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JANEIRO

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FEVEREIRO

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MARร O

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2010


EDITORIAL Ao terminar a primeira década do século XXI, continua-se em grande medida a reincidir nos erros ambientais do passado, levando ao agudizar das alterações climáticas. Em paralelo, tem-se vindo a assistir ao progressivo enraizar de uma consciência ambiental, apontando a minoração do impacto negativo do homem sobre a natureza como orientação para o futuro. É hoje unânime que a Arquitectura deve ser sustentável, não só ao nível ecológico ou ambiental mas igualmente ao nível económico, funcional, social, etc. A noção de sustentabilidade surge assim abrangente e diversificada. Quando aplicada à arquitectura e mais especificamente à construção, esta constitui-se essencialmente como um sinónimo de equilíbrio e qualidade. Equilíbrio entre a arquitectura e o ecossistema, e qualidade no que diz respeito à construção e novas formas de ocupar o território e o espaço edificado. Arquitectura biclimática, eco-eficiente, ecológica e bioconstrução são alguns dos diferentes termos que expressam essencialmente o mesmo conceito: agir correctamente no presente de forma a não prejudicar ou comprometer as gerações futuras. Reside neste princípio o correcto significado de “sustentável”, o equilíbrio entre construção, arquitectura e a envolvente ambiental. No seio de uma sociedade cujo acesso à informação é cada vez maior e mais imediato, a about:blank enquanto meio de comunicão, pretende dar continuidade à publicação da temática da sustentabilidade. Seja por intermédio de novas tecnologias ou pelo recuperar de princípios e técnicas tradicionais amigas do ambiente, sob a forma de antevisões futuristas ou através da apresentação de projectos já realizados ou em fase de construção, consideramos fundamental a divulgação das obras e dos profissionais que não só se debatem por um estilo próprio mas que também procuram conceber um futuro melhor. João Sá Vieira about:blank magazine


ARQUITECTURA

House R

Bevk Perović

T. Espacio de las Artes

The Tote

Herzog & de Meuron

Serie Architects

H. Center of the Arts

Altis Belém Hotel & Spa

Steven Holl Architects

Basque Health D. H.

Risco + FSSMGN

L House

Coll-Barreu Arquitectos

Moomoo Architects

Villa Vals

The Azahar Group H.

Island House

Pousada da Juventude

SeARCH + Christian Müller Arch.

Iroje KHM Architects

Carlos Ferrater & Núria Ayala

ComA, Architecture and Design


ARQUITECTURA projecto House R | localização Eslovénia | data 2008

A Casa R é uma casa de fim-de-semana, localizada numa pitoresca e idílica zona alpina, perto do lago Bohinj. Encontra-se numa área de paisagem protegida, no preciso local onde se erguia um antiga casa, seguindo os contornos da estrutura precedente, conforme as normas de edificação vigentes. O território em torno do lago encontra-se pontuado por casas de férias, datando algumas da década de 1970; a maior parte delas “cópias” da arquitectura tradicional Eslovena de zona alpina – telhados inclinados e revestimento a madeira escura. A única diferença entre estas construções e as habitações tradicionais é o uso sazonal. Assim, um dos objectivos do projecto passou pela questão da ocupação temporária, fundindo o modelo tradicional com um contentor – a nova casa de madeira alpina assemelha-se, quando desocupada, a uma grande caixa de madeira. As fachadas são compostas por painéis deslizantes em madeira de Lariço (uma espécie de conífera da região), que revelam a casa quando se encontra ocupada. Todos os vãos, incluindo o de entrada e o terraço no piso térreo, são passíveis de ser ocultados ou

revelados visualmente, animando ou imobilizando as fachadas. A estrutura da casa é em betão, revestido a painéis de madeira pré-patinada, numa tonalidade de cinzento prateado, permitindo à habitação transmitir uma imagem de perenidade e perpetuação na paisagem. Os painéis das janelas apresentam a coloração natural da madeira. Para lá do revestimento exterior de madeira encontra-se um interior ascético mas contemporâneo, com uma sala comum / sala de jantar que se abre para a paisagem num terraço. As escadas íngremes - que levam à cave com zona de arrumação e sauna e piso superior (contendo os quartos), separam no piso térreo, a zona de estar e de jantar. Nos quartos, os vãos das janelas aparentemente aleatórios na sua colocação, são de facto molduras que captam diferentes vistas. A casa comunica com a paisagem envolvente de várias formas, nem sempre imediatas. Devido ao seu uso temporário, tem a capacidade de ser completamente encerrada, caso necessário, dessa forma fundindo os conceitos tradicionais do edificado com as necessidades e hábitos contemporâneos.

Atelier bevk perović arhitekti Matija Bevk nasceu em 1972 em Liubliana, Eslovénia. Licenciou-se me 1999 na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Liubliana. Vasa J. Pervić nasceu em 1965 em Belgrado, Yugoslávia. Licenciou-se em 1992 na Faculdade de Arquitectura de Belgrado, obtendo o Grau de Mestre em 1994, no Instituto de Arquitectura de Belgrado. Fundaram em 1997 o Atelier bevk perović arhitekti. Entre as suas obras destacam-se: diversas habitações em Liubliana, Bienal de Veneza - The

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Structure os Survival, Veneza, 2003; Avanta Lowe Agency, Liubliana, 2004; Sede do Sindicato dos Professores da Eslovénia, Liubliana, 2004; diversas habitações sociais de custos controlados e mais recentemente, em 2009, a reconstrução da Galeria de Arte Moderna, em Liubliana. www.bevkperovic.com colaboração Matija Bevk, Vasa J. Perović, Ana Čeligoj promotor privado


ARQUITECTURA projecto House R | localização Eslovénia | data 2008

© Miran Kambič | www.mirankambic.com

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© Miran Kambič | www.mirankambic.com


ARQUITECTURA projecto House R | localização Eslovénia | data 2008

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ARQUITECTURA projecto House R | localização Eslovénia | data 2008

Planta Piso 0

Planta Piso 1

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Secção 1


ARQUITECTURA projecto Tenerife Espacio de las Artes | localização Tenerife | Ilhas Canárias | Espanha | data 2008

O TEA - Tenerife Espacio de las Artes, converteuse num novo e animado ponto de encontro multigeracional, para pessoas com os mais variados interesses. Para alcançar este efeito, o atelier Herzog & de Meuron procurou idealizar um novo conceito arquitectónico, caracterizado pela interligação de cada uma das distintas actividades e espaços do Centro. O acesso ao complexo é possível vindo de todas as direcções. Um percurso pedonal público secciona diagonalmente o edifício, ligando o topo da Ponte General Serrador à margem do Barranco de Santos. No sentido descendente, em direcção ao Barranco, o percurso alarga-se transformandose num espaço triangular parcialmente coberto, no coração do Centro Cultural.

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Este invulgar espaço triangular constitui-se como uma Praça (Plaza), aberta e acessível a todos. A vivência urbana deste espaço é animada pelo café / restaurante do museu, cujo serviço não se restringe apenas ao interior do edifício, abarcando igualmente a zona coberta da praça e a área arborizada do Barranco dos Santos. Esta Praça pode igualmente servir de espaço para a exibição de filmes e vídeos, funcionando como cinema ao ar livre. A sua principal função é a de encaminhar e orientar os visitantes para o lobby de recepção ao edifício, concebido como uma continuidade espacial da praça, albergando no seu espaço generoso, para além do já referido café, a loja do museu e as bilheteiras. Para além das cabines das bilheteiras, o acesso aos pisos superior e inferior do museu realiza-se por intermédio de uma grande escada em espiral. O piso superior apresenta galerias iluminadas com luz zénital, cujas diversas configurações foram adaptadas aos requisitos da Colecção Oscar Dominguez. No piso inferior, um amplo espaço passível de subdivisão, permite acomodar exposições temporárias de dimensões internacionais. Todos os espaços do museu dispõem de sofisticados sistemas de controlo climático ocultos. O pé-direito em ambos os pisos de exposição é igual ou superior a 6 metros. Mais intimistas na sua escala, as galerias do Centro de Fotografia - igualmente instaladas no

piso inferior, possibilitam a sua conexão ao espaço de exposições temporárias. No percurso através da Plaza, os visitantes deparamse com os espaços plenos de luz da Biblioteca Insular. A praça corta literalmente a sala de leitura da biblioteca. Grandes painéis de vidro permitem aos utentes ver o exterior e aos transeuntes ver o interior da biblioteca - um open-space generoso. Construídos com diferentes tipos de vidro (transparente, translúcido e impresso), estes painéis permitem regular a intensidade luminosa, a abertura e intimidade das áreas de leitura, proporcionando as melhores condições possíveis aos leitores. O volume luminoso da Biblioteca Insular anima o ambiente nocturno ao longo do Barranco de Santos, tornando-se no novo marco urbano da cidade de Santa Cruz. A tipologia edificada desta proposta para o TEA baseou-se nos tradicionais pátios alongados. No pátio que separa a ala dos escritórios do museu do resto do complexo, foram plantadas diversas espécies vegetais típicas da ilha. Os pátios alongados são importantes por diversas razões, proporcionam luz natural, vistas e orientam os visitantes e utentes nos espaços do museu e biblioteca. Desde o início, o processo de concepção baseou-se na relação com os pátios, igualmente devido à intenção de ligar tipologicamente o novo centro com a envolvente edificada, nomeadamente o Antiguo Hospital Civil - recentemente convertido no Museo de la Naturaleza y el Hombre. Levou algum tempo até a ideia de albergar todas as funções e actividades do centro sobre uma mesma cobertura, se cristalizasse em oposição a ideia de diferentes funções em alas individuais. Esta constitui mais uma razão para que os pátios alongados se assemelhem mais a espaços interiores abertos do que a espaços exteriores interligados. O novo centro Cultural constitui-se não só como um ponto de encontro para pessoas mas igualmente um espaço para a intercepção entre a paisagem contemporânea da cidade, a Cidade Velha, com a topografia ancestral do próprio Barranco dos Santos.


ARQUITECTURA projecto Tenerife Espacio de las Artes | localização Tenerife | Ilhas Canárias | Espanha | data 2008

© Iwan Baan | www.iwan.com

Jacques Herzog e Pierre de Meuron nasceram na mesma zona de Basileia, Suíça, em 1950. Trabalham em conjunto desde a época do jardim-de-infância, sendo que Pierre falava Francês e Jacques falava Rumantsch (uma das 4 línguas oficias Suíças). Quando concluíram o ensino secundário, tinham brincado juntos com brinquedos que incluíam o Lego e o Meccano, construindo casas suíças, navios e montanhas russas, sem no entanto se terem decidido por que área escolher no ensino universitário. Herzog optou inicialmente pelo Design, tendo mais tarde mudado para Biologia e Química, na Universidade de Basileia. O seu interesse artístico era no entanto dominante. Acreditando que a Arquitectura lhe permitia uma maior capacidade, permitindo combinar diversas áreas, começou a estudar arquitectura na ETH – Universidade Técnica Federal de Lausanne. Uma vez que de Meuron era bom tanto a matemática como a desenho, optou pelo mesmo curso que o amigo. Após o 1º ano, transferiram-se ambos para o ETH em Zurique, onde permaneceram até obterem a licenciatura, em 1975. Continuaram como assistentes do professor Dolf Schnebli e em 1978, fundaram atelier em conjunto, com escritório em Basileia. Desde então, as suas carreiras têm sido praticamente paralelas. Herzog é desde 1983 tutor convidado da Universidade de Cornell em Ithaca, em Nova York. Seis anos depois, em 1992, ambos se tornaram professores convidados na Universidade de Harvard por um ano, tendo renovado a sua relação com a instituição em 1994, permanecendo até à actualidade. São ambos professores nos Estudos ETH em Basileia. Profissionalmente, a parceria Herzog & de Meuron, cresceu até atingir a uma dimensão internacional, com 120 colaboradores. Para além da sede em Basileia, têm sucursais em Londres, Munique e São Francisco.

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colaboração Virgilio Gutiérrez Herreros | Astrid Peissard, Alexander Franz Benito Blanco Avellano, Luis Jàtiva Quiroga | Sara Jacinto, Diego Martínez Navarro, Monica Ors Romagosa, Lara Semler, Lys Villalba Rubio, Benjamin Wiederock construção UTE Herzog & de Meuron SL engenharia Dionisio Castro Pérez promotor Cabildo Insular de Tenerife


ARQUITECTURA projecto Tenerife Espacio de las Artes | localização Tenerife | Ilhas Canárias | Espanha | data 2008

© Iwan Baan | www.iwan.com

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© Iwan Baan | www.iwan.com

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ARQUITECTURA projecto Tenerife Espacio de las Artes | localização Tenerife | Ilhas Canárias | Espanha | data 2008

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Planta Piso 0

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Planta Piso 1

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Planta Piso 2

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Secção 1


ARQUITECTURA projecto The Tote | localização Mumbai | India | data 2009

Junto ao Hipódromo de Bombaim, Índia, um conjunto de edifícios coloniais em desuso foram convertidos em restaurantes e bares. A intervenção teve como linha orientadora a conservação das características intrínsecas dos edifícios, tendo-se optado por preservar o perfil geral de coberturas em ¾ do conjunto edificado, mantendo-se integralmente o restante ¼. O carácter particular do situ, não reside propriamente nos edifícios coloniais em si, mas na interacção com os espaços abertos, protegidos por grandes Árvores-da-chuva (Samanea saman). Estas áreas resguardadas do Sol ao longo de todo o ano, permitem que o programa desta intervenção se possa desenvolver quase totalmente no exterior. O projecto procura reforçar a ideia de continuidade espacial diferenciada e desprovida de limites, que envolve o próprio edifício. Uma nova estrutura foi proposta dentro dos limites da preexistência. O sistema estrutural adoptado tomou como modelo a forma de árvore e ramos. A propagação deste sistema ramificado no sentido longitudinal do edifício diferencia-se nas secções transversais. Esta diferenciação reorganiza o velho edifício em distintas zonas de refeição. Funções como Bar de degustação de vinhos, restaurante, zonas de apoio e instalações para banquetes, funcionam em áreas distintas do volume, definidas pelos diferentes ângulos da estrutura. Os elementos ramificados subdividem-se progressivamente em componentes mais finos que, conforme se aproximam do tecto, o perfuram numa série de aberturas - correspondendo às intercepções

entre as madres e as restantes traves. Estas aberturas permitem a passagem da luz natural. A estrutura tipo árvore foi concebida como uma treliça em aço, residindo na aplicação de sistemas construtivos compatíveis com os meios locais, o principal desafio da sua produção. Em vez de procurar um fornecedor convencional do sector da construção, optou-se por procurar fundidores e artífices locais para os trabalhos nos quais a precisão e rigor eram exigidos. A estrutura foi construída empregando elementos de secção quadrangular e perfis em “I” garantindo uma maior precisão. O desenho da treliça foi concebido de forma a reduzir o número de soldaduras, resultando numa estrutura cujas secções curvas ajudam a ocultar os métodos de fabrico. O tecto-falso alberga um complexo sistema de iluminação embutido nas superfícies de gesso cartonado e painéis de aglomerado de madeira, permitindo uma elevada flexibilidade de iluminação, adequando-a a qualquer tipo de evento. O interior do Lounge Bar, no piso superior, resulta de uma intrincada composição tridimensional de painéis de madeira com isolamento acústico. O padrão dos painéis recorda igualmente a intercepção dos ramos nas copas de árvore. Executado por artesãos locais empregando um sistema de mapeamento com coordenadas X, Y, Z, (possibilitando a sua realização empregando ferramentas e meios relativamente primitivos), o acabamento em folheado de nogueira e as juntas de bronze dos painéis facetados acentuam o padrão de ramos e troncos.

