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Nยบ

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JULHO

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AGOSTO

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SETEMBRO

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2010



Art Warehouse A31a

Lumino House

House S

Davide Macullo Architects

Grosfeld van der Velde Architecten

Nagasaki Garden Terrace

Apartment in Katayama

Tree House

Long Barn Studio

Novela

Observation Tower

Kengo Kuma

Mount Fuji Architects

October + Nawa-Ken Jimu

H House

Wiel Arets Architects

Matsunami Mitsutomo

Nicolas Tye Architects

Terrain

K House

Yoshichika Takagi


ARQUITECTURA projecto Art Warehouse | localização Dilesi | Boeotia | Grécia data 2010

O novo estúdio para o pintor e escultor Alexandros Liapis encontra-se idilicamente implantado entre oliveiras, loendros e ciprestes no seio de um lote com 4000m2 de área, a pouca distância da habitação do artista, em Dilesi, a antiga Delion, na Boeotia. Parte da paisagem foi incorporada nesta galeria de escultura em open-space, que alberga as obras do artista. Os princípios básicos subjacentes à nova estrutura foram os seguintes: economia de construção, honestidade / disciplina de concepção e uma plasticidade formal capaz de dialogar com o espírito da paisagem grega. A nova estrutura em “concha” foi executada em betão reforçado. A cúpula, um elemento arquitectónico de coroamento intemporal e inter-regional, abarcando da

antiguidade ao Modernismo, interage com o espaço mais íntimo do estúdio do artista, a “cela”. A nova estrutura encontra-se orientada num eixo NorteSul, sendo a sua planta dividida em três zonas: em primeiro lugar o telheiro e a varanda, orientados a Sul, zona onde se encontra localizada a entrada, seguida pelo espaço de trabalho do artista e por fim o sótão, a Norte, cumprindo funções de armazenamento. Uma escada de lanço único liga os dois níveis, servindo os alcantilados degraus de betão como plintos para a exposição de peças. Os vãos nas paredes encontram-se directamente relacionados com o arco solar, articulando-se com a iluminação de interior e as secções de ventilação abertas transversalmente e horizontalmente na “concha” do edifício.

© Yiannis Hadjiaslanis

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Praxitelis Kondylis é um arquitecto, engenheiro e designer nascido em Atenas. Kondylis obteve o grau de Mestre em Arquitectura e Engenharia pela Universidade Técnica de Budapeste e o grau de Mestre em Arquitectura e Design de Interiores na Universidade Técnica da Catalunha. Em Barcelona colaborou na actividade de pesquisa associada ao Programa Doutoral “El Sentido de la Arquitectura Moderna” dirigido pelo Professor Helio Piñón, na ETSAB – Escola Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona. Kondylis colaborou em Barcelona com diversas firmas de arquitectura. Em 2002, fundou o Architecture & Construction Ltd., o seu próprio estúdio, sediado em Atenas. Participou em diversas competições internacionais, tendo sido várias vezes galardoado. Os seus projectos estiveram patentes em variados museus e galerias de arte europeias, nas cidades de Atenas, Barcelona, Budapeste e Piran. Os seus projectos e artigos foram publicados tanto na imprensa grega como na internacional. www.a31.gr


ARQUITECTURA projecto Art Warehouse | localização Dilesi | Boeotia | Grécia data 2010

© Yiannis Hadjiaslanis

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© Yiannis Hadjiaslanis

© Yiannis Hadjiaslanis


ARQUITECTURA projecto Art Warehouse | localização Dilesi | Boeotia | Grécia data 2010

© Yiannis Hadjiaslanis

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© Yiannis Hadjiaslanis

© Yiannis Hadjiaslanis


ARQUITECTURA projecto Art Warehouse | localização Dilesi | Boeotia | Grécia data 2010

Planta Piso 0 Planta Piso 1

Corte Longitudinal

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ARQUITECTURA projecto House in Lumino localização Lumino | Bellinzona | Suiça data 2009

