20121122 protheosbook issuu

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................................................................................................................................................................. introdução . conceito | 04 teoria de fundo | 06 fundamentação das acções | 16 referências | 20 biografias | 24

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Proteus [aka PRO|THEOS] - deus grego, que pela capacidade de mudar, de se transformar e adaptar às necessidades, adoptámos como paradigma. O Programa PRO|THEOS, foi desenvolvido pelo Centro de Estudos da Pessoa, e assenta num vasto leque de referências, ao nível da filosofia, das artes e das ciências, sendo que, como pensado e desenvolvido em Portugal, encontra em dois médicos e pensadores portugueses a matriz e a geratriz de toda a sua fundamentação e aplicação. Podemos dizer que todo o nosso pensamento e acção está imbuído profunda e estruturalmente pelo pensamento destes dois portugueses que à distância de cinco séculos um do outro, marcaram e marcam o pensamento europeu e ocidental. António Damásio, médico, neuro cientista e professor em universidades nos EUA, marcou-nos com os seus desenvolvimentos e reflexões, sobretudo sobre “o corpo, a emoção e a neurobiologia da consciência” bem como “as emoções sociais e a neurologia do sentir”. Francisco Sanches, médico, filósofo e professor em Bordéus, um dos fundadores do método e da epistemologia modernas, que esteve em paralelo com Montaigne, Descartes e com possíveis influências até em Emmanuel Kant, vamos buscar sobretudo a ideia de “que nada se sabe” e que está tudo, portanto, em aberto. PRO|THEOS (deus mítico da Transformação e da Adaptação) é um programa de desenvolvimento Humano enquanto desenvolvimento Pessoal e Organizacional. Com recurso às Artes e de uma forma transversal, como factor de excelência, para o desencadear de sentimentos, emoções, sensações e recordações organizativas e/ou reorganizativas, e de algumas Ciências Puras, como Teoria do Caos, Ciências Cindínicas, e Lógica Difusa, para o controlo, gestão e prevenção do stress, gestão do tempo e gestão dos conflitos, aumentando a criatividade, a produtividade, a pró-actividade e o bem-estar da Pessoa, a partir de conceitos como o de Resiliência, primeiro para consigo mesma e, por extensão, à empresa e/ou à estrutura social em que se insere. Também se aplica ao mundo académico, com intervenções ao nível de opções de carreira, no aumento da satisfação pessoal como fonte de curiosidade e de criatividade, em instituições de ensino, nas próprias relações intra e inter-pessoais e de construção do futuro, enquanto salto do mundo académico para o mundo do trabalho. O Centro de Estudos da Pessoa é um conjunto de ferramentas vocacionadas para a investigação, não só no âmbito da saúde física, como também no que diz respeito a todo o desenvolvimento pessoal e de actualização de potencialidades, tanto a nível académico como a nível profissional em geral. Integra elementos com as mais variadas origens académicas, e procura centrar-se numa filosofia existencial personalista, com referências a várias ciências e formas de olhar a evolução do pensamento humano. ................................................................................................................ “Há que ter cada vez mais uma resposta ao maior desafio da sociedade: a necessidade de se desenvolverem recursos para melhorar a “saúde” intelectual e psicológica dos seus membros, e fazer desenvolver uma filosofia optimista, auto-determinada, positiva, sobre a existência humana, em lugar de uma filosofia céptica, negativa e externamente determinada.” “Esses esquemas são, na realidade, abordagens descritivas para a compreensão da personalidade e que se desenvolvem, teoricamente, a partir de orientações básicas focalizadas no determinismo biológico inconscientemente orientado, no determinismo cultural orientado pelo ambiente social, e/ou no auto-determinismo orientado pela experiência.” Richard Evans Professor de Psicologia Universidade de Houston ................................................................................................................ “Os indivíduos têm, dentro de si mesmos, recursos vastos para uma auto-compreensão e para alterar os seus autoconceitos, as suas atitudes básicas e o seu comportamento autodirigido. Estes recursos podem ser libertados, se um clima definitivo de atitudes facilitadoras lhes for fornecido”. Carl Rogers ................................................................................................................ “Pense no mundo que leva consigo e chame ao seu pensamento o que quiser: reminiscência da sua própria infância ou saudade do futuro - o que importa, apenas, é prestar atenção ao que nasce dentro de si e colocá-lo acima de tudo o que observar à sua volta. Os seus acontecimentos interiores merecem todo o seu amor...” Rainer Maria Rilke Poeta alemão in “Cartas a um jovem poeta” | pag.49

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O Programa PRO|THEOS ou “A Pessoa e o Bem Comum” ....................................................................... Todo e qualquer Programa, e sobretudo um que tenha a ver com pessoas, comportamentos humanos ou olhares sobre a vida e o viver, assenta necessariamente na Ciência, na Filosofia, numa Teoria, numa Teoria da Prática e até numa História. O PRO|THEOS vive e convive com essa regra de ouro. A ideia nasceu da reflexão na necessidade que o mundo cada vez mais tem, de mudar, de se transformar e de se adaptar a novas realidades, à Realidade como um aqui e agora, num “hic et hunc” dos latinos. Ninguém poderá prever as revoluções que se aproximam, mas quanto às evoluções da técnica que decorrerão cada vez mais rapidamente, solicitando, prendendo, arrastando e afligindo o Homem, em toda a parte e a toda a hora, não será possível detê-las em parte alguma. Uma coisa é termos ouvido ou lido alguma coisa, isto é, termos tomado conhecimento disso, outra é conhecermos, isto é, reflectirmos sobre o que ouvimos e lemos, e “saber destrinçar o pensamento que calcula do pensamento que medita” citando Martin Heidegger (1) quando de uma conferência com 18 Prémios Nobel, na ilha de Mainau. Às vezes o choque das civilizações e das culturas não é senão um choque no interior do Homem consigo mesmo e não só, mas necessariamente, um choque do Homem com o mundo que o rodeia. “Na história do pensamento humano, os mais fecundos desenvolvimentos nascem da interacção de duas correntes de ideias”, disse Werner Heisenberg (2) sejam elas assentes no pensamento de duas pessoas, no confronto entre duas ideias ou épocas, ou na tentativa de comparar a física das partículas elementares com o pensamento taoísta, ou a física da metafísica com Fritjof Capra (3), de cujos raciocínios se aproxima muitas vezes a psicologia, ou de dois olhares estéticos sobre a mesma obra de arte, ou ainda da própria arte em confronto com a Arte. É preciso saber o que é uma ideia, saber construí-la e saber depois também usufruir dela em liberdade, acreditando que pode ser criadora e desencadeadora de novos processos e até de uma nova consciência do tempo, que como disse Marguerite Yourcenar (4) “o tempo é um grande escultor”. Com o PRO|THEOS delimitamos contornos, sem no entanto estabelecer fronteiras, no sentido de encontrar espaços de adaptação às diversas circunstâncias que surgem com o simples acto de viver, tendo sempre o cuidado de não misturar conteúdos, nem muito menos sentimentos, facilitando à Pessoa o encontro de Si consigo mesma e com a sua criatividade, criatividade definidora do/de ser Humano. É importante que o Homem tenha como pedra de toque do seu edifício interior, o ser Pessoa; e a partir daí estar atento a uma permanente construção e reconstrução de si face a si mesmo e ao mundo em que se insere, numa busca de uma realidade, que sem necessariamente o definir, pois limitá-lo-ia, mas tão somente como sendo a sua realidade, e com ela conseguir estabelecer uma relação equilibrada e equilibradora do seu estar no mundo, o “dasein” de Martin Heidegger. Lendo e reflectindo no pensamento de Jean Pierre Dupuy (5), retiramos dele a atenção que soube pôr na promoção dos novos objectivos científicos e na convergência dos saberes que visam fornecer um modelo real, para o mundo actual, relacional ou introspectivo, traçando um perfil da complexidade: a física e as Estruturas Dissipativas de Ilya Prigogine (6), a biologia e as suas Estruturas Auto-Organizativas de Henry Atlan (7), a Economia e a sua crítica do Princípio da Racionalidade, tendo como referência Jacques Attali (8), como prospector de horizontes, e ainda Carl Roger(9), e o seu manifesto da “não directividade” fundamento de toda a abordagem centrada, e como sendo um dos cientistas que maior contribuição deu à psicologia, não apenas como disciplina, mas como resposta ao maior desafio da sociedade: a necessidade de se desenvolverem recursos para melhorar a saúde intelectual e psicológica dos seus membros, ao desenvolver uma filosofia optimista, autodeterminada, positiva, sobre a existência humana e o estar na Vida, tão presente sempre na conceptualização e aplicação do Programa PRO|THEOS. A gestão de recursos humanos, que no entender do Programa PRO|THEOS dever-se-ia chamar “gestão dos seres humanos”, não pode existir senão através de uma abordagem interdisciplinar e até transdisciplinar, onde se põe em causa continuar a ter um olhar reducionista do homem face ao seu trabalho/desempenho de uma tarefa. Há que olhar sempre o Homem no seu mundo, no seu todo como ser que pensa, cria e sofre, e se envolve a vários níveis com essa imensa e intrigante realidade que é a vida que cada um vive, à sua maneira, e sempre de uma forma que é simultaneamente singular, plural e variável. O Programa PRO|THEOS, em

