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EDITORIAL Tem sido um dos grandes objectivos da about:blank não só procurar registar as tendências actuais no âmbito da arquitectura e do design, como igualmente reflectir sobre as antevisões do que poderá vir a ser o potencial futuro nestas áreas. Na edição 3 da about:blank encontra-se expresso um claro pensamento organicista. Uma tendência que não se apresenta no inicio do século XXI, como uma novidade mas que no entanto, se assume como uma versão distinta e mais abrangente insistindo cada vez mais num futuro desenvolvimento tecnológico aliado à construção e à arquitectura. O novo organicismo não incide apenas em aspectos estéticos, formas ou volumes; inspira-se e tenta aplicar directamente à arquitectura e ao design, os próprios sistemas funcionais orgânicos presentes na natureza. Nesta lógica podemos falar de propostas mais abrangentes e generalizadas com construções de carácter evolutivo e adaptativo à semelhança dum organismo ou colónia de organismos, capazes de transformar a estrutura urbana que conhecemos hoje, propostas individuais que se centram na interacção entre edifício, utente e o meio envolvente como solução para uma gestão integrada e sustentável de cada unidade. As soluções preconizadas por estes projectos surgem como forma de colmatar algumas das problemáticas das sociedades contemporâneas, corporizadas na cidade em constante evolução e mutação, numa estratégia de continuidade para com a actual consciência ecológica e sustentável. Esta corrente organicista faz pleno uso dos mais recentes desenvolvimentos tecnológicos para integrar num todo o Tecido Urbano, o Edifício e os Utentes, antevendo um futuro onde a fronteira entre cidade e ser vivo, edifício e célula, será cada vez mais difícil de distinguir.
João Sá Vieira about:blank magazine
Concrete House BAK Arquitectos
Glass House
Santambrogio Milano
Leaf House
Undercurrent Architects
BTEK
Ironbank RTA Studio
Tamina Thermal Baths
Smolenicky & Partner Architektur
Platoon Kunsthalle
ACTX Architects
Graft Architects + Baik Jiwon
Hotel City Garden
Momentary City
EM2N
Les Bains des Docks
Jean Nouvel
Vector Architects
NEST
CSD Architecten
ARQUITECTURA projecto Concrete House | localização Mar Azul . Buenos Aires . Argentina | data 2007
Mar Azul é uma zona familiar para o estúdio BAK Arquitectos. Quando em 2004, o atelier concebeu o seu primeiro projecto para a região, chegou-se à conclusão que era necessário ajudar esta zona de paisagens notáveis que não possui uma base legal capaz de proteger o património natural local dos interesses e promotores que constroem com um único objectivo: obter o máximo possível da terra. A região carecia de um quadro legal e regulador que compreendendo a lógica e as características desta zona privilegiada, pudesse regular a construção, impedindo as edificações menos apropriadas e apontando o caminho para melhores soluções. Para além desta situação, a construção de “casas pitorescas em locais de fantasia” tem vindo a humanizar um território florestal que ainda conserva uma forte presença de vida selvagem. Operar nesta região significava conhecer as condicionantes e perceber como e onde os arquitectos poderiam prestar o seu contributo. A resposta passou por propor arquitectura baseada no uso mínimo de recursos e materiais, não apenas com um objectivo estético mas tentando dar resposta aos princípios da ética, da sustentabilidade e do uso racional dos recursos endógenos.
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Esta arquitectura deve-se integrar na paisagem, aparentando fazer parte da envolvente. Para tornar tal efeito possível, é necessário “dar ouvidos” ao próprio situ. As primeiras abordagens conceptuais deverão ser feitas livres de preconceitos, permitindo captar a atmosfera específica de cada local. Isto implica que em cada intervenção, o arquitecto deverá considerar todos os dados, sentir o espaço e imaginar uma forma de enriquecer o seu projecto pela localização. Este é um passo essencial para garantir a harmonia entre a arquitectura e a envolvente.
Tirar partido dos benefícios ambientais: Ter tido em conta as vicissitudes do microclima foi determinante para a definição de opções estéticas e construtivas que nortearam este projecto. Para tentar ganhar o máximo de luz natural, optou-se por uma solução “semí-coberta”. Com grandes superfícies de vidro que permitem vistas para a paisagem e para o mar, o vidro no exterior reflecte a envolvente natural, funcionando como uma espécie de camuflagem. A necessidade de uma construção rápida e de baixa manutenção levou a que se escolhesse o betão como solução construtiva. As sombras também levaram ao uso deste material, devido às suas características térmicas ideais para os meses quentes – uma vez que se trata de uma casa de férias, as preocupações com o comportamento térmico nos meses frios não era relevante. O isolamento e a impermeabilização foram garantidos por uma solução de desenho que permite uma rápida drenagem das superfícies exteriores. Uso criterioso dos recursos disponíveis: As qualidades expressivas do betão reforçado, a sua resistência e impermeabilidade tornaram desnecessário um acabamento exterior, reduzindo os custo de construção e manutenção. Por outro lado, a cor e textura das superfícies de betão, resultante dos moldes de betonagem em madeira reciclada, deram ao edifício uma presença forte e ao mesmo tempo mimética e ambientalmente harmoniosa. Respeitando a mesma linha de acção, as decisões relativas ao exterior derivam da mesma ideia de intervenção ambiental mínima, evitando qualquer situação de paisagismo e resultando numa manutenção baixa, evitando igualmente a imposição de limites e fronteiras de lote, numa região ainda relativamente livre de construções.
ARQUITECTURA projecto Concrete House | localização Mar Azul . Buenos Aires . Argentina | data 2007
© Daniela Mac Adden
© Daniela Mac Adden
BAKarquitectos é um atelier de arquitectura várias vezes premiado, fundado em 1975 pelos arquitectos María Victoria Besonias e Guillermo de Almeida, aos quais se associou em 2000 o arquitecto Luciano Kruk. María Victoria Besonias nasceu em 1947 em Madrid, Espanha. Estudou arquitectura na FADU – UBA - Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires, tendo-se graduado em 1975. É assistente convidada na FADU – UBA e é membro do painel de júri da FADEA - Federación Argentina de Entidades de Arquitectura. Foi oradora convidada na Bienal de Brasília de 2006, em 2009 participou como oradora no XIV Congresso de Arquitectura de Monterrey. É consultora técnica para a área da arquitectura e urbanismo, tendo igualmente participado em diversas competições internacionais. Guillermo de Almeida nasceu em 1945 em Buenos Aires, Argentina. Estudou arquitectura na FADU – UBA - Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires, tendo-se graduado em 1975. É professor na área da arquitectura na UBA e na UM – Universidade de Morón. É membro do Conselho Superior de Arquitectura e do Painel de Júri do Colégio de Arquitectura de Buenos Aires. Participou como orador convidado na Bienal de Brasília de 2006. Luciano Kruk nasceu em 1974 em Buenos Aires, Argentina. Estudou arquitectura na FADU – UBA - Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires, tendo-se graduado em 2000. É professor de arquitectura na UBA e é membro Painel de Júri do Colégio de Arquitectura de Buenos Aires.
colaboração Sebastián Indri
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http://bakarquitectos.com.ar/
ARQUITECTURA projecto Concrete House | localização Mar Azul . Buenos Aires . Argentina | data 2007
© Daniela Mac Adden
© Daniela Mac Adden
© Daniela Mac Adden
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© Daniela Mac Adden
© Daniela Mac Adden
ARQUITECTURA projecto Concrete House | localização Mar Azul . Buenos Aires . Argentina | data 2007
Planta
Secção 1
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Secção 2
ARQUITECTURA projecto Glass House | localização aplicação generalizada | data 2008
O arquitecto Carlo Santambrogio, à seis anos atrás considerou o vidro como um material mágico, em constante mutação devido às diferentes condições da luz mas sempre permanecendo belo e transparente. Por esta razão, Santambrogio começou a criar peças de mobiliário caracterizadas por este material essencial, esculturas transparentes com a forma de objectos utilitários, mesas, estantes, sofás, banheiras, todo o tipo de peças de mobiliário para uso dentro e fora de casa. Do mobiliário em vidro, ele avançou para os projectos arquitectónicos. Com maior espessura e graças a uma técnica de sobreposição de múltiplas camadas, foi possível construir volumes estruturais em vidro. Seguindo o mesmo conceito e com um sistema construtivo coerente, é possível edificar elementos estruturais interiores e exteriores em vidro, tais como uma escada, um pavimento, um terraço ou mesmo uma casa inteiramente em vidro, como demonstram os projectos conceptuais House at the Cliffs e a House in the Wood. Estes dois edifícios poderão ser construídos em qualquer parte do mundo, conforme os requisitos e as necessidades dos clientes, sem deixarem de ser objectos únicos. A House at the Cliffs será edificada na costa Oeste da Irlanda, perto de Clifden, a Noroeste de Galway. É um projecto que após a sua conclusão poderá funcionar como casa “showroom”, uma referência única na arquitectura de vidro e local privilegiado para encontros com arquitectos e organização de eventos. Existem já potenciais clientes interessados neste conceito. O começo dos trabalhos
está previsto para meados de 2010. A House in the Wood será construída na Suíça, em Engadina, perto de San Moritz. Os trabalhos no local começaram no fim de 2009 e deverão prolongar-se por sete meses. Participaram no desenvolvimento dos planos para esta casa diversos técnicos, incluindo engenheiros estruturais, arquitectos externos e outros colaboradores. As casas serão construídas segundo o mesmo sistema da mesa e da escadaria de vidro, residindo aí o encanto deste conceito que possibilita a construção quer de uma peça de mobiliário, quer de uma casa inteiramente em vidro. Não se deve encarar a mesa como um mero objecto, mas já como arquitectura de vidro, o mesmo acontecendo com todos os outros elementos. Não existe limite para a aplicação deste sistema a não ser a imaginação. Estas casas são a evolução de um projecto que começou em 2004 com uma mesa e uma cozinha em vidro. Envolvidos neste projecto encontram-se o arquitecto Carlo Santambrogio, fundador e proprietário da empresa Santambrogiomilano, o reputado designer italiano Ennio Arosio e uma equipa de dez pessoas. O desafio de criar algo tão singular como as casas de vidro reside no esforço necessário para tentar dar a cada um dos utilizadores das casas o privilégio de usufruir a envolvente natural, vivendo com todo o conforto e segurança no seu interior, sem barreiras visuais e obstáculos, numa fusão entre o homem e a natureza.
Carlo Santambrogio é um empreendedor que concebe projectos exclusivos em vidro, peças únicas que se integram em qualquer ambiente. A colecção Simplicity, nasceu da colaboração entre Carlo Santambrogio e o designer Ennio Arosio, com o objectivo de dar forma “transparente” e precisa aos espaços. Os objectos criados, embora de carácter distinto e individual não usurpam as zonas onde se inserem, antes funcionando em simbiose com elas. O uso estrutural de lâminas de vidro anulou a necessidade do emprego de perfis metálicos ou outros elementos de suporte. Desta forma foram eliminadas
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todas e quaisquer distracções que pudessem distrair o olhar da contemplação das formas puras e extremamente elegantes, criadas para surpreender e proporcionar prazer estético. Santambrogiomilano possui um showroom renovado, tanto do ponto de vista de imagem como do ponto de vista conceptual, contando a história da evolução da colecção Simplicity e o seu progresso para o campo dos interiores e da arquitectura. www.santambrogiomilano.it
ARQUITECTURA projecto Glass House | localização aplicação generalizada | data 2008
courtesy of Santambrogiomilano
9 courtesy of Santambrogiomilano
ARQUITECTURA
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projecto Glass House | localização aplicação generalizada | data 2008
Planta Cliff House
ARQUITECTURA projecto Glass House | localização aplicação generalizada | data 2008
Planta Wood House | Piso 1
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Planta Wood House | Piso 0
ARQUITECTURA projecto Ironbank | localização Auckland, Nova Zelândia | data 2009
O edifício encontra-se localizado num dos extremos da zona comercial e empresarial da cidade de Auckland, uma área histórica da capital Neozelandesa. A frente do lote insere-se numa rua dominada por uma grande diversidade de edifícios de linhas Vitorianas e Edwardianas, apresentando-se a maior parte deles com variados graus de degradação, resultado de décadas de incúria. Um acentuado contraste urbanístico marca a diferença entre a rua principal e a sua paralela, uma via de serviço posterior ao lote. Esta rua das traseiras não foi objecto de planeamento ou intervenções cuidadas ao longo da sua evolução. Apresenta uma paisagem arquitectónica pouco cuidada e desorganizada. A proposta surge como uma manifestação de “contaminação” cruzada entre as duas ruas e respectivas situações contrastantes; a rua principal, associada a valores como aparência, apresentação, etiqueta e valores culturais e em oposição a rua de serviço, associada às entregas, à utilidade e à desordem. O edifício apresenta-se
como uma oportunidade para abordar a transição entre estas duas ruas. A fachada do edifício em vidro e betão reforçado funciona como um véu em contacto com a rua principal, enquadrando o interior do lote. Esta fachada-cortina foi concebida como uma espécie de abstracção histórica em relação às fachadas dos edifícios adjacentes. Num gesto de integração para com a escala arquitectónica e os valores históricos da envolvente, o Estúdio RTA optou por fragmentar o volume do projecto, aligeirando a massa potencial normalmente associada a um edifício de escritórios de dimensão média. Dessa atitude resultaram cinco torres que se apresentam por sua vez fragmentadas verticalmente, numa composição articulada de espaços comerciais e escritórios empilhados e agrupados numa comunidade sustentável, em ambiente consolidado. Este projecto do Estúdio RTA é um edifício de Concepção Ecológica e Sustentável Ecologically Sustainably Designed.
Tim Melville começou a adquirir experiência num pequeno gabinete de Auckland, antes de colaborar com a firma londrina ORMS Designers + Architects. Após ter regressado do Reino Unido, tornou-se Arquitecto Sénior na JASMAX Ltd. Em 1999, Tim Melville fundou com Richard Naish o Estúdio RTA. Através da sua liderança numa série de projectos institucionais de grandes dimensões, Tim desenvolveu fortes capacidades ao nível da gestão dos processos de concepção. Na prática da profissão, Tim combina a gestão de vários projectos, tanto na área comercial como institucional, com a coordenação, gestão de atelier e controle de qualidade.
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Richard Naish licenciou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Auckland. Começou a sua carreira na JASMAX Ltd., tendo colaborado durante três anos na firma londrina ORMS Designers + Architects, tendo voltado à JASMAX Ltd., como Arquitecto Sénior, saiu em 1999 para fundar o Estúdio RTA, onde é responsável pela desenvolvimento da filosofia e linha projectual do atelier. Uma das suas mais importantes características é a capacidade de intervir de forma equilibrada e visionária tanto em contextos urbano e rural. Sob a sua coordenação, o Estúdio RTA ganhou várias competições e recebeu mais de vinte prémios de arquitectura, tanto nacionais como internacionais. Para além da sua actividade como arquitecto, Richard Naish foi durante quatro anos júri externo e crítico na Faculdade de Paisagismo de Arquitectura da UNITEC. Desempenhou funções de júri em vários prémios de arquitectura e é membro da mesa de júri do NZIA - Prémio de Arquitectura da Nova Zelândia e do NZIA - Prémio Local de Arquitectura. www.rtastudio.co.nz colaboração Richard Naish | Tim Melville | Ben Hayes Construção Macrennie Commercial Construction Limited
ARQUITECTURA projecto Ironbank | localização Auckland, Nova Zelândia | data 2009
© patrick reynolds/archenova | www.patrickreynolds.co.nz | www.archenova.de
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© patrick reynolds/archenova | www.patrickreynolds.co.nz | www.archenova.de
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ARQUITECTURA projecto Ironbank | localização Auckland, Nova Zelândia | data 2009
© patrick reynolds/archenova | www.patrickreynolds.co.nz | www.archenova.de
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© patrick reynolds/archenova | www.patrickreynolds.co.nz | www.archenova.de
© patrick reynolds/archenova | www.patrickreynolds.co.nz | www.archenova.de
ARQUITECTURA projecto Ironbank | localização Auckland, Nova Zelândia | data 2009
Planta Tipo
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Corte
ARQUITECTURA projecto Leaf House | localização Sydney, Austrália | data 2009
Como que uma fusão entre paisagem e arquitectura, esta proposta é sobretudo uma construção do próprio situ. Ao transformar o terreno plano numa nova paisagem de pequenas elevações e superfícies de água, esta intervenção logra, não só ocultar as áreas de serviço do edifício como também criar recantos inspiradores, orientados para os espelhos de água. Em todas as galerias deste museu, os espaços são proporcionados, simples e ortogonais, evitando ofuscar ou distrair o visitante, dando prioridade às peças de arte postas em evidência pela luz natural, proveniente da cobertura curva. As estruturas leves dos planos de parede interiores permitem a reconfiguração e a versatilidade dos espaços. Por outro lado, as paredes laterais autoportantes das galerias, são a sustentação da “pedra de toque” deste edifício - o sistema de coberturas do novo museu. Permitindo uma relação autónoma entre o plano de cobertura e os restantes componentes do sistema,
as superfícies curvas da cobertura funcionam igualmente como elementos de ligação entre os vários corpos do edifício. A face interior destas superfícies, simplesmente estucada a branco, complementa e equilibra uma geometria mais complexa. Estruturalmente, a estabilidade do sistema é garantida pela presença de finos varões estruturais, ancorados nas paredes autoportantes, contrabalançando qualquer tensão ou desequilíbrio de forças. Inspirando-se no trabalho de Piero Manzoni e na história da localidade de Herning - relacionada com a indústria têxtil - a temática dos tecidos e da padronagem é retomada na aplicação de uma textura no betão branco dos planos de fachada. De salientar um sistema de ar-condicionado, alimentado a energia geotérmica, um dos vários aspectos que acompanhou a concepção deste edifício, atestando a preocupação com a sustentabilidade e o meio-ambiente.