Localizada na vila alpina de Lumino, a Norte de Bellinzona, na Suíça, esta habitação surge como um elemento monolítico que faz ecoar o seu contexto de forma serena. A envolvente é marcada pela existência de construções tradicionais em alvenaria de pedra, algumas delas com vários séculos, caracterizadas pelo uso de apenas um material na sua construção. A nova casa surge como uma resposta e uma interpretação contemporânea do vernáculo. As suas formas em betão descofrado exposto reportam à reverente força e presença das casas de pedra ancestrais. Implantado no limite da parte velha da vila, este edifício funciona como uma espécie de bastião, separando o núcleo urbano original da expansão residencial mais recente. Para além das referências locais em termos de materiais, a abordagem conceptual a este projecto foi influenciada pelo desejo expresso dos clientes

por uma estética minimalista que permeasse tanto o interior como o exterior. A geometria da planta resultou da pendente do lote de implantação e da rotação de dois paralelepípedos. Esta tipologia de volumetrias empilhadas realça as peculiaridades da paisagem ao mesmo tempo que permite a cada um dos níveis do edifício uma relação directa com os jardins envolventes. O duplo sistema de ligações verticais, uma interna e outra externa, possibilita ligar todos os espaços da casa a um movimento em espiral. As movimentações de solo e as escavações no terreno rochoso foram reduzidos a um mínimo, sendo a cave ocupada apenas pelas áreas de serviço. Para além dos ganhos térmicos inerentes ao uso do betão, a sustentabilidade desta habitação saiu reforçada pela inclusão de um conjunto de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura e por um sistema solar de aquecimento de água.

O estúdio Davide Macullo Architects foi fundado em 2000, encontrando-se sediado em Lugano, no Sul da Suíça. Esta firma tem parcerias com outros gabinetes em Milão, Atenas e Seul. Na sua prática, esta firma promove um intercâmbio cultural alargado, com colaboradores e arquitectos provenientes de diferentes realidades e com abordagens distintas, abarcando os campos da teoria, prática conceptual e pormenorização, assim como a análise do território, a pedagogia e a sustentabilidade. Actualmente o estúdio encontra-se a desenvolver diversos projectos em Lugano, no Norte da Suíça, na Grécia, Coreia, Itália e Alemanha. A firma foi igualmente convidada a participar em diversos concursos na China, Itália e Alemanha. A firma Davide Macullo Architects recebeu ao longo dos últimos anos diversos galardões. Em 2009, o estúdio foi nomeado em duas categorias para os prémios World Architecture Awards, tendo igualmente figurado nas listas de finalistas para o Prémio Casa do Ano WAN, o Prémio European Hotel Design e os Prémios Cooper de Arquitectura. Dos galardões obtidos pelo estúdio destacam-se: um Prémio Tecu na categoria de edifícios residenciais, um Prémio Europeu de Arquitectura Luigi Cosenza, e a Building Industry Environmental Design Medal.

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Para além destas designações o estúdio foi nomeado pela revista Wallpaper para a lista das mais interessantes firmas de arquitectura do mundo. O trabalho de Davide Macullo Architects foi largamente publicado na imprensa internacional, nomeadamente em França, Grécia, Alemanha, Áustria, Hungria, Rússia, China, Coreia, Austrália, Argentina, Irlanda, Reino Unido e EUA. www.macullo.com


ARQUITECTURA projecto House in Lumino localização Lumino | Bellinzona | Suiça data 2009

© Enrico Cano

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© Enrico Cano

© Enrico Cano


ARQUITECTURA projecto House in Lumino localização Lumino | Bellinzona | Suiça data 2009

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© Enrico Cano

© Enrico Cano


ARQUITECTURA projecto House in Lumino localização Lumino | Bellinzona | Suiça data 2009

Planta Piso 0

Planta Piso 1

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ARQUITECTURA projecto House KvD | localização Países Baixos | data 2009

A Casa KvD encontra-se localizada nos Bosques de Teteringen, perto da cidade de Breda, na Holanda. Vivenciar da forma o mais intensa possível a envolvente verde da habitação constituiu um dos pré-requisitos impostos pelo cliente. Esta aspiração tornou-se a ideia principal por detrás do conceito deste projecto; uma casa que se desvanece entre as árvores, produzindo a cada movimento dentro dela, uma nova e surpreendente perspectiva para a floresta. A volumetria deste edifício capta a atenção do visitante, que conforme se desloca dentro dele, mantém ao mesmo tempo o contacto constante com a envolvente.