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termos científicos, assenta em princípios fundamentais da física, com a sua variedade de conexões, com a psicologia e com a própria história, história não apenas como uma catalogação de nomes e datas, mas como estudo do Homem, enquanto ser histórico em si mesmo. O Universo - à escala pode ser uma qualquer Empresa - não é um sistema mecânico composto de uma multiplicidade de partículas independentes - as pessoas - mas um conjunto dinâmico de acontecimentos inter-conectados, centrados na Pessoa, e onde unicamente as suas interacções determinam a estrutura da realidade, parafraseando também um pouco o pensamento de Fritjof Capra. Qualquer programa começa por um projecto, no caso do PRO|THEOS, um projecto humano e para o humano, sendo portanto um projecto antropológico com as suas raízes numa específica antropologia do projecto. Sendo assim, o Programa PRO|THEOS vai buscar essa base onto-antropológica e filosófica, a pensadores como Edmund Husserl (10) e à sua filosofia fenomenológica e existencial, ou a Martin Buber (11) sobretudo à sua obra fundamental “Eu-Tu”, como ainda a Martin Heidegger e “O Ser e o Tempo”, que com outras obras o fizeram ser considerado como um dos maiores filósofos do século XX. A Carl Rogers, o programa PRO|THEOS vai ainda buscar, além de todo um pensamento existencial-fenomenológico, o pensamento pragmático genuinamente americano, desde Wiliam James (12) ao dizer que “o verdadeiro consiste simplesmente naquilo que é vantajoso para o nosso pensamento”, e/ou John Dewey (13), que tanto influenciou a sociologia, a estética e a pedagogia nos EUA, fundador da Escola de Chicago do Pragmatismo, e até hoje com aos neo-pragmáticos como Richard Rorty (14). O Homem no seu trabalho, e na sua vida em sociedade, como é óbvio, é também, e sempre, um homem que ama e que é ou não amado, que tem os seus hobbies, vícios, tiques, manias, que tem uma herança cultural, uma ideia própria de transcendência, uma cultura que persegue e enriquece, e que é alguém que luta sem descanso para ser si mesmo. Com o Programa PRO|THEOS, se por um lado nos confrontamos com a loucura humana, fonte de ódios, incompreensões, medo da aventura e do desconhecido, cegueira, crueldade e até barbárie, pensamos, como Edgar Morin (15), que “sem a desordem da afectividade - que estudámos - e as irrupções do imaginário, sem a loucura do impossível, não existiria entusiasmo, criação, invenção, amor e poesia”, sendo que o poeta, por definição, é um fazedor. O Programa PRO|THEOS, como deus marinho da mitologia grega, foi por nós escolhido como paradigma de uma imensa e constante capacidade de transformação e adaptação, que é tudo o que de mais precisa, e sempre precisou, na tríplice abordagem da Vida/Cultura/Mentalidades, a nossa sociedade. As relações de poder tendem a ser substituídas pelas relações do sentido. Há assimetrias permanentes nos meios académicos, familiares, de trabalho. Há pressões democráticas e de um igualitarismo que muitas vezes não são assimiláveis, nem sequer aceites pelo homem como Pessoa, que se pode sentir a diluir-se na massa anónima, e com o risco de perder a sua identidade, de se reduzir a um “não ser”, a estar num “não lugar”, que o desgaste, empobreça, esquizofrenize, isto é, o faça partir para um corte com a realidade. O mundo em que vivemos é, talvez, um mundo de aparências, a espuma de uma realidade mais profunda que escapa ao tempo, ao espaço, aos nossos sentidos e ao nosso próprio entendimento, tolhidos por um medo de sermos diferentes e aceitar com Karl Jaspers 16 que “ser, é ser diferente”. Mas o nosso mundo da separação, do refúgio egóico, da dispersão, da finitude, é também o da atracção, do encontro, da exaltação, como também nos diz Edgar Morin. O pensamento, numa tentativa de libertação da máquina escravizadora, é, no entanto, concebido na sua forma tradicional, como representação, como um querer, como um não querer que implicitamente contém um querer, e que como também diz Kant (17), o “pensamento é caracterizado como espontaneidade”, o que dentro do Programa PRO|THEOS nos faz lembrar e recorrer a Rumi (18), quando diz “vende tudo e compra espanto”, e que nós adaptamos à ideia de estar permanentemente abertos ao espanto. Pensar é querer e querer é pensar que se quer. O homem, como Pessoa no mundo, tem que se assumir sempre como um ser pensante e criativo. Com o Programa PRO|THEOS fazemos tudo para desenvolver a nossa racionalidade, mas é no seu próprio desenvolvimento que a racionalidade reconhece os limites da razão e efectua o diálogo com o irracional. Propomo-nos desconstruir falsas evidências, falsos conceitos, que acentuam, quanto muito e apenas, pré-conceitos, impeditivos de encontrar respostas adequadas às novas formas de viver as paixões pela vida, pelo trabalho ou pelo estudo, pelo Ser, que é o cerne da própria existência humana. O nosso pensamento assenta numa busca de sentido, como


já para Viktor Frankl (19) foi e é toda a sua psicologia. Mas o sentido não é o extra-ordinário, não vem do exterior dos nossos seres, mas emerge, pelo contrário, da participação, da fraternização, da relação, do afecto. Seja como for, o Programa PRO|THEOS só pode procurar compreender como será possível, alguma vez, ser encontrada a essência do Homem desviando o olhar do homem. “Somos o que fazemos, mas somos sobretudo o que fazemos para mudar o que somos” como diz Eduardo Galeano (20), e , curiosamente, sendo a sua terra natal o Uruguai paramos um pouco nessa palavra indígena que significa Rio das Aves. Também o PRO|THEOS é como um rio com aves, que somos todos nós, as pessoas, a voar pelo pensamento auto-organizativo e criativo, inerente a todo o ser que se constrói a partir das ideias que desenvolve e comunica, isto é, põe em comum, e em comum se desenvolve e enriquece. Também o Programa PRO|THEOS vive a dificuldade das ciências humanas em geral, onde se fala de um objecto como se ele existisse exterior a nós, sujeitos. Mas nós entendemos a Pessoa como objecto do seu próprio sujeito. Assim, no Programa PRO|THEOS, a atitude precede a palavra, mas ao mesmo tempo a atitude procede da palavra. Cada vez mais é preciso que haja um olhar poli-ocular, para que nos possamos libertar de uma miopia incapacitadora de inovação e de criatividade, e conseguirmos ser livres como Pessoas, como seres no mundo, no tal “dasein” tão Heideggeriano. O mosaico cultural que cada vez mais se incrusta nas paredes dos espaços onde vivemos e trabalhamos, exige um diálogo de diálogos, onde se presentificam necessariamente maneiras de ser e de olhar diferentes, mas que no entanto se devem complementarizar e enriquecer mutuamente, desde que se saiba construir uma abertura séria a toda essa novidade, que nos ensina a ser cada vez mais esse todo a que pertencemos e somos como Pessoas. O Programa PRO|THEOS procura transmitir a quem acaba o ensino secundário e se prepara para entrar no ensino superior, ou a quem sai deste para o mundo do trabalho, um outro olhar, de como cada um pode e/ou deve afirmar-se na descoberta de si mesmo, no caminho da possibilidade existencial que tem, de actualizar permanentemente as suas potencialidades. Por isso o Programa PRO|THEOS, na sua busca da Pessoa e do Bem Comum, caminha na mesma direcção, lado a lado, num afastamento progressivo da circularidade entediante e empobrecedora do fazer para ter e do ter para fazer, como na conhecida e tão redutora frase “produção, salário, consumo”, numa aposta única e exclusivamente no saber fazer, para se aproximar cada vez mais, do fazer saber para por fim saber, saber.

