20090513 woa book 5anos

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nota preliminar Dei-lhe este título porque achei presunçoso chamar-lhe prefácio, pois para prefaciar um livro sobre o caminho que a arte, aqui na Way of Arts tem vindo a fazer, deveria ser entregue a uma pessoa das Artes. Eu não sou das artes, a não ser da Arte de Viver, parafraseando o título de Ovídio, A Arte de Amar. Mas aceitei escrever sobre este projecto que também já há uns anos tenho vindo a acompanhar, porque de facto me identifico totalmente com ele, e para ele estou sempre pronto a dar o meu contributo. Procurei a Way of Arts depois de ter visto um artigo num jornal qualquer, e me ter chamado logo à atenção, ser um Projecto de Engenharia Cultural. E hoje, passados uns três anos, não resisto a rebuscar na minha biblioteca um livro de Pierre Cabanne chamado “ Marcel Duchamp, engenheiro do tempo perdido”. Duchamp, o artista, o pintor, o tal que respondia a quem lhe perguntava o que fazia: nada. E que dizia que na obra de arte, o que para ele contava mais era a atitude do indivíduo como tal, como cabeça a pensar a arte ... e espreitei para dentro da sala de entrada da Way of Arts para ver o “Nu Descendo a Escada”, quadro que ele pintou em 1912. E fechei a porta atrás de mim, não para que a noite não entrasse e a escuridão me impedisse de ver também a “Paisagem Azul”, outro quadro dele que relaciono com a grande paixão do Gonçalo: o mar, o mar que ele desafia desde pequeno, com a sua prancha de surf, e de que pudémos todos apreciar há bem pouco tempo uma exposição de Itaca, à base de pranchas de surf, dando uma nova figuração ao quadro, não pela cor ou pelo risco, mas pela forma e a atitude que ele mostrou ter pela Arte. Itaca, que me leva ao poema de Kavafis, Ítaca, que não cabe aqui reproduzir. E voltando a Duchamp, lembro-me da barba e dos bigodes que ele acrescentou à célebre Gioconda. Como o nome indica a Way of Arts faz um caminho, que começou há 5 anos e, citando o poeta galego António Machado “caminhante, não há caminho, o caminho faz-se caminhando” é exactamente o que me parece ser o que a Way of Arts anda a fazer há cinco anos. Este pequeno livro é feito para que nele fiquem gravados os passos que ao longo destes anos foram dados, as efemérides que neste caminhar pela Arte, deram vida, cor ,luz, som e afecto a este espaço onde tudo pode acontecer desde que seja Arte. Ou, onde tudo o que aqui aconteça possa ser olhado como Arte. Daí o projecto de Engenharia Cultural. Porque fazer Cultura não é só pintar, escrever, compor, ou conservar e restaurar o que os outros fizeram há muito ou estão agora a fazer, é estabelecer uma ponte entre o passado e o presente, tentando mesmo fazer futuro, com uma atitude ecológica e de aproveitamento de certos materiais, pela conservação doutros, salvaguardando esse futuro, sempre através do belo e do bom, na convivencialidade a que o Gonçalo e a sua equipa nos foram habituando, com exposições, workshops, concertos de jazz, instalações e conservando e restaurando peças de Arte que o tempo começava a esculpir doutra maneira. Aqui se tem sabido delinear e tornar apetecível uma interdisciplinariedade cultural, capaz de nos fazer vibrar (tudo é viJosé Manuel Arrobas

bração, como diz a física quântica) quando se vem a este espaço beber um copo, comer um queijo, dar dois dedos de conversa e ver, ver o que está exposto, como aquela selecção de fotografias de Denis Piel de pratos sujos de comida, e que me fizeram lembrar o Museu dos Restos, de que fala Giovanni Papini e em que o padre Maronita chamava “aqueles complementos das vidas que os homens, por hábito rejeitam ou desdenham”, e dizia: “se não gostou a culpa não é minha, mas sua”. Porque o acto de comer é uma necessidade que chega a ser tão íntima que acaba por ser quase obscena. Não se está habituado à meditação cristã sobre a caducidade da vida e a vitória da morte, coisas que podem inspirar pensamentos salutares, semelhantes aos que os velhos eremitas tiravam da contemplação de uma caveira. E é olhando para o tudo e o nada de que a Vida se faz, que a Way of Arts tem propiciado ao longo destes 5 anos, o gosto de fazer pensar e de fazer sentir. A restaurar e a conservar, a mostrar como se faz e como se pode aproveitar ou transformar o estragado e feio no belo, que nos faz lembrar o que um poeta italiano chamava “a infinita vaidade do todo”. Porque tudo, passado, velho, estragado pode ser recriado, limpo, embelezado e salvaguardado para que os vindouros possam continuar a usufruir do gosto pelas coisas, que se por um lado são efémeras, por outro são eternas como o belo e a beleza. Na Way of Arts e na sua filosofia de Engenharia Cultural, aproximam-se pessoas, gostos, saberes, atitudes e formas de sentir e de amar. O Belo. Porque a Way of Arts foi feita com amor, não só à Arte como expressão da condição social ou pessoal, mas como veículo transmissor do que na vida é mais permanente, porque é a única actividade que acrescenta alguma coisa à natureza. Na Way of Arts as tendências podem ser várias, como por exemplo a decorativa e a expressiva. A decorativa é essencialmente sensorial, enquanto a expressiva, a percepção sensorial, é aprofundada pelo espírito daquele que a contempla, afectando a sua inteligência e a sua imaginação. Na Way of Arts, a pintura e a escultura, o esmalte e a madeira o bronze ou a cerâmica, são tratadas como peças que às vezes só estão à espera de quem as cuide e trate, para terem vida, uma vida própria, e não nos pudemos esquecer que que é à Arte que muita da ciência moderna recorre: há muito de biologia, de física e de antropologia, por exemplo, a partir de Van Gohg, ou em Picasso, a capacidade de mudança do Homem, já que, todos sabemos que ele mudou de linguagem 7 ou 8 vezes. Na Way of Arts procuram-se não só estabelecer relações como criar tensões relativamente a uma totalidade que se pretende aberta. Porque não só é artista o que cria uma forma, mas é-o também o artífice que a recupera e restaura, sendo um criador também ao dar-se totalmente àquilo que sai das suas mãos. A Way of Arts desempenha uma função social e política, mas fundamentalmente humana. E é humanamente que a vivo e com ela convivo. Parabéns. 005


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índice index


004 .WOA 005 .nós 008 007 010 011

.apresentação .introducing WOA way of arts .desenvolvimento do projecto .WOA project development

012 013 022 017

.WOA conservação & restauro .restoration & conservation .a conexão | entre galeria de arte contemporânea e .the connection | between contemporary art gallery

WOA

024 . 021 .galeria de arte contemporânea 021 .contemporary art gallery .apresentando presenting

.& com a presença de & with the presence of

conservação & restauro and restoration & conservation

Alain Voss Denis Piel Ithaka Joana Bastos Marta Alvim Vera Esquível Pabo Rubio Luís Varella Maria Mendonça Coustols Angela Fiúza David Lopes Rita Fernandes

Alexandra Carvalho, António Poppe, Catherine Portal, Diego Gil, Howard Altman, Laura Féteira, Maria Pena Monteiro, Noel Fignier, Patrícia Vasconcelos, Sofia Froes.

050 050 052 099

.gestão de património .patrimony management .estrutura & estratégia .strategy & structure

054 103 056 111

.obra WOA .WOA a lifes work .futuro WOA | algumas palavras sobre o futuro .WOA future | a few lines about the future

058 .responsabilidade social 005 .social responsability 060 .press 062 005 064 005

.WOA pelos olhos de .WOA throe the eyes .testemunhos .testimonies

um historiador of an historian

068 .parceiros e patrocinadores 005 .partners and sponsors

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apresentação introducing


WOA way of arts Depois de vários anos a trabalhar na área da conservação e restauro, em sítios como o Palácio de Buckingham, em Inglaterra, ou no Castelo de Fimarcon, em França, e em contacto permanente com vários artistas e curadores, Gonçalo Leandro, com o apoio de consultadoria em diversas áreas, desenvolveu este projecto que se tem vindo a implementar, e que espera vir a ser de grande utilidade para a manutenção de património, para as artes em geral, e para todos os nossos visitantes e associados. A Way of Arts, foi por nós denominada como um projecto de engenharia cultural, que se traduz num conceito artístico onde a diversidade faz com que se viva a arte nas suas diferentes formas. A missão da Way of Arts é lidar com aspectos relevantes e permanentes da cultura de uma forma consciente. A Way of Arts abrange várias áreas, nomeadamente conservação/ restauro, galeria de arte contemporânea, gestão do património. Em conjunto com o projecto DaST (design a sustainable tomorrow), participa na organização de eventos culturais e no desenvolvimento de uma residência para artistas em França e na China.

After a few years working in the conservation and restoration area, in locations such as Buckingham Palace, in England, or at the Castle of Fimarcon, in France, and in permanent contact with some artists and custodians, with the support of a diversity of consultants in several areas, Gonçalo Leandro developed this project wishing it to become of great importance and utility for the maintenance heritage, for the arts in general and for all our visitors and associates. Way of Arts is a project of cultural engineering, which reveals itself an artistic concept where the diversity makes us enjoy art in all its different forms. Its mission is to deal with relevant and permanent aspects of culture of a conscientious form. Way of Arts covers several areas, such as conservation/restoring, gallery of contemporary art and heritage management. All together with the DaST Project (design a sustainable tomorrow), it participates in the organization of cultural events and in the development of a residence for artists in France and China. 009


WOA Since the beginning we’ve realized the challenge to implement a new concept in a conservative country and in a zone such as the region of Cascais, which to begin with wouldn’t be prepared to correspond to our requirements, in what concerns the project support regarding the public and customer level. So, the first question is: «Why Here»? The answer to this question has passed through an analysis toward my quality of life and the scale of importance it would have on my mental capability, as to think and to develop the concept with more serenity. The years of 2005 and 2006 were of true madness. I think that everyone who built a structure with different areas of intervention, with high costs and without financial support, besides the shared amounts of both partners until today, will probably know exactly what we’re talking about. In these first two years, and in the pursuing of the defined strategy to put in function the contemporary art gallery, assuring at the same time the marketing for other areas of intervention, 15 exhibitions were inaugurated focused on the most diverse themes, while we were dealing at the same time with all the customers who approached us and to which we would have to correspond with the maximum professionalism and quality, as we will always have, independently of the return of the service. Having into consideration the very small number of people that integrated the company - three restoring technicians and a person responsible for all general aspects, who has ended to exercise the biggest variety of functions -, we have early accepted with affability all and any intellectual support that would help us to follow the most correct direction and in the most supported way possible, during these 5 years that have already passed. Therefore, now follows a reference, never entirely fair, to all those who contributed the most. Luis Costa Matos, also partner of the company between 2004 and 2006, with his highly opened mentality, always found that everything, or almost everything, was possible, and that the path to innovate was always straight ahead. He brought joy and dynamism. Frederic Coustols, with an extraordinary resume regarding the recovery of built historical heritage, having received two RICS Awards in 2000 and 2002, when his projects had been considered the best, in a world-wide level, by this institution, brought a permanent critical direction, deconstructing in a constructive way great part of most projects in development inside Way of Arts own project, always trying to show that the limits are not defined by nobody, but for our capacity to evolve and to improve. Today, he continues very much involved with WOA, and available to give all possible support. We have some projects in course, which we believe will be concluded in the next few years, such as the opening of two residences for artists, associated to a museum project in China and in France.

desenvolvimento do projecto WOA Maria Luisa Ferreira da Costa, came to teach us several things, such as, the balance is the basis to avoid great risks. With serenity she brought clarity regarding some aspects of the current company management, elaborating several proposals and in many exhibitions her creative sensitivity was also important. Maria Mendonça Coustols, came to us with her tireless strength in order to help in everything she could. To the level of the exhibitions organized by us and in which she took part with an unique work in March 22nd 2007 in the allusive exhibition to the Day of the Land, as well as participating on the most variety of forms always giving and passing the idea that everything is possible, that we should never suffer by anticipation in any matter. And last but not least, in this first group in which I make a reference, I have to mention Barbara Salgado Leandro, who always tried to captivate, by using her list of contacts, the biggest possible number of people to be present in each and every exhibition, making an intensive promotion of any event developed by us. With a great sensitivity for the graphical design, she participated in all projects of this area. She was always very positive regarding the future, being in an every day basis an extra dose of motivation. Regarding these five people that I mentioned, I have to say that they’re all part of my family as these 5 years remarkably fortified the idea of how much this link that join us can be an extraordinary factor for the development of any project whatsoever, with whoever and wherever. I can’t avoid making a reference to the support that I received from Dra. Maria João Bustorff, Dr Michael de Mello or from Dra. Mary Salgado for being the loyal customers they are, always giving us an incentive to continue and for being always available to give their opinion regarding each path we should set up, to Cristina Araújo in the image development of almost everything we made in all graphical aspects, to Sílvia Vieira in the catalogue production for the Facespaces exhibition, to Jose Pires, in the area computer science and CAD development (Challenge Art Development), to Pascal Landré, regarding the site, to Marcelo Vaz in the design and to Nuno Figueiredo and Diana Rodrigues in the translation of this book, and to Filipa Seabra Pereira Martinho in the administrative area. Through other levels of contribution, I would also like to mention the support of Gonçalo Bonneville that, as marchan of art, initially lend us for exhibition, works of art from different artists, as well as to the writer and plastic artist Rita Fernandes, that with an enormous availability lend us the first works of art for our project. At last, I express our enormous gratitude to all our loyal offices customers, without which nothing of this would be possible. Thank you so much to all.


WOA project development Desde o início, que nos apercebemos do desafio que seria implementar um conceito novo num país conservador, e principalmente, numa zona do Concelho de Cascais, que à partida não estaria preparada para corresponder aquilo que seriam as nossas exigências, no sentido da sustentabilidade do projecto ao nível de público e clientes. Assim, a primeira questão que surge é «Porquê Aqui»? A resposta a esta questão, passou por uma análise sobre a minha qualidade de vida e o quanto isso pesaria na minha disponibilidade mental, para pensar e desenvolver o conceito com maior serenidade. Os anos de 2005 e 2006 foram de verdadeira loucura. Penso que todas as pessoas que montaram estruturas ditas pluridisciplinares, com custos fixos relativamente elevados e sem apoio financeiro, para lá daquele disponibilizado pelos dois sócios à data, saberão exactamente do que estamos a falar. Nestes primeiros dois anos, e no seguimento da estratégia delineada para pôr em funcionamento a galeria de arte contemporânea e assegurando ao mesmo tempo o marketing para outras áreas de intervenção, foram inauguradas 15 exposições sobre as mais variadas temáticas, enquanto lidávamos com todos os clientes que começavam a chegar até nós, e aos quais, independentemente do retorno adjacente ao serviço, teríamos, como teremos sempre, de corresponder com o máximo profissionalismo e qualidade. Tendo em conta o número muito pequeno de pessoas que integravam o quadro fixo da empresa - três técnicos de restauro e um responsável geral, que acabou por exercer as mais variadas funções -, desde cedo aceitámos com muito agrado toda e qualquer ajuda intelectual, que nos ajudasse a seguir na direcção mais correcta, e da forma mais sustentada possível, durante estes 5 anos que já passaram. Segue-se uma referência, nunca inteiramente justa, a todos os que mais contribuíram. Luis Costa Matos, também sócio da empresa entre 2004 e 2006, com a sua mentalidade altamente aberta sempre achou que tudo, ou quase tudo, seria fazível e que o caminho era o de andar para a frente, o de inovar. Trouxe alegria e dinamismo. Frederic Coustols, com um currículo extraordinário ao nível da recuperação de património histórico edifícado, tendo recebido dois RICS Awards em 2000 e 2002, quando os seus projectos foram considerados por esta instituição as melhores a nível mundial, trouxe um sentido crítico permanente, desconstruindo de forma construtiva grande parte dos vários projectos em desenvolvimento dentro do próprio projecto Way of Arts, tentando sempre mostrar que os limites não estão definidos por ninguém, mas por aquilo que é a nossa capacidade de evoluir e melhorar. Ainda hoje, continua muito ligado à WOA, e disponível para prestar todo o apoio possível. Temos alguns projectos em curso, que pensamos conseguir levar a cabo nos próximos anos, como a abertura de duas residências para artistas, associadas a

um projecto museulógico na China e em França. Maria Luisa Ferreira da Costa, veio-nos ensinar várias coisas, entre elas, que a ponderação é fundamental para não se correr grandes riscos. Com serenidade trouxe clareza em relação a vários aspectos da gestão corrente da empresa, participando na elaboração de várias propostas, e em inúmeras exposições onde a sua sensibilidade criativa foi igualmente importante. Maria Mendonça Coustols, foi quem, de uma forma incansável, se dispôs a ajudar em tudo o que pudesse. Ao nível das exposições por nós organizadas, e das quais fez parte com um trabalho único, no dia 22 de Março de 2007, com a exposição alusiva ao Dia da Terra, ou participando da forma mais variada e sempre passando a ideia de que tudo é fazível, que não se deve nunca dramatizar por antecipação em relação ao que quer que seja. Por fim, neste primeiro grupo a que faço referência, tenho que mencionar a Barbara Salgado Leandro, que sempre tentou cativar ao máximo, usando a sua lista de contactos, o maior número de pessoas possível, para estarem presentes em cada exposição, fazendo uma promoção intensiva de qualquer acção por nós desenvolvida. Com grande sensibilidade para o design gráfico, participou na elaboração de todos os projectos nesta área. Sempre foi muito positiva em relação ao futuro, funcionando, assim, como uma dose extra de motivação no nosso dia-a-dia. Destas 5 pessoas a que me refiro, há que salientar que todos são parte da minha família, e que estes 5 anos fortaleceram a ideia de que este laço que nos une poderá ser um factor muito importante para o desenvolvimento de qualquer projecto, por quem quer que seja e onde quer que seja. Não posso deixar de fazer referência ao apoio que recebi da Dra. Maria João Bustorff, Dr. Michael de Mello ou da Dra. Mary Salgado por serem fiéis clientes e pela forma como sempre nos incentivaram e estiveram disponíveis para dar a sua opinião sobre os caminhos por nós traçados, para a Cristina Araújo, no desenvolvimento da imagem de quase tudo o que fizemos a nível gráfico, da Sílvia Vieira na produção do catálogo para a exposição Facespaces, do José Pires, na área informática e no desenvolvimento do CAD (Challenge Art Development), do Pascal Landré, ao nível do site, do Marcelo Vaz no design e do Nuno Figueiredo e Diana Rodrigues nas traduções deste book e da Filipa Seabra Pereira Martinho na área administrativa. Com outro tipo de contributo, gostaria de mencionar o apoio do Gonçalo Bonneville que, como marchan de arte, nos cedeu, inicialmente, obras de diversos artistas para exposição, bem como à argumentista, escritora e artista plástica Rita Fernandes, que com uma disponibilidade enorme, cedeu as primeiras obras para o nosso projecto. Por fim, deixo um enorme agradecimento a todos os nossos fiéis clientes sem os quais nada disto seria possível. Obrigado a todos.

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WOA Conservação & Restauro Restoration & Conservation WOA


Conservation and Restoration is a universe. In order to understand all its potential and all the positive things that we can achieve from each intervention in these different areas, it would be necessary to get really deep in its content, living it daily. Any profession demands a well-defined behavior, taking in consideration the established parameters or to evolve in parallel with the establishment of news ones, we can’t think of it as an isolated context but always as a global form. Following an highly debatable attribution, however necessary as a guide in the direct contact with customers or any other heritage entities that may ask for our services, there are elements which will be always seen as authentic “Rolls Royce” regarding their historical/ technical characteristics; others not so valuable but also with an unquestioned quality; others, a little lower, considered of average quality; or still others that according to market standards don’t have any material value. In fact, the question is that the material value becomes subjective when we deal with certain factors, like the memory and emotional value or any another one that in the customer mind may bring down any predefined attributions. We soon got to the conclusion that all the parts should be treated and respected in the same way, regardless of the group where they can fit, guaranteeing this way the respect to any customer. I, myself, have been developing work in this area for over 14 years and as an enterprise I can affirm that Way of Arts, as a company, has conserved and restored during these 5 years, not hundreds but probably more than 1 or 2 thousand pieces of art. In this universe of art, we have improved works of art signed by some of the best cabinetmakers of history, such as André Charles Boulle or Jean Henri Riesener, or paintings attributed to authors as Jean Pilment, Bento da Silveira ou Josefa de Óbidos, as well as a “simple” kitchen chair with the back’s in cod, office table bases of industrial production, or wooden podiums that keep the dog from going from the kitchen to the living-room. Substance is always substance, and each object deserves an analysis where we should be an integrant part of a process that, normally, doesn’t start or finishes in us. It’s important to conclude that following this line of reason, the respect towards our professional colleagues and consequently for the elements allow that in one future intervention they wont come across serious errors in the choice of applied materials or obvious signals of lack of characterization, what it obliges to a deep knowledge of the used materials, specific characteristics of the objects and if possible of its authors, and also about which demanded requirements in the attribution of originality to the objects without eliminating important characteristics that condition their heritage value.

A Conservação e Restauro é um mundo. É preciso mergulharmos verdadeiramente no seu conteúdo, vivendo-a diariamente, para nos apercebermos de todo o seu potencial, e das coisas positivas que podemos tirar de cada intervenção nas diversas áreas. Porque qualquer profissão exige uma determinada conduta, em função de parâmetros estabelecidos, ou evoluindo paralelamente ao estabelecimento de outros novos, não podemos pensá-la num contexto isolado, mas sempre de uma forma global. Seguindo uma atribuição altamente discutível, contudo necessária para nos guiarmos no contacto directo com clientes, ou outras entidades detentoras de património, que recorram aos nossos serviços, existem peças que serão sempre vistas como autênticos “Rolls Royce”, pelas suas características técnico/ históricas; outras, não tão valiosas mas também de inquestionável qualidade; outras, mais a baixo, consideradas de qualidade média; ou ainda outras, que segundo os padrões do mercado, não lhes é atribuído qualquer valor material. De facto, a questão é que o valor material se torna subjectivo quando lidamos com certos factores, como a memória e o valor afectivo, ou qualquer outro que na mente do cliente deita por terra quaisquer atribuições pré definidas. Chegámos desde cedo à conclusão que todas as peças devem ser tratadas e respeitadas da mesma forma, independentemente do grupo onde possam ser inseridas, garantindo assim, o respeito por qualquer cliente. Sendo que a titulo pessoal, desenvolvo trabalho nesta àrea há mais de 14 anos, a titulo empresarial posso afirmar que a Way of Arts, como empresa, conservou e restaurou, durante estes 5 anos, não centenas mas provavelmente mais de 1 ou 2 milhares de peças, incluídas no chamado património móvel e/ou integrado. Dentro deste universo, trabalhámos desde obras assinadas por alguns dos melhores marceneiros da história, como André Charles Boulle ou Jean Henri Riesener, ou pinturas atribuídas a autores como Jean Pilment, Bento da Silveira ou Josefa de óbidos, à “simples” cadeira de cozinha de costas em bacalhau, bases de mesas de escritório de produção industrial, ou estrados em madeira que impedem a passagem do cão, da cozinha para a sala de uma casa. Matéria é sempre matéria, e cada objecto merece uma análise, onde nos devemos posicionar como parte integrante de um processo que, normalmente, não começa ou acaba em nós. É fundamental que seguindo este racíocínio, o respeito pelos colegas de profissão, e consequentemente pelas peças, permita que numa futura intervenção, estes não tenham que se deparar com erros graves na escolha de materiais aplicados ou sinais óbvios de descaracterização, o que obriga a um conhecimento profundo dos materiais utilizados, das características específicas dos objectos, e se possível, dos seus autores, e também daquilo que são os requisitos exigidos na atribuição de originalidade aos objectos, não eliminando características importantes ou pátines que condicionem o seu valor patrimonial.

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To intervene with quality in this area obliges to the combination of different factors, where the symbiosis should prevail between theoretical knowledge and a GREAT technical virtuosity. I believe that this profession and all the technical or superior courses (from where annually several professionals are formed), are in an adaptation phase to the reality of what is a direct intervention with the heritage, assuring that sooner or later each one of these new professionals will be better instructed to exercise specific functions in this professional branch. In behalf of the heritage, it doesn’t make any sense that a student with of a 19 point average in an theoretical course would wish to join a technical team where the practice or pure virtuosity are essential to execute a task. As it isn’t correct as well to intend to place a virtuous worker graduated in a technical school to accomplish coordination tasks in projects that require a deep theoretical knowledge regarding materials or its historical context, as well as a high organization method level on an everyday basis for the execution of reports, maps and work meetings. Of course there are always a few exceptions, however, we consider that in behalf of the professional future and heritage in general, the courses should be balanced allowing a bigger autonomy to whom leaves schools or universities.

Intervir com qualidade nesta área obriga à conjugação de diversos factores, onde deve prevalecer a simbiose entre conhecimento teórico e um GRANDE virtuosismo técnico. Penso que esta profissão, e todos os cursos técnicos ou superiores em funcionamento (de onde anualmente saiem diversos profissionais), estão numa fase de adaptação à realidade daquilo que é a intervenção directa com o património, assegurando que, mais cedo ou mais tarde, cada um destes novos profissionais será melhor encaminhado para exercer funções específicas dentro deste ramo profissional. Estamos certos que não faz qualquer sentido, e em defesa do património, que uma aluna de 19 valores, num curso essencialmente teórico, queira encontrar lugar numa equipe técnica, onde a prática ou virtuosismo nato sejam obrigatórios para a execução da tarefa, tal como não achamos correcto pretender colocar um artífice virtuoso, formado numa escola técnica, a desempenhar funções de coordenação em projectos onde seja obrigatório um conhecimento teórico profundo, em relação aos materiais ou ao seu contexto histórico, ou ainda, ao nível da metodologia da organização naquilo que é o dia-a-dia de execução de relatórios, mapeamentos e reuniões de obra com as mais variadas instâncias. Claro que se encontram excepções, porém, consideramos que, em defesa dos futuros profissionais e do património em geral, os cursos deveriam ser mais equilibrados, permitindo maior autonomia a quem sai das várias escolas ou universidades.

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Our strategy in Portugal started, in a first phase, to identify new market niches where we could intervene and develop new working fields in contact with new materials. The work executed for our private customers and other projects that we’ve developed overseas allowed us to continue improving our work techniques and apply them into the classical and contemporary heritage. Another important issue is to keep in mind that the Conservation and Restoration area detains, by itself and in all its essence, a strong ecological side which makes the search for new pieces of art slow down and consequently its production, diminishing the abusive usage of natural resources and the excessive production of pollutant chemical residues inherent to these processes. However, we should refer more often about the materials and recipients that we use, in order to help the process of slowing down the pollutant production. Conservation and Restoration is a profession that embraces an enormous work and where we come across some magical moments. Coming from a common place, we remember that there is no future without present and past and so, this is and always will be a profession in which we should strongly invest giving always more for the heritage preservation, for the personal intervenient development and consequently for a happier society. WOA rules itself by the actual conservation and restoration principles respecting the integrity of the pieces regarding its historical characteristics, conceptual, aesthetics and physical in a continuous search of knowledge, new techniques and materials. In the studio as well as in any other outside interventions, the work is developed technician graduated by the Ricardo Espírito Santo Silva Foundation, by the IPCR (Portuguese Institute of Conservation and Restoring), by the Tomar Superior School of Technology, by the Catholic University and by the New University of Lisbon. In our studios and projects and during these 5 years have worked

A nossa estratégia para Portugal passou, numa primeira fase, por identificar novos nichos de mercado, onde pudéssemos intervir e evoluir em novos campos e em contacto com novos materiais. O trabalho com as obras dos nossos clientes privados, e outros projectos que acabámos por desenvolver além fronteiras, permitiram-nos continuar a aprimorar a nossa técnica no trabalho com o património religioso, e o outro clássico, dito móvel e incorporado. Pegando noutro assunto de grande importância para todos, será importante lembrar que a Conservação e Restauro, só por si e na sua essência, têm uma forte vertente ecológica, fazendo com que a procura de novas peças, e consequentemente a sua produção, seja desacelerada, o que diminui o uso abusivo de recursos naturais e a produção excessiva de químicos e resíduos poluentes, inerentes a estes processos. Porventura, dever-se-ia discutir mais sobre materiais e recipientes por nós utilizados, tentando, também desta forma, ajudar ao processo de desaceleração da produção poluente. A Conservação e Restauro é uma profissão de enorme trabalho, onde nos deparamos com momentos de magia. Caindo num lugar-comum, relembramos que não há futuro sem presente e passado, e por isso, esta é e será uma profissão onde se pode e deve apostar fortemente, contribuindo cada vez mais para a preservação do património, para o desenvolvimento pessoal dos intervenientes, e consequentemente para uma sociedade mais feliz. A WOA rege-se pelos princípios actuais de conservação e restauro, respeitando a integridade das peças quanto às suas características históricas, conceptuais, estéticas e físicas, numa procura contínua de conhecimento, novas técnicas e materiais. Tanto no atelier como em intervenções externas, o trabalho é desenvolvido por técnicos formados na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, no IPCR (Instituto Português de Conservação e Restauro), na Escola Superior de Tecnologia de Tomar, na Universidade Católica e na Universidade Nova de Lisboa.

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for us the following technicians: Maria Telles da Silva, Carolina Cerejeira, Duarte Capucho, Maria Amélia Monteiro de Carvalho, João Erse, Miguel Baptista, Margarida Saldanha, Inês Pimenta de Castro, Vasco Luz, Tiago Dias, Tiago Ferreira, Daniela Coelho, Vanessa Duarte, Adriana Voss, Mary Salgado, Maria Campilho, Guilherme Leandro, Jairson Rocha, Onofre Elias, Sandra Carneiro, Alex, Teresa Soromenho, Ulisses Godinho, Pedro Seixas Martins, Estevão Azevedo, Rita Maximiniano, Margarida Lopes, Mariana Paiva Raposo, Valéria, Ana Fryxel. It is important to enhance the special talent of Duarte Capucho who is with us since the very first day, of Miguel Baptista for his professional discipline and the technician João Erse who since 2006 took over the hard task of studio manager, which has been very well perfumed and has pretty much contributed to the company success. Some of theses technicians, thanks for their virtuosity, allowed

Nos nossos ateliers e projectos, e durante estes 5 anos trabalharam connosco os técnicos: Maria Telles da Silva, Carolina Cerejeira, Duarte Capucho, Maria Amélia Monteiro de Carvalho, João Erse, Miguel Baptista, Margarida Saldanha, Inês Pimenta de Castro, Vasco Luz, Tiago Dias, Tiago Ferreira, Daniela Coelho, Vanessa Duarte, Adriana Voss, Mary Salgado, Maria Campilho, Guilherme Leandro, Jairson Rocha, Onofre Elias, Sandra Carneiro, Alex, Teresa Soromenho, Ulisses Godinho, Pedro Seixas Martins, Estevão Azevedo, Rita Maximiniano, Margarida Lopes, Mariana Paiva Raposo, Valéria, Ana Fryxel. É importante que se faça uma referência especial ao talentoso Duarte Capucho, que nos acompanha desde o primeiro dia, ao Miguel Baptista pela sua disciplina profissional e ao técnico João Erse, que desde 2006 assumiu o difícil papel de atelier manager, o qual, pela forma como tem sido desempenhado, muito tem contribuído para o sucesso da empresa.

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us to develop works from the very beginning in sculpture, decorative painting, gilded with fine gold, excellence in workshop of classic inspiration, modern or contemporary, allowing all the interested people to enrich their heritage guaranteeing an artistic inheritance for the future generations.

Alguns destes técnicos, graças ao seu virtuosismo, permitemnos também desenvolver trabalhos de raiz ao nível da escultura, da pintura decorativa, do douramento a ouro fino, ou da marcenaria de excelência, de inspiração clássica, moderna ou contemporânea, permitindo que todos os interessados possam enriquecer o seu património, garantindo uma herança artística às futuras gerações.

Gonçalo Leandro

Gonçalo Leandro

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a conexĂŁo the connection


entre Galeria de Arte Contemporânea e Conservação & Restauro between Contemporary Art Gallery and Restoration & Conservation

Looking at the art as a phenomenon absent of time, we though from the beginning of Way of Arts in a way where this citation should always be present. In a personal level, the influence we got by rending services overseas allowed me to look at this concept as the only dynamic to joint in a coherent way, my education and the willing to get closer to the world of arts in general. The connection between the Contemporary Art Gallery and the Conservation and Restoring area is fundamental for us in a near future in order to be able to rend a better and higher quality service to all modern and contemporary work of arts owners. We understand better the new materials and the way how they are “created” by being in direct contact with all the production procedure and their artists. Thanks to their filed registration we can guarantee the possibility of a future accompany substantiated and qualified to our clients. One of the interesting aspects is to understand near the artists and in contact with several pieces of art if we are in the presence of durable creations or if they can include in what we call Ephemeral Art. This has always been taken into consideration with the creator, and afterwards with the perspective client when the acquisition takes place who usually doesn’t like to have a material loss and a short term financial loss. As an example, after Maria Mendonça Coustols exhibition organized by us, the Earth Day, in 2007, we came across some pieces of art created with nature elements. In this case, the artist didn’t want to give a durable or ephemeral label to her piece of art and let the criteria of their owners and conservators the responsibility to replace the lost for the new elements with similar shape and identical in matter. In such situation, the conservators job goes beyond the conventional border of his intervention field and releases him to a new search where inevitably will be in contact with a new world and eventually unknown. Aspects like these are what change this Project, and parallel projects such as ours that can meanwhile appear, in laboratories of unending evolution, as such evolution would only stop with the extinction of the creative power of a human being, which we don’t believe will happen in a near future. There is a lot to be said in this area, in which Way of Arts will like to keep on contributing.

Olhando para a arte como um fenómeno intemporal, desde cedo pensámos a Way of Arts num formato onde tal máxima estivesse sempre presente. A influência sofrida a prestar serviços além fronteiras a título pessoal, permitiu-me olhar para este conceito como sendo a única forma dinâmica de conjugar de forma coerente, a minha formação base, com a vontade de me aproximar mais do mundo das artes em geral. A ligação entre a Galeria de Arte Contemporânea e a área de Conservação e Restauro, é por nós considerada fundamental, para podermos num futuro próximo prestar um serviço de maior qualidade a todos os detentores de obras ditas modernas ou contemporâneas. Ao estarmos em contacto directo com todo o processo de produção de obras por parte dos artistas, passamos a perceber melhor os novos materiais e a forma como alguns são “criados”. Graças a seu registo em arquivo, podemos garantir aos detentores dessas obras a possibilidade de um acompanhamento futuro fundamentado e com a qualidade. Um dos vários aspectos interessantes passa por percebermos junto dos artistas, e em contacto com as várias obras, se estamos na presença de criações que se querem duráveis, ou que se possam incluir dentro daquilo que é considerado Arte Efémera. Esta questão deve ser tida sempre em conta no contacto com o criador, e posteriormente com o possível cliente para a sua aquisição que, por norma, não lida bem com uma perda material e consequentemente financeira a curto prazo. A título de exemplo, na sequência de uma exposição levada a cabo por nós da artista Maria José Coustols, no Dia da Terra, em 2007, deparámo-nos com obras criadas com recurso a elementos da natureza. Neste caso, a artista não quis atribuir qualquer rótulo de durável ou efémera à sua obra, mas deixar ao critério dos seus proprietários e dos conservadores restauradores a tarefa de substituir o que se vai perdendo por novos elementos, desde que aproximados na forma, e idênticos na matéria. Numa situação como esta, o trabalho do conservador restaurador rompe a fronteira convencional do seu campo de intervenção, e liberta-o numa procura, onde inevitavelmente estará em contacto com um mundo novo, eventualmente desconhecido. São pequenos/ grandes aspectos como estes que transformam este projecto, e todos os outros que entretanto surgiram, ou possam surgir nesta linha, em laboratórios de evolução infindável, pois tal evolução só pararia com a extinção do poder criativo nos seres humanos, o que não antevemos que se afigure num futuro próximo. Muito fica por debater nesta área, para a qual a Way of Arts tentará continuar a contribuir.

Gonçalo Leandro

Gonçalo Leandro

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WOA


Galeria de Arte Contemporânea Contemporary Art Gallery Com os olhos no futuro e um pé no passado, a Way of Arts centra actualmente o seu trabalho com arte contemporânea no apoio ao desenvolvimento e apresentação de projectos, preferencialmente com uma forte vertente sociológica e antropológica, enriquecida pelo contacto directo dos artistas com povos à volta do mundo. Queremos poder actuar a uma velocidade real, tão orientada quanto a sociedade o exija, sem travar ou acelerar o instinto criativo, mas acompanhar e sentir a realidade em que vivemos. Quem visita a Way of Arts, não fica indiferente. Artistas com quem trabalhámos nestes anos Denis Piel, Ithaka, Alain Voss, Joana Bastos, Vera Esquível, Diego Gil, Maria Mendonça Coustols, Angela Fiúza, David Lopes, Luis Soveral Varella, Pablo Rúbio, Laura Féteira, Alexandra Carvalho, Rita Fernandes, Marta Alvim, Isabel Mello, Maria Pena Monteiro, Howard Altman, Catherine Portal, António Poppe, Noel Fignier, Patrícia Vasconcelos, Sofia Froes.

Looking towards the future and with a foot in the past, Way of Arts focus actually his work with contemporary art supporting the development and presentation of projects, enriched by the direct contact of artists with people all over the world. We would like to perform in a real speed so much oriented as the society demands, without stopping or accelerating the creative instinct but keeping up and feel the reality we live. Who visits Way of Arts, will not stay indifferent. Artists with whom we’ve worked over these years: Denis Piel, Ithaka, Alain Voss, Joana Bastos, Vera Esquível, Diego Gil, Maria Mendonça Coustols, Angela Fiúza, David Lopes, Luis Soveral Varella, Pablo Rúbio, Laura Féteira, Alexandra Carvalho, Rita Fernandes, Marta Alvim, Isabel Mello, Maria Pena Monteiro, Howard Altman, Catherine Portal, António Poppe, Noel Fignier, Patrícia Vasconcelos, Sofia Froes. 025


WOA

Galeria de Arte Contemporânea Contemporary Art Gallery


Alain Voss

No mundo das galerias, marchands, críticos e outros tantos mercadores, a Way of Arts e o seu comandante-surfista, Gonçalo Leandro, são uma notável excepção, um verdadeiro amante das artes a quem devo muito e a quem sou profundamente agradecido pelo incentivo e apoio amigo que todo artista precisa, esse é o verdadeiro caminho das artes! In the world of galleries, marchands, critics and many other merchants, the Way of Arts and its commandant-surfer, Gonçalo Leandro, are a great exception, a true arts lover to whom I owe a lot and to whom I am very grateful for the incentive and friendly support that all the artists need, this is the true path of the arts! Trip Voss | 2007

Alain Voss 23 de Janeiro de 2009 January 23rd 2009

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WOA Platescapes | 2006

BES Collection


Denis Piel

Leicca Award of excellence 1986

A minha experiência com a WOA não foi senão positiva. Na WOA e particularmente com o próprio Gonçalo encontrei um “companheiro” que além de acreditar no meu trabalho, também segue aquilo que acredita através da acção. As exibições do meu trabalho que a WOA desenvolveu foram feitas com atenção ao mínimo detalhe e com um grande espírito de colaboração em ambas as exposições, e no design e organização de posters, panfletos e catálogos. Também aprecio enormemente as relações interpessoais desenvolvidas ao trabalhar com a equipa WOA. O seu constante entusiasmo e profissionalismo criam um ambiente de trabalho muito positivo. Não é apenas trabalho. A minha experiência de trabalho com a WOA foi feita através da construção de uma relação pessoal que envolve preocupação não apenas pela arte mas também pelo artista. Também apreciei muito os esforços para a montagem de outras exposições em diferentes partes do mundo e o seu contínuo entusiasmo pelo meu trabalho. My experience with WOA has been nothing but positive. At WOA and in particular with Gonçalo himself I found a supporter who not only believes in my work but one that follows their belief by action. The exhibitions of my work that WOA have developed have been done with attention to detail and in a great collaborative spirit in both the hanging of the exhibitions and the design and organization of posters, flyers and catalogues. I also enormously appreciate the personal relationships that are developed when working with the WOA team. Their constant enthusiasm and professionalism create a wonderfully positive working environment. It’s not just work. My experience with working with WOA has been one of building personal relationships that involve care and concern not only for the art but also for the artist. I also deeply appreciate their efforts to mount other exhibitions in different parts of the world and their continuing enthusiasm for my work. Denis Piel 21 de Janeiro de 2009 January 21st 2009

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WOA

from Idols of Vanuatu | 2002


Ithaka

O projecto WOA tem um ambiente único para ver e exibir arte contemporânea. Localizado num belo e recuperado edifício clássico, possui um elemento único de familiaridade, pouco usual a outras galerias deste calibre. E o pessoal da WOA é excepcional, com conhecimentos superiores em arte contemporânea e antiguidades, nunca hesitando em partilhar humildemente o seu vasto conhecimento com os visitantes da galeria – sendo futuros clientes ou não. Sem sombra de dúvida, uma das experiências mais positivas que tive nesta comunidade global de artistas. “Project Way Of Arts is a unique environment to view and exhibit contemporary art. Located in a large converted classic home, there is a definite element of familiarity not associated with other galleries of its caliber. And the Way Of Arts staff are exceptional, supremely knowledgeable in both contemporary art and antiquities, never hesitating to humbly share their vast storehouse of collective information with gallery visitors- wether they are prospective clients or not. By far one of the most positive experiences I have had as an artist in the global art community.” the Embrace | 2002

Ithaka 04 de Fevereiro de 2009 February 4th 2009

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WOA Blindfolded | 2005


Joana Bastos

A WOA acredita, incentiva e concretiza. O Goncalo mostrou-se ser a pessoa mais dedicada e empenhada a divulgar o meu trabalho, trazendo com ele uma equipa diversificada e muito bem estruturada. Durante os 4 anos (20032007) em que juntos trabalhamos, senti-me apoiada mesmo nos caminhos mais experimentais e alternativos.

WOA believes, motivates and concebes. Gonçalo reveiled himself, along with a very well structured and diversified team, as the most dedicted person to announce and give visibility to my work. During the 4 years we’ve worked together (2003-2007), I felt I was supported even in the most alternative and experimental paths. Joana Bastos Abril 2009 April 2009

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WOA Detalhes da obra / Work details: Marta Alvim. “Int. Wolf woman’s room. Night” 2006. 4’10’’ Dimensão variável.Som estéreo. Preto e Branco / Variable dimension. Stereo sound. B/W Catalogado como / Catalogued as: Filme experimental, Video Arte / Experimental film, Video Art. / filme


Marta Alvim

vencedora de um Silver REMI Award no WorldFest 2009

Video experimental que revela de uma forma metafórica, a procura de uma mulher pela sua identidade. A imagem do filme baseia-se em àgua a cair sobre o corpo nú e híbrido de uma mulher com focinho de lobo. É uma linguagem simbólica com suaves movimentos hipnóticos sem informação imposta que guia o espectador para um tempo de revelações pessoais. Experimental video that reveals, in a metaphorical way, a woman’s search for her identity. The water falling through the naked hybrid body (female body with a wolf snout) concerns all the film motion. Symbolic language, soft hypnotic movements and non-imposed information leads the viewer to a time of own revelations. Marta Alvim Abril 2009 April 2009

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WOA Memรณrias do Inconsciente | 2006


Vera EsquĂ­vel

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WOA Asideros del Alma | 2005


P a b l o

R u b i o

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WOA Regeneratis | 2009


LuĂ­s Varella

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WOA Dia da Terra | 2006


Maria Mendonรงa Coustols

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WOA Sem Fio Condutor | 2005


Angela FiĂşza

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WOA [ab]stractos de tempo | 2005


David Lopes

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WOA


Rita Fernandes

O Artista | 2004

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WOA

Gestรฃo de Patrimรณnio Patrimony Management


A preocupação com o reconhecimento, a valorização e a preservação do património levaram ao desenvolvimento dum projecto, com diferentes níveis de intervenção : o levantamento, a inventariação, a peritagem e a avaliação, a manutenção e a conservação preventiva, projecto este de grande interesse para o património público, institucional e particular. As diferentes áreas de intervenção podem ser desenvolvidas individualmente, ou como um projecto global. Os interessados poderão, assim, dispor de informação elaborada e organizada segundo determinados critérios técnicos para efeitos de partilhas, seguros, aumentos de capital e financiamentos. O serviço de manutenção e conservação preventiva irá contribuir para a preservação do património, tornando possível evitar ou travar a deterioração precoce, ou ter de se incorrer em intervenções drásticas com consequências indesejáveis. Um leque bastante diversificado de trabalhos enriqueceu substancialmente a nossa experiência em diversas áreas.

The concern for the recognition, the valuation and preservation of the patrimony (heritage) led to a development of a Project with different levels of intervention: the survey, the inventory, the examination and valuation, the maintenance and preventive conservation, a project with great interest for the public, institutional and private heritage. The different intervention areas can be developed individually or as a global project. The interested people can, this way, obtain all elaborated and organized information according to determined technical criteria for sharing effects, insurance, capital increases and financing. The preventive maintenance and conservation service will contribute to the patrimony (heritage) preservation by avoiding or stopping the early deterioration or incur into drastic interventions with undesirable consequences. A strong diversified fan of works has substantially enriched our experience in several areas. 051


WOA

Estrutura & EstratĂŠgia Strategy & Stucture


By the end of 2007, after the analysis of a series of results from the several projects developed until here, in order to reach the goals we proposed to achieve we defined that we should reduce by each year the number of contemporary art exhibitions, without leaving behind an area that we consider to be fundamental for our goals. Starting from that moment exactly, we focused on centering ourselves on projects with a strong sociological and anthropological meaning, with preference to be developed in various countries as we continue to believe that as more of the world becomes involved with WOA more we have to gain. By that meaning, the contact with a few great international artists gained place, such as Denis Piel or Ithaka, with who we’ve been developing work in a continuous path. We began to expand to other locations the organization of the exhibitions as we searched for solutions that would reveal themselves more in favor of the interpretation of the works, in order to serve the interests of our artists in a more satisfying way. We tried to never fail to answer those who approached us by presenting us their work, as we always provide any support we can offer, in the analysis and possibility of giving forward to other galleries and museums when we find it unenviable to develop any project in partnership. With this slight shift we managed to gain more time to focus on the conservation and restoration area, in the search of new and greater challenges and in the growth of technical support, with the characteristics that we also consider fundamental to achieve our goals. We formed a diversity of teams for national and international projects of which we’ve achieved a high level of positive results, as it can be seen by the testimonies that a few of our clients kindly shared with us, as well as other personalities from the patrimonial and cultural area, Our base as a structural team has been growing, as we’ve doubled our contracted technicians since the inaugurations of the project, in which we periodically add several other technicians as independent collaborators and participants in the most variable areas. We hope that this will become the right moment to start participating in works promoted by the Câmara Municipal de Cascais, region in which we’re based and where we hope to create more working positions.

No final do ano de 2007, depois de uma análise ao resultado dos vários projectos desenvolvidos, e para atingirmos os objectivos a que nos propusemos, definimos que deveríamos, sem nos afastarmos de uma área que continuamos a considerar fundamental para os nossos objectivos, diminuir o número de exposições de arte contemporânea realizadas em cada ano. Procurámos, desde esse momento, centrarmo-nos em projectos com uma vertente sociológica e antropológica forte, de preferência que fossem desenvolvidos em vários países, pois continuamos convictos que quanto mais mundo as pessoas envolvidas com a WOA tiverem, mais temos todos a ganhar. Assim, surgiu o contacto com alguns grandes artistas internacionais, como Denis Piel ou Ithaka, com quem temos de forma continuada vindo a desenvolver trabalho. Passámos a estender a organização das exposições a outros espaços, procurando, consoante o trabalho a apresentar, soluções mais favoráveis à leitura das obras, para cada vez mais podermos servir melhor o interesse dos artistas com quem trabalhamos. Tentámos não deixar de responder a quem nos procura para apresentar trabalho, e dentro do que nos é possível, se não virmos possibilidade de desenvolver projectos em conjunto, continuamos a dar algum apoio ao nível da análise e do possível reencaminhamento para outras galerias ou museus. Com esta mudança, acabámos por ter mais tempo para nos centrarmos na área de conservação e restauro, na procura de novos e maiores desafios e no aumento da rede de técnicos, com as características que também consideramos fundamentais para atingirmos os nossos objectivos. Formámos diversas equipas para projectos a nível nacional e internacional, dos quais tivemos um resultado altamente positivo, como se constatará através dos testemunhos deixados, neste catálogo, por parte de alguns clientes e outras pessoas com responsabilidades na área da cultura e património por nós intervencionado. A nossa estrutura fixa de pessoal tem vindo a crescer, sendo que, desde a inauguração até hoje, duplicámos o número de técnicos a contrato, à qual se juntam periodicamente dezenas de outros técnicos, como prestadores de serviços independentes nas mais variadas áreas. Esperamos que este seja o momento para podermos começar a participar em obras promovidas pela Câmara Municipal de Cascais, concelho onde estamos sediados e onde queremos criar mais postos de trabalho.

Gonçalo Leandro

Gonçalo Leandro

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WOA

Obra WOA WOA’s Work Way of Arts inaugurated in May 2004, being in function since December of 2003. During these 5 years as a gallery, and since the inauguration day, WOA organized 15 exhibitions and participated in the organization of other cultural events where we counted with the presence of several artists working in several fields. On the inauguration day we seeked to transmit the idea of transversality of the universe of arts, as we presented work of arts from artists such as Rita Fernandes and Joana Bastos, design articles of KrvKvrva, classical furniture and other transformed objects from which gave continuity with a contemporary ceramic exhibition of Catherine Portal, a Jazz concert with Sofia Froes (in an ambience involved of rare pieces of furniture and paintings of several contemporary artists such as Noel Fignier or Pedro Virgílio), the creation of a saloon with works of art that included a stage of a theatrical piece with the same name. Besides that, there was still time and space for the exhibition of Luis Soveral Varella’s paintings, of the sculptures of Isabel Mello, the exhibition of a creative transformation by Alexandra Carvalho, a Poetry recital of Howard Haltman and António Poppe, added to the presentation of an artistic installation, painting exhibition and audio installation by Joana Bastos, a painting exhibition of Angela Fiúza, a painting exhibition of Vera Esquível, an exhibition with the installation of Maria Mendonça Coustols work, a painting exhibition of Diego Gil Fortoul, a debate about Duarte Capucho’s sculptures, a live drawing performance with the projection and presentation of Alan Voss’s paintings and drawings, an exhibition of sculptures by Ithaka, and a photograph exhibition with audio installation by Denis Piel. In 2008 we held another exhibition of Denis Piel, at the Museu do Traje, and we participated in the Land Art China workshop, at the Castelnau de Fimarcon, in France, with the participation of the “No Name Group” from Beijing, of the Portuguese artists Luis Soveral Varella, Marta Alvim and Maria Mendonça Coustols, and the Russian pianist Natalia Morozova. We also participated with Ithaka’s sculptures in the “Clash LIsboa 2008” and recorded in WOA’s headquarters the Het DJ video clip of the Portuguese band Mundo Complexo. In the area of conservation and restoration, WOA worked for a diversity of private collectors along with other spaces and institutions, as: the RDP and RTP museum, recovering most of the spoils now in exhibition; Palácio de Seteais, in the recovery of mural paintings; Palácio Belmonte, in the conservation and restoration of the corporate and furniture heritage; Banco de Investimento da Caixa Geral de Depósitos, with the restoration of furniture; Associação Espírito Santo Cultura (Brasil), in the conservation and restoration of the carves of the Nossa Senhora da Glória do Outeiro Church, in Rio de Janeiro, and in the gilding recovery of the “Galeota de D. João VI” with thin gold, belonging to the Brazilian Marine; Castelnau de Fimarcon, in France, in the conservation and restoration of other work of arts; Hotel of Fonte Santa in Monfortinho; , Hotel Golf Mar Vimeiro; Hotel of Villa Cascais, in the restoration and integration of several elements and work of arts in the hotel; Painting & Patronage (Saudi Arabia), with an extended gilding work of thin gold and the production and coordination of a serious of articles, among many other things.


A way of Arts inaugurou em Maio de 2004, estando a funcionar desde Dezembro de 2003. Ao longo destes 5 anos como galeria, e desde o dia de inauguração, a WOA organizou 14 exposições e participou na organização de outros eventos culturais, onde contou com a presença de diversos artistas a trabalhar em diversas áreas no mundo das artes e ofícios e do design. No dia da inauguração, tentámos transmitir a ideia de transversalidade dentro desse mundo, tendo sido apresentadas peças de artistas plásticos como Rita Fernandes e Joana Bastos, artigos de Design da KrvKvrva, peças de mobiliário clássicas e outros objectos transformados, ao qual se seguiu uma exposição de cerâmica contemporânea com Catherine Portal, um concerto de Jazz com Sofia Froes (num ambiente rodeado de peças raras de mobiliário e pintura de alguns artistas contemporâneos como Noel Fignier ou Pedro Virgílio), a criação de um salon que, com obras de arte, envolvera o palco de uma peça de teatro com o mesmo nome. Para além disso, houve ainda espaço para a exposição de pintura de Luis Soveral Varella, de esculturas em alpaca de Isabel Mello, a exposição de uma obra de transformação criativa de Alexandra Carvalho, o recital de Poesia de Howard Haltman e António Poppe, juntamente com a apresentação de instalações artísticas, exposição de pintura e instalações audio de Joana Bastos, exposição de pintura de Angela Fiúza, exposição de pintura de Vera Esquível, exposição com instalações de Maria Mendonça Coustols, exposição de pintura de Diego Gil Fortoul, debate sobre esculturas de Duarte Capucho, performance de desenho ao vivo em projecção e apresentação de pintura e desenho de Alain Voss, exposição de esculturas de Ithaka, exposição de fotografias e instalações áudio de Denis Piel. Já em 2008, comissariámos outra exposição de Denis Piel, no Museu do Traje, participámos na organização do work shop Land Art China, no Castelnau de Fimarcon, em França, com a participação do “No Name Group”, de Beijin, dos artistas portugueses Luis Soveral Varella, Marta Alvim e Maria Mendonça Coustols, e da pianista russa Natalia Morozova. Participámos ainda com esculturas de Ithaka no Clash Lisboa 2008, e gravamos no espaço da WOA o videoclip Hey DJ, da banda portuguesa Mundo Complexo. Na área da conservação e restauro, a WOA trabalhou para inúmeros coleccionadores particulares, e outros espaços e instituições, tais como: o museu da RDP e da RTP, recuperando a maioria do espólio agora em exposição, Palácio de Seteais, na recuperação de pintura mural, Palácio Belmonte, na conservação e restauro do património móvel e incorporado, Banco de Investimento da Caixa Geral de Depósitos, com o restauro do mobiliário, Associação Espírito Santo Cultura (Brasil), na conservação/restauro das talhas da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, e na recuperação com douramento a ouro fino da Galeota de D. João VI, pertencente à Marinha do Brasil, Castelnau de Fimarcon (França), na conservação e restauro de outras obras de arte, Hotel da Fonte Santa em Monfortinho, Hotel Golf Mar no Vimeiro, Hotel da Villa Cascais, no restauro e integração de peças e obras de arte no espaço, Painting & Patronage (Arábia Saudita), com uma extensa obra de douramento a ouro fino e coordenação da produção de caixas personalizadas, entre muitos outros. 055


WOA

futuro WOA WOA future


algumas palavras sobre o futuro a few lines about the future Temos definido como objectivo, a partir do início de 2009, marcar presença a nível nacional em todos os concursos públicos onde os nossos serviços especializados possam ser postos em prática, continuar a apostar nas obras a nível internacional, acabar alguns projectos dentro da arte contemporânea em desenvolvimento, e continuar na procura de outros em que possamos vir a apostar. Queremos também desenvolver a nossa rede de parcerias junto de pessoas singulares ou instituições exemplos de qualidade nas nossas àreas de intervenção, procurando sempre ser exclusivos na forma como lidamos com os nossos clientes e na forma como procuramos potenciais nichos de mercado onde possamos intervir, inovando. Since the beginning of 2009, we have defined has a goal to be present nationwide in all public competitions where our specialized services can be of practice, to continue to bet in works internationally, finish some projects in the contemporary art in development and continue to search others in which we may eventually bet on. We also wish to develop our partnership towards singular people or example of quality institutions in our area of intervention, always looking forward to be exclusive in way we deal with our customers and in the way we search for potential market niches.

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WOA

responsabilidade social


social responsability Faz parte dos nossos objectivos poder contribuir para dinamizar culturalmente o Concelho de Cascais, e sermos culturalmente um projecto que sirva todos os interessados a nível nacional. Através de exposições e outras acções por nós organizadas, ou no contacto com os nossos ateliers, queremos dar oportunidade às escolas locais de colocarem os seus alunos em contacto com este projecto, estimulando o seu lado criativo, alargando horizontes sobre futuras opções de saída profissional. Temos vindo a contactar instituições e lares da 3ª idade, no sentido de proporcionar aos idosos, através de acções específicas, momentos de felicidade e motivação para o seu dia-a-dia. De escolas associadas ao ensino especial, como o centro de reabilitação profissional de Alcoitão, recebemos estagiários nos últimos 2 anos, tentando dar o nosso contributo para o seu processso de reinserção social. Há, sem dúvida, muito por fazer e estamos certos que, com o crescimento do nosso projecto, muito teremos para dar.

One of our goals is to be able to contribute for the cultural dinamization of the region of Cascais and became a cultural project, which will serve all nationwide interested people. Through the exhibitions and other actions organized by us or by contacting our studios, we would like to give the opportunity to the local schools to place their students in contact with this project stimulating their creative side and opening horizons to other future professional options. We have been in touch with institutions and elderly homes in order to offer them some moments of happiness and motivation for a daily basis, through some specific actions. We have received some trainees from associated schools of special education in the past 2 years to whom we have been giving our contribution towards their process of social reinsertion. 059


WOA

press


Our work has deserved the attention of a series of media releases, such as: Blue Living, Visão, Time-Out, New York Magazine, Luxos, L+ Arte, Jornal da Região, Jornal de Cascais, + Cascais, Soup, Surf Portugal, Casa Claudia, Vogue, Mens Health, Conversas de Café, Focus, +Arquitectura, Sic Mulher, Sic Radical, TVI, Antena 3, Oxigénio. By the coverage developed forward our projects, we highlight: “When everything and anything can happen” Blue Living, 2004

O nosso trabalho tem merecido a atenção dos mais diversos meios de comunicação social onde se inclui: Blue Living, Visão, Time-Out, New York Magazine, Luxos, L+ Arte, Jornal da Região, Jornal de Cascais, + Cascais, Soup, Surf Portugal, Casa Claudia, Vogue, Mens Health, Conversas de Café, Focus, +Arquitectura, Sic Mulher, Sic Radical, TVI, Antena 3, Oxigénio. Da cobertura que foi feita dos nossos projectos, destacamos passagens como:

“Quando tudo pode acontecer” Blue Living, 2004 “Oh, there’s finally some place cool to go in Lisbon” New York Magazine, 2005 “Oh, there´s finally some place cool to go in Lisbon” New York Magazine, 2005 “Way of Arts is a true work of Art” Revista Luxos, 2006 “A Way of Arts é uma verdadeira obra de Arte” Revista Luxos, “Way of Arts is probably one of the most highly innovated and 2006 contemporary spaces in Portugal” Jornal de Cascais, 2005 “A Way of Arts é muito provavelmente um dos espaços mais ino“It was an idea of Gonçalo Leandro from Way of Arts, the cura- vadores e actuais em Portugal” Jornal de Cascais, 2005 tor that had the courage to do what everyone has waiting for: to swipe the dust off!” Vogue 2008, facescapes de Denis Piel at “Foi uma ideia de Gonçalo Leandro da Way of Arts, o curador Museu do Traje que teve a coragem para fazer o que todos estávamos à espera: sacudir a poeira” Vogue 2008, facescapes de Denis Piel no Museu do Traje

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WOA

WOA pelos olhos WOA throe the eyes

I met Way of Arts (WOA) through a friend of mine who invited me to see the Alain Voss exhibition in he Way of Arts space because he knew my taste for “restoring things”. It was only at this exhibition that I saw this project and met Gonçalo Leandro. I’m not going to say that I wasn’t positively surprised when I realized that WOA wasn’t only a restoring workshop. Now I understand the concept of Cultural Engineering because there are synergies between all lines of Art promotion. We have conservation and restoration, exhibitions, support to young artists, patrimony management and projects to promote patrimony. We have then a huge Art vocation. When Gonçalo asked me to write something about how it can be seen the WOA work by an Art historian, I though that the best thing to do was to present the conservator/restorer job as an essential need for the Art historian to study the heritage. But the conservation and restoration is much more than that. We have to join the Art to Life. In Art as in Life, as two forms of expression of Beauty that we have in the World, there are ascendant and descendant processes. The first ones are usually the most known because they are relied to the Creation but we cannot forget that the methods avoid the descendant processes, which allow us to keep contact with Life and with Art. It’s in here that the conservator/restorer has its role, with a job so often invisible giving us the chance to continue to enjoy Art, in spite of the age of Art, in spite of the sculpture of Time, as Marguerite Yourcenar has so well interpreted. From the beginning of heritage concerns of creating the Nations and to maintain the symbols of nationalities, the conservator/ restorer had different methods of intervening in Art pieces. Actually the main idea is to respect the way of Time through Art itself, reassuring the piece conservation. Once again the Time, then the Life, passing by the Art, where the most important is to keep us alive so that we can enjoy. This is WOA Way of Arts Job when intervenes in the RDP museum, RTP museum, Palace of Seteais, Palace Belmonte, Churches in Brazil among many others interventions and it doesn’t stop here. All the promotion side, news spread of this heritage is very important because it is the most evident form to call the attention to the need of the heritage to be the centre of a bigger and crescent concern. This is WOA’s Job since the knowledge of restoring techniques and respective “ability” is important. But the most valuable thing that a Project such as this one can give to the future is the use for the future generations, of a piece of art or a monumental set in order to perceive and know our ways of being as we have studied and understood our ancestors, through the Art. My sincere congratulations to Way of Arts for the Patrimony recovered during these five years and for all the joy that will provide us for many and many years, of cultural engineering for our sons and grandsons to enjoy the Art.


de um Historiador de Arte of an Art Historian Comecei a ter contacto com a Way of Arts (WOA) através de um grande amigo meu, que por saber que tinha gosto “nas coisas do restauro” me convidou para assistir a uma exposição do Alain Voss no espaço da Way of Arts. Foi apenas nessa exposição que conheci este projecto e o Gonçalo Leandro Não vou esconder que fiquei surpreendido pela positiva, quando me apercebi que a WOA não era apenas um atelier de restauro. Agora percebo o conceito de Engenharia Cultural, pois existem sinergias entre todas as linhas de promoção da Arte. Temos restauro e conservação, exposições, apoio a jovens artistas, gestão de património e projectos de promoção dos patrimónios que nos circundam. Temos portanto uma enorme vocação para a Arte. Quando o Gonçalo me pediu para escrever algo sobre como pode ser visto o trabalho da WOA por um historiador de Arte no futuro, pensei que o mais lógico seria apresentar o trabalho do conservador/restaurador como essencial para o historiador de Arte poder estudar o património, mas a conservação e restauro é muito mais do que isso, temos inevitavelmente que ligar a Arte à Vida. Dentro da Arte, tal como na Vida, pois penso serem duas formas de expressão do Belo que temos no Mundo, existem processos ascendentes e descendentes. Os primeiros são habitualmente os mais reconhecidos, pois estão ligados à Criação, mas não nos podemos esquecer que são os métodos que evitam os processos descendentes, que nos permitem manter o contacto com a Vida e com a Arte. É aqui que entra o papel do conservador/restaurador, que num trabalho muitas vezes invisível, nos permite continuar a fruir da Arte, independentemente da idade que essa Arte tenha, independentemente do esculpir do Tempo, como Marguerite Yourcenar tão sabiamente interpretou. Desde os inícios da preocupação com o Património, muito ligado às ideias de criação das Nações e do manter símbolos dessas nacionalidades, o conservador/restaurador (punha o conservador restaurador entre aspas pois esta designação nos moldes actuais só apareceu no séc XIX), teve diferentes métodos de intervir nas peças de Arte. Actualmente a ideia predominante é respeitar a passagem do Tempo pela própria Arte, assegurando a conservação da peça. Mais uma vez temos o Tempo, logo a Vida, a passar pela Arte, onde o mais importante é manter-nos vivos, para que nos possamos usufruir. É este o trabalho da WOA Way of Arts, quando intervém no museu da RDP, museu da RTP, Palácio de Seteais, Palácio Belmonte, Igrejas no Brasil, entre muitas outras intervenções, mas não se fica por aqui. Toda a vertente de promoção, de divulgação desse património é importantíssima, pois é a forma mais evidente que existe para chamar a atenção de que o Património necessita de ser alvo de uma maior e crescente preocupação. Este é o trabalho da WOA, já que o conhecimento das técnicas de restauro e a “habilidade” para tal é importante, mas o mais valioso que um projecto como este pode dar ao futuro é o usufruto de uma peça de arte ou de um conjunto monumental às gerações vindouras, permitindo-lhes perceber e conhecer as nossas Celso Barata Licenciado em História; Pós-Graduado em Gestão e Valorização do Património Gratuated in History; Post-graduated in Patrimony Value and Management

formas de ser e estar, tal como nós estudamos e percebemos, através da Arte, os nossos antepassados. Os meus sinceros parabéns à Way of Arts pelo Património recuperado ao longo destes cinco anos e pelas alegrias que irá proporcionar, por muitos e longos anos de engenharia cultural aos nossos filhos e netos no fruir da Arte. 063


WOA O modelo encontrado para a criação da Way of Arts é exemplar a vários títulos, e pode servir de inspiração a quem quiser iniciar a vida profissional começando por criar o seu negócio. Pequena empresa, no seu núcleo permanente, a WOA desenvolve várias actividades organizadas a partir de dois pólos habitualmente não comunicantes: a conservação/restauro de património histórico e artístico, e a divulgação de criadores contemporâneos, que no espaço acolhedor da sua sede marcam encontro privilegiado com o público. Pede-me Gonçalo Leandro um testemunho pessoal sobre a minha experiência com a WOA, quando celebramos os seus primeiros 5 anos de existência. Comecei por apoiar a sua decisão de criar a empresa, e devo confessar o orgulho que senti no empreendedorismo de jovens treinados no Instituto de Artes e Ofícios e nas Oficinas da Fundação Ricardo Espírito Santo, que conheci como alunos e agora se afirmavam como credenciados profissionais. De apoiante passei a cliente fiel, e a divulgadora entusiástica do seu trabalho, e é com enorme prazer que constato não terem mãos a medir com as encomendas, e o espaço da oficina parece ser cada vez mais pequeno… Nos últimos dois anos temos tido uma experiência muito positiva em trabalhos realizados no Brasil: a conservação/restauro das talhas da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, a recuperação da galeota de D. João VI, pertencente à Marinha do Brasil e a preservação dos interiores da Igreja da Santa Casa da Misericórdia, em Salvador, na Bahia (em preparação) são os três principais projectos para os quais a Espírito Santo Cultura contratou os serviços da WOA. Os resultados estão à vista e revelam uma excelente qualidade de trabalho. Parabéns Gonçalo, e parabéns a toda a equipa da WOA, pelo vosso talento e profissionalismo.

testemunhos WOA

The chosen model for the Way of Arts creation is an example in many ways and can be an inspiration to all that desire to initiate a professional life through his own business. Small enterprise and permanent in its nucleus, the WOA develops several activities organized by two poles that usually don’t communicate: the conservation/restoration of artistic and historical heritage and the news of contemporary creators meeting with the public in the cozy space of his headquarters. Gonçalo Leando asks me for a personal testimony about my experience at WOA when we are about to celebrate his 5 first years of existence. I started by supporting his decision to create the company and I shall confess the pride that I felt towards the enterprising young men trained by the Arts and Trades Institute and the workshops of the Ricardo Espírito Santo Foundation and that I met as students and are now qualified professionals. First a supporter, I became a loyal customer and enthusiastic news spreader of their work and I gladly see that they have their hands full with orders making the space and workshop seem to small … For the past two years we have had a positive experience with jobs realized in Brazil: the conservation/restoring of the Church Nossa Senhora da Glória do Outeiro’s carves in Rio de Janeiro, the recuperation of D.João VI “galeota” belonging to the Brazilian Marine and the interior preservation of the Santa Casa da Misericordia’s Church in Salvador, Bahia (in preparation) are the three main projects that the Espírito Santo Culture has contracted WOA services. The results can be seen and reveal an excellent quality of work. Congratulations Gonçalo and all the WOA team for your talent and professionalism. Maria João Bustorff Presidente da Associação Espirito Santo Cultura | Rio de Janeiro, Março 2009 President of the Association Espirito Santo Cultura | Rio de Janeiro, March 2009


WOA testimonies

Como um apaixonado de antiguidades, velharias, curiosidades e objets trouvés, tenho imensa dificuldade em lidar com a relação exacta entre o carácter da época e o nível de manutenção/ recuperação das peças. Quantas peças fantásticas se tornam ridículas quando ficam brilhantes demais; quantas peças de lixo viram um luxo, quando bem reinterpretadas/recuperadas? Difícil nesta arte da recuperação é entender o verdadeiro carácter de cada peça. O artista é aquele que reanima. Ele observa, sente e cria. Na Way of Arts recupera-se a alma das peças. Os objectos entram moribundos, adormecidos, magoados e feridos e saem tal qual um dia foram. Na justa medida do seu carácter. A confiança é total, porque nem são precisas palavras nem indicações. O trabalho corre com naturalidade; ao sabor das mãos e da mente. O cheiro da cera, o aroma dos vernizes e as tonalidades dos patinados fazem das peças que de lá saem verdadeiras e rigorosas obras de arte. Parabéns!

O meu amigo Gonçalo Leandro foi avisado, de uma forma quase bizarra para contactar o Museu Nacional do Traje no momento em que preparava a vinda a Portugal de um grande artista internacional: Denis Piel. Eu própria, procurava também algo de especial para colmatar o fim da minha carreira profissional. Desse encontro um tanto insólito, acabou por surgir uma experiência fascinante: a exposição do Denis sobre paisagens faciais, coincidindo com a minha aposentação. Facescapes composta por ampliações de micro fotografias de texturas do rosto, discorria afinal sobre o tema da epiderme. Ora, sendo o corpo, o suporte de toda a forma de trajes e andrajos, nenhuma outro assunto podia ser mais apropriado para encerrar um ciclo de uma trintena de anos em que o Museu foi abordando, analisando e tratando as mais diversas matérias relacionadas com a sua vocação. Posso, devo acrescentar que a Way of Arts, a quem fiquei muito grata, foi co-responsável pela organização deste evento e que teve a As an antiques lover, old things, curiosities and “objets trouvés”, seu cargo a museografia da exposição. I have an enormous difficult to deal with the exact relationship between the time character and the level of maintenance/re- My friend Gonçalo Leando has been told in a bizarre way to get cuperation of the pieces. How many fantastic pieces become in touch with the National Museum of Suits right at the moment ridiculous when they shine too much; how many pieces of gar- that he was preparating a trip to Portugal for a big internationbage have seen luxury when well reinterpreted/recuperated? al artist: Denis Piel. I was also looking for something special to In this art of recuperation the hard thing to do is to understand place at the end of my professional career. From this encounter the true character of the piece. it came a fascinating experience: Denis exhibition about facial The artist is the one that gives them life again. landscapes coinciding with my retreat. Facescapes composed by In Way of Arts we recover the soul in the pieces. The objects are micro photographs of face textures was in fact about the skin. dying, asleep, hurt and wounded and become what they were Then, being the body the support for all kind of suits and clothone day. With the right measurement of character. ing, any other subject would be more appropriate to close a cycle The confidence is all over, because the words and indications of thirty years during which the Museum has approach, analyzed are not needed. He work flows naturally in hands and mind. and treated all kinds of materials related to the vocation. I can e The smell of wax, the fragrance of the varnishes and the pátine have to add that Way of Arts, to which I am very grateful, was the tonalities make the old pieces into true works of art. co-responsible for the organization of this event and the “muCongratulations! seography” of the exhibition. Fernando Hipólito from arquitecture to interior design | Março 2009 | March 2009

Madalena Bráz Teixeira 16 de Fevereiro de 2009 February 16th 2009

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WOA No Opium Eater, Fernando Pessoa define-se como “pertencendo ao tipo de português que, desde a descoberta da Índia, ficou desempregado”. Gonçalo faz parte do carácter da época da descoberta das ‘Índias’, destes raros jovens do século XXI, com coragem e com uma sede insaciável de conhecimento, nem tanto do mundo, mas do seu próprio universo. Aparentemente um movimento mal enrascado, na realidade, um movimento de procura do belo sobre todas as formas, seja num trabalho de uma criança, ou na obra de um músico, de um escritor ou pintor. Associando-o com felicidade, para nosso maior prazer, uns e outros têm vontade do seu humor. Trabalhando próximo dos locais da sua infância, e ao mesmo tempo, no outro lado do mundo. Criando, em Maio de 2008, um workshop, repleto de vida com os seus artistas, de professores, estudantes, chineses e franceses, portugueses e americanos, ousando associar livremente a dança, a pintura, a poesia, a fotografia, a cozinha, a arquitectura e o urbanismo, num mês de pura felicidade. Restaurando, logo em seguida, uma igreja barroca na Bahia, no Brasil. Organizando uma grande exposição de Facescapes de Denis Piel, no Museu do Traje, local encantador para apresentar um trabalho tão raro e difícil, longe do consumo banal, com o apoio de diversos patrocinadores, também apaixonados. Preparando, com o grupo DaST, as residências em Portugal, França e China, onde os artistas que tanto gosta poderão trabalhar livremente, durante algumas semanas por ano. Jamais cansado, sempre sorridente, optimista e à escuta do outro, eis o Gonçalo, irmão de Duda, que lhe canta com paixão ‘muda o mundo’, e de Filipa, apaixonada por ecologia, e o surf, que tanto gostamos.

On the Opium Eater, Fernando Pessoa defines himself as “belonging to the kind of Portuguese people unemployed since the discovery of India”. Gonçalo has a character similar to the era of the discovery of the “Indias”. One of these rare young men of the XXI century with courage and with an insatiable thirst of knowledge, not as much about the world but about his own universe. Apparently a sadly developed movement, but in reality a movement searching the beauty in all forms, in a child work or in a musician, a writer or a painter work. Associating it to happiness, for our great pleasure everyone desires his humor. Working near by his childhood places and at the same time in the other side of the world. Creating a workshop in May 2008 full of life with his artists, teachers, students, Chinese and French, Portuguese and Americans daring to join freely the dance, the painting, the poetry, the photography, the cooking, the architecture and the urbanism in a month of pure happiness, restoring, afterwards a baroque church in Bahia, in Brazil. Organizing a big exhibition of Facescapes of Denis Piel at the Outfit Museum, lovely place to present such a rare and difficult work, far from the banal consumption and with the support of several sponsors, also in love. Preparing with the DaST group the residences in Portugal, France and China, where the artists can freely work during several weeks per year. Never tired and always smiling, optimist and listening to the other, here is Gonçalo, Duda’s brother who sings to him “change the world” and Filipa’s, in love with ecology and surf. Fréderic Coustols Abril 2009 | April 2009


I was very please to work with WOA in an ambitious and gratifying project of recuperation of the Radio Museum. From WOA I keep the respect of a professional work finished in spite of the conditions of time, not always respecting the technical delays in the restoring activity but overcome by your work. My sincere congratulations for the first five years of activity, wishing that they are the stone of a long successful path. Maria Alexandra Fraga 26 de Março de 2009 | March 26th 2009

Foi com muito gosto que trabalhei com a WOA num projecto ambicioso e gratificante de recuperação de parte do acervo do Museu da Rádio. Da WOA guardo o respeito por um trabalho profissional, levado a cabo dentro de grandes condicionalismos de tempo, nem sempre respeitadores dos prazos técnicos da actividade de restauro, mas que o vosso empenho sempre superou. Os meus sinceros parabéns pelos primeiros cinco anos de actividade e que sejam os primeiros cinco de um longo percurso que desejo venturoso. 067


WOA

the.art propriedade property Way of Arts Lda design Marcelo Vaz tradução translation Nuno Figueiredo | Diana Rodrigues tiragem circulation 1000 data date Maio 2009

Um agradecimento especial aos nosso parceiros e patrocinadores. A special thanks to our partners and sponsors.


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WOA Paulo Frade Sky Surf com a WOA www.skysur fprotour.com

a WOA vai a todo o lado. WOA goes everywhere.


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