O atelier Serie Architects tem escritórios em Londres e Bombaim, trabalhando nos campos da arquitectura, urbanismo e design. A sua prática baseia-se na evolução e na mutação das tipologias de edifícios nas cidades contemporâneas, assim como na concepção de soluções espaciais mais inteligentes para o edificado existente. Nesse sentido, o atelier desenvolve trabalhos um pouco por todo o mundo, na vanguarda do planeamento e da concepção arquitectónica, no design de interiores e no design de equipamento, tanto em contexto público como privado.

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www.serie.co.uk colaboração Chris Lee & Kapil Gupta engenharia Facet Construction Engineering Pvt. Ltd promotor privado


ARQUITECTURA projecto The Tote | localização Mumbai | India | data 2009

© Fram Petit | www.fram-petit.com

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© Fram Petit | www.fram-petit.com


ARQUITECTURA projecto The Tote | localização Mumbai | India | data 2009

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© Fram Petit | www.fram-petit.com

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ARQUITECTURA projecto The Tote | localização Mumbai | India | data 2009

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Axonometria


ARQUITECTURA projecto Herning Center of the Arts | localização Herning | Dinamarca | data 2009

Como que uma fusão entre paisagem e arquitectura, esta proposta é sobretudo uma construção do próprio situ. Ao transformar o terreno plano numa nova paisagem de pequenas elevações e superfícies de água, esta intervenção logra, não só ocultar as áreas de serviço do edifício como também criar recantos inspiradores, orientados para os espelhos de água. Em todas as galerias deste museu, os espaços são proporcionados, simples e ortogonais, evitando ofuscar ou distrair o visitante, dando prioridade às peças de arte postas em evidência pela luz natural, proveniente da cobertura curva. As estruturas leves dos planos de parede interiores permitem a reconfiguração e a versatilidade dos espaços. Por outro lado, as paredes laterais autoportantes das galerias, são a sustentação da “pedra de toque” deste edifício - o sistema de coberturas do novo museu. Permitindo uma relação autónoma entre o plano de cobertura e os restantes componentes do sistema,

as superfícies curvas da cobertura funcionam igualmente como elementos de ligação entre os vários corpos do edifício. A face interior destas superfícies, simplesmente estucada a branco, complementa e equilibra uma geometria mais complexa. Estruturalmente, a estabilidade do sistema é garantida pela presença de finos varões estruturais, ancorados nas paredes autoportantes, contrabalançando qualquer tensão ou desequilíbrio de forças. Inspirando-se no trabalho de Piero Manzoni e na história da localidade de Herning - relacionada com a indústria têxtil - a temática dos tecidos e da padronagem é retomada na aplicação de uma textura no betão branco dos planos de fachada. De salientar um sistema de ar-condicionado, alimentado a energia geotérmica, um dos vários aspectos que acompanhou a concepção deste edifício, atestando a preocupação com a sustentabilidade e o meio-ambiente.

Steven Holl nasceu em 1947 em Bremerton, Washington, EUA. Licenciou-se com Distinção na Escola de Arquitectura da Universidade de Washington, em Bellevue. Em 1979, estudou arquitectura em Roma, tendo em 1976 realizado uma pós-graduação na Architectural Association de Londres. No mesmo ano fundou em Nova York o seu próprio gabinete, Steven Holl Architects. Alguns dos seus estudos, concepções e obras encontram-se representados em vários museus. O MOMA tem desde 1989, vários dos seus desenhos na sua colecção permanente. Em 1991 o seu trabalho esteve patente numa exposição monográfica no Walker Art Center de Minneapolis e na Henry Art Gallery de Seatle, tendo percorrido em itinerância, vários países europeus.

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Desde 1981, Steven Holl tem desempenhado função docente em diversas instituições: Universidade de Washington, Seattle Pratt Institute, New York Parsons School of Design, e a New York University da Pennsylvania, Filadélfia. É desde 1989, professor adjunto na Universidade da Colmbia. Vencedor de diversos prémios e distinções, dos quais se destacam: o AIA National Honor Award em 1993; o NYC AIA Design Awards em 1993 e 1995; Progressive Architecture Awards em 1996; no ano de 1997 o Japanese Building Contractors Society Award, o National AIA Religious Architecture Award e o New York AIA Medal of Honor Award; em 1998, o Chrysler Award for Innovation in Design, the Alvar Aalto Medal e o National AIA Design Award; em 1999 duplamente galardoado com o New York AIA Project Awards e por fim em 2000 o Progressive Architecture Awards. www.stevenholl.com colaboração Kjaer and Richter A/S | Schønherr Landskab Noah Yaffe | Chris McVoy | Lesley Chang, JongSeo Lee, Julia Radcliffe, Filipe Taboada, Christina Yessios | Cosimo Caggiula, Martin Cox, Alessandro Orsini promotor Herning Center of the Arts


ARQUITECTURA projecto Herning Center of the Arts | localização Herning | Dinamarca | data 2009

© Iwan Baan | www.iwan.com

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© Iwan Baan | www.iwan.com


ARQUITECTURA projecto Herning Center of the Arts | localização Herning | Dinamarca | data 2009

© Iwan Baan | www.iwan.com

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© Iwan Baan | www.iwan.com

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ARQUITECTURA projecto Herning Center of the Arts | localização Herning | Dinamarca | data 2009

Planta

Secção 01

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Secção 02


ARQUITECTURA projecto Altis Belém Hotel & Spa | localização Lisboa | Portugal | data 2009

O Hotel Bom Sucesso situa-se em Belém, na frente ribeirinha a nascente da Doca do Bom Sucesso e frente ao Centro Cultural de Belém. É um hotel de 5 estrelas com 50 quartos e instalações de apoio à actividade náutica. O volume principal, com dois pisos, implantase perpendicular ao Tejo de modo a valorizar as vistas da cidade para o rio, não constituindo um obstáculo visual ao eixo Torre de Belém e ao Padrão dos Descobrimentos.

O hotel é ainda constituído por uma plataforma rectangular, que integra o volume do restaurante e que cria uma ‘bolsa’ para maior privacidade aos hóspedes. Um espaço verde abre-se sobre a plataforma. Um volume muito estreito, encaixado entre o hotel e o restaurante, é o elemento de ligação, de forte identidade, referenciado ao Museu de Arte Popular. O projecto de arquitectura de interiores é da autoria do atelier FSSMGN Arquitectos.

Risco Fundado em 1974 por Daciano da Costa, o Risco foi inicialmente vocacionado para o desenvolvimento de projectos de Design Industrial, Design de Exposições e Design Gráfico. Em 1984, Manuel Salgado assume a liderança e passa a orientar o atelier para as áreas de Planeamento Urbano e Arquitectura. Nas duas décadas que se seguiram o Risco produziu obras de reconhecida importância no panorama recente da arquitectura portuguesa, como o Centro Cultural de Belém (em parceria com Vittorio Gregotti), o Recinto da Expo’98 ou o Projecto Urbano das Antas. Em 2007, com a saída de Manuel Salgado, o Risco iniciou o terceiro ciclo da sua existência. Um ciclo sob a coordenação dos arquitectos Tomás Salgado, Nuno Lourenço, Carlos Cruz e Jorge Estriga. Para este novo ciclo, o Risco manteve intactos os objectivos anteriores: fazer, em simultâneo, projectos de edifícios, projectos urbanos e grandes equipamentos com a eficácia, qualidade e entusiasmo que caracterizam o trajecto percorrido até hoje. www.risco.org FSSMGN Em 1979, em Lisboa, Fernando Sanchez Salvador funda com Margarida Grácio Nunes, FSSMGN Arquitectos, Lda. Desde aí, têm desenvolvido actividade no campo da Arquitectura e do Urbanismo, Arquitectura de Interiores e variados projectos e trabalhos em edifícios privados e públicos, intervenções de reabilitação e restauro de edifícios, remodelação de interiores e desenho de mobiliário e outros objectos. Premiados em várias competições a nível nacional e internacional, bem como em concursos por convite por parte de instituições públicas. www.fssmgn.com

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colaboração (arquitectura) Cristina Picoto, Catarina Pires e GianLuca Bono (arq. interiores) Ana Tsukagoshi, Claire Campens, Eliana Candeias Alves, Miguel Carvalho, Nelson Magro, Sofia Pereira promotor APL cliente Altis,SA copyrights fotografia: © FG + SG - Fotografia de Arquitectura www.ultimasreportagens.com


ARQUITECTURA projecto Altis Belém Hotel & Spa | localização Lisboa | Portugal | data 2009

© FG + SG - Fotografia de Arquitectura

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© FG + SG - Fotografia de Arquitectura

© FG + SG - Fotografia de Arquitectura


ARQUITECTURA projecto Altis Belém Hotel & Spa | localização Lisboa | Portugal | data 2009

© FG + SG - Fotografia de Arquitectura

© FG + SG - Fotografia de Arquitectura

© FG + SG - Fotografia de Arquitectura

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© FG + SG - Fotografia de Arquitectura

© FG + SG - Fotografia de Arquitectura


ARQUITECTURA projecto Altis Belém Hotel & Spa | localização Lisboa | Portugal | data 2009

Planta de Cobertura

Alçado Poente

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Corte B

Corte C


ARQUITECTURA projecto Basque Health Department Headquarters | localização Bilbao | Espanha | data 2008

A nova sede do Departamento de Sanidad y Osakidetza de Bilbao encontra-se localizada num dos últimos lotes por edificar no centro da zona administrativa e comercial de Bilbau, na encruzilhada entre duas importantes vias do bairro Ensanche, concebido em 1862. Até agora, a instituição tinha os seus serviços e funcionários divididos entre várias instalações desconexas e desconfortáveis tanto do ponto de vista técnico, como para os próprios utentes. Com o novo edifício, pretende-se reagrupar todas as valências dos serviços num só espaço reconhecível, permitindo aumentar a eficiência e possibilitando a identificação corporativa.

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As normativas urbanas do município apelaram à repetição da volumetria dos edifícios vizinhos, reduzindo as coberturas, chanfrando o cunhal do lote e edificando nesse ponto uma torre. O edifício concentra serviços e espaços de circulação num eixo vertical ligado ao corpo principal, gerando sete pisos de escritórios em open-space. Acima destes, existem dois pisos para uso institucional dos representantes locais. O amplo hall abrange a altura da torre. O auditório com o seu lobby e áreas anexas encontrase situado no 1º piso subterrâneo. Abaixo deste, desenvolvem-se ainda mais 2 pisos subterrâneos para estacionamento, e abaixo destes, um de arquivo. Os elevadores para automóveis permitem o acesso a todos os pisos subterrâneos.

© Aleix Bagué

A fachada dupla permite solucionar não só as normativas urbanas, mas responder aos requisitos relativos à gestão energética, prevenção de incêndios e isolamento acústico. Soluções climáticas ao nível do projecto permitiram a eliminação de um sistema de ar condicionado convencional, assim como a necessidade de um tecto falso, resultando numa considerável redução do ruído normalmente produzido pelos sistemas de um edifício. A recirculação do ar nos espaços de trabalho foi eliminada, derivando não só em melhores condições de saúde como num menor volume de espaço ocupado por piso. Esta solução resultou da investigação levada a cabo para alguns dos últimos projectos do atelier, sendo que a constituição deste sistema de fachada envolvente, derivou da análise e estudo das técnicas de construção, condições de operatividade e das trocas energéticas entre o edifício e a envolvente. A fachada multifacetada gera, desde o nível da rua até aos pisos superiores, diferentes vistas do interior para o exterior e vice-versa, numa relação envolvente entre o edifício e a paisagem urbana que o rodeia. Constituindo-se como uma ferramenta bastante eficaz na canalização da vitalidade urbana para o próprio edifício, os espaços de trabalho beneficiam desta permeabilidade e volumetria habitável da fachada, que permite ao edifício respirar e comungar de uma experiência de partilha entre o interior e o exterior.