Steven Holl nasceu em 1947 em Bremerton, Washington, EUA. Licenciou-se com Distinção na Escola de Arquitectura da Universidade de Washington, em Bellevue. Em 1979, estudou arquitectura em Roma, tendo em 1976 realizado uma pós-graduação na Architectural Association de Londres. No mesmo ano fundou em Nova York o seu próprio gabinete, Steven Holl Architects. Alguns dos seus estudos, concepções e obras encontram-se representados em vários museus. O MOMA tem desde 1989, vários dos seus desenhos na sua colecção permanente. Em 1991 o seu trabalho esteve patente numa exposição monográfica no Walker Art Center de Minneapolis e na Henry Art Gallery de Seatle, tendo percorrido em itinerância, vários países europeus.
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Desde 1981, Steven Holl tem desempenhado função docente em diversas instituições: Universidade de Washington, Seattle Pratt Institute, New York Parsons School of Design, e a New York University da Pennsylvania, Filadélfia. É desde 1989, professor adjunto na Universidade da Colmbia. Vencedor de diversos prémios e distinções, dos quais se destacam: o AIA National Honor Award em 1993; o NYC AIA Design Awards em 1993 e 1995; Progressive Architecture Awards em 1996; no ano de 1997 o Japanese Building Contractors Society Award, o National AIA Religious Architecture Award e o New York AIA Medal of Honor Award; em 1998, o Chrysler Award for Innovation in Design, the Alvar Aalto Medal e o National AIA Design Award; em 1999 duplamente galardoado com o New York AIA Project Awards e por fim em 2000 o Progressive Architecture Awards. www.stevenholl.com colaboração Kjaer and Richter A/S | Schønherr Landskab Noah Yaffe | Chris McVoy | Lesley Chang, JongSeo Lee, Julia Radcliffe, Filipe Taboada, Christina Yessios | Cosimo Caggiula, Martin Cox, Alessandro Orsini promotor Herning Center of the Arts
ARQUITECTURA projecto Leaf House | localização Sydney, Austrália | data 2009
courtesy of Undercurrent Architects
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courtesy of Undercurrent Architects
ARQUITECTURA projecto Leaf House | localização Sydney, Austrália | data 2009
courtesy of Undercurrent Architects
courtesy of Undercurrent Architects
courtesy of Undercurrent Architects
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courtesy of Undercurrent Architects
courtesy of Undercurrent Architects
ARQUITECTURA projecto Leaf House | localização Sydney, Austrália | data 2009
Planta de Cobertura
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Pormenor: Cobertura + Estrutura
ARQUITECTURA
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projecto Thermal Baths | localização Bad Ragaz, Suiça | data 2009
O projecto para o Complexo Termal de Tamina, resultou de um concurso internacional realizado em 2003, tendo decorrido em duas fases. O plano previa coordenar o investimento de um total de 120 milhões de euros em novas construções e alterações estruturais. O objectivo da primeira fase passava pela coordenação das novas intervenções com a estrutura urbano. Questões como a localização d o Hotel de 5 estrelas, do novo Centro Médico e onde e como se deveria processar o acesso às termas, foram analisadas neste estádio. A segunda fase consistia na concepção dos dois maiores edifícios do complexo: o hotel e as termas. No caso das termas, a escolha recaiu na proposta do atelier Smolenicky & Partner tendo sido escolhido para o hotel o projecto concebido pelas firmas Hilmer & Sattler e Albrecht Architects. O cariz urbano do resort é marcado por grandes edifícios representativos, dispostos numa extensa paisagem semelhante a um parque. Durante o período da Belle Époque, o hábito de se edificarem hotéis monumentais perto de pequenas vilas foi aplicado de forma bem sucedida numa série de locais dos Alpes Suíços, sendo os exemplos mais importantes Interlaken, St. Moritz e Gstaad. Em Bad Ragaz, dois cul-de-sacs - vias sem saída e de sentido único, derivam da via principal, atravessando o campo de golfe, ligando Bad Ragaz e Mainfeld. No novo projecto, o complexo termal foi deliberadamente instalado junto a um dos cul-de-sacs, permitindo aceder às instalações públicas do resort, tais como o centro de conferências localizado no renovado Salão da Nascente, o Casino e o espaço do Clube de Golfe. A outra via que percorre a extensão do parque mantém-se livre, transmitindo uma aura de calma e privacidade e permitindo o acesso aos três hotéis. Em vez de se apresentar isolado, o edifício emerge da segmentação dos espaços exteriores. Na zona dos banhos ao ar livre, o volume apresenta-se deslocado para trás, possibilitando ao relvado e solário a hipótese de se abrirem para a paisagem envolvente. As vistas, emolduradas por grupos de árvores recentemente plantadas estendem-se bem além dos edifícios. Os hóspedes vivem este complexo como se de um parque natural se tratasse, um território que se estende à floresta e às encostas da montanha. A principal entrada para os banhos e o Salão da Nascente encontra-se
visualmente alinhado com o cul-de-sac desde a via principal, acentuando a profundidade e o carácter público das instalações. O Complexo Termal de Tamina foi especificamente concebido à semelhança tipológica dos Grand-Hotels, procurando uma afinidade cultural e estética tanto como a tradição suíça como com as grandes unidades hoteleiras da Costa Báltica, tal como o Heiligendamm. Por esta razão, o volume do edifício tem um carácter monumental, igualando-se aos restantes edifícios do complexo. Simultaneamente, as termas foram concebidas de modo a relativizar o carácter urbano do Salão da Nascente com a sua alvenaria, justificando a tonalidade branco-neve das termas, atribuindo-lhe uma imagem mista de pavilhão arquitectónico e de resort de férias histórico. Esta estratégia de empregar explicitamente a linguagem arquitectónica do resort é reduzida pela invulgar imagem transmitida pelas janelas ovais. Vistas do interior as janelas têm o efeito de molduras de quadro sobredimensionadas. Largamente utilizadas no período Vitoriano para emoldurar paisagens, a intenção por detrás da aplicação desta forma neste projecto prende-se com a tentativa de atribuir valor expressivo e individual a uma envolvente relativamente neutral. Do ponto de vista metafórico, os interiores deste projecto surgem como uma analogia à abertura de clareiras nas florestas, deixando permanecer algumas árvores isoladas. Numa abordagem inversa ao processo de concepção, os espaços exteriores foram concebidos partindo da periferia do volume. Estruturalmente o edifício pode ser encarado como uma espécie de floresta composta por colunas em vez de árvores, um total de 115 suportes, nos quais se empregaram 2200 abetos. Do ponto de vista material, o projecto apresenta a mesma aparência tanto no interior como no exterior. O revestimento exterior a madeira branca foi transposto para as superfícies internas. Neste sentido, não existe uma arquitectura de interiores mas sim uma arquitectura do todo. A estrutura de madeira não foi concebida tendo em vista apenas os aspectos técnicos de capacidade de suporte e de atravessamento de vãos; ela concentra em si o fenómeno espacial, contribuindo para criar uma atmosfera cerimonial e bela. O banho é assim elevado a uma actividade cultural.
ARQUITECTURA projecto Thermal Baths | localização Bad Ragaz, Suiça | data 2009
© Roland Bernath
Smolenicky & Partner é uma firma internacional de arquitectura sediada em Zurique, Suíça. Com vários projectos na área da arquitectura e dos interiores, concebe propostas desde as escalas mais pequenas até aos complexos de grande escala. www.resortragaz.ch 21
promotor Tamina Therme, Grand Resort Bad Ragaz
ARQUITECTURA projecto Thermal Baths | localização Bad Ragaz, Suiça | data 2009
© Roland Bernath
© Roland Bernath
© Roland Bernath
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© Roland Bernath
© Walter Mair
ARQUITECTURA projecto Thermal Baths | localização Bad Ragaz, Suiça | data 2009
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Planta Piso 0
ARQUITECTURA projecto BTEK | localização Derio, Bizkaia, Espanha | data 2010
BTEK é um centro de interpretação tecnológico direccionado para estudantes. O promotor deste projecto, a Parque Tecnológico, S.A estabeleceu um conjunto de premissas para a elaboração do Centro: - A criação de espaços de exposições variados e flexíveis, capazes de acomodar todo o tipo de eventos; - Instalações energeticamente eficientes, empregando sistemas geotérmicos de controlo climático e utilizando fontes de energia renovável – sistemas fotovoltaicos integrados, ligados a uma rede com 60kw. - A geometria da cobertura destinada à colocação dos painéis solares deveria ser triangular e assemelharse ao logo do próprio parque. A localização do edifício, perto de um dos pontos mais altos do Parque Tecnológico Vizcaya, e a proximidade à pista do aeroporto de Bilbao, contribuíram para tornar este projecto um marco na paisagem. O edifício é composto por dois volumes aparentemente contínuos semelhantes a pirâmides que se unem abaixo de terra. O primeiro surge como um volume negro e pesado que emerge da terra, com as fachadas revestidas a metal, completamente cobertas de painéis solares. O segundo volume, contrastando com o primeiro, é formado por duas fachadas-cortina com uma cobertura revestida a relva artificial que se lê como uma extensão do próprio terreno, cobrindo-o e abarcando a ligação subterrânea entre os dois
edifícios, servindo como elemento de ligação entre o edifício, o situ e a envolvente. As cinco galerias foram concebidas para serem visitadas de forma sequencial. De forma a abarcar as mais variadas hipóteses de exposição e conteúdos, as galerias foram projectadas com características distintas ao nível da iluminação – natural ou artificial, e medidas de pé-direito, variando entre o convencional e os 16 metros livres. Uma rampa larga localizada junto ao acesso pedestre e passível de ser utilizada por veículos automóveis, permite o acesso ao parque de estacionamento, zonas de apoio e galerias, possibilitando o transporte de peças de grandes dimensões. O acesso pedonal encontra-se no primeiro volume, numa esquina que se dobra e marca a entrada e a rampa de acesso. Intitulada The Ravine – A Ravina, o espaço da recepção com 18 metros de altura, marca o ponto de admissão ao edifício. A sensação de afunilamento no acesso é enfatizada pelo estreitamento do percurso e pela altura do tecto que se reduz conforme o visitante avança. Os espaços expositivos do Centro encontram-se distribuídos por três pisos, dispostos de forma paralela à pendente inclinada da implantação, permitindo o acesso directo ao exterior tanto no 1º como no 2º piso. Os três níveis encontram-se ligados por uma grande escadaria e rampas que seguem a geometria e volumetria do conjunto, tornando una a vivência do edifício.
Gonzalo Carro López nasceu em Getxo, Espanha, em 1974. Arquitecto de formação é coordenador e sócio gerente da firma ACXT (IDOM Group), sediada em Bilbao
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Foi vencedor de vários concursos de arquitectura, nomeadamente para a construção do Arquivo Histórico Basco e para a concepção do edifício do Hospital de Cruces, tendo sido finalista da 6ª Edição dos Prémios Europan, nas categorias de Planeamentos Urbano e Tipologias Habitacionais. Com o Btek Project, apresentado na 8ª Bienal de Arquitectura de São Paulo – 2009, obteve uma menção honrosa nos AR Awards 2009. Responsavel por outros projectos como, o District Heating Building em Zorrozaurre, o zonamento habitacional de Bolueta – Bilbao, o de Antondegui - San Sebastian e o Clube de Remo de Zierbena, Gonzalo Carro López encontrase actualmente a desenvolver o projecto para o Museu KAM - Kultur Atea Museum, em Bilbao. www.acxt.net
ARQUITECTURA projecto BTEK | localização Derio, Bizkaia, Espanha | data 2010
© Aitor Ortíz | www.aitor-ortiz.com
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© Aitor Ortíz | www.aitor-ortiz.com
© Aitor Ortíz | www.aitor-ortiz.com
ARQUITECTURA projecto BTEK | localização Derio, Bizkaia, Espanha | data 2010
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© Aitor Ortíz | www.aitor-ortiz.com
© Aitor Ortíz | www.aitor-ortiz.com
© Aitor Ortíz | www.aitor-ortiz.com
ARQUITECTURA projecto BTEK | localização Derio, Bizkaia, Espanha | data 2010
Planta de Localização
Corte 1
Corte 2
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Corte 3
ARQUITECTURA projecto Hotel City Garden | localização Zug, Suiça | data 2009
O Park Hotel, na cidade de Zug, foi concebido para funcionar como um hotel auxiliar, um edifício erigido num espaço público que dentro de 12 a 15 anos será destinado a ser utilizado como zona de apoio para um projecto de construção de uma via rodoviária. Independentemente da sua esperança de vida, o Hotel tem de cumprir com todos os requisitos técnicos característicos de uma unidade hoteleira de 4 estrelas, exibindo ao mesmo tempo uma imagem e carácter singular. O estúdio EM2N concebeu este projecto tomando como inspiração as características sequenciais dos edifícios de hotel, os seus lugar-comuns. A disposição típica dos quartos, lado a lado, foi
transformada num volume expressivo de módulos entrelaçados. A fachada escultural corresponde à modulação do corredor interno, atribuindo ao edifício um início e um fim definidos. A localização idílica, entre árvores e junto à floresta, levou a equipa do estúdio EM2N a projectar uma fachada reflectora em aço cromado polido. O volume facetado espelha a envolvente natural, transformando-se numa espécie de caleidoscópio de edifício e natureza. O curto período de utilização levou à escolha de um sistema construtivo baseado em elementos de madeira e estrutura de ancoragem em betão.
© Roger Frei Architekturfotografie Associates:
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O estúdio EM2N busca produzir arquitectura personalizada e poderosa, com a capacidade de desenvolver um carácter próprio. Como resultado, os seus projectos produzem uma reacção polarizada por parte do público – ou se ama ou se adora a arquitectura EM2N, nunca se ficando indiferente. Na sua prática, o estúdio tem tendência para projectar e reflectir com base em cenários, trabalhando com as diferentes hipóteses geradas. Cada uma destas análises e projecções no futuro dá origem a diferentes conclusões, produzindo histórias individuais. Criar edifícios que se possam destacar por eles próprios do tecido urbano, constitui em síntese, o principal objectivo do estúdio EM2N. www.em2n.ch
Fabian Hörmann, Dipl. Ing. Arch. FH since 2009
Associate at EM2N
ARQUITECTURA projecto Hotel City Garden | localização Zug, Suiça | data 2009
© Roger Frei Architekturfotografie
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© Roger Frei Architekturfotografie
ARQUITECTURA projecto Platoon Kunsthalle | localização Seoul, Coreia | data 2009
O Platoon Kunsthalle abriu as suas portas no dia 11 de Abril de 2009. Localizado em Seul este espaço constitui-se como um palco privilegiado para as subculturas urbanas na Ásia. A sua programação foca-se nos movimentos culturais underground, proporcionando um espaço dinâmico para a apresentação de novas ideias e conceitos. A sede europeia da Platoon, localizada em Berlim, foi inaugurada em 2000, apresentando e divulgando em cooperação com uma comunidade internacional que abarca 3500 profissionais criativos, os mais diversos projectos das áreas da cultura e da comunicação. O objectivo da Platoon Kunsthalle não é o entretenimento. O objectivo é proporcionar a criação de uma plataforma de apoio para todos quantos se interessem nos aspectos criativos nos campos da arte urbana, design gráfico, moda, vídeo, programação, música, activismo político, etc. O edifício do Platoon Kunsthalle foi construído a partir de 28 contentores de carga. Como ícones da flexibilidade na arquitectura no seio de uma cultura global, os contentores de carga dão forma a uma
construção que pode ser desmontada e voltada a montar em qualquer lugar e a qualquer momento. Localizada na zona nobre de Seul, na área de Cheongdam, a confrontação das subculturas com os centros comerciais de topo, as lojas de marca e habitações de luxo, cria uma tensão e uma interacção entre ambos os universos. Este edifício contribui para a divulgação de artistas e estúdios, exibindo performances de vanguarda que servem de introdução à energia e potencial das subculturas Coreana e Asiática, patentes de diversas formas, em exposições, na exibição de filmes, concertos, performances multimédia, workshops e painéis de discussão. Para além do programa de divulgação, a atribuição de Bolsas dá oportunidade a alguns artistas coreanos emergentes para desenvolver projectos criativos no seio do próprio Platoon Kunsthalle. Todos os meses, são apresentadas em quatro eventos as mais recentes e impressionantes produções de arte underground, englobando nomes internacionais bem conhecidos dos campos da Arte urbana.
