Recantos da Terra

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Americana na luta mundial contra a extinção das abelhas Inseto é o principal polinizador do planeta e sem ele, segundo especialistas, a humanidade pode ser extinta do planeta em apenas quatro anos

Projeto “Preservando e Reciclando” vai às escolas Brasil ocupa 89ª posição no ranking de riscos climáticos Curitiba tem prédio com miniusina solar

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OPINIÃO

Ativistas e indígenas na luta contra o oleoduto DAPL no Rio Missouri Nika Knight, Common Dreams

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nquanto a construção do oleoduto Dakota Access rapidamente se aproxima do Rio Missouri, a tribo Standing Rock Sioux e aliados estão prometendo continuar com sua resistência contra o duto – mesmo com as prisões violentas e tratamento desumano aplicados pela polícia, e ameaças contínuas do governo e de forças da indústria. “Não sobrou muita terra entre a água e o equipamento”, disse Cheryl Angel, membro da tribo Sicangu Lakota que ajudou a criar o acampamento de protesto Sacred Stone, ao The Guardian. O jornal relata: “Eles estão logo ali. Entraram em nossa terra sagrada. Não há tempo para esperar”, disse a moça de 56 anos, com lágrimas nos olhos ao apontar para a água e o duto que se aproxima. “Está quase completo. Tudo o que precisam fazer é ir por baixo daquele rio”. Não é claro quando a fase final da construção pode terminar, mas ativistas nativos, no domingo, disseram que o projeto estava apenas a alguns quilômetros da água e que a equipe de construção parecia estar trabalhando em um ritmo rápido. A porção do duto de 1.172 quilômetros que fica na Dakota do Norte estava originalmente agendado para ser concluído em novembro. E mesmo enquanto apoiadores protestam em solidariedade ao redor do mundo, e os analistas de direitos humanos vão até a área para observar a polícia, os ativistas ambientais indígenas ainda se encontram constantemente de guarda contra forças hostis. De fato, nessa semana ocorreram duas situações assustadoras, um misterioso incêndio perto do acampamento e também uma filmagem de um técnico de segurança armado da Dakota Access que estava infiltrado entre os ativistas durante os conflitos da semana passada com a polícia. Todos os sinais apontam que a com-

panhia do oleoduto poderia ter conexão com ambas as ameaças, disse o organizador da Rede Ambiental de Indígenas, Dallas Goldtooth. O DemocracyNow! compartilhou as imagens, filmadas durante as prisões da última quinta-feira e o desmonte violento do acampamento de protesto, que mostra um técnico de segurança da Dakota Access segurando um rifle de assalto AR-15 e usando uma bandana vermelha sobre o rosto, apontando sua arma para os ativistas que estavam tentando acalmar a situação. O técnico, que tinha um cartão de identidade da DAPL e cujo seguro do caminhão havia sido feito pela DAPL, estava aparentemente tentando infiltrar o acampamento. O homem foi preso por policiais do Bureau de Relações Indígenas e foi entregue ao FBI. “É bem horripilante saber que o DAPL tem infiltrados em nosso acampamento”, disse Goldtooth ao DemocracyNow! “Eles estão pagando pessoas como essa, armadas, para criar situações de conflito, bem perigosas. Não sabemos quais poderiam ter sido suas acusações. Ele poderia ter atirado na polícia, criando uma situação na qual a polícia acredita que estivesse vindo dos ativistas, quando não estava”. O noticiário também reportou sobre um incêndio que ocorreu sábado a noite, ao qual serviços de emergência se recusaram atender, segundo relatos – mesmo com ligações repetidas à polícia feita pelos ativistas. “O que é mais preocupante para mim é isso”, explicou Goldtooth: A desculpa que usaram para irem contra o acampamento era para eles quebrarem a barricada que montamos, para que os serviços de emergência chegassem […] no nosso acampamento principal. A razão deles para usarem balas de borracha e spray de pimenta e granadas nos nossos ativistas era para terem acesso para fornecerem serviços de emergência, como ambulâncias, bombeiros, se fosse