................................................................................................................ PRO|THEOS e o Caos No PRO|THEOS o Caos aplica-se para a explicação do funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos, também chamados processos estocásticos, já que em sistemas dinâmicos e complexos, determinados resultados podem ser “instáveis”, se bem que o processo estocástico seja um fenómeno que varia em algum grau, de forma imprevisível, à medida que o tempo passa. Aqui focalizamo-nos em que “ o comportamento adaptativo é uma prioridade emergente que surge espontaneamente através da interacção de componentes simples. Se esses componentes são neurónios, aminoácidos, formigas ou cadeias de bits, a adaptação pode ocorrer apenas se o comportamento colectivo do todo for qualitativamente diferente do da soma das partes individuais. Esta é precisamente a definição de “não linear”, como nunca pode ser linear o olhar a ter sobre a Pessoa e a sua circunstância, lembrando Ortega y Gasset (21).

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PRO|THEOS e as Ciências Cindínicas Também conhecidas como Ciências do Perigo Com as ciências cindínicas procuramos no Programa PRO|THEOS antever, compreender e controlar os acidentes e catástrofes, próprios da vida e do viver, entendendo-se aqui catástrofe também no sentido matemático, de “mudança de sentido”, dado que em tempo de análise e pesquisa científica se vive em estados simultâneos de perigo e insegurança, pelo que a necessidade constante de busca de equilíbrio. Toda a sociedade na qual todos nós vivemos está permanentemente sob stress, o que desencadeia muitos e multifacetados comportamentos auto agressivos e alo-agressivos. O perigo saiu do domínio mitológico para entrar no domínio do lógico, e da ética da fatalidade, o homem passou à ética da responsabilidade, estando o Programa PRO|THEOS ciente da diferença entre a ciência geocindínica e a cindínica urbana, e o seu aproveitamento nas “tempestades” humanas. Da ecologia bio-social e humana, também tiramos ensinamentos para podermos aproximar a ecotecnia das ciências cindínicas, sempre no sentido do desenvolvimento pessoal e da sua transformação e adaptação aos tempos hodiernos. ................................................................................................................ PRO|THEOS e a Lógica Difusa Lógica difusa, ou fuzzy logic, isto é, entre a certeza de ser e a certeza de não ser, existem infinitos graus de incerteza. O Homem não é um ser exacto, e por isso, a lógica aristotélica ou hegeliana não lhe pode ser tão simplesmente aplicada. Temos sempre presente que o Homem além de ser um ser singular e plural é também um ser variável. A lógica difusa é uma extensão da lógica booleana que admite valores lógicos intermédios entre o falso (0) e o verdadeiro(1), por exemplo o valor médio, talvez (0,5). Com a lógica difusa é possível avaliar conceitos não quantificáveis, como por exemplo um sentimento ou uma emoção. A lógica difusa deve ser vista como uma área de pesquisa sobre o tratamento da incerteza. ................................................................................................................ PRO|THEOS e a Resiliência 10

No sentido como Boris Cyrulnik (22) desenvolve este conceito, e em que começa por lhe chamar “essa inaudita capacidade de construção humana”, no PRO|THEOS, a resiliência não é um catálogo de qualidades de que um indivíduo necessita para se refazer de um choque, mas um processo que desde o nascimento até à morte o liga sem cessar ao meio que o rodeia. A resiliência é um conceito psicológico, emprestado da física, e definido como a capacidade de um indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Resumindo, a resiliência é uma combinação de factores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades. ................................................................................................................ PRO|THEOS e a Inovação Só é criador o acto que transcende o plano em que se situa, que permite a abertura à comunicação em planos superiores da consciência de si e do mundo e que no limite se confundem. Ao propor a inovação, o Centro de Estudos da Pessoa, intervém na riqueza dos recursos humanos das empresas, e começa por inovar, ao nível da sua própria intervenção, socorrendo-se da conjugação entre as novas ciências, a música, a nova lógica (fuzzy-logic) e as artes plásticas, pois entende que o homem deverá ser cada vez mais abordado como pessoa. Disso dependerá, a todos os níveis, o desenvolvimento de que tanto precisamos, para uma cabal realização pessoal e interpessoal. Com a introdução de modelos pedagógicos e num contexto de desenvolvimento pessoal e adaptativo às sempre novas realidades do mundo, e das pessoas em permanente crescimento, tanto ainda na escola como já no mundo do trabalho, através do encontro de ideias e das relações possíveis a estabelecer entre elas, pela mudança, não só ao nível das estruturas, mas fundamentalmente ao nível da mudança do homem em Pessoa. Por definição, o Homem é um ser pensante e criativo, e para o Programa PRO|THEOS, ao contrário do que diz o Génesis, “no princípio é a relação” como escreveu Martin Buber. Podemos então avançar, que numa Empresa, o mais importante é a pessoa e mais importante ainda, é a relação entre as pessoas, o que dentro de uma Empresa se pode assemelhar ao conjunto de músicos de uma orquestra, onde a dissonância, ou cria desagrado, ou é aproveitada como uma outra forma de criatividade e de novas explorações no campo da audição e/ou da melodia. A passagem do uso da escala heptafónica para a escala dodecafónica ou serial, trouxe hostilidade por parte de muitos melómanos. Mas estamos no século XXI e não no século XX e a relação, neste caso, das notas, continua a


ser a base da harmonia, o que é também um desafio para o século XXI. Louis de Broglie (23), o príncipe e grande físico francês escreveu, a respeito das partículas elementares, que a “individualidade se atenua no misterioso processo da interacção”. O “Dialogo do Vento e do Mar” de Claude Debussy (24) é para nós ilustrativo de como o diálogo entre duas entidades distintas é criador de harmonia, e que apesar de ele não ter qualquer intenção descritiva, já que Debussy era totalmente alheio à música programática sem intencionalidade literária, é por ele próprio chamado “esboço sinfónico”. E etimologicamente sinfonia quer dizer “reunião de sons”. Para o desenvolvimento de uma pessoa numa empresa/instituição é preciso que haja sempre a montante o desenvolvimento do homem como Pessoa, para que não se corra o risco de se transformar o homem numa máquina, ou em mais uma peça de uma máquina, nessa sociedade pós-industrial a que se referem os pesadelos futuristas profetizados por Huxley (25) e Orwell (26). Estar na Empresa, na Sociedade, na Vida, pressupõe para nós, estar em permanente auto construção, num processo de auto realização, não só no campo material, como no campo afectivo. A Pessoa desenvolve-se na Empresa/ Instituição, desenvolvendo-se primeiro a si mesma, se lhe forem dadas condições para que ela, em harmonia, se desenvolva. É então, que quanto mais a Pessoa se desenvolve, tanto mais a Empresa se desenvolverá e, voltando a uma imagem roubada à cosmologia, a partir da explosão inicial - o Big Bang - , o Universo, a Empresa, será algo que se consome e se refaz sem cessar, expandindo-se ilimitadamente até ao infinito com que tende a confundirse. Parafraseando as “odes pindáricas”, Píndaro (27) diz qualquer coisa como “não se deve aspirar ao absoluto, mas sim esgotar as fronteiras do possível”. E nós queremos ir até ao “fundo do possível”. Ora a Pessoa só se desenvolve através do conhecimento, de si e do outro, da cultura, na aquisição do saber e dos saberes que a catapultam necessariamente para patamares mais altos na sua realização Pessoal e na Empresa, por um lado, e na idealização de si mesma, por outro. Quanto mais se criar cultura na Pessoa, mais a Empresa também adquire Cultura. Cultura que depois transmitirá a quem nela trabalha, contando, e não esquecendo nunca, que a Pessoa é única e irrepetível e que contém em si a singularidade a pluralidade e a variabilidade, num todo e num movimento simultaneamente para o “em si” e o “para si”. Albert Einstein (28), em “Como vejo o mundo” diz que “não basta ensinar aos homens as especialidades, pois tornar-se-ão uma máquina utilizável, mas não uma personalidade; é necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo...”. É preciso que a Pessoa mude para aprender e aprenda para mudar. O Centro de Estudos da Pessoa ao introduzir modelos pedagógicos, que procuram ir ao encontro da “Saúde” da Pessoa e do Grupo - entendendose aqui Saúde, não no sentido estrito de “não doença”, mas no sentido alargado e proposto pela OMS - , estimulando a reflexão, a criatividade, a inovação, desencadeando na Pessoa a possibilidade de dar largas à sua imaginação, já que, e citando de novo Einstein, que diz “que a imaginação é mais importante que o conhecimento, pois este tem limites, enquanto a imaginação abraça tudo, estimulando o progresso e dando origem à evolução”, ou, como diz Abdul-Karim Gili (29) “a imaginação é a substância de todos os universos”. E às vezes pensamos que há que “vender a inteligência e comprar espanto”, parafraseando Rumi. Se é importante ser-se inteligente, mais importante ainda é sentir que se é inteligente. Sentir o que se faz para se poder fazer o que se sente. E misturando o que dizia Einstein, com o que dizia Aristóteles (30) viver o verdadeiro o belo e o bom, abrindo as portas à criatividade, à pro-actividade e à inovação. ................................................................................................................ PRO|THEOS e a Metodologia dos Grupos Pascal (31) escreveu algures que existem três vias que nos abrem o conhecimento do universo: - os sentidos, a inteligência e as emoções. É através dos grupos de encontro de comunicação interpessoal que para nós Pascal faz sentido. Para o Centro de Estudos da Pessoa o Encontro é um método de relacionamento humano baseado em abertura e honestidade, consciência e responsabilidade de si mesmo, atenção aos sentimentos e às emoções e com o ênfase no aqui e agora. Desenvolve-se um ambiente de grupo e o encontro pode ser terapia, se se levar em conta a sua função de remover bloqueios para um melhor desempenho pessoal; mas também é pedagógico, enquanto procura criar condições que proporcionem uma exploração mais satisfatória das capacidades, possibilidades e potencialidades pessoais, e das relações interpessoais. O paradigma esboçado no colóquio de Stanford, com Ilya Prigogine, refere-se à necessidade de superar as contradições para se poder passar de um modelo de descrição para outro, que permita uma linguagem mais actual, capaz de estabelecer as relações como uma nova expressividade, ou se se preferir, como uma nova forma de comunicar. Este modelo é enriquecido no Programa PRO|THEOS pela: - inclusão da arte como processo de sensibilização. - inclusão de novas tecnologias no contexto terapêutico/pedagógico de desenvolvimento. Van Gogh(32) parece-nos muito ilustrativo e anunciador do que viriam a fazer pouco depois os físicos quânticos ou Heisenberg, ou ainda o que afirma Husserl acerca da confusão entre sujeito e o objecto. O verdadeiro drama do nosso tempo é que todos os mitos – possivelmente o da própria arte – se desvaneceram

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e foi a ciência que o provocou com Einstein, Planck(33), entre outros. A morte do princípio da causalidade implicou a morte da lógica, e sem uma nova lógica não é possível viver-se. Será que a lógica difusa (fuzzy-logic) dá a resposta? Com o uso das artes plásticas podemos perguntar “para que serve pintar quadros senão para exprimir humanamente o nosso próprio drama, a nossa própria dor?”. Ou será como no romance “Lord Jim” (34), em que o que interessa verdadeiramente na obra, não é nem a personagem nem o mar, mas sim o estilo. E quantos estilos de vida há numa Empresa? Até que ponto há uma preocupação em procurar o estilo que é a Pessoa, ou existe, consciente ou inconscientemente, uma busca da “persona”, que é apenas uma sua máscara, e que é a que mais convém? As pessoas têm que ser artistas, pois no dizer de Malraux(35) “só quem cria uma forma é que é na verdade um artista; quem a copia é apenas um artífice”. Há que ser um criador e não apenas um executor. Vivemos esmagados pelos meios de comunicação social que têm vários efeitos perversos na sociedade, como por exemplo a infantilização do adulto e a adultização da criança. Mas há que respeitar os tempos, que são sempre diferentes e para isso, o Centro de Estudos da Pessoa, através do programa PRO|THEOS, empenha-se em fazer ressurgir do homem, a Pessoa que dentro de si está. Com a inclusão das tecnologias, no contexto terapêutico/pedagógico do desenvolvimento pessoal, procuramos, apoiados na música e em várias artes plásticas, ir ao fundo da Pessoa, e não só ao fundo do homem. A preocupação do homem consigo próprio, com aquilo que mais intrinsecamente o faz Ser, é muito mais profunda que qualquer preocupação que o faça confrontar-se com um ter ou um estar. O escrito mais importante da Tradição acerca do homem e comentado até durante a Idade Média chama-se “Peri-psyches”, acerca da alma, de Aristóteles e não acerca do homem. Trata-se pois de uma Psico-Logia e não de uma Antropo-Logia, o que apesar de tudo o Centro de Estudos da Pessoa pretende encontrar formas de conjugar, aplicar e desenvolver. Objectivos: aumentar a capacidade e a possibilidade de ser Pessoa, dentro das Organizações, sempre numa política de humanização das mesmas.

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A abordagem do PRO|THEOS visa a actualização das potencialidades pessoais, pela facilitação das atitudes de empatia, congruência, escuta incondicional e positiva, presença e contacto interpessoal. A aplicação prática destes conceitos ao relacionamento nas Organizações tem o seguinte esquema: Nível Pessoal: Evidência de potencialidades evolutivas da Pessoa e a sua contribuição para o desenvolvimento da Organização. Nível Grupal: - Criação de grupos regulares de trabalho como fonte de desenvolvimento pessoa/ grupo. - Liderança participativa como fonte de desenvolvimento do grupo. - Facilitação de expressões emocionais como fonte de desenvolvimento e congruência dos grupos. Nível Organizacional: Trabalho de grupos de curta duração com o fim de criar uma “cultura” que se estenda e influencie a “cultura da organização”. Ultrapassagem da competitividade destruidora intra-organizacional (ganhadores/perdedores) para uma competitividade evolutiva (como ganharmos todos). Recorremos às artes em geral por nelas encontrarmos o cerne da criatividade, que se pode extrapolar sempre, para o desempenho de quaisquer actividades do dia-a-dia de qualquer pessoa. Aqui ficam algumas reflexões, porque “a arte acorda o olhar”. Uma obra literária é algo em permanente criação, é como a natureza ou o cosmos, e o criador encontra-se sempre entre o observado, ao passo que as personagens se identificam ao mesmo tempo, com a linguagem do escritor e com uma multidão de coisas observadas, através das quais, elas se multiplicam e definem constantemente. A literatura, no seu todo, é pois sempre, um “working progress” como se subintitula o Finnegans Wake(36), do célebre, embora pouco compreendido, James Joyce(37), autor do Ulisses(38), esse celta sensível e inovador. Isto implica em definitivo uma libertação do social e uma integração do escritor no filosófico e no científico. Trata-se de operar o conhecimento, sendo a literatura uma técnica do conhecer idêntica às demais, em todos os sentidos. Concentrar todo o conhecimento, ou seja, o seu passado mnemónico e sentimental, a sua sabedoria das coisas, num parêntesis eidético – numa clara referência a Platão(39) em que a essência de tudo está no mundo das ideias, tema aliás retomado pelos fenomologistas do séc. XX, principalmente em Edmund Husserl - e saltar por cima desta proeza libertadora até atingir o nível mais alto e definitivo, quase místico, que é Finnegans Wake, constitui um despertar último na autenticidade, de que o PRO|THEOS se arvora em paladino. Passando para a pintura, centramo-nos em muitos artistas, e de vários tempos, mas temos no entanto, para o PRO|THEOS como referência principal, Georges Mathien (40), para quem foram sempre os pintores que precederam as descobertas dos cientistas e dos pensadores, intuindo melhor que os outros artistas as novas significações do mundo. Para ele é evidente que todas as evoluções científicas ou filosóficas do séc. XIX foram precedidas por algumas obras do pintor inglês Turner (41), e que o Fauvismo (42) e o Cubismo (43), que datam de 1905/1907 respectivamente, anunciam tudo quanto virá a verificar-se nos campos da física de Einstein e de Heisenberg. Daí a busca de uma nova lógica, de que falaremos a seguir. Oskar Morgan-


sterrn (44), o economista austríaco considerado um dos fundadores da Teoria dos Jogos, com Newmann (45), matemático, de onde resulta a Teoria da Escolha sobre Incerteza, tão quotidianamente vivida pela pessoa comum, afirma estar convencido de que os poetas deveriam ser inquiridos acerca dos futuros destinos do mundo. Mathien refere-se a Picasso (46) a cuja grandeza atribui principalmente o ter sabido, por cinco ou seis vezes, renovar a sua linguagem. Diz ainda que se deve facultar às massas o acesso a um nível mais nobre e mais digno do ser Homem. Creio que os artistas, continua Mathien, têm nesta cruzada um quinhão muito importante e que é o de desempenhar uma função que não é de modo algum social ou política, mas simplesmente humana. “Agrada-me sobremaneira o artista multiforme, preocupado com tantas técnicas e principalmente com o equilíbrio interior do Homem perdido ou disperso num tempo confuso como aquele em que vivemos.” Seguindo para a música, também as referências, os estilos e as épocas fazem parte da base intelecto-conceptual do Programa PRO|THEOS, e tal como pensamos em Victor Frankl, e o “seu sentido para a vida”, e da criação da logoterapia a partir das suas vivências e relações interpessoais nos campos de concentração nazis, também na música temos como referência Olivier Messian (47), autor, entre outras obrasprimas, do “Quarteto Para o Fim dos Tempos”, composto num campo de prisioneiros onde apenas havia quatro instrumentos: um piano, um violino, um violoncelo e um clarinete. Diz ter sempre experimentado a necessidade de meditar sobre as noções de tempo e duração, embora os músicos também se preocupem com o ritmo. Se a música é grave, a cor correspondente é sombria. Se pelo contrário a música é aguda a cor torna-se viva. Se o som é forte a cor é mais intensa, e se o ritmo é rápido as cores mudam desordenadamente. Cada ser humano possui uma estrutura mental influenciada pela sua própria cultura. A nossa actual civilização expressa tudo através dos sons. Como Wagner (48), Messian procurou esboçar uma linguagem, que pudesse ser o leit motiv da vida contemporânea, sublinhando a condição do homem submetido à represália imediata, à lei promulgada muitas vezes não para defender a sua liberdade criativa, mas para defender um regime, uma ideia mais ou menos absurda. A música é tempo e Xenakis(49), seu discípulo baseou a sua música no Cálculo de Probabilidades e nas respostas que lhe fornecem os computadores. E passando pela sétima arte, encontramo-nos com Federico Fellini(50), onde podemos resumir o Programa PRO|THEOS ao conceito de “imagem”, ou seja, de representação, de transferência, autor - espectáculo - espectador, o que implica um acto de quase magia, de identificação ou de refixação entre uma “projecção de projecções” como diz Edgar Morin, e a outra face do círculo energético que é o público académico ou empresarial a que o PRO|THEOS se dirige. Com ele terminamos de uma forma menos pesada pois como dizia o próprio Felilini “todas as minhas películas terminam bem”, e em que até nos podemos lembrar do final da Dolce Vita. Procuramos encontrar o mundo em que pomos em movimento um mundo que se basta a si próprio, que tem o seu património e as suas leis, o seu aspecto bem definido, o seu tempo e o seu espaço um pouco como no “Oito e Meio”. Na verdade reunimos um pouco de tudo, damos a forma de um cosmos ou de um caos latente e em que deste cosmos nascerá na mente das pessoas um outro cosmos e assim sucessivamente como no quadro de um universo em permanente expansão. O som e a imagem transmitem uma mensagem imediatamente absorvível pelo cérebro, possibilitando uma maior memorização e aumentando significativamente o poder de sugestão. Em relação à filosofia que subjaz todo o “constructus” do Programa PRO|THEOS, temos como referência os mais variados filósofos e filosofias, tanto no campo do existencialismo humanista muito alemão e francês, como no campo do pragmatismo, muito mais americano. No entanto, escolhemos como referência primeira, o pensamento de Ferdinand Gonzeth(51), o criador de uma “filosofia aberta” e portanto de uma abordagem nova, de uma nova ciência e em que os seus filósofos, numa relação íntima e como conditio-sine-qua-non, se podem ver a co-existir entre a matemática e a música. Heisenberg, o prémio nobel da física mais novo da história, disse uma vez que o “experimental, por mais longe que vá, apenas conseguirá devolver ao Homem a sua própria imagem”. Uma vez que a ciência moderna tem em consideração uma realidade essencial, isto é, de que não podemos conhecer a natureza “em si”, mas apenas a resposta que ela dá às nossas perguntas, o que implica um processo permanente de interpermeabilidade entre sujeito e objecto, o sentido da investigação mudou sensivelmente de rumo e de aspecto. Estamos a antropomorfizar a natureza. “Assim, escreve Heisenberg, também nas Ciências da Natureza o objecto de investigação não é a natureza em si, mas a natureza face à problemática humana”, pelo que também aqui o Homem volta a encontrar-se perante si mesmo. Emmanuel Kant afirmava que a nossa razão compreende e aceita somente o que é capaz de projectar. Por isso acabámos por considerar uma física metafísica e relacionar as ciências exactas, pela primeira vez desde há dois mil anos, com outras ciências subjectivas como a linguagem, a história, a sociologia, a psicologia, que completam a física e a reduzem à possibilidade do sujeito, ou seja, do ser humano. O Homem tem de ter os seus problemas, comuns a todo e qualquer ser humano e de se colocar abertamente e desperconceituadamente numa nova perspectiva humanista e fenomenológica, deixando de perseguir falsos problemas. “Ser é ser diferente”, como deixou dito Karl Jaspers, e, com o

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Programa PRO|THEOS, acreditamos e apostamos que é pelas diferenças bem conjugadas que o mundo “pula e avança”. O Programa PRO|THEOS também tem referências a determinadas formas de pensar a ciência, como tem formas muito próprias de também sedimentar todo o pensamento científico que subjaz à sua construção e à sua forma de aplicação. Já falámos em caos, ciências cindínicas e fizemos referência à lógica difusa. Mas há várias outras abordagens possíveis, na ciência actual a que podemos recorrer. Stefan Lupasco(52), físico e matemático, pergunta a certa altura: “Que género de universo é este, se a matéria deixou de ser uma? Em que mundo começamos a viver, se os princípios estabelecidos por Aristóteles - o Princípio da Causalidade, o Princípio da Identidade e o Princípio da Não Contradição - se revelaram caducos e marginais - , se a própria Teoria da Relatividade aparece hoje como um prolongamento da física clássica, se por detrás da matéria existe uma antimatéria, e dentro do universo em que vivemos, se esconde, como uma sombra invisível, um anti-universo tão gigantesco como o seu irmão e inimigo, e que espécie de átomo é este que se deixa cortar e dividir até ao infinito, quando o próprio conceito de “átomo” significa indivisível e foi confundido desde Demócrito até hoje, como a primeira e mais pequena unidade da matéria? E como é possível então continuar a viver em sociedade segundo leis e ideologias justificadas por uma ciência que deixou de o ser, sobre uma lógica e uma filosofia em mudança constante e numa permanente busca de certezas. Werner Heisenberg e o seu “princípio da incerteza” trás para o PRO|THEOS a certeza de que é inovando e criando estruturas cada vez mais saudáveis e equilibradas na Pessoa, fazendo com que saiba cada vez mais e melhor viver a Arte de Viver, que todos nós podemos encontrar no mundo em que vivemos a possibilidade de transformação, de adaptação e de actualização das nossas potencialidades. ................................................................................................................ 14 PRO|THEOS e a Arte Para o Programa PRO|THEOS, as artes plásticas são as transformações expressivas em que se utilizam técnicas de produção, que manipulam materiais para construir formas e imagens. O surgimento das artes plásticas está directamente relacionado com a evolução da espécie humana, daí a arte como factor primordial de desenvolvimento pessoal. A arte, do latim ars, artis, palavra por sua vez oriunda do grego, é entendida de uma maneira geral como qualquer actividade ou produto realizado pelo homem, com uma finalidade estética ou comunicativa. É através da arte que se expressam ideias, emoções, sensações ou, de uma maneira geral uma visão do mundo - a que os alemães chamam Weltanschaung - , socorrendo-se de recursos variados, como os plásticos, linguísticos, musicais ou fruto de uma qualquer conjugação entre eles. A arte é um componente fundamental da cultura, reflectindo na sua concepção os substractos sócio-económicos, a transmissão de ideais e valores, inerentes a toda e qualquer cultura humana, ao longo do espaço e do tempo. Há que considerar que com o aparecimento do homo sapiens, a arte teve no princípio, uma função fundamentalmente mágica, ritual e religiosa, mas estas funções foram mudando com a evolução do ser humano, adquirindo uma componente estética e uma função social, pedagógica, comercial e até simplesmente de ornamentação dos espaços de habitação ou públicos. “Pondo em paralelo religião e arte, direi que se há seres humanos “sem fé” os ateus ou os agnósticos - , num quadro de normalidade não parece haver, nem ter havido, seres humanos “sem arte”. Um facto que, por si só, se me afigura poder traduzir a evidência da utilidade da arte no processo de desenvolvimento deste singular ser vivo”,João de Freitas Branco(53). No PRO|THEOS quando recorremos à música, recorremos como a arte da combinação de sons e de silêncios numa construção matemática que aplicamos à própria estrutura humana, no seu sentido mais lato. A música faz com as notas organizadas pelo


compositor e tocadas por um intérprete/instrumentista, num violino por exemplo, algo de fundamentalmente semelhante ao que faz um pintor utilizando linhas, traços, cores, sobre a superfície de uma tela. Às imagens pictóricas construídas pelo artista plástico correspondem, na arte orfeica, as imagens musicais, sonoras. “Neste ponto não se pode deixar de evocar esse exemplo maior do paralelismo entre pintura e música que é a obra para piano “Quadros de Uma Exposição”(54) composta pelo russo Modesto Musorgsky(55), em 1874, toda ela construída a partir da exposição das obras do pintor Victor Hartmann(56), amigo pessoal do músico”. “Na música - ao contrario de outras artes - não existe um conteúdo face à forma, porque não tem forma alguma fora do conteúdo. Quando a alguém se quer expor o “conteúdo” de um motivo, há que tocar-lhe o próprio motivo”. “Já não é possível separar as ciências cognitivas da tecnologia cognitiva sem privar cada uma delas de elementos que lhes são vitais. O encontro fecundo entre investigadores, tecnólogos e o grande público é fundamental para desenvolver o funcionamento do espírito humano, o comportamento animal e os desempenhos do computador, examinados no âmbito de uma abordagem conjunta dos fenómenos de percepção, de (re) conhecimento e de compreensão.” Francisco Varela Neurobiólogo e Epistemólogo chileno, membro do Instituto de Neurociências da Universidade de Paris VI “Tomando como base determinados objectos, cuja forma é muitíssimo rugosa, porosa ou fragmentada a qualquer escala, objectos a que chamamos fractais concebem, desenvolvem e utilizam uma nova geometria da natureza e do caos, que tem ensinado os sábios - e os outros! - a ver o mundo de uma forma diferente.” Benoît Mandelbrot Doutor em ciências matemáticas Felow no IBM Thomas J. Watson Research Center in “Objectos Fractais”

“Centrada nas ciências humanas, a história do saber torna-se uma história da descoberta da humanidade do Homem. Esforça-se por destacar a unidade interna que garante, ao longo dos séculos, a coerência da imagem do mundo.” “[...], a história do saber vê em qualquer conhecimento a expressão de uma presença no mundo e de um estilo de vida. O grande fulcro da consciência ocidental é marcado pela renovação das mentalidades em que cada uma das quais atesta uma forma de sensibilidade estética [...]” Georges Gusdorf Filósofo e Epistemólogo francês marcado pela filosofia de Søren Kierkegaard e de Karl Barth “A maior imoralidade é exercer um ofício sem dele saber nada.” Napoleão Bonaparte Imperador francês “A sua visão só se tornará clara quando poder olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro acorda.” Carl Gustav Jung psiquiatra suíço | fundador da psicologia analítica.

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Programa 1 – O Plano Inclinado Damos connosco a viver muitas vezes num plano inclinado, sem se saber onde ele conduz, e sem se saber como inverter-lhe o sentido. O Segundo Princípio da Termodinâmica, leva-nos ao conceito de entropia, palavra grega que significa unidade, e que é uma grandeza termodinâmica que mede o grau de irreversibilidade de um sistema, associado ao que se denomina por “desordem”. Começamos por abordar o plano individual em que nos propomos aproveitar a desordem inerente à simples condição de se estar vivo, mas em tendência actualizante, para se poder evoluir, ir mais longe e mais depressa, enquanto caminho a percorrer até à ordem. 2 – O Vazio Abordamos o desalento, a falta de esperança, o desconforto, a própria frustração, como factores desencadeadores da necessidade de olhares mais positivos, como luta pela sobrevivência, sobretudo no campo das ideias e dos afectos, buscando na capacidade adaptativa e de auto organização de todo o ser vivo, a possibilidade de fazer pontes e de desfazer muros. De silêncios e de sons se faz a música, pois é da sua alternância e da sua combinação aproveitadas, que surge a harmonia, a sinfonia, o equilíbrio. 3 – A Reconstrução Como necessidade/possibilidade intrínseca à existência humana, de alterar rotas, de as corrigir e de se poder direccionar para novos objectivos, com novos e diferentes olhares reorganizativos. A reconstrução é um processo que remete para a própria natureza, já que em todo o ser vivo há um permanente fazer e refazer, num desenvolvimento responsável pelo equilíbrio bio-físico-químico, e por extensão, relacional e social, neste caso, da pessoa enquanto Pessoa. 4 - O Pormenor É na atenção posta no caminho que se quer percorrer, que nada passará ao lado, para em tudo se poder encontrar alguma coisa, que se pretende certa no momento certo. Está dito e redito que as sociedades tecnologicamente avançadas devem o seu progresso actual, e mais ainda o deverão as do futuro, às aplicações práticas da ciência, logo, do rigor e da precisão. “Small Is Beautiful”, é uma obra de economia de E.F. Schumacher (57), que fez sucesso na crise energética de 1973 e na emergência da globalização, e em que com “Um Guia para os Perplexos” se faz uma crítica ao cientismo materialista como uma exploração da natureza e da organização do conhecimento. O Pormenor é exactamente o contraste com o “bigger is better”. 5 – A Obra A Obra é o ponto de encontro entre o sonho e a realidade, encontrando o sentido subjacente ao empenho no estudo de uma qualquer disciplina, ou no desempenho de uma qualquer tarefa. Aqui se faz a distinção entre saber e sabedoria, enquanto resultado que se alcança por se saber o que fazer com aquilo que se sabe. O desenvolvimento é um todo unitário que tende para um ponto a alcançar pelo Homem que procura de alguma maneira o seu “telos” (fim). Na Odisseia(58), Ulisses, fala de como a certa altura “sentiu o perfume a lenha de cedro e incenso”, o íman que pode levar à imobilidade, criando a ilusão de um ser acomodado, quando todo o homem é chamado precisamente para o contrário, para a navegação até ao encontro daquilo que é mais constituinte do seu ser. E a Obra pode estar simplesmente no Ser. 6 - A Concretização É a aspiração de todo aquele que pensa e faz tudo para alcançar o que se propôs concluir, para daí poder tirar dividendos, sejam eles materiais, intelectuais ou outros. Há que aceitar, e parafraseando Píndaro, que sendo o absoluto inatingível, se podem e devem, no entanto, esgotar as fronteiras do possível. O herói não fica na história apenas pelas vitórias bélicas, mas sobretudo pela superação de si mesmo na incansável busca da perfeição nas suas acções. Numa segunda abordagem do Programa PRO|THEOS, centramo-nos numa reflexão/interiorização de cinco pontos, passíveis de desdobramentos.