Lars Kruckeberg nasceu a 17 de Março de 1967, em Hanôver, Alemanha. Wolfram Putz nasceu a 16 de Junho de 1968, em Kiel, Alemanha. Thomas Willement nasceu a 3 de Março de 1968, em Braunschweig, Alemanha. Estudaram em conjunto na Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, tendo-se graduado em Engenharia & Arquitectura. Tanto Lars como Wolfram obtiveram o grau de Mestre em Arquitectura pelo Instituto de Arquitectura da Califórnia do Sul, Los Angeles, EUA. Para além da sua carreira na área da arquitectura, Thomas Willement recebeu numerosos prémios como violinista e corista. Os três fundaram em 1998 a GRAFT, sediada em Los Angeles, Califórnia, EUA. www.graftlab.com
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colaboração U-il Architects & Engineers [direcção executiva] URBANTAINER [design de interiores] Platoon Cultural Development [conceito] promotor Platoon Kunsthalle www.kunsthalle.com www.platoon.org
ARQUITECTURA projecto Platoon Kunsthalle | localização Seoul, Coreia | data 2009
© Platoon | www.graftlab.com
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ARQUITECTURA projecto Platoon Kunsthalle | localização Seoul, Coreia | data 2009
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ARQUITECTURA projecto Platoon Kunsthalle | localização Seoul, Coreia | data 2009
Planta Piso 0
Planta Piso 3
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ARQUITECTURA projecto Momentary City | localização Hefei, China | data 2009
Como muitas outras cidades da China, Hefei está actualmente a passar por uma rápida transformação. A estrutura urbana original foi descartada, sendo substituída por gigantescos quarteirões de construções e formas anónimas. A Hefei do presente é um momento fugaz na sua inexorável marcha para o futuro. Os bairros que foram demolidos e as novas zonas em construção são como feridas na superfície desta Cidade Momentânea. O estúdio Vector Architects tentou conceber um espaço capaz de trazer alguma paz e tranquilidade, filtrando o ruído e o pó do mundo exterior, conservando a luz e a sombra, a água e as suas ondas, o vento e o seu som, as plantas e o seu aroma, uma série de fenómenos momentâneos cristalizados numa memória duradoura. Uma sequência de pátios, cada um deles alojando um destes fenómenos, foi disposto entre o espaço interior e o ambiente da cidade exterior, tornandose uma espécie de ligação visual entre o edifício e a cidade.
O fim de cada pátio foi encerrado com uma dupla camada de painéis industriais em fibra de vidro. Do lado de dentro dos pátios, a cor dos painéis muda para reflectir cada um dos temas. Do lado de fora, virados para a cidade, os painéis mantêm-se translúcidos. Esta variação cromática cria um efeito subtil quando os pátios são vistos da cidade. A aparência também se altera quando são vistos de vários pontos de vista. De noite, quando os pátios e as árvores se encontram iluminados, os painéis brilham, projectando uma cor ténue nos passeios. A planta dos pátios constitui a base para uma lógica interna que informa o observador da transição entre os espaços. A luz natural alcança directamente o interior através de aberturas tipo clerestório, abertas na fachada Norte. A luz torna o tempo e o espaço inseparáveis. Com a mudança da luz ao longo do dia e das estações, os espaços adquirem diferentes expressões. Talvez estes momentos insubstituíveis sejam a definição de Eternidade.
Gong Dong licenciou-se 1994 pela Universidade de Tsinghua, em Pequim, China. Em 1999 obteve o grau de Mestre. Estudante de intercâmbio durante o ano de 2000 na Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, obteve em 2001 o seu segundo grau de Mestre na Universidade do Ilianois, em Urbana Champaign, EUA. De 2001 a 2004, trabalhou em Chicago, para a firma Solomon Cordwell Buenz & Associates, Inc. Entre 2004 e 2005 colaborou com o estúdio Richard Meier & Partners. De 2005 a 2007 foi associado na firma Steven Holl Architects
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Em 2008, tornou-se sócio do estúdio Vector Architects, sediado em Pequim, China. www.chinese-architects.com/vector engenharia Huanyu Design Institute, Hefei promotor CR Land
ARQUITECTURA projecto Momentary City | localização Hefei, China | data 2009
© Shuhe Photo & Vector Architects
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© Shuhe Photo & Vector Architects
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ARQUITECTURA projecto Momentary City | localização Hefei, China | data 2009
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© Shuhe Photo & Vector Architects
© Shuhe Photo & Vector Architects
© Shuhe Photo & Vector Architects
ARQUITECTURA projecto Momentary City | localização Hefei, China | data 2009
© Shuhe Photo & Vector Architects
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Planta & Alçado
ARQUITECTURA projecto Les Bains des Docks | localização França | data 2010
Imaginado como uma espécie de expansão do Cais, o complexo de piscinas surge como uma massa vazada que se apresenta aos visitantes como uma carapaça metalizada que se transfigura com os efeitos da luz a região do Le Havre. Um jogo de aberturas aleatórias nas fachadas permite observar a riqueza dos espaços interiores habitados pela água. A entrada encontra-se localizada sobre o Cais de La Réunion, frente ao futuro Centro do Mar. Como que “escavada” na fachada a entrada constitui-se como uma série de espaços filtrados que concretizam progressivamente a passagem do exterior para o interior, uma espécie de rito iniciático do visitante ao entrar no edifício. No interior, o hall de distribuição e os espaços do complexo aquático foram concebidos como um composição articulada de blocos maciços com geometrias invulgares e variadas. O visitante atravessa uma zona de climatização, prosseguindo em direcção aos vestiários para aceder à zona de “pés molhados”. Estes vestiários
encontram-se divididos em seis espaços: quatro vestiários e dois blocos sanitários separados por linhas rasgadas. A presença de água e iluminação natural zenital criam uma ambiência calma e tranquilizante. Não se sente neste espaço o típico ruído e a ambiência de um comum vestiário de piscina mas sim um sentido de intimidade confinada, um espaço de convívio naturalmente iluminado. Cada um dos blocos de vestiários contém dois pisos equipados com duches, sanitários e cabines de vestiário numeradas. A repartição dos vestiários permite a utilização optimizada em função da frequência do público. Os nadadores, passando pela zona de lava-pés, podem aceder por um lado às piscinas lúdicas e pelo lado oposto às piscinas desportivas. Na concepção das piscinas tomou-se como inspiração os lagos que naturalmente se formam por erosão nas massas rochosas. Cada uma delas possui uma forma e uma temática distintas, abarcando a temperatura da água, as áreas infantis, os jactos de água e as projecções luminosas nas superfícies das paredes e dentro da piscina.
Jean Nouvel dirige o seu próprio atelier desde 1970. Pelo seu trabalho e carreira recebeu, entre outros prémios, a Medalha de Ouro da Academia Francesa de Arquitectura, a Real Medalha de Ouro do Real Instituto dos Arquitectos Britânicos, o Prémio Aga Khan pelo projecto do Instituto do Mundo Árabe, a agregação honorária à AIA e o Grande Prémio Nacional de Arquitectura de França. Em 2001, Jean Nouvel ganhou o Prémio Borromini pela concepção do Centro de Congressos e Cultura de Lucerna e no mesmo ano foi galardoado no Japão com o Prémio Imperial de Carreira. Em 2005, recebeu o Prémio Wolf e o Prémio Memorial Arnold W. Brunner de Arquitectura. Em 2006 obteve o Prémio Internacional Highrise pela Torre Agbar.
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Em 2008, Nouvel ganhou o prestigioso Prémio Pritzker. Entre os muitos edifícios projectados e concebidos por Jean Nouvel, destacam-se o Instituto do Mundo Árabe em Paris, a Ópera de Lyon, a Fundação Cartier em Paris, o Centro de Congresso e Cultura de Lucerna, o Centro de Congressos de Tours, o Centro de Justiça de Nantes, a Torre Dentsu em Tóquio, a Torre Agbar em Barcelona, a extensão do Museu Rainha Sofia em Madrid, a Fábrica Ferrari em Maranello, Módena, etc. www.jeannouvel.com promotor privado
ARQUITECTURA projecto Les Bains des Docks | localização França | data 2010
© Clement Guillaume | www.clementguillaume.com
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© Clement Guillaume | www.clementguillaume.com
ARQUITECTURA projecto Les Bains des Docks | localização França | data 2010
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© Clement Guillaume | www.clementguillaume.com
© Clement Guillaume | www.clementguillaume.com
© Clement Guillaume | www.clementguillaume.com
ARQUITECTURA projecto Les Bains des Docks | localização França | data 2010
Planta Piso 0
Corte 44
Corte CC
Corte FF 41
Corte 02 & 03
ARQUITECTURA projecto NEST | localização Antuérpia, Bélgica | data 2009
A habitação foi construída num lote extremamente pequeno no centro de Antuérpia. Medindo apenas 4 metros de largura por 12 metros de profundidade, os principais desafios deste projecto passaram pela maximização da área, por uma solução na ligação entre os espaços e pela obtenção de luz natural abundante. De forma a poder resolver estes problemas, o atelier CSD Architecten organizou os espaços em diferentes pisos, dispostos em torno de um núcleo central de distribuição que inclui uma escada, um elevador, espaços técnicos e um vazio que permite a passagem de luz a todo o comprimento do edifício. Os níveis inferiores foram concebidos como uma espécie de zona privada e multifuncional: o piso térreo serve de garagem e zona de máquinas, o quarto principal e respectiva instalação sanitária ocupam o 1º andar; no 2º andar encontra-se um quarto de hóspedes. Os três pisos superiores foram definidos como o “núcleo de vivência” da casa: o estúdio, a cozinha, a sala de jantar, a sala de estar e a biblioteca foram colocados nesta zona para obter o máximo de luz natural possível, iluminando as funções que mais fazem parte da vida diária. Graças a esta posição e também devido à fachada das traseiras, orientada a Sul, a casa dá a impressão de se abrir em direcção ao céu, com a intensidade luminosa a aumentar progressivamente dos pisos inferiores para os superiores. O efeito é acentuado na sala de estar localizada no último piso. Neste espaço, as janelas em
ambas as fachadas encontram-se inclinadas para o exterior, dando a impressão de se pairar sobre a cidade. Sentando-se confortavelmente no sofá e olhando para fora, o observador tem a impressão de estar a olhar para uma versão à escala natural de uma pintura de Magritte. A fachada principal abre-se para a principal rua de Antuérpia e graças ao vigamento ligeiramente assimétrico, foi possível obter uma significativa melhoria da espacialidade interior, mesmo tendo em conta a curta da distância entre os edifícios confinantes. Contrastando com a fragmentação e complexidade da estrutura e a irregularidade da fachada principal, os interiores foram concebidos para se expressarem como uma unidade de carácter monolítico. As paredes foram revestidas com estuque e os pavimentos e betão moldado com cofragem em madeira apresentam um revestimento em Poliuretano, sendo todo o mobiliário executado em painel contraplacado Birch multiplex. Ambas as instalações sanitárias, para além do pavimento com acabamento em Poliuretano, apresentam o mesmo material no revestimento das paredes e mobiliário, aumentando a estanquidade e facilitando a higiene. Foram escolhidas para os interiores cores que reforçam o ambiente uniforme: a coloração da areia, dos seixos e da madeira arrojada à costa, branqueada pelo mar, constituem um todo natural em termos cromáticos que inspira calma e serenidade à desde si bela envolvente.
Após um ano e meio de Lua-de-mel, Britt Crepain e Stefan Spaens fundaram em 2005 o atelier CSO – Crepain Spaens Ontwerpers (a designação em holandês para a palavra designers). Na sua prática, abordam sobretudo a área da remodelação, o design de interiores e o mobiliário. Em 2007, após a entrada do arquitecto Joep Debie, o nome do atelier mudou para CSD Architecten (Crepain Spaens Debie Architecten). O atelier figurou em diversas publicações internacionais, nomeadamente a Wallpaper, a Weekend Knack, a A10 e a NoiThat. Joep Debie nasceu em 1973. Após a sua licenciatura em Arquitectura, trabalhou para os ateliers Conix Architects, Crepain Office NV e Vincent Van Duysen Architecten, ambos em Antuérpia.
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Britt Crepain nasceu em 1977. Após a sua licenciatura em Arquitectura de Interiores, colaborou com o atelier Crepain Office NV em Antuérpia. http://csdarchitecten.be/ promotor Britt Crepain & Stefan Spaens
ARQUITECTURA projecto NEST | localização Antuérpia, Bélgica | data 2009
© Luc Roymans - Tom Peeters - FIKST
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© Luc Roymans - Tom Peeters - FIKST
© Luc Roymans - Tom Peeters - FIKST
ARQUITECTURA projecto NEST | localização Antuérpia, Bélgica | data 2009
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© Luc Roymans - Tom Peeters - FIKST
© Luc Roymans - Tom Peeters - FIKST
© Luc Roymans - Tom Peeters - FIKST
Molkenstrasse 21 OOS + Bureau de Bank
Olivomare Restaurante Pierluigi Piu
Shenzhen Honeycomb Sako Architects
Iconic Hybrid
Blue Frog
Serie Architects
ANNA
ZMIK designers
Temporary Bar
Aquilialberg
Diogo Aguiar + Teresa Otto
Lucien Shinsaibashi
Lime Code
Kengo Kuma
Isolation Unit
DESIGN projecto Olivomare | localização Londres, Inglaterra | data 2007
OLIVOMARE é um restaurante especializado em marisco e o mais recente espaço da conhecida cadeia londrina OLIVO. Para além do seu nome, a sua especialidade é sublinhada por aspectos formais e decorativos do seu interior, com referências mais ou menos claras ao ambiente marítimo. O elemento decorativo mais explícito é sem dúvida a parede que marca a sala de refeições principais, completamente revestida por um padrão inspirado nas obras de Maurits Escher, composto por pequenas peças de plástico opaco laminado cortadas a laser e justapostas, como se de um enorme puzzle se tratasse. Em contraponto, na mesma sala, de um rasgo no tecto pendem em sequência linear diversos tubos luminescentes, espécie de tentáculos, espirais e malhas de nylon tubular, que evocam um grupo de alforrecas ou anémonas-do-mar. Separando a sala do lobby de entrada, uma parede de losangos com acabamento branco vidrado, evoca vagamente uma rede de pesca. Ainda em relação ao lobby, este serve de acesso não só ao espaço de restaurante mas igualmente aos pisos superiores, acessíveis através de um painel onde se encontram integradas as portas, seguindo um esquema cromático em tudo semelhante ao da sala principal. Outras características marcantes da sala de jantar, o banco branco estofado suspenso em cabos de aço e o balcão de bar em Corian. Abrindo-se por detrás do bar, existe a escadaria de acesso à cozinha, localizada no piso da cave. Em algumas alcovas perto da escada, encontram-se aparadores de apoio ao serviço. O piso de
todo o espaço é em pavimento auto-nivelante branco opaco, rematado com um rodapé em alumínio. A pequena sala de jantar no fundo do restaurante é inundada de luz natural proveniente da uma clarabóia. O revestimento da sua única parede contínua, caracteriza-se pela aplicação de um relevo ondulado que evoca a textura da areia moldada pelas ondas e vento. Esta superfície foi pintada com uma tinta especial que lhe dá um acabamento texturado e aveludado como a pele de um pêssego. Para acentuar o efeito escultural desta parede, foi embutida uma luz linear contínua no tecto ao longo da parede. Uma das poucas paredes lisas do espaço apresenta o acesso para as instalações sanitárias, protegido por um elemento que simula o intrincado dos ramos de coral. Dentro dos espaços sanitários, um painel de espelho fixo a alguma distância da parede, paira acima dos lavatórios e torneiras, ocultando os dispensadores de sabão e os secadores de mãos. Um mar de tonalidades de branco foi empregue para unificar todos os elementos deste restaurante, abarcando tecto e paredes e bar. Um Mar de branco, um fundo neutro e indiferenciada que contraria qualquer expectativa que se poderia ter pela cor azul. A frente do restaurante foi redesenhada e pintada com uma tonalidade beringela, com o objectivo de se assemelhar ao estabelecimento comercial vizinho, também pertencente ao grupo, a charcutaria Olivino que complementa o restaurante. Surge assim um diálogo entre esta cor forte, o jogo interior de brancos e o cinzento da pietra serena do pavimento exterior.