O volume quadrangular, em parte elevado sobre pilares, envolve e abraça um pátio aberto, no qual se encontra situada a entrada. Os espaços sociais encontram-se no piso térreo. Os quartos de dormir, localizados no piso superior, apresentam vão exteriores horizontais que filtram a luz ao mesmo tempo que “recortam” e enquadram vistas para a floresta. Estas janelas intensificam igualmente os aspectos escultóricos do volume. As fachadas encontram-se revestidas com painéis de madeira com velatura a negro. Os detalhes subtis que resultam da combinação entre forma e materiais, atribuem a este projecto um brilho de modernidade, mas igualmente uma tónica de subtil recato, no seio da envolvente florestada.

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© Rene de Wit

Pascal Grosfeld fundou em 1996, o seu próprio estúdio. Nos últimos anos de actividade, a sua equipa cresceu, contando actualmente com 16 profissionais, incluindo arquitectos, engenheiros e desenhadores. Bart van der Velden ingressou nesta firma em 1998, ao tornar-se sócio em 2008, levou à criação do estúdio Grosfeld van der Velde Architecten. Tendo sempre como objectivo a concepção de edifícios, a actividade deste atelier, centra-se na busca da própria essência do projecto. Desta forma, este estúdio tem vindo a produzir conceitos impressionantes, trabalhados de forma o mais inequívoca possível, criando edifícios que possibilitam experiências espaciais marcantes, projectos baseados na escolha dos acabamentos e atenção dada à pormenorização. www.grosfeldvandervelde.nl


ARQUITECTURA projecto House KvD | localização Países Baixos | data 2009

© Rene de Wit

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© Rene de Wit


ARQUITECTURA projecto House KvD | localização Países Baixos | data 2009

© Rene de Wit

© Rene de Wit

© Rene de Wit

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© Rene de Wit

© Rene de Wit


ARQUITECTURA projecto House KvD | localização Países Baixos | data 2009

Planta Piso 0 Planta Piso 1

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ARQUITECTURA projecto Garden Terrace Nagasaki Hotel & Resort | localização Japão | data 2009

Um dos maiores desafios deste projecto residiu na integração de três tipologias volumétricas: “caixa grande”, “caixa pequena” e “qualquer coisa linear”, tornando-as numa única identidade. Um dos elementos, a “caixa”, é igualmente cobertura. Outro objectivo foi a concepção de uma arquitectura “feita de” e não “coberta com” um material natural, neste caso, madeira. No hall principal, constituindo o volume de maior dimensão, as paredes em ambos os lados sofreram uma inflexão no seu topo, transformando-se numa cobertura. Sob esta, no sentido de salientar o efeito de ausência de “tecto”, o espaço vazio foi resolvido, com a colocação de pilares finos e pequenas caixas de vidro, evitando o emprego de superfícies mais “sólidas”, indo além do seu papel duplamente funcional.

No tocante ao conceito ”feito de madeira”, tal não significou necessariamente o uso de grandes quantidades de madeira no exterior e interior do edifício. As árvores são naturalmente muito mais pequenas que os edifícios. Como tal, existe uma grande diferença de escala entre estas e a arquitectura, dificultando a obtenção da imagem e ideia de um edifício feito de madeira. De forma a conseguir cumprir este objectivo, foram especialmente concebidos painéis de madeira, permitindo colmatar a diferença de escala entre o edifício e a árvore. O tamanho e posicionamento das janelas encontram-se directamente relacionados com a composição dos painéis, contribuindo para a transmissão da sensação de todo, de uma arquitectura una constituída por elementos tais como vãos, painéis e outras unidades.

