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RECANTOS DA TERRA
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Crise hídrica e má gestão ameaçam 300 nascentes em Americana
Salto Grande: 100 milhões por mês é o custo da poluição
Nova Odessa é pioneira em sustentabilidade hídrica Acia implanta projeto de sustentabilidade empresarial www.recantosdaterra.wordpress.com
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Abril de 2015 | Americana-SP
NOTÍCIAS DA TERRA ‘Sonho da Monsanto’: lei pró-transgênico chega ao congresso dos EUA
A batalha pelos organismos geneticamente modificados chegou ao Capitólio este mês, quando foi divulgado que o representante republicano do Kansas, Mike Pompeo, irá reintroduzir uma lei que não permite que os estados norte-americanos exijam a rotulação dos transgênicos. A legislação garante autoridade ao Secretário de Saúde e Serviços Humanos para decidir sobre a rotulação de transgênicos e estabelece padrões particulares para qualquer marca que contenha reclamações de que foram ou não usados transgênicos na produção de comida. Ronnie Cummins, diretor internacional da Associação de Consumidores Orgânicos disse que a lei de Pompeo “não é somente anticonsumidor mas também antidemocrática e contra os direitos dos estados. Entendendo que estão perdendo a batalha no âmbito estadual para manter os consumidores no escuro sobre a sua comida ser ou não geneticamente modificada, a Monsanto e seus servos agora estão preparados para abolir as escolhas do consumidor e anular os direitos constitucionais dos estados de forma que continuem a nos alimentar – à força – com transgênicos.” A lei é chamada de lei de “sonho da Monsanto”.
Pastoral da Terra mostra aumento de 26% nos conflitos por água no país O número de conflitos em zonas rurais por disputa de água foi recorde no ano passado, com 127 casos envolvendo 42.815 famílias e 214 mil pessoas, conforme o relatório Conflitos no Campo 2014, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado este mês. Segundo o relatório, na comparação com 2013, houve aumento de 26% nas disputas pelo recurso hídrico. Naquele ano, foram registrados 101 casos, o mais alto número até então. A CPT acompanha os conflitos por água nas áreas rurais do Brasil desde 2002. A Pastoral da Terra classifica os conflitos em três categorias: apropriação particular, disputa pela construção de barragens e açudes e os relacionados ao uso e à preservação da água. Ambientalistas – O Brasil foi o país mais perigoso do mundo para militantes ambientalistas em 2014. Em nenhum outro lugar foram assassinados mais ativistas, segundo relatório da ONG britânica Global Witness, apresentado em Londres. A América Latina é considerada a região mais perigosa pela organização. De cada quatro mortes, três aconteceram na região. No ano passado foram registrados 116 casos em todo o mundo, número que é recorde histórico e 20% maior que o de 2013. Deles, 87 ocorreram em nações latino-americanas. O Brasil figura no topo da lista, com 29 mortes, seguido pela Colômbia, com 25, pelas Filipinas, com 15, e por Honduras, com 12. Cerca de 40% das vítimas são índios.
Grupo livra comida do lixo para alimentar 1,6 milhão de brasileiros O trabalho deste grupo começa quando o fim da feira se aproxima: Daniel Ferratoni e Lucila Matos espalham contêineres entre as barracas para recolher frutas, verduras e legumes que iriam para o lixo. Eles são idealizadores do Banco de Alimentos de Santos, no litoral norte paulista, uma organização focada em combater o desperdício e distribuir esses alimentos em comunidades em situação vulnerável. Todas as quartas-feiras, Daniel, engenheiro, e Lucila, formada em relações internacionais, recolhem em torno de 200 quilos de comida. “Os feirantes separam para a gente principalmente talos e folhas de alimentos, como brócolis e cenoura, que o cliente não leva na hora da compra”, diz Daniel. “Mas também recolhemos caixas fechadas de frutas e vegetais mais perecíveis que eles não conseguem vender”. A iniciativa em Santos, fundada em janeiro, buscou inspiração dentro e fora do Brasil. Lucila acompanhou o trabalho em Bonn e Colônia, na Alemanha – um dos países pioneiros, onde mais de 900 bancos de alimentos estão em funcionamento. “De lá, trouxemos a ideia de distribuir os alimentos diretamente nas comunidades. Aqui no Brasil, a maioria recolhe a comida e entrega em instituições”, conta. Atualmente, cerca de 100 projetos funcionam no Brasil, somando os administrados pela sociedade civil e pelo Estado. A comida recolhida é fonte de alimento para mais de 1,6 milhão de pessoas no país, calcula o governo federal. Todos os anos, estima-se que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos bons para o consumo sejam descartados. No Brasil, um dos maiores produtores agrícolas mundiais, esse número é de quase 27 milhões. (Por Diário do Centro do Mundo)
Vamos importar do Nordeste uma solução para a falta de água
Cientistas brasileiros descobrem que açafrão combate a dengue
Atualmente os paulistas convivem com uma estranha e desconfortável situação. As tão esperadas chuvas de verão vieram, mas à custa de ruas alagadas, semáforos quebrados e centenas de árvores derrubadas, principalmente na região metropolitana da capital. Os mananciais, entretanto, continuam com seus estoques de água abaixo das cotas mais confortáveis para o abastecimento. O presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, “Inescapavelmente teremos algum tipo de sofrimento pela população”. Se não é possível contar com os governantes para ter água em casa está na hora do cidadão se virar como pode. Uma solução – ou um paliativo eficiente e de baixo custo para a crise hídrica – pode estar em uma velha conhecida do povo nordestino, calejado com os longos períodos de estiagem que castigam a região do semiárido: a cisterna. Nada mais é que um reservatório domiciliar que capta e armazena as águas das chuvas. Nas cidades do sertão nordestino castigadas pela falta das chuvas elas são a salvação da lavoura para o abastecimento diário de muitas famílias. O governo federal também tem financiado a construção de reservatórios por meio do programa “Água para todos”. O balanço dá conta de que no período entre 2011 e 2014 mais de R$ 6 bilhões foram investidos na instalação de cerca de 750 mil cisternas em 1 200 municípios do Norte e Nordeste. Nada menos que cinco milhões de pessoas foram beneficiadas. Imagine quanta água poderia ser aproveitada nas residências do Sudeste com as chuvas que desabaram sobre a região nos últimos meses e não conseguiram encher os mananciais? (Por Afonso Capelas Jr.).
O corante extraído da raiz da cúrcuma, também conhecida como açafrão da Índia, pode ajudar a eliminar as larvas do mosquito transmissor da dengue, Aedes Aegypti, nos criadouros, concluiu uma pesquisa conduzida por cientistas brasileiros. Os pesquisadores descobriram que o extrato possui propriedades fotodinâmicas naturais capazes de elevar a vulnerabilidade das larvas à luz e eliminá-las. A investigação foi divulgada nesta semana pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entidade pública que financiou o projeto.
Empresa japonesa cria cebola que tempera mas não faz chorar Uma empresa japonesa criou uma cebola que ao ser cortada não faz chorar. O House Foods Group conseguiu criar uma variedade antilágrimas bloqueando as enzimas que produzem os compostos que fazem chorar os cozinheiros. A empresa não indicou quando começará a comercializar essa cebola. Em 2013, os cientistas da House Foods Group venceram o “Prêmio Ig Nobel” da Universidade de Harvard pela descoberta do processo bioquímico responsável por fazer uma pessoa chorar ao cortar uma cebola. A House Foods se concentrou nas enzimas da cebola por se tratar de um ingrediente muito utilizado na cozinha japonesa.
EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo San Martin e Anderson Barbosa Diagramação: Skanner Projetos Gráficos Redação paulo.sanmartin@bol.com.br anderjornal@bol.com.br
Comercial Fábio Trevisan (19) 9.9663.5343 fabioroberto.trevisan@gmail.com Rua Itabirito, 1297, Jardim Ipiranga, Americana-SP - Fone: (19) 3604.6205
Recantos da Terra é uma publicação de circulação dirigida da Vila Mundo Comunicação
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PERIGO
Seca ameaça 300 nascentes em Americana Grude (Grupo de Defesa Ecológica da Bacia do Piracicaba) lembra que cidade depende de um único ponto de captação de água e alerta para a gravidade do risco Anderson Barbosa
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forte seca que castiga o Sudeste desde o ano passado, combinada com a incapacidade de gestão pública na área ambiental e hídrica nos últimos anos em Americana e no Estado de São Paulo, podem provocar em um prazo de tempo muito curto, na extinção completa de aproximadamente 300 nascentes localizadas no município. O alerta é do Grude (Grupo de Defesa Ecológica da Bacia do Piracicaba) que aponta ainda para a extensão do risco, uma vez que cidade depende de um único ponto de captação de água bruta, hoje instalado no Rio Piracicaba. Segundo o Grude, não existe uma política de proteção e nem de aproveitamento das nascentes cuja abundância de água poderia auxiliar no abastecimento em tempos de crise. Em meio a uma grave crise financeira, a administração municipal afirma que formulou um projeto de recomposição da mata ciliar, onde estão localizadas algumas nascentes, mas a previsão de especialistas em meteorologia é que a seca de deste ano seja ainda mais avassaladora que a enfrentada em 2014. “Como a chuva não é suficiente para manter as nascentes abastecidas seria necessário proteger a mata ciliar no entorno delas para que a água fosse reservada. Contudo, não houve investimentos suficientes nos últimos anos e agora podemos perdê-las com a forte seca prevista para este ano”, alerta o presidente do Grude, Evandro Rogério Santos. Outros fatores como as queimadas, por exemplo, que se alastram na época da seca e a contaminação do solo podem prejudicar as nascentes. Evandro afirma que grande parte das nascentes existentes no município está na região do Pós-Represa – são 78, segundo levantamento de 2012 – e inúmeras outras no entorno da Gruta Dainese, reserva rica também em fauna e flora. “É necessário que seja feito algo rapidamente para que seja possível salvar pelo menos parte das nascentes. Trata-se
de algo tão preocupante que alguns poços artesianos do município já ficam grandes períodos sem água”, afirma Santos. CANTAREIRA Para o biólogo e presidente do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente), Carlos Zappia, hoje a captação de Americana não depende mais do Sistema Cantareira e sim dos afluentes que estão abaixo dele. “A vazão do Cantareira é muito baixa e Americana recebe água dos afluentes abaixo do Sistema. São eles que mantêm o abastecimento da cidade”, explica Zappia. O biólogo antecipa que, caso sejam confirmadas as previsões de seca grave para este ano, a situação vai começar a ficar alarmante a partir de maio. “Infelizmente as previsões de chuvas não são boas. Podemos enfrentar algo ainda pior do que no ano passado”, analisa. PROJETOS O atual secretário de Meio Ambiente, Adriano Camargo Neves, explicou que está em fase de elaboração na pasta um projeto para “produção de água” e também para a restauração de nascentes. “Existe um projeto para produção de água na Secretaria de Meio Ambiente que parte de um programa de restauração do sistema de áreas verdes do município. E a proteção das nascentes é o cerne deste trabalho, que consiste no controle de erosão do solo por meio de estruturas físicas e barreiras vegetais de contenção, minimização do risco de contaminação, criação de condições adequadas para infiltração no solo e redução da taxa de evapotranspiração, introduzindo vegetação ciliar com estrato demográfico de plantio, priorizando as espécies com raízes tabulares que contêm os sedimentos na borda da mata”, explica o secretário. A administração ressalta ainda que as nascentes podem apresentar vazões irregulares ou intermitentes ao longo de um determinado período, o que demandaria um diagnóstico mais aprofundado, para precisar a situação de cada corpo hídrico.
Grande parte das nascentes de Americana está na região do Pós-Represa, mas não existem projetos consistentes de preservação
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100 milhões por mês. Este é o cus Estação de tratamento entre Rio Atibaia e a represa é indispensável para que a água volte a ser utilizada por banhistas Anderson Barbosa
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Décadas de descaso e crise financeira da prefeitura inviabilizam uma solução rápida para a poluição da Salto Grande
limpeza parcial da Represa de Salto Grande, em Americana, custaria R$ 100 milhões ao mês aos cofres públicos americanenses, segundo estimativas do Grude (Grupo de Defesa Ecológica da Bacia do Piracicaba). Para que a água volte a ficar apta ao banho é necessária a instalação de uma estação de tratamento entre o Rio Atibaia e a represa. Especialistas e ambientalistas concordam que a qualidade da água melhorou após as chuvas de março e abril, mas as décadas de descaso em relação à represa, além da grave crise financeira pela qual o município passa, inviabilizam um projeto de recuperação em um curto ou médio prazo. “A estação de tratamento seria a ação mais correta para resolver grande parte do problema, mas também precisamos combater o despejo de esgoto por parte das chácaras em ambas as Praias (Azul e Namorados). Na atual situação financeira da cidade, sabemos que a instalação de uma estação é inviável. Temos que encontrar outras soluções”, afirma o presidente do Grude, Evandro Rogério Santos. Segundo ele, algumas espécies de peixes e até jacarés voltaram a povoar a Represa de Salto Grande, fato importante para a recuperação da fauna local. MP Os constantes despejos irregulares de esgoto in natura nas águas da represa renderam uma representação no MPE (Ministério Público Estadual) no ano passado. O movimento “Vamos Salvar a Represa de Salto Grande” e a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Americana foram os responsáveis pela denúncia. Além do problema do esgoto, a crise hídrica enfrentada no Estado de São Paulo desde o ano passado também ajudou a agravar a poluição e o mau cheiro na represa em função da proliferação de algas. “Através desta representação, oficializamos os crimes ambientais de degradação da represa e solicitamos ao Ministério Público o auxílio na exigência do cumprimento de todas as ações preventivas e corretivas. É inadmissível, diante da atual circunstância, continuar rumo ao colapso do sistema de abastecimento público”, diz um trecho da representação. Para o biólogo e presidente do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente), Carlos Zappia, a visibilidade da água da represa melhorou em função das chuvas de março e abril. “Visualmente a água está mais limpa até por
causa das chuvas, mas é preciso um estudo detalhado para saber qual é o real nível de poluentes na água”, explica. CÂMARA O presidente da Câmara de Americana, Pedro Peol (PV), afirma que participa das discussões em relação à revitalização das orlas das Praias Azul e dos Namorados desde 2010. “Sempre nos reunimos com a comunidade e comerciantes da orla para debater assuntos pertinentes à melhoria tanto da água quando das orlas. Trata-se de um tema coletivo e precisamos ouvir a população”, diz Peol. Peol intermediou uma verba de R$ 148 milhões junto ao deputado estadual Chico Sardelli (PV), montante disponibilizado pelo governo do Estado para a construção da Estação de Tratamento Anhumas, em Campinas, cidade responsável pelo despejo do maior volume de esgoto in natura que polui a represa. “O deputado tem essa preocupação e conseguimos essa importante verba que ajudou diretamente na melhoria da qualidade da água da represa”, explica. Para o líder da bancada do PT (Partido dos Trabalhadores) na Casa, Moacir Romero, é preciso manter um diálogo com cidades vizinhas, como Campinas e Paulínia, para que a represa seja limpa. “Primeiro é preciso frear o despejo de esgoto por parte de outras cidades. Isso não é responsabilidade apenas de Americana, mas também dos outros municípios que despejam esgoto na represa. Para que as praias voltem a ser frequentadas será necessário um empenho em longo prazo”, ressalta. FRENTE REGIONAL O vereador Valdecir Duzzi (SD) encabeça uma “Frente Regional das Câmaras” em defesa da Represa de Salto Grande. Segundo o parlamentar, a ideia é fazer um levante regional nas Câmaras para que a represa possa novamente receber investimentos. “A intenção é conversar com outras Câmaras da região, como Campinas, Paulínia e Cosmópolis para encontrarmos soluções em conjunto para a recuperação da represa. Será uma frente parlamentar em prol da Represa de Salto Grande”, explica o vereador. Duzzi afirma ainda que pretende colocar em pauta a questão da revitalização das orlas das Praias Azul e dos Namorados uma vez que a questão impulsiona não apenas o turismo local, mas também o regional. “Nossa intenção é debater o assunto junto à comunidade e atrair a atenção da comunidade e, consequentemente, do Poder Público”.
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sto para recuperar a Salto Grande
Mesmo com as águas ainda poluídas e inviáveis para a prática alguns esportes náuticos, a represa mantém paisagens paradisíacas
Um barco na represa para combater a pesca predatória O Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) vai reativar uma embarcação, parada desde 2012, para fiscalizar ações irregulares na Represa de Salto Grande. Segundo o presidente da entidade, Carlos Zappia, o conselho disponibilizará o barco ao GPA (Grupo de Proteção Ambiental) da Gama (Guarda Municipal de Americana), que será o responsável pela fiscalização, principalmente, de casos de pesca predatória. “Na verdade tivemos um período no Comdema que não tivemos muito apoio, mas este ano já reativamos o conselho e uma das principais medidas foi a reativação do barco para fiscalizar possíveis irregularidades na represa”, afirma Zappia. Ele diz que alguns caçadores também frequentam a represa em busca de jacarés e capivaras. Outra proposta do Comdema é reativar o diálogo com a sociedade civil de Americana para buscar soluções ambientais para a região. “Tivemos algumas reuniões importantes e com certeza aos poucos vamos fazer com que toda a sociedade participe dos temas pertinentes ao município”, disse ele. OUTRAS AÇÕES O secretário de Meio Ambiente de Americana, Adriano Camargo Neves, garante que mesmo sem altos investimentos, diversas ações estão
em curso para preservar a represa, entre elas fiscalizações embarcadas para impedir despejos irregulares de efluentes e vistorias permanentes nas chácaras por agentes ambientais, para orientar a população quanto à proteção das APPs (Áreas de Preservação Permanente) da represa. De acordo com ele, também são desenvolvidos projetos de urbanização na Orla da Praia dos Namorados, com a implantação de sistema de lazer e recreação, adequação de sanitários, pista de caminhada, quadra de esporte, calçamento, hidratação e iluminação. Equipes técnicas também analisam projeto para implantação do projeto de reurbanização da Orla da Praia Azul. “Também mantemos um trabalho em conjunto com o Ministério Público, visando a obrigatoriedade de tratamento dos esgotos que são lançados por todos os municípios à montante do reservatório de Salto Grande”, diz o secretário. A prefeitura também iniciou, segundo o secretário, entendimentos com a Marinha do Brasil e com a Capitania dos Portos do Tietê, para implantação do plano de gerenciamento do uso da orla e do espelho d’água. “O objetivo é evitar acidentes entre embarcações motorizadas, assim como a convivência segura entre os usuários de lanchas e ou motos aquáticas e banhistas”, diz.
Romero defende diálogo com cidades vizinhas
Duzzi encabeça “Frente Regional das Câmaras” pela represa
Adriano quer evitar despejos irregulares
Peol: “Precisamos também ouvir a população”
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EM AÇÃO
Na vanguarda da gestão ambiental A
Diretores da Acia e integrantes do novo Departamento Empresarial de Sustentabilidade Ambiental e Energética: na vanguarda do País
mericana deu um passo de vanguarda na chamada ‘sustentabilidade empresarial’, uma das práticas que mais motivam o mundo corporativo moderno e que está sob o olhar atento de toda a sociedade. A Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana) lançou oficialmente, em 24 de março, um novo Departamento Setorial, o Desae (Departamento Empresarial de Sustentabilidade Ambiental e Energética). Criado para promover e incentivar o desenvolvimento sustentável entre as empresas de Americana, o departamento é pioneiro entre as Associações Comerciais do Estado de São Paulo. Organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um desempenho ambiental correto, controlando os impactos de suas atividades, de seus produtos ou serviços, levando em consideração sua política e seus objetivos ambientais. Esse comportamento está inserido hoje no contexto de uma legislação cada vez mais exigente, do desenvolvimento de políticas econômicas e de outras medidas destinadas a estimular a proteção ao meio ambiente e de uma crescente preocupação com as questões ambientais e a sustentabilidade. “Sem dúvidas, este departamento terá um importante papel para os empresários e para a comunidade”, defendeu o presidente da Acia, Dimas Zulian, ressaltando ainda a preocupação da Associação ao trazer o tema ambiental para discussão permanente na entidade. O objetivo do novo departamento é mostrar para os empreendedores locais que ações sustentáveis reduzem perdas, desperdício e risco aos negócios. E isso torna a empresa mais competitiva, além de melhorar a relação com os clientes e funcionários. “O resultado de ações sustentáveis
Acia lança Departamento Empresarial de Sustentabilidade Ambiental e Energética e aponta caminhos para ‘sustentabilidade empresarial’
pelas empresas é o bem coletivo de um ambiente mais saudável, de uma cidade melhor para se viver”, defende o empresário, doutor em Biologia e diretor-coordenador do departamento, Thiago Pietrobon. RESULTADOS O novo departamento já realizou ações e foi responsável pelas intervenções de sustentabilidade que minimizaram os impactos ambientais na 1ª Expodeps, realizada pela Acia e pelo Deps (Departamento das Empresas Prestadoras de Serviços), em outubro. A correta destinação dos resíduos foi uma delas. Ao todo, 104.8kg de resíduos deixaram de ir para o aterro sanitário, pois foram encaminhados à reciclagem: 33.6kg de plásticos, 57.3kg de papeis e papelão, 9.9kg de vidros e 4kg de metais. Foram três bags (de mil litros cada) com resíduos retirados nas lixeiras para materiais recicláveis, contra apenas uma bag de lixo não reciclável. A redução do consumo de energia também foi uma preocupação do departamento – a troca da iluminação do estande da Acia reduziu 90% seu consumo de energia no período. Toda iluminação foi substituída por LED, representando uma redução de 16 mil watts de energia da montagem à desmontagem da feira. Para Pietrobon, tão importante quanto os ganhos ambientais que as ações de sustentabilidade resultaram, está a possibilidade de demonstrar que ações como estas são cada vez mais acessíveis e que podem ser aplicadas à toda empresa ou residência. “Será a multiplicação dos resultados nos pequenos e médios estabelecimentos que surtirá o resultado global que precisamos para minimização dos impactos, redução dos riscos ambientais e estabelecimento de ambientes mais saudáveis”, finalizou.
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PROGRAMA
Nova Odessa é pioneira em sustentabilidade hídrica Nascentes aterradas são recuperadas e garantem abastecimento das represas, mesmo sem chuvas
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ova Odessa é pioneira na implantação de um programa de produção de água que está recuperando nascentes aterradas, ampliando a vazão para as represas de abastecimento e reabastecendo o lençol freático. A ação ambiental virou exemplo para toda a RMC (Região Metropolitana de Campinas) e será levada ao conhecimento do Governo do Estado de São Paulo. O programa já apresentou benefícios imediatos, mas a iniciativa visa, sobretudo, garantir abastecimento para as gerações futuras. De acordo com o pesquisador científico do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e especialista em produção de água, Rinaldo de Oliveira Calheiros, Nova Odessa é a primeira cidade do País a iniciar um programa de produção de água e proteção de mananciais em busca de autossuficiência e da sustentabilidade hídrica, além de garantir segurança dos recursos. “Estamos apostando nessa iniciativa que tem tudo para ser um modelo nacional de sustentabilidade hídrica. É uma ação pioneira e inovadora de Nova Odessa e demonstra a preocupação de seus governantes com a cidade e com a população”, afirmou. O programa fez, inicialmente, um levantamento de todas as nascentes do município, apontou assoreamento em parte delas e já recuperou a vazão de água de quatro fontes de água. “Como gestor público é preciso pensar nas futuras gerações. Passamos por um período sem chuvas que há muitos anos não se via, mas enfrentando isso com ações que nos deixarão em uma situação melhor no futuro. Desassoreamos represas, estamos protegendo as nascentes e vamos recompor a mata ciliar. Esse é só o primeiro passo, mas vamos em frente para garantir o desenvolvimento sus-
tentável”, avalia o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PSDB), o Bill. 19 MUNICÍPIOS O modelo, implantado na cidade desde setembro do ano passado, já foi apresentado aos outros 19 municípios da RMC pela Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas) e, recentemente, Nova Odessa sediou o workshop que reuniu 17 municípios na elaboração de um projeto metropolitano que será apresentado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). A diretora executiva da Agemcamp, Esther Viana, reforçou a importância da ação. “Nasceu em Nova Odessa um projeto de importância regional”, disse ela. Durante o curso prático de recuperação de nascentes, realizado em outubro do ano passado, quatro nascentes triplicaram a vazão com intervenções simples de desassoreamento. Em conjunto com o IAC, foram mapeadas 167 nascentes no município. “Com o desenvolvimento de todas as ações que compõem o Plano de Sustentabilidade Hídrica de Nova Odessa, incluindo a recuperação de nascentes, o aumento da eficiência de recarga dos aquíferos e a recomposição da cobertura vegetal protetiva dos elementos hídricos - nascente, lagos, córregos e rios - que devem ser desenvolvidas, mais intensivamente, ao longo dos próximos quatro anos, a estimativa é que, com a normalização climática, haja um aumento de, no mínimo três a seis vezes na produção de água do município. Também é esperada sua regularização ao longo de todo o ano e que, mesmo na ocorrência de uma estiagem do porte que hoje vivemos, Nova Odessa ganhará uma situação de conforto quanto à disponibilidade hídrica para sua população,” completou Rinaldo.
Com o desenvolvimento das ações hídricas Novo Odessa conseguiu manter nível dos reservatórios apesar da seca
Desassoreamento e manutenção de mata ciliar e das nascentes fazem parte do projeto de sustentabilidade hídrica do município
Desassoreamento das represas A Prefeitura de Nova Odessa e a Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa) realizaram, ano passado, as obras de desassoreamento das represas da cidade. E, graças ao desassoreamento, as represas chegaram a março de 2015 com capacidade superior ao registrado em março do ano passado, quando ainda não existiam os problemas de escassez de água causados pela estiagem. No ano passado, as seis represas que integram o sistema de abastecimento de água em Nova Odessa armazenavam 2.337 milhões de litros de água. Hoje, com o desassoreamento, esta capacidade aumentou para 2.450 milhões. “Na Recanto 2, por exemplo, a capacidade de reserva passou de 330 milhões para 410 milhões de litros”, comentou o diretor-presidente da Coden, Ricardo Ôngaro. O aumento apenas nesta unidade, que recebeu investimentos de cerca de R$ 1 milhão, é de 24,2% da capacidade. A LIÇÃO DA ESTIAGEM De acordo com Ôngaro, atualmente as represas de Nova Odessa estão com 82% de sua capacidade de reservação. Porém, esse mesmo volume de água, antes do desassoreamento, representaria 98% da capacidade antiga. “Com as obras realizadas, estamos armazenando mais água do que no ano passado, por isso que o índice cai. São,
no total, 113 milhões de litros de água a mais em nosso sistema, atendendo nossos moradores”, explicou. Além da Recanto 2, também foram desassoreadas as represas Recanto 3 e Lopes 2. O prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza lembrou que todos os investimentos foram feitos pensando em garantir o abastecimento, mas ressaltou que a longa estiagem deixou uma lição à população. “Tivemos que sofrer com a escassez para lembrarmos que a água é um recurso finito e que é preciso usar com responsabilidade”, destacou Bill. Recentemente, o prefeito Bill também anunciou a construção de uma nova represa e uma nova Estação de Tratamento de Água, com investimento de R$ 7,2 milhões. A represa Recanto 4 terá capacidade de armazenamento de 130 milhões de litros de água bruta, ocupando uma área de 31 mil metros quadrados. Com a barragem, o Sistema Recanto, que já conta com três represas e tem capacidade de armazenamento de 1,51 milhão de metros cúbicos de água, terá sua capacidade ampliada para 1,64 milhão de metros cúbicos. A rede de abastecimento municipal conta ainda com o Sistema Lopes, que tem duas represas com capacidade total de armazenamento de 865 milhões de litros e a Represa Santo Angelo, com 75 milhões de litros.