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Pierluigi Piu nasceu em 1954 em Cagliari, Sardenha, Itália. Estudou na Universidade de Arquitectura de Florença e fundou o Atelier Proconsolo, onde trabalhou de 1982 a 1985, tendo participado em diversas feiras e exposições tanto em Itália como no estrangeiro. É desde 1985, consultor associado na área de Produto e Design de Interiores para a firma parisience ACME Consultants - Association pour la Création et les Méthodes d’Evolution, tendo tido como clientes diversas marcas e entidades tais como a Gaz de France, a Essilor, a Fiat-Iveco e os Aéroportos de Paris. Em 1990, colaborou com o arquitecto belga Pierre Lallemand, no atelier Art & Build, em Bruxelas. Em 1991 retornou a Cagliari e abriu o seu próprio escritório, começando a trabalhar nas áreas do design de interiores e arquitectura. De 1996 a 1998, voltou a trabalhar em Bruxelas, colaborando com Steven Beckers na remodelação do Palácio de Berlaymont, a histórica sede do Concelho de Ministros da União Europeia, supervisionando e coordenando a intervenção nos interiores do edifício. De 2006 a 2007 concebeu dois espaços comerciais em Londres, tendo recebido por esses projectos o Russian International Architectural Award 2007, em Moscovo, o International Design Award 2008 em Los Angeles e o Archi-Bau Design Award 2009 em Munique. Sediado principalmente em Cagliari, Pierluigi Piu continua a desenvolver a sua actividade profissional sobretudo na concepção de espaços comerciais e residências, um pouco por todo o mundo. Os seus projectos e trabalhos são mencionados em várias publicações especializadas e figuram em várias publicações internacionais. www.pierluigipiu.it
DESIGN projecto Olivomare | localização Londres, Inglaterra | data 2007
© Pierluigi Piu
© Pierluigi Piu
© Pierluigi Piu
© Giorgio Dettori
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© Pierluigi Piu
DESIGN projecto Blue Frog | localização Mumbai, India | data 2007
Este é o projecto de conversão de um grande armazém orientado a Norte, no seio da velha zona industrial de Bombaim, transformado num complexo de estúdios de gravação e lounge acústico. Este lounge consistirá num restaurante, bar e palco para performances ao vivo. Para além desta amálgama de funções, o Blue Frog pretendia um palco onde fosse possível viver uma experiência acústica por excelência. Tendo em conta os desejos do cliente de ter tudo num só espaço, surgiu a questão: como agregar um teatro, um restaurante, um bar e um clube num só armazém, mantendo todas as qualidade performativas e as características de cada função individual?
cilíndricos com bancos, permitem distribuir o público por vários níveis que se empilham progressivamente, afastando-se do palco. Cada camarote pode alojar entre 4 e 10 pessoas e encontram-se dispostos em torno de um centro vazio que poderá funcionar como um potencial palco a 360º ou acomodar público em pé, trazendo-os mais perto do palco principal e criando uma sensação mais intimista. Estas cabinas cilíndricas, revestidas a mogno permitem não só manter uma visão desimpedida do palco como também permitem, durante as refeições, uma distância constante entre os clientes, independentemente do índice de ocupação do espaço.
A estrutura empregue na organização do espaço baseia-se numa composição de círculos de dimensões variadas, aproximando-se à forma de uma ferradura. Os diferentes índices de extrusão dos círculos, encapsulados a diferentes níveis como camarotes
A cobertura ondulante das cabinas é marcada por uma superfície revestida a resina acrílica brilhante que unifica os diferentes elementos, retendo a presença da arquitectura, mesmo no meio de um espectáculo vanguardista de luz e som no Blue Frog.
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courtesy of Serie Architects
O atelier Serie Architects tem escritórios em Londres e Bombaim, trabalhando nos campos da arquitectura, urbanismo e design. A sua prática baseia-se na evolução e na mutação das tipologias de edifícios nas cidades contemporâneas, assim como na concepção de soluções espaciais mais inteligentes para o edificado existente. Nesse sentido, o atelier desenvolve trabalhos um pouco por todo o mundo, na vanguarda do planeamento e da concepção arquitectónica, no design de interiores e no design de equipamento, tanto em contexto público como privado. www.serie.co.uk
DESIGN projecto Blue Frog | localização Mumbai, India | data 2007
courtesy of Serie Architects
courtesy of Serie Architects
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courtesy of Serie Architects
courtesy of Serie Architects
DESIGN projecto Honeycomb Chinese Restaurant | localização Província Guangdong, China | data 2008
O Shenzhen Honeycomb é um novo restaurante na cidade de Shenzhen, na Província de Guangdong, China. No seu interior, as superfícies curvas dos painéis de separação entrelaçam-se para formar seis “ninhos”, semelhantes a tambores Taiko, que conformam globalmente o espaço do restaurante. Ao longo de todo o seu comprimento os painéis curvos são perfurados por cerca de mil aberturas ovais. Cada um dos seis “ninhos” encontra-se dividido em dois pisos, resultando em doze salas VIP. De noite, a luz atravessa os orifícios ovais,
um gesto orgânico que contribui para intensificar a sensação de que os “ninhos” se encontram cheios de vida. Os planos de separação em acrílico foram dispostos de dentro para fora, do Hall para o interior do restaurante. De forma semelhante aos “ninhos”, estes planos apresentam-se perfurados ao longo das suas superfícies curvas. Estes elementos acrílicos funcionam como uma combinação de painéis de separação e marcação da circulação e passagem para a zona de refeição.
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© Misae Hiromatsu
Keiichiro Sako nasceu em 1970 na cidade de Fukuoka, Japão. Licenciou-se em 1994 no Instituto de Tecnologia de Tóquio, tendo obtido o Grau de Mestre na mesma instituição em 1996. De 1996 a 2004, colaborou com a firma Riken Yamamoto & Field Shop, tendo em 2004 fundado o atelier SAKO Architects e co-presidido a Associação Asiática de Arquitectos. Entre 2004 e 2005, Keiichiro Sako foi Professor Convidado na Universidade da Colúmbia, EUA e representante da Agência Japonesa para os Assuntos Culturais. www.sako.co.jp
DESIGN projecto Honeycomb Chinese Restaurant | localização Província Guangdong, China | data 2008
© Misae Hiromatsu
© Misae Hiromatsu
© Misae Hiromatsu
© Misae Hiromatsu
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© Misae Hiromatsu
DESIGN projecto ANNA | localização Basel, Suiça | data 2009
A firma iart interactive deslocou os seus escritórios para uma nova localização, no interior de um edifício dos anos 70. Esta intervenção espacial que faz uso da anamorfose desenvolve-se ao longo da zona de circulação principal, alargando visualmente o corredor estreito. Centrados em cinco posições fixas, os
desenhos tridimensionais lineares mostram espaços reais e imaginários. Para além destes pontos de vista, os elementos gráficos misturam-se com linhas abstractas. Para a iart, esta intervenção é igualmente uma alegoria para a busca de novas perspectivas para o mundo.
© Eik Frenzel
ZMIK é um estúdio que se dedica à concepção de espaços, explorando as novas oportunidades proporcionadas pela intersecção de diferentes disciplinas como a arquitectura, a cenografia o design de interiores e a instalação. O estúdio é constituído por Magnus Zwyssig, Mattias Mohr e Rolf Indermühle. Magnus Zwyssig nasceu em 1974, na cidade de Lucerna, Suíça. Teve formação inicial como Desenhador Técnico. Em 2005, licenciou-se em Design de Interiores e Cenografia na HGK de Basileia, Suíça. Colaborou com os ateliers HHF Architects e IRS Architects, em
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Lucerna, Suíça. Foi membro dos Les Garçons de 2002 a 2006, sendo sócio do estúdio ZMIK | designers desde 2006. Mattias Mohr nasceu em 1977, em Munique, Alemanha. Teve formação inicial como Escultor. Em 2005, licenciou-se em Design de Interiores e Cenografia na HGK de Basileia, Suíça. Colaborou com o estúdio Element Design. Professor convidado na Hyperwerk de Basileia, fez parte da gestão de projecto do 1º Festival Internacional de Cenografia de Basileia. Foi membro dos Les Garçons de 2002 a 2006, sendo sócio do estúdio ZMIK | designers desde 2006. Rolf Indermühle nasceu em 1978, na cidade de Berna, Suíça. Estudou Arquitectura na EPF - Ecole Polytechnique Fédérale, em Lausanne. Em 2005 licenciou-se em Design de Interiores e Cenografia na HGK de Basileia, Suíça. Colaborou com o estúdio Groenlandbase. Foi membro dos Les Garçons de 2002 a 2006, sendo sócio do estúdio ZMIK | designers desde 2006. www.mathieulehanneur.com
DESIGN projecto ANNA | localização Basel, Suiça | data 2009
© Eik Frenzel
© Eik Frenzel
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© Eik Frenzel
© Eik Frenzel
DESIGN projecto Iconic Hybrid | localização Triennale di Milano, Milão, Itália | data 2010
Para a apresentação da sua colecção Outono / Inverno 2010, Neil Barret decidiu colaborar pela primeira vez com o estúdio AquiliAlberg, um atelier de arquitectura e design sediado em Milão. O criador escolheu duas instalações esculturais do estúdio para servir de pano de fundo para a sua apresentação de moda. A colecção AW10 de Neil Barret salienta o estilo particular do seu criador. Os coordenados HYBRIDS apresentam uma estruturação inovadora seguindo linhas horizontais e verticais, a par de inversões do posicionamento das peças. Destacando-se contra o pano de fundo escultural da passarela, a colecção constitui-se como um rendez-vous para a miríade de formas pelas quais a arquitectura influencia o mundo da moda. A inovadora interpretação do espaço que constitui
a instalação do estúdio AquiliAlberg, é uma variação de um trabalho apresentado na exposição “The Fragile City”, integrada na Trienal de Milão. Concebido empregando meios de digitalização tridimensional, o volume complexo surge de uma série de superfícies truncadas. Esta configuração atribui um carácter escultório à estrutura, acentuado por um conjunto de linhas que contribuem para uma volumetria multifacetada. A génese para esta complexidade espacial tem as suas raízes na Arte Óptica. Neil Barret desde sempre sentiu fascínio e procurou inspiração na arquitectura, nos interiores e na fusão destas áreas com a moda. Exemplo disso, a abertura em 2008 da sua loja sede japonesa, em Tóquio, um espaço conceptual cuja arquitectura se baseia numa estratificação de planos e no uso de linhas e planos curvos.
AquiliAlberg é um gabinete internacional e inovador de arquitectura e design, sediado em Milão. Fundado em 2006 pela dupla Laura Aquili e Ergian Alberg, a experiência do atelier abrange várias escalas e complexidades dentro das áreas da arquitectura, urbanismo, infra-estruturas e design. Desde 1999, Laura Aquili e Ergian Alberg foram responsáveis por projectos realizados em Amesterdão, Roterdão, Milão, Roma, Londres e Pequim, tendo igualmente adquirido experiência ao nível do design e da arquitectura, colaborando com diversos arquitectos e escritórios tais como Zaha Hadid, OMA (Rem Koolhaas), UNStudio (Ben Van Berkel / Caroline Bos), ONL (Kas Oosterhuis / Ilona Lenard) e Massimiliano Fuksas. O atelier AquiliAlberg concebeu projectos para diversos
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eventos e clientes, entre os quais se destacam a Trienal de Milão, a Moroso, a Corian by Dupont, a Serralunga, a Fiam, Ritzenhoff, e a casa leiloeira Christie’s, para a qual conceberam a nova sede italiana, localizada na cidade de Milão. Neil Barrett é há mais de vinte anos, um distinto criador de moda. Tanto o seu avô como bisavô foram mestres alfaiates e a paixão de Neil pela moda começou numa idade bastante precoce. Após a sua licenciatura na Central Saint Martin’s School of Art and Design, Neil Barrett obteve o grau de Mestre com especialização em Moda Masculina no Royal College of Art de Londres. As suas concepções atraíram a atenção dos responsáveis da marca Gucci, tendo aí iniciado no princípio dos anos noventa a sua carreira profissional. Na conhecida Casa Florentina, adquiriu extensa experiência tanto no âmbito comercial como industrial, sendo rapidamente promovido a designer responsável pelo departamento de moda masculina sénior. Após cinco anos bem sucedidos, o criador apresentou um projecto à Prada, propondo o lançamento da primeira colecção masculina da marca. Sob a sua direcção, a Casa Prada adquiriu a sua característica aura minimalista na moda para homem. Em 1999, o criador lançou a sua própria marca homónima, uma colecção de roupa masculina executada nas melhores fábricas italianas. Em 2002 entrou oficialmente no conjunto de criadores que integram os eventos da Moda de Milão. Em 2006, a marca Neil Barret, lançou durante a Semana da Moda de Nova York a sua primeira colecção feminina. Ao longo dos últimos cinco anos, as criações de Neil Barret cativaram muitos clientes no mundo do espectáculo, tanto em Hollywood como nos meios musicais. www.aquilialberg.com
DESIGN projecto Iconic Hybrid | localização Triennale di Milano, Milão, Itália | data 2010
© Fabrizio Marchesi | www.fabriziomarchesi.com
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© Fabrizio Marchesi | www.fabriziomarchesi.com
DESIGN projecto Temporary Bar | localização Porto, Portugal | data 2008
Bar Temporário para a representação da Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Todos os anos, os estudantes são convidados a pensar num bar temporário para representar a faculdade numa importante festa académica, pretendendo que este exercício possa servir para se construir um objecto arquitectónico exemplar. A implantação pré-definida (3m x 3m), a rápida construção e o orçamento reduzido são algumas das premissas que tiveram de ser consideradas. O projecto seria construído em poucas semanas e com a ajuda de estudantes voluntários da faculdade. Inspirado no “cubo mágico”, o projecto aposta num icónico cubo de luz. Tirando partido do mundo IKEA “faça você mesmo”, o bar afirma-se como um paralelepípedo texturado, constituído por caixas que pontualmente, assumem diferentes profundidades.
Depois de ganho o concurso para o Bar Temporário de 2008, foram feitos alguns ajustes ao orçamento e o bar pôde crescer até aos 4,7 metros de altura, tornandose o elemento de referência e ponto de encontro nesse mesmo ano. Construído apenas numa semana, o bar foi concluído no local apenas um mês depois da decisão do júri. Um total de 420 caixas foi previamente fixado em estruturas secundárias modulares em madeira, que depois foram fixadas já no local, na estrutura principal em metal. Tirando partido das propriedades translúcidas do material das caixas – plástico polietileno –, foi fixada uma enorme rede de LED pelo interior, permitindo a mudança radical do aspecto do bar: de dia, um volume abstracto, branco e fechado; de noite, uma caixa de luz que oscila as suas cores ao som do DJ. Noites após noite, as bebidas esgotavam!
Diogo Aguiar nasceu no Porto em 1983. Estudou durante o ano de 2006 na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Em 2008, concluiu a licenciatura em Arquitectura pela FAUP em 2008, estando actualmente a concluir o mestrado integrado. Em 2007 ingressou no atelier holandês UNStudio, sediado em Amesterdão. Colabora desde 2009 com o atelier lisboeta ADPJMA. Tem vários artigos em publicações nacionais.
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Teresa Otto, natural do Porto, estudou na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e na Facoltà Di Architettura Valle Giulia, Università La Sapienza, em Roma. Em 2006 e 2007 trabalhou com os arquitectos catalães RCR Aranda Pigem Vilalta, em Olot. Actualmente colabora em Lisboa com o atelier Zinterl/Zt Architekten. http://www.diogoaguiar.com http://www.teresaotto.com promotor Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura
DESIGN projecto Temporary Bar | localização Porto, Portugal | data 2008
© Sandra Neto | © Diogo Aguiar
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© Sandra Neto | © Diogo Aguiar
© Sandra Neto | © Diogo Aguiar
DESIGN projecto Lucien Pellat-Finet Shinsaibashi | localização Japão | data 2009
Destinada a localizar-se na área de Shinsaibashi, na zona administrativa de Chūō-ku, Osaka - uma área caracterizada pela profusão de lojas e marcas de luxo – o atelier Kengo Kuma & Associates foi desafiado a desenvolver um novo espaço comercial capaz de transmitir à arquitectura toda a suavidade da caxemira da marca Lucien Pellar-Finet. Após a realização para esta mesma marca, de uma loja na Baixa de Tóquio, a abordagem do estúdio a este novo espaço foi no sentido de uma forma orgânica mais suave e quente. O padrão formado por uma planta foi escolhido para inspirar este espaço arquitectónico. Procurando o equilíbrio entre a economia de custo e a criação de vários padrões orgânicos, foi concebida uma “parede vegetal” constituída por elementos estruturais em contraplacado com um acabamento finamente laminado, em combinação com elementos conectores em alumínio, especialmente concebidos para este projecto. Com um padrão repetitivo de pentágonos e paralelogramos estendendo-se para o interior, esta solução criou uma série de espaços interiores, celas semelhantes a favo de abelha. Mudando o corte de cada secção, as células nas paredes adquiriram aplicações práticas quer como prateleiras, quer como expositores para os produtos. Em vez de se concentrarem apenas numa parede ou peça de mobiliário singular
dentro da loja, a abordagem do estúdio passou pela concepção de uma parede única, sequencial e funcional que abrange todo o espaço. Esta “parede vegetal” cresce como uma liana, abarcando o café na cave, subindo em direcção à boutique no 1º e 2º piso e passando por fim para a biblioteca no piso superior. Entre as suas “gavinhas”, surgem peças em caxemira, como se fossem frutos nascidos da própria “planta”, o resultado directo de uma abordagem fitomórfica e colaborativa entre a Moda e a Arquitectura. Esta concepção foi secundada com a participação do director da livraria, o Sr. Haba, fazendo com que livros de diferentes origens fossem inseridos na textura orgânica. A parede, crescendo em direcção ao topo e espalhando-se como uma planta, alberga “frutos do conhecimento” no último piso. Desde a abertura da loja na Baixa de Tóquio, que o dono da cadeia sonhava com a existência de uma boutique onde fosse possível servir champanhe. Este desejo foi finalmente realizado em Shinsaibashi. A textura orgânica nos pisos acima do solo estende-se igualmente ao subsolo, criando um espaço singular no qual os sentidos dos clientes da boutique são envolvidos pelas raízes da “planta”. À noite, a animada conversação dos convidados irá “alimentar” a estrutura orgânica, incentivando a que se espalhe para fora, para o resto de Shinsaibashi.