necessário, no nosso acampamento principal. Então porque, alguns dias depois, quando um incêndio realmente aconteceu, o departamento do Cherife de Morton County ignorou ligações e pedidos de ajuda e não enviou ambulâncias ou bombeiros ao local que disseram que precisavam ir? Outras filmagens do dia dos conflitos mostram outro homem “em um casaco branco, jeans e um rabo de cavalo preto empurrando protestantes até uma linha de policiais”, de acordo com o Los Angeles Times. Mesmo com a sensação de amea-

ças constantes e ainda cambaleando das prisões em massa, os ativistas realizaram uma marcha pacífica e um círculo de orações no sábado em uma ponte que os policiais haviam fechado, demonstrando seu comprometimento com à causa e com protestos pacíficos. “A luta está longe de acabar”, disse Kandi Mossett da Rede Ambiental de Indígenas ao LA Times. “É muito difícil para nós continuarmos rezando e fazendo cerimônias quando eles usam violência contra nós. Mas seremos como rochas”.

EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo José San Martin e Anderson Barbosa | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.san@jornalrecantosdaterra.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 9.8178.8144 / 9.8268.9110 - ge@jornalrecantosdaterra.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996

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Educação

Escolas de Americana recebem projeto “Preservando e Reciclando” Por meio do projeto, foram distribuídos materiais educativos e sementes para futuros plantios INICIATIVAS

ONU investe US$ 2,8 bilhões

Alunos tiveram a oportunidade de interagir com o mascote Lixildo

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om o foco voltado à educação ambiental, a Secretaria do Meio Ambiente organizou um ciclo de palestras em escolas do município durante este mês. Alunos das Emeis (Escolas Municipais de Ensino Infantil) Corimbó, no Jardim Glória, e Ceci, no Jardim Brasília, além do Caic (Centro de Atenção Integral à Criança) do Jardim da Paz receberam palestras e orientações dentro do projeto “Preservando e Reciclando”. Na Emei Corimbó, 73 alunos participaram do projeto. As ações visam coibir o descarte irregular de resíduos no município e criar uma consciência de preservação, incentivando a reciclagem e o consumo consciente com alunos e seus familiares, explicou Kátia Birke, coordenadora de Educação Ambiental, do Programa de Combate à Poluição Visual e interlocutora do Programa Município VerdeAzul. Por meio do projeto, foram distribuídos materiais educativos e sementes para futuros plantios. A equipe trabalhou temas ambientais de grande relevância para a melhora da qualidade ambiental do município, como a destinação correta de resíduos, reciclagem, compostagem, reaproveitamento e reutilização, consumo consciente; uso consciente dos recursos naturais, cidade sustentável, formas de transporte alternativo, importância das áreas verdes, drenagem urbana e alagamento,

aquecimento global, biodiversidade, queimadas e qualidade do ar. A maquete de sustentabilidade foi exposta com abordagem dos temas ambientais de forma lúdica, através de músicas, danças, explanação da maquete construída com reaproveitamento de materiais provenientes da coleta seletiva. Os alunos tiveram a oportunidade de interagir com o Mascote Lixildo, através de danças e brincadeiras. A escola promoveu junto aos alunos uma campanha para a coleta de óleo usado e a equipe da Secretaria de Meio Ambiente fez uma explanação sobre a importância da reciclagem e do reaproveitamento do resíduo de óleo para a preservação do meio ambiente e qualidade da água. Após a realização do projeto, os alunos realizarão uma atividade prática através de desenhos onde irão refletir e expressar como poderão ajudar o Lixildo a preservar o meio ambiente. A coordenadora das EMEIs Corimbó e Ceci, Beatriz Peres, ressaltou a importância do projeto para os alunos, seus familiares e comunidade. “O tema Meio Ambiente é um dos conteúdos principais da educação infantil. Conhecer, discutir e vivenciar as experiências do tema favorecem o respeito ao planeta, a mudança de comportamento das pessoas e a formação de um cidadão melhor’, concluiu.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) investe 2,8 bilhões de dólares em quase 800 iniciativas para combater as mudanças climáticas em 140 países. É o que revela um novo relatório divulgado pela própria agência na quinta-feira (17), durante a Conferência do Clima da ONU que acontece Marrakesh, no Marrocos. O levantamento do organismo internacional mostra como os esforços contra as transformações do clima estão associados ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. As nações de atuação do PNUD incluem os 48 países menos desenvolvidos e os 39 membros da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (APEI). Desde 2008, a agência ajuda esses e outros territórios a obter financiamento. Em torno de 40% dos projetos do Programa são voltados para a adap-

tação às mudanças climáticas — e somam quase 1 bilhão de dólares. Ações para promover o uso de energia sustentável e a proteção das florestas respondem por, respectivamente, 30% e 22% do orçamento. Estratégias para aprimorar capacidades e fortalecer instituições e políticas para cumprir o Acordo de Paris — e implementar as Contribuições Nacionalmente Determinadas — representam 11% de todos os projetos. “Graças ao Acordo de Paris, agora temos um caminho para que o mundo trabalhe em conjunto em uma solução integrada para a mudança do clima”, aponta assistente administrativa do PNUD, Magdy Martínez-Solimán. “Agora é nossa responsabilidade trabalhar com nossos parceiros para seguir esse caminho e para ajudar a atingir as prioridades em relação ao clima e ao desenvolvimento.”


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Parceria

Mato Grosso cria programa de

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Objetivo do programa é promover o crescimento econômico de forma sustentável e inclusiva

economia sustentável

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estado do Mato Grosso lançou este mês o Programa Ciclos – Parceria para Economia Verde (PEV-MT), em cerimônia realizada no Palácio Paiaguás, em Cuiabá. O objetivo do programa é promover o crescimento econômico de forma sustentável e inclusiva, fomentando a geração de renda e trabalho decente, reduzindo a pobreza e a desigualdade social e fortalecendo a sustentabilidade ambiental. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (SETAS/ MT), em parceria com Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (UNITAR). Durante o lançamento, o diretor do escritório da OIT no Brasil, Peter Poschen, ressaltou a capacidade do estado de buscar transformar sua matriz econômica, com o objetivo de torná-la sustentável e inclusiva. “O Mato Grosso está claramente na vanguarda, já assumindo essa capacidade de pensamento de conservar e incluir. A economia autossustentável traz a habilidade de gerar mais e melhores empregos e isso poderá ser avaliado através deste programa”, disse. O titular da SETAS/MT, Valdiney de Arruda, detalhou o funcionamento do programa no estado. “As ações irão funcionar em ciclos para beneficiar toda a sociedade. A iniciativa irá apoiar o governo na análise de opções de políticas de crescimento, além de fornecer suporte para a reformulação de políticas que auxiliem nessa transição”, explicou. As ações desenvolvidas serão integradas ao trabalho de outras secretarias do governo estadual, como as secretarias de Cidades, Agricultura

Anderson Barbosa

Familiar, Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Planejamento, além do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. “O Mato Grosso está dando um passo além”, afirmou o governador Pedro Taques na ocasião do lançamento. “Sempre afirmamos que não deixaremos nenhum cidadão para trás e esse programa engloba isso. Queremos um futuro no qual o Mato Grosso produza muito, mas sempre preservando nosso território e cuidando das pessoas. Temos que produzir e conservar”, completou. Também participaram do evento o chefe do Serviço de Economia e Comércio do PNUMA, Steven Stone, o coordenador do Programa de Empregos Verdes e Trabalho Decente da OIT, Paulo Sérgio Muçouçah, o sociólogo e estudioso da Economia Verde, Valdir Bündchen, e o coordenador da Parceria para Ação pela Economia Verde (PAGE) no Peru, Miguel Angel Beretta, além do corpo de secretários do Governo do Estado. PROGRAMA O Programa Ciclos surgiu a partir da Parceria para Ação pela Economia Verde (PAGE, na sigla em inglês), uma iniciativa global do PNUMA, da