© Daici Ano

Kengo Kuma nasceu em 1954 em Kanagawa, Japão. Obteve o grau de Mestre em 1979, na Universidade de Tóquio, Entre 1985 e 1986, estudou na Universidade da Colúmbia como investigador. Fundou em 1990 o atelier Kengo Kuma & Associates, sediado em Aoyama, Toquio. Entre 2001 e 2008, leccionou na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Keio. Em 2009 tornou-se professor na Universidade de Tóquio. Entre os trabalhos mais importantes de Kengo Kuma, destacam-se o Observatório de Kirosan, o Centro de Artes Performativas de Toyama e o Museu Bato-machi Hiroshige. Entre os trabalhos

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mais recentes encontram-se o Great Bamboo Wall, o Museu da Prefeitura de Nagasaki, o Museu Suntory de Arte, e o Museu Nezu. Tem actualmente a decorrer uma série de projectos de grande escala na Europa e China Kengo Kuma foi galardoado com uma série de prémios internacionais: em 1995 o Prémio AIA Benedictus, em 1997 o Architectural Institute of Japan Annual Award, em 2000 o International Stone Architecture Award, em 2001 o Prémio Murano, em 2002 o prémio finlandês International Spirit of Nature Wood Architecture Award, em 2007 o International Architecture Awards for the Best New Global Design e finalmente em 2008 o Energy Performance + Architecture Award. www.kkaa.co.jp


ARQUITECTURA projecto Garden Terrace Nagasaki Hotel & Resort | localização Japão | data 2009

© Daici Ano

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© Daici Ano


ARQUITECTURA projecto Apartment in Katayama | localização Japão | data 2007

O Edifício Katayama é um pequeno bloco de apartamentos edificado num lote com 110m², composto por 7 pisos com 2 apartamentos por piso (útil), totalizando 10 apartamentos. Na fachada Norte, um plano liso, encontram-se localizados os acessos, elevador e escadas. Parte do edifício é ocupada por um pé-direito elevado cobrindo dois pisos, numa configuração semelhante a blocos empilhados. A disposição interior é aparente quando vista da fachada Sul. A estrutura reflecte-se igualmente no perfil desta fachada. O estilo de vida dentro de cada um dos apartamentos é igualmente projectado na fachada, reflectindo a intenção de deixar o fluxo de vida propagar-se à envolvente de Katayama, caracterizada pelas suas filas de casas homogéneas. No acabamento exterior empregaram-se o preto e o branco, escolhidos para sublinhar a forte presença deste volume num contexto de aborrecidos edifícios

beije, cinzentos ou em tonalidades de tijolo. Para obter esta configuração de fachada, foi necessário cumprir com todos os requisitos relacionados com planos de evacuação. Várias hipóteses de padrão foram ensaiadas, mantendo os standards para varandas legalmente prescritos, levando em última análise, à obtenção da solução final. Diversas variações transversais ao projecto resultaram directamente da estratégia empresarial do cliente e proprietário, num esforço para aumentar o valor do edifício, localizado no contexto de um mercado de aluguer dispendioso e extremamente competitivo. Respeitando as especificações legais referentes a cérceas, incorporando tectos altos, três tipologias de apartamentos e acabamentos diferenciados, foram concebidos 10 layouts num edifício cujos espaços eficientes são simultaneamente diversificados e económicos. Um conjunto de características que contribuiu para que não existam apartamentos vagos.

© Mitsutomo Matsunami

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Mitsutomo Matsunami nasceu em Osaka, em 1977. Licenciou-se em 2000 na Universidade de Kinki, e fundou em 2005 o seu atelier de arquitectura. Em 2008 foi galardoado emcom um prémio especial no contexto dos Residential Lighting Awards 2007. Recebeu igualmente em 2008 o JCD design award, o Good Design Award e o Grand Prize 2007. www.mma-design.com


ARQUITECTURA projecto Apartment in Katayama | localização Japão | data 2007

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© Mitsutomo Matsunami


ARQUITECTURA projecto Apartment in Katayama | localização Japão | data 2007

© Mitsutomo Matsunami

© Mitsutomo Matsunami

© Mitsutomo Matsunami

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© Mitsutomo Matsunami


ARQUITECTURA projecto Apartment in Katayama | localização Japão | data 2007

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Corte


ARQUITECTURA projecto Tree House | localização Tóquio, Japão | data 2009

Esta habitação pensada para um casal encontrase localizada numa zona residencial que se desenvolve sobre uma encosta suave da zona Norte de Tóquio. O local encontra-se localizado no topo de uma colina, estando o lote ligado ao resto da malha urbana por uma passagem estreita. Embora o sítio transmita uma sensação de opressão sombria, derivada do facto do lote se encontrar completamente envolto pelas construções adjacentes, este conjunto de características aparentemente negativas foi encarado como um meio para preservar a casa do exterior, isolando-a das agressões da cidade. Nestas circunstâncias e de uma forma similar ao processo de crescimento das árvores nas florestas, o melhor sentido para estender o volume do edifício foi o eixo vertical, em oposição ao eixo horizontal. A Geometria Cartesiana, tipicamente aplicada à arquitectura, com as suas inegáveis vantagens em termos de expansão repetitiva numa dada orientação fixa, não se constituía como o melhor sistema para aplicar nesta localização. Em vez de utilizar estas regras geométricas mais comuns e de forma a manter o subtil equilíbrio das relações do situ com a sua envolvente, o estúdio Mount Fuji Architects decidiu implementar uma solução baseada no Sistema de Coordenadas Polares, que descreve a localização de um elemento mediante a

distância e o ângulo em relação ao centro do local. Com este sistema, concebeu-se uma superfície curva hiperbólica / parabólica que dá entrada para o terraço da cobertura, ao mesmo tempo que funciona como um elemento de clarabóia elevada, trazendo luz e proporcionado vistas para e a estufa de uma casa vizinha o único troço de céu aberto visível neste lote, na direcção Este. O centro das coordenadas polares foi condensado com 32 peças estruturais LVL, formando um amplo pilar central com um diâmetro aproximado de 1.1m. O interior da habitação foi dividido em quatro áreas, de forma similar à divisão tradicional das casas japonesas. Elementos estruturais, elevandose em espiral, produzem variações na altura do tecto, ajudando a definir o carácter de cada uma das zonas. O piso térreo foi igualmente definido com pavimentos diferenciados em torno do pilar central, de acordo com cada uma das divisões, salvaguardandose as diferenças de cotas originadas pelas condições topográficas existentes. Esta casa, sendo o resultado directo das regras estritas da geometria, conseguiu de alguma forma alcançar uma atmosfera diferente de qualquer outra obtida num espaço artificial, assemelhando-se à estrutura radial e orgânica de uma grande árvore.

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Mao Harada nasceu em 1976 em Sagamihara, no Japão. Em 1999, concluiu o Bacharelato em Arquitectura pelo Instituto de Tecnologia de Shibaura, em Tóquio. Entre 2000 e 2003, trabalhou num escritório editorial e num atelier de arquitectura e urbanismo. Em 2004, fundou o seu próprio estúdio, Mount Fuji Architects Studio. Masahiro Harada nasceu em 1973 em Yaidu, no Japão. Em 1997 concluiu o seu Mestrado em Arquitectura pelo Instituto de Tecnologia de Shibaura, em Tóquio. Entre 1997 e 2000, trabalhou como arquitecta para Kengo Kuma. Entre 2001 e 2002, Masahiro, patrocinada pelo Programa Governamental Japonês de Bolsas, trabalhou como arquitecta bolseira, no estúdio de Jose Antonio Martinez Lapena e Elias Torres, em Barcelona. Em 2003 começou a trabalhar para Arata Isