do planeta Terra. A cada ano, o Brasil forma mais e mais profissionais para as áreas da construção. Em alguns cursos, como no de Arquitetura & Urbanismo e Engenharia Civil, os alunos aprendem que precisam estar atentos às ações de diferentes agentes externos contra as estruturas. Eles realizam exercícios de cálculo e observam amostras em ‘laboratórios de tecnologia’. Porém, quando são lançados no merca-

do de trabalho, acabam rendendo-se às velhas práticas, que muitas vezes ignora os desafios impostos pelas novas variações climáticas. Em alguns países, como no Japão, existe há tempos a preocupação em relação à elaboração de projetos que preveem construções mais resistentes. As últimas catástrofes, provocadas pelos terremotos e tsunamis, mataram milhares de pessoas e deixaram um enorme rastro de destruição material. Porém, os danos seriam muito maiores se algumas medidas não fossem previamente tomadas. Novas soluções Universidades renomadas, como a University of Canterbury, na Nova Zelândia, e a Nagoya University, no Japão, dedicam-se há décadas aos estudos voltados ao desenvolvimento de elementos e de novas tecnologias que possam resistir a estes severos abalos estruturais. Mas será que a maioria das empresas brasileiras também leva a sério estes possíveis riscos aos seus projetos? Será que entendem que esta é uma condição global e

que é isto que se irá enfrentar de agora em diante também no Brasil? Tudo indica que não. Em janeiro deste ano, diversos moradores da cidade de Londrina, no Paraná, relataram terem presenciado o surgimento de profundas rachaduras em pisos e paredes de suas residências. Mais tarde, os geólogos confirmaram o abalo sísmico de 1.9 de magnitude. Quase uma semana depois, mais oito abalos haviam sido registrados e muitas pessoas deixaram as suas casas com medo de desabamentos. Também no mesmo mês, a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foi vítima de um dos temporais mais fortes já registrados em anos. Alguns meteorologistas até mesmo cogitaram a ação de um tornado. Ventos com 120km/h destruíram estruturas, telhados, esquadrias e até arrancaram parte do revestimento das fachadas de diversas edificações recém construídas. Isto fez com que muitos se questionassem sobre qual a qualidade dos materiais, das técnicas e da mão de obra empregada nestes novos empreendimentos. Mudanças urgentes Ocorrências assim podem se tornar mais frequentes no Brasil. Infelizmente, neste país, não há bons sistemas de detecção. É importante que os arquitetos e engenheiros lutem para mudanças nos códigos de obras das suas regiões. A ABNT já estabelece alguns requisitos para construção com tais considerações

(ver NBR 15.421, de 2006), mas na prática não existem verificações e ou exigências para o cumprimento das mesmas. No Brasil a falta de fiscalização, as construções irregulares e o ensino genérico aplicado nas universidades deixam alguns dos trabalhos muito atrasados em relação a outros. Quando profissionais formados aqui vão trabalhar em empresas de países vizinhos normalmente se surpreendem. No Chile, por exemplo, existem sistemas de cálculos e normas que devem ser seguidas para o bom desenvolvimento de estruturas. Este país vem sofrendo com muitos terremotos e todos estes esforços ajudam na diminuição aos possíveis danos causados. Então, no Brasil, profissionais de diferentes áreas devem se preparar melhor quanto à resistência das construções. Precisam se preocupar quanto à gestão de emergências. Precisam se preocupar quanto ao planejamento do índice de resiliência das suas cidades. Devem lutar, junto aos órgãos governamentais, pela criação de bons planos reguladores. E, o mais importante, devem ampliar estudos para o entendimento destas novas intensidades e variações climatológicas no país. Pois, não se pode ser pego de surpresa, pelo simples descaso, por possíveis reflexos, ressonâncias e repercussões destes eventos lastimáveis. *Artigo publicado originalmente no portal Pensamento Verde: www.pensamentoverde.com.br

EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo José San Martin e Anderson Barbosa | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.san@jornalrecantosdaterra.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 9.8178.8144 / 9.8268.9110 - ge@jornalrecantosdaterra.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996

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ALERTA TOTAL

A chapa está fervendo. Aquecimento global bate recorde Cientista diz que alta na temperatura registrada em fevereiro é “assombrosa e completamente sem precedentes” José Eduardo Mendonça*

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evereiro bateu de longe o recorde de temperatura global para o mês, comparado a registros feitos há mais de cem anos. Para cientistas, geralmente circunspectos, os dados da Nasa, revelados em meados de março, são um “choque”, e estamos em meio a uma “emergência do clima”. Se isto for uma tendência, os resultados serão um desastre. De acordo com os dados da agência espacial americana, as temperaturas médias de superfície em fevereiro ficaram 1.35ºC mais quentes para o mês no período 1951-1980, margem de longe maior que a observada. O recorde de janeiro foi de 1.15ºC. “Isto é realmente assombroso, e completamente sem precedentes”, disse, ao blog Weather Wunderblog, Stefan Rahmstorf, do Centro de Pesquisa de Impactos do Clima de Potsdam, na Alemanha, uma das instituições mais respeitadas do mundo no estudo do tema. “O resultado é um choque”, escreveram Jeff Masters e Bob Henson, autores do blog. “E ainda mais um lembrete do incessante aumento de temperaturas resultante da produção de gases de efeito estufa. Estamos agora em ritmo alucinante em direção ao máximo de 2ºC sobre níveis pré-industriais”. “UAU” E “ABSURDA” O diretor de um dos três mais importantes centros de registros de temperatura, o Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, Gavin Schmidt, reagiu com apenas uma palavra: “Uau!” Mark Serreze, diretor do Centro de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos, descreveu a condição como “absurda”. “Trabalho com o clima há 30 anos e nunca vi nada parecido”. Segundo os cientistas do Painel Intergovernamental da Ciência do Clima da ONU, 2ºC é um limite considerado seguro. A partir daí, as

consequências serão imprevisíveis. Não só fevereiro, mas todo o ano de 2016 deverá bater um recorde, e isso acontece pelo terceiro ano consecutivo. IMPACTOS DESASTROSOS Quais seriam os impactos para o planeta caso esta tendência prossiga? Muitos. O gelo está derretendo em todo o mundo, especialmente nos polos. Mais água no oceano e oceano em expansão, com A maior temperatura, significam uma ameaça a cidades costeiras e inúmeras espécies marinhas que não vão resistir à mudança de seus habitat. Os níveis do mar deverão subir entre 18 e 59 cm até o final do século. Em terra, borboletas, raposas e mesmo árvores procuram lugares mais altos para tentar sobreviver em áreas mais frescas. Aumentam as chuvas, queda de neve e, em diversos locais, as secas prolongadas. Tempestades se tornarão mais frequentes e intensas. Espécies que dependem umas das outras ficarão fora de sincronia. Plantas, por exemplo, podem florescer antes de que seus insetos polinizadores se tornem ativos. FORA DE SINCRONIA “Estes dados são muito preocupantes”, afirmou Bob Ward, diretor de políticas do Instituto Grantham de Pesquisa do Clima da London School of Economics. “Já usamos todo o espaço de manobra. Se atrasarmos ainda mais com grandes cortes na emissão de gases de efeito estufa, excederemos o nível além do qual os impactos da mudança do clima provavelmente serão muito perigosos”. *José Eduardo Mendonça passou por importantes órgãos da imprensa brasileira e, nos últimos anos, tem escrito sobre meio ambiente e sustentabilidade, para falar de, e atentar sobre as ameaças causadas por humanos ao planeta. Seu blog é o GreenLight (www.zeeduardomendonca.wordpress.com).

Estamos em meio a uma “emergência do clima”


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ESTUDO

Salto Grande foi contaminada por me

Zinco, chumbo e manganês são alguns dos poluentes causadores de do Anderson Barbosa e Paulo San Martin

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nálise inédita do sedimento profundo da Represa de Salto Grande, elaborada para tese de mestrado na EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) da USP (Universidade de São Paulo) conclui que o reservatório foi severamente contaminado com o aporte de metais pesados, ainda nas décadas 1960 e 1970. Aquela represa com água cristalina, inodora e sem poluentes superficiais, retratada pelos frequentadores mais saudosistas da Salto Grande, na verdade escondia grandes concentrações de arsênio, cádmio, chumbo, cromo, cobre, ferro, manganês, níquel e zinco. O zinco, por exemplo, quando em excesso no organismo humano pode acarretar em Mal de Alzaimer e osteoporose. O manganês, metal altamente contaminante, pode causar Mal de Parkinson. Já o chumbo está ligado a casos de retardo mental. O cádmio está relacionado ao enfisema pulmonar e os outros poluentes podem causar úlceras e problemas gastrointestinais variados. “Os gráficos mostram que a partir de 1,60 metro de sedimento,

amostra esta que remete às décadas de 1960 e 1970, havia um aporte muito grande destes metais na Salto Grande. Ou seja, a água já era imprópria, mas como os metais geralmente sedimentam em épocas de estiagem, a contaminação não era percebida”, afirma a pesquisado e ambientalista Maria Laura Misailidis Lorena, responsável pela análise. Posteriormente a este período, explica a pesquisadora, a maioria dos metais analisados, com exceção do zinco, níquel, ferro e manganês, apresentaram uma visível tendência de queda em suas concentrações. “Os bioindicadores mostraram um comportamento extremamente complexo, com alterações de presença e dominância de espécies”, analisa Laura. Ela explica que as altas concentrações de metais na represa podem ter contaminado os peixes ainda naquela época. INDUSTRIALIZAÇÃO A contaminação do maior cartão postal de Americana nas décadas de 1960 e 1970, visitado por turistas de diversos estados e regiões do Brasil e inclusive estrangeiros, tem como principal causa o boom da indus-

trialização na RMC (Região Metropolitana de Campinas) e a consequente contaminação do Rio Atibaia pelos 20 municípios cortados pelo manancial instalados anteriormente ao seu represamento. Laura explica que, já na década de 1960, mas principalmente na década de 1970, centenas de tinturarias, fábricas de eletroeletrônico e principalmente empresas do ramo químico se instalaram nas cidades da RMC. Como as leis ambientais da época não eram tão restritivas e a fiscalização era precária, as empresas geralmente descartavam seus efluentes diretamente nos rios ou em piscinões suscetíveis a rachaduras e consequentes vazamentos. “Não havia ainda uma militância ambiental combativa e as leis eram brandas. Todo o efluente era descartado geralmente nos rios”, diz ela. Um caso emblemático de descarte irregular de produtos tóxicos foi o caso da Shell, instalada na cidade de Paulínia. O condomínio Recanto dos Pássaros foi contaminado pela multinacional e os moradores acometidos por doenças graves, como o câncer, por exemplo. A empresa se instalou no município em 1974. “Não é possível afirmar com exatidão se os contaminantes da Shell foram parar no Atibaia, mas é um caso emblemático de como as coisas funcionavam naquela época”, explica Laura. A partir de meados da década de 1980, diz a pesquisadora, surgiram vários movimentos ambientalistas na região que cobravam dos gestores públicos a criação e a regulamentação de emissões de gases e efluentes no meio ambiente. “Isto refletiu na melhoria das taxas de acumulação de metais nos sedimentos”, explica. A PESQUISA A pesquisa consiste em estudar os sedimentos do reservatório e, por meio das amostras colhidas do solo profundo da represa, será possível classificar o nível de poluição da Salto Grande desde a sua criação, em 1950, até os dias atuais. A pesquisa será apresentada ainda no primeiro semestre deste ano e tem a intenção de mapear os poluidores da represa e apontar soluções para o problema. A coleta do sedimento con-

Mergulhadores retiram sedimento profundo da Sa

tou com o auxilio de mergulhadores, e na ocasião a equipe conseguiu retirar sedimentos de três metros de profundidade, fato inédito realizado na represa. Trabalho semelhante realizado em 2000 pelo pesquisador Maurício Leite da USP São Carlos conseguiu coletar 50 centímetros de sedimento. “Conseguimos identificar sedimentos anteriores a inundação para a formação do reservatório. Vamos conseguir saber em quais anos a represa recebeu a maior quantidade de poluentes e também em que momento as ações do Poder Público, como o tratamento de parte do esgoto despejado na represa, acarretou em melhorias”, explica Laura.


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etais pesados nas décadas de 60 e 70

oenças graves encontrados em análise inédita do sedimento da represa Caso Shell/Basf: uma novela de terror O Caso Shell/Basf é um dos mais emblemáticos sobre os grandes acidentes ambientais provocados por indústrias que agiam em flagrante desrespeito ao meio ambiente e aos seus trabalhadores. Instalada, durante a Ditadura Militar, em 1975, no paradisíaco bairro Recantos dos Pássaros, às margens do Rio Atibaia, em Paulínia, a Shell Química contaminou sistematicamente, durante décadas, o solo e o lençol freático da região, com os organoclorados aldrin, endrin e dieldrin, pesticidas altamente cancerígenos e causadores de disfunções dos sistemas reprodutor, endócrino e imunológico. O uso desses pesticidas foi proibido no Brasil em 1985, mas a sua fabricação – para fins de exportação – continuou até 1998. Durante esse período, a Shell foi vendida para a Cyanamid Química e depois para a Basf. Pouco antes do fechamento da fábrica, alguns moradores do entorno começaram a se queixar de suspeitas de contaminação nos poços de suas chácaras. Travou-se então uma guerra surda de bastidores, com a Shell e agora a Basf, tentando negociar as chácaras e ocultar as denúncias veladas. Até que, no final dos anos 1990, o jornalista Paulo José San Martin (hoje editor deste Recantos da Terra), então repórter em um jornal de Campinas, conseguiu realizar uma série de mais de 15 reportagens investigativas e tornou pública a extensão da contaminação da região.

alto Grande; contaminação por metais pesados pode ter afetado também os peixes da represa

Laura, responsável pela pesquisa, durante expedição no reservatório

SHELL SABIA DE TUDO “Na verdade, como soubemos ao longo das investigações, a Shell/Basf já sabia

da extensão da contaminação há décadas e até tentou uma manobra jurídica para ocultá-la, em 1994, quando estava prestes a vender a fábrica para a Cyanamid”, conta San Martin. Na ocasião, por força da lei, foi realizado um levantamento do passivo ambiental da unidade para concluir a transação. Foi identificada extensa contaminação do solo e a Shell fez uma autodenúncia ao Ministério Público, dizendo que a contaminação havia sido causada por rachadura em uma piscina de contenção de resíduos. E se comprometeu a construir uma barreira de contenção para impedir a proliferação da mancha de contaminação; A ideia era a de que tudo ficasse por isso mesmo. Mas as denúncias na imprensa repercutiram fortemente no Brasil e no exterior e, no início dos anos 2.000, o Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas e Região decidiu investigar as denúncias – até então ainda tímidas – de contaminação dos trabalhadores da fábrica. Ao longo de mais de 10 anos, o sindicato conseguiu comprovar não só a ocorrência da contaminação, como fraudes nos exames médicos regulares realizados pela empresa nos trabalhadores. Desde os anos 1980 os trabalhadores denunciavam a má qualidade e a sensível modificação no gosto da água que bebiam, mas não eram ouvidos pela empresa. No ano passado, em 2015, o processo foi finalizado e se transformou na maior causa trabalhista da história do Brasil, com a Shell e a Basf condenadas a indenizações e compensações que atingem quase meio bilhão de reais.


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EXPANSÃO

Bike elétrica ecológica chega a 9 mil unidades comercializadas no Brasil Carteira de clientes da empresa, ainda em franca expansão, registra 400 clientes ativos no território nacional

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Chronos e-bike – bicicleta elétrica ecológica – chega à marca de nove mil unidades comercializadas em todo o Brasil, em apenas quatro anos. A carteira de clientes da empresa, ainda em franca expansão, registra 400 clientes ativos no território nacional. Com o lema “Proporcionando a você atitudes sustentáveis”, a Chronos prevê, já para 2017, comercializar 500 bicicletas elétricas por mês. As bikes conquistaram consumidores nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. O diretor da empresa, Silvio Adelar da Silva Abreu, explica que a rápida expansão da Chronos ocasionou uma limitação no atendimento e, em função disso, não foi possível aumentar a produção mensal de bicicletas. “A empresa cresceu, de 2013 para 2014, 100%. De 2014 para 2015 o crescimento chegou a 50%. Este ano, mesmo com a estagnação econômica, nossa previsão é crescer 20%”, afirma Abreu. Segundo ele, em Araçatuba-SP, por exemplo, são 600 bikes circulando pela cidade, mesmo número registrado em Presidente Epitáfio. No litoral paulista, o município de Caraguatatuba conta com mil bikes ecológicas circulando pela cidade. Campos, no Rio de Janeiro, tem 1.500 bicicletas. “Nossos números apontam para um crescimento contínuo de consumidores preocupados com um meio de locomoção sustentável”, analisa o diretor. VIABILIDADE O gestor de anúncios do Recantos da Terra, Geraldo Martins, utiliza, desde março, uma bike Chronos em suas visitas diárias aos clientes em Americana. “Com certeza é um meio de locomoção viável principalmente para o cada vez mais complicado trânsito de Americana. A bicicleta é muito prática e você pode chegar de um canto a outro de Americana em poucos minutos”, afirma Martins. Segundo ele, com o alto valor do combustível, a bicicleta elétrica, além de uma alternativa sustentável, gera redução nos custos com combustível. “Nosso gasto com combustível ultrapassava os R$ 500 mensais. Com a

Geraldo Martins, gestor de anúncios do Recantos da Terra, aprova bike Chronos como meio de locomoção urbano

aquisição da bicicleta reduzimos para menos de R$ 200. Agora só uso o carro caso esteja um dia chuvoso”, explica. A BIKE A Chronos e-bike custa R$ 3 mil e basta carregar a bateria durante três horas que a bicicleta consegue uma autonomia de 20 quilômetros, caso utilize apenas o acelerador, e 30 qui-

lômetros caso o ciclista utilize o pedal assistido. Neste caso, o motor faz 80% do trabalho e os outros 20% ficam por conta do ciclista. “Basta pedalar levemente que o motor impulsiona a bicicleta. Não é necessário muito esforço físico”, diz Martins. As baterias são acopladas ao quadro da bike, a qual pesa cerca de 30 quilos, e são muito econômicas. Caso

sejam recarregadas uma vez ao dia, por três horas, o consumidor deverá ter um acréscimo entre R$ 5 e R$ 6 na conta de energia. “Eu não senti praticamente nenhuma diferença na conta. O acréscimo de R$ 6, por exemplo, equivale hoje a menos de dois litros de gasolina”, avalia Martins. A bicicleta, segundo ele, além de limpa, é silenciosa.


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ENTREVISTA

Polivalente organiza palestras sobre meio ambiente aos alunos do ensino médio “A maioria dos nossos alunos tem uma aceitação positiva em relação a esses eventos”

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escola Polivalente de Americana aposta cada vez mais nas atividades extraclasse com o intuito de aprofundar o conhecimento dos alunos nos mais diversos temas atuais. A sustentabilidade e o meio ambiente – temas amplamente discutidos nos mais diversos setores – não poderiam ficar de fora. A partir do contato direto com profissionais da área ambiental, por meio de palestras e encontros, os alunos têm condições de adquirir conhecimentos além do conteúdo ministrado diariamente na sala de aula, como explica a coordenadora do ensino médio do colégio, Irene Terezinha Valadares, na entrevista abaixo:

Acqualimp realiza palestra

Irene aposta em atividades extraclasse

Recantos da Terra: Qual a importância das atividades extraclasse, como as palestras organizadas recentemente pelo Polivalente, para a formação dos alunos? Irene: A escola tem a função de desenvolver diversas habilidades e competências relacionadas à compreensão e leitura de mundo. Os diversos componentes curriculares vão além de suas especificidades, pois a interdisciplinaridade faz com que as informações alcancem a reflexão e a construção do conhecimento. Promover atividades extraclasse, contextualizadas com os conceitos trabalhados em sala de aula, desenvolve o senso crítico, ético e cidadão, além de agregar informações para capacitar e sensibilizar os alunos em relação a convivência sadia e harmoniosa com o meio em que ele vive. Em ambas palestras o ponto que as norteou foi o meio ambiente. Qual a importância em debater os temas junto aos alunos e qual foi receptividade deles em relação às palestras? Abordar assuntos relacionados ao meio ambiente através de uma reflexão sobre os problemas já existentes é importante para um maior envolvimento e participação na mudança do hábito familiar e social dos nossos alunos. Isso reflete diretamente na sua formação humana, acadêmica e profissional. Por meio das palestras o aluno tem um contato direto com profissionais da área – assim absorvem e desenvolvem um raciocínio lógico, ideias conscientes e inovadoras em relação ao meio em que vivemos. A maioria dos nossos alunos tem uma aceitação positiva em relação a esses eventos realizados na unidade escolar. Em muitos casos, eles mesmos propõem uma continuidade dos assuntos no decorrer das

aulas, com questionamentos e associações entre o assunto abordado na palestra e os conceitos trabalhados em classe. O Polivalente já teve alguns trabalhos de conclusão de curso com relação aos temas ligados ao meio ambiente e sustentabilidade. Destaque alguns deles? O Projeto “Água em Americana: a escassez em 2016”. Participou da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) em 2009 e recebeu dois prêmios: American Meteorological Society e ganhou o primeiro lugar em Ciências Sociais Aplicadas. Os alunos envolvidos foram Caroline Torricelli, Felipe Tonello Franco e Sâmila Kellin da Silva Xavier. Os orientadores fomos eu e a professora Sumara Sampaio. Dentro do planejamento curricular deste ano estão previstas outras palestras? Sim, a unidade escolar é muito dinâmica e sempre recebe convidados que contribuem com a formação dos nossos alunos. Os temas debatidos nas palestras são levados para dentro da sala de aula posteriormente? Com certeza, pois os temas das palestras são sempre contextualizados com os conceitos trabalhados. Logo, os docentes promovem reflexões, durante suas aulas, sobre os assuntos abordados nesses eventos. Quantos alunos estudam no Polivalente este ano e quantos e quais cursos são oferecidos? São 13 cursos, atualmente com 2.900 alunos, entre eles 600 cursam dois cursos concomitantemente (Ensino Médio e Ensino técnico).

Vieira ministrou palestra para cerca de 200 alunos

No mês passado, o promotor de merchandising da Acqualimp, Ricardo Vieira, que fabrica caixas d’água, fossas sépticas, biodigestores, entre outros itens, ministrou uma palestra para aproximadamente 200 alunos do ensino médio do Polivalente. Os alunos interagiram com o palestrante ao elaborarem questões em relação aos temas abordados. Vieira explicou o funcionamento de cada produto. Destaque para o biodigestor que chamou a

atenção dos alunos. “O biodigestor é um produto revolucionário porque trata o esgoto doméstico com uma eficiência entre 80 e 90%. Ele serve tanto para uma pequena residência quanto para uma chácara maior. É um produto que poderia resolver muitos problemas relacionados ao descarte irregular de esgoto em mananciais”, explicou palestrante. Além da palestra, parte da linha de produtos da Acqualimp ficou exposta no colégio.


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Empresários

BNI MAGNUM faz megaevento e comemora R$ 2,5 mi em negócios fechados Grupo se reúne todas às sextas-feiras com um único intuito: ampliar as possibilidades de negócios por meio da troca de experiências

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grupo MAGNUM do BNI (Business Networking Internacional) de Americana – grupo de empresários das mais diversas áreas de atividade – se reúne todas às sextas-feiras pela manhã com um único intuito: ampliar as possibilidades de negócios por meio da troca de experiências. Nos últimos seis meses, o MAGNUM contabilizou o montante de R$ 2,5 milhões em negócios fechados entre as empresas que estão no grupo. Para o presidente do BNI MAGNUM, André Coalla, o comprometimento e a troca de informações entre empresários dos mais diversos segmentos, faz com que as possibilidades de negócios ampliem. “Trata-se de uma rede de empresários que mantêm uma relação de credibilidade. Dentro do sistema de networking aplicado no BNI, os empresários conseguem ampliar, e muito, suas possibilidades de negócios”, avalia Coalla. Até a data do lançamento, prevê o presidente, o grupo será composto por 35 membros. “Hoje já contamos com 31 membros, mas nossa intenção é alcançar 35. Quanto mais membros maiores são as possibilidades de negócios. A metodologia consiste em uma grande rede de negócios”, explica. METODOLOGIA O BNI oferece um ambiente positivo,

solidário e estruturado para o desenvolvimento e troca de referências de negócios de qualidade. Isso é feito ajudando os empresários a construírem relacionamentos pessoais com dúzias de outros profissionais de negócios qualificados. No último ano, os membros do BNI passaram milhões de referências que geraram bilhões de dólares em negócios de uns para os outros. Fazer parte do BNI é como ter dúzias de vendedores representando o seu negócio. “Se eu o auxilio, você vai me auxiliar, e consequentemente, ambos seremos beneficiados”, explica o presidente. Networking demanda compromisso. Os grupos mais bem-sucedidos do BNI são compostos de participantes que estão sinceramente comprometidos em ajudar uns aos outros por meio do networking. Como participante do BNI, cada empresário é responsável por cumprir as políticas e diretrizes da organização. EVENTO O grupo MAGNUM realizará o lançamento da organização empresarial com um megaevento focado em aumentar as possibilidades de negócios para os empresários da região de Americana. O evento de lançamento contará com aproximadamente 500 pessoas – entre empresários e autorida-

Meio Ambiente realiza ação educativa no Bosque das Nascentes A equipe da Secretaria de Meio Ambiente de Americana realizou uma ação educativa com os moradores da região do Bosque das Nascentes, no bairro Antonio Zanaga. Durante o trabalho, houve a orientação para que os moradores ajudem a manter a área limpa e denunciem o descarte irregular de lixo e entulho. A ação, realizada em comemoração ao Dia Mundial das Florestas, celebrado no dia 21 de março, é uma parceria

entre a Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (SOSU) e Grupo de Escoteiros Nambikwara. O grupo de Escoteiros realizou uma limpeza na área do bosque, a SOSU retirou os resíduos e a Secretaria de Meio Ambiente fez uma ação educativa com os moradores do entorno do bosque, solicitando parceria na denúncia de descartes e queimadas.

André Coalla, presidente do BNI MAGNUM, pretende fechar grupo com 35 membros

des – as quais terão a oportunidade de trocar contatos e experiências. Além da interação, o grupo organizará atividades dentro da dinâmica do BNI e sorteio de brindes. Um Buffett será servido no café da manhã. “O BNI é uma ótima saída frente à crise econômica. Os membros po-

dem aumentar os lucros absurdamente utilizando a metodologia de networking”, afirma Coalla. As vagas para este evento são limitadas. O evento será realizado no dia 6 de maio, às 7 horas, no espaço Gran Aster. Maiores informações e convites ligue: 19 9.9201.2092.


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