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Programa 2 – A Arte e o Cérebro Como relação matricial do processo de aprendizagem, em que a nossa herança cartesiana nos faz pensar apenas de uma forma lógica, linear, sequencial, deixando de lado as emoções, a intuição, as sensações, a capacidade de ser criativo e ousado para romper com o instituído e procurar soluções diferentes. É neste sentido que o Programa PRO|THEOS aposta em saber explorar o hemisfério direito do cérebro, em que a estimulação é feita fundamentalmente pelo experienciar dos sentidos das Artes. A partir da ideia de que além de termos um corpo, somos um corpo, é através das Artes que encontramos a forma de colocar o corpo entre o sentido e os sentidos, sendo que o corpo é, antes de mais nada, um corpo de necessidades e recorrendo à abordagem que António Damásio(59) faz de “O corpo, a Emoção e a Neurobiologia da Consciência” e de “As Emoções Sociais e a Neurologia do Sentir”. 2 – Incentivar o Enriquecimento Cultural Como base para a capacidade de ter olhares diferentes sobre as situações, com que permanentemente nos confrontamos, é com o incentivar o enriquecimento cultural, que melhor se poderão também saber encontrar e desenvolver soluções diferentes. Procuramos encontrar na ciência como cultura, exigente e rigorosa, o papel fundamental para a criação de uma nova mentalidade e uma consciencialização imprescindível no lançamento de qualquer acção coerente e determinada. Outro médico português que estudamos para poder desenvolver e aplicar no PRO|THEOS o seu pensamento, Francisco Sanches(60), diz mesmo que não há cultura sem diálogo, sem abertura ao outro. Mas acima de tudo, sem um constante questionar das certezas feitas de que é feito o saber dos que mais se enganam, pensando esclarecer os outros. E, citando Fichte(61), “a filosofia que se professa depende do que se é como pessoa”. Pôr cada vez mais à disposição da sociedade o como poder saber mais, é fundamental, senão a pedra de toque de que uma pessoa precisa para se afirmar cada vez mais como Pessoa. Francisco Sanches diz mesmo que “contribui para aumentar a nossa ignorância o facto de nos serem inacessíveis algumas coisas”, e que “todo o nosso conhecimento vem dos sentidos”. A cultura basta a todo o mundo e a ela não lhe basta o mundo todo. 3 - Cibernética e Pormenor 18 O Programa PRO|THEOS aposta no conceito de que cada Pessoa deve ser um ciberneta, termo que tem origem na antiguidade clássica grega e que significa timoneiro ou aquele que é capaz de governar, e que está apto, pois, a corrigir a rota sempre que necessário, tanto no seu barco interior como naquele em que navega. É numa constante correcção que se pretende pormenorizada, que acentamos o percurso para a descoberta e para o encontro do “em si” com o mundo circundante. Há que buscar, já que aceitamos que uma filosofia, ou por outras palavras, uma ideia, e não um amontoar de opiniões, é sempre um problema a esclarecer e nunca assunto esclarecido. E continuando com Sanches também cremos “que é vão o saber que não radique imediata e exclusivamente na empiria das sensações”. 4 – Liderança Temos como certo, se é que alguma coisa alguma vez se pode ter como certa pois estudamos Francisco Sanches e ele escreveu o célebre “Quod Nihil Scitur”, ( que nada se sabe), o que nos obriga a parar para pensar, que o verdadeiro líder é aquele que é capaz de explorar e aprofundar os conhecimentos dos outros, para os fundir e deles aproveitar tudo aquilo que neles haja de qualidades essenciais para inspirar, comunicar (pôr em comum) e fazer prevalecer decisões tomadas com a aceitação de todos. Liderar é saber aproveitar as várias culturas que o rodeiam e ter a coragem de agir depois de ter purgado tudo o que de supérfluo nelas possa existir e valorizado tudo aquilo que é o essencial. 5 – Religar Conhecimentos O mundo global e a globalização do mundo, de que nos orgulhamos de ter sido precursores, obriga-nos a pensar que tudo o que se sabe está em saber fazer, mas que sem o fazer saber nada se sabe. Deveremos entrar num novo ciclo libertador e desencadeador de uma religação de conhecimentos, capacitadora de fazer saber, e assim , ser-se capaz de por fim se poder separar, e cada vez mais, o saber da sabedoria. Com o Programa PRO|THEOS, incentiva-se ao percurso dessa busca de saber, criando sabedoria, no encontro das artes e das ciências, na incidência sobre os problemas epistémicos, a começar pelo dos conceitos e operadores transversais. Entendemos a religação de conhecimentos como resultado da possibilidade que entendemos ter no Programa PRO|THEOS de olhar o mundo de uma forma interdisciplinar e transdisciplinar.


“A nossa vida quotidiana está cada vez mais ligada, às diferentes figuras do projecto. Estas figuras e respectivas variantes introduzem-nos num universo móvel marcado por contornos vagos e por uma carga de incerteza: o universo das intenções destinadas a inflectir uma realidade recalcitrante e paradoxal. O que é que o projecto nos ensina sobre a condição humana quando esta se preocupa com “fazer acontecer”?” Jean-Pierre Boutinet in Antropologia do Projecto Professor no Instituto de Psicologia e Ciências Sociais em Angers ................................................................................................................ “As últimas descobertas científicas mostram que todas as formas de vida - desde as células mais primitivas, suas empresas e estados nacionais, até mesmo à sua economia global - organizam-se segundo o mesmo padrão e os mesmos princípios básicos: o padrão em rede.” Fritjof Capra Físico da Teoria dos Sistemas e Investigador em Física das Partículas, austro-americano, autor, entre outros, do best seller “O Tao da Física”. ................................................................................................................ “As ciências da vida regulam a nossa vida - esta parece ser, actualmente, a opinião cada vez mais geral, numa mistura de fascínio e receio. Assim não será urgente interrogarmonos sobre esta posição? Umas vezes divinizada, outras considerada diabólica, é a imagem caricatural da biologia.” Henri Atlan Bio-físico e filósofo francês, interessou-se pela Teoria da Informação, pela Auto Organização e pela Cibernética. ................................................................................................................ “O dilúvio comunicacional” vai originar uma glaciação do espírito? O ciberespaço, a interactividade tornaram-se nos novos hábitos da cultura? Na verdade, as redes de informação demolem as fronteiras traçam os contornos virtuais daquilo a que se chama “a aldeia global”. Estaremos a ser guiados por um universalismo de novo tipo?” Pierre Lévy Filósofo e Professor na Universidade de Quebeque, Canadá ................................................................................................................ “[...], graças a elas, às revoluções biológicas, o Homem tem hoje o poder de se mudar a si próprio.” Jean Bernard Presidente da Comissão Francesa para a Ética das Ciências

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1 - Martin Heidegger Filóso alemão, conhecido pelas suas explorações sobre o SER, através de uma abordagem existencialista-fenomenológica. Autor entre outros de “O Ser e o Tempo”. 2 - Werner Heisenberg Físico alemão, foi o mais novo Prémio Nobel da Física de sempre, autor de “Diálogos sobre Física Atómica”. 3 - Fritjof Capra Físico da Teoria dos Sistemas e Investigador em Física das Partículas, austro-americano, autor, entre outros, do best seller “O Tao da Física”. 4 - Marguerite Yourcenar Escritora belga, a primeira mulher a entrar para a Academia francesa. Uma das suas obras mais conhecidas é “As Memórias de Adriano”. 5 - Jean pierre Dupuy Engenheiro, epistemólogo e filósofo francês, autor de “Ética e Filosofia da Acção”. 6 - Ilya Prigogine Físico-químico belga de ascendência russa, foi Prémio Nobel da Química em 1977, pelos seus trabalhos em “Estruras Dissipativas”. 7 - Henri Atlan Bio-físico e filósofo francês, interessou-se pela Teoria da Informação, pela Auto Organização e pela Cibernética. 8 - Jacques Attali Francês, economista, escritor e conselheiro de estado , tem mais de 50 obras publicadas. 9 - Carl R. Rogers Psicólogo e filósofo americano um dos pioneiros da Psicoterapia e fundador da Abordagem Centrada. 10 - Hedmund Husserl Filósofo e matemático austríaco, fundador da escola filosófica de fenomenologia do século XX. 11 - Martin Buber Filósofo austríaco-judeu, conhecido pela sua filosofia do diálogo. 12 - William James Psicólogo, filósofo, físico e pedagogo americano. 13 - John Dewey Psicólogo e filósofo idealista norte americano, fundador da Escola de Chicago do Pragmatismo, teve também influência na sociologia , na estética e na pedagogia. 14 - Richard Rorty Filósofo norte americano, professor de Literatura comparada, fundador do neo-pragmatismo. 15 - Edgar Morin Filósofo, sociólogo, epistemólogo francês, muito conhecido pela sua abordagem transdisciplinarnos seus trabalhos, escreveu mais de 40 livros sobre os mais variados campos das ciências humanas. 16 - Karl Jaspers Psiquiatra e filósofo existencial alemão. 17 - Emmanuel Kant Filósofo alemão, autor da “Crítica da Razão Pura”, uma das maiores obras de filosofia moderna. 18 - Rumi Poeta, jurista, filósofo e teólogo persa, do século XIII. Em 2007 foi considerado o poeta mais popular na América. 19 - Victor Frankl Neurologista e psiquiatra austríaco, sobrevivente do holocausto, criador da logoterapia e da psicoterapia existencial, assenta o seu pensamento na busca de um sentido para a vida. 20 - Eduardo Galeano Poeta, novelista e jornalista Uruguaio, combina a ficção, o jornalismo, a análise política e a história. 21 - Ortega y Gasset Filósofo espanhol, professor de psicologia, lógica e ética, influenciado pelo neo-kantismo. 22 - Boris Cyrulnik Neurologista, psiquiatra e etólogo francês, conhecido pela sua Psicologia da Resiliência.

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23 - Louis de Broglie Príncipe de Broglie, físico e académico francês, criador da mecânica ondulatória. 24 - Claude Debussy Compositor francês que nas suas investigações harmónicas, recitativos e na sua rate inovadora (evocadora), renovou em parte a linguagem musical. 25 - Aldous Huxley Escritor inglês, autor do “Admirável Mundo Novo”, profetizou com George Orwell o Mundo Actual. 26 - Georges Orwell Pseudónimo de Eric Arthur Blair, autor do “Triunfo dos Porcos” e do “1984”, em que cria o Big Brother, como senhor de uma sociedade concentracionária. 27 - Píndaro Poeta grego, célebre pelo arrojo das suas metáforas e pensamentos. 28 - Albert Einstein Físico teórico alemão | prémio Nobel da Física | eleito em 2009 por 100 físicos de renome, como o mais memorável físico de todos os tempos. 29 - Abdul-Karim Gili Poeta e filósofo árabe. 30 - Aristóteles Filósofo grego, discípulo de Platão e mestre de Alexandre, o Grande da Macedónia. 31 – Blaise Pascal Matemático, físico e filósofo francês do século XVII, também célebre pelos “Pensamentos”. 32 - Vincent Van Gogh Pintor holandês que tentou retirar o máximo de intensidade e de vibração das suas naturezas mortas, retratos e paisagens. 33 - Max Planck Prémio Nobel da física, está na base da física quântica. 34 - “Lord Jim” Célebre novela de Joseph Conrad. 35 - André Malraux Escritor francês, autor de “A condição humana”, crítico de Arte e ministro da cultura do presidente Georges de Gaulle 36 - Finnegans Wake Obra de ficção-cómica de James Joyce, considerada uma das obras mais difíceis de ficção em língua inglesa. 37 - James Joyce Poeta e escritor irlandês, considerado o mais influente do modernismo avant-garde, célebre pelo “Ulisses”, de leitura extremamente difícil. 38 - Ulisses Em grego Odysseus, rei lendário de Ítaca e autor da Odisseia. 39 - Platão (de seu verdadeiro nome Aristócles) Filósofo e matemático da Grécia Clássica, foi o fundador da Academia de Atenas, discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles. 40 - Georges Mathien Pintor francês fundador da Abstracção Lírica ou da Arte Informal. 41 - William Turner Pintor romântico londrino | considerado por alguns como precursor do Impressionismo, por se entregar à embriaguez da luz em detrimento das formas. 42 - Fauvismo Movimento da pintura francesa, inspirado em Matisse, considerado selvagem (fauve), nome herdado da expressão “Um Donatello no meio das feras”. 43 - Cubismo Movimento pictórico francês encabeçado por Picasso, Braque e Gris. Não é um “ismo”, mas a ruptura definitiva com a pintura tradicional.


44 - Oskar Morganstern Economista alemão que com Jonh von Neumann funda a Teoria dos Jogos. 45 - John von Neumann Matemático húngaro-americano que contribuiu para a Teoria dos Jogos, Teoria dos Conjuntos, Mecânica Quântica, Ciência da Computação, entre outros. 46 - Pablo Picasso Pintor, escultor, ceramista, desenhista e poeta, co-fundador do cubismo com Georges Braque. 47 - Olivier Messiaen Compositor francês, organista, inspirou-se na música grega antiga e na música hindu. Inovador na música serial. Como ornitólogo compôs também com base no canto dos pássaros. 48 - Richard Wagner Compositor, director de teatro e ensaísta alemão escreveu o libreto de todas as suas obras musicais. 49 - Yánnis Xenakis Arquitecto, chegou a trabalhar com Le Corbusier e compositor grego nascido na Roménia, foi um dos criadores da música estocástica (serial) baseado na Teoria dos Jogos de Neumann. Terretektornh é uma peça célebre por requerer a dispersão dos músicos por entre o público assistente. 50 - Federico Fellini Cineasta italiano, eternizado pela poesia dos seus filmes. 51 - Ferdinand Gonzeth Filósofo, geómetra e fenomenólogo que com Gaston Bachelard desenvolveu a Filosofia do Conhecimento. 52 - Stefan Lupasco Filósofo das Ciências, físico e matemático romeno, preocupou-se com uma nova Weltannschauung, ou visão do mundo, a partir das novas descobertas científicas. 53 - João Freitas Branco Filósofo, professor e investigador, crítico de ópera, autor dos programas radiofónicos “Filósofo na Ópera” e “Música e Ideias”, e das obras “O Músico Filósofo” e “Música e Transformação”. 54 - “Quadros de uma Exposição” Suite para piano de Modest Mussorgsky, a partir de dez quadros expostos numa exposição depois da morte do seu autor, Viktor Hartmann, amigo de Mussorgsky. 55 - Modesto Mussorgshy Compositor russo que foi um inovador na música romântica russa do século XIX 56 - Viktor Hartmann Arquitecto e pintor russo. 57 - E.F. Schumacher Economista e estatístico inglês, que teve grande influência na economia do pós-guerra. 58 - Odisseia Poema épico atribuído a Ulisses, que narra o seu regresso a Ítaca depois da Guerra de Tróia. 59 - António Damásio Cientista português, professor em Iowa, no Salk Institute, reconhecido internacionalmente pelos seus trabalhos em neurologia. 60 - Francisco Sanches Médico português (séc XVI / XVII ), terá influenciado o pensamento de Bacon, Descartes e Kant. 61 – Jhoann Gotlieb Fichte Filósofo alemão, 2ª figura no tempo, a seguir a Kant. Pensou o idealismo clássico, a figura do sujeito singular e a natureza empírica.

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José Manuel Arrobas José Manuel Arrobas, desde os 10 anos que lê, que lê muito, quase compulsivamente os mais variados estilos, e sobre as mais variadas disciplinas. Interrompeu os estudos para durante 5 anos fazer o Serviço Militar, metade na Guerra do Ultramar, em Moçambique. Depois influenciado pela “beet generation”, também pôs um saco às costas e partiu, como Jack Kerouak, à boleia pelo mundo, sobretudo pelo seu mundo interior, e só aos 28 anos recomeçou a estudar. Licenciou-se em Gestão de Recursos Humanos e Psicologia das Organizações, enquanto fazia formação em Psicoterapia Antropoanalítica. Acabou como Psicoterapeuta Titular pela Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Centrada, de que foi um dos fundadores. Fez pós-graduações (parte curricular) em História Social e Económica das Culturas e Mentalidades e em Ecologia Bio-Social e Humana em Saúde. Deu aulas no Ensino Superior e introduziu em Portugal a Licenciatura em Psicopedagogia Clínica, dando origem à recente profissão em Portugal, de Pedagogo Clínico. Fez um Mestrado na Alemanha em Pedagogia da Saúde e é Doutor em Psicologia, Sociologia e Pedagogia pela Universidade de Bucareste. Como investigador, co-desenvolveu o Programa Ankyra, em Saúde Mental, com o apoio do Ministério da Ciência e do FEDER (UE) e o Programa Proteus para o Desenvolvimento Pessoal e Actualização de Potencialidades em Escolas e em Empresas, com recurso à Ciência, às Artes Plásticas e à Música. É autor de duas séries televisivas (RTP1), e participou em vários programas tanto na TV como na RDP, em jornais e revistas. Tem publicados seis livros de ficção, poesia e psicoterapia.

Pedro Mateus Interesse na área do tratamento de pessoas com doença mental grave e acompanhamento de famílias. Formação nas áreas da Psicoeducação, intervenção precoce na psicose e cuidados integrados para pessoas com doença mental grave. O trabalho recente, (últimos 4 anos) foi desenvolvido na área da organização de serviços, nomeadamente no Ministério da Saúde, integrando a equipa responsável pela implementação do Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016. Enquadrada nessas funções, está, de igual forma, a participação nos programas nacionais de formação para profissionais de saúde mental, o desenvolvimento de recursos humanos a nível nacional e a representação do Ministério da Saúde junto da Comissão Europeia e da Organização Mundial da Saúde. A área da organização de serviços de saúde mental, especialmente no tema da implementação de práticas, serve, de igual forma, de base à investigação de Doutoramento que está a ser desenvolvida na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Gonçalo Leandro Gonçalo Leandro nasceu a 10 de Março de 1975 em Lisboa. Formou-se no Instituto de Artes e Ofícios da FRESS - Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, tendo feito mais tarde uma pós-graduação em conservação e restauro | peritagem de mobiliário e obras de arte na ESAD - Escola Superior de Artes Decorativas também da FRESS. Desde 1997, tanto em território nacional como no estrangeiro, integrou diferentes equipas como técnico e /ou coordenador, na área de conservação e restauro, entre elas, a da Royal Collection com a qual ao longo de dois anos desenvolveu trabalho no Palácio de Buckhingham em Inglaterra. EM 2003 fundou a WOA - Way of Arts, um projecto denominado de Engenharia Cultural, no qual assume a função de CEO. Dedicado à investigação de novos materiais, técnicas e métodos de gestão em desenvolvimento pessoal, que contribuam para um posicionamento distinto da WOA no panorama empresarial, participa regularmente em palestras, conferências, exposições e feiras de arte, tanto a nível Nacional como Internacional.

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