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Kengo Kuma nasceu em 1954 em Kanagawa, Japão. Obteve o grau de Mestre em 1979, na Universidade de Tóquio, Entre 1985 e 1986, estudou na Universidade da Colúmbia como investigador. Fundou em 1990 o atelier Kengo Kuma & Associates, sediado em Aoyama, Toquio. Entre 2001 e 2008, leccionou na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Keio. Em 2009 tornou-se professor na Universidade de Tóquio. Entre os trabalhos mais importantes de Kengo Kuma, destacam-se o Observatório de Kirosan, o Centro de Artes Performativas de Toyama e o Museu Bato-machi Hiroshige. Entre os trabalhos mais recentes encontram-se o Great Bamboo Wall, o Museu da Prefeitura de Nagasaki, o Museu Suntory de Arte, e o Museu Nezu. Tem actualmente a decorrer uma série de projectos de grande escala na Europa e China Kengo Kuma foi galardoado com uma série de prémios internacionais: em 1995 o Prémio AIA Benedictus, em 1997 o Architectural Institute of Japan Annual Award, em 2000 o International Stone Architecture Award, em 2001 o Prémio Murano, em 2002 o prémio finlandês International Spirit of Nature Wood Architecture Award, em 2007 o International Architecture Awards for the Best New Global Design e finalmente em 2008 o Energy Performance + Architecture Award. www.kkaa.co.jp
DESIGN projecto Lucien Pellat-Finet Shinsaibashi | localização Japão | data 2009
© Daici Ano
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DESIGN projecto Lim Code | localização Tóquio, Japão | data 2009
LIM Hair (acrónimo de Less is More – “Menos é Mais”), foi fundada em 1991 e conta desde 2005 com a colaboração do atelier Isolation Unit. A companhia tem uma estratégia empresarial original; organiza-se de uma forma quase comunitária: Os empregados não costumam sair da empresa ao fim de alguns anos, como sucede na maior parte dos casos. Eles entram como aprendizes, recebem formação e transitam entre lojas onde gerem a sua própria carteira de clientes. Assim que todas as vagas se encontram preenchidas, a companhia expande-se e constrói mais uma sucursal, permitindo a entrada de novos cabeleireiros. Embora seja uma empresa única com uma cadeia de lojas, cada uma das sucursais é única e possui identidade e clientela próprias.
têm os seus clientes habituais fidelizados. A zona de treino da loja – onde os futuros cabeleireiros estagiam – tende a atrair o público mais novo. A Lim Code, a mais recente loja da cadeia concebida pelo estúdio Isolation Unit. Tendo aberto ao público no dia 12 de Junho de 2009, a loja foi concebida especificamente para a progressão dos novos profissionais recém-formados. O facto de se destinar a um público-alvo mais jovem, levou a empresa a escolher para localização desde seu novo espaço, a animada zona de Harajuku, em Tóquio, oferecendo os seus serviços com preços abaixo dos praticados nas restantes sucursais.
A LIM Hair Clinie, localizada em Naka-Meguro, Tóquio, é um exemplo dessa multiplicidade. Apresentando um ambiente sóbrio e dispondo de um serviço de aconselhamento é principalmente frequentada por clientes na casa dos 30 anos de idade, uma clientela que partilham com as lojas de topo e os cafés de design da vizinhança.
O projecto que emergiu destas premissas reflecte igualmente uma abordagem low-cost. Neste caso, o conceito minimalista comum a todas as lojas do grupo LIM concebidas pelo atelier Isolation Unit aplica-se não apenas à aparência dos espaços mas também aos aspectos físicos e construtivos, tendose optado apenas por intervenções consideradas indispensáveis. As paredes, pavimentos e tectos foram deixados deliberadamente “inacabados” após as demolições.
Por outro lado, a sucursal Apartment+LIM em Osaka, tem uma clientela mais heterogénea: O conjunto de cabeleireiros sénior, trabalhando nos seus gabinetes individuais especialmente concebidos
Em vez de serem instaladas novas paredes divisórias e espaços funcionais, a proposta do estúdio passou pela colocação de um contentor de carga que alberga a zona de apoio e a recepção.
Teruhiro Yanagihara nasceu em 1976 na Prefeitura de Kagawa, Japão. Após ter-se licenciado, fundou em 1999 o estúdio Isolation Unit, sediado em Osaka. O nome do estúdio derivou do Princípio da Relatividade Pessoal, de como pessoas e objectos se correlacionam como entidades individuais. O elemento fundamental do Projecto é a sua relação com a envolvente. Desde então, Teruhiro Yanagihara tem trabalhado nos campos da concepção de espaço, design de produto e direcção de arte, tanto para clientes nacionais internacionais, de entre os quais se destacam: Karimoku - Japão LIM Hair Group – Japão, Kakitsubata – Japão, Kimuraglas – Japão, Mater – Dinamarca
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e OFFECCT Suécia. Os seus trabalhos estiveram parentes em numerosas exposições tanto no Japão como na Europa, tendo sido igualmente publicados em várias revistas e livros. Em 2010, Teruhiro Yanagihara foi nomeado pela Elle Décor como Jovem Talento do Ano. www.isolationunit.info http://teruhiroyanagihara.jp/
DESIGN projecto Lim Code | localização Tóquio, Japão | data 2009
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DESIGN projecto Molkenstrasse 21 | localização Zurique, Suiça | data 2010
O Molkenstrasse 21 resultou da colaboração entre o estúdio holandês Bureau de Bank, o atelier suíço OOS AG e a firma de gestão de projecto Wirz und Partner Baumanagement AG, sediada na Suíça. Consiste numa remodelação integral de um edifício de escritórios localizado em Zurique, incluindo uma extensão da cobertura. A firma cliente Nest Sammelstiftung pretendia que esta intervenção espelhasse a sua imagem empresarial de unidade hoteleira ecologicamente responsável, fazendo com que o projecto tomasse como base temas envolvendo a natureza e os processos de crescimento. O foco deste projecto recaiu na adição de um novo piso aos cinco níveis do edifício preexistente, propagando-se a intervenção aos três pisos superiores, empregando apenas materiais e sistemas certificados como sustentáveis.
Trabalhando os pisos longos e profundos, as salas pequenas e os tectos baixos que caracterizam o edifício original da década de 60 do século XX, o novo layout girou em torno da eliminação da imagem de escritório que caracterizava este edifício, dotando os espaços de vistas contínuas ao longo de todo o comprimento dos pisos. Reforçando o conceito natural desta intervenção, várias peças de mobiliário concebidas exclusivamente para este projecto, pontuam os espaços, parecendo crescer do tecto ou do piso como se de estalactites ou estalagmites se tratassem. A iluminação desempenha igualmente um papel extremamente importante na definição conceptual da intervenção. A escadaria interior funciona como “rasgo de luz”, produzindo uma multiplicidade de reflexos ao longo do seu curso. Um elemento de iluminação singular no piso superior apresenta a forma de um papagaio de papel. Os materiais empregues na intervenção incluem o PET - Polietileno (em vez de acrílico), isolamentos acústicos em celulose e revestimentos em madeiras de rápido crescimento. As peças de mobiliário em bambu e contraplacado surgem sobre pavimentos igualmente em bambu, com ocasionais separações entre espaços com relva natural. No piso superior, a construção de um terraço na zona frontal do piso, contribuiu para melhorar a tomada de vistas, ligando o edifício ao mundo natural que o envolve. Rematando esta intervenção, a cobertura revestida a cobre surge como um volume independente, separado do edifício existente.
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A intervenção no edifício apresenta-se como uma progressão ascendente dos elementos temáticos Terra, Floresta e Céu, apresentando diferentes tratamentos de espaço e paletas cromáticas. O piso inferior (Terra) é composto por uma série de elementos horizontais ou estratos, com cores intensas. O nível intermédio (Floresta), deriva de elementos verticais, contrastando com tonalidades verdes translúcidas, aludindo à imagem de luz solar atravessando as copas das árvores. Os elementos construtivos no piso mais elevado tiveram como base as nuvens cumulus, com ângulos prismáticos separando o espaço tanto fisicamente, como cromáticamente. Um conjunto de peças de mobiliário
transparente e brilhante contribui para acentuar a ideia de luz e de reflexão
© Hans van Veen / Bureau de Bank
DESIGN projecto Molkenstrasse 21 | localização Zurique, Suiça | data 2010
© Hans van Veen / Bureau de Bank
© Hans van Veen / Bureau de Bank
© Hans van Veen / Bureau de Bank
O estúdio OOS foi fundado em 2000 por Andreas Derrer, Christoph Kellenberger, Lukas Bosshard e Severin Boser, encontrando-se sediado em Zurique. Em 2009 Christiane Agreiter e Frank Dittmann, tornaram-se igualmente sócios. Actualmente, a equipa do estúdio é composta por 27 membros, entre arquitectos e designers. As suas áreas de intervenção abarcam o urbanismo, a arquitectura, o design de interiores e a concepção de espaços expositivos. Para além destas actividades, o estúdio OOS presta serviços de consultoria tanto a clientes privados como institucionais, contribuindo para o desenvolvimento de estudos conceptuais, ensaiando cenários de investimento e elaborando modelos de rentabilidade. O atelier foi premiado com o International Lighting Design Award e o Swiss Art Award. O projecto para a Schudel House foi nomeado para o prémio de melhor casa mono-familiar da Suiça. www.oos.com O estúdio Bureau de Bank, sediado em Utrecht, Holanda, foi fundado em 2004, no espaço de uma antiga agência bancária, derivando desse facto o seu nome. Os seus fundadores, Hans van Veen e Floortje Donia, estudaram na Artez Hogeschool voor de Kunsten, em Arnhem. Inicialmente o atelier trabalhava apenas na área do Design de Produto, tendo progressivamente 63
alargado o seu âmbito de actividade, abarcando colaborações multidisciplinares. Actualmente sediado na baixa de Utrecht, os trabalhos deste estúdio abrangem igualmente o design de interiores. www.bureaudebank.nl
DESIGN projecto Molkenstrasse 21 | localização Zurique, Suiça | data 2010
© Hans van Veen / Bureau de Bank
© Hans van Veen / Bureau de Bank
© Hans van Veen / Bureau de Bank
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© Hans van Veen / Bureau de Bank
© Hans van Veen / Bureau de Bank
Oceanscope AnL Studio
Electric Ramps Roberto Ercilla
Greenpix
Simone Giostra & Partners
Elastic Plastic Sponge
Ball-Nogues Studio
A B O U T: N O W projecto Oceanscope | localização Incheon, Coreia do Sul | data 2010
O Estúdio AnL concebeu recentemente o projecto Oceanscope, um miradouro público construído com contentores de carga reciclados, localizado na cidade de Incheon na Coreia do Sul. Já há algum tempo que os contentores têm vindo a ser reutilizados como abrigos temporários, sobretudo nas zonas rurais da Coreia, sobretudo devido ao seu baixo custo. Contudo, o uso generalizado e extemporâneo destas grandes caixas de metal em zonas consolidadas gerou relações pouco harmoniosas com a paisagem e o edificado envolvente. Com estas questões presentes, a iniciativa de conceber o OceanScope partiu do próprio presidente do Município de Incheon, um dos maiores portos da Coreia. Com este projecto, pretende-se não só dar um novo uso a contentores de carga mas igualmente explorar o seu verdadeiro potencial num contexto de espaço público, atribuindo os austeros contentores novas funções e uma estética capaz de ser assimilada pela paisagem.
O projecto é composto por cinco contentores reciclados, compondo duas áreas: o deck de observação, com três contentores e uma zona para exposições temporárias, com 2 contentores. Indo além da configuração e disposição clássica de contentores empilhados ou em linha, a visão do Estúdio AnL consiste num novo marco arquitectónico e escultórico capaz de emoldurar as vistas panorâmicas e valorizar os padrões estéticos endógenos. Com este objectivo, o novo edifício expressa o desejo de criar um espaço permanente para a observação e a fruição da paisagem, uma proposta sustentável baseada na reabilitação pouco dispendiosa de contentores de carga. Para ultrapassar as próprias limitações do local de implantação, com uma cota demasiado baixa para usufruir da vista do pôr-dosol, a estrutura dos contentores pode ser inclinada com ângulos de 10º, 30º ou 70º, permitindo aos visitantes que ascendem por escadas, obter diferentes enquadramentos paisagísticos.
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courtesy of AnL Studio
O Estúdio AnL é composto por Keehyun Ahn e Minsoo Leem e desenvolve a sua actividade na área da arquitectura e design de interiores. Minsoo Lee é um arquitecto e designer multidisciplinar que na sua prática arquitectónica emprega os meios virtuais e sistemas informatizados. Encontra-se actualmente a desenvolver a sua tese intitulada Tangible Dots-Formscreen, que aborda a concepção de um sistema geométrico-3D de objectos empregando tecnologias emergentes para criar uma superfície dinâmica e inteligente para revestimento arquitectónico. www.anlstudio.com
A B O U T: N O W projecto Oceanscope | localização Incheon, Coreia do Sul | data 2010
courtesy of AnL Studio
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courtesy of AnL Studio
A B O U T: N O W projecto Oceanscope | localização Incheon, Coreia do Sul | data 2010
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courtesy of AnL Studio
courtesy of AnL Studio
A B O U T: N O W projecto Oceanscope | localização Incheon, Coreia do Sul | data 2010
Axonometria
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Corte
A B O U T: N O W projecto Electronic Ramps | localização Vitoria, Espanha | data 2010
Erigido sobre uma colina por questões defensivas, o centro histórico da cidade de Vitoria-Gasteiz adaptouse à topografia do local de implantação, tendo por essa mesma razão permanecido relativamente isolado do resto da cidade. As ruas organizadas por actividade comercial e os Cantons (bairros) surgem de forma concêntrica acompanhando as pendentes mais acentuadas. Os resultados de um estudo de acessibilidade apontavam para a necessidade de potenciar na zona mais baixa da colina a circulação no sentido transversal, tanto no Canton de la Soledad como no Canton de San Francisco Javier. Nesse sentido, foi elaborado um programa que contemplou a criação de rampas mecânicas cobertas, quatro no primeiro bairro e 3 no segundo. A decisão de cobrir as rampas adveio do clima particularmente ventoso da cidade, para além de evitar que as rampas sejam cobertas por neve, gelo e chuva. A imagem arquitectónica da intervenção deriva da clara intenção de criar uma imagem positiva. O uso de rampas descobertas, com todo o equipamento mecânico exposto de forma demasiado evidente, implicaria num impacto visual muito maior. As coberturas funcionam como elementos de camuflagem, dando ênfase aos elementos arquitectónicos e captando a atenção dos utentes que ao longo do percurso são expostos a uma composição que partindo de uma estrutura simples, apela à tridimensionalidade.
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Os pórticos em aço e vidro funcionam como “frames” de uma película cinematográfica, apresentando um aparente movimento rotativo ao longo de um eixo virtual. A sensação de movimento e rotação vivenciada pelos utilizadores advém do próprio movimento da passadeira rolante criando uma sequência visual que de forma contínua apresenta ao utente diferentes vistas para a envolvente, mantendo o seu interesse ao longo do percurso.
Cada trajecto aparenta uma relativa complexidade tridimensional, no entanto este efeito deriva da aplicação de elementos estruturais idênticos. Todos os pórticos são iguais, construídos com elementos verticais em aço de alta resistência 114 AISI 316 e elementos verticais AISI 304. Igualmente modulares, os planos de vidro laminado têm características de protecção solar. Esta uniformização construtiva permite uma construção rápida e simples. Com um clima caracterizado pela proximidade ao mar, a escolha dos materiais para esta intervenção em Vitoria, foi influenciada pelas condições climatéricas. Para evitar efeitos de estufa indesejados e reforçando o índice de protecção solar do próprio vidro, as rampas apresentam um sistema de ventilação natural. A iluminação artificial encontra-se incorporada nos próprios corrimãos, salientando-se ainda a sinalética baseada em luzes LED. O equipamento mecânico das rampas inclui sensores térmicos que ligam automaticamente o equipamento para evitar a formação de gelo e detectores de movimento que permitem um controle automatizado das passadeiras, com uma significativa redução dos gastos energéticos. Ao nível da segurança, as Electronic Ramps possuem um circuito interno de TV, que permite monitorizar o tráfego Todas as intervenções num centro histórico apresentam riscos. O grau de aceitação pública para algo que modifique profundamente a imagem tradicional de um local é à partida normalmente baixo. No entanto, esta intervenção apresenta um trunfo: o carácter utilitário do projecto como um meio de transporte público, o que poderá levar, com o tempo, a uma melhor aceitação pública (como o seu uso intensivo deixa adivinhar).
Roberto Ercilla licenciou-se em Arquitectura pela Escola Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona (ETSAB) em 1976. Tem atelier desde 1978, sediado na cidade de Vitoria-Gasteiz. Associado de Projecto Final entre 1996 e 2001 e é desde 2003, Professor de Projecto V na Escuela Superior de Arquitectura de Navarra. O atelier de Roberto Ercilla é constituído por um grupo de profissionais com vasta experiência, cuja actividade projectual assente numa abordagem inovadora tanto ao nível das tecnologias e da criatividade, assim como no compromisso em reduzir o impacte ambiental dos seus projectos. www.robertoercilla.com
A B O U T: N O W projecto Electronic Ramps | localização Vitoria, Espanha | data 2010
courtesy of Roberto Ercilla + Miguel Angel Campo
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courtesy of Roberto Ercilla + Miguel Angel Campo
courtesy of Roberto Ercilla + Miguel Angel Campo
ABOUT:TOMORROW
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projecto GreenPix | localização Beijing, China | data 2008
O atelier Simone Giostra & Partners Architects concebeu o GreenPix - Zero Energy Media Wall, um projecto inovador empregando tecnologias digitais e sustentáveis aplicadas a uma fachada cortina, integrada no Xicui Entertainment Complex perto do local onde se realizaram as Olimpíadas de 2008 em Pequim, China.