OIT, do PNUD, da UNIDO e da UNITAR. A visão geral do PAGE é a de contribuir para a transformação equitativa e sustentável das estruturas econômicas nacionais em 20 países até 2020, com o objetivo de obter a sustentabilidade ambiental, a geração de trabalho decente e a promoção do bem-estar humano. Mais especificamente, o PAGE incentiva a criação de condições para favorecer o investimento em ativos econômicos verdes, incluindo tecnologias limpas, estruturas para utilização eficiente de recursos, conservação de ecossistemas, mão de obra qualificada para empregos verdes e boa governança. O Mato Grosso é o primeiro estado brasileiro a se juntar a esta parceria e está formulando projetos para implementar a iniciativa durante os próximos três anos. O PAGE foi criado em resposta a um apelo feito à ONU no encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, em 2012, para que a organização apoiasse os países interessados na transição para economias mais verdes e inclusivas, realizado. O documento final da RIO+20, intitulado “O futuro que queremos” , reconheceu a Economia Verde como um canal para a promoção do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza.


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Projeto

Americana entra na luta mundial contra a extinção de abelhas Em caso de extinção, humanidade duraria apenas mais quatro anos, segundo estimativas de especialistas

Produtores gaúchos investem em abelhas

Apicultor é especialista na remoção de abelhas do meio urbano

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extinção de espécies de abelhas em todo mundo é uma realidade. Nos EUA, por exemplo, o problema foi constatado em sete espécies nativas do Havaí (ler reportagem no Recantos da Terra de outubro, página 6), fato que ascendeu o alerta em especialistas do mundo todo. Em Americana, o apicultor César Candelori – funcionário público há 30 anos em Americana – levanta a bandeira em prol do inseto que, segundo ele, é fundamental para a sobrevivência humana uma vez que, sem elas, a humanidade seria varrida do planeta. Com vasta experiência com abelhas e um currículo recheado de cursos na área, Candelori é especialista na remoção de abelhas, atividade que exerce em todas as cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) quando existe grande risco na atividade. Segundo ele, o homem sobreviveria poucos anos sem ação polinizadora do inseto. Estudos científicos apontam que 35% das lavouras de todo o mundo dependem da polinização de abelhas, borboletas e besouros. “Vários estudos e pesquisas realizados por cientistas renomados apontam que, sem os agentes polinizadores, a humanidade teria somente mais quatro anos de vida em nosso planeta. Muitos atribuem essa afirmação ao renomado físico Albert Einstein”, explica o apicultor. O problema é considerado de extrema gravidade por especialistas e por isso cogita-se criar abelhas-robôs cuja intenção é substituir os insetos vivos, em caso de extinção. Existem 25 mil espécies de abelhas no mundo, no entanto, a diminuição gradativa de algu-

mas delas causa preocupação no meio especializado. REMOÇÃO A remoção e destinação correta das abelhas residentes no espaço urbano contribuem para a perpetuação das espécies de abelhas e, consequentemente, são ferramentas importantes para a manutenção da vida dos insetos. “Atuo não somente em Americana mas em toda a Região Metropolitana de Campinas no que diz respeito a remoções de abelhas e vespas. Vale ressaltar que, se acaso a pessoa for alérgica ao veneno do inseto e, de acordo com a sensibilidade a toxina, uma ferroada é o suficiente para matar a pessoa por choque anafilático, caso não tenha socorro imediato”, explica. O especialista conta com o apoio do IZ (Instituto de Zootecnia) de Nova Odessa, que cedeu um espaço físico em suas dependências para que as colmeias retiradas da área urbana sejam alocadas, fato que contribui nas pesquisas do inseto. “Consegui essa importante parceria com IZ, junto ao pesquisados João Demarchi, e hoje temos um local adequado para a pesquisa de abelhas”, ressalta. Ele explica que seu trabalho é realizado após esgotadas todas as tentativas de solucionar o problema com abelhas, seja pela Defesa Civil, Zoonose ou Corpo de Bombeiros. “Esses órgãos não dispõem de treinamentos e equipamentos necessários para a realização do trabalho. É necessário conhecimentos sobre a biologia e sobre o comportamento dessa espécie de abelha híbrida, a qual foi introduzida na década de 50 em nosso país”, diz.

Produtores gaúchos interessados em aumentar o rendimento da produção podem encontrar na própria natureza um aliado – pequeno, mas de peso. A contratação de colmeias para serem colocadas em pomares e lavouras durante o período de floração, prática já adotada no cultivo da maçã, no norte do Estado, pode ser copiada para outras culturas, inclusive a soja. Estudo publicado em janeiro pela Science, uma das principais revistas científicas do mundo, confirma o impacto que as abelhas têm no aumento da produtividade. Realizada em 18 países, a pesquisa envolveu dezenas de cientistas, incluindo brasileiros. Nas 33 culturas investigadas, a maior presença de polinizadores se mostrou uma estratégia barata que pode aumentar

em até dois dígitos a produção. Entre os insetos, as abelhas são os polinizadores mais eficientes. Além de dependerem das flores para sua própria alimentação e da cria, possuem o corpo coberto por pelos, o que facilita a aderência e o transporte dos grãos de pólen. “Quanto maior a biodiversidade, melhor o nível de polinização. Precisamos conciliar agricultura com biodiversidade, mantendo áreas naturais próximas aos pomares e lavouras” explica a doutora em biologia Betina Blochtein, diretora do Instituto do Meio Ambiente e professora da PUCRS, que participou do estudo. Em Vacaria, o aluguel de colmeias entre setembro e outubro é comum entre os produtores de maçã, que pagam para terem caixas de mel no pomar.


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Clima

Brasil é o 89º país no ranking de riscos de mudanças climáticas Lista divulgada na COP22 traz países africanos nas primeiras posições Pensamento Verde*

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egunda a Organização Meteorológica Mundial (OMM), entre os anos de 2011 e 2015 as mudanças climáticas aumentaram de forma preocupante em todo o planeta. E o relatório do Índice Global de Risco Climático, divulgado na COP22, em Marrakesh, Marrocos, vem ratificar este cenário alarmante. O documento trouxe um ranking dos países com maiores riscos de mudanças climáticas. O Brasil ficou em 89º lugar, mas vem fazendo sua parte, já que o país teve uma queda de 78% no desmatamento entre 2004 e 2015 e está comprometido com o Acordo de Paris, que tem como objetivo reduzir 37% das emissões dos gases de efeito estufa até 2025. O diretor de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adriano Santhiago, afirmou em entrevista ao Portal Brasil: “Vamos fortalecer essas ações e promover um maior aproveitamento econômico da floresta”. Ele ainda deixou claro o quanto a participação de todos os setores da sociedade é fundamental para que as metas sejam cumpridas. ÁFRICA EM RISCO A África, continente-sede da COP22,

foi o mais atingido por esses eventos climáticos em 2015, pois quatro dos dez países mais impactados em nível global são africanos: Moçambique (1º), Malawi (3º), Gana e Madagascar (juntos em 8º lugar). De acordo com o estudo, isso está acontecendo devido à vulnerabilidade desses países, e por eles ficarem expostos com mais facilidade a esses fenômenos intensos que só aumentam a cada dia. O índice ainda mostra que os acontecimentos extremos já foram registrados em 180 países, com base nos dados publicados pela seguradora alemã Munich Re. Além disso, mais de 528 mil pessoas no mundo morreram entre 1996 e 2015 devido a ondas de calor, inundações e secas com intensidade e frequências extremas, causando um prejuízo de mais de 500 milhões de dólares. Sobre o documento, a OMM ressaltou: “As mudanças climáticas provocadas pelas atividades humanas favoreceram inúmeros eventos meteorológicos extremos registrados entre 2011 e 2015”. Um desses casos é o aumento da temperatura que, nos últimos cinco anos, teve uma média de 0,57°C acima da média de 1961 a 1990. *www.pensamentoverde.com.br

Os 10 países com mais riscos 1. Moçambique 2. República Dominicana 3. Malawi 4. Índia 5. Vanuatu

6. Myanmar 7. Bahamas 8. Gana 9. Madagascar 10. Chile


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COP22

Países prometem avançar na implementação do Acordo de Paris Documento afirma que o clima global está esquentando em um nível alarmante e sem precedentes

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eunidos no último dia da 22ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP22), realizada em Marrakesh, no Marrocos, líderes mundiais prometeram avançar na implementação do Acordo de Paris, que entrou em vigor no início de novembro (4). A proclamação final da COP22 cita um impulso irreversível sobre o combate à mudança climática no mundo, levado adiante não apenas por governos, mas também por cientistas, pelo setor privado e pela ação global de todos os tipos e níveis. O documento afirma que o “clima global está esquentando em um nível alarmante e sem precedentes e a comunidade internacional tem o dever urgente de responder”. Além disso, destaca a necessidade de solidariedade com os países mais vulneráveis aos impactos da mudança climática. “Nossa tarefa agora é construir rapidamente este impulso e avançar na redução das emissões de gases do efeito estufa, bem como

promover os esforços de adaptação, apoiando a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, acrescentou o texto. Durante o encontro, os países desenvolvidos também reafirmaram a meta de mobilizar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar no financiamento de projetos climáticos, melhorar a capacidade e a tecnologia no mundo inteiro. Elogiando o resultado da conferência, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, observou que todos os países entendem que a ação climática é essencial para a segurança, para a prosperidade econômica e para a saúde e bem-estar de todos os cidadãos. “A cooperação global enraizada em forte ação nacional é essencial. Nenhum país, independentemente de seu tamanho ou força, está imune aos impactos da mudança climática. E nenhum país pode se dar ao luxo de enfrentar o desafio climático sozinho”, frisou Ban. O dirigente máximo da ONU aplaudiu a liderança ousada demonstrada por muitos dos países mais vulneráveis do mundo em re-

dia do rio

Meio Ambiente alerta para preservação de nascentes A Secretaria de Meio ambiente da Prefeitura está divulgando o Dia do Rio, comemorado em 24 de novembro, instituído devido a grande preocupação com a escassez da água, assim como a preservação e proteção dos recursos naturais. Nas últimas décadas, o desmatamento de encostas e das matas ciliares e o uso inadequado dos solos têm contribuído para a diminuição dos volumes e da qualidade da água, um bem natural insubstituível na vida do ser humano. Os cuidados devem se iniciar com a preservação das nascentes, pois, são as origens dos rios que abastecem as casas. Elas são manifestações superficiais de água armazenadas em reservatórios subterrâneos, chamados de aquíferos ou lençóis, que dão início a pequenos cursos d’água, que formam os córregos, se juntando para originar os riachos e dessa forma surgem os rios. A industrialização, aliada ao crescimento de centros urbanos, está poluindo cada vez mais os rios, através dos esgotos que são despejados diretamente neles sem o devido tratamento. Os despejos químicos de grandes indústrias, ou até mesmo os provocados pelas populações no seu entorno, jogando resíduos e ou-

tros detritos, alteram a qualidade e a composição da água, assim prejudicando todos os organismos que dele necessitam. Para a conservação de nascentes e mananciais em propriedades rurais, podem ser adotadas algumas medidas de proteção do solo e da vegetação, que vão desde a eliminação das práticas de queimadas até o enriquecimento das matas nativas. É preciso entender que precisamos das nascentes e, portanto, o cuidado com os bens que nos são essenciais cabe somente a nós. Americana possui diversas nascentes, lagos e córregos e recursos hídricos importantes no município, tais como o Rio Atibaia/Represa Salto Grande, Rio Jaguari, Ribeirão Quilombo e o Rio Piracicaba, o único manancial de abastecimento público do município. Todos podem ajudar a preservar os rios, córregos, ribeirões, lagos e nascentes. Denuncie desmatamento, invasões em APP – Áreas de Preservação Permanente, descarte irregular de lixo e entulho e queimadas, através do SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) no telefone 3475-9024, na Secretaria de Meio Ambiente telefone- 3471-7770, e no GPA – Grupo de Proteção Ambiental nos telefones 153 e 3407-0513.

Documento afirma que o clima global está esquentando em um nível alarmante

forçar a sua ambição e em se mover o mais rápido possível em direção a 100% de energia limpa e a um futuro resistente às alterações climáticas. A COP22 marca um importante ponto no compromisso global de unir toda a comunidade internacional para atacar um dos maiores

desafios da história. O documento finaliza dizendo que agora que o processo chegou na fase de implementação e ação, os países reiteram a decisão de “inspirar solidariedade, esperança e oportunidade para as gerações atual e futura”.


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Sustentabilidade

Curitiba ganha prédio com miniusina solar e jardim vertical na fachada O intuito desse prédio ecologicamente correto é minimizar os impactos ambientais causados no planeta

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cada ano no Brasil surgem mais empresas que utilizam a sustentabilidade como ferramenta para crescer e colaborar com o meio ambiente. A empresa Andersen Ballão Advocacia é uma delas e inaugurou recentemente sua sede de mil metros quadrados no Centro de Curitiba. O escritório possui uma infraestrutura de última geração, jardim vertical e uma miniusina solar, trazendo soluções sustentáveis para ajudar o planeta. O projeto de paisagismo foi feito pela arquiteta Luciana Adelmann, que escolheu para o jardim plantas nativas e flores que trazem para a fachada um colorido durante todo o ano e ainda um paredão verde, com plantas resistentes à poluição e que ajudam na limpeza do ar, absorvendo as impurezas. Ela desenvolveu esse projeto com o intuito de devolver para os grandes centros urbanos um pouco da natureza perdida durante todos esses anos, resgatando diversos benefícios ecológicos. Luciana ainda ressaltou

em entrevista ao site Mercado.etc: “Curitiba tem um excelente potencial para projetos como esse, é uma maneira de dar vida à cidade, melhorar a qualidade do ar, além de trazer mais cor às edificações e qualidade de vida à população.” AÇÕES A sede ainda conta com painéis fotovoltaicos, que utilizam a luz solar como fonte de eletricidade com capacidade para gerar energia em 95 postos de trabalho. Esse projeto foi gerenciado pelo engenheiro civil Christian Mathieu, e possui 48 painéis, de 260 watts cada, que são capazes de produzir 12.480 watts de potência, como se fosse uma miniusina solar. Essa tecnologia vai colaborar com a redução do consumo de energia e com o meio ambiente. “Pelo fato de a tecnologia solar fotovoltaica gerar energia com emissão zero de carbono, calcula-se que o meio ambiente deixará de receber 12.976 quilos de dióxido de carbono por ano. A energia gerada e injetada na rede pelo sistema fotovoltaico é utilizada para abater o consumo de energia elétrica da uni-

RECANTOS DA TERRA Qualidade, seriedade e

comprometimento!

Escritório possui uma infraestrutura de última geração e uma miniusina solar

dade consumidora que, nesse caso, terá uma redução mensal de 30% ao mês. Com essa economia, o sistema se pagará em até cinco anos”, explica. O local ainda conta com outras soluções para diminuir o impacto

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ambiental, utilizando um sistema de climatização VRF totalmente independente e que funciona de acordo com a necessidade de cada ambiente, impedindo gastos desnecessários. *www.pensamentoverde.com.br

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