ARQUITECTURA projecto Basque Health Department Headquarters | localização Bilbao | Espanha | data 2008

© Aleix Bagué

O estúdio COLL-BARREU ARQUITECTOS foi fundado em 2001 por Coll-Barreu e Daniel Gutiérrez Zarza (nascido em 1972), tendo escritórios em Bilbau e Madrid, focando a sua prática profissional nos campos da investigação, desenvolvimento e construção de projectos arquitectónicos, assim como na participação universitária e formação académica, abordando do ponto de vista teórico e pedagógico, diferentes aspectos da arquitectura, cultura, arte e comunicação. Dos vários projectos realizados destacam-se: o Centro de Exposições Nuevos Ministerios; o Centro Cívico Conde Duque em Madrid; o Centro de Congressos MACBA, em Barcelona; algumas sedes regionais da Associação Espanhola de Arquitectos; um Museu de Belas Artes e alguns showrooms em Bilbao; o The Data Processing Center em Bilbao; a Torre de Controle Aéreo em Madrid – construída para controlar a rede de satélites Galileo e a Jaca Ice Arena para o primeiro evento Olímpico dos Pirineus. Entre os seus trabalhos teóricos evidencia-se a obra Los Ángeles 10 paradigmas, subordinada à arquitectura moderna na região de Los Angels. O atelier COLL-BARREU ARQUITECTOS, tem vindo a desenvolver vários projectos de diversas escalas, de uso público e privado, sendo objecto de grande interesse e divulgação não só nos media convencionais como na Internet. Em simultâneo, desenvolve ainda actividade no campo da investigação teórica. O atelier foi nomeado para o Prémio Europeu de Arquitectura Contemporâneo – Prémio Mies van der Rohe 2009. Juan Coll-Barreu nasceu em 1968. É professor no Departamento de Proyectos Arquitectónicos da ETSAM - Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Madrid, Espanha, sendo igualmente professor convidado em várias outras instituições e universidades. Foi galardoado com diversos prémios entre os quais o Prémio de Arquitectura COAVN, o prémio internacional VETECO-ASAFAVE, tendo sido finalista por duas vezes no Prémio de Arquitectura FAD. Foi um dos seleccionados para integrar a Exposição JAE - Jóvenes Arquitectos Españoles 1982-2002. Ganhou a 7ª Exposição JAE - Jóvenes Arquitectos Españoles 1999-2001, tendo recebido nesse contexto a Menção Honrosa do prémio Fundação Antonio Camuñas para o melhor arquitecto com menos de 40 anos. www.coll-barreu-arquitectos.com 25

colaboração Fernando de la Maza, Jorge Bilbao, Pablo Castro, Gorka García promotor Governo Basco


ARQUITECTURA projecto Basque Health Department Headquarters | localização Bilbao | Espanha | data 2008

© Aleix Bagué

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© Aleix Bagué

© Aleix Bagué

© Aleix Bagué


ARQUITECTURA projecto Basque Health Department Headquarters | localização Bilbao | Espanha | data 2008

Plantas em Axonometria

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ARQUITECTURA projecto L House | localização Lodz | Polónia | data 2009

Esta é a primeira habitação cujas fachadas serão inteiramente executadas em Thermopilan, um material plástico de isolamento normalmente utilizado em coberturas, com elevadas propriedades térmicas e acústicas e que pode ser executado em qualquer cor. Foi intenção dos Moomoo Architects relacionar este

projecto com as proporções de uma casa tradicional polaca redefinida, mantendo a habitação simples. Uma das suas características paredes inclinadas resulta do compromisso entre a volumetria e a legislação local que exigia que a construção seguisse o alinhamento dos limites do lote.

courtesy of Moomoo Architects

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MOOMOO ARCHITECTS é um atelier fundado em 2003 por Jakub Majewski e Łukasz Pastuszka, que se dedica à elaboração de projectos comerciais e habitacionais. Jakub Majewski, licenciado em arquitectura, encontra-se actualmente a elaborar a sua dissertação de mestrado no IAIU - Instituto de Arquitectura e Planeamento Urbano da Universidade Técnica de Lodz. Participou em diversos workshops na Bélgica e Alemanha, tendo colaborado em vários ateliers de Lodz. Łukasz Pastuszka realizou o seu estágio Lausanne, Suiça e Copenhaga, Dinamarca. É Mestre em Arquitectura pelo IAIU - Instituto de Arquitectura e Planeamento Urbano da Universidade Técnica de Lodz, encontrando-se actualmente a elaborar a sua tese de doutoramento na WSSiP – Faculdade de Artes e Design de Lodz. http://moomoo.pl/ promotor privado


ARQUITECTURA projecto L House | localização Lodz | Polónia | data 2009

courtesy of Moomoo Architects

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Corte


ARQUITECTURA projecto Villa Vals | localização Vals | Suiça | data 2009

Seria possível ocultar uma habitação numa encosta alpina, podendo desfrutar ao mesmo tempo da vista esplendorosa, permitindo a entrada de luz no interior do edifício? Surpreendido pelo facto de ser permitida a construção tão próximo às famosas termas de Vals, o promotor aproveitou a oportunidade para intervir no local sem perturbar as linhas de vista para a paisagem que caracterizam este complexo termal. A introdução de um pátio central na encosta íngreme permitiu a existência de uma grande fachada com potencial para a abertura de vãos. Com um ângulo de observação a partir do edifício ligeiramente inclinado, a visualização da paisagem montanhosa que marca o estreito vale adquiriu ainda mais dramatismo e intensidade. Normalmente criticada, a prudência das autoridades locais poderia eventualmente impedir a edificação de uma proposta com uma volumetria tão invulgar. Neste caso

tal não sucedeu. Aos técnicos locais agradou o facto da proposta não ser impositiva, tendo esta intervenção sido mesmo encarada como um exemplo programaticamente discreto em contexto de elevada sensibilidade. Ao colocar a entrada da habitação num velho Graubünder (celeiro alpino), ligado ao resto da edificação por um túnel subterrâneo, as autoridades locais ficaram definitivamente convencidas de que o projecto, embora um pouco peculiar, seria autorizado. A legislação urbanística Suíça, em casos de proposta de obra nova e antes da autorização de edificação, obriga à construção no local de um modelo em madeira à escala real da volumetria final da proposta. Desta forma é possível. a toda a comunidade, efectuar uma avaliação do impacto do novo objecto na malha urbana. Neste caso, devido às características da intervenção, esta parte do processo de avaliação foi considerada desnecessária.

A SeARCH foi fundada em 2002 por Bjarne Mastenbroek e Ad Bogerman. Antes da fundação da SeARCH Bjarne Mastenbroek trabalhou na Van Gameren Mastenbroek projectteam, atelier que faz parte desde 1993 do consórcio de architectengroep, localizado em Amsterdão, Holanda. Actualmente, o Conselho Executivo da SeARCH é constituído por Bjarne Mastenbroek e Uda Visser. Com uma equipa internacional constituída por arquitectos, designers e outros profissionais, esta firma desenvolve projectos na área da arquitectura e urbanismo, assim como investigação nas áreas da arquitectura, paisagismo, urbanismo e novos produtos e materiais. Trabalhando em várias escalas e a diferentes níveis, todos os projectos são abordados com o mesmo nível de importância, sendo examinados em paralelo e desenvolvidos desde o primeiro esboço. Assim, o nível de separação entre as diferentes disciplinas do projecto não é relevante para a SeARCH, sendo dada mais importância à ligação entre os diferentes níveis de escala, procurando a interdisciplinaridade num espírito de entreajuda. Os projectos que a SeARCH se encontra actualmente a desenvolver variam entre as pequenas habitações privadas e projectos de grande escala e de uso misto, tanto na Holanda como em outras localizações na Europa. Projectos chave na actualidade do atelier são uma sinagoga e um novo edifício de escritórios em Amsterdão, uma torre-relógio em Putten, um museu em Enschede (em colaboração com Rem Koolhaas), projectos de grande escala e uso misto em Leuven, Bélgica e um centro de conferências Hillerød, Dinamarca.

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www.search.nl Christian Müller Architects Com o objectivo de partilhar conhecimentos e reunir um núcleo de especialistas, desde o fim dos anos 90 que a Christian Müller Architects faz parcerias com gabinetes de jovens arquitectos; trabalhando em associação com outros gabinetes esta firma que fornece serviços especializados quer aos parceiros, quer aos clientes finais. O atelier Christian Müller Architects, normalmente não actua nas áeas que costumam constituir o portfolio de um gabinete convencional; o interesse da firma recai em trabalhos divergentes quer em termos de uso, quer em termos de escala, em projectos únicos que carecem de processos singulares e em que cada solução constitui um reflexo da conjuntura e desafios originais. www.christian-muller.com copyrights: foto bio SeARCH: © Frank Hanswijk


ARQUITECTURA projecto Villa Vals | localização Vals | Suiça | data 2009

© Iwan Baan | www.iwan.com

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© Iwan Baan | www.iwan.com

© Iwan Baan | www.iwan.com


ARQUITECTURA projecto Villa Vals | localização Vals | Suiça | data 2009

© Iwan Baan | www.iwan.com

© Iwan Baan | www.iwan.com

© Iwan Baan | www.iwan.com

© Iwan Baan | www.iwan.com

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© Iwan Baan | www.iwan.com


ARQUITECTURA projecto Villa Vals | localização Vals | Suiça | data 2009

Plantas Base

Corte

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ARQUITECTURA projecto The Azahar Group Headquarters | localização Castellón | Espanha | data 2009

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O projecto para a nova sede do grupo Azahar está inserido num lote com 5,6 hectares, junto à auto-estrada N-340 e a meio caminho entre Castellón e Benicàssim, contemplando três intervenções distintas: as estufas e viveiro de plantas, o edifício de serviços complementares e a sede corporativa do grupo. Surgindo da paisagem como um edifício ícone, o projecto para esta nova sede mantém uma relação estreita com a envolvente. Tanto a Norte como a Oeste, as montanhas servem de pano de fundo, de onde se destacam os planos da cobertura. A volumetria facetada do edifício contribui para uma rápida identificação do mesmo, na paisagem. Orientado segundo o eixo Este-Oeste, a edificação estrutura-se em duas alas unidas por um corpo central, formando dois pátios abertos; o “campo de parada”, constitui-se como uma zona externa de recepção aos utentes e visitantes, o outro pátio, mais recuado e jardinado, destina-se a uso privado. O complexo permite criar um micro-clima próprio e uma relação interior-exterior particular, com pátios onde as vistas cruzadas entre as fachadas envidraçadas, evitam efeitos indesejados de reflexão para os espaços interiores. As quatro alas que albergam os diferentes departamentos do grupo, convergem no hall principal, que para além de

© Alejo Bagué

espaço de distribuição funciona como zona de exposição. A iluminação zenital desta área faz-se por uma grande clarabóia, permitindo usufruir a luz Norte, constante. Os tectos interiores reflectem a geometria das coberturas, numa continuidade visual reforçada por tímpanos em vidro transparente, apoiados nos elementos divisores das salas. A volumetria facetada das fachadas reforça a continuidade com as coberturas. Ao nível da sustentabilidade do edifício e com vista à máxima poupança energética, foi aplicado às fachadas o sistema Coteterm: um revestimento tipo estuque, branco e auto-lavável que até à espessura de 3mm, não necessita de juntas de esquartelamento. Outra característica ambientalmente importante deste edifício é o sistema de escoamento de águas pluviais da cobertura, que as canaliza para um reservatório, para uso posterior na rega dos jardins envolventes e do viveiro de plantas. O edifício de serviços complementares, com 250 metros de comprimento, apresenta uma cobertura plana cuja altura aumenta em conformidade com a pendente do terreno e os usos dos espaços interiores – áreas de trabalho, zona de maquinaria, armazéns, garagens. Os 2,300 m2 desta cobertura apresentam-se ajardinados, empregando sistemas comercializados e instalados pelo próprio Grupo Azahar.


ARQUITECTURA projecto The Azahar Group Headquarters | localização Castellón | Espanha | data 2009

© Alejo Bagué

Carles Ferrater Licenciado em arquitectura pela ETSAB – Escola Tecnica Superior d’Arquitectura de Barcelona em 1971, obteve o doutoramento em 1987. É Professor de Arquitectura na Universitat Politècnica de Catalunya, membro da Cátedra Blanca de Barcelona e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Trieste, Itália. É membro da Real Academia de Bellas Artes de Sant Jordi. Em 2006 foi cofundador do gabinete OAB - Office of Architecture in Barcelona, em conjunto com Xavier Martí, Lucía Fer¬rater e Borja Ferrater. É autor de vários projectos, entre os quais as Aldeias Olímpicas de Barcelona e de Vall d’Hebron, o Hotel Juan Carlos I, o Palau de Congressos de Catalunya, o Auditório de Castellón, o Parque e Instituto Botânico de Barcelona, os edifícios do Real Club de Golf el Prate, a Estação Intermodal de Zarago¬za, o edifício MediaPro, a Torre Aquileia em Veneza e o Parque de Las Ciencias em Granada. Encontra-se actualmente a desenvolver diversos trabalhos, entre os quais o Centre Culturel des Jacobins em Le Mans; uma adega em Toro, Zamora; um complexo de apartamentos e hospital em Bilbao; o Passeio Marítimo de Benidorm; a “Ciutat de la Música” em Sabadell, Barcelona; os edifícios do complexo intermodal e multimodal do Aéroporto de Barcelona; o Aéroporto de Murcia; uma intervenção paisagística em Atapuerca; a sede da GISA & FGC em Barcelona; a torre do Worl Trade Center de Cornellà em Barce¬lona e um edifício de escritórios em Paris. Desde 2000, foi galardoado com quatro Prémios FAD, dois prémios Cidade de Barcelona, em 1999 e 2008 e na Dinamarca, o Brunel International Award. Foi finalista do Prémio Europeu de Arquitectura – Prémio Mies van der Rohe, tendo sido distinguido também com o Prémio da Cidade de Madrid, o Premio Nacional de Arquitectura de España, o Prémio Dedalo Minosse, a Basilica Palladiana, em Vicenza e o Prémio Década. Foi convidado do Pavilhão Espanhol na edição de 2004 da Bienal Internacional de Veneza, tendo participado em 2006 na exposição On-site: New Architecture in Spain, no MOMA de Nova York, tendo obra presente em mostras de arquitectura, no Instituto de Tecnologia de Israel, no Col•legi Arquitectes de Catalunya (COAC) e na Fundación del Colegio de Arquitectos de Madrid, tendo sido realizada em Setembro de 2006, no Crown Hall, do IIT - Illinois Institute of Technology de Chicago, uma exposição dedicada aos seus trabalhos e percurso. www.ferrater.com Núria Ayala Prats Licenciada em Arquitectura pela UPC - Universitat Politècnica de Catalunya em 2001, colaborou com vários professores entre 1995 e 2000, ingressando posteriormente no estúdio de Carles Ferrater. Fundou em 2006 a empresa APBCN – Office of Architecture – Proyectos BCN S.L. Tem dirigido e coordenadora projectos entre os quais o NGOs Center Esplai, o Musee des Confluences em Lyon, a sede GISA & FGC Via Augusta em Barce¬lona, a Frente Marítima de Las Palmas na Grand Canaria, o Hotel Puerta de Almodóvar em Córdoba, o edifício da Câmara Municipal de Palma de Mallorca, o novo Hospital Igualatorio em Bilbao, a sede da La Seda de Barcelona, a Cidade da Música em Sabadell e a expanção dos Jardíns Botânicos de Barcelona. Para além da actividade na área da arquitectura, desempenhou funções editoriais, tendo também coordenado e executado o design gráfico de algumas publicações.

promotor Grupo de Empresas Azahar

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colaboração Emilio Llobat


ARQUITECTURA projecto The Azahar Group Headquarters | localização Castellón | Espanha | data 2009

© Alejo Bagué

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© Alejo Bagué

© Alejo Bagué

© Alejo Bagué


ARQUITECTURA projecto The Azahar Group Headquarters | localização Castellón | Espanha | data 2009

Planta Piso 0

Planta de Cobertura

Corte 01

37 Corte 02


ARQUITECTURA projecto Island House | localização Gapyunggun | Gyeounggi-do | Coreia | data 2008

Aparentando flutuar, o local surge paralelo ao rio, confrontado com a delicada paisagem envolvente. Este sítio foi escolhido precisamente pela sua integração no meio ambiente natural, servindo esta escolha como mote para a interpretação da arquitectura como um local para recreio e lazer. Para maximizar a área útil, foi edificado um muro de contenção em betão no limite irregular do lote, um plano que contorna e abraça o edifício. O pátio, espécie de “central de recreio”, funciona como uma extensão natural do rio, comunicando com a habitação. A cobertura em degraus com diferentes níveis encontrase directamente ligada aos quartos do piso superior. Estes terraços ajardinados ligam-se lateralmente ao pátio, junto à piscina, obtendo-se assim um efeito

de continuidade verde, possibilitando não só a livre circulação na totalidade da área ocupada do lote mas igualmente proporcionando uma espectacular plataforma de observação. Os espaços interiores encontram-se dispostos de forma a garantir o máximo usufruto da paisagem envolvente. A grande superfície envidraçada da fachada abre-se para o pátio e para o horizonte, potenciando o efeito de continuidade envolvente entre o interior e o exterior. Com esta intervenção arquitectónica integrada, procurou-se harmonizar o edifício com a envolvente natural. As montanhas serviram de inspiração para as formas poligonais da massa de betão e dos planos de metal e vidro numa espécie de emulação de uma nova “montanha arquitectónica”.

© JongOh Kim

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HyoMan Kim nasceu em 1955 e licenciou-se em arquitectura pela Universidade de Dankook, Coreia. É sócio e coordenador do atelier IROJE KHM Architects. A sua prática pontua-se por projectos inspirados no carácter espacial da tradição arquitectónica Coreana, numa expressão contemporânea e moderna. É professor na Escola de Arquitectura da Universidade de Gyeonggi, Coreia do Sul e consultor editorial da revista CONCEPT. Os seus trabalhos estiveram patentes em diversos eventos, nomeadamente: The Good Life, Nova York; Congresso da UIA 2008 – ARCASIA TODAY, Turim, Itália e na exposição da JIA,The Modern Architecture to make History Alive, realizada em Osaka, Japão. www.irojekhm.com colaboração SuMi Jung, JungMin Oh, ARum Kim, SunHee Kim promotor privado


ARQUITECTURA projecto Island House | localização Gapyunggun | Gyeounggi-do | Coreia | data 2008

© JongOh Kim

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© JongOh Kim


ARQUITECTURA projecto Island House | localização Gapyunggun | Gyeounggi-do | Coreia | data 2008

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© JongOh Kim

© JongOh Kim

© JongOh Kim


ARQUITECTURA projecto Island House | localização Gapyunggun | Gyeounggi-do | Coreia | data 2008

Planta Piso 0

Planta Piso 1

Corte 01

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Corte 02 & 03


ARQUITECTURA projecto Pousada da Juventude Movijovem | localização Serra da Estrela | Portugal | data 2009

Localizado na paisagem privilegiada das Penhas da Saúde, na Covilhã, o novo edifício complementar à pousada da juventude da Movijovem, com 694.10 m2, vinte quartos e uma sala de convívio, vem responder às necessidades do visitante jovem mais exigente. Apoiado em dois princípios fundamentais – o cumprimento do programa e a relação com o edifício da pousada existente e com a arquitectura local - o projecto adopta uma localização estratégica: próximo o suficiente para se relacionar com o edifício principal e, distante o suficiente, para se assumir como edifício independente, formal e plasticamente trabalhado enquanto interpretação contemporânea da paisagem arquitectónica local.

A localização proposta assume um carácter fundamental na leitura e visibilidade do edifício principal passando o novo volume a funcionar como primeiro convite aos utentes “alterando” a imagem da pousada existente. Pretende-se contudo que não seja retirado o carácter de edifício principal nem as vistas que deste se tem. Num registo low cost, este novo edifício de dois pisos, que se apoia sobre uma plataforma, em parte, promontório exterior privado, retira o melhor partido da luz natural, do conforto dos materiais locais e das vistas, oferecendo um espaço que vai mais além do conceito tradicional de pousada da juventude.

© Nelson Garrido | www.ngphoto.com.pt

ComA, Architecture and Design foi fundado pelos arquitectos Hugo Guerreiro e Paulo Street, em 2004. É uma equipa pluridisciplinar, com incidência nas áreas da Arquitectura e do Design. Colabora em parceria com as mais diversas áreas, no sentido de dar uma resposta eficaz às exigências e solicitações dos clientes. Com uma vasta experiência adquirida ao longo da formação dos seus parceiros, cada projecto é planeado e acompanhado ao pormenor. As equipas técnicas são formadas pela especificidade de cada Projecto, procurando formar uma equipa indicada para cada situação, mantendo uma independência com os técnicos com quem frequentemente colabora.

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http://coma-arq.blogspot.com/ colaboração André Antunes, Bruno Marcelino promotor Movijovem


ARQUITECTURA projecto Pousada da Juventude Movijovem | localização Serra da Estrela | Portugal | data 2009

© Nelson Garrido | www.ngphoto.com.pt

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© Nelson Garrido | www.ngphoto.com.pt

© Nelson Garrido | www.ngphoto.com.pt


ARQUITECTURA projecto Pousada da Juventude Movijovem | localização Serra da Estrela | Portugal | data 2009

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Planta Piso 0

Planta Piso 1


DESIGN

Beijing Noodle No.9

University Library

The Meeting Place

Le Laboratoire

Ink Calendar

Banq Restaurant

MD.net clinic

Fugas Lusas

design spirits

ASPECT Studios

Oscar Diaz

Nendo design

Roelof Mulder & Ira Koers

Mathieu Lehanneur

Office dA

Extrastudio


DESIGN projecto Beijing Noodle No.9 | localização Caesars Palace | Las Vegas | Nevada | EUA | data 2008

Um espaço delicadamente coberto com luz, filtrada por uma pele semelhante a seda. O desafio passou por quebrar ideias pré-concebidas sobre os elementos de um interior, dirigindo o espaço para um “elemento coordenado” através de uma envolvente contínua. Este moderno restaurante chinês, Beijing Noodle No. 9, encontra-se localizado no interior de um enorme Casino em Las Vegas, USA, com mais de 3300 quartos. O restaurante encontra-se adjacente ao casino, consequentemente, os sons das máquinas de jogo, as luzes de néon e o sentimento de excitação e jogo são de grande influência. Genericamente, um espaço é composto por vários elementos interiores, materiais, uma série de produtos e padrões correctamente dispostos. Tirando partido da inexistência de elementos estruturais verticais no local, no Beijing Noodle No. 9, foi empregue um único padrão por todo o espaço, permitindo obter uma atmosfera de calma minimal,

no coração de um ambiente surrealista. Estando o restaurante colocado ao lado de um Casino, um espaço isolado que levasse a um relaxamento excessivo dos clientes não se mostrava como ideal. Assim, o limite entre o restaurante e o Casino não deveria ser demasiado definido mas subtilmente destacado; por outras palavras, o restaurante deveria tornar-se uma extensão do casino, uma continuidade e não uma quebra. Conforme os clientes entram no espaço, passam por uma processo de transição física e visual que os leva da entrada, passando pelos cintilantes aquários, até à zona mais interior do restaurante. Desfrutar uma refeição, torna-se experiência abrangente, apoiada numa brilhante luz ambiente que envolve sensualmente os clientes, uma ambiência de sonho que se projecta no encanto de uma floresta profunda e nos segredos de um oceano que conquista o som do casino, criando a serenidade visual.

© Barry Johnson

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Yuhkichi Kawai, nasceu em 1967 em Toquio. Licenciou-se em 1992 em Direito na Universidade de Keio, vindo mais tarde a licenciar-se em Design de Interiores no Kuwasawa Design Institute. Colaborou com o Estúdio Super Potato Co.,Ltd. Fundou em 2003 o Estúdio Design Dpirits Co.,Ltd. Foi galardoado em 2005/2006 com o Gold Award of Malaysia Society of Interior Designers e com o Gold, Silver & Honorary Mention Award of InteriCAD Interior www.irojekhm.com promotor Caesars Palace


DESIGN projecto Beijing Noodle No.9 | localização Caesars Palace | Las Vegas | Nevada | EUA | data 2008

© Barry Johnson

© Barry Johnson

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© Barry Johnson


DESIGN projecto University Library of the University of Amsterdam | localização Amesterdão | Holanda | data 2009

Uma biblioteca cuja “decoração” deixou de ser apenas composta por livros, tornou-se numa “casa” na qual se estuda. A enorme colecção de livros da Universidade de Amesterdão encontra-se fechada em vários locais, repositórios, depósitos e espaços de consulta. Um crescente número de estudantes, rondando entre os 1500 e os 5000, visita diariamente a biblioteca da universidade para estudar e levantar os livros que foram requisitados digitalmente. Para além dos planos para um novo edifício num futuro mais ou menos próximo, foi intenção da universidade que se procedesse a uma intervenção temporária nos 2500m2 de espaço da biblioteca, compreendo salas de estudo, 235 outros espaços de trabalho, a cantina, o centro de informações e respectivo balcão de atendimento, os corredores e a zona de empréstimos automáticos. Para dar aos alunos uma “segunda casa”, tornavase importante alcançar dois objectivos: um espaço como uma folha em branco de um livro, onde os estudantes pudessem eles mesmos determinar como seria preenchido e em certas áreas,

uma atmosfera doméstica, onde os estudantes pudessem estudar informalmente. Uma das salas de estudo com uma série de mesas de cozinha onde se pudesse trabalhar em grupo por debaixo de um candeeiro, um sofá para ler um jornal, várias zonas para se sentar num intervalo ou áreas especiais nos corredores para telefonar, entre as diferentes salas de estudo, mais silenciosas. As colunas na cantina foram transformadas em árvores iluminadas com lâmpadas de baixa intensidade. Até muito recentemente, livros requisitados pelos alunos apenas podiam ser levantados na biblioteca durante as horas de expediente. Actualmente os estudantes podem levantar os livros eles próprios na nova sala vermelha, que se encontra aberta até à meia-noite, incluindo fins-de-semana. Em pastas vermelhas, com 1105 caixotes vermelhos, pilhas de livros aguardam para serem emprestados. Uma vez que estes livros se encontram em diferentes locais, este é o coração da Biblioteca da Universidade, com um back-office oculto, onde os livros são preparados uso self-service, com o sistema RFID.

Roelof Mulder nasceu em 1962 na Holanda, estudou Belas Artes na Academia de Arnhem e Design na Jan van Eyck Academy em Maastricht. O Studio Roelof Mulder, desenvolve actividade nas áreas do design gráfico, design, exposições e arquitectura de interiores. Entre os seus trabalhos gráficos e editoriais, contam-se revistas como Forum, Frame, livros para Droog Design, MVRDV architects, Marcel Wanders, Stedelijk Museum Amsterdam, E&Y, People of the Labyrinths e Marlene Dumas. Outros clientes incluem Takeo Kikuchi, Diesel and Platform21. Com o interior da biblioteca da Universidade de Amsterdão, realizado em colaboração com o Studio Roelof Mulder, recebeu o The Great Indoors Award. www.roelofmulder.com

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Ira Koers nasceu na Holanda em 1970. Estudou arquitectura na Academia Gerrit Rietveld, em Amsterdão e exerce de forma autónoma desde 1996, tanto na área da arquitectura como no campo do design. Tendo como principal objectivo a exploração dos limites da arquitectura, fundou em 2003 o Atelier Ira Koers. Entre os seus projectos destacam-se a Tumble House, um conjunto de escadarias no centro da cidade de Almere na Holanda, um complexo habitacional na zona de IJburg, arredores de Amsterdão evárias moradias na cidade de Haarlem. Com o interior da biblioteca da Universidade de Amsterdão, realizado em colaboração com o Studio Roelof Mulder, recebeu o The Great Indoors Award. www.irakoers.nl promotor Universidade de Amesterdão


DESIGN projecto University Library of the University of Amsterdam | localização Amesterdão | Holanda | data 2009

courtesy of Roelof Mulder & Ira Koers

courtesy of Roelof Mulder & Ira Koers

courtesy of Roelof Mulder & Ira Koers

courtesy of Roelof Mulder & Ira Koers

courtesy of Roelof Mulder & Ira Koers

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courtesy of Roelof Mulder & Ira Koers


DESIGN projecto The Meeting Place | Laneways | localização Little Hunter Street | Sydney | Austrália | data 2009

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The Meeting Place (O Ponto de Encontro) é em parte uma instalação arquitectónica, uma escultura e uma experiência social. É uma instalação divertida que encoraja à participação e à interacção ao mesmo tempo que amplifica a experiência de percorrer o espaço urbano de Little Hunter Street. O conceito baseia-se na criação de um espaço no seio da via existente – delimitado por duas cortinas de tecido elástico, com 4 metros de altura. O material apresenta uma baixa opacidade, permitindo que se

© Simon Wood Photography

veja através dele. Iluminado à noite, transforma-se numa tela, revelando o movimento das pessoas ao longo do espaço. O acesso dos transeuntes à instalação / corredor fazse pela comunicação e contacto com as pessoas que, tal como eles, se movimentam dentro da instalação, mas na direcção oposta. Este aspecto social de ver, de comunicar, de contactar com diversas pessoas, atribui ao contacto humano uma dimensão de jogo.


DESIGN projecto The Meeting Place | Laneways | localização Little Hunter Street | Sydney | Austrália | data 2009

© Simon Wood Photography

© Florian Groehn

ASPECT Studios agrupa um conjunto de estúdios de design, unidos pela mesma filosofia; a procura da inovação na área da arquitectura paisagista, planeamento urbano e Media. Desde 1993, ASPECT Studios tem obtido reconhecimento, nomeadamente devido à capacidade para apresentar soluções criativas na área do Urbanismo, da Sustentabilidade e do Planeamento Regional. A filosofia deste estúdio passa por tratar a concepção como um processo dinâmico. Cada projecto, é abordado da mesma forma coerente, quer se trate de um plano urbano, um corredor infra-estrutural, uma praça urbana ou um parque, tomando em consideração as características e qualidades inerentes do sítio. Nos últimos três anos, este estúdio de Sydney tem recebido numerosos prémios, tendo vencido uma série significativa de concursos, tendo diversos projectos publicados na imprensa nacional internacional. www.aspect.net.au Herbert + Mason é um atelier de arquitectura, diversas vezes galardoado, que se dedica sobretudo à concepção arquitectónica, tendo como linha mestra uma relação entre técnicos e cliente, permitindo operar nas áreas da arquitectura e do urbanismo, incorporando ou colaborando com diversos profissionais especializados. www.herbertmason.com www.derlot.com 51

promotor City of Sydney Council copyrights fotografia: © Florian Groehn | © Simon Wood Photography


DESIGN projecto Le Laboratoire | localização Paris | França | data 2009

O LaboBrain é um espaço de trabalho branco, feito à medida para David Edwards, fundador do atelier Laboratoire. É ao mesmo tempo ginásio, espaço de trabalho e local de reflexão, incluindo todas as ferramentas e equipamentos necessários para aumentar a performance do “atleta cerebral”. Concebido para funcionar em “modo brainstorming”, o utilizador neste espaço não se encontra restrito à convencional posição de trabalho – sentado. Pode trabalhar enquanto se movimenta, frente a um quadro de escrever côncavo , uma alcova secreta onde o “homem das cavernas” da era espacial pode rabiscar as suas ideias e desenhos um painel de trabalho para o criativo. Encontram-se neste escritório alternativo e em movimento, ecos do espírito de Buckminster Fuller – o inovador arquitecto e teórico auto-didacta que tentava juntar em todas as suas concepções, a ciência, a arte e o design. Em homenagem à sua cúpula geodésica, um sofá com forma reminiscente de uma bola de futebol parcialmente vazia, proporciona momentos

de relaxamento e descanso entre períodos de trabalho. Ao nível da base do pavimento elevado, foi colocada uma zona ajardinada interior que contribui não só para a conversão do CO2 em Oxigénio, mas igualmente para quebrar a hegemonia inorgânica do interior. Num contraponto quase clássico em termos de disposição e forma, surge o espaço de escritório do assistente de David Edwards, localizado no “lóbulo direito” deste “cérebro” – a área racional de organização e arquivo – um local de rigor onde não existe um único objecto à deriva, sendo este ambiente dominado uma parede de caixas arquivadoras imaculadamente brancas. Existe igualmente uma parede de caixas no espaço principal, desta feita em folha de metal. As suas faces apresentam-se com padrões geométricos que fazem lembrar as laterais dos carrinhos de venda de cachorros quentes em Nova York, reinventadas seguindo os modelos e códigos do Design Italiano: aparência chique, cor, brilho e uma pega em couro. Luxo em estilo Pop, num local que junta influências dos EUA e de França.

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Mathieu Lehanneur, nasceu em 1974, em Rochefort, França. Licenciou-se em 2001 na ENSCI - Ecole nationale supérieure de création industrielle, em Paris. No seu projecto final abordou o design dos medicamentos, numa perspectiva da relação paciente/doença, tendo como inspiração o famoso médico da antiguidade clássica, Galeno de Pérgamo. Em 2001 recebeu uma bolsa de investigação da ANVAR - agência francesa para a inovação. No mesmo ano fundou o seu próprio atelier, sediado em Paris, onde desenvolve a sua actividade sobretudo na área do design e em projectos de espaços expositivos. É desde 2004, Coordenador de Investigação e Pós-graduações na Cité du Design / Ecole des Beaux-Arts de St Etienne. As suas peças de design encontram-se representadas em diversas colecções permanentes, nomeadamente nos MoMA de Nova York e São Francisco, no Mudam - Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean de Luxemburgo e no FRAC - Musée d’Art Moderne, em Paris. www.mathieulehanneur.com promotor Le Laboratoire www.lelaboratoire.org


DESIGN projecto Le Laboratoire | localização Paris | França | data 2009

© Fabien Thouvenin

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© Fabien Thouvenin

© Fabien Thouvenin


DESIGN projecto Ink Calendar | data 2008

O “Ink Calendar” indica a passagem do tempo, aproveitando o ritmo constante da absorção da tinta pelo papel. Lentamente, a tinta “imprime” os números no calendário, preenchendo um por cada dia, até ao fim do mês. Um calendário com auto-acerto, que para além de assinalar, amplifica a percepção da passagem do tempo. As cores da tinta baseiam-se num espectro relacionado

com uma “escala térmica da cor” tendo cada mês uma cor associada à nossa percepção do clima. As cores variam de uma tonalidade azul escura para Dezembro, passando pelo verde e laranja da Primavera, até ao vermelho do Verão. A escala utilizada para a medição da “temperatura da cor” baseou-se no Standard D65, correspondendo ao período diário do meio-dia na região geográfica da Europa Ocidental / Norte da Europa.

courtesy of Oscar Diaz

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Oscar Diaz estudou Belas Artes em Espanha, tendo-se licenciado em Design Industrial na École des Beaux-Arts de Bordeaux. Obteve em 2006, o grau de Mestre em Design de Produto no Royal College of Art de Londres. Desenvolve a sua actividade em Londres. Colaborou durante dois anos e meio com a designer Matali Crasset, tendo participado durante esse período na execução de diversos projectos na área do design de embalagens para perfumes de Issey Miyake e Jean-Paul Gauthier, garrafas para a Ricard, montras para a Hermès e candeeiros para a Danese e a Artemide, entre outros produtos e clientes. O trabalho de Oscar caracteriza-se pelo interesse em melhorar objectos e situações do dia-a-dia, misturando influências, meios e tecnologias. A sua abordagem baseia-se na investigação, sendo ao mesmo tempo multifacetada e divertida. Desafiando as convenções, Oscar Diaz procura transcender a normalidade. Foi convidado pelo Oribe Design Centre de Gifu, no Japão, para participar no “Invited Designer Program”, tendo concebido ao abrigo desse convite, uma linha de mobiliário para o mercado japonês. Entre os seus clientes encontram-se marcas como Veuve Clicquot, Domestic, Worldwide Co, e Gandy Gallery. Alguns dos seus trabalhos fazem parte da colecção permanente do MUDAC - Musée de Design et d’Arts Appliqués Contemporains, em Lausanne, Suiça. Tendo participado em diversas exposições na Europa, as suas obras são regularmente publicadas na imprensa. www.oscar-diaz.net promotor projecto pessoal


DESIGN projecto Ink Calendar | data 2008

courtesy of Oscar Diaz

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courtesy of Oscar Diaz


DESIGN projecto Banq Restaurant | localização 1375 Washington Street | Boston | EUA | data 2008

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Situado no edifício do antigo Penny Savings Bank, o restaurante Banq localiza-se no hall da antiga instituição de crédito. Dividido em duas zonas, a área orientada para a Washington Street destina-se à função de bar, reservando-se o amplo hall para a zona de restauração propriamente dita. Ao contrário do que se possa pensar, o conceito espacial do Banq, assenta numa outra divisão do espaço, no sentido vertical, na relação entre o pavimento e o tecto. Se a necessidade de flexibilidade caracteriza o plano de solo, respondendo às diversas solicitações ao nível das actividades e taxas de ocupação do restaurante, o tecto apresenta um programa espacial fixo, derivando das infra-estruturas do edifício – elementos estruturais, drenagem, sistemas mecânicos, aspersores de combate a incêndio, iluminação e sistemas acústicos. Nesse sentido, foi desenvolvido um sistema de tecto falso consistindo em diversos elementos laminares que no sentido longitudinal permitem ocultar todos os elementos mecânicos, canalizações e sistemas de iluminação, criando uma espécie de cobertura virtual e envolvente. A geometria das lâminas de madeira deriva não só de cada um dos equipamentos que pretende ocultar mas segue igualmente uma lógica irradiante, suavizando a relação entre os diversos equipamentos, criando uma continuidade espacial. As colunas e as garrafeiras a meio do hall, parecendo suspensas do tecto, auxiliam à estruturação deste efeito cenográfico. A visualização do espaço no sentido longitudinal acentua a sua percepção como um contínuo. Por outro lado, as vistas laterais permitem “espreitar” para o espaço técnico superior, desmistificando a ilusão. Para acentuar esta estratégia, certas zonas do tecto apresentam

© John Horner Photography

convexidades orgânicas servindo de suporte para a sinalética, destaques de iluminação ou outros elementos especiais. Sob o tecto, a zona de refeição é caracterizada pela utilização de materiais quentes, madeiras e bambu laminado, sublinhando ainda mais os efeitos espaciais que dominam esta intervenção. Ao estriar todos os componentes determinantes do espaço; tecto, pavimento e mobiliário, obteve-se um efeito de coesão, uniformidade e envolvência que se estende aos utentes deste restaurante. Reconhecendo o edifício e a sua história como cenário de implantação, o novo tecto paira afastado das paredes interiores, procurando a sua sustentação no plano superior. Abrangendo a quase totalidade da largura do espaço, cada lâmina do tecto foi construída a partir de painéis sandwich de contraplacado de madeira com 20mm de espessura, funcionando no seu conjunto como uma espécie de puzzle. Cada um dos elementos foi fixo à estrutura de suporte superior, que corre perpendicular aos elementos suspensos. O espaçamento entre as lâminas do tecto é variável, aumentando ou diminuindo para manter a densidade visual do espaço, visto de diferentes ângulos. As instalações sanitárias foram concebidas em torno dos pontos de ancoragem dos diferentes equipamentos, sendo os sanitários, lavatórios, dispensadores de papel e outros elementos de forma oval. Derivando desta característica, os planos de superfície apresentam rasgos ovais retro iluminados, atribuindo aos espaço uma coesão temática. Espelhos ovais reflectem os ambientes e em conjunto com os rasgos ligam os espaços masculinos e femininos, sem no entanto permitir a visualização dos seus interiores.


DESIGN projecto Banq Restaurant | localização 1375 Washington Street | Boston | EUA | data 2008

© John Horner Photography

© John Horner Photography

© John Horner Photography

© John Horner Photography

Office dA é um escritório de arquitectura sediado em Boston, com filiais em Nova York e Ann Arbor no Michigan. Os seus sócios principais são Monica Ponce de Leon e Nader Tehrani. A actividade da firma abrange diversas escalas, desde o design de equipamento ao urbanismo, passando pela arquitectura e as infra-estruturas. Na sua prática, o escritório Office dA tem como fio condutor a preocupação com a precisão e o pormenor, tentando tirar proveito dos desafios e potencialidades de cada projecto. O situ, os requisitos programáticos e as especificidades culturais são catalisadores da transformação na sua arquitectura. Actualmente o Office dA encontra-se a desenvolver vários projectos, incluindo um posto fronteiriço entre os EUA e o Canadá, assim como três instituições de ensino da Arquitectura: a

promotor privado

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remodelação do Hinman Building, no Instituto de Tecnologia da Geórgia; a remodelação e expansão da Faculdade Daniels de Arquitectura, Paisagismo e Design, da Universidade de Toronto e o novo edifício da Faculdade de Arquitectura e Planeamento da Universidade de Melbourne. www.officeda.com


DESIGN projecto MD.net Clinic | localização Tóquio | Japão | data 2010

Este projecto de interiores pretende dar “corpo terapêutico a uma clínica psiquiátrica localizada em Akasaka, Tóquio, especializada na prestação de cuidados se saúde na área das doenças mentais e psíquicas. Prestando serviços especializados que vão para além das convencionais consultas com psiquiatras, esta clínica desenvolve acções de consultoria para empresas e dá apoio a pacientes no processo de reintegração aos respectivos ambientes de trabalho. Indo além do modelo terapêutico convencional de tentar proporcionar um “recomeço do zero”, um espaço de partida neutral, esta clínica pretende promover nos pacientes um enriquecimento das suas vidas, elevando-as a um nível superior ao que

apresentavam antes do início do tratamento. Numa tentativa de expressar a filosofia da clínica no espaço, as “portas” que se alinham nas paredes da clínica não se abrem de uma forma convencional; são partes da parede que se abrem para os espaços. O acesso aos consultórios é feito desviando lateralmente as estantes e ao fundo do corredor, a porta abre-se na realidade para uma janela. Abrindo-a ou fechando-a, controla-se a intensidade luminosa do corredor. Proporcionando novas perspectivas e formas de encarar o mundo, evitando ficar preso aos hábitos e vícios de percepção, os interiores da clínica permitem aos utentes e funcionários a abertura de “novas portas” não só para eles mesmos, como para os outros.

© Jimmy Cohrssen

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Proporcionar a cada pessoa um pequeno momento “!” Existem tão poucos momentos “!” ocultos no nosso dia-a-dia… E mesmo assim não os reconhecemos. Mesmo quando os reconhecemos como tal, inconscientemente desligamos as nossas mentes e tendemos a esquecer que os vimos. Acreditamos no entanto que estes pequenos momentos “!” são o que torna os nossos dias mais interessantes, mais ricos. É por isso que pretendemos reorganizar cada dia-a-dia, coleccionando-os e remodelando-os em algo fácil de entender. Gostaríamos que todas as pessoas que encontrem os projectos Nendo sintam intuitivamente aqueles pequenos momentos “!” Esse é o objectivo do atelier Nendo. www.nendo.jp promotor MD.net Clinic


DESIGN projecto MD.net Clinic | localização Tóquio | Japão | data 2010

© Jimmy Cohrssen

© Jimmy Cohrssen

© Jimmy Cohrssen

© Jimmy Cohrssen

© Jimmy Cohrssen

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© Jimmy Cohrssen


DESIGN projecto Fugas Lusas | localização Largo Dr. Francisco Soveral | Setúbal | Portugal | data 2007

A remodelação desta loja serviu para criar um lugar de comércio para produtos portugueses de excelência, que funcionasse em paralelo com uma cafetaria. Para este efeito, impunha-se um espaço ímpar, cujo carácter estivesse a par da excepcionalidade dos produtos aí vendidos e que conseguisse conciliar a coexistência entre uma cafetaria e uma loja. A obra consistiu, essencialmente, na abertura de um vão de montra que pudesse expor a cafetaria para o antigo Largo da Ribeira Velha, em apoio a uma futura esplanada. Para exposição dos produtos para

venda, foram executadas prateleiras que prologam a densidade das paredes portantes existentes. Refizeram-se as instalações sanitárias e executou-se um balcão, em alvenaria, que divide as áreas de uso público do espaço de serviço. No tecto, um revestimento em madeira recortada a laser mimetiza o padrão do relevo do azulejo do balcão. O mobiliário resume-se a um conjunto de cadeiras da antiga sala de assembleia geral do Sindicato das Industrias Conserveiras, emparelhadas com mesas de tampo de mármore de Estremoz.

© João Morgado

EXTRASTUDIO é um escritório de arquitectura de Lisboa, com uma prática que vai desde a habitação ao espaço público. A diversidade dos seus projectos é uma resposta às diferentes escalas e funções que lhe são propostas. João Costa Ribeiro e João Caldeira Ferrão formaram o EXTRASTUDIO em 2003, depois de colaborações comuns que remontam à frequência da Faculdade de Arquitectura da U.T.L., onde se licenciaram em 2000. Depois de experiências académicas na Escuela Técnica de Arquitectura de Madrid e na Fakultät Für Architektur RWTH de Aachen, colaboraram no Office for Metropolitan Architecture, em Roterdão, entre 1999 e 2000. João Costa Ribeiro colaborou com os arquitectos Fernando Bagulho e Cristina

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Salvador, no Atelier do Chiado até 2003. João Ferrão esteve em Basileia, na Suíça, no escritório dos arquitectos Herzog & de Meuron de 2000 a 2003. Os arquitectos têm projectos distinguidos nos concursos: Parque Urbano de Valdebebas, Madrid [1ª menção honrosa, 2009]; Requalificação da Ilha de Tavira [1º prémio, 2009]; Cenário Urbano [1ºprémio, 2007], Frente de Mar dos Salgados/Galé [2º prémio, 2006]; Europan 6 em Budapeste [1º prémio, 2001]. O escritório concluiu recentemente o projecto do Plano de Praia da Légua, em Alcobaça. Além do espaço público, têm projectos que incluem distintas escalas e programas em Lisboa, Dublin, Setúbal, Tavira, Vila do Conde, Santarém, Sintra e Sesimbra. Em 2005 patentearam o material Betão Orgânico, foi reconhecido com um Organic Award em 2005 e uma menção nos Green Project Awards de 2008, e presentemente em desenvolvimento numa parceria com a empresa portuguesa AMOP. www.extrastudio.pt colaboração Madalena Atouguia e Sónia Oliveira Sérgio Cachão unipessoal lda promotor Rogério Silveira


DESIGN projecto Fugas Lusas | localização Largo Dr. Francisco Soveral | Setúbal | Portugal | data 2007

© João Morgado

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© João Morgado

© João Morgado


DESIGN projecto Fugas Lusas | localização Largo Dr. Francisco Soveral | Setúbal | Portugal | data 2007

Planta de Inverno

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Planta de Verão

Planta de Tecto em Pormenor


ABOUT:NOW

Green Void

LAVA

(Doll)House

REX

Woods of Net Tezuka Architects


A B O U T: N O W projecto Green Void | localização Atrium Central | Customs House | Sydney | Austrália | data 2008

Uma concepção digital inspirada na Natureza, concebida com tecido leve e empregando os mais recentes métodos de fabrico e técnicas de engenharia, criando mais com menos. 3000 Metros cúbicos de espaço ligados por uma superfície mínima de 300 m2 e apenas 40 quilos de material. O projecto renuncia à estrutura tradicional. Em vez disso, o espaço encontra-se estrutura-se com base numa escultura tridimensional e ultraleve, baseada na superfície de tensão mínima, livremente estendida entre paredes, tecto e pavimento. Os processos de concepção e fabrico empregaram meios digitais de ponta; modelação 3D por computador com apoio de engenharia estrutural e um processo de corte e costura mecânica controlado por computador (CNC). O modelo informático foi directamente enviado para a linha de produção controlado por um software

normalmente empregue para o fabrico de velame. O processo de superfície mínima optimizada e a tecnologia de fabrico CNC (computer numeric code), permitem revelar uma nova dimensão ao nível da prática do design e da sustentabilidade. O pavilhão resultante é de fácil transporte, para qualquer parte do mundo, podendo ser rapidamente montado e reutilizável. Os elementos constituintes desta estrutura consistem num tira dupla de tecido que é mecanicamente ligada a perfis especiais em alumínio. Cada perfil posteriormente suspenso em cabos de aço. Este projecto é o resultado de um processo de investigação contínuo que ao longo de vários anos tem levado à realização de projectos como o pavilhão MOET, o Entry Paradise Pavilion ou o MTV music Awards 2009.

courtesy of LAVA

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LAVA (Laboratório para Arquitectura Visionária), foi fundado em 2007, tendo escritórios e Sydney, Estugarda e Abu Dhabi. Tendo como directores Chris Bosse, Tobias Wallisser e Alexander Rieck, o Atelier LAVA, tem uma série de projectos recentes na Alemanha, Austrália e Emirados Árabes Unidos (EAU), de entre os quais se destacam a Torre Michael Schumacher World Champion, um complexo habitacional de luxo em Abu Dhabi, o futuro Hotel Showcase suite na Alemanha e o Green Void, na Austrália. Chris Bosse recebeu o Atmosphere Award, na 9ª Bienal de Veneza, pela sua participação no projecto do Watercube Swimming Centre Beijing 2008. Tobias Wallisser é professor de Design digital em Estugarda. Alexander Rieck é investigador sénior do Fraunhofer Institute em Estugarda. www.l-a-v-a.net promotor Jennifer Kwok | Manager Customs House


A B O U T: N O W projecto Green Void | localização Atrium Central | Customs House | Sydney | Austrália | data 2008

courtesy of LAVA

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courtesy of LAVA

courtesy of LAVA


A B O U T: N O W projecto (Doll)House | localização Madison Avenue | Nova Iorque | EUA | data 2008

O Vice-Presidente Sénior do Departamento Criativo da Calvin Klein, Dale Rozmiarek, abordou a REX, com o intuito de conceberem uma habitação conceptual como espaço de exposição para as linhas de produtos de casa e acessórios, da marca. Este desafio/casa seria concebido em miniatura e exposto durante o período de férias 2008-2009, na montra principal da loja Calvin Klein em Madison Avenue, Nova York. Esta fusão entre “Casa de Bonecas” e habitação conceptual, foi intitulada pela REX como (Doll)House. Para a REX - uma empresa empenhada em encarar as limitações como oportunidades - este projecto surgiu como um desafio invulgar, apresentando-se como uma oportunidade excitante e divertida para testar, em diferentes escalas, os limites da metodologia do atelier. Mantendo-se fiel à estética Calvin Klein, o projecto gira em torno de quatro pisos/planos

minimalistas, compreendendo as funções/espaços de sala de jantar, quarto e terraço de cobertura. Os planos de piso foram rodados, maximizando a visualização da casa de bonecas, mas igualmente proporcionando linhas de vista para os hipotéticos ocupantes da casa conceptual. Os 450kg do modelo (Doll)House são constituídos por lâminas de aço e acrílico envoltas por um casulo em malha elástica de nylon, material escolhido por ser translúcido e por poder acompanhar o movimento de abertura dos painéis laterais. Os interiores e terraço de cobertura foram mobilados com réplicas miniatura de peças desenhadas pelos directores criativos da Calvin Klein: Francisco Costa, Colecção Feminina Calvin Klein; Italo Zucchelli, Colecção Masculina Calvin Klein; Ulrich Grimm, Calvin Klein Calçado e Acessórios e por fim Amy Mellen, Calvin Klein Home.

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REX é uma aclamada firma de arquitectura e design, sediada em Nova York. Este atelier tem desenvolvido vários projectos de edifícios de carácter cultural, entre os quais se destacam o recentemente concluído Teatro Dee and Charles Wyly, incluído no Centro de Artes Performativas AT&T na cidade de Dallas, Texas; o Museum Plaza – um arranha-céus de uso misto, albergando um centro de artes contemporâneas e habitações, em Louisville, Kentucky e a nova Biblioteca Central do Conservatório de Música da cidade de Kortrijk, Bélgica. Os seus projectos mais recentes incluem a sede da Vakko & Power Media - uma das mais proeminentes companhias turcas da área dos Media e Moda, o Business Colege na Universidade de Louisville, Kentucky e uma linha de mobiliário de uso público para a Quinze & Milan, uma empresa belga de mobiliário. Tendo participado em várias competições internacionais, a REX obteve o 2º lugar tanto na competição internacional para o novo Museu Edvard Munch em Oslo, Noruega, como no concurso finlandês de planeamento sustentável, Finnish Innovation Fund’s Low2No. Joshua Prince-Remus obteve em 1991 o grau de bacharel em Artes e Filosofia, pela Universidade de Yale e em 1996, o título de Mestre em Arquitectura, na Universidade de Harvard, onde foi igualmente bolseiro SOM e primeiro premiado da Araldo Cossutta Fellowship. Foi no 1º trimestre de 2007 Professor Convidado sob Eero Saarinen, na Escola de Arquitectura da Universidade de Yale e no segundo trimestre de 2009, Professor Convidado na Faculdade de Design da Universidade de Harvard. É na actualidade Professor Convidado na Faculdade de Arquitectura, Planeamento e Conservação da Universidade da Colmbia. Prince-Remus é presidente da REX e Coordenador para todos os projectos do atelier. É sócio fundador da OMA New York – filial americana do Office for Metropolitan Architecture (OMA) Holandês, tendo desempenhado funções de Coordenador até à mudança de nome para REX em 2006. Durante a 1ª fase da empresa, Prince-Remus foi Coordenador associado nos projectos do Museu Guggenheim-Hermitage, em Las Vegas e da Biblioteca Central de Seatle. Prince-Remus é arquitecto certificado pela NCARB – National Council of Architectural Registration Boards, com licença para exercer no Kentucky, Nova York, Pennsylvania, Texas e Holanda. Foi identificado como um dos “The 20 Essential Young Architects” pela revista ICON, um dos mais influentes jovens arquitectos do mundo, pela Wallpaper* e um dos vinte mais influentes intervenientes no campo do Design, pela Fast Company. www.rex-ny.com promotor Calvin Klein, Inc


A B O U T: N O W projecto (Doll)House | localização Madison Avenue | Nova Iorque | EUA | data 2008

courtesy of REX Architecture P.C.

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courtesy of REX Architecture P.C.

courtesy of REX Architecture P.C.


A B O U T: N O W projecto Woods of Net | localização Japão | data 2009

O edifício Woods of Net (Bosques de Rede) é um pavilhão e instalação permanente das obras do artista plástico japonês Toshiko Horiuchi. A rede de macadame inteiramente manufacturada pelo artista, foi intencionalmente pensada para ser usufruída por crianças, uma rede percorrível, na qual se pode gatinhar, saltar ou rebolar. Embora não possa ser exposta aos elementos, chuva e raios ultravioletas, o lugar natural para a colocação desta rede seria o exterior. Desse desejo surgiu a ideia de conceber um espaço suave, tendo a floresta como elemento de mediação entre o interior e o exterior, um local que atraísse tão naturalmente como uma fogueira num acampamento. Simbolicamente, as crianças brincam na rede como se esta fosse uma “chama”, permanecendo os pais vigilantemente em redor da rede, na “floresta”. A estrutura com 320m3 de massa, composta por 589 elementos singulares em madeira maciça, que se apresentam com dimensões diferentes e sem qualquer elemento metálico de ligação foi integralmente concebida e calculada empregando meios tecnológicos de ponta.

Para o cálculo estrutural e análise de esforços do pavilhão, foi desenvolvido pelo Professor Imagawa, um software específico que permitiu a utilização do sistema de juntas tradicional, comprovando cientificamente a sua validade. Os dados obtidos foram inseridos em equipamentos de corte informatizados, com um nível de precisão da ordem do 1/10 de milímetro. Em contraponto às tecnologias de ponta, as juntas e elementos de ligação derivam da milenar tradição nipónica de construção em madeira, cujos melhores exemplos são os templos de Nara, na cidade de Kyoto. A união das peças foi executada à mão, empregando cunhas e cavilhas de madeira. Para além das juntas, os próprios elementos estruturais apresentam dimensões e direcções de corte adaptadas às cargas a suportar, assim como formas que facilitam a drenagem natural das águas pluviais. Combinando tecnologia ancestral, concepção estrutural de vanguarda e a correcta manutenção, o pavilhão Woods of Net poderá ser visitado e usufruído durante os próximos 300 anos.

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Takaharu Tezuka nasceu em 1964 na cidade de Tóquio, Japão. Em 1987 licenciou-se em Arquitectura no Instituto de Tecnologia de Musashi, tendo obtido o grau de Mestre pela Universidade da Pensilvânia em 1990. Colaborou com o atelier Richard Rogers Partnership Ltd entre 1990 e 1994, tendo nesse mesmo ano fundado em colaboração com Yui Tezuka o gabinete Tezuka Architects. Yui Tezuka nasceu em 1969 na cidade de Kanagawa, Japão. Em 1992 licenciou-se em Arquitectura no Instituto de Tecnologia de Musashi. Em 1994 fundou em colaboração com Takaharu Tezuka o gabinete Tezuka Architects. A visão espacial do atelier Tezuka Architects caracteriza-se por uma eficiente integração dos projectos na envolvente. Os projectos do gabinete abarcam diferentes escalas e áreas funcionais, incluindo habitações privadas e edifícios comerciais. Destacam-se de entre os seus trabalhos a Roof House, a Creche Fuji e o Museu de História Natural Echigo Matsunoyama. www.tezuka-arch.com promotor público


A B O U T: N O W projecto Woods of Net | localização Japão | data 2009

© Katsuhisa Kida /FOTOTECA

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© Katsuhisa Kida /FOTOTECA

© Katsuhisa Kida /FOTOTECA


A B O U T: N O W projecto Woods of Net | localização Japão | data 2009

Esquisso

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Planta de Localização

Corte


ABOUT:TOMORROW

The Cloud Carlo Ratti

T. Performing Arts Centre

Tree Hotel

Tham & Videgård Arkitekter

Citadel

NL Architects

A69 – architekti

Pasaan

North House South

Fars Studio

formodesign


ABOUT:TOMORROW projecto The Cloud | localização Londres | Inglaterra | data 2012

O pesado legado de eventos como as Expos e as Olimpíadas é caracterizado pela monumentalidade e pelos gastos excessivos em intervenções arquitectónicas datadas que raramente se perpetuam. O projecto “The Cloud” propõe uma nova monumentalidade, uma nova experiência de expressão colectiva, um símbolo actualizado da Nova Era; apresentando uma forma nova e diferente de miradouro, bem acima das Olimpíadas, de onde se poderá observar não só a maior parte da cidade de Londres, mas igualmente, do ponto de vista metafórico, todo o nosso Mundo, reunido num evento. O ingrediente secreto que ajudou as Pirâmides do Egipto e a Torre Eiffel a perdurarem foi a sua efemeridade: as massivas Pirâmides, focam-se na distante luz de estrelas, enquanto a Torre emanava rádio. Solidez transposta em ar, ar transposto em dados. É a própria atmosfera que verdadeiramente evoca “The Cloud”, o eléctrico analógico e a experiência digital flutuando sobre a cidade. O principal efeito de “The Cloud” é gerado do seu contexto, do “mar aéreo de dados “, para as diferentes populações da cidade de Londres, para o Reino Unido e as restantes

Cidades Globais, uma “faixa” de clima homogénea, unindo-nos a todos. A estrutura é composta por uma filigrana central de colunas – servindo como sistema de circulação à semelhança do projecto original de Henri Labrouste para a Biliothèque Nationale, estruturas esguias, assemelhando-se a cabos tensos, prendendo as cúpulas flutuantes que se espalham e florescem a grande altitude numa série de decks leves entre um agregado de esferas insufladas transparentes que por sua vez levam a uma série de decks de observação periféricos onde os visitantes podem emergir para “caminhar acima das nuvens”. Nos limites, pequenos agregados da “nuvem” pairam e dispensam-se, as suas posições variando de forma controlada mudando a temperatura do ar no seu interior, permitindo que a forma global da “The Cloud” possa ser reformulada. Os insufláveis encontram-se saturados de sistemas de informação LED que se densificam em dados locais, formando ecrãs onde os visitantes podem consultar informações e navegar. A luminosidade e a pressão de cada atmosfera são controladas de forma autónoma, dando origem à rede autoorganizada “The Cloud”.