A grande escala do ecrã e as características de baixa resolução dão ênfase às qualidades visuais abstractas do suporte, proporcionando um meio e forma de comunicação vincadamente artístico, em claro contraste com os suportes mediáticos de fachada, mais convencionais e comerciais que apostam na alta resolução.
Baseado num dos maiores painéis LED do mundo, é o primeiro sistema fotovoltaico integrado numa fachada cortina no território Chinês, o GreenPix transformou o exterior do edifício num sistema orgânico e auto-suficiente, recolhendo durante o dia a energia solar e transformando-a em electricidade para de noite iluminar o ecrã, espelhando o ciclo do dia. A Arup garantiu o apoio técnico no âmbito da engenharia estrutural e de luminotécnica, permitindo a execução deste projecto. O projecto promove o uso de novas tecnologias na arquitectura contemporânea Chinesa, contribuindo para dar uma resposta sustentável ao agressivo e pouco regulado desenvolvimento económico da da construção na China, que se processa muitas vezes à custa do próprio meio ambiente.
A volumetria simples do Xicui Entertainment Complex, semelhante a uma caixa, adquire a capacidade de comunicar com a envolvente urbana através de um novo tipo de transparência digital. A sua “pele inteligente” interage com os interiores do próprio edifício e com os espaços públicos exteriores, empregando um software especialmente concebido que permite transformar a fachada num ambiente reactivo para o entretenimento público. A integração dos media, informação e tecnologia na arquitectura em contexto urbano apresenta uma nova superfície de comunicação dedicada à arte, ao mesmo tempo que divulga informações acerca do comportamento e a actividade do próprio edifício, projectando-as a várias distâncias e interagindo com o vasta número de potenciais espectadores da cidade de Pequim.
Com o suporte dos fabricantes alemães líderes de mercado, Schueco e SunWays, o atelier Simone Giostra & Partners Architects e a Arup puderam desenvolver uma tecnologia inovadora de laminagem de células fotovoltaicas dentro do vidro da fachadacortina, acompanhando a concepção dos primeiros painéis solares de vidro chineses, produzidos pela SunTech. As células fotovoltaicas poli-cristalinas, laminadas dentro do vidro da fachada e colocadas segundo um padrão de densidade variável ao longo da pele do edifício, permitiram não só melhorar a sua performance, controlando a admissão de luz natural de acordo com o programa e as funções interiores, mas também pela redução do ganho térmico, transformando o excesso de radiação solar em energia para o painel média.
O uso inovador das tecnologias e a abordagem experimental à comunicação e à interacção social contribui para a definição de um novo nível para este tipo de intervenções urbanas, ampliando o interesse do público na integração da tecnologia digital na arquitectura, reforçando a reputação de Pequim como pólo de inovação e renovação urbana.
GreenPix foi concebido para a exibição de conteúdos dinâmicos. É um ecrã de grandes dimensões, composto por 2292 luzes LED coloridas segundo o sistema RGB, comparável a um monitor de 2200m2.
A escala e luminosidade sem precedentes deste suporte vai proporcionar às novas gerações de artistas nacionais e internacionais, um novo espaço para a realização de projectos socialmente relevantes. A sua grande visibilidade favorece a criação de projectos interactivos num diálogo artístico que vai muito além das fronteiras chinesas. Um programa composto por vídeos, instalações e performances será organizado por uma equipa multidisciplinar de curadores independentes, instituições, galerias, escolas, empresas, coleccionadores e mecenas, sob a direcção de Luisa Gui, curadora e produtora deste projecto.
ABOUT:TOMORROW projecto GreenPix | localização Beijing, China | data 2008
© Simone Giostra & Partners/Arup
© Simone Giostra & Partners/Arup
Simone Giostra licenciou-se no Instituto Politécnico de Arquitectura de Milão e obteve em 1994 o grau de Mestre em Arquitectura. Desempenhou funções como Arquitecto Projectista, em colaboração com Alvaro Siza, Raphael Vinoly, Raimund Abraham, Steven Holl e Richard Meier, auxiliando à concepção de diversos edifícios tanto nos EUA, como na Europa. Com a experiência e conhecimento acumulados ao longo de 12 anos, Simone Giostra fundou o seu próprio atelier, dedicando-se à investigação, performance e arquitectura associada aos novos media. O escritório reúne uma série de profissionais e colaboradores numa equipa multidisciplinar com potencial e capacidade para responder a qualquer tipo de desafio. Actualmente, o gabinete encontra-se a desenvolver e implementar abordagens inovadoras ao projecto que materializam em edifícios em várias localizações na China, incluindo o Jingya Grand Hotel em Wheihai. Simone Giostra para além da actividade profissional e do desenvolvimento de investigação é actualmente Professor Convidado na Escola de Arquitectura do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey e no Instituto Pratt de Nova York. Participou em diversas palestras e conferências tanto nos EUA como na Europa, tendo estado presente recentemente no Instituto Politécnico de Arquitectura de Milão e na SOM Lecture Series em Nova York. A Arup é uma grande firma de designers, engenheiros e consultores, que presta os mais variados serviços um pouco por todo o Mundo. Fundada em 1946, a Arup tem mais de 10000 funcionários e tem mais de 90 escritórios com delegações em 35 países.
promotor Mr. Zhang Yongduo, Jingya Corporation
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Esta firma é a força criativa e inspiradora por detrás de muitos dos projectos mais inovadores do mundo, incluindo edifícios sustentáveis, engenharia e transportes. A Arup opera na China há mais de 30 anos, encontrando-se quase ¼ dos seus funcionários baseados em Hong-Kong ou na China Continental. A Arup já realizou mais de 500 projectos na China, equipamentos desportivos, arranha-céus, aeroportos, pontes, auto-estradas e caminhos-de-ferro. www.sgp-architects.com www.greenpix.org
ABOUT:TOMORROW projecto Elastic Plastic Sponge | localização Coachella Valley Music & Arts Festival, California, EUA | data 2010
O Elastic Plastic Sponge foi concebido por uma equipa de estudantes do SCI-Arc – Instituto de Arquitectura da Califórnia do Sul, dirigida por Gaston Nogues e Andrew Lyon do Estúdio BallNogues. O projecto consiste numa instalação que pode ser arqueada, torcida e curvada de diferentes maneiras, formando vários tipos de espaços: um lounge, um teatro ou uma Faixa de Moebius. Na zona do Deserto de Indio na Califórnia, esta instalação arquitectónica proporcionará durante o dia sombra, criando igualmente um nevoeiro de água refrescante. Durante o período nocturno, a estrutura irradiará luz, proveniente de cada uma das células do Elastic Plastic Sponge onde se encontram alojadas lâmpadas fluorescentes. Mudando de orientação em relação umas às outras, as lâmpadas criam um efeito de movimento, evidente tanto a curta como a grande distância, dentro do espaço de festival. O Elastic Plastic Sponge é uma estrutura única. Em termos arquitectónicos, a frase que melhor caracteriza um sistema como este, cuja forma deriva das propriedades dos seus materiais é “forma activa”. Estes tipos de estruturas são difíceis
de estudar usando apenas meios informáticos. Para as conceber é necessária a intervenção de um arquitecto para explorar as diferentes possibilidades de desenho, utilizando modelos à escala natural e aplicando alguma informação empírica na formação do processo de digitalização dos modelos. O Elastic Plastic Sponge é composto por 250 células, fabricadas a partir de peças concebidas pelos estudantes do SCI-Arc. A construção em células modulares é um meio eficaz para a construção de estruturas temporárias, facilitando o transporte para o espaço do Festival, posteriormente montada in situ. Após o evento, a desmontagem e o transporte para uma nova localização é igualmente fácil. Tendo em conta a sua utilização num evento que decorre apenas durante alguns dias, o Elastic Plastic Sponge pode ser rapidamente reconfigurado para diferentes funções e aparências; a sua flexibilidade permite uma adaptação a diferentes condições. Do ponto de vista pedagógico, a capacidade de mutação do Elastic Plastic Sponge permitiu aos estudantes aprender à escala real com esta estrutura singular, trabalhando e voltando a trabalhar a sua forma, tal como fariam num ambiente digital.
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O Estúdio Ball-Nogues é uma firma integrada de concepção e produção que projecta ambientes experimentais, incrementando e celebrando através dos sentidos, do espectáculo e da dinamização, o potencial para a interacção social. Para alcançar os seus objectivos, Benjamin Ball e Gaston Nogues utilizam materiais invulgares, desenvolvem novas ferramentas digitais e aplicam técnicas arquitectónicas de forma pouco ortodoxa. Os trabalhos do Estúdio Ball-Nogues incluem mais de 10 grandes instalações realizadas entre 2006 e 2009. Entre os projectos mais recentes inclui-se um observatório para a vida selvagem no Norte do estado de Nova York e diversos projectos públicos de arte para a cidade de Santa Monica, Condado de Los Angeles, Mercy Housing e São Francisco. Os seus trabalhos estarão patentes numa exposição a realizar brevemente no Guggenheim de Nova York e estão previstas instalações no Museu de Arte de Indianápolis e na Bienal de Shenzhen / Hong Kong. Para além da sua actividade no estúdio, Benjamin Ball e Gaston Nogues leccionaram no Instituto de Arquitectura da Califórnia do Sul, no Departamento de Arquitectura e Urbanismo da UCLA e no Colégio de Arquitectura da Universidade da Califórnia do Sul. SCI-Arc é uma instituição de ensino superior independente e creditada que ministra cursos de especialização e graduações na área da arquitectura. Funcionando como um laboratório educacional, a SCI-Arc explora os limites da arquitectura, transformando situações presentes em concepções arquitectónicas futuras. No seio do Artist District, na Baixa de Los Angeles, a SCI-Arc proporciona um ambiente único e inspirador a todos os que desejem estudar arquitectura. Realizamse na instituição todas as semanas, palestras, colóquios e exposições de acesso livre e público. www.ball-nogues.com
ABOUT:TOMORROW projecto Elastic Plastic Sponge | localização Coachella Valley Music & Arts Festival, California, EUA | data 2010
courtesy of Ball-Nogues Studio
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courtesy of Ball-Nogues Studio
ABOUT:TOMORROW projecto Elastic Plastic Sponge | localização Coachella Valley Music & Arts Festival, California, EUA | data 2010
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courtesy of Ball-Nogues Studio
courtesy of Ball-Nogues Studio
Alger Tower XXI
Miguel Saraiva & Associados
JOH 3 apartments
Taichung Convention C.
New Bike Share System
Tokyo 2010 Fashion M.
Taipei Performing Arts C.
Shenzhen I. Airport
J. Mayer H.
Rafaa Architecture
Kokkugia
MAD Architects
ar hitecture
RUR Architecture
ABOUT:TOMORROW projecto JOH 3 | localização Berlim, Alemanha | data 2011
O promotor Euroboden encontra-se actualmente a construir um complexo habitacional singular na Johannisstraße, no bairro de Mitte, na baixa de Berlin. Perto da “Ilha” de Museus da cidade e de Friedrichstrasse, este novo edifício concebido pelo atelier J. MAYER H architects surge como uma reinterpretação da clássica Wohnhaus, uma tipologia arquitectónica berlinense caracterizada por uma estrutura de vários fogos por piso e um pátio interior arborizado. Uma fachada laminada suspensa proporciona privacidade, funcionando ao mesmo tempo como elemento de referenciação, salientando as elaboradas decorações arquitectónicas do período do Kaiser
Wilhelm I. No piso térreo, abrem-se para a rua uma série de espaços comerciais. Os apartamentos de dimensões generosas encontram-se orientados a Sul e a Poente, usufruindo de vistas para a intervenção paisagística cuidada do pátio interior. As diferentes tipologias e layouts por piso proporcionam diversas opções para a gestão dos espaços e dão um maior interesse à sucessão interior das divisões Transições espaçosas e arejadas entre o interior e o exterior, assim como volumetrias a diferentes alturas, proporcionam a cada apartamento uma sensação de abertura para a cidade que se cristaliza na vista espectacular para o Friedrichstadt.
courtesy of J. Mayer H. Architects
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Fundado em 1996, o atelier J. MAYER H. Architects encontra-se sediado em Berlim, Alemanha. Este gabinete multidisciplinar trabalha na fronteira entre a arquitectura, as novas tecnologias e a comunicação. Com actividade que abarca o planeamento urbano, a arquitectura, a instalação, a concepção de objectos de design e o desenvolvimento de novos materiais, a prática do estúdio na produção de novos espaços resulta da relação entre o corpo humano, a tecnologia e a forma natural. Entre os projectos mais recentes do atelier, destacam-se a Sede do Município de Ostfildern, o centro estudantil na Universidade de Karlsruhe, ambos na Alemanha e a reabilitação da Plaza de La Encarnación em Sevilha, Espanha. Jürgen Mayer H. estudou na Universidade de Estugarda e na The Cooper Union da Universidade de Princeton. É fundador e coordenador do estúdio J. MAYER H. Os seus projectos foram divulgados em várias publicações internacionais e tem trabalhos seus presentes em diversas colecções, entre as quais se destacam o MoMA de Nova York e o MoMA de São Francisco. Recebeu diversos galardões nomeadamente o Prémio Arquitecto Emergente 2003, integrado no Prémio Europeu de Arquitectura - Mies Van der Rohe e em 2005 o Prémio Holcim Europa de Bronze. Jürgen Mayer H. leccionou na Universidade de Princeton, na Universidade das Artes de Berlim, Universidade de Harvard, na Kunsthochschule de Berlim e na Architectural Association de Londres. Actualmente é professor na Universidade da Colúmbia, em Nova York. www.jmayerh.de
ABOUT:TOMORROW projecto JOH 3 | localização Berlim, Alemanha | data 2011
courtesy of J. Mayer H. Architects
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courtesy of J. Mayer H. Architects
courtesy of J. Mayer H. Architects
ABOUT:TOMORROW projecto Taichung Convention Center | localização Tai Chung, Taiwan | data 2009
O promotor Euroboden encontra-se actualmente a construir um complexo habitacional singular na Johannisstraße, no bairro de Mitte, na baixa de Berlin. Perto da “Ilha” de Museus da cidade e de Friedrichstrasse, este novo edifício concebido pelo atelier J. MAYER H architects surge como uma reinterpretação da clássica Wohnhaus, uma tipologia arquitectónica berlinense caracterizada por uma estrutura de vários fogos por piso e um pátio interior arborizado. Uma fachada laminada suspensa proporciona privacidade, funcionando ao mesmo tempo como elemento de referenciação, salientando as elaboradas decorações arquitectónicas do período do Kaiser
Wilhelm I. No piso térreo, abrem-se para a rua uma série de espaços comerciais. Os apartamentos de dimensões generosas encontram-se orientados a Sul e a Poente, usufruindo de vistas para a intervenção paisagística cuidada do pátio interior. As diferentes tipologias e layouts por piso proporcionam diversas opções para a gestão dos espaços e dão um maior interesse à sucessão interior das divisões Transições espaçosas e arejadas entre o interior e o exterior, assim como volumetrias a diferentes alturas, proporcionam a cada apartamento uma sensação de abertura para a cidade que se cristaliza na vista espectacular para o Friedrichstadt.
courtesy of MAD Architects
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Fundado em 1996, o atelier J. MAYER H. Architects encontra-se sediado em Berlim, Alemanha. Este gabinete multidisciplinar trabalha na fronteira entre a arquitectura, as novas tecnologias e a comunicação. Com actividade que abarca o planeamento urbano, a arquitectura, a instalação, a concepção de objectos de design e o desenvolvimento de novos materiais, a prática do estúdio na produção de novos espaços resulta da relação entre o corpo humano, a tecnologia e a forma natural. Entre os projectos mais recentes do atelier, destacam-se a Sede do Município de Ostfildern, o centro estudantil na Universidade de Karlsruhe, ambos na Alemanha e a reabilitação da Plaza de La Encarnación em Sevilha, Espanha. Jürgen Mayer H. estudou na Universidade de Estugarda e na The Cooper Union da Universidade de Princeton. É fundador e coordenador do estúdio J. MAYER H. Os seus projectos foram divulgados em várias publicações internacionais e tem trabalhos seus presentes em diversas colecções, entre as quais se destacam o MoMA de Nova York e o MoMA de São Francisco. Recebeu diversos galardões nomeadamente o Prémio Arquitecto Emergente 2003, integrado no Prémio Europeu de Arquitectura - Mies Van der Rohe e em 2005 o Prémio Holcim Europa de Bronze. Jürgen Mayer H. leccionou na Universidade de Princeton, na Universidade das Artes de Berlim, Universidade de Harvard, na Kunsthochschule de Berlim e na Architectural Association de Londres. Actualmente é professor na Universidade da Colúmbia, em Nova York. www.jmayerh.de
ABOUT:TOMORROW projecto Taichung Convention Center | localização Tai Chung, Taiwan | data 2009
courtesy of MAD Architects
courtesy of MAD Architects
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ABOUT:TOMORROW projecto Bike Share System | localização Copenhaga | data 2010
Sistema urbano Bike Share O Sistema Bike Share poderá vir a tornar-se mais do que um simples sistema de transporte. Abordando não só os problemas associados aos fluxos e circulação urbana de pessoas, pretende adicionar um valor extra à cidade e aos seus utilizadores. O estúdio RAFAA sugere que o Sistema Bike Share se torne parte integrante da própria cidade. As bicicletas deverão funcionar como agentes de informação, comunicando com o sistema, informando-o acerca dos fluxos e comportamentos de tráfego dos utentes, para que o próprio sistema possa reagir de acordo com a situação. Para prever e gerir o tráfego, é necessário que as unidades possam trocar informação. Um sistema de análise baseado em comunicação por internet pode avaliar os diferentes elementos e gerir os potenciais conflitos. As bicicletas equipadas com GPS e WLan encontram-se em comunicação umas com as outras, podendo reportar ao sistema a sua localização e estado, tomando sempre em consideração a protecção da privacidade dos utilizadores.
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Para aumentar o número de utentes que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte dos 27% para os 50%, até 2015 terão de ser integradas no tecido urbano de Copenhaga mais 25.000 bicicletas. Estas unidades vão requerer cerca de 20.000m2 de espaço de armazenamento. Tendo em consideração o elevado risco de sobrecarga das estruturas viárias, o estúdio centrou-se na redução da poluição visual, garantindo uma certa presença e a acessibilidade, baseando a proposta em três diferentes escalas: S. M e L. Bicicleta (Escala S) O sucesso do sistema baseia-se não só nos seus benefícios e utilidade, mas igualmente por estar na moda. A concepção ultrapassada de que apenas a posse de um determinado objecto permite o seu uso levou a sociedade a uma espécie de “fetichismo consumista”. É convicção do atelier RAFAA que este sistema poderá ajudar à modificação dos hábitos dos seus utilizadores. A filosofia do estúdio para este projecto baseia-se na existência e valorização
de determinados conceitos associados ao design, como a qualidade e o atendimento personalizado. A gestão e manipulação do Sistema Bike Sharing deverão ser fáceis. A experiência do ponto de vista do utente deverá ser agradável desde o início até ao fim. Muito embora a semelhança entre os veículos, o percurso de cada utente deverá ser uma experiência pessoal e singular. Ao contrário de outros exemplos, as bicicletas não se apresentam como brinquedos coloridos ou versões antiquadas e pesadas, mas sim como veículos onde convergem a simplicidade e função com a elegância moderna, contribuindo para gerar um sentido de identidade e ajudando a transmitir uma imagem positiva e inovadora de Copenhaga. Os veículos têm de satisfazer um importante critério para que tanto os turistas como os residentes os utilizem: as bicicletas do sistema têm de ser melhores do que as suas! As bicicletas encontram-se equipadas com um computador, ecrã, GPS e WLan integrados. O veículo inclui um motor eléctrico e uma bateria de lítio de 26V, próprios para percursos até 15km. A bateria tem carga para 50km, podendo ser recarregada nas estações do Sistema Bike Share. A estrutura em alumínio é em monobloco, permitindo a passagem interna das cablagens. A maior parte dos componentes encontra-se integrado na própria estrutura ou nas rodas, reduzindo o risco de roubo ou dano. As partes interiores do quadro da bicicleta são em plástico reforçado a carbono, com luzes LED integradas. As bicicletas apresentam igualmente uma função que permite a conexão axial de duas unidades (bicicleta de 2 lugares). Uma vez que o custo de produção é alto, foram tomadas precauções ao nível da segurança. Para utilizar uma das bicicletas é necessária uma caução via cartão de crédito ou de débito bancário, realizada numa das estações. A caução será utilizada apenas em caso de dano ou roubo. O GPS regista igualmente quando a bicicleta sai dos limites da cidade, sendo possível bloquear o veículo através do motor eléctrico.
ABOUT:TOMORROW projecto Bike Share System | localização Copenhaga | data 2010
courtesy of Rafael Schmidt
courtesy of Rafael Schmidt
courtesy of Rafael Schmidt
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Rafael Schmidt estudou arquitectura na Universidade de Ciências Aplicadas de Frankfurt. Obteve o grau de Mestre em Arquitectura, sob a orientação do Prof. Ludger Hovestadt, no Departamento de Desenho Assistido por Computador (CAAD) da ETH - Eidgenössische Technische Hochschule de Zurique, Suíça. Desde 2001 colaborou com diversos arquitectos e gabinetes internacionais, nomeadamente Zaha Hadid Architects e Foster & Partners. Em 2007 fundou o gabinete RAFAA, dedicado à concepção arquitectónica e ao design, sediado em Zurique, Suíça. A prática do estúdio baseia-se numa análise crítica ao discurso arquitectónico contemporâneo, na investigação e na aplicação de novas tecnologias.
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A colaboração com artistas, fotógrafos, compositores e curadores, constitui mais um elemento chave, sendo exemplo dessa sinergia a instalação J `adore aglisia, patente no 6º Berliner Kunstsalon. Rafael Schmidt foi crítico convidado na Universidade de Kassel e na AA School de Londres. Actualmente ensina arquitectura e urbanismo, sob a orientação do Prof. Marc Angélil na ETH de Zurique, sendo ainda editor da publicação Cities of Change, em Addis Ababa. www.rafaa.ch
ABOUT:TOMORROW projecto Taipei Performing Arts Center | localização Taiwan | data 2009
O projecto para o Centro de Artes Performativas de Taipé teve a sua origem numa abordagem conceptual derivada do contexto cultural e geológico de Taipé, com o objectivo de criar um novo e vibrante espaço para performances e interacção social. O canal do Rio Keelung datado do século XIX, escavou por um processo de erosão o local de implantação. Esta acção é de um certo modo continuada com a base monolítica do complexo parcialmente erodida, proporcionando espaço público entre os auditórios. A incisão criou uma área encerrada, um padrão que incorpora acesso público entretecido com uma praça e os foyers do teatro. A base monolítica aloja a maioria dos espaços de apoio incluídos no programa funcional, sendo o seu peso dissolvido através da aplicação de uma
subdivisão fractal. O bloco é partido em vários elementos mais pequenos que são por sua vez subdivididos ou removidos, criando um efeito de ressonância com a natureza e escala do edifício adjacente, o Mercado Nocturno, reduzindo a geometria da sua base com a introdução de variações locais de escala e elementos. Os fractais foram novamente empregues nos auditórios, gerando formas inovadoras de articulação e ornamentação. Respondendo simultaneamente aos requisitos acústicos, gerando ao mesmo tempo uma riqueza ao nível do pormenor e da textura, a cobertura estende-se ao longo da maior parte do situ, englobando os volumes dos auditórios, desagregando-se parcialmente sobre a Praça e promovendo uma relação complexa entre estrutura, superfícies e circulação.
courtesy of Kokkugia
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Kokkugia é uma firma internacional sediada em Londres e Nova York que opera nos campos do design, investigação, experimentação e ensino. Os trabalhos do estúdio Kokkugia abarcam diversas escalas e áreas, incluindo a arquitectura, o planeamento urbano e o design industrial. A constante actividade de investigação abrange a concepção de novas metodologias de projecto, desenvolvidas a partir de análises complexas do comportamento social e biológico, assim como de sistemas e materiais. Fazendo uso da sua experiência e investigação, o estúdio Kokkugia oferece serviços de consultoria nas áreas do design algorítmico e da geometria informática, trabalhando vários clientes, entre os quais Cecil Balmond da Arup [agu] e um proeminente fabricante europeu da indústria automóvel, com o qual se encontram a desenvolver um automóvel experimental. O estúdio Kokkugia tem actualmente projectos de arquitectura nos EUA, Austrália e México. www.kokkugia.com
ABOUT:TOMORROW projecto Taipei Performing Arts Center | localização Taiwan | data 2009
courtesy of Kokkugia
courtesy of Kokkugia
courtesy of Kokkugia
courtesy of Kokkugia
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courtesy of Kokkugia
ABOUT:TOMORROW projecto Shenzhen Int. Airport | localização Shenzhen, China | data 2007
Shenzhen encontra-se numa encruzilhada. Dispondo já de um impressionante sector tecnológico a impulsionar a sua economia, a China prepara-se para dar o seu próximo grande passo, desta feita na área das ideias e dos serviços: A Capital de Cultura. A arquitectura do Terminal 3 do Aeroporto de Shenzhen constituirá o epítome dos ambientes inteligentes; uma arquitectura que abraça tudo, desde a vida ao trabalho, da cultura à ecologia. De facto, o novo terminal está destinado a tornarse um símbolo da nova China. A arquitectura high-tech que “colonizou” de uma forma global as economias emergentes já teve os seus dias – a nova arquitectura que propaga valores simbólicos e culturais encontra-se agora na linha da frente de um futuro mais inteligente.
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O aeroporto como tipologia encontra-se, paradoxalmente, num estado de estagnação, sendo o estilo prevalecente o high-tech. Este estilo de arquitectura inspirado na tecnologia aeronáutica da década de 60 do século XX temse vindo a propagar pelo mundo como uma espécie de cliché. Constituindo-se como a resposta standard para o desenvolvimento de um aeroporto independentemente da sua localização, este estilo algo gasto não se dirige a nenhum lugar ou experiência específicos. As concepções high-tech são assim espacial e estruturalmente homogéneas. O atelier RUR Architecture propõe um novo paradigma para o século XXI. Em vez de uma rotunda monocultura do high-tech, o estúdio propõe espaços para os viajantes que sejam localmente diversos, únicos e globalmente coerentes. A reflexão do atelier sobre o espaço para o Aeroporto de Shenzhen recaiu na transmutação de um material que é a quintessência da ligação à terra: o betão – fabricado utilizando novos paradigmas conceptuais, tecnológicos e de engenharia num processo baseado na forma, na massificação e na costumização. Os espaços do Aeroporto de Shenzhen foram determinados a partir da ligação coerente de uma série de zonas e ambientes criados pela modulação
contínua da forma e da luz. O terminal é construído a partir de um híbrido entre uma concha e uma malha diagonal (diagrid), que transporta o viajante em diante e para cima. A navegação do viajante, tipicamente confusa nos terminais de aeroporto convencionais, com os seus espaços e pé direito de grande extensão, encontrou aqui uma nova solução através da modulação do espaço e da luz. Em oposição ao aeroporto comum, onde as colunas marcam simplesmente os limites dos vãos, as colunas no T3 adquirem significado do ponto de vista arquitectónico, participando na concepção do projecto como uma série de elementos que dão forma e definição ao espaço e ao percurso através da nave principal. Cada uma das colunas é única na sua forma e na sua localização, trabalhando em conjunto como um todo coerente. Assim, o viajante nunca se sente perdido, podendose guiar empregando estes marcos espaciais. A transição crítica entre a zona do terminal aéreo e o átrio público principal é definida pela mudança correspondente entre o betão do terminal e a malha diagonal do átrio. Os percursos para as diversas áreas, cobrindo desde a zona de Imigração à zona de Segurança, são reforçados pelo uso de iluminação na cobertura. Os átrios garantem assim uma experiência de aeroporto única no mundo. A concha híbrida do terminal principal dá lugar à modulação da malha diagonal no átrio. A eficiência desta malha combinase com um sistema contínuo e variável de aberturas, permitindo obter um conjunto de efeitos visuais e ambiências, sem alterar significativamente a forma. No exterior, o diagrid é inteiramente regular, contribuindo do ponto de vista económico, com uma uniformização dos revestimentos. A secção dos vão é igualmente uniforme. As variações de luz e aparentemente de forma foram alcançadas fazendo alternar de forma pontual os ângulos das aberturas nas secções transversais. O efeito deste sistema é surpreendente e exclusivo do Aeroporto de Sehnzhen.
ABOUT:TOMORROW projecto Shenzhen Int. Airport | localização Shenzhen, China | data 2007
courtesy of RUR Architecture
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courtesy of RUR Architecture
O atelier Reiser + Umemoto, RUR Architecture P.C., foi fundado em 1986 por Jesse Reiser (EUA) e Nanako Umemoto (Japão), tendo como ideia base a criação de uma “incubadora”, capaz de fundir as influências Orientais e Ocidentais nos âmbitos da arquitectura, design e cultura. O atelier Reiser + Umemoto, RUR Architecture P.C., é uma firma de arquitectura internacionalmente reconhecida, com uma vasta gama de projectos e escalas, abarcando desde o design de equipamento, passando por estruturas comerciais e residenciais, até ao paisagismo e infra-estruturas. A 28 de Maio de 2008, o estúdio Reiser + Umemoto, RUR Architecture P.C., foi galardoado com a Nomeação Presidencial por parte do presidente da Cooper Union, George Campbell, atribuição justificada pela prática excepcional
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do atelier e pelos contributos teóricos no campo da arquitectura. Em 2009 deu-se início a uma colaboração Este/Oeste no campo da arquitectura, entre a Universidade de Princeton, a Universidade de Tóquio e a Universidade Tsinghua de Pequím. Esta iniciativa de âmbito projectual e de investigação tem como objectivo o desenvolvimento de novos modelos de urbanismo sustentável e cultura para cidades asiáticas. Jesse Reiser é Professor Assistente de Arquitectura na Universidade de Princeton. Nakato Umemoto é Professor convidado na Universidade da Pensilvânia e na Faculdade de Design de Harvard. www.reiser-umemoto.com
ABOUT:TOMORROW projecto Torre Alger XXI | localização Alger, Argélia | data 2009
A torre denominada Alger XXI é constituída por 17 pisos (R+16) para o uso de escritórios, contando com uma zona comercial ao nível do piso térreo e dois pisos de estacionamento em cave. A sua localização privilegiada na cidade de Argel permite dotar esta estrutura de uma grande visibilidade na cidade, factor extremamente importante para este tipo de uso, podendo vir a constituir-se num referencial de identidade para o lugar e para a região.
do ambiente, bem como a facilidade de exploração e manutenção, que são outras das preocupações presentes na concepção deste projecto.
Pretendendo ser um novo ícone, o edifício apresenta uma enorme flexibilidade no seu uso, suficiente para se poder adaptar aos requisitos dos futuros utilizadores e respectivas necessidades evolutivas. Esta situação dotou a torre de uma nova filosofia de ocupação, uma modulação inteligente dos seus diversos componentes, não deixando de se preocupar com o conforto e com o recurso a tecnologias amigas
Com a sua imagem diferenciada e marcante pretendeu-se criar uma rotura positiva com a sua envolvente, transmitindo ao objecto um carácter e uma identidade singular. A concepção da torre Alger XXI, assenta numa estrutura forte e clara, onde a diversidade de ritmos e texturas, a sua flexibilidade e sustentabilidade, pretendem marcar o futuro de Argel no século XXI.
A torre apresenta um conceito de edifício inteligente, que não assenta na existência de artefactos tecnológicos dispendiosos, mas sim na correcta adequação às condições ambientais, adaptabilidade às solicitações programáticas e tecnológicas presentes ou futuras.
courtesy of Saraiva + Associados
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Miguel Saraiva nasce a 15 de Novembro de 1968 em Lisboa. Ingressa no curso de Arquitectura da Universidade Lusíada no ano de 1988 o qual conclui em 1994. Em 1996 foi co-fundador do atelier Rocha & Saraiva Arquitectura & Urbanismo Lda. Em Janeiro de 2006, após a saída de um dos sócios fundadores do atelier, deu-se um novo ciclo estrutural na firma e Miguel Saraiva torna-se Sócio Gerente do Atelier Miguel Saraiva & Associados – Arquitectura e Urbanismo, Lda. Pertenceu à comissão organizadora do 1º Congresso da Ordem dos Arquitectos como representante da secção regional Sul da O.A. No triénio de 1999 a 2001 foi Vice-Presidente da Secção regional Sul da Ordem dos Arquitectos. No decorrer da sua actividade profissional, tem vindo a alargar o seu espaço de intervenção, contando actualmente com uma carteira de projectos ao nível nacional e internacional, nomeadamente na Europa, África e América do Sul. www.saraivaeassociados.com
ABOUT:TOMORROW projecto Torre Alger XXI | localização Alger, Argélia | data 2009
courtesy of Saraiva + Associados
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courtesy of Saraiva + Associados
courtesy of Saraiva + Associados
ABOUT:TOMORROW projecto Fashion Museum | localização Rua Omotesando, Tóquio, Japão | data 2010
“A arte Ocidental transforma a “impressão” na descrição. O haiku nunca descreve; a sua arte é contra-descritiva, chegando ao grau em que cada estado da “coisa” é imediatamente, teimosamente, vitoriosamente convertido numa frágil essência de aparência: um momento literalmente “insustentável”, em que a coisa, apesar de para a outra já só ser linguagem constitui-se a si própria como a memória desse futuro, logo anterior”. In Empire of Signs, Roland Barthes Um Museu com 100m de altura com capacidade para albergar os últimos 100 anos da moda Japonesa (1920 a 2000) no Centro de Tóquio, na famosa Omotesando Street, também apelidada de “Tokyo’s Champs-Élysées”. Com uma das mais elevadas taxas de densidade populacional, 14.000 habitantes por quilómetro quadrado, praticamente o dobro de Nova Iorque, Tóquio é a metrópole do Japão com mais postos de trabalho e oferta cultural. Este facto resulta numa enorme pressão e densidade urbanística, o que resulta em casas cada vez mais pequenas, em geral projectadas para famílias de 3 ou 4 pessoas.
