Aboutblank 01

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Nยบ 1 | OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO | 2009

arquitectura

design

S11 Office Complex

Cardboard Office Interior

ecos

about:now

J. Mayer H. Architects

White House Redux

Jorge Rocha Antunes

about:museus

Porsche Museum

Delugan Meissl

Alrik Koudenburg + Joost Van Bleiswijk

Prada Transformer OMA

about:hoteis

Juvet Landscape Hotel JSA


EDITORIAL Intencionalmente on-line, a About:blank pretende colmatar uma lacuna na realidade editorial nacional, uma publicação que propositadamente não emprega os meios editoriais convencionais. Sem descurar a divulgação dos grandes nomes contemporâneos da arquitectura e design, a about:blank propõe dar a conhecer os autores emergentes, que acredita virem a ser marcantes no desenrolar do nosso século. Mais importante que o mero registo da actualidade, é a reflexão sobre a evolução das novas linhas de pensamento e tendências conceptuais na arquitectura e design. About:blank é um projecto que conheceu o seu início num momento de crescente interesse por parte do público, em relação às novas tecnologias e meios de comunicação, nomeadamente a internet - veículo por excelência para a divulgação dos mais variados conteúdos. Com os olhos postos no futuro, em consonância com a crescente preocupação ecológica e de sustentabilidade, esta publicação é actualizada semanalmente e no final de cada trimestre, todos os artigos são reunidos e compilados para criar um número completo em formato digital – porque a About:blank é uma revista feita de informação e não de papel.


ARQUITECTURA

LetterBox House

McBride Charles Ryan

Reflection of Mineral

Yasuhiro Yamashita | Atelier Tekuto

Songzhuang Artist Residence

DnA _Design and Architecture

S11 - Office Complex J. Mayer H. Architects

10 Hills Place

Amanda Levete Architects

House before House Sou Fujimoto Architects

View House

Johnston Marklee & Associates + Diego Arraigada Arquitecto

Perforated House

KUD | Kuvellaris Urban Design

Garden & Sea Weekend House

Takao Shiotsuka Atelier

Vivienda Unifamiliar en Casa de Campo

A-cero, joaquin torres architects

Tiberio Thermal Baths Moneo Brock Studio SL


ARQUITECTURA Projecto: Letterbox House | Localização: Blairgowrie, Australia | Data: 2008

Letterbox House é como um meio espaço, meio fechado, meio aberto.. Assemelha-se a um órgão gigante multi-sensorial, onde o sol, céu, brisa, som e cheiro do mar, são assimilados para o interior da casa, de forma a recordar-nos daquilo que realmente importa. Para alguns, assemelha-se a um barco tombado e para outros a uma onda ou encosta. A todos os que se questionam sobre essa matéria o autor defende que o edifício é exactamente aquilo que vêem e interpretam. O local onde é implantada a residência, é um lugar de informalidades e anti-convenções. Um dos objectivos deste projecto foi o afasta- mento das convenções arquitectónicas, dirigindo-se antes para as disciplinas paralelas, tornando-se ambíguo.

Podemos questionar o que é e onde fica a porta de entrada, mas segundo o autor uma casa de férias não necessita de porta de entrada, cada um encontra a sua forma de entrar. Na intenção e qualidade de casa de férias onde o objectivo principal é relaxar e descansar, a iluminação zenital, do fim de tarde, cria um momento de brilho dourado na parede externa. No interior, na face oposta ao plano dourado, as paredes surgem em vermelho vivo. O suporteestrutural e o próprio sistema irregular de prateleiras aqui presente proporcionam um espaço distinto que com o tempo e por intermédio das memórias e demais práticas quotidiana duma família australiana, se transformará naturalmente num ambiente personalizado.

Robert McBride, arquitecto, nasceu na Austrália a 4 de Setembro de 1960, tendo concluído

o curso de Arquitectura em 1985, e respectivo mestrado em 1993, pela RMIT. Em 1988 funda o atelier McBride Charles Ryan onde, até á actualidade, apresenta um vasto currículo de prémios como é exemplo A.I.A. National Annual Awards e A.I.A. Victorian Chapter Annual Awards, entre outros, sendo ainda frequentemente convidado a dar aulas em diversas universidades australianas. www.mcbridecharlesryan.com.au

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Debbie-Lyn Ryan, designer de interiores, nasceu na Austrália a 20 de Setembro de

1959, tendo concluído o curso de Artes pela Monash University. Após o curso, recebeu diploma de Design de Interiores e Certificação em Matéria Visual pela Melbourne College of Decoration. Em 1988 junta-se ao atelier McBride Charles Ryan, onde entre 1988 até à actualidade participa em várias exposições relacionadas com arquitectura, além de ter ainda recebido inúmeros prémios tais como A.I.A. National Annual Awards, A.I.A. Victorian Chapter Annual Awards, Dulux Colour Awards, entre outros.

Colaboração: Adam Pustola, Meredith Dufour, Michael McManus, Angela Woda, Matthew Borg, Fang Cheah, Flynn Lewer


ARQUITECTURA Projecto: Letterbox House | Localização: Blairgowrie, Australia | Data: 2008 © John Gollings - GollingsPidgeon

© John Gollings - GollingsPidgeon

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ARQUITECTURA Projecto: Letterbox House | Localização: Blairgowrie, Australia | Data: 2008 ©John Gollings - GollingsPidgeon

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©John Gollings - GollingsPidgeon


ARQUITECTURA Projecto: Letterbox House | Localização: Blairgowrie, Australia | Data: 2008

©John Gollings - GollingsPidgeon

©John Gollings - GollingsPidgeon

©John Gollings - GollingsPidgeon

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ARQUITECTURA Projecto: Letterbox House | Localização: Blairgowrie, Australia | Data: 2008

LEGEND 1 LETTER BOX 2 SERVICE YARD 3 GARAGE 4 BEDROOM 1 5 HALL/ LOUNGE 6 BEDROOM 2 7 COURTYARD 8 LIVING/DINING 9 DECK 10 BATHROOM 11 BEDROOM 3 12 LAUNDRY 13 RUMPUS 14 VOID 15 MASTER BED

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Alçado Sudoeste Corte AA

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ARQUITECTURA Projecto: House before House | Localização: Cidade de Utsunomiya, Prefeitura de Tochigi, Japão | Data: 2008

“House before House” localiza-se numa área residencial da cidade japonesa de Utsunomiya, concebida para uma ocupação de duas a quatro pessoas. Para este projecto, Sou Fujimoto procurou criar um lugar que sugerisse um “futuro primitivo”, simultaneamente novo e da idade pré-histórica, concebido como uma novidade, algo imprevisto mas que no entanto assume a forma aparente e inequivocamente semelhante a uma casa. Na cobertura formada por quartos em forma de caixas, reduzidas ao mínimo na sua escala, crescem árvores de elevada dimensão. Estas caixas, onde são plantadas árvores no topo, são empilhadas umas sobre as outras de forma aleatória, permitindo o emergir reminiscente de uma pequena montanha ou vila, espontânea e natural. Quartos individuais são elementos do espaço habitável, mas existem igualmente vários espaços sociais, tais como espaços externos à semelhança de uma cave. Alguns dos quartos/caixas, encontram-se separados, dispondo de acesso através dos jardins. Na vida diária dos seus habitantes, é possível a descoberta e apropriação dos diferentes espaços que acabam por se fundir uns nos outros como é o caso do espaço interior e exterior, quarto e jardim, escada e árvore, etc.

Pretende-se a libertação do aparente espaço comum, contudo precioso na sua totalidade pelo acto de habitar através da nova forma de habitação singular. Exemplos desses são: uma árvore a crescer sobre a cabeça; poder tocar numa árvore apenas a poucos metros abaixo dos pés; poder atravessar para um quarto/montanha através de uma escada transformada em ponte; ou sonhar acordado no “posto de observação”, um espaço externo localizado sobre um quarto flutuante. Fujimoto defende que uma casa não tem de ser necessariamente uma casa. Uma casa é um lugar para a vivência humana. No entanto, um lugar destinado à vivência humana não é obrigatoriamente uma casa. Nesta mesma linha de pensamento, o ser humano é encarado como uma entidade que vive dentro de um território muito mais vasto, o qual inclui também habitações. Quando se investiga as suas origens, habitações e cidades terão sido necessariamente indistinguíveis. E se for esse o caso, então é possível conceber um espaço que é simultaneamente uma habitação, uma cidade e uma floresta. É aparentemente um lugar análogo a um “planeta Terra” em escala reduzida, sendo por isso, a arquitectura mais primitiva e no entanto a mais futurista.

Colaboração: Yasushi Yamanoi | Construção: Toyota Woodyou Home Corporation | AGA Architecture Co., Ltd Engenharia: Jun Sato Structural Engineers | Kankyo Engineering Inc. | Takafumi Wada | Promotor: TOKYO GAS Co., Ltd.

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Sou Fujimoto pertence a uma nova geração de jovens arquitectos japoneses cujos trabalhos têm despertado interesse a nível internacional. Após vencer uma série de concursos, tanto no Japão como no resto do Mundo, Fujimoto tornou-se numa presença assídua naquela que é a representação japonesa nos seus diversos cenários. Contrariamente aos seus contemporâneos, não apresenta qualquer experiência num atelier de referência internacional. Após concluir o curso na Universidade de Tóquio, em 1994, optou pela reflexão e experimentação das suas ideias, em pequenos projectos, que lhe permitiram a evolução de abordagens arquitectónicas pessoais e inovadoras. Os seus projectos são o resultado de elaborações conceptuais sofisticadas, baseados em duas questões fundamentais: o significado da vivência num espaço do século XXI e a forma como esse espaço é materializado, sem seguir quaisquer formalidades. Neste sentido, a inovação do trabalho de Sou Fujimoto não é precedente de um desejo de elaboração de formas que rompem o tradicional ou comum. Procura compreender as relações entre o ser humano e espaços, de forma distinta, ao eliminar a complexidade como ingrediente essencial no processo de reflexão e trabalho.


ARQUITECTURA Projecto: House before House | Localização: Cidade de Utsunomiya, Prefeitura de Tochigi, Japão | Data: 2007/08 ©Daici Ano

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©Daici Ano

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ARQUITECTURA Projecto: House before House | Localização: Cidade de Utsunomiya, Prefeitura de Tochigi, Japão | Data: 2007/08 ©Daici Ano

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©Daici Ano

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ARQUITECTURA Projecto: House before House | Localização: Cidade de Utsunomiya, Prefeitura de Tochigi, Japão | Data: 2007/08

Casa de Banho

Suite

Terraço Terraço Sotão Sala de Estudo

Sala

Sala de Almofadas

Pátio/Sala

Terraço

Cozinha

Quarto das Crianças Quarto Hóspedes Pátio/Sala

Terraço

Plataforma/Miradouro

Pátio/Sala

Alpendre

Armazém

Estacionamento

Front Street

Planta Piso 0 | Planta Piso 1 | Planta Piso 2

N

First Floor Plan

Second Floor Plan

Third Floor Plan

12

Plan Scale: 1/150

Alçado Norte


ARQUITECTURA Projecto: House before House | Localização: Cidade de Utsunomiya, Prefeitura de Tochigi, Japão | Data: 2007/08

Sotão

Armazém

Alpendre

Cozinha

Sala

Quarto

Section Scale:1/150

Sala de Estudo

0

1

3FL(+4147.2)

Sotão Quarto das Almofadas

2FL(+2147.2)

Sala

Suite

13

1FL(+81)

B1FL(-300)

Secção em Detalhe 01 e 02

Detailed Section Scale:1/50


ARQUITECTURA Projecto: Reflection of Mineral | Localização: Nakano, Tóquio, Japão | Data: 2005/07

O território de apenas 44.62m2, localiza-se junto ao centro de Tóquio. De acordo com a legislação e em concordância com os requisitos do cliente que pedia uma garagem com cobertura, a proposta partiu dum volume que é “aparado” e “esculpido” em diversas direcções. As palavras “reflexão” e “mineral” são as palavraschave deste projecto que ajudam a transformar o factor negativo intrínseco à “eliminação”, num factor positivo. A palavra “reflexão” apela à consciência de percepção de espaço, sendo a visão um factor de relevância no reconhecimento do mesmo. Os minerais integram propriedades abstractas (objectos conceptuais), com propriedades não figurativas (objectos cuja presença de matéria é mais óbvia).

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Uma vez moldados os objectos em poliedro e entrelaçados tridimensionalmente no interior, a percepção visual do observador é induzida a afastar-se das restrições patentes neste espaço.

As mudanças entre transparência, translucidez e opacidade ocorrem de acordo com os diferentes ângulos de incidência da luz, impossibilitando este corpo de ser tratado como um elemento simples. Dentro do espaço abstracto contido no poliedro está a cozinha, balcão, escadaria, pavimentos e instalação sanitária. À medida que percorremos o interior da habitação, a presença dos planos muda por efeito dos ângulos de incidência de luz, introduzindo diversidade à leitura deste mesmo espaço. O compartimento da casa de banho, no terceiro piso, apresenta um espelho com acabamento em aço inoxidável o qual combina o factor de objecto com o factor de reflexão. A relação com a envolvente é visível através da área coberta junto à entrada da casa, no piso térreo, um espaço aberto de ligação directa com ambas as ruas que foi igualmente pensado também para resolver a questão da presença da garagem. A sua forma liberal poderá ainda persuadir no futuro a algumas mudanças na paisagem urbana local.

Yasuhiro Yamashita nasceu em 1960, em Kagoshima, no Japão, tendo concluído o curso de arquitectura em 1984 e respectivo mestrado no ano de 1986 pelo Instituto de Tecnologia de Shibaura. Em 1986 inicia o seu trabalho no atelier Yutaka Saito Architect & Associates, colaborando ainda com o atelier PANOM e Shunji Kondo Architects. Em 1991 constitui atelier próprio, denominado Yamashita Kai Architectural Office, o qual mudou de nome, em 1995, para Atelier Tekuto. Entre 1999 e 2007, lecciona no Instituto de Tecnologia de Shibaura, assim como na Universidade de Tóquio, em 2007, e na Universidade de Ciência de Tóquio,em 2008. Em 2009 torna-se Governador da ARCPROSPECT, a Fundação Internacional de Arquitectos e Designers. Entre um vasto número de prémios destacam-se em 2004, o Primeiro Prémio do “ar+d Award”, com o projecto “Cell Brick”; em 2005 o prémio “Good Design Award”, com o projecto “Lucky Drops”; em 2008 o “International Architects Awards”, através do projecto “Reflection of Mineral”. www.tekuto.com Colaboração: Yoichi Tanaka | Engenharia: Takeyuki Gaino, Nobuyuki Suzue | Gaino Structure Engineers Promotor: Particular | Privado


ARQUITECTURA Projecto: Reflection of Mineral | Localização: Nakano, Tóquio, Japão | Data: 2005/07 ©Makoto Yoshida

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©Makoto Yoshida

©Makoto Yoshida


ARQUITECTURA Projecto: Reflection of Mineral | Localização: Nakano, Tóquio, Japão | Data: 2005/07 ©Makoto Yoshida

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©Makoto Yoshida

©Makoto Yoshida


ARQUITECTURA 1F�Plan

1F�Plan

3F�Plan

3F�Plan

Projecto: Reflection of Mineral | Localização: Nakano, Tóquio, Japão | Data: 2005/07

Alpendre 0.80m2

Casa de Banho 3.16m2 3.39m2 Corredor 5.86m2

Estacionamento Sala ¦ Sala de Jantar ¦ Cozinha Sala ¦ Sala de Jantar ¦ Cozinha 14.39m2 31.11m2 31.11m2

Claraboi Quarto

Quarto

11.01m2

11.01m2

Planta Piso 0 BF�Plan

WC 1.62m2 Arm£rio 4.90m2

BF�Plan 1F�Plan

Open Space 11.93m2

2F�Plan 3F�Plan

2F�Plan

Planta Piso 1 AlpendrePlanta 0.80m2

edor 6m2

rm£rio .90m2

Piso 2 Planta Piso 3 Casa de Banho 3.16m2

0

3.39m2

1

3 0

1

6 3

6

Estacionamento 14.39m2

Open Space 11.93m2

East elevation

Plan�S=1/1

Plan�S=1/100

Claraboia

South elevation

Sala ¦ Sala de Jantar ¦ Cozinha 31.11m2

Quarto 11.01m2

3F�Plan

Casa de Banho

BF�Plan

2F�Plan

Open Space

Sala Sala de Jantar Cozinha

Sala Sala de Jantar Cozinha

0

1

3

Sala ¦ Sala de Jantar ¦ Cozinha 31.11m2

WC

Pla

Arm£rio WC

Corredor

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Quarto

2F�Plan

Quarto

Corete A e B

Section‑1

Section‑2


ARQUITECTURA Projecto: View House | Localização: Rosario, Argentina | Data: 2009

Projectado para um território ecologicamente frágil na costa marítima da Argentina, em Rosario, a habitação optimiza pequenos espaços habitáveis ao mesmo tempo que maximiza a experiência com as intensas perspectivas do meio circundante. As vistas principais para o espaço exterior definem a estratégia rotacional das aberturas e circulação interna da casa, onde a variável programática dos espaços forma uma espiral dentro do volume, que se pode verificar desde a entrada até ao deck do telhado. A circulação conecta cada área numa sequência coerente, cujo percurso interior é interrompido por vistas específicas e pontuais. A estratégia estrutural deriva dos cortes e vazios operados sobre o volume. Assim, a acomodação

das rígidas limitações volumétricas e focos programáticos são redistribuídos pela massa, área e superfícies curvas. As consequentes exigências da viga mestra e distribuição de forças definem uma lógica construtiva de superfícies de betão armado. A aplicação de um anel de aço, de forma pentagonal, embebido nas placas do pavimento e das paredes, permite a transferência de forças e garante a estabilidade da estrutura. A forma da casa, a sua orientação e local onde assenta, minimizam a dependência da mesma perante sistemas mecânicos, dando apenas uso à iluminação natural, fluxos de ar e sistemas de energia alternativos de forma a criar uma experiência habitável dinâmica, em contacto directo com as condições locais.

Desde a fundação do atelier, o portfólio de Johnston Marklee tem sido distinguido pela sua abordagem conceptual perante cada projecto. O processo de trabalho do atelier não adere a um estilo ou assinatura mas sim a uma investigação sobre questões e especificidades da firma, do design e soluções tecnológicas de forma a obter resultados únicos e vitais ao trabalho arquitectónico. Dirigido por Sharon Johnston e Mark Lee, o seu trabalho tem sido alvo de diversos prémios e honras face à variedade de escala e tipologia apresentadas. Dos projectos de urbanismo a arquitectura contemporânea e instalações temporárias, as soluções apresentadas procuram transformar a complexidade inerente de cada projecto num resultado singular e coerente.

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Diego Arraigada graduou-se em 1999 pela Faculdade de Arquitectura, Urbanismo e Design da Universidade National de Rosario, Argentina, recebendo o mestrado em Arquitectura pela UCLA, University of Califórnia, em Los Angeles, 2003. No ano 2000 recebe o Prémio Arquitectónica na categoria de Jovens Arquitectos, assim como a Fulbright Grant, em 2002. Dois anos depois fundou o atelier Diego Arraigada Arquitectos, com sede em Rosario, Argentina, no qual ganhou diversos concursos nacionais e internacionais. Actualmente, a par do seu trabalho no atelier, é igualmente professor na UAI, Universidade de Arquitectura de Rosario, e na Di Tella University School of Architecture and Urban Studies, em Buenos Aires. www.johnstonmarklee.com | www.diegoarraigada.com Colaboração: Sharon Johnston, Jeff Adams, Juliana Esposito, Nazarena Infante, Anne Rosenberg, Anton Schneider Construção: MECSA, Eng. Gustavo Micheletti | Engenharia: Gonzalo Garibay


ARQUITECTURA Projecto: View House | Localização: Rosario, Argentina | Data: 2009 © Gustavo Frittegotto

© Gustavo Frittegotto

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ARQUITECTURA Projecto: View House | Localização: Rosario, Argentina | Data: 2009 © Gustavo Frittegotto

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© Gustavo Frittegotto


ARQUITECTURA Projecto: View House | Localização: Rosario, Argentina | Data: 2009 © Gustavo Frittegotto

© Gustavo Frittegotto

© Gustavo Frittegotto

© Gustavo Frittegotto

© Gustavo Frittegotto

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ARQUITECTURA Projecto: View House | Localização: Rosario, Argentina | Data: 2009

13 11 10 AA

12

9 LR

C

SR

2

TB

1 2

3

4

H

5

LV

7

8

6 1

Planta Piso 0

FIRST FLOOR

14

23

15

16 19

hidro

21

20

17 18

22

22

Planta Piso 1

SECOND FLOOR


ARQUITECTURA Projecto: View House | Localização: Rosario, Argentina | Data: 2009

Secção

SECTION THROUGH STAIRS

Alçados '

'

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ARQUITECTURA Projecto: Songzhuang Artist Residence | Localização: Cidade de Songzhuang | Distrito de Tong Zhou | Beijing | China Data: 2009

Sediada no Distrito de Tong Zhou, na zona Este de Pequim, localiza-se a maior comunidade de artistas da China - Songzhuang. Os primeiros artistas a viver na localidade – entre os quais se incluem Yue Minjun e Fang Lijun, mudaram-se para esta localidade no início dos anos 90. Durante mais de dez anos foram virtualmente excluídos devido às suas perspectivas políticas e estilos de vida, tendo sido sujeitos a uma constante vigilância por parte do regime comunista. No entanto, devido ao boom do mercado de arte chinês, Songzhuang tem vindo a sofrer uma dramática expansão da sua população de artistas, chegando a atingir 4000 no ano de 2008. Nestes últimos anos, em consequência do rápido e acentuado crescimento desta população, acrescido das necessárias exigências de espaço e condições de trabalho, apareceram cada vez mais novas construções na localidade de Songzhuang. Foi neste contexto que surgiu a iniciativa de construir neste local, uma residência de artistas com capacidade para 20 unidades habitacionais. O projecto Songzhuang Artist Residence revela níveis específicos de complexidade uma vez que os espaços habitacionais e de trabalho são partilhados. Os artistas vivem nos seus estúdios, sem necessariamente estar a trabalhar. Deste modo, o espaço de trabalho ou estúdio é igualmente a sala de estar, sala de jantar e espaço expositivo. As dimensões e geometria dos volumes que correspondem aos espaços habitacionais e de trabalho, são definidas segundo as exigências naturais

do programa: a área habitacional, com 3m de altura, corresponde a um espaço geometricamente complexo com a intenção de delimitar a funcionalidade de cada zona, como quarto, cozinha e casa de banho; por outro lado a área de trabalho, com 6 m de altura, assume a forma de uma simples caixa rectangular. O funcionamento de cada espaço leva a que ambos estejam conectados, quer lado a lado ou através de uma escadaria, criando pisos distintos para cada volume. A dinamização e aproveitamento dos espaços e volumetria, permitiu ainda elaborar áreas exteriores para a realização de performances de arte, entre outras actividades artísticas. O exterior da residência apresenta a textura do betão cru, em tons de cinzento-escuro, à excepção das superfícies horizontais, pintadas de laranja, ajudando a reflectir o duplo carácter desta localidade: vila de origem rural e pólo industrial. As vinte unidades residenciais encontram-se organizadas à semelhança de uma pilha de contentores, fazendo assim referência ao uso prévio do território enquanto parque de armazenamento de contentores. Esta configuração expressiva contribui para uma especificidade espacial única, onde os vazios resultantes do posicionamento dos diferentes volumes são apropriados pelos próprios artistas para as mais diversas actividades. Os jogos volumétricos entre cheio e vazio, luz e sombra, surgem como catalisadores para a inspiração dos artistas, permitindo a existência e o funcionamento de espaços externos multi-usos, para aplicações museológicas, locais para eventos expositivos ou performativos.

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Xu Tiantian, fundadora e directora do atelier Dna – Design and Architecture, procura na prática da sua profissão, desenvolver uma actividade interdisciplinar, abrangendo os campos da arquitectura, design urbano e urbanismo. Tendo obtido o grau de bacharelato em Arquitectura pela Tsinghua University e mestrado em Design Urbano pela Harvard Graduate School of Design, a arquitecta recebeu em 2008 o Young Architects Award e o WA China Architecture Awards, tendo igualmente desenvolvido a sua actividade, durante alguns anos, num conjunto de ateliers de renome nos EUA e na Holanda. www.designandarchitecture.net Promotor: Privado


ARQUITECTURA Projecto: Songzhuang Artist Residence | Localização: Cidade de Songzhuang | Distrito de Tong Zhou | Beijing | China Data: 2009

© Iwan Baan

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© Iwan Baan


ARQUITECTURA Projecto: Songzhuang Artist Residence | Localização: Cidade de Songzhuang | Distrito de Tong Zhou | Beijing | China Data: 2009

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© Iwan Baan

© Iwan Baan

© Iwan Baan


ARQUITECTURA Projecto: Songzhuang Artist Residence | Localização: Cidade de Songzhuang | Distrito de Tong Zhou | Beijing | China Data: 2009

Planta Piso -1

Planta Piso 0

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Planta Piso 5


ARQUITECTURA Projecto: Perforated House | Localização: Austrália Data: 2009

Este projecto constituiu-se primariamente como uma plataforma para o debate e o diálogo crítico, subordinado ao ambiente edificado contemporâneo, permitindo não só levantar questões como procurar soluções. O projecto é assim uma crítica às atitudes culturais e à forma como a nossa sociedade as define; uma crítica ao que consideramos significativo como património edificado, uma apreciação narrativa e contemporânea dessas ideias. Nesta proposta, foi posta em causa a ideia de que os pequenos quarteirões interiores de uma cidade não podem dar resposta a determinados constrangimentos e complexidades inerentes à sua localização, tais como: orientação, sustentabilidade, planos urbanos inovadores em áreas consolidadas e salvaguarda do Património. Ao contrário de se tentar anular estes “embaraços”, encarou-se a sua hipotética integração no próprio processo e discurso conceptual.

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O lote anteriormente vago, encontra-se encastrado entre uma banda de casas–terraço Vitorianas de frente única e uma casa do período Eduardo VII,

de fachada dupla, forrada a pranchas de madeira. A estratégia adoptada, optou por uma resposta baseada na investigação crítica da tipologia da casa-terraço, tendo-se chegado à conclusão de que o grau de atractividade deste tipo de habitação tem mais a ver com uma certa nostalgia romantizada, do que propriamente com a qualidade do projecto, sendo dado especial ênfase ao simbolismo ornamental da fachada que dita o “carácter da vizinhança”, sem no entanto contribuir para esta. A estratégia da KUD, para a obtenção de uma nova solução, passou pela desconstrução crítica dos diferentes elementos constituintes da casa-terraço, tentando dar resposta às suas incapacidades: orientação solar; programa linear, repetitivo e em constante remodelação; escassa iluminação e ventilação natural da casa. As áreas principais de investigação para o estudo da solução centraramse no Simbolismo / Ornamentação, no estudo do espaço Público / Privado e redefinição das suas fronteiras, Orientação Solar / Sustentabilidade e ainda na planificação programada.

Billy Kavellaris é director da KUD | Kavellaris Urban Design. Técnico Desenhador, formado em 1996 pelo NMIT-Northern Melbourne Institute of Technical and Further Education, obteve o grau de Bacharelato em Arquitectura pelo RMIT- Royal Melbourne Institute of Technology University em 2002. Colaborou com diversos ateliers de arquitectura entre 1995 e 2001, tendo fundado a KUD | Kavellaris Urban Design em 2002. Crítico de Arquitectura Convidado no RMIT e na Dekin University, é membro do Australia Institute of Architects e consultor técnico do Victorian Civil and Administrative Tribunal. Os seus projectos e estudos têm sido utilizados pelo Victorian Civil and Administrative Tribunal, como exemplares, nos processos de avaliação técnica em projectos na área do Património Edificado e da arquitectura. Tem obras publicadas na imprensa australiana e internacional, tendo figurado em publicações digitais e documentários televisivos. A sua prática profissional abrange um campo alargado de projectos de pequena e grande escala; na área da habitação, comércio, edifícios públicos, grandes empreendimentos imobiliários e planeamento urbano, tendo obras em Victoria, na Nova Gales do Sul, Queensland e Sul da Austrália. www.kud.com.au Colaboração: Billy Kavellaris & Rodrigo, Sandoval Mateluna | Abraham Djurovitch | Hansen Planning Consultants Construção: KUD | Engenharia: Wallbridge & Gilbert Consulting Engineers | Promotor: KUD


ARQUITECTURA Projecto: Perforated House | Localização: Austrália Data: 2009

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ARQUITECTURA

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Projecto: Perforated House | Localização: Austrália Data: 2009


ARQUITECTURA Projecto: S11 - Office Complex | Localização: Hamburgo, Alemanha Data: 2009

O projecto “Steckelhörn 11” localiza-se no centro Histórico de Hamburgo, perto do novo empreendimento “Hafen City”. Vem substituir um edifício em ruínas, preenchendo o vazio entre duas premissas históricas. O lote de formato triangular estende-se de um extremo ao outro do quarteirão, permitindo a existência de uma pequena fachada com 1,3m de largura, orientada para o porto e a fachada principal com 26,4m virada para a Rua Steckelhörn. A acentuação da verticalidade e a escada em recesso prestam tributo à massa das estruturas envolventes, sem deixar de cumprir a cércea prescrita pelos regulamentos locais. Elementos alcantilados na fachada principal incutem qualidades espaciais específicas quer ao interior quer ao exterior do edifício.

A geometria do piso térreo constitui a base para a organização do edifício que se apresenta arquitectónica e programaticamente aberto para a Rua Steckelhoern, constituindo-se assim, quando observado da zona histórica de “Speicherstadt” ou da nova “Hafen City”, como um ponto de referência. Tendo sido o piso térreo concebido como um lobby espaçoso ou para albergar um café, os pisos superiores proporcionam generosas e flexíveis áreas para escritórios, em grande parte com vista para “Katharinenkirche” e/ou “Hafen City”. Os pisos superiores dispõem ainda de espaços exteriores adicionais, no formato de varandas projectadas/loggias e uma cobertura em terraço, de onde se pode observar uma vista panorâmica espectacular sobre o centro histórico e a nova cidade de Hamburgo.

Jürgen Mayer H. estudou na Universidade de Estugarda, Alemanha, na The Cooper Union e na Universidade de Princeton. Os seus trabalhos participaram em exposições e foram largamente publicados internacionalmente, encontrando-se presente em diversas colecções, nomeadamente nos MoMA de Nova York e de São Francisco. É director do gabinete multidisciplinar J. MAYER H. Fundado em 1996 e sediado em Berlim, Alemanha, o gabinete J. MAYER H. centra a sua actividade na intercepção entre as áreas da arquitectura, comunicação e as novas tecnologias. Entre os projectos mais recentes incluem-se o edifício da Câmara Municipal de Ostfildern, na Alemanha, um centro para estudantes na Universidade de Karlsruhe e a intervenção na Plaza de la Encarnacion em Sevilha. Dos projectos de planeamento urbano às instalações e à concepção de objectos empregando novos materiais; a relação entre o corpo humano, a tecnologia e a natureza constituem a base para as suas intervenções. Os seus trabalhos foram premiados com diversos galardões, entre os quais o Mies-van-der-Rohe-Award 2003 e o Emerging Architect and Winner Holcim Awards 2005 Bronze Europe for Metropol Parasol. Jürgen Mayer H. foi docente na Universidade de Princeton, na Universidade das Artes em Berlim, na Universidade de Harvard, na Kunsthochschule de Berlin, na Architectural Association em Londres e actualmente lecciona na Columbia University de Nova York.

Colaboração: Imhotep, Donachie und Blomeyer | Dirk Reinisch Construção: Energiehaus | Sineplan | Engenharia: WTM | Promotor: Cogiton Projekt Altstadt GmbH

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www.jmayerh.de


ARQUITECTURA Projecto: S11 - Office Complex | Localização: Hamburgo, Alemanha Data: 2009

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© Oliver Helbig

© Oliver Helbig

© Oliver Helbig


ARQUITECTURA Projecto: S11 - Office Complex | Localização: Hamburgo, Alemanha Data: 2009

© Oliver Helbig

© Oliver Helbig

33 © Oliver Helbig


ARQUITECTURA Projecto: S11 - Office Complex | Localização: Hamburgo, Alemanha Data: 2009

© Oliver Helbig

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© Oliver Helbig

© Oliver Helbig


ARQUITECTURA Projecto: S11 - Office Complex | Localização: Hamburgo, Alemanha Data: 2009

Planta Tipo

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Corte


ARQUITECTURA Projecto: Garden & Sea Weekend House | Localização: Japão Data: 2008

O lote estreito e longo encontra-se virado para o Mar, descendo na sua direcção. A habitação, implantada no centro do lote, assume uma forma simples, assemelhando-se a uma cunha que se aproxima do mar. O piso térreo foi concebido como um espaço privilegiado para se desfrutar do jardim; a zona semienterrada abre-se para este através de superfícies envidraçadas, colocando em evidência a pendente natural do terreno. Coberto por gravilha branca e circundado pelo muro exterior, o jardim/pátio adquire assim um carácter de interior. Sendo local de permanência mas igualmente ponto de passagem, surgem da sua natureza relações dinâmicas entre este espaço e o utilizador.

No 1º piso, procurou-se criar nos diversos espaços, diferentes graus sensoriais de distanciamento ao Mar. Em ambas as extremidades do volume encontram-se grandes superfícies envidraçadas, no interior uma parede divisória, também ela em vidro. Pode-se assim observar do mesmo espaço, uma fachada alinhada com a paisagem marítima, enquanto o extremo oposto se volta para terra. O observador pode assim sentir o Mar ou vê-lo directamente. Em síntese, o piso térreo usufrui do pátio enquanto o 1º piso desfruta do oceano, permitindo ao proprietário a fruição de ambos os espaços de características claramente distintas.

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BTakao Shiotsuka nasceu em 1965, na Prefeitura de Fukuoka, na ilha de Kyushu, Japão. Licenciou-se em Arquitectura em 1987, pelo Departamento de Engenharia Arquitectónica, da Faculdade de Engenharia da Universidade de Oita, Japão, tendo obtido o grau de Mestre na mesma instituição em 1989. Colaborou entre 1989 e 1993 com a Archaic Associates, tendo fundado o atelier Takao Shiotsuka em 1994. Lecciona desde 2002 na Universidade de Kyusyu e na Universidade de Oita. Vencedor do prémio Good Design de 2001 e do prémio especial da International Design Competition de 2002. http://www.shio-atl.com/

Construção: KAJIMA | Engenharia: Oga Structural Design Office, Kawano Mechanical engineering | Promotor: Privado


ARQUITECTURA Projecto: Garden & Sea Weekend House | Localização: Japão Data: 2008 © Toshiyuki Yano / Nacasa & Partners Inc

© Toshiyuki Yano / Nacasa & Partners Inc

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ARQUITECTURA Projecto: Garden & Sea Weekend House | Localização: Japão Data: 2008 © Toshiyuki Yano / Nacasa & Partners Inc

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© Toshiyuki Yano / Nacasa & Partners Inc

© Toshiyuki Yano / Nacasa & Partners Inc


ARQUITECTURA Projecto: Garden & Sea Weekend House | Localização: Japão Data: 2008

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Axonometria


ARQUITECTURA Projecto: 10 Hills Place | Localização: Londres | Inglaterra | Data: 2009

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Na zona de Oxford Street em Londres, existem muitas ruas e becos que se encontram actualmente subaproveitados. Estas áreas, menosprezadas e carenciadas de acções de valorização, constituemse igualmente como espaço ideal para intervenções menos convencionais. Neste projecto constata-se e reconhece-se esta conjuntura, sendo feita uma proposta arquitectónica que atrai a atenção sobre o edifício, manobrando o olhar de uma forma subtil para uma fachada escultural. Tomando como inspiração as obras do artista plástico Lucio Fontana, a fachada é marcada por grandes superfícies reflectoras que se estendem em direcção ao céu, multiplicando e maximizando a luz natural que se revela escassa em virtude da rua ser tão estreita. Esta forma escultural foi possível devido ao uso de alumínio de alta qualidade, normalmente empregue na construção naval. A fachada é composta por perfis de alumínio curvos com 140mm de largura, unidos em sistema

macho-fêmea no próprio local de construção, garantindo não só a estanquicidade como uma elevada eficácia construtiva. Como acabamento final, foi aplicada uma tinta metálica em tom prata, com características de alta performance e elevada durabilidade, normalmente utilizada na construção de grandes iates. A utilização de vidro com auto-limpeza e de caleiras de águas pluviais ocultas atribuem à fachada características que permitem uma fácil e económica manutenção. O piso térreo anuncia-se através de uma composição exclusiva em vidro laminado, onde se encontra embebida uma malha em aço inox entretecida com uma superfície dicromática semi-opaca. Retro iluminada com fibra óptica, gerando um padrão de interferência fruto do cruzamento das duas malhas diferentes, esta superfície concede uma sensação de profundidade uma dinâmica e acrescido interesse visual a uma parede que de outro modo seria vazia.

Amanda Levete, em conjunto com Alvin Huang, Kwamina Monney e Ho-Yin Ng, constituíram o gabinete Amanda Levete Architects, tendo como princípios fundamentais a integridade e a originalidade. As raízes do método do atelier encontram-se no Design de Pesquisa e no compromisso para com a plena exploração do potencial transformador do próprio espaço. Recentes desenvolvimentos ao nível da concepção digital permitiram a este gabinete desafiar as noções convencionais de espaço e forma, mantendo em paralelo uma atitude de valorização para com o desenho à mão e a maquetagem. A equipa multinacional de arquitectos, designers, especialistas gráficos e engenheiros que constitui a Amanda Levete Architects, trabalha no cruzamento dos campos do design, tecnologia e materiais. Na linha do Design de Investigação, o atelier utiliza o design de mobiliário e equipamento como meios de investigação no campo da concepção arquitectónica, testando hipóteses e materiais numa escala menor e mais intimista, colaborando com a indústria dos materiais de construção, contribuindo para o desenvolvimento de novas soluções e métodos de fabrico. Existe uma parceria de longa data entre Amanda Levete e Established & Sons, para a concepção de peças de mobiliário, como por exemplo a banqueta Drift. Fruto deste tipo de colaboração, o gabinete Amanda Levete Architects, participou com a instalação Corian Super-Surface Lounge na Feira de Design de Milão em Abril de 2009 e no Festival de Design de Londres em Setembro de 2009. Entre os diversos projectos realizados pelo gabinete, destacam-se a remodelação da sede da News Corporation, em Londres, criando em East London um local para todas as suas empresas participadas, incluindo publicações como o The Times, o Sunday Times, News of the World, o The Sun, Dow Jones, Harper Collins, assim como o MySpace e a 20th Century Fox. Na Tailândia, o gabinete encontra-se actualmente a desenvolver para a Central Retail Corporation um complexo comercial com cerca de 140.000m2 que inclui uma unidade hoteleira. O gabinete Amanda Levete Architects venceu recentemente uma competição lançada pelo promotor Londonewcastle, para a concepção de um complexo de uso misto, na zona de East London, tendo como premissa uma análise inovadora do contexto urbano. Encontram-se actualmente em fase de obra projectos como a remodelação de um edifício classificado em Knightsbridge London, a City Academy school na zona Sul de Londres e uma estação de metro em Nápoles, Itália, em colaboração com o artista plástico Anish Kapoor. www.amandalevetearchitects.com Construção: Powells Group | Frener & reifer | Windsor Workshop Ltd. | Engenharia: Akera Engineers | BARN Partnership Promotor: Clarendon Properties


ARQUITECTURA Projecto: 10 Hills Place | Localização: Londres | Inglaterra | Data: 2009

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©Edmund Summer


ARQUITECTURA Projecto: 10 Hills Place | Localização: Londres | Inglaterra | Data: 2009

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©Edmund Summer

©Edmund Summer

©Edmund Summer


© Amanda Levete Architects. Do not scale, only figured dimensions are to be used. If in doubt ask. All dimensions are in millimeters unless otherwise noted and are to be checked on site.

ARQUITECTURA

Projecto: 10 Hills Place | Localização: Londres | Inglaterra | Data: 2009

© Amanda Levete Architects. Do not scale, only figured dimensions are to be used. If in doubt ask. All dimensions are in millimeters unless otherwise noted and are to be checked on site.

Secção em Detalhe Pormenor de Secção

Hills Place

Section in Perspective

CNC Plywood Frames Flexywood Jesmonite Plaster with STO Render Finish Painted with Keim Ecosil CP Board Insulation Galvanised Steel Fins Aluminium Facade

24.08.2009

Amanda Levete Architects The Warehouse, 20 Victoria Gardens, London W11 3PE Tel +44 (0)20 7243 7670 Fax +44 (0)20 7243 7690 info@amandalevetearchitects.com

SK-470

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Stainless Steel Gutter Polished Stainless Steel Flashing

Corte


ARQUITECTURA Projecto: Vivienda Unifamiliar en Casa de Campo | Localização: La Romana | República Dominicana | Data: 2009

O lote estreito e longo encontra-se virado para o Mar, descendo na sua direcção. A habitação, implantada no centro do lote, assume uma forma simples, assemelhando-se a uma cunha que se aproxima do mar. O piso térreo foi concebido como um espaço privilegiado para se desfrutar do jardim; a zona semienterrada abre-se para este através de superfícies envidraçadas, colocando em evidência a pendente natural do terreno. Coberto por gravilha branca e circundado pelo muro exterior, o jardim/pátio adquire assim um carácter de interior. Sendo local de permanência mas igualmente ponto de passagem, surgem da sua natureza relações dinâmicas entre este

espaço e o utilizador. No 1º piso, procurou-se criar nos diversos espaços, diferentes graus sensoriais de distanciamento ao Mar. Em ambas as extremidades do volume encontram-se grandes superfícies envidraçadas, no interior uma parede divisória, também ela em vidro. Pode-se assim observar do mesmo espaço, uma fachada alinhada com a paisagem marítima, enquanto o extremo oposto se volta para terra. O observador pode assim sentir o Mar ou vê-lo directamente. Em síntese, o piso térreo usufrui do pátio enquanto o 1º piso desfruta do oceano, permitindo ao proprietário a fruição de ambos os espaços de características claramente distintas.

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Joaquín Torres Vérez nasceu em Barcelona em 1970, tendo-se licenciado em Arquitectura na Universidade de La Coruña. Fundou em 1996 na Corunha, em conjunto com dois colegas de faculdade e com o arquitecto Rafael Llamazares, o estúdio A-cero. Os primeiros projectos realizados na Galiza, a forma particular de fazer arquitectura e a capacidade de captação de clientes fizeram com que em 2001 fosse aberto escritório em Madrid, onde actualmente Joaquín Vérez reside. A-cero, Joaquin Torres Architects, Fundado em 1996, A-cero s.l. é um atelier cuja área de intervenção abarca a arquitectura, arquitectura de interiores e o planeamento urbano. Com dois escritórios principais em Espanha, localizados em Madrid e na Corunha, e escritórios secundários no Dubai e na República Dominicana, a sua equipa é constituída por cerca de 80 profissionais das mais diversas especialidades, coordenados por Joaquín Torres e Rafael Llamazares. A arquitectura e os espaços interiores devem sempre ter em conta o utilizador final, oferecendo uma experiência do espaço que aumente a sua percepção e uso. Com essa premissa, o atelier A-cero desenvolve a sua actividade num contexto de imaginação e exploração que permite manter um elevado nível de inovação em cada projecto realizado, independentemente da sua escala ou função, de âmbito privado ou público. Esta abordagem leva muitas vezes a um processo de reinvenção de modelos preexistentes e de constante inovação. Na busca da excelência nos seus projectos, é dada particular importância ao desenho, à continuidade do espaço e à relação de transparência entre o interior edificado e a envolvente, numa abordagem quase escultural à arquitectura. Os seus métodos de trabalho baseiam-se numa profunda investigação das necessidades do cliente, concebendo projectos personalizados, amplamente estudados antes mesmo do próprio processo de desenho. Nesse sentido, quase todos os elementos são concebido e projectados, com resultados criativos, singulares e exclusivos que tendem a criar laços duradouros com o utilizador final www.a-cero.com Promotor: Particular


ARQUITECTURA Projecto: Vivienda Unifamiliar en Casa de Campo | Localização: La Romana | República Dominicana | Data: 2009

© Manosalvas / Arquitexto

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© Manosalvas / Arquitexto


ARQUITECTURA Projecto: Vivienda Unifamiliar en Casa de Campo | Localização: La Romana | República Dominicana | Data: 2009

© Manosalvas / Arquitexto

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© Manosalvas / Arquitexto

© Manosalvas / Arquitexto

© Manosalvas / Arquitexto


ARQUITECTURA Projecto: Tiberio Thermal Baths | Localização: Panticosa | Huesca | Espanha | Data: 2008

se tornasse essencial dotar o máximo número de espaços com luz natural e vistas para a envolvente. Optou-se pelo uso de tijolos de vidro em todas as fachadas, não só para trazer luz para o interior do edifício mas também como expressão exterior de luminosidade (sobretudo durante a noite). Pelo uso de diferentes materiais translúcidos, vidro, paredes cortina e colunas em tijolos de vidro, as aberturas para a paisagem foram concebidas não só para fornecer a quantidade correcta de luz mas igualmente para deleite dos visitantes no interior do edifício. Os tijolos de vidro aplicados neste projecto foram especialmente concebidos; de secção trapezoidal e superfície com acabamento a ácido, aparentam uma natureza tanto líquida como cristalina. As juntas horizontais sobrepostas acentuam a curvatura das fachadas ao mesmo tempo que escoam a água. Para amplificar a luminosidade diurna dentro e fora do edifício, foram concebidos diversos tanques reflectores ao longo dos lados Sul e Oeste do edifício, culminando numa queda de água que jorra para um tanque localizado num pátio rebaixado. De forma a trazer para o centro do edifício o máximo de luz natural e vistas de montanha, o edifício foi concebido de forma a “abraçar” a montanha, de uma forma livre e escultural; tanto os elementos de fachada como a compartimentação interior foram dobrados e curvados, resultando numa expressão arquitectónica sinuosa. Os arranjos espaciais no interior do edifício são extremamente complexos e a sua compartimentação algo labiríntica, com padrões de circulação repetitivos e circulares, torções, mudanças de paredes e uma multiplicidade de níveis intercomunicáveis. No entanto, a coerência da linguagem arquitectónica e a constante visualização de diferentes referências geográficas e picos montanhosos permite ao visitante a localização no edifício, assim como um sentido de organização. Na zona das piscinas, optou-se por uma paleta de materiais reduzida, tendendo para cores leves e frescas, com paredes, tectos e pilares em betão estrutural aparente, revestimentos em mármore verde, pavimentos (e bases de piscina) em auto-nivelante e alabastro e vidro nas fachadas. A abundância de espaço e luz natural caracterizam as áreas de piscinas, assim como o uso de materiais nobres e harmónicos, transmitindo uma sensação de coesão. Em contraste, espaços mais pequenos apresentam texturas e cores mais ricas, numa variedade que permite a atribuição de uma identidade única a cada espaço e função.

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Localizado no remoto Vale de Tena, na província de Aragão, Espanha, o resort termal de Panticosa encontra-se implantado 1650 metros acima do nível do mar, num tranquilo ambiente de montanha, isolado e rude. Os picos que circundam este vale apresentam os seus topos cobertos por neves perenes, que alimentam nascentes e cascatas. Em determinados locais brotam igualmente fontes geotermais de água quente. Este projecto procura reinterpretar as históricas Termas de Panticosa, que conheceram os seus tempos áureos no início do século XX. A imagem original deste resort derivou em primeira mão da sua planificação urbana; com edifícios colocados em ângulos rectos, numa malha urbana cartesiana que se abria em parques e praças, reproduzindo em pequena escala uma típica cidade do século XIX. A atmosfera resultante dava ao visitante a impressão de ter acabado de chegar à vizinhança de uma qualquer capital europeia, quase ignorando a paisagem envolvente, de imponentes picos que se elevam até aos 3000 metros de altitude. Esta estranha sensação de deslocamento de uma realidade essencialmente urbana para um ambiente agreste e quase selvagem tornou-se possível devida à quase absoluta planura geológica da Morena (ou Moreia) Glaciar que constitui o fundo deste vale. Os projectistas da Moneo Brock, encararam esta fase inicial do desenvolvimento das termas, como uma espécie de atitude de negação para com paisagem envolvente, tendo assim concluído que a sua abordagem deveria passar por reafirmar o aspecto selvagem do local, devolvendo à montanha a sua expressão. Mais do que simplesmente reconhecer a existência da paisagem que envolve os edifícios, pretendeu-se com esta intervenção torna-la parte integrante da arquitectura. A abordagem a este projecto passou também por uma mudança na própria metodologia e nos tratamentos termais disponíveis no antigo Spa. Originalmente este resort era procurado apenas para tratamentos baseados na água; sem negar o potencial curativo das nascentes termais, pretendeu-se adaptar o conceito deste Spa, trazendo-o para a contemporaneidade. Procurou-se dotar os espaços interiores de atmosferas marcadas por efeitos de luz e pelas vistas panorâmicas, de uma relação fluida entre os espaços, que atraísse os visitantes, encorajando-os à descoberta de uma experiência regeneradora e personalizada, indo além de um itinerário previamente programado. As imposições municipais exigiram que a maior parte do piso térreo fosse subterrâneo, fazendo com que


ARQUITECTURA Projecto: Tiberio Thermal Baths | Localização: Panticosa | Huesca | Espanha | Data: 2008

Belén Moneo Feduchi e Jeff Brock fundaram em 1993 o Estúdio Moneo Brock, na cidade de Nova York. No fim de 2001 tinham já realizado vários projectos, nomeadamente sete lofts, e algumas moradias, uma delas no Maine, EUA e outra nos arredores de Estocolmo, Suécia, tendo igualmente colaborado ao longo deste período com o gabinete de Rafael Moneo. Residiram entre 1993 e 1995 em Estocolmo, tendo coordenado o projecto para o novo Museu de Arte Moderna e Arquitectura dessa cidade. Conceberam a nova residência oficial do Embaixador de Espanha em Washington D.C., EUA e um novo edifício para a Cranbrook Academy of Art em Bloomfield Hills, Michigan, EUA, ambos os edifícios concluídos em 2002. No fim de 2001, o estúdio Moneo Brock mudou-se para Madrid, para dar continuidade ao sei projecto de spa termal nos Pirenéus Aragoneses, projecto concluído em Janeiro de 2008. http://moneobrock.com/

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Colaboração: Belén Moneo, Jeff Brock, Iñigo Cobeta, Silvia Fernández, David Goss, Mathias Schútte, Andrés Barrón, Benjamín Llana, María Pierres, Spencer Leaf, Andrea Caputo, Clara Moneo, Bárbara Silva, Sandra Formigo, Andrés Durán Construção: Hinaco-Nozar | Engenharia: NB35 | Klimakal, EMTE, Swim&Dream, IMOGEP | Promotor: Aguas de Panticosa


ARQUITECTURA Projecto: Tiberio Thermal Baths | Localização: Panticosa | Huesca | Espanha | Data: 2008

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ARQUITECTURA

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Projecto: Tiberio Thermal Baths | Localização: Panticosa | Huesca | Espanha | Data: 2008

Planta Piso 0


ARQUITECTURA Projecto: Tiberio Thermal Baths | Localização: Panticosa | Huesca | Espanha | Data: 2008

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Planta Piso 2


ARQUITECTURA Projecto: Tiberio Thermal Baths | Localização: Panticosa | Huesca | Espanha | Data: 2008

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Secção 01

Secção 02


DESIGN

Sitscape

Cristal Bar

Clouds & Kvadrat New

Matali’s Trees

Hackenbroich Architekten

Showroom in Copenhagen

Ronan & Erwan Bouroullec

Sky Planter

Morris Design Office

Contemporary Art Centre Reading Room Anouk Vogel - landscape architecture

Katrin Olina

Matali Crasset

Nature Factory

Suppose Design Office

Nothing | Cardboard Office Interior

Alrik Koudenburg + Joost van Bleiswijk


DESIGN Projecto: Sitscape | Localização: Berlim, Alemanha | Data: 2006

Sitscape - um sistema de mobiliário urbano adaptável à paisagem urbana. O “Sitscape” é um sistema versátil de assentos cuja configuração pode ser determinada no local tendo por base uma série de posições preferenciais de uso em concordância com as dimensões dos seus utilizadores. Enquanto produto modular, permite diferentes formas e exigências dentro do mesmo princípio estrutural. O seu design é baseado em posições específicas de assento com suaves transições entre elas. Essas posições são usadas para gerar um “encaixe perfeito” na acomodação ao Sitscape permitindo várias possibilidades familiares de relaxamento. As áreas de transição entre as posições oferecem ainda novas e inesperadas possibilidades, a serem descobertas na sua apropriação por parte dos utilizadores. O Sitscape tem um metro de largura e comprimento variável tendo a primeira versão desta peça de

mobiliário sido realizada com o comprimento de seis metros, para um cliente em Berlim. Este sistema organizacional possui um princípio construtivo simples de secções verticais conectadas por elementos metálicos, que permitem a configuração de diferentes formas dentro do sistema. O seu preço é designado ao metro tendo o cliente a opção de escolha sobre as distintas posições e consequente sequência dos mesmos. Os elementos principais de estrutura são as secções, digitalmente cortados, de madeira laminada ou material composto. O revestimento consiste num sistema de almofadas que podem ser ligadas de múltiplas formas a cobrir as zonas preferenciais do Sitscape, permanentemente ou temporariamente.

Nos primeiros anos de trabalho, independente do atelier, a procura de ideias inovadoras na arquitectura, partiu da realização de projectos de pequena escala.

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Os ensinamentos na Bauhaus Dessau, UdK de Berlim, entre outras escolas e a participação em concursos de design serviram de base de pesquisa multidisciplinar do design. Actualmente, Hackenbroich Architekten está apto a desenvolver processos de planeamento para projectos complexos. A sua experiência multidisciplinar permite-lhe conjugar nova informação tecnológica, estratégias de mercado, arquitectura e o design no desenvolvimento dos mais diversos projectos. www.hackenbroich.com


DESIGN Projecto: Sitscape | Localização: Berlim, Alemanha | Data: 2006

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courtesy of Hackenbroich Architekten


DESIGN

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Projecto: Sitscape | Localização: Berlim, Alemanha | Data: 2006


DESIGN Projecto: Sitscape | Localização: Berlim, Alemanha | Data: 2006

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Axonometria


DESIGN Projecto: Cristal Bar | Localização: Hong Kong: 9/F, 33 Wellington Street, The Loop | China | Data: 2008

O “Cristal Bar” localiza-se no nono piso de uma torre no centro de Hong Kong e apresenta-se como um salto inesperado para outra dimensão. O interior do bar apresenta o projecto mais actual de Katrin Olina, a artista e designer islandesa internacionalmente reconhecida pelo seu trabalho gráfico de sobreposição de imagens, num stock único de caracteres fantásticos. No bar, cada parede, tecto e chão serve de plano de intervenção na qual a assinatura de Katrin forma espirais de sonho. Esta instalação não se identifica enquanto cenário, nem tão pouco se assemelha a qualquer tipo de design gráfico corrente. Ao emergir no campo de belas artes, o distinto trabalho de Katrin surge como uma explosão de memórias dispersas, um mundo inteiramente visual onde cada espectador poderá interpretá-lo de forma profundamente pessoal. O ambiente, no interior do bar, muda subtilmente à medida que o espectador se desloca de um ponto

para outro. Os elementos de que são revestidas as paredes espalham-se naturalmente por cada superfície, alterando tons e padrões à medida que percorremos as 4 áreas de que e composto o bar. O espaço central é inundado de formas tipo algas, graficamente retratadas num castanho profundo, e criaturas marinhas híbridas que flutuam. Nas duas áreas adjacentes, os tectos e demais superfícies existentes são pintadas de um vermelho vibrante, onde é possível identificar as silhuetas de aves delicadas que luminosamente sobrevoam o espaço. Na terceira área, composta por paredes verde turquesa e um painel de janelas virado para a estrada, está presente uma sobreposição de várias camadas de flores graciosas e formas de penas, num efeito flutuante e luminoso. Ao diferenciar os espaços do bar pelas suas secções, Katrin abdica do uso de portas, criando uma série de pequenos ambientes que surgem como um espaço singular e unificado.

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Katrin Olina é uma nova artista multidisciplinar, que realiza as suas visões através de uma vasta lista de projectos em crescimento. A sua linguagem gráfica, quase narrativa, retrata a sua própria paisagem interior, um mundo fantástico, sobrenatural, orgânico e alegórico. Nascida na Islândia, Katrin estudou Design Industrial na E.S.D.I. de Paris passando a trabalhar, logo após a sua formação, para os ateliers europeus de Philippe Starck, em Paris, e Ross Lovegrove, em Londres. Paralelamente aos seus inúmeros trabalhos de instalação no campo das belas artes, a artista manteve o seu toque na formação de novas tendências no mercado. De 1998 a 2006, colaborou extensivamente com o designer Michael Young, numa variedade de projectos que imediatamente a elevaram a um reconhecimento internacional, distinto e imediato. Com a sua própria empresa, Katrin Olina Ltd., fabricou uma linha de produtos limitados, inigualáveis na sua composição e variedade, que vão desde objectos de porcelana pintados a pranchas de snowboard personalizadas. Entre os diversos convites para trabalhos criativos de elevada complexidade, entre 2006 e 2009, Katrin é pioneira na concepção de um novo estilo de intervenção e instalação espacial de design gráfico - um projecto que lhe determinou um reconhecimento internacional, acrescido de diversos prémios. www.katrin-olina.com Promotor: Zenses Group | Fotografia Biográfica: © Ingvar Hogni Rafnsson


DESIGN Projecto: Cristal Bar | Localização: Hong Kong: 9/F, 33 Wellington Street, The Loop | China | Data: 2008

© Harlim Djauhar Winata

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© Harlim Djauhar Winata

© Harlim Djauhar Winata


DESIGN Projecto: Cristal Bar | Localização: Hong Kong: 9/F, 33 Wellington Street, The Loop | China | Data: 2008

© Harlim Djauhar Winata

© Harlim Djauhar Winata

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© Harlim Djauhar Winata

© Harlim Djauhar Winata

© Harlim Djauhar Winata


DESIGN Projecto: Cristal Bar | Localização: Hong Kong: 9/F, 33 Wellington Street, The Loop | China | Data: 2008

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Composição Aplicação em Alçado Interior e Planta


DESIGN Projecto: Clouds & Kvadrat New Showroom in Copenhagen | Localização: Copenhaga, Dinamarca | Data: 2008/09

Após vários anos de colaboração permanente, a Kvadrat convidou Ronan & Erwan Bouroullec a conceber um segundo Showroom localizado num espaço industrial do porto de Copenhaga. Tendo em conta que a primeira exposição em Estocolmo, foi o ponto de partida para o desenvolvimento dos padrões nórdicos, este novo espaço exige uma integração das Nuvens no espaço arquitectónico. Numa primeira análise, foi a vista e a localização dos vãos de janela localizados em planos opostos que conduziram a organização e concepção das diferentes áreas. A principal ideia neste projecto foi ocupar o espaço sem intervir nas paredes. Um projecto de reabilitação simples com uma pintura de cor branca com o intuito de ajudar na difusão da luz entre ambos os vãos de janela, sem a interrupção de uma parede. De seguida, procurou-se resolver a complexidade

organizacional do espaço de trabalho e do espaço de exposição, enquanto open space, sugerindo assim a construção de amplas caixas de madeira, de altura variada e abertas no seu topo, que permitissem delimitar o espaço de trabalho e o espaço de reuniões. O espaço expositivo em si foi ampliado nos seus lados, utilizando cabides e prateleiras de madeira e metal para uma simples exposição dos tecidos e material. Uma longa parede móvel, em forma de Nuvem, acede e encerra o espaço com um mero interruptor. Quando necessário, divide o espaço entre a área de trabalho e de exposições, enquanto suaviza a acústica zonal. À primeira vista surgem apenas formas geométricas e abstractas de madeira e tecidos. Os pormenores aparentam desaparecer, como que apagados ou escondidos pelos elementos em madeira ou atrás das paredes.

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Ronan Bouroullec e Erwan Bouroullec, nascidos em 1971 e 1976, fundaram o atelier Ronan & Erwan Bouroullec há mais de 10 anos. A partir de 1997, após participação no Salon du Meuble, em Paris, surgiram uma série de convites e colaborações com artistas internacionais como Giulio Cappellini e Issey Miyake. Actualmente, têm uma parceria com a Vitra, trabalham para uma série de fabricantes de renome, e ainda desenvolvem trabalho para notáveis ícones do design mundial, como Kvadrat, Magis, Kartell, Ligne Roset, Issey Miyake e Cappellini, entre outros pontuais projectos de colaboração na área da arquitectura. Em paralelo, mantêm uma actividade experimental na Galerie Kreo, em Paris, onde apresentaram entre 2001 e 2008 quatro exposições sobre o seu trabalho. Vencedores de inúmeros prémios contam já para já com o Grand Prix du Design de la Ville de Paris, 1998; o prémio New Designer Award na Feira Internacional de Mobiliário Contemporâneo, em Nova Iorque, 1999; o prémio Designers of the Year, na Salon du Meuble, em Paris, em 2002; o “Best of the Best” Red Dot Design Award, em 2005 e 2006; e por ultimo o Finn-Juhl Prize, em Copenhaga, 2008. www.bouroullec.com | www.kvadratclouds.com


DESIGN Projecto: Clouds & Kvadrat New Showroom in Copenhagen | Localização: Copenhaga, Dinamarca | Data: 2008/09

©Ronan & Erwan Bouroullec

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©Ronan & Erwan Bouroullec


DESIGN Projecto: Clouds & Kvadrat New Showroom in Copenhagen | Localização: Copenhaga, Dinamarca | Data: 2008/09

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©Ronan & Erwan Bouroullec


DESIGN Projecto: Matali’s Trees | Localização: Sain Bel, França | Data: 2009

O projecto “Matali’s Tress” para o Liceu Alemão de Tillion, faz parte integrantes dos espaços verdes e de lazer que circundam o liceu. A proposta dividese em três abordagens conceptuais diferentes que definem três formas distintas de viver o espaço. A primeira abordagem, intitulada como “acoustic grassland”, foca uma área circular de pavimento inclinado e em forma de cone com capacidade para albergar 15 alunos de cada vez. Este espaço é parcialmente circundado por “árvores” representadas simbolicamente através de uma estrutura vertical ramificada. Além de delimitarem esta zona de lazer, estas ” árvores” apresentam ao longo dos seus “ramos”, diversos elementos metálicos suspensos com o intuito de criar, por intermédio da acção do vento, um ambiente sonoro agradável e acolhedor. A reacção sonora provocada pelo vento pode eventualmente ser intensificada e controlada pelos próprios alunos, que poderão interagir com estes mesmos elementos suspensos, como se de um

instrumento musical se tratasse. “The birds nest” é a segunda intervenção que, tal como o nome indica, é inspirada nos ninhos dos pássaros. Esta peça, situada numa área mais reservada, foi desenvolvida sob a forma de uma árvore mas que se assemelha a um guarda-chuva, protegendo e abrigando, num sentido simbólico, o espaço circular junto ao solo, desenhado para todos aqueles que procurem um local para repousar ou descansar. Por fim, “The cushion tree” assemelha-se a uma árvore repleta de frutos maduros, que na realidade são bancos almofadados em escala real e cujos galhos em forma de gancho servem para que sejam pendurados nos ramos da árvore sempre que não estejam a ser utilizados. Os estudantes são assim encorajados a “colher” os bancos e sentarem-se em volta da árvore, sugerindo um ambiente de confraternização à semelhança da atmosfera criada numa reunião à volta de uma fogueira.

www.bouroullec.com | www.kvadratclouds.com Colaboração: Marianne Homiridis, Design Office | Promotor: Rhône Alpes region

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Matali Crasset, nascida em 1965 é Designer Industrial de formação, tendo-se graduado nos Ateliers – E.N.S.C.I ( Ecole Nationale supérieure de création industrielle). Após as suas experiências iniciais com Denis Santachiara, em Itália e com Philippe Starck em França, montou o seu próprio atelier num antigo espaço de oficina tipográfica reabilitado, no coração de Belleville. É nesse espaço que entre crianças e vizinhos, idealiza os seus projectos. Desde a década de 1990, tem vindo a reavaliar o papel global da sua profissão como designer. Com uma visão do mundo sempre nova mas que se baseia igualmente na sua própria experiência, Matali tem vindo a questionar os aspectos do óbvio nos códigos simbólicos da forma, tentando-se libertar dos mesmos. Na imagem do seu tema simbólico “Quand Jim monte à Paris” (Quando Jim sobe a Paris), encontrase como base, uma observação em primeira mão dos usos que Matali inventa para as relações dos objectos com o espaço do dia-a-dia. As suas propostas não surgem no sentido de melhorar o que já existe, mas, de uma forma pautada, desenvolver tipologias estruturadas em torno de princípios como modularidade, redes interactivas, etc. O seu trabalho consiste na busca de novos princípios organizativos e de novas formulações lógicas na vida. Ela define esta busca como um acompanhamento à contemporaneidade. Matali Crasset trabalha com uma grande variedade de intervenientes e colaboradores: quer com artesãos curiosos ou clientes individuais em busca de um novo enquadramento cénico para a vida, com industriais abertos à experiência, empresários do ramo hoteleiro que queiram desenvolver um novo conceito nessa indústria (Hi Hotel in Nice), pequenas comunas rurais que queiram desenvolver e dinamizar o sector cultural e social, passando pelo museu que pretendeu ver o seu espaço transformado (SM’s em s’Hertogenbosch na Holanda). Na busca constante de novos territórios a explorar, Matali colabora com esferas ecléticas abarcando, dos artífices à musica electrónica, dos têxteis industriais, ao Comércio Justo, concebendo projectos de cenografia, mobiliário, arquitectura, design gráfico e colaborando com artistas plásticos.


DESIGN Projecto: Matali’s Trees | Localização: Sain Bel, França | Data: 2009

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©Blaise Adilon


DESIGN Projecto: Matali’s Trees | Localização: Sain Bel, França | Data: 2009

©Blaise Adilon

©Blaise Adilon

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©Blaise Adilon


DESIGN Projecto: Sky Planter | Localização: Aplicação privada ou pública | doméstica ou comercial | Data: 2009

Os espaços vividos devem ser tão belos e tranquilos como uma floresta. Mas como trazer mais verde para a sua casa sem inutilizar o seu espaço? O Sky Planter, criado por Patrick Morris, modifica por completo o modo como podemos desfrutar das plantas no nosso meio ambiente. Insatisfeitos com o conceito de as plantas figurarem em cantos perdidos das salas, Patrick coloca o jardim acima das nossas cabeças, proporcionando-nos uma perspectiva única da Natureza no interior da nossa casa. A montagem e manutenção do Sky Planter é muito simples, podendo este sistema ser aplicado no tecto ou na parede. Para além de poupar espaço, leva 80%

menos água que uma planta aplicada do modo convencional e apenas precisa de ser regada, uma a duas vezes por mês. BOSKY [bos-kee]: abundância de arbustos e pequenas árvores; uma pequena floresta. Origem: Latim - Bosca SKY: os céus celestiais. Origem: Antigo Escandinavo - Sky Este projecto delicado e subtil, já anda a virar cabeças no mundo do design e da arquitectura, tendo sido já galardoado com um prémio. O sky planter chega em Novembro a Portugal por intermédio da Mundano Objecto, no Porto: http://mundano-objectos.blogspot.com

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Embora novo no panorama do design internacional, Patrick Morris sofreu um impulso na sua carreira ao ganhar o UK New Designers Award, pouco depois de sair do London’s Central Saint Martins College of Art and Design em 2006. Assumiu a direcção criativa no negócio de família Morris & James. No final de 2006, Patrick e seu irmão Jake estabeleceram o seu próprio estúdio de design, Morris Design, para desenvolver os seus projectos de design independentes e criar um caminho onde pudessem colaborar em freelance nos diferentes projectos em que estão hoje em dia envolvidos. O prémio de design ganho por Patrick gerou um grande interesse a nível nacional em diferentes sectores incluindo arquitectura e cinema. Presentemente, Patrick continua a desenvolver a Antipode family of planters e a criar novos conceitos e projectos de design. http://www.morrisdesignoffice.com

Promotor: Morris Design Office | www.boskke.com


DESIGN Projecto: Sky Planter | Localização: Aplicação privada ou pública | doméstica ou comercial | Data: 2009

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DESIGN

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Projecto: Sky Planter | Localização: Aplicação privada ou pública | doméstica ou comercial | Data: 2009


DESIGN Projecto: Nature Factory | Localização: Aoyama | Tóquio | Japão | Data: 2009/10

A ganga (Denim em ingles), um tecido inicialmente conotado com roupas de trabalho, tem conhecido ao longo dos tempos, diferentes aplicações e expressões. Da mesma forma, um conjunto de tubagens de canalização, normalmente oculto, apresenta-se aqui com uma expressão completamente diferente da original, sob o nome de “Nature Factory”. O projecto surge de uma complexa composição de tubos, que percorre as paredes em múltiplas

©Suppose Design Office

direcções, cobrindo todo o espaço expositivo, à semelhança de uma árvore que cresce ao longo do tempo. Surge assim um ambiente que se assemelha a um espaço arborizado, composto por tubos de canalização. Este espaço constitui um novo e atraente cenário, onde tubos e artigos de moda são valorizados e apresentados de uma forma inovadora, que vai para além das suas funções e usos convencionais ou espectáveis.

©Suppose Design Office

Makoto Tanijiri, Arquitecto, nasceu em Hiroshima em 1971. Estabeleceu o atelier Suppose Design Office no ano 2000, centrando a sua actividade na área residencial (projectando mais de 60 residências) e comercial, elaborando igualmente projectos de espaços expositivos. Desde 2008 que se encontra a desenvolver uma série de novos projectos, de âmbito nacional e internacional, estando a sua actividade sediada em Hiroshima e Tóquio. Ao longo dos anos o seu trabalho tem sido reconhecido, obtendo vários prémios, entre os quais o JCD Design Award, em 2002, 2003, 2004, 2005, 2007; o Good Design Award, em 2003 e 2006; o Hiroshima Town Planning Award, em 2004; o INAX Design Award, em 2005, 2007 e 2008; o Danto tile Design Contest, em 2007; e o Environment of House Design Award, em 2009.

Colaboração: Masaaki Takahashi | http://www.brizhead.jp Promotor: Diesel Denim Gallery | http://www.diesel.co.jp/denimgallery/

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http://www.suppose.jp/


DESIGN Projecto: Nature Factory | Localização: Aoyama | Tóquio | Japão | Data: 2009/10

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©Suppose Design Office

©Suppose Design Office

©Suppose Design Office


DESIGN Projecto: Contemporary Art Centre Reading Room | Localização: Vilnius, Lituânia | Data: 2009

O Centro de Arte Contemporânea (CAC) de Vilnius, na Lituânia constitui-se como um dos mais importantes espaços de divulgação para a arte contemporânea no seio dos países bálticos, sendo igualmente um popular ponto de encontro para os habitantes locais. O edifício inaugurado em 1968 como Palácio das Artes, funcionou até 1998 como uma extensão do Museu Lituano de Arte. Desde 1992, por iniciativa do Ministério da Cultura Lituano, o CAC tornou-se uma instituição independente. Com vista à modernização das suas áreas de leitura e investigação, o CAC organizou em 2008 um concurso internacional, para o qual foram convidados diversos jovens arquitectos. O espaço a conceber tinha não só de albergar uma crescente colecção de livros e vídeos de arte, como ser igualmente um espaço multi-usos, acolhendo diferentes actividades, nomeadamente exposições, colóquios e palestras. O mobiliário exclusivo concebido para a Sala de

Leitura, consiste num conjunto de objectos individuais que reunidos constituem um todo. Para além de uma grande estante que cobre a totalidade da superfície da parede, um conjunto de mesas singulares com o formato de cristais, podem ser dispostas ao longo do espaço, permitindo o seu uso individual ou colectivo, agrupadas numa grande mesa de reunião. Os tampos das mesas são suportados por um conjunto de pernas finas que se agrupam à semelhança de um bosque interior e denso. A ideia de uma Paisagem Natural Interior encontrase igualmente patente nas cadeiras, com desenhos bordados a lã natural, representando plantas. Assemelhando-se a nuvens abstractas, os candeeiros podem ser pendurados a diferentes alturas, de acordo com as diferentes disposições das mesas.

Colaboração: Johan Selbing, Bart Guldemond Promotor: Contemporary Art Centre | Vilnius, Lituânia | Fotografia Biográfica: © Manon van der Zwaal

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Anouk Vogel nasceu em 1977 em Genebra, Suíça. Estudou Arquitectura Paisagista na Metropolitan University of Manchester. Residiu na Suíça, nos Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha e Holanda. Após ter colaborado com vários escritórios de arquitectura paisagista, entre os quais West 8, Bureau B+B e Inside Outside/Petra Blaisse, fundou em 2007 o seu próprio atelier, sediado em Amesterdão. Foi oradora convidada e docente na TU Delft da Manchester Metropolitan University, no Tromsø Architecture Institute, na Trondheim Architecture School, na EPFL de Lausanne - Suíça, na Architecture School of Bergen na Noruega e na Amsterdam Academy of Architecture. Desde 2001 que Anouk Vogel e Johan Selbing têm vindo a colaborar em numerosos projectos. Johan Selbing nasceu em Linköping, Suécia e estudou Arquitectura na Chalmers University de Gothenburg e na Aarhus School of Architecture, na Dinamarca. Realizou pós-graduações e subsequente investigação na Royal Arts Academy de Estocolmo http://www.anoukvogel.nl


DESIGN Projecto: Contemporary Art Centre Reading Room | Localização: Vilnius, Lituânia | Data: 2009

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© Jeroen Musch

© Jeroen Musch

© Jeroen Musch


DESIGN Projecto: Contemporary Art Centre Reading Room | Localização: Vilnius, Lituânia | Data: 2009

© Jeroen Musch

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© Jeroen Musch

© Jeroen Musch

© Jeroen Musch


DESIGN Projecto: Nothing | Cardboard Office Interior | Localização: Amesterdão | Holanda | Data: 2009

Planta | Organização 01

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Planta | Organização 02

Cadeiras | série de 40 produções distintas


DESIGN Projecto: Nothing | Cardboard Office Interior | Localização: Amesterdão | Holanda | Data: 2009

A Nothing, cliente deste projecto, é uma empresa baseada na noção do poder gerador das ideias, de como uma simples ideia pode transformar nada (nothing, em Inglês) em algo concreto. Este conceito fundador tornou-se o princípio gerador da intervenção de Alrik Koudenburg, contratado pela Nothing para conceber um projecto que cumprisse também a função de divulgação da empresa e das suas actividades. Tendo em conta o princípio gerador da Nothing e utilizando o cartão, material barato e descartável, foi construído um espaço de trabalho singular e memorável. Com a colaboração de Joost van Bleiswijk, Alrik Koudenburg concebeu o sistema de construção modular

‘No Screw, No Glue technique’. No projecto é notória a utilização de uma linguagem e escala monumental que reporta à arquitectura dos anos 30. Esta “fortaleza” autoportante inserida num espaço com 100 metros quadrados (expressando uma aparente e interessante contradição com a aplicação do cartão como material base), transmite uma sensação de grandiosidade que é em tudo coerente com a Nothing. Aos visitantes é possível não só percorrer o espaço como trabalhar dentro dele. O escritório em cartão inclui uma sala de conferências, uma área de trabalho sobre elevada com um total de 8 secretárias, uma biblioteca com mesa de reuniões, uma cozinha / unidade de trabalho e um espaço de armazenamento.

Alrik Koudenburg, tem exercido a sua actividade de forma independente nos últimos 10 anos, tendo como clientes, entre outros a Nike, a Heineken e diversas agências de publicidade, entre as quais a W+K, Mother e Sid Lee. A sua actividade caracteriza-se pela habilidade e forma apaixonada com que identifica as melhores opções que permitam de forma criativa operar uma renovação da imagem de marca dos seus clientes. Uma vez que cada projecto implica um conjunto diferente de talentos e valências, a constituição de uma equipa apropriada (integrando especialistas de diferentes áreas) é essencial não só para garantir o objectivo mas igualmente permitir criar uma maior ligação com os clientes, trabalhando em parceria com os criativos. A diversidade e as novas oportunidades constituem os principais elementos de impulsão deste atelier, permitindo até que o trabalho pareça divertido. A pesquisa de soluções preliminares vindas das mais variadas disciplinas projectuais é não só encorajada como basilar, estabelecendo neste processo, objectivos baseados no desafio, permitindo um maior crescimento profissional, quer pessoal, quer da equipa. As suas actividades abarcam áreas tão diversificadas do projecto como a arquitectura de interiores, os espaços comerciais, a imagem institucional (marcas e empresas), o paisagismo e o planeamento urbano. Nothing – Commercial Creativity; uma empresa subordinada ao conceito de que grandes ideias surgem do nada e de que as ideias têm o potencial de transformar o nada em qualquer coisa. Tendo como propósito fornecer aos clientes, novas ideias que potenciem o crescimento das suas marcas, a Nothing define o seu produto como “criatividade comercial” e tem como objectivo tornar o consumidor num promotor de marcas. O reconhecimento dos consumidores como principais promotores e defensores das marcas não é novo. No entanto o papel que têm desempenhado as novas redes sociais online, os fóruns, blogues e outros formatos, na promoção e persuasão dos consumidores, tem conhecido um crescimento exponencial. Em paralelo, os meios tradicionais de comunicação de massas têm vindo a ser encarados com alguma desconfiança, implicando assim numa crescente importância dada pelas empresas aos promotores de marcas. É assim necessário estreitar e reforçar os laços que ligam os consumidores às marcas, desenvolvendo estratégias que giram em torno de experiências de marca específicas, aproveitando nesse propósito as oportunidades que as novas tecnologias estão a oferecer. Para além da prestação de serviços aos clientes e marcas existentes, a Nothing também estuda e cria novas conceitos de marca, desenvolvidos no departamento Nothing Ventured. O produto e a ideia de promoção do mesmo têm como lugar-comum a Qualidade, sendo precisamente essa a característica que define e demarca a Nothing.

Colaboração: Edsonwilliams Ltd | Fiodor Sumkin Promotor: Nothing – Commercial Creativity | www.nothingamsterdam.com

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www.alrik.nl | www.projectjoost.com


DESIGN Projecto: Nothing | Cardboard Office Interior | Localização: Amesterdão | Holanda | Data: 2009

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©Joachim Baan

©Joachim Baan


DESIGN Projecto: Nothing | Cardboard Office Interior | Localização: Amesterdão | Holanda | Data: 2009

©Joachim Baan

©Joachim Baan

©Joachim Baan

©Joachim Baan

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©Joachim Baan


DESIGN Projecto: Nothing | Cardboard Office Interior | Localização: Amesterdão | Holanda | Data: 2009

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Planta

Alçado


ABOUT NOW

Burnham Pavilion

Burnham Pavilion

ATNMBL

The Prada Transformer

UNStudio | Ben van Berkel & Caroline Bos Mike and Maaike

Zaha Hadid Architects + Patrik Schumacher

OMA


A B O U T: N O W Projecto: Burnham Pavilion | Localização: Chicago, EUA| Data: 2009

O projecto Burnham Pavilion surge em homenagem a Daniel Brunham, o autor do plano de reconstrução da cidade de Chicago. Localizado no meio do Millenium Park, o Pavilhão projectado pelo Atelier Unstudio dirige-se à malha urbana da cidade e ao fluxo de visitantes que exploram o Millennium Park em Chicago introduzindo uma diversidade de perspectivas sobre o parque e a envolvente urbana. Contido entre os dois planos horizontais que definem a sua base e cobertura, o pavilhão apresenta-se como um espaço aberto e multidireccional convidando o visitante a percorrer,

entrar, observar e explorar livremente o espaço. Partindo do plano horizontal superior foram criadas 3 aberturas por intermédio dum movimento diagonal e curvilíneo que liga a cobertura à base do pavilhão, proporcionando aos visitantes diferentes ângulos de perspectiva sobre a paisagem vertical da cidade. A ambivalência da direccionalidade do projecto, assim como a introdução de fluidez na estrutura, permitem a expansão suave dos seus espaços, direcções e, mais importante que tudo, uma maior diversidade de perspectivas para a leitura do contexto urbano envolvente.

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Ben van Berkel estudou arquitectura na Academia Rietveld, em Amesterdão, e na Associação de Arquitectura de Londres, recebendo o seu diploma em 1987. Em 1988 formou o seu próprio atelier em Amesterdão, o estúdio Van Berkel & Bos Architectuurbureau, com Caroline Bos. No entanto, apesar dos diversos projectos de sucesso desenvolvidos no espaço de uma década, em 1998 ambos os sócios formaram novo atelier, o UNStudio [United Net], que se apresenta como uma empresa/ rede de especialistas na área de arquitectura, urbanismo e infra-estrutura. Ben van Berkel tem leccionado e dado aulas em diversas escolas de arquitectura no mundo, estando actualmente a exercer as funções de professor, na disciplina de Projecto Conceptual, na escola Staedelschule, em Frankfurt. Aulas estas cuja abordagem e ensinamento se centra na abordagem inclusiva de trabalhos de arquitectura que integram organização material e virtual, bem como construções de engenharia. www.unstudio.com

Colaboração: Christian Veddeler, Wouter de Jonge, Hans-Peter Nuenning, Ioana Sulea Promotor: Burnham Plan Centennial


A B O U T: N O W Projecto: Burnham Pavilion | Localização: Chicago, EUA| Data: 2009

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A B O U T: N O W Projecto: Burnham Pavilion | Localização: Chicago, EUA| Data: 2009

Secção B

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Axonometria | Estrutura

3D | perspectiva 01


A B O U T: N O W

Projecto: Burnham Pavilion | Localização: Chicago, EUA| Data: 2009

O projecto Burnham Pavilion surge em homenagem a Daniel Brunham, o autor do plano de reconstrução da cidade de Chicago. Localizado no meio do Millenium Park, o Pavilhão projectado pelo Atelier Unstudio dirige-se à malha urbana da cidade e ao fluxo de visitantes que exploram o Millennium Park em Chicago introduzindo uma diversidade de perspectivas sobre o parque e a envolvente urbana. Contido entre os dois planos horizontais que definem a sua base e cobertura, o pavilhão apresenta-se como um espaço aberto e multidireccional convidando o visitante a percorrer,

© Michelle Litvin

© Michelle Litvin

entrar, observar e explorar livremente o espaço. Partindo do plano horizontal superior foram criadas 3 aberturas por intermédio dum movimento diagonal e curvilíneo que liga a cobertura à base do pavilhão, proporcionando aos visitantes diferentes ângulos de perspectiva sobre a paisagem vertical da cidade. A ambivalência da direccionalidade do projecto, assim como a introdução de fluidez na estrutura, permitem a expansão suave dos seus espaços, direcções e, mais importante que tudo, uma maior diversidade de perspectivas para a leitura do contexto urbano envolvente.

© Michelle Litvin

Zaha Hadid, sócia fundadora de Zaha Hadid Architects, foi galardoada pelo Prémio Pritzker de Arquitectura, em 2004, e é internacionalmente reconhecida pelo seu trabalho teórico e académico. Cada um dos seus projectos inovadores e dinâmicos contribuem para os seus trinta anos de pesquisa e experimentalismo revolucionário nas áreas de arquitectura, urbanismo e design. Na referência do seu trabalho com o sócio Patrik Schumacher, o seu interesse foca o cruzamento rigoroso entre arquitectura, paisagem e geologia, uma vez que o atelier integra topografias e sistemas concebidos pelo homem que levam ao experimentalismo com base em tecnologias de ponta. Processo este que regularmente resulta em formas arquitectónicas dinamicamente inesperadas, moldadas pelo território. O atelier apresenta uma interessante relação com a evolução no campo da tecnologia. O uso de sistemas de modelação 3D, moldagem térmica e transformação de superfícies sólidas para implementação e desenvolvimento de estruturas de exposição e produtos têm contribuído para o desenvolvimento de estruturas complexas e dinâmicas na arquitectura.

all image and text data: courtesy of Zaha Hadid Architects

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www.zaha-hadid.com

Colaboração: Jens Borstelmann, Thomas Vietzke | Teoman Ayas, Evan Erlebacher | Thomas Roszak Promotor: Burnham Plan Centennial | Fotografia do Autor: © Steve Double


A B O U T: N O W Projecto: Burnham Pavilion | Localização: Chicago, EUA| Data: 2009

© Michelle Litvin

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© Michelle Litvin

© Michelle Litvin © Michelle Litvin


A B O U T: N O W Projecto: Burnham Pavilion | Localização: Chicago, EUA| Data: 2009

+0.00 m

7

1

81

4.4

2.6

3.

5.89

+0.00 m 13.63

41.8 sqm +0.41 m

9

5.6

8.

2.45

5.28

80

2.53

16.91

0.23

0.41

Planta HADID ARCHITECTS

AM PAVILION - CHICAGO

17.18

18.83

SECTION Secção 01 B

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0.41

2.41

5.68

SECTION A


A B O U T: N O W Projecto: ATNMBL | Localização: Espaço público geral | aplicação futurista| Data: 2009/40

ATNMBL é um veículo destinado para o ano de 2040, o qual representa o fim da era da condução e uma aproximação ao design automóvel. O apelido ATNMBL é diminutivo para a palavra inglesa ”Autonomobile”, que integra a fusão dos termos ingleses para Autonomia e automóvel. Após entrar no veículo, somos abordados por uma simples pergunta: “Onde deseja que lhe leve?” Não há volante, pedais ou assento de condutor, o ATNMBL conduz por si, oferecendo conforto de habitação ou espaço de trabalho, amplas vistas e perspectivas, comunicação, entretenimento e conectividade social. Em geral, a maioria dos carros estão preparados para atingir até 190km por hora mas são usados a velocidades moderadas sem contar com grandes tempos de paragem em trânsito. Considerando as necessidades de aceleração e de elevadas velocidades como irrelevantes, o ATNMBL propõe um novo desempenho com base no tempo ganho em trânsito e qualidade de vida. O tempo perdido no tráfego poderá ser utilizado para: socializar, jogar, ver filmes, trabalhar, vídeo chamadas, internet, dormir ou descobrir novos lugares e navegar através de buscas pelo controlo de voz. As componentes mecânicas do veículo são densamente compactadas e simplificadas de forma a oferecer maior espaço interior, num veículo que é mais pequeno que a maioria dos carros da actualidade. Motores eléctricos em cada roda permitem uma tracção a quatro rodas.

A corrente eléctrica é instalada debaixo do piso e assentos, havendo uma energia auxiliar proveniente dos painéis solares do tejadilho do automóvel. A organização interna toma como referência a disposição de uma sala de estar residencial pela presença de um sofá, cadeira lateral e mesa de apoio. No centro do espaço poderá também encontrar um plasma para informação constante, mapas e entretenimento, escondendo atrás do mesmo, um mini bar. O sentido de controlo do veículo é instalado através de um novo sistema de compreensão e reconhecimento de voz, em adição a um ecrã de toque e comando manual. Estes veículos poderão circular nas estradas actuais, devido a sensores sofisticados, GPS e base de dados de navegação. Um dos grandes objectivos do projecto é reduzir a taxa de mortalidade nas estradas através de uma melhor condução, oferecendo ainda outras vantagens de ampla potencialidade na eficiência, organização de tempo e contacto social em rede. Grupos de veículos poderão viajar dentro e fora de multidões, comunicando entre si, com outros carros de condução manual e com a infraestrutura em geral. Poderão organizar-se entre si, dispondo soluções de mobilidade semelhantes a um comboio, autocarros, ou como automóveis individuais. O projecto ATNMBL destina-se a provocar uma reflexão e gerar novas ideologias sobre o destino da indústria automóvel.

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Maaike Evers, nascida na Holanda e graduada pela Academia de Design Industrial de Eindhoven, apresenta uma perspectiva única e feminina de design. O seu trabalho reflecte igualmente uma inspiração na tradição de trabalhos manuais e na potencialidade da indústria, para o desenvolvimento de complexos produtos de alta tecnologia, assim como objectos de arte, práticos e pessoais. Maaike ainda colaborou no atelier Fitch Inc. e dirigiu o atelier Lunar Design, onde ganhou uma série de prémios. Mike Simonian, originalmente de Los Angeles e graduado em Design Industrial pela Art Center College of Desing, nos EUA e na Europa, procura oferecer uma perspectiva heterodoxa ao trabalhar os limites da física. De espírito californiano, combina o pensamento crítico com a verdade e o optimismo enquanto elementos naturais do seu trabalho. Mike colaborou no Astro Studios e Fitch Inc., sendo igualmente sócio fundador da Flowlab skateboards. www.mikeandmaaike.com

Promotor: Mike and Maaike | all data with courtesy of Mike and Maaike Inc.


A B O U T: N O W Projecto: ATNMBL | Localização: Espaço público geral | aplicação futurista| Data: 2009/40

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A B O U T: N O W Projecto: The Prada Transformer | Localização: Seoul, Coreia do Sul | Data: 2008

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A forma do Transformer deriva de um tetraedro que ao ser rodado, responde a diferentes exigências programáticas. Dos vários eventos incluídos no programa de actividades, encontra-se o Prada Waist down Exhibition, uma exposição de arte de um artista conceituado e um festival de cinema. O evento final de encerramento do pavilhão incluirá um desfile de moda da conceituada marca Prada, com a presença de 500 convidados. De forma a acomodar uma tão variada gama de eventos (desde as artes ao cinema, passando pela moda) que decorrerão até ao fim de 2009, um conjunto de gruas, permite a rotação e movimentação do pavilhão, podendo-se assim obter quatro configurações programáticas diferentes, modificando

fachadas e planta. Cada um dos quatro programas surge com base comum em estruturas de aço, com formas que incluem um hexágono, uma cruz, um rectângulo e um círculo. Assim, ao longo da exposição, pisos tornam-se paredes e paredes convertem-se em tectos, sendo as estruturas metálicas revestidas com uma membrana translúcida, incorporando ainda um ecrã LED, onde serão visionados spots publicitários e filmes documentando a transformação do pavilhão. O Transformer encontra-se em Seul, Coreia do Sul, localizado junto ao tradicional Palácio Kyounghee, datado do século XVI, contribuindo para o contexto histórico com um toque de modernidade

Nascido em 1944, trabalhou como jornalista e argumentista, antes de se tornar arquitecto. Koolhaas licenciou-se na Academia Holandesa de Cinema e Televisão, em Amesterdão e posteriormente licenciou-se em arquitectura pela Architectural Association de Londres. Rem Koolhaas, em parceria com Elia Zenghelis, Zoe Zenghelis e Madelon Vriesendorp, fundou em 1975 o OMA - Office for Metropolitan Architecture. Em 1978, publicou Delirious New York, a Retroactive Manifesto for Manhattan. Em 1995 o seu livro S,M,L,XL , sintetizou o seu trabalho no OMA, estabelecendo ligações entre a sociedade contemporânea e a arquitectura. Na actualidade, Rem Koolhaas encontra-se a dirigir o OMA, assim como o AMO – o ramo conceptual da OMA – um grupo de reflexão para a análise e ensaio conceptual focalizado nas temáticas tecnológicas, sociais e económicas. Para além do seu trabalho na OMA, Rem Koolhaas dedica-se também (no seio da AMO), à teoria, cultura e política. Alguns dos projectos mais recentes da AMO, incluem um plano de intervenção visionário para o Hermitage de S. Petersburgo, um estudo para a Comissão Europeia, sobre a identidade visual da União Europeia, a reestruturação de imagem para revistas Condé Nast e Lucky & Wired, um estudo para a Volkswagen sobre o futuro do automóvel e um estudo sobre a conservação da cidade de Pequim. Rem Koolhaas é docente da Universidade de Harvard, sendo coordenador do Project on the City, um grupo de reflexão que estuda ao nível global as diferentes realidades urbanas, em constante mutação. Neste contexto, destacam-se os seguintes estudos: análise do Delta do Rio das Pérolas, na China (publicado como Great Leap Forward), uma análise à importância do comércio retalhista e do consumo na sociedade contemporânea (The Harvard Guide to Shopping) e estudos sobre Roma, Lagos (na Nigéria) e o Comunismo. Os trabalhos de Rem Koolhaas e do OMA receberam vários galardões, incluindo o Prémio Pritzker de 2000. Em 2001, Rem Koolhaas recebeu em França a Legião de Honra e em 2004 a RIBA Gold Medal. Em 2005, Rem Koolhaas recebeu o Prémio Mies van der Rohe, pelo projecto da Embaixada da Holanda, em Berlim. Contribuindo para a decisão de atribuir este prémio, os membros do júri salientaram a “qualidade da análise urbana e a inteligência do conceito implementado, especialmente no tocante à inovação do conceito assim como ao novo potencial que um projecto desta complexidade acarreta.” Em 2007, a Universidade de Leuven, na Bélgica, atribuiu-lhe o título de Doutor honoris causa. No mesmo ano, Rem Koolhaas foi eleito para o Conselho Europeu de Relações Internacionais, tendo sido convidado em Dezembro de 2008 a integrar o Grupo de Reflexão EU, entidade que se dedica ao lançar de estratégias de futuro para a União Europeia. Em 2009, o Royal Institute of British Architects, atribuiu ao projecto da Casa da Música, no Porto, o European Award, sendo igualmente nomeado para o cobiçado Stirling Prize. Pela combinação da AMO e da OMA, Rem Koolhaas é visto como um dos mais importantes pensadores das últimas décadas. Nicolai Ouroussoff, crítico do Los Angeles Times sublinha-o: “Restam poucas dúvidas de que Rem Koolhaas é um dos mais influentes arquitectos dos últimos 20 anos. Como arquitecto e pensador, a sua abordagem ao projecto, desapaixonada e analítica, salpicada com um saudável cepticismo, afirma no seio da comunidade da arquitectura que o seu dedo pode-se encontrar no trabalho de quase todos os jovens arquitectos.” (21 de Maio 2004) http://www.oma.com/

Colaboração: Alexander Reichert | Kunle Adeyemi, Kees van Casteren, Chris van Duijn | Promotor: Prada courtesy of © AMO*OMA


A B O U T: N O W

Projecto: The Prada Transformer | Localização: Seoul, Coreia do Sul | Data: 2008

© Iwan Baan

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© Iwan Baan


A B O U T: N O W Projecto: The Prada Transformer | Localização: Seoul, Coreia do Sul | Data: 2008

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© Iwan Baan

© Iwan Baan

© Iwan Baan


A B O U T: N O W Projecto: The Prada Transformer | Localização: Seoul, Coreia do Sul | Data: 2008

Planta Geral

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Planta Planta Planta Planta

Espaço Moda Espaço Arte Cinema Eventos Especiais


A B O U T: N O W Projecto: The Prada Transformer | Localização: Seoul, Coreia do Sul | Data: 2008

Planta Cinema

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Corte Cinema

Alçado Espaço Moda | Alçado Espaço Arte | Alçado Cinema | Alçado Eventos Especiais


A B O U T: M U S E U S

The Museum of Arts and Design

Aomori Museum of Art

NestlĂŠ Chocolate Museum

Porsche Museum

Allied Works Architecture

Rojkind Arquitectos

Jun Aoki & Associates

Delugan Meissl Associated Architects


A B O U T: M U S E U S Projecto: The Museum of Arts and Design | Localização: 2 Columbus Circle, New York, NY 10019, USA Data: 2008

Na extremidade sul da Columbus Circle em Nova Iorque, a Galeria de Arte Moderna de Hartford manteve-se abandonada durante quarenta anos, numa localização privilegiada. Em silêncio o edifício marcou a convergência de Central Park, Broadway, 59th Street, Central Park West e a 8th Avenue. No entanto, em contraste com o desenvolvimento massivo citadino em torno do edifício, este serviu de atracção pública enquanto objecto introvertido de propósito ambíguo. Em 2002, o Museu de Arte e Design comprou a propriedade para dar lugar a um novo espaço. O projecto para o novo museu contempla a transformação e simultaneamente a preservação do corpo físico do objecto, a sua escala, forma original, memória e carácter. A sua transformação procura restabelecer o edifício enquanto marco de referência e localização na cidade, convertendo um edifício inerte

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©Helene Binet

e silencioso num corpo com vida, que emane luz, de forma a criar um contexto para a exposição e leitura de arte contemporânea. É a força da iluminação, que actua sobre o edifício e o transforma. Através de um simples gesto – um corte de meio metro de largura nas duas paredes de betão – o edifício ganha abertura e transparência. Raios de luz contínuos nascem do exterior, iluminando o núcleo do edifício, tocando em cada superfície – parede, chão e tecto – enquanto percorrem as galerias e se expandem à medida que cruzam a sala de aula, escritório e pisos de restauração. No interior os intervalos de luz constituem uma medida de referência para os visitantes enquanto no exterior a cor e luz natural sobre o museu actuam como uma referência de mudança ao longo das estações do ano.

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Brad Cloepfil, arquitecto americano, frequenta o Pratt Institute, School of Architecture, em Brooklyn, Nova Iorque, concluindo o curso de arquitectura pela University of Oregon, School of Architecture, em Oregon, EUA, em 1980. Em 1985 conclui o Mestrado em Ciência do Design de Arquitectura Avançada. Entre 1980 e 1989 colabora em vários ateliers norte americanos, entre outros internacionalmente reconhecidos como é exemplo o atelier Mario Botta, na Suécia, entre 1982 e 1983. Em 1994 funda o Allied Works Architecture, onde actualmente trabalha e dirige, além de participar, desde 1987, como professor adjunto e convidado em diversas universidades dos EUA.

Colaboração: Gary Handel Architects | Construção: F.J. Sciame Construction Co., Inc. | Engenharia: Robert Silman Associates, PC ; Arup ; Langan | Promotor: The Museum of Arts and Design


A B O U T: M U S E U S Projecto: The Museum of Arts and Design | Localização: 2 Columbus Circle, New York, NY 10019, USA Data: 2008

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A B O U T: M U S E U S Projecto: Aomori Museum of Art | Localização: Aomori, Japão Data: 2002/06

O Museu de Arte Aomori é composto por uma estrutura plana, no seu topo, e desigual na sua base, em sobreposição com uma paisagem térrea que é cruzada por trincheiras. No seu interior, em adição com as galerias cúbicas e brancas, encontram-se espaços intersticiais de escala e proporção variada, entre a terra e a estrutura que funcionam como galerias específicas. Parte das trincheiras, que não se envolvem com a estrutura, são usadas como pátios de trabalho e galerias de espaço aberto.

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A parede exterior funciona como um muro de tijolo em cortina que flutua no ar no qual as juntas são ocultadas pelo próprio objecto que funciona como um elemento absorvente. Por fim, no terreno exterior, as trincheiras servem para relacionar e ligar o museu ao seu importante e simbólico território arqueológico Sannai Maruyama, e respectivos terrenos vizinhos. Jun Aoki | [texto incluído no book “Jun Aoki Complete Works 1: 1991-2004” | edições INAX | 2004]

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Jun Aoki, arquitecto, conclui o seu curso pela Universidade de Tóquio. Inicialmente trabalha no atelier Arata Isozaki & Associates, fundando depois o seu próprio atelier, em Tóquio, em 1991, de forma a “fazer tudo o que possa parecer interessante”. Os seus diversos projectos incluem distintas direcções e abordagens, seja na área de residências, espaços públicos ou lojas de moda, como é exemplo as construções recentes de uma série de lojas Louis Vuitton. Actualmente conta com duas monografias publicadas respectivamente em 2004 e 2006 além de diversos prémios dos quais se destacam: Prémio anual Architectural Institute of, em 1997 e mais recentemente o prémio Minister of Education’s Art Encouragement.

Construção: JV de Takenaka, Nishimatsu, Okumura and Hokuto corporation | Promotor: Prefeitura de Aomori


A B O U T: M U S E U S Projecto: Aomori Museum of Art | Localização: Aomori, Japão Data: 2002/06

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A B O U T: M U S E U S Projecto: Aomori Museum of Art | Localização: Aomori, Japão | Data: 2006

Embora Inicialmente a Fábrica de chocolates da Nestlé, na cidade do México, tenha apenas sentido a necessidade de criar um novo espaço para acolher os seus visitantes, o arquitecto tinha outros planos mais ambiciosos e de maior projecção para a própria Nestlé. A ideia de Rojkind era criar o primeiro museu do chocolate no México com uma fachada que se estendia ao longo de 300 metros, junto à estrada, que inevitavelmente resultaria numa nova imagem para a empresa.

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A primeira fase do projecto centra-se na criação de um espaço com 634m2, que se destina a receber e acomodar os visitantes antes de iniciarem a viagem pela fábrica do chocolate. Neste espaço foi projectada uma área de recepção, um teatro que serve de preparação para a experiência Nestlé, a loja do museu e ainda o túnel de passagem que dá acesso à fábrica de chocolate preexistente.

O objectivo é desenvolver experiências diferentes e entusiásticas para os que visitam a fábrica, nomeadamente as crianças, numa viagem que se pretende ser divertida e ao mesmo tempo surpreendente. O projecto procura evocar uma arquitectura sensorial capaz de criar surpresas e transformações, conduzindo o desafio arquitectónico ao limite, pelos espaços e formas que alberga e desenvolve. O seu conceito, enquanto brinquedo desdobrável que aparenta ser para as crianças, poderá ser inspirado na forma de um origami que assume a imagem de um pássaro ou até mesmo numa nave espacial. Aquilo que pode aparentemente ser uma forma altamente caprichosa é apenas o resultado de uma série de explorações de design em função de uma intuição que procura expressar aquilo que o espaço deverá ser e transmitir.

Michel Rojkind nasceu na Cidade do México em 1969, onde estudou arquitectura e planeamento urbano na Universidade Ibero-americana. Após vários anos a trabalhar por conta própria, juntou-se a Isaac Broid e Miquel Adria (entre 1998 e 2002) para fundar o atelier Adria+Broid+Rojkind. No entanto em 2002, devido á ideia de explorar novos desafios face à sociedade contemporânea, a sua vontade de elaborar novas experiências que vão além da mera funcionalidade e da forma como conecta com as especificidades de cada projecto, Michel Rojkind acabou por estabelecer atelier independente. Este seu novo atelier, intitulado “ rojkind arquitectos”, foi reconhecido em 2005 como uma das dez melhores firmas de “Design Vanguard” pela Architectural Record. Michel Rojkind trabalhou como editor no jornal de arquitectura Arquine International, na secção “FWD”. É professor convidado em várias universidades nacionais e internacionais, tendo ainda participado em diversas palestras e exposições temáticas em inúmeros países. O seu trabalho desenvolvido no atelier tem sido reconhecido através da atribuição de diversos prémios e menções, incluindo nomeações para o Ordos Prize, na China em 2009 (cujo resultado não foi ainda anunciado), o Marcus Prize nos EUA, em 2007 e 2009, além do Iacov Chernikhov Prize, na Rússia, em 2006 e 2008. www.rojkindarquitectos.com

Colaboração: Agustin Pereyra, Mauricio Garcia-Noriega, Mortiz Melchert, Juan Carlos Vidals, Paulina Goycoolea, Daniel Dusoswa, Matthew Lohden | Engenharia: MONCAD, Jorge Cadena | Promotor: Nestlé


A B O U T: M U S E U S Projecto: Aomori Museum of Art | Localização: Aomori, Japão | Data: 2006

©Paúl Rivera

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A B O U T: M U S E U S Projecto: Aomori Museum of Art | Localização: Aomori, Japão | Data: 2002/06

Planta

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Secção 01 | Secção 02


A B O U T: M U S E U S Projecto: Aomori Museum of Art | Localização: Aomori, Japão | Data: 2006

Secção em Detalhe Secção 07 | Secção 08

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A B O U T: M U S E U S Projecto: Porsche Museum| Localização: Estugarda, Alemanha | Data: 2008

A Porsche é uma marca que tem vindo de forma consistente a combinar inovação e tradição. A história da empresa abarca mais de 100 anos e foi moldada por um sentido de visão e paixão. O novo museu Porsche é um espaço que tenta expressar a atitude da empresa através da arquitectura.

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O projecto do museu apresenta uma abordagem conceptual à arquitectura que encara o edifício como um organismo interactivo, como uma parte comunicante de um todo. A interacção entre o edifício e a sua envolvente foi encarada como uma qualidade do ponto de vista funcional, tanto nas suas vertentes paisagística como urbana, surgindo como mais uma oportunidade para a expressão corporativa da marca. Com este edifício, a identificação da marca Porsche com este quarteirão saiu reforçada. Como um símbolo, o edifício aumenta de forma positiva, a forma como é encarado o quarteirão de Zuffenhausen, sublinhando assim a importância deste local no Norte da cidade, para a famosa marca de Estugarda. O Museu Porsche foi concebido como uma estrutura monolítica e dinâmica, aparentemente solta do ponto de vista topográfico, do nível de entrada. A praça frontal, Porscheplatz, aberta em três dos seus lados, surge como uma espécie de símbolo de chegada e convergência, salientando o aspecto funcional do edifício. Da mesma forma, cada um dos volumes assimétricos que ladeiam a praça, apresentam-se como uma espécie de contrapeso urbano. Vias de acesso e linhas de caminho de ferro ladeiam os flancos do edifício. Um plano de vidro recuado permite obter vislumbres sobre a sala de exposições, rematando a fachada posterior. Uma rampa suave leva os visitantes para dentro do edifício. O estreitamento da praça e a redução de pé direito em direcção à entrada fazem parte do jogo cénico que acompanha de forma constante os visitantes e utentes do museu. O foyer, flanqueado pelo restaurante e a loja do museu, abrese para a recepção, coffea-bar e a Classic-Workshop, uma área onde a “Experiência Porsche” se torna tangível, um espaço galeria com pé-direito duplo, onde

é apresentada a colecção da marca. A localização da entrada revela-se como sendo o ponto mais baixo de uma espiral que funciona como parâmetro organizacional para todo um espaço. É aqui que o “Cosmos Porsche” se abre e revela. O visitante sente este espaço como uma introdução emocional e sensual ao mundo automóvel, que se desenrola ao longo de um espaço coeso, transmitindo experiências e informação num elevado grau de proximidade e intensidade. Níveis e percursos, entrecruzando-se por toda a área de exposição, formam uma espécie de rede que transporta o visitante a uma série de referências espaciais. Tal como inicialmente a forma espiral reflectia um percurso simples, assim estas diferentes zonas surgem como veículo para várias funções: “praças” e “ruas”, espaços para exibição e percursos. A galeria no fim da sequência da área de exposição destaca-se da prévia fusão arquitectónica, com um projecto de exposição concebido por HG Merz. Estruturas de betão moldadas in-situ, formam a base do museu. Uma estrutura tridimensional em aço sustenta o volume flutuante do museu. A concepção e dimensionamento desta estrutura de suporte extremamente complexa (tendo em conta as especificações geométricas e a transmissão da carga estrutural aos pontos de ancoragem), constitui em si, um feito de engenharia da mais alta precisão. Elementos metálicos com acabamento a cor branca revestem o corpo do museu, sendo os planos inferiores revestidos a aço inox extremamente polido. Os materiais reflectores transmitem reflexos ao vidro à fachada na ampla área de entrada, que acentuam os efeitos ópticos e atmosféricos do complexo. A área de exposições foi revestida com painéis brancos, sem juntas aparentes. A razão que levou à decisão de aplicar um acabamento monocromático prendeu-se com a existência de 80 modelos de carros em exibição; tendo em consideração a sua variedade não só em termos de cor mas igualmente de forma, a criação de uma sala monocromática foi claramente necessária.


A B O U T: M U S E U S Projecto: Porsche Museum| Localização: Estugarda, Alemanha | Data: 2008

Delugan Meissl Associated Architects concebem a arquitectura de uma forma muito similar à linguagem, uma vez que o significado advém das relações entre palavras individuais. Ao contrário de outras formas de pensar a arquitectura, o estúdio DMAA, não reduz o hermetismo da linguagem a um jogo exclusivista; assentam a sua actividade no maior e mais polivalente conjunto de relações entre a arquitectura e a sua envolvente, premiando o contexto do edifício e a presença física dos seus utilizadores. Processos de concepção dirigidos e rigorosos são orientados com vista à percepção espacial dos seus futuros utilizadores. As suas concepções são reminiscentes das relações entre os organismos vivos e o seu meio ambiente, como integrantes de um sistema natural. As suas concepções espaciais rompem com a ordenação convencional dos espaços, procurando uma funcionalidade de espaços fluidos, de sequências funcionais bem definidas. A volumetria interage directamente com o corpo do observador através da sua escala, da mesma forma que interage com a gravidade e a geometria. Independentemente do tamanho ou função, os trabalhos do estúdio Delugan Meissl Associated Architects é consistentemente determinado por estes processos de concepção e princípios teóricos. http://www.deluganmeissl.at

Colaboração: Martin Josst, Jörg Rasmussen, Torsten Sauer,Tapio Lassmann, Zoltan Adorjani, Philip Beckmann, Imke Haasler, Hendrik Steinigeweg, Gerhard Gölles, Sebastian Brunke, Tom Hindelang | Engenharia: Interplan Gebäudetechnik GmbH, Leonhardt, Andrä und Partner Beratende Ingenieure VBI GmbH | Promotor: Porsche © Hertha Hurnaus

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A B O U T: M U S E U S

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Projecto: Porsche Museum| Localização: Estugarda, Alemanha | Data: 2008


A B O U T: M U S E U S Projecto: Porsche Museum| Localização: Estugarda, Alemanha | Data: 2008

Planta Piso 0 Planta Piso 3

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A B O U T: M U S E U S Projecto: Porsche Museum| Localização: Estugarda, Alemanha | Data: 2008

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Corte 01

Axonometria | percurso interior


A B O U T: H OT É I S

Juvet Landscape Hotel

JSA | Jensen & Skodvin Architects

Future Hotel LAVA

Limes Hotel

Studio Derlot + Kevin Hayes Architects


A B O U T: H OT É I S Projecto: Juvet Landscape Hotel | Localização: Burtigard, Gudbrandsjuvet, Noruega | Data: 2007/08

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Apesar de ter sido originalmente pensado para ser implementado no território de Aurland, o Juvet Landscape Hotel acabou por ser construído em Gudbrandsjuvet, na Noruega, por iniciativa de Knut Slinning, um dos residentes locais. Neste hotel cada quarto é basicamente uma casa independente com uma ou duas paredes construídas em vidro. Quartos estes que são inseridos em

locais variados da paisagem local, cuja maioria das pessoa considera como espectacularmente belos e cuja topografia permite uma organização espacial onde nenhum quarto faz frente a outro. Desta forma, cada quarto ganha uma perspectiva própria e única sobre a paisagem dinâmica local, sempre em mudança pela hora do dia e estações do ano.

O atelier JSA [Jensen & Skodvin Architects] foi criado em 1995 por Jan Olav Jensen e Børre Skodvin. Ao longo deste 14 anos de existência já elaborou uma diversidade de projectos, públicos e privados, na área do planeamento urbano e mobiliário, mas essencialmente na arquitectura e intervenção paisagística. Jan Olav nasceu em 1959 e conclui o seu curso pela Faculdade de Arquitectura e Design de Oslo, em 1985. Faculdade esta onde é actualmente professor desde 2004. Em 1995 fundou o Jensen & Skodvin Architects, após um período de prática individual e colaborações diversas desde 1985, tendo trabalhado como professor e júri em várias universidades, assim como recebeu a Medalha Sueca Príncipe Eugen em 2006. Børre Skodvin nasceu em 1960 e concluiu igualmente o seu curso pela Faculdade de Arquitectura e Design de Oslo, em 1988, sendo actualmente dirigente do Departamento de Arquitectura, desde 2009. Em 1995, em conjunto com o seu colega Jan Olav, fundou o Jensen & Skodvin Architects. De 2005 a 2008 foi o vice-presidente da Associação de Arquitectos da Noruega, pertencendo actualmente ao quadro de administração. É professor e crítico de arquitectura em diversas universidades nórdicas, marcando uma presença assídua no quadro nacional e internacional de palestras e conferências. www.jsa.no

Colaboração: Torunn Golberg Helge Lunder, Torstein Koch; Thomas Knigge | Promotor: Knut Slinning Courtesy of ©Jensen & Skodvin Architects


A B O U T: H OT É I S Projecto: Juvet Landscape Hotel | Localização: Burtigard, Gudbrandsjuvet, Noruega | Data: 2007/08

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Juvet Landscape Hotel | Localização: Burtigard, Gudbrandsjuvet, Noruega | Data: 2007/08

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Planta Tipológica 05

Secção 01


A B O U T: H OT É I S Projecto: Future Hotel | Localização: Fraunhofer, Alemanha | Data: 2008

Intitulado como “hotel do futuro”, um dos objectivos deste projecto foi ir de encontro às expectativas e requisitos dos hóspedes do hotel, recorrendo para o efeito à combinação entre tecnologia e espaço. Os quartos são equipados com avançada tecnologia nas áreas de media e comunicação, em combinação com protótipos de produtos desenvolvidos por fabricantes conhecidos mundialmente. Uma das principais linhas de orientação do projecto foi o conforto humano. A tecnologia funciona de forma quase invisível, como pano de fundo, permitindo a possibilidade de controlo individual de media, iluminação e clima. Algumas das inovações integradas neste projecto são a iluminação antijet-lag, uma cama de conforto activo, uma área de

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spa pessoal, um espelho inteligente e um vão de janela de escala elevada para a visualização de media. O atelier LAVA desenhou um espaço contínuo, integrando todas as áreas num gesto singular. A harmoniosa pele exterior eleva a infra-estrutura tornando-se a interface entre a tecnologia e o corpo humano. A combinação entre material rígido e suave cria uma diferenciação de aspectos funcionais equilibrada. Através da aplicação de métodos de design paramétricos e produções semi-automáticas foi possível a realização do projecto original, no prazo estipulado, antevendo a visão e conceito do hotel do futuro.

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www.l-a-v-a.net

Colaboração: Kadri Kaldam, Martin Völkle, Jan Saggau | Promotor: Fraunhofer IAO

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O atelier LAVA [Laboratory for Visionary Architecture] foi fundado em 2007, com ateliers em Sidney, Estugarda e Emiratos Árabes Unidos. Os seus directores Chris Bosse, Tobias Wallisser e Alexander Rieck, em 2008 destacamse no panorama arquitectónico mundial, por intermédio da realização de projectos inovadores, arrojados e curiosos, como são exemplo: “Michael Schumacher World Champion Tower” em Abu Dhabi, “The future hotel” na Alemanha e “green void” na Austrália, “Watercube Swimming Centre” em Beijing entre outros.


A B O U T: H OT É I S Projecto: Future Hotel | Localização: Fraunhofer, Alemanha | Data: 2008

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Hotel Caminhos de Santiago | Localização: Santiago do Cacém | Portugal | Data: 2008

O projecto funda-se no entendimento claro do património em presença. Referimo-nos não só ao património construído, de inegável qualidade e rigor arquitectónico mas também ao património natural, cujo valor se tornou já um marco na região. De facto é neste frágil equilíbrio entre Natureza e Construído que assenta a qualidade do conjunto. A proposta tem como base a estrita manutenção desse equilíbrio, sendo por um lado discreto e misterioso e por outro o garante do funcionamento desta unidade hoteleira, agora com uma maior

dimensão. Actua-se de modo a aproveitar a grande energia da relação Natureza / Artifício existente, potenciando a leitura de enquadramentos e envolvendo a construção e terreno num todo harmonioso, melhorando o sistema de vistas sobre o mar e sobre o aglomerado histórico de Santiago, designadamente através da criação de diversos terraços e esplanadas sobre a vista explorando ao limite as possibilidades climatéricas da região, com a natural protecção dada pelas árvores existentes.

Manuel Rocha Aires Mateus, nasceu em Lisboa, Portugal em 1963 e forma-se arquitecto na F.A./U.T.L., Lisboa Portugal em 1986. Colabora com o arquitecto Gonçalo Byrne desde 1983, e com o arquitecto Francisco Aires Mateus desde 1988. Foi Professor na Graduate School of Design, Harvard University, EUA, entre 2002 e 2005; Professor Convidado na Fakulteta za Arhitekturo, Universa v Ljubljani, Ljubljana, Eslovénia em 2003/2004; Professor na Accademia di Architectura, Mendrízio, Suíça, desde 2001; Professor na Universidade Autónoma de Lisboa, desde 1998; Professor Catedrático na Universidade Lusíada de Lisboa, desde 1997; Assistente na F.A./U.T.L., Lisboa, de 1991 a 1998; Assistente na Universidade Lusíada, Lisboa, de 1988 a 1990; e Monitor na F.A./U.T.L., Lisboa, de 1986 a 1991. Participação em conferências e seminários em: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Eslovénia, Espanha, EUA, Inglaterra, Itália, Irlanda, Japão, México, Noruega, Suécia, Portugal e Suíça. Francisco Xavier de Aires Mateus, nasceu em Lisboa em 1964 e forma-se arquitecto na F.A./U.T.L. em 1987. Colabora com o arquitecto Gonçalo Byrne desde 1983 e com o arquitecto Manuel Aires Mateus desde 1988. É Professor na Accademia di Architectura, Mendrízio, Suíça, desde 2001 e Professor na Universidade Autónoma em Lisboa desde 1998. Participação em exposições, conferências e seminários em: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Eslovénia, Espanha, EUA, Inglaterra, Itália, Japão, México, Noruega, Portugal e Suíça, Os principais Prémios Internacionais recebidos são: pelo Centro de Artes de Sines, o Prémio ENOR 2006, em Vigo, Espanha, 2006; e o ContractWorld2007, em Hamburgo, Alemanha, 2006; pela Casa em Azeitão, o 1º Prémio na qualidade de RS04 – Residencia Singular 2004, em Madrid, Espanha, 2004; pela Casa em Alenquer, o Premis FAD d’Arquitectura i Interiorisme 2003, em Barcelona, Espanha, 2003; pela Residência de Estudantes, Pólo II da Universidade de Coimbra, o 1º Prémio da II Bienal Ibero Americana de Arquitectura, na Cidade do México, México, 2001; o 1º Prémio do Prémio Luigi Cosenza, em Nápoles, Itália, 2001; e na qualidade de Obras Finalistas o Premis FAD d’Arquitectura i Interiorisme 2000, em Barcelona, Espanha, 2000; pela Livraria Almedina Lisboa, o 1º Prémio na qualidade de Interiores do Premis FAD d’Arquitectura i Interiorisme 2001, em Barcelona, Espanha, 2001; e pela Residência de Estudantes, Universidade de Coimbra, o European Union Prize for Contemporary Architecture; a selecção para o Mies van der Rohe Award, em 2000.

Colaboração: Sofia Chinita Janeiro | Construção: Lena, Construções | Engenharia: Joel Sequeira, Carla Louro Promotor: Soc. Caminhos de Santiago

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www.airesmateus.com www.hotelcaminhosdesantiago.pt


A B O U T: H OT É I S Projecto: Hotel Caminhos de Santiago | Localização: Santiago do Cacém | Portugal | Data: 2008

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Hotel Caminhos de Santiago | Localização: Santiago do Cacém | Portugal | Data: 2008

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Hotel Caminhos de Santiago | Localização: Santiago do Cacém | Portugal | Data: 2008

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Hotel Caminhos de Santiago | Localização: Santiago do Cacém | Portugal | Data: 2008

Planta Piso -1

Planta Piso 0

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Hotel Caminhos de Santiago | Localização: Santiago do Cacém | Portugal | Data: 2008

Corte 01

Corte 02

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Corte 04

Corte 05


A B O U T: H OT É I S Projecto: Limes Hotel | Localização: Fortitude Valler | Austrália | Data: 2008

Designer que leva há quase seis anos uma existência semi-nómada, para Alexander Lotersztain, autor do Limes Hotel, os quartos de hotel e os interiores de aviões desempenham um papel importante na definição do seu estilo de vida. Influenciado pela sua itinerância, Alexander teve diversas experiências marcantes que o inspiram para este projecto, nomeadamente na atenção dada aos elementos essenciais no contexto do viajante contemporâneo, um nómada semí-sedentário. Das concepções iniciais de Alexander Lotersztain e da filosofia do Studio Derlot, surgiu um fio condutor comum; a constatação de que os requisitos do cliente, assim como a compreensão da “arte” de viajar como experiência abrangente e modo de vida, são fundamentais e decisivos para o sucesso do projecto como espaço cosmopolita de design. Alexander, pretendia fazer do Limes uma experiência de design desprovida de determinados ideais de design, por vezes inalcançável. O enfoque do projecto recaiu no hóspede, objectivamente tentando faze-lo sentir-se especial, sem ser intimidado no uso do espaço e dos objectos associados. Na abordagem conceptual encarou-se o Hotel como um todo, tomando em consideração a imagem global e as atmosferas pretendidas, dando extrema atenção aos interiores, mobiliário, superfícies e acabamentos, alargando a influência conceptual à música e à Lista de Bebidas. A presença do logótipo do Limes encontra-se por todo o hotel de forma tangível, não só em grande escala mas igualmente em pormenores, desde o Lobby, passando pelos quartos, o bar da cobertura e o cinema. Sem deixar de parte nenhuma faceta do hotel, é quase tangível o “espírito” do Limes, que se sente quer quando se atravessam as suas portas mas que igualmente é

transportado pelo hóspede no retorno a casa. O processo de concepção dos quartos focou-se no uso eficiente do espaço, dando prioridade às funções. A linha de pensamento de Alexander Lotersztain levou à realização de quartos visualmente espaçosos mas acolhedores. O lugar-comum da secretária de hotel foi evitado e adaptado aos nossos tempos, uma vez que o viajante contemporâneo viaja com computador portátil e (tal como Alexander) usa a cama como espaço de trabalho e para consulta de e-mails – o Limes dispõe em toda a sua extensão de rede de internet wireless. Sem esquecer que ainda se usa a internet de modo convencional, a bancada da kitchenette, para além de servir de espaço para uma refeição casual, alberga pontos de ligação à internet. Sempre que as soluções de design o permitiram, pequenos itens mundanos, como caixotes do lixo e cabos foram minimizados ou ocultos, não só dando ao quarto um aspecto visual mais limpo como do ponto de vista prático, tornando-o mais eficiente ao nível do serviço de quartos e manutenção. A escolha de materiais privilegiou a durabilidade, a facilidade de manutenção e a estética, resultando numa imagem equilibrada de sofisticação aconchegante. Os quartos incluem diversas peças de mobiliário e equipamento exclusivos, de onde se destacam os bancos de cozinha Corian (pela Dupont), toucadores, cabeceiras de cama em madeira maciça da Blackbutt, puxadores de porta em alumínio, cortinas da Luna Textiles e nas casas de banho, pastilha da Bisazza. Cada quarto possui uma parede única pintada à mão, coberta na sua superfície, segundo uma técnica que emprega uma camada mineral (Julien Fantone, Idea Creations).

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A B O U T: H OT É I S Projecto: Limes Hotel | Localização: Fortitude Valler | Austrália | Data: 2008

Alexander Lotersztain nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1977. Licenciou-se em Design Industrial na Ort School de Los Angeles, EUA. Obteve nova graduação no Queensland College of Art. Tendo-se mudado aos 19 anos de idade para a Austrália, as viagens têm sido a sua mais importante fonte de inspiração. Colaborou com a GK Planning & Design de Tokyo, Japão onde participou no desenvolvimento de produtos para a Asahi e a Mizuno, entre outros. Colaborou com a IDEE-Sputnik, tendo desenvolvido uma gama de mobiliário e iluminação, nomeadamente os “skid seaters”, o “softsofa” e “lightflow”. Colabora actualmente com diversas companhias em todo o mundo, nomeadamente: IDEE-Sputnik (Japão), Planex (Austrália), S&G (Austrália), SIGG (Suíça), COVO (Italia), Ufl (Nova Zelândia), Escofet (Espanha), sendo igualmente consultor-chefe para a área de design na Fundação InAfrica e membro do grupo de trabalho do Smart State Council nomeado pelo governo de Queensland (Austrália), grupo encarregue da elaboração do plano estratégico Smart State design Strategy 2020. Participou em diversas exposições internacionais com a Sputnik e a Designers Block, em Londres, Tóquio, Milão, Nova York, São Francisco, Berlim e Moscovo. Alexander Lotersztain foi nomeado um dos 100 mais influentes designer de topo ao nível mundial, na & fork by Phaidon, aparece no Top 10 da Design by Scene Design Quarterly 2007 e no Top 10 do 100 Young Brightest Australian Achievers Bayer/Bulletin Award. Foi galardoado com diversos prémios de design e design de interiores, incluindo o prémio “Best Design Student” do Design Institute of Australia, tendo o seu trabalho sido publicado em diversas publicações de design mundiais. Um dos seus produtos faz parte da colecção de design do Musey Pompidou de Paris. www.kharchitects.com www.limeshotel.com.au/

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Colaboração: KTG Managament - Damian Griffiths | Construção: BQ Constructions | Promotor: KTG Managament Courtesy of Studio Derlot


E CO S

White House Redux Jorge Rocha Antunes

Genetic Architecture 3Gatti Architecture Studio


E CO S Projecto: Concurso White House Redux | 1º Prémio | Data: 2008

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Bio Logical E se a Casa Branca fosse construída hoje? A propósito da eleição do 44º Presidente dos EUA a Storefront juntamente com a Control Group lançaram este desafio. Este era o estimulo que estava no centro do desafio. Pensar como seria a residência do Homem mais poderoso do Planeta. Local onde se tomam decisões que mudam o Mundo. A Casa Branca pouco tem a ver com o projecto inicial de 1792. Projecto ganho em concurso por James Hoban. Ao longo destes vários séculos, os Presidentes foram acrescentando alas e salas tornando a Casa Branca num labirinto complexo à moda Americana: 132 quartos; 35 casas de banho; 412 portas; 147 janelas; 28 lareiras; 3 elevadores; 5 chefs a tempo inteiro; 1 sala de cinema; 1 piscina; 1 corte de ténis; 1 pista de bowling; 1 pista de Jogging Tudo o que está a acontecer no Mundo está a acontecer em salas de controle secretas nesta Casa, como se ela fosse o centro neurológico do Planeta. Em paralelo com esta ideia de fortaleza, este edifício é uma das atracções turísticas mais famosas dos EUA, com cerca de 5000 visitantes diários. É interessante pensar que apenas conhecemos e vemos uma parte diminuta desta casa. Um concurso como este é sempre uma oportunidade para experimentar e testar ideias. Este é um campo complementar, de experimentação, que funciona no nosso caso, como um território de acção fundamental e complementar à prática profissional do dia a dia. Não entendemos a Casa Branca como é um edifício mas sim como uma ideia. Uma ideia que se foi alterando ao longo do tempo, uma ideia de Ordem, uma visão do Mundo. Procurámos não olhar a Arquitectura desde o ponto de vista da matéria e território inerte, mas sim desde o ponto de vista biológico – da Biologia, como se de um organismo vivo se tratasse. Um sistema que está vivo e que protege, que pertence ao ciclo natural da vida, que nasce vive e morre como qualquer um de nós, que gera territórios. A Arquitectura é sempre uma ferramenta de transformação. Pensamos que as questões fundamentais do nosso

tempo estão neste momento na Ciência. Basta pensar nas questões controversas que a Ciência está a levantar. É como se tivéssemos duas velocidades, a da Ciência por um lado, e por outro os mecanismos e as esferas sociais. Se estivermos atentos aos últimos desenvolvimentos na Medicina e na Indústria Militar, que são sempre as que estão um passo mais à frente nas questões tecnológicas e de desenvolvimento cientifico, podemos avançar um pouco no tempo e reflectir sobre essas questões. Como arquitecto arrasto estas questões para o meu território e testo as possibilidades, tento perceber as suas implicações nas questões fundamentais da arquitectura. Acredito que a Arquitectura tal como todas as outras áreas do conhecimento não escapará aquilo que será provavelmente a consciencialização da substituição de Deus como criador de todas as coisas, para entrarmos num campo muito mais difuso, onde a discussão teórica e ética voltará a ter um papel central, em contraste com a inércia e vazio intelectual com que nos podemos deparar neste momento. É difícil para uma só pessoa entender todos os contornos destas questões. Há pontos que são evidentes: a nossa relação com os edifícios, com a matéria, com o espaço e com o território. Perceber que podemos dotar a matéria de que são feitos os nossos edifícios de determinadas características, para que se adaptem a determinadas situações climatéricas, estruturais, electromagnéticas, etc.. Que identifiquem determinadas patologias e tenham capacidade de reagir a elas. Que podemos criar vacinas para os nossos edifícios. Edifícios que nascem, crescem, vivem e morrem e se decompõem entrando no ciclo natural da vida. Esta proposta não pretende encontrar uma resposta específica para a Casa Branca. A Casa Branca foi apenas o ponto de partida para uma questão mais ampla. Da mesma forma que não procuramos fazer qualquer tipo de crítica política ou social, entendemos que o Mundo já tem provas suficientes de que algo está mal, não sentimos necessidade de reforçar essa ideia.


E CO S Projecto: Concurso White House Redux | 1º Prémio | Data: 2008

Jorge Rocha Antunes nasceu em Lisboa em 1978. Arquitecto pela Universidade Lusíada de Lisboa em 2001. Colabora de 1999 a 2003 com o Arq. Flavio Barbini e Maria João Barbini no desenvolvimento de vários projectos e concursos internacionais, alguns deles com o Arquitecto João Luís Carrilho da Graça. De 2003 a 2008 colabora com o Arq. Luis Fernández Inglada e Arq.Juan José Arévalo (Inglada-Arévalo Arquitectos Associados) em Madrid, com responsabilidade na coordenação e desenvolvimento de projectos na área hospitalar. Constrói em paralelo um percurso individual que lhe permite ganhar vários prémios em Concursos Internacionais. Em 2009 depois de um percurso de vários anos dividido entre Portugal e Espanha regressa a Portugal. O atelier ar hitecture, fundado em Janeiro de 2009 após vários anos de incubação, é um laboratório multidisciplinar de experimentação que tem como objectivo reflectir e procurar respostas contemporâneas a questões contemporâneas no campo da arquitectura. Com uma equipa jovem, flexível, permeável e multidisciplinar este Atelier conta já com diversas participações e prémios em Concursos Internacionais. A partir de Setembro de 2009 o atelier passa a contar com um novo sócio - Pedro Goes Janeira - que aceita o desafio de se juntar à equipa trazendo toda a experiência adquirida entre Portugal e Reino Unido no desenvolvimento, coordenação e execução de projectos nas mais variadas áreas. Conferências Ciclo de Conferências Jovens Arquitectos Portugueses Premiados Internacionalmente, Ordem dos Arquitectos Portugueses – Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, Lisboa, Julho de 2009. “Prémios Nacionais e Internacionais de Antigos Alunos”, Universidade Lusíada de Lisboa – NAUL, Março de 2009. Exposições Prémios Nacionais e Internacionais de Antigos Alunos, Universidade Lusíada de Lisboa – NAUL, Março de 2009. White House Redux, Storefront for Art and Architecture, Nova Iorque, de Setembro a Outubro de 2008. Competition A New Arts Center/ Theatre Building in Sundsvall – Suécia, Novembro de 2008. Publicações Revista Casas&Negócios, Março/ Abril de 2009. A Futura Pele da Casa Branca, Diário de Notícias, 25 Janeiro de 2009. Casa Branca à Portuguesa, Revista Focus (nº483), Janeiro de 2009. White House Redux – 123 ideas for a New White House, Storefront for Art and Architecture e Controlgroup, Novembro de 2009. Revista Swedish Association of Architects – A New Arts Center/ Theatre Building in Sundsvall, Novembro de 2008.

www.ar-hitecture.com

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Projecto: Concurso White House Redux | 1º Prémio | Data: 2008


E CO S Projecto: Genetic Architecture | Data: 2008/09

Devido à convergência da informática e da biogenética, no final do século XX e à subsequente conclusão do épico Projecto do Genoma Humano, testemunhamos agora o aparecimento de uma Era Pós-Humana, que irá genericamente transformar a forma como pensamos e interagimos com o mundo. A Arquitectura Genética baseia-se na noção filosófica de biogénese (teoria que afirma que todo o ser vivo surge de outra forma de vida preexistente). Esta concepção deriva de vários estudos, investigações e tecnologias já existentes, no sentido de criar superfícies semelhantes a pele para revestimento e isolamento de edifícios, dos quais se destacam: Investigadores do Beckman Institute da Universidade do Illinois nos EUA, conceberam a próxima geração de materiais auto-regeneradores, que emulam o comportamento da pele humana, sendo capazes de se regenerar, de se “curar”, ao longo do tempo. Fidia Advanced Biopolymers s.r.l. (FAB) e a Fidia Farmaceutici s.p.a., Italy, desenvolveram tecnologias inovadoras que permitem que células de tecido humano como cartilagem e pele se regenerem em laboratório. Com o ADN de um tipo particular de pele, é possível produzir o mesmo tipo de tecido nas quantidades desejadas. Na visão da Arquitectura Genética, a pele permite ao edifício transformar-se numa estrutura inteligente, dotado de um sistema automático e adaptável, apto a responder às mais variadas solicitações: Diversos sistemas de isolamento fazem parte integrante da pele. A libertação do calor durante o Verão será assegurada por um processo de transpiração, arrefecendo o edifício. De forma similar

durante o Inverno, a conservação e armazenamento do calor derivará da existência na pele, de estruturas semelhantes a pelos isolantes, prevenindo a perda de calor. Alterações de cor (em analogia aos camaleões) serão igualmente empregues, podendo-se controlar a absorção ou libertação de calor, consoante a cor da pele. A adição de novas estruturas ao edifício existente será possível, devido às propriedades elásticas da pele que, permanecendo a mesma, estica-se para acomodar e cobrir um novo volume. Em resposta a diferentes latitudes, a pele muda de tipologia, dando assim resposta ao clima onde se encontra o edifício a revestir; um quadro de tipologias animais (associadas a latitudes e climas) serve de auxiliar na escolha da biotipologia. Igualmente, a resistência da pele poderá variar conforme o contexto. A imagem transmitida pelo edifício pode ser formulada pela textura da pele, podendo ser suave e sensual ou rude e grosseira. Imitar os comportamentos naturais permitirá assim aos edifícios uma maior e mais eficiente integração no meio ambiente. A Arquitectura Genética baseia-se no desenvolvimento de uma pele biológica viva, cujo ADN deriva de vários organismos e animais. Edifícios localizados em zonas diferentes do globo requerem peles exteriores com propriedades diferentes. Podemos imaginar que um edifício localizado numa região fria possa usar uma pele que derive do ADN de um Lobo-marinho, com a sua espessa camada de gordura subcutânea, misturado com o ADN de um urso, devido à sua pelagem densa e protectora.

Contacto: mail@3gatti.com | with the courtesy of Francesco Gatti | 3Gatti Architecture Studio

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Francesco Gatti nasceu em Roma em 1973. Licenciou-se com honra e distinção na Universidade Roma Tre. Em 2002 fundou o 3GATTI ARCHITECTURE STUDIO, tendo aberto em 2004 uma sucursal em Xangai, onde concluiu vários projectos de arquitectura, dos quais se destacam o Centro Comercial ShenYang, as requalificações de edifícios industriais In Factory, tendo igualmente desenvolvido projectos de interiores como o escritório Red Object, a discoteca interactiva The Cut e o bar ZeBar. Gatti foi galardoado com o 06 Modern Decoration interior design media price (Shenzen-China), tendo obtido o 1º lugar em vários concursos internacionais: concurso para a Estação de Metro de Buchanan, em Glasgow, Escócia; concurso para o plano urbano Tra la murgia e il mare, em Andria, Itália; concurso 500M³ design, para a concepção de uma zona de residências para artistas em Pequim, China; tendo recentemente ganho o concurso para o Museu Automóvel de Nanjing, China. Os seus trabalhos encontram-se divulgados em várias publicações internacionais. Francesco Gatti é docente na Universidade Roma Tre, Itália e na Universidade de TongJi e JiaTong, na China, tendo participado como Mestre no Archiprix International. www.3gatti.com


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Direcção Editorial João Sá Vieira | Marcelo Vaz joaosavieira@aboutblank.pt | marcelovaz@aboutblank.pt Design www.carrossel.net Tradução e Adaptação Paulo Ricardo Telefones Gerais [+351] 927 744 527 | [+351] 917 072 530


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