Carlo Ratti, nascido em 1972, desenvolve actividade como arquitecto em Itália (em colaboração com Walter Nicolino, nascido em 1975). O seu trabalho explora as novas tecnologias com vista à sensibilização do público em relação ao meio ambiente. Alex Haw, nascido em 1973 é arquitecto, artista, escritos, e autor vídeo, operando na intercepção entre o design, a investigação, a arte e o ambiente urbano. Dirige o ATMOS, um atelier experimental, sediado em Londres, tendo como foco de actividade a arte pública, arquitectura e instalações; realizou palestras e exposições em vários países. O Estúdio FM Milano é um escritório várias vezes premiado, especializado em design gráfico, direcção

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de arte, gestão de imagem corporativa, livros, design de exposições/instalações e web design. Agence Ter é um importante atelier de arquitectura paisagista, que emprega na sua prática o uso do ar, água, planos sobrepostos e linhas de horizonte. O atelier recebeu em 2008 o Grand Prix Nationale du Paysage, um dos mais altos galardões no campo do paisagismo. www.carloratti.com promotor London 2012 www.london2012.com


ABOUT:TOMORROW projecto The Cloud | localização Londres | Inglaterra | data 2012

courtesy of the CLOUD

courtesy of the CLOUD

courtesy of the CLOUD

courtesy of the CLOUD

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courtesy of the CLOUD


ABOUT:TOMORROW projecto Tree Hotel | localização Suécia | data 2010

O conceito de Hotel-Árvore vai ao encontro do crescente interesse pelo eco-turismo em espaços naturais, permitindo desfrutar o ambiente intocado das florestas suecas do extremo Norte do país, perto da pequena aldeia de Harads. A criação deste tipo de abrigo numa árvore partiu de uma estrutura leve em alumínio, com as dimensões de 4x4x4m, pendurada em torno do tronco e revestida com vidro espelhado. O exterior reflecte a envolvente e o céu, criando a ilusão de um refúgio camuflado. Para impedir que aves colidam com o exterior da cabina, será laminada no interior das superfícies de vidro espelhado, uma película com uma cor apenas visível no espectro ultravioleta, dentro das capacidades sensoriais das aves.

O interior é executado em painéis contraplacados e as janelas permitem uma visão de 360º para o exterior. Funcionalmente pensado para dois ocupantes, o interior dispõe de uma sala comum, cama dupla e uma pequena kitchenette, tendo ainda um terraço na cobertura. O acesso à cabina faz-se através de uma escada de corda ou de uma ponte suspensa, ligada a uma árvore próxima. Os Hoteis-Árvore serão geridos pelo Brittas Pensionat (uma pequena unidade hoteleira da região), que irá igualmente fornecer aos utentes todos os serviços adicionais. O projecto encontrase actualmente em execução, estando prevista a abertura das primeiras seis cabinas ainda durante o ano de 2010.

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O gabinete Tham & Videgård Hansson Arkitekter é dirigido pelos seus co-fundadores Bolle Tham e Martin Videgård Hansson, encontrando-se sediado em Estocolmo, Suécia. A sua prática profissional abrange as mais diversas escalas da arquitectura e do design, desde o planeamento urbano aos edifícios, passando pelos interiores e pela concepção de objectos de design. É objectivo do atelier conceber arquitectura original e relevante, partindo do contexto e das condições específicas de cada projecto individual. Com uma abordagem proactiva, o gabinete encontra-se envolvido ao longo de todo o processo, desde as fases de concepção preliminar até ao acompanhamento in situ da execução de obra. Com uma visão inclusiva da arquitectura, os aspectos práticos, teóricos, sociais e ambientais, são analisados e integrados no processo de concepção, a par das questões construtivas, orçamentais, paisagísticas e climáticas. Quando necessário ou relevante, o gabinete T&VH, faz uso de uma rede externa de consultores garantindo que, independentemente do projecto, são encontradas respostas para os diferentes desafios conceptuais. A equipa da T&VH têm grande experiência na concepção de projectos de carácter público, nas áreas da educação e espaços expositivos, assim como no sector privado, cumprindo os mais altos requisitos internacionais ao nível da gestão energética, segurança e sustentabilidade a longo prazo. www.tvark.se promotor Brittas Pensionat, Britta Lindvall and Kent Lindvall


ABOUT:TOMORROW projecto Tree Hotel | localização Suécia | data 2010

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courtesy of Tham & Videgård Arkitekter

courtesy of Tham & Videgård Arkitekter


ABOUT:TOMORROW projecto Taipei Performing Arts Centre | localização Taipei | Taiwan | data 2009

A barreira entre a cultura popular e a cultura erudita tem vindo a desvanecer-se, no entanto, será exequível conceber um ambiente culturalmente inspirador para todos? Será possível ser-se popular e elitista ao mesmo tempo? Como gerar um edifício verdadeiramente público? O Taipei Performing Arts Center pretende ser um edifício acessível a todos.O carácter público do Centro revela-se no acto de elevar uma parte substancial dos seus espaços, criando assim, sob a sua volumetria uma praça pública subjacente. Parte fundamental do edifício, ela encontra-se efectivamente “dentro” dele. O volume principal do Taipei Performing Arts Center, com 110 x 80 x 64 metros, assemelha-se a uma mesa, onde quatro “pernas” sustentam um “tampo” com três pisos. O seu interior surge como um fragmento de cidade elevado, um espaço privilegiado para a investigação

e o entretenimento, albergando valências como uma biblioteca multimédia, lojas de música, galerias de arte, bares, restaurantes e clubes. Nas fachadas, diversos terraços e varandas dinamizam o espaço, algumas com acesso exclusivo e intimista, outras abertas ao público, com acesso gratuito, pago ou VIP. Num edifício com áreas para funções e eventos diversos, incluindo uma piscina pública, uma zona para a prática de skate, um jardim infantil, zonas verdes, um jardim de hotel e um café, pretendese sobretudo atrair diferentes tipos de visitantes, transformando o Centro num verdadeiro palco. A cada passo do visitante, muda a percepção do jogo volumétrico do centro, uma espécie de “cavidade” urbana ou composição volumétrica que alberga “bocas de cena” em cada uma das quatro direcções, emolduradas na cidade e enquadrando a sua vida cultural.

O atelier NL Architects sediado em Amsterdão foi fundado oficialmente em 1997 pelos seus quatro associados: Pieter Bannenberg, Walter van Dijk, Kamiel Klaasse e Mark Linnemann. No entanto, a colaboração entre os fundadores remonta ao início da década de 90, quando estudavam juntos na Universidade Técnica de Delft. O atelier NL desenvolveu as suas considerações acerca da metrópole contemporânea, tendo como cenário de reflexão a vivência diária marcada pelos movimentos pendulares entre Delft e a cidade de Amsterdão (local de residência dos associados), além da vivência do asfalto com a observação de uma realidade estética entediante do território suburbano. O atelier NL critica radicalmente a arquitectura contemporânea no seu carácter suburbano, caracterizando a sua prática por uma grande sensibilidade para as questões e problemáticas da escala assim como dos próprios processos de construção. Da capacidade de articular condições e elementos heterogéneos, em situações muitas vezes paradoxais, o atelier opta por uma das suas ferramentas favoritas: a sintetização de novas tipologias de edifícios, concebendo estruturas programaticamente híbridas.

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Nesse sentido, a própria cidade é entendida pelos NL Architects como um ecossistema, um ambiente pautado pelo equilíbrio entre os sistemas lógicos de crescimento urbano, os elementos naturais e os factores de consumo, produção, circulação e fluxo. www.nlarchitects.nl promotor Taipei Performing Arts Centre www.tpac.com.tw


ABOUT:TOMORROW projecto Taipei Performing Arts Centre | localização Taipei | Taiwan | data 2009

courtesy of NL Architects

courtesy of NL Architects

courtesy of NL Architects

courtesy of NL Architects

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courtesy of NL Architects


ABOUT:TOMORROW projecto Citadel | localização Košice | Eslováquia | data 2009

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O projecto localiza-se acima da cidade de Košice, junto a um complexo hospitalar e separado do seu tecido urbano, num local onde é possível observar tanto o centro da cidade como as montanhas no horizonte; o situ assemelha-se a uma acrópole para a qual se ascende, vindo de Košice. Para maximizar os efeitos paisagísticos e ao mesmo tempo suprimir a influência dominadora do hospital, tornou-se necessário criar um efeito de contrapeso urbano. Um local único implica uma abordagem igualmente única. Assim sendo, o projecto tomou como inspiração uma cidadela, refúgio elevado, microcosmos com os seus próprios parâmetros - uma cidade dentro da cidade. O arquétipo da cidadela acentua a fronteira entre o interior e o exterior: a sua pele exterior apresenta-se sólida e maciça, enquanto o seu interior se caracteriza pela articulação, racionalidade e sentido prático. O atelier A69 tentou conceber acima de Košice, uma espécie de sólida “fortaleza” que com a sua massa horizontal e compacta aparenta surgir da própria paisagem, equilibrando as linhas verticais do hospital próximo. Da envolvente anónima, atravessando os “portões da cidadela” é possível aceder aos pátios semi-privados

3D © vizualizace

no seu interior (alinhados com o piso térreo comercial) e por fim aos átrios privados, onde se encontram as comunicações verticais para as habitações. A transição progressiva do espaço público exterior, passando por zonas semi-privadas até às áreas privadas cria um ambiente socialmente estruturante para a construção de uma sensação comunitária, potenciando igualmente a sensação de segurança. Nesta proposta, a marca mais significante da cidadela surge da modulação hexagonal que permeia este projecto desde a volumetria global do complexo até ao layout de cada um dos quartos, permitindo uma maior variação na ocupação dos espaços interiores. Devida ainda a esta solução, todos os apartamentos dispõem de terraço exterior e encontram-se posicionados num dos cantos do hexágono, apresentando uma configuração que os distingue de propostas mais convencionais. A forma hexagonal apresenta ainda outras vantagens, quer ao nível do isolamento entre apartamentos, quer no âmbito estrutural: devido à sua proposta de modulação, o atelier A69 conseguiu resolver o problema da sincronização estrutural entre os pisos residenciais e os pisos de estacionamento, permitindo ao mesmo tempo alcançar um efeito global coerente e invulgar.


ABOUT:TOMORROW projecto Citadel | localização Košice | Eslováquia | data 2009

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Em 1994, logo após a conclusão dos seus estudos universitários, os arquitectos Boris Redčenkov e Prokop Tomášek, fundaram o Atelier 69 – architekti, na cidade de Cheb. Em 1997, o arquitecto Jaroslav Wertig juntou-se à equipa. Após a conclusão em 2000, do complexo residencial Villa Park Strahov, em Praga, o escritório abriu uma filial na capital. Em 2003 a versão original do gabinete foi transformada numa Sociedade Limitada, o atelier A69 - architekti, s.r.o. Este escritório de arquitectura tem projectos em vários locais na República Checa, tendo concebido um número significativo de habitações privadas, marcadas pela criatividade e personalidade características do atelier. Entre os trabalhos mais significativos destacam-se, na cidade de Františkovy Lázně, os projectos do Sanatório Dr. Peták, a reconstrução da Rua Anglická e o corredor de ligação para o Hotel Pauwlik, projecto galardoado no âmbito dos Prémios da Associação de Arquitectos Checos. Tendo vencido diversas competições, nomeadamente o concurso para a Villa Park Strahov em 1999, mais recentemente o atelier A69 ganhou o concurso internacional para o Central Park Prague and Hotel, na Rua Narodni, Praga. Sendo uma dos gabinetes de arquitectura checos mais publicados e com presença nas mais prestigiantes publicações e sites internacionais, o atelier A69 tem realizado diversos workshops e palestras, tanto na República Checa como em outros países. Boris Redčenkov nasceu em 1969 na cidade de Cheb, região de Karlovy Vary, República Checa. Licenciou-se em Arquitectura em 1994, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica Checa, sob orientação do Professor Ladislav Lábus. Prokop Tomášek nasceu em 1969 na cidade de Liberec, na região de Lusatian Neisse, República Checa. Licenciou-se em Arquitectura em 1994, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica Checa, sob orientação do Professor Ladislav Lábus.

promotor Penta Investment, s.r.o.

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Jaroslav Wertig, nasceu em 1969 na cidade de Cheb, região de Karlovy Vary, República Checa. Licenciou-se em Arquitectura em 1994, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica Checa, sob orientação do Professor Ladislav Lábus. É membro do Conselho Directivo do Fundo de Arquitectura Checo, membro do núcleo editorial do antigo jornal ARCHITEKT, actualmente denominado ad Architektura e foi editor do anuário Česká architektura 2002-03. www.a69.cz


ABOUT:TOMORROW projecto Pasaan [1º Prémio] | localização Koh-Yom | Nakorn Sawan | Tailândia | data 2010

A localização deste projecto, para além da grande importância histórica no contexto Tailandês, apresenta diversas características geográficas invulgares, nomeadamente um diferencial de 9 metros entre o nível de água entre marés e uma profunda dicotomia cromática: na costa Norte da ilha, o rio apresenta uma coloração verde, enquanto a Sul se apresenta vermelho. Após a junção das águas, a diferenciação de cor prolonga-se numa linha de ressonância ao longo do Rio Chao Phraya. A proposta foi idealizada para o ponto extremo da Ilha de Yom onde ocorre a confluência de águas, com vista não só à revitalização daquela zona mas igualmente com o objectivo de atrair visitantes. Na opinião do atelier Fars Studio, a localização em si, constitui-se desde logo como singular e atraente, carecendo apenas de uma intensificação, um reforço do seu próprio carácter na forma de um elemento arquitectónico, o mais subtil possível. A intervenção visa reflectir o Rio, a sua história, tradição e importância

na qualidade de vida da cidade. O projecto deverá espelhar a envolvente natural, desenvolvendo-se em torno de um percurso arquitectónico axial, paralelo à linha de arrasto do rio, onde uma série de elevações que se encontram alinhadas com pontos notáveis da paisagem fluvial, permitem aos visitantes a fruição das vistas mais significativas. Por outro lado, a percepção exterior do projecto deverá simbolizar o próprio rio, com as suas linhas ondulantes e estruturas semelhantes a pontes, acentuando física e visualmente a ligação entre ambas as margens. Para o atelier Fars Studio, a essência da arquitectura tradicional tailandesa assenta na importância dada à escala humana, tendo sido a sua proposta concebida em torno deste valor. Devido à geografia do local, às limitações e especificidades técnicas da construção em zonas de maré, o betão foi eleito como o material ideal para a estrutura de ancoragem deste projecto. Os restantes elementos estruturais serão em aço, revestido com painéis de cobre e madeira.

courtesy of Fars Studio

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O estúdio Fars Studio Co., Ltd ou Estúdio Far(Satapanik), foi fundado em 2009, sendo constituído por uma equipa de 6 arquitectos: Patchara Wongboonsin, Kraipop Tohtubtiang, Pirun Sittivichaporn, Ornnicha Duriyaprapan, Sasivimol Kositnapadej e Nop Leetavorn. Sediado na Tailândia e tendo colaborado com vários gabinetes internacionais, como Skidmore, Owings & Merrill LLP, de Nova York e A49 Bangkok, na Tailândia, o atelier desenvolve a sua actividade nas áreas do design gráfico, design de produto, arquitectura de interiores e concepção de espaços museológicos. De modo a melhorar a capacidade de resposta às solicitações dos clientes e a manter-se a par da actualidade da arquitectura, o atelier Fars Studio tem participado em diversas competições internacionais. Actualmente encontra-se a desenvolver projectos em vários países, nomeadamente Índia, China, Vietname, Turquia e Estados Unidos da América. www.farsstudio.com promotor Nakorn Sawan Municipality + The Association of Siamese Architects under Royal Patronage


ABOUT:TOMORROW projecto Pasaan [1º Prémio] | localização Koh-Yom | Nakorn Sawan | Tailândia | data 2010

courtesy of Fars Studio

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courtesy of Fars Studio

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ABOUT:TOMORROW projecto North House South | localização Ksawerów | Polónia | data 2009

O projecto implantado num lote arborizado com uma orientação problemática Norte-Sul, deriva do cruzamento entre duas tipologias formais: a casa tradicional com telhado de duas águas e a habitação contemporânea com cobertura plana. A habitação N house S apresenta um corpo central e dois corpos longitudinais, um orientado a Norte e outro a Sul. Esta configuração resguarda da vista a sala de estar, localizada no corpo central, impossibilitando a sua visualização a partir dos lotes circundantes. Por outro lado, os vãos nas fachadas das duas alas permitem a observação de todo o complexo.

Abrindo-se na direcção do coberto vegetal existente, os volumes brancos albergam os quartos, encontrandose sob um deles, o estacionamento. Dois terraços independentes ligados pela sala de estar funcionam como uma extensão natural do espaço vital da habitação, aproveitando a sombra de algumas árvores existentes. Devido à dimensão dos vãos, os espaços interiores caracterizam-se por uma grande luminosidade. Na casa N house S, foram empregues materiais e acabamentos naturais, no sentido de se obter uma maior coesão entre a arquitectura e a envolvente.

courtesy of formodesign

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O atelier Formodesign – pracownia architektury, foi oficialmente fundado em 2004; no entendo a sua actividade projectual começou em 2000. Sendo um gabinete recente, composto por uma equipa jovem, o atelier Formodesign tem estabelecido diversas parcerias com diferentes técnicos, nomeadamente no campo das engenharias, na tentativa de dar resposta às solicitações dos clientes. Devido à qualidade dos seus projectos, o gabinete recebeu vários prémios, de âmbito nacional e internacional, tendo os seus trabalhos sido objecto de numerosas publicações. www.formodesign.pl promotor privado


ABOUT:TOMORROW projecto North House South | localização Ksawerów | Polónia | data 2009

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ECOS

Eco-Cities

Vincent Callebaut Architectures

Seawater Vertical Farm Studiomobile


ECOS projecto Eco-Cities | localização Mundial | data 2020

2009 – 800 Milhões de agricultores urbanos, por uma Eco-Cidade responsável. Na viragem do século a atenção focou-se no conceito dos apartamentos-jardim, tentando trazer algo do ambiente rural para as nossas cidades sobrelotadas, lutando por uma comunidade urbana agrícola, capaz repensar a produção alimentar e ao mesmo tempo, contribuir para a durabilidade da cidade. Nos telhados, terraços e varandas, nos vazios do espaço não edificado, nos logradouros e em estufas suspensas, o eco-guerreiro aspira a evadir-se de um universo de competitividade e consumismo, imposto pelas leis do mercado. Estes novos jardins, a par da urgência em reduzir o consumo de combustíveis fósseis e da necessidade de modificar o nosso comportamento em relação às alterações climáticas, constituem uma forma de reduzir o impacto ambiental de uma cidade, assim como uma forma de incrementar a responsabilidade ecológica de uma comunidade. 2025 – 5,5 Biliões de citadinos, enfrentando o desafio alimentar do século XXI.

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De acordo com o UNDP - United Nations Development Programme (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a população urbana mundial crescerá dos 3,1 biliões de habitantes em 2009, para os 5,5 biliões em 2025. É urgente procurar uma forma das cidades contemporâneas, num prazo de 15 anos, serem capazes de dar resposta a este êxodo, produzindo energia de uma forma intensiva e limpa. O desenvolvimento da agricultura urbana, com o objectivo de uma produção alimentar auto-suficiente, a reciclagem (resíduos líquidos por fito-purificação, resíduos sólidos para compostagem/fertilizantes), a produção de energia (por biomassa, células fotovoltaicas e outras energias renováveis), são alguns dos componentes para responder a este desafio. A cidade ecológica procura assim reintegrar a função agrícola na escala urbana, enfatizando o papel da agricultura no uso e na reutilização

dos recursos naturais e resíduos biodegradáveis, aproximando-se o mais próximo possível dos ciclos e fluxos naturais. Do ponto de vista sanitário, esta abordagem à quinta, apresenta-se com um potencial interessante com vista à despoluição dos solos e aquíferos, assim como da atmosfera, pela retenção do CO2. Dragonfly, um Central Park cultivado na vertical. A arquitectura deverá estar ao serviço desta nova agricultura, dando resposta a este novo desejo da sociedade, num contexto de mutação ecológica e autonomia alimentar. O projecto Dragonfly sugere um protótipo edificado de uma quinta urbana, com um programa misto de habitação, escritórios, laboratórios (de engenharia ecológica) e espaços agrícolas, disposto verticalmente em diversos pisos. As quintas verticais apresentam-se como exemplos de agricultura orgânica e sustentável, baseada na produção intensiva, variando conforme o ritmo das estações do ano. Dragonfly é proposto para a zona ao longo do East River, no extremo Sul da Roosevelt Island em Nova York, entre a ilha de Manhattan e o Queens. Dragonfly estende-se de forma vertical na forma de uma torre biónica, proporcionando um novo biótipo urbano para a fauna e flora locais, recriando uma produção alimentar auto-gerida pelos seus habitantes, no coração da Big Apple. A torre, um organismo vivo, torna-se metabólica e auto-suficiente em termos de gestão de água, bio-fertilização e energia. Nada é desperdiçado, tudo é reciclado, num processo contínuo e auto-alimentado. A arquitectura do protótipo Dragonfly sugere a reinvenção do edifício vertical, tanto do ponto de vista estrutural como dos pontos de vista funcional, ecológico e energético. Arquitectónicamente, a organização funcional é representado por duas torres oblongas, dispostas num par simetricamente em torno de uma gigantesca estufa que faz a ligação entre ambos os corpos, projectando ao mesmo tempo duas asas cristalinas.


ECOS projecto Eco-Cities | localização Mundial | data 2020

Vincent Callebaut nasceu em 1977, licenciando-se em 2000 no Instituto Victor Horta, em Bruxelas tendo o seu projecto final obtido o Grande Prémio René Serrure. Como bolseiro do Programa Leonardo da Vinci, residiu em Paris durante dois anos, tendo colaborado com os gabinetes Odile Decq Benoit Cornette Architectes Urbanistes e Massimiliano Fuksas. Vendedor em 2001 do Grande Prémio de Arquitectura Napoléon Godecharle, atribuído pela Academia Real de Belas Artes de Bruxelas, foi finalista em 2005 do RE-New Architecture Pleasures, prémio atribuído às 12 figuras mais importantes, do panorama da arquitectura da comunidade francófona, na Bélgica. Igualmente em 2005, foi publicada a sua primeira monografia.

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Desde então, no seio da sua agência e com a colaboração de Jakob+MacFarlane, Claude Vasconi, Jacques Rougerie, tem defendido militantemente o desenvolvimento do conceito de Ecopolis, investigando formas e estratégias que permitam o cruzamento entre a arquitectura a biologia e as tecnologias da comunicação. Com propostas para centros urbanos que vão de Nova York a Hong-Kong, passando por Bruxelas e Paris, Vincent Callebaut propõe projectos com preocupações ecológicas, levantando igualmente questões sobre a sociedade globalizada em que vivemos. www.vincent.callebaut.org


ECOS

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projecto Eco-Cities | localização Mundial | data 2020


ECOS projecto Eco-Cities | localização Mundial | data 2020

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ECOS projecto Seawater Vertical Farm | localização Mundial | data 2009

Ao longo dos dois últimos anos, o atelier Studiomobile tem vindo a desenvolver a sua actividade nos Emirados Árabes Unidos, com intervenções no âmbito das infra-estruturas e na área da habitação. Em paralelo, o atelier tem vindo a elaborar uma série de projectos de investigação centrados nas necessidades de desenvolvimento do território, focando em particular as seguintes problemáticas:

sendo que o sector dos transportes é responsável por 2,5% dessas emissões e a refrigeração representa 18%. Para além destes custos, há que contar com a despesa referente ao transporte das colheitas das áreas rurais para as cidades, aumentando o custo dos alimentos. A produção alimentar mais perto do consumidor final reduziria em grande medida os custos monetários e ambientais.

1. A escassez de água doce - O crescimento do consumo de água e a diminuição dos stocks de água potável fazem parte da realidade do século XXI. A agricultura constitui-se como um dos elementos fundamentais desta problemática, sendo responsável por cerca de 70% do consumo mundial. Felizmente não existe falta de água no nosso planeta, apenas está no sítio errado.

5. Povoamento - O uso extensivo do espaço causa danos ao meio ambiente, sendo que em alguns países, a edificação em espaços não urbanizados pode ser cara, insegura e de difícil protecção.

2. Dessalinização - A cidade de Abu Dhabi tem cinco grandes centrais de dessalinização, que consomem grandes quantidades de energia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, cada metro cúbico de água potável produzido pelo processo de osmose invertida - tecnologia base da dessalinização requer o uso de um litro de combustível. Este facto implica uma considerável emissão de gases de estufa, contribuindo para as crescentes alterações climáticas globais.

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3. Falta de espaço vital - De acordo com uma previsão das Nações Unidas, a população mundial passará dos 6,7 mil milhões registados em 2007, para os 9,2 mil milhões de habitantes em 2050. Ao longo desse período de tempo, a população residente em áreas urbanas aumentará quase para o dobro, passando dos 3,3 mil milhões para os 6, 4 mil milhões de habitantes. Cerca de 70% da população mundial residirá em cidades. As colossais áreas urbanas ocuparão as zonas costeiras, requerendo grandes quantidades de alimentos e água potável. 4. Transportes - De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, o sector agrícola e alimentar é responsável por 1/3 das emissões totais de gases de efeito de estufa,

A Seawater Vertical Farm, faz uso da água do mar para arrefecer e humedecer estufas, convertendo suficiente humidade em água doce para irrigação. A conversão de água salgada em água doce, em quantidade e locais apropriados, poderá potencialmente resolver todos os problemas anteriormente descritos. O projecto foi Idealizado para o Dubai, um país caracterizado por péssimo tráfego urbano, onde a falta de água doce e vegetais produzidos localmente se aliam uma rede de transportes problemática e um elevadíssimo custo do metro quadrado de terreno. A Seawater Vertical Farm constitui-se como uma ideia realista para a utilização de lotes urbanos para a agricultura intensiva. O conceito por detrás da Seawater Vertical Farm é bastante simples; cinco estufas tipo “casulo”, fixas a cinco “ramos” que transportam e nebulizam a água do mar, criando um fluxo fresco de humidade ideal para as plantas num ambiente semelhante a uma floresta equatorial. Nestas condições, as colheitas necessitam de muito pouca quantidade de água uma vez que se evita a transpiração das folhas. Conforme o ar sai da zona de cultivo, passa por um segundo evaporador que tem água salgada a percorre-lo. Nesta fase, o ar húmido mistura-se com o ar quente e seco do interior das coberturas das estufas, resultando em ar quente e húmido. Não existe a necessidade e ventoinhas para movimentar as massas de ar: o ar quente é forçado a subir pela chaminé central, devido ao efeito da convecção. No seu percurso, o ar quente


ECOS projecto Seawater Vertical Farm | localização Mundial | data 2009 e húmido condensa-se em contacto com tubos de plástico percorridos por água salgada bombeada. Na superfície dos condensadores, formam-se gotas de água doce que por sua vez são recolhidas num tanque, para ser empregue nas estufas ou para outras funções.

económico que o vidro. Este polímero permite maximizar a luz solar que atravessa as camadas exteriores da estufa, permitindo a ventilação das paredes mas mantendo um elevado índice de isolamento, enquadrando-se nas preocupações ambientais que norteiam este projecto.

As estufas são constituídas por estruturas leves em aço apresentando um revestimento em polietileno, especialmente tratado com propriedades de reflexão ultravioleta e absorção de infravermelhos, 100% reciclável no fim de ciclo útil de vida. Para o tecto falso no interior das estufas, foi escolhido o etiltetrafluoroetileno (ETFE), material caracterizado por uma elevada resistência e transparência, com auto-limpeza e reciclável, mais durável, leve e

Os evaporadores de água salgada são compostos por folhas de cartão prensado, barato e surpreendentemente eficaz. O carbonato de cálcio deposita-se e cristaliza-se nas suas superfícies com a passagem da água salgada, fazendo com que adquira a rigidez de uma concha de molusco. Este processo é controlável, resultando num período de vida extremamente alargado para os evaporadores.

Studiomobile é um atelier que se rege pelos princípios da “sustentabilidade criativa” e da inovação de vanguarda. Na convicção de que para conceber arquitectura vanguardista, se torna necessária uma equipa multifuncional que agregue conhecimentos e experiências de diversas áreas e naturezas, o Studiomobile constitui-se como uma encruzilhada interdisciplinar. No espírito deste atelier, o debate na prática da arquitectura é encarado como um meio para conceber e gerir estratégias regionais de desenvolvimento a longo prazo. O estudo e investigação de concepções arquitectónicas sustentáveis, sistemas energéticos passivos e a aplicação de energias renováveis são determinantes da actividade do Studiomobile. 91

www.studiomobile.org


ECOS

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projecto Seawater Vertical Farm | localização Mundial | data 2009


ECOS projecto Seawater Vertical Farm | localização Mundial | data 2009

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Direcção Editorial João Sá Vieira | Marcelo Vaz joaosavieira@aboutblank.pt | marcelovaz@aboutblank.pt Design www.carrossel.net Tradução e Adaptação Paulo Ricardo Telefones Gerais [+351] 927 744 527 | [+351] 917 072 530


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