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Em contraste com o passado, caracterizado por construções de madeira de um ou dois pisos, cada uma com o seu próprio jardim, pátio e espaço religioso (chamado Butsudan nas casas budistas), estas casas deram origem a edifícios de apartamentos. Embora exista uma intensa actividade na construção de edifícios e equipamentos, a procura supera em muito a oferta originando um continuo aumento do preço do solo e em consequência o preço dos alugueres. Este fenómeno deu origem, a partir de 1970, a que os seus habitantes se deslocassem para bairros mais periféricos (Tama) ou para cidade vizinhas. Tóquio é o centro cultural do Japão com vários Teatros e Museus de Arte, de História, de Ciência e Tecnologia e a Ópera de Tóquio. A história da Moda Japonesa é extraordinária e desafiou as noções Ocidentais de Moda e Estética. As influências e acontecimentos que ajudaram a moldar
a indústria da moda japonesa são vastas e variadas. Desde o impacto do pós-guerra, à influência da tradição têxtil do Japão até a adopção de tecnologia avançada, o desenrolar da história é consistentemente fascinante. Apesar da moda japonesa o século XX ter estado, principalmente durante a primeira metade do século, muito ligada aos fenómenos e tendências da moda Ocidental, tem evoluído de década para década no sentido da procura da própria identidade e expressão, tendo conquistado a sua merecida independência e lugar no cenário da Moda Contemporânea. Hoje não podemos falar de Moda, sem mencionar o universo dos designers japoneses Tokyo é uma metrópole com elevada concentração populacional, entendemos que qualquer estratégia que liberte espaço/ território ao nível da Rua é uma mais valia urbana. O terreno destinado ao Museu, é uma limitada parcela de 20x20m aproximadamente, com duas frentes. A estratégia adoptada passou por libertar a maior quantidade de espaço possível ao nível da rua. Todo o espaço exterior libertado, cerca de 1/3 da área de implantação, adquire um carácter urbano com a criação de uma zona verde. Este espaço de utilização publica pretende romper com a sensação de barreira provocada pelos edifícios ao nível da rua, criando uma situação com uma elevada densidade de vegetação que promova o encontro e a permanência dos cidadãos nesta parte da cidade. O edifício assenta num tabuleiro virtual de 8x8 círculos com 2,25m de diâmetro cada. É a partir desta definição que se resolvem todos os elementos estruturais e espaciais do edifício. Estes círculos, por vezes elementos estruturais ou de circulação vertical, sustentam e ligam todas as partes do Museu. O edifício está dividido em três grupos: 1. Bairro (dos 0 aos 21m) Esta zona, tem uma relação mais próxima com
ABOUT:TOMORROW projecto Fashion Museum | localização Rua Omotesando, Tóquio, Japão | data 2010 a escala dos edifícios circundantes, com a rua e com as pessoas. Este bocado de edifício integrase na dinâmica de rua. É nesta zona do edifício que encontramos a passarela que se projecta e interage com a Omotesando Street. Estes espaços, na sua maioria territórios translúcidos e transparentes contribuem para a interacção entre o interior e exterior. A independência das circulações desde a rua está garantida.
sala deve ter capacidade de transformação, no entanto sugerem-se formas de ocupação e de utilização.
2. Cidade (dos 21 aos 100m) Desde o ponto de vista da escala da cidade, este é um dos elemento que caracteriza o Museu. Grandes e variados contentores espaciais que albergam as exposições ao mesmo tempo que não perdem a sua relação com a cidade. Estes espaços são intercalados com espaços vazios de contemplação e de transição entre as exposições. Do ponto de vista técnico também reduzem a resistência do edifício ao vento e sismo.
A área da passarela mantém a sua independência em relação ao restante edifício, podendo se necessário funcionar em paralelo com algum evento relacionado com o Museu. Introduzimos um novo espaço relativamente ao Programa do concurso, este espaço é complementar ao espaço da passarela e ao Museu e funciona como recepção área e zona de apoio. O acesso a esta zona pode ser totalmente independente e desde o exterior.
3. Natureza (dos 100 aos 110m) Esta parte do edifício remete para um universo de relação e contemplação com a natureza, com o território e com o indivíduo. Recria uma montanha no topo do edifício à semelhança das montanhas que rodeiam Tokyo. O Japanese Garden e o Skybar resolvem a parte superior do edifício. Não se estabelecem quaisquer relações visuais com as zonas anteriores do edifício, intensificando a independência deste universo em relação ao restante edifício. A independência das circulações e acessos está garantida. O Museu procura responder às necessidades especificas de uma mostra de moda. Cada época pode ser visitada independentemente, cronologicamente ou não. Cada
Cada sala está caracterizada de forma diferente e pode ser identificada desde o exterior, criou-se desta forma diversidade e multiplicidade na relações entre as partes, quer a nível interno como a nível urbano. O tipo de tratamento remete subtilmente para o imaginário da época em questão.
Storytailors Esta sala é o maior espaço expositivo e o mais versátil. Está em estreita relação com o espaço da passarela de maneira a possibilitar a sua utilização em simultâneo. Estas duas salas independentes de duplo pé direito possibilitam uma utilização em conjunto ou diferenciada. Possibilitam a existência de duas exposições temporárias em simultâneo. Este espaço está ocupado com a exposição “Wall Flowers/ Fight Flowers”. As mostras de moda devem possibilitar a visualização 360º dos manequins e das peças e devem sempre estar situadas ao nível dos visitantes. Nas exposições de moda os manequins devem aproximar-se às dimensões físicas da época.
ar hitecture | A equipa de ar hitecture mantém-se activa e centrada na resposta a problemas contemporâneos da Arquitectura, num contexto de desenvolvimento científico crescente e de questões ambientais, sociais e económicas fundamentais para as gerações futuras, para um crescimento sustentável e uma estabilidade social. Fundado em Janeiro de 2009 por Jorge Rocha Antunes após vários anos de incubação. Laboratório multidisciplinar de experimentação que tem como objectivo reflectir e procurar respostas contemporâneas a questões contemporâneas no campo da arquitectura. Com uma equipa jovem, flexível, permeável e multidisciplinar este Atelier conta já com diversas participações e prémios em Concursos Internacionais. www.ar-hitecture.com Storytailors | João Branco e Luís Sanchez criaram a Storytailors. Conheceram-se no Curso de Arquitectura de design de Moda da Faculdade de Arquitectura de Lisboa. As suas ideias e opiniões sobre moda depressa se complementaram, fundindo-se num projecto esboçado em 2001 e que foi tomando forma até à sua formalização como empresa em Janeiro de 2003, assim nasceu a Storytailors. Entre 2003 e 2009 desenhou-se um percurso sólido, repleto de desafios,prémios e conquistas. Entre 2003 e 2009 desenhou-se um percurso sólido, repleto de desafios,prémios e conquistas. Hoje
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estão no coração de Lisboa, no Chiado, instalados desde 2006 num edifício que data do século XVII. A equipa Storytailors é jovem e dinâmica, facto que tem contribuído para o seu crescimento. Todos os anos os Storytailors contam uma Estória através das colecções que reúnem as duas linhas deste projecto – Storytailors Atelier e Storytailors Narkë (street couture); história esta que terá início numa estação, continuando na estação seguinte. Os Storytailors têm um grande respeito pela evolução histórica do vestuário. Em jeito de arqueólogos da Moda, reinventam algumas peças icónicas na óptica de uma possível evolução das mesmas, inseridas no contexto actual; repensam também algumas tipologias de vestuário “perdidas”, como por exemplo o espartilho, não por saudosismo mas como reinterpretação do mesmo transformando-o numa peça nova. www.storytailors.pt
ABOUT:TOMORROW projecto Fashion Museum | localização Rua Omotesando, Tóquio, Japão | data 2010
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courtesy of ar hitecture
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Eco-Pod
Howler + Yoon Architecture Square Design LAb
Off the Grid Philips Design
ECOS projecto Eco-Pod | localização Mundial | data século XXI
Aproveitando o atraso do estaleiro da Filene na zona de Downtown Crossing, o Eco-Pod é uma proposta que pretende dar um estímulo imediato à economia e à ecologia da baixa de Boston. O Eco-Pod (Gen1) é ao mesmo tempo um bio-reactor vertical de algas temporário e um novo espaço público. Construído com módulos pré-fabricados, cada unidade será uma fonte de bio-combustível e cenário para o desenvolvimento de programas de investigação. Sendo uma estrutura aberta reconfigurável, os vazios entre cada unidade criam uma rede para a criação de parques/jardins botânicos públicos alojando espécies vegetais únicas. As micro algas são uma das colheitas mais promissoras para a criação de combustíveis biológicos, gerando trinta vezes mais energia por acre que qualquer outra cultura. Ao contrário de outras plantas, as algas podem crescer na vertical sem necessidade de solo arável, são biodegradáveis e podem vir a ser o único método viável de produzir combustível automóvel suficiente para substituir o diesel. No cultivo de algas empregam-se açúcar e celulose, reduzindo as emissões de dióxido de carbono que é consumido e substituído por oxigénio durante o processo de fotossíntese. Muito embora o bio-reactor esteja ainda numa fase experimental, recentes desenvolvimentos no processo de extracção de óleo das algas e o emprego de LED’s de alta eficácia energética, contribuem para considerar o bio-reactor de algas como promissor na geração de energias renováveis.
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Para além de ser uma fonte de energia, o Eco-Pod será também um espaço gerador de investigação, no qual cientistas poderão testar novas espécies de algas e novos métodos para a extracção de combustível, incluindo técnicas para a regulação da luz e dos ciclos
de crescimento das algas. A localização central do Eco-Pod e a sua visibilidade permitem ao público testemunhar não só o crescimento das algas como os processos associados à produção de energia. Como um jardim botânico produtivo, funciona igualmente como um projecto-piloto na área da informação pública e sensibilização ecológica Uma estrutura robotizada, alimentada por biocombustível permite a reconfiguração dos módulos, maximizando o crescimento das algas e permitindo uma programação espacial em tempo real. A estrutura composta por unidades modulares reconfiguráveis permite dar resposta às necessidades e alterações económicas, ao mesmo tempo que o constante estado de transformação do local servirá como um subtil sinal no processo de recuperação económica. Eco-Pod é arquitectura de antecipação, capaz de gerar um micro-urbanismo local, ágil e positivo em termos de impacto ambiental. A proposta preconiza a instalação imediata de uma estrutura modular temporária para albergar diversos programas de investigação. Com o devido financiamento para a proposta original, os seus módulos poderão ser desmontados e redistribuídos por várias zonas em torno de Boston, preenchendo outros espaços urbanos expectantes, testando novas propostas e desenvolvendo iniciativas no seio de outras comunidades. Concebida tendo em conta a flexibilidade, a modularidade destas unidades antecipa o lançamento de outros projectos semelhantes. Uma arquitectura instantânea, concebida tendo em vista o seu tempo útil de vida. Na continuidade do nosso cenário, o crescimento das algas impulsiona e é impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico que metafórica e literalmente fará “crescer” a economia.
ECOS projecto Eco-Pod | localização Mundial | data século XXI
Höweler + Yoon Architecture é um gabinete multidisciplinar cuja prática se foca na integração das novas tecnologias na arquitectura e nos espaços públicos. Os seus trabalhos foram largamente publicados, expostos e premiados. Eric Höweler é Crítico de Arquitectura e Design na Harvard Design School e Meejin Yoon é Professor Associado do Departamento de Arquitectura do MIT Massachusetts Institute of Technology. Com várias publicações, destacam-se das mais recentes a monografia Expanded Practice, publicada pela Princeton Architectural Press e Public Works: Unsolicited Small Projects for the Big Dig, publicada pela Map Books. Squared é um laboratório de design digital com trabalho produzido nas áreas da arquitectura,
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design industrial, interactividade on-line e cinema. Entre os diversos projectos e funções desempenhadas, são desde 2003 consultores de design e visualização para o Museu e Memorial Nacional 11 de Setembro, em Nova York. Squared foi co-fundado por Josh Barandon e Franco Vairani, ambos licenciados em Informática aplicada à Arquitectura e Design pelo MIT - Massachusetts Institute of Technology. www.hyarchitecture.com www.squareddesignlab.com
ECOS projecto Off the Grid | data 2010
O Philips Design Probes é um programa de investigação avançada que se dedica à pesquisa de novas tendências e desenvolvimentos que poderão vir a produzir um impacto económico significativo. Através do Probes são geradas antevisões de pesquisa em cinco áreas chave: política, economia, cultura, ambiente e tecnologia. Com o objectivo de entender o que será o estilo de vida para além do ano 2020, esta iniciativa visa identificar as alterações sistémicas prováveis de âmbito social e económico, indo além das formas convencionais de pensar, elaborando novos conceitos e estimulando o debate.
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Desligado da Rede: Habitat Sustentável 2020 Hoje em dia, o nosso habitat encontra-se internacionalmente dependente de redes de energia e água. As crises energéticas, a escassez de água potável, o aquecimento global e a poluição são problemas universais. Compreender as cidades como ecossistemas dinâmicos e em constante mutação pode auxiliar à formulação de estratégias para um urbanismo sustentável. O projecto baseia-se no ambiente e na ecologia, num esforço de desenvolver habitação sustentável para as megalópolis da China de 2020, explorando a integração da electrónica e das funcionalidades bioquímicas nos materiais inertes do ambiente edificado. Este conceito muda fundamentalmente a abordagem contemporânea à construção e à habitação. O habitat futuro afasta-se da realidade actual na qual se encaram as superfícies dos edifícios como aglomerados de materiais inertes, apenas empregues como elementos de construção e revestimento, transformando as superfícies dos edifícios em “peles” funcionais e “vivas”, funcionando como membranas que para
além de proteger, são capazes de gerar energia e suprir todas as necessidades da habitação, sem se ligar a uma rede. Luz A “pele” activa do edifício reage à incidência solar, movimentando-se para uma posição que permita de uma forma mais eficiente canalizar a luz e gerar energia. Ao colectar e canalizar a luz natural, torna-se desnecessário o uso de electricidade para iluminação durante o dia. Trazer luz natural para dentro das habitações terá não só implicações do ponto de vista da poupança energética; terá benefícios a longo prazo em termos de saúde e bem-estar. Ar A “pele” activa do edifício reage ao vento. Canalizando o ar e o vento, o edifício poderá gerar energia, sendo o ar interior filtrado. Comprimido e dissipado ao longo de tubagens, o ar será igualmente arrefecido. De novo canalizado para o exterior, terá uma influência positiva na qualidade geral do ar urbano. Água A “pele” activa do edifício reage à chuva, armazenando e canalizando a água para o habitat. Ao captar a humidade directamente do ar, os colectores de fachada poderão obter água mesmo durante as épocas mais secas. Através de purificação, filtração e reutilização, a água poderá ser usada em circuito fechado, sendo o seu consumo optimizado. Resíduos Os desperdícios humanos e outros resíduos orgânicos serão transformados em Bio-gás, que poderá ser utilizado quer para aquecimento, quer para cozinhar.
ECOS projecto Off the Grid | data 2010
Na África do Sul, Clive van Heerden obteve duas licenciaturas na área das Ciências Sociais. Em 1986, mudou-se para Londres, tendo realizado investigação na Universidade de Westminster. Acumulou mais duas licenciaturas em Ciências Sociais, antes de ter obtido em 1991 o grau de Mestre em Design de Interacção, pelo Royal College of London. Em 1995 Clive entrou na Divisão de Investigação da Philips, tendo sido incumbido de orientar a equipa de design, encaminhando-a para um ambiente de maior investigação técnica. Transferiuse para a Divisão de Design da Philips, tornando-se Director para a área de Design e Investigação de Tecnologias de Informática. Nesta função, organizou uma equipa de especialistas das mais
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variadas disciplinas, com o objectivo de desenvolver sistemas electrónicos integrados em peças de vestuário e têxteis condutores, supervisionando e orientando colaborações com outras empresas. Clive van Heerden também coordenou a Divisão de Design da Philips em Redhill, Nova York e Londres. Actualmente, Clive van Heerden é Director Sénior da Design-Led Innovation na Philips Design. Uma das suas principais responsabilidades prende-se com o Programa Probes. Alguns exemplos dos projectos desenvolvidos ao abrigo desta iniciativa são: Electronic Tattoo, Emotional Sensing Dresses, Sustainable Habitat 2020 e o Food Probes abrangendo a “Diagnostic Kitche”, a “Food Creation” e a “Home Farming”. O mais recente projecto da Food Probes é a “Gastronomia Multi-sensorial”, desenvolvida em colaboração com chef de nacionalidade espanhola, Juan Mari Arzak. Tanto a equipa Probes como Clive van Heerden foram galardoados com vários prémios de design e de investigação inovadora, incluindo o Best of the Best dos Prémios Time Magazine Best Invention, de 2007. www.design.philips.com
Direcção Editorial João Sá Vieira | Marcelo Vaz joaosavieira@aboutblank.pt | marcelovaz@aboutblank.pt Design www.carrossel.net Tradução e Adaptação Paulo Ricardo Telefones Gerais [+351] 927 744 527 | [+351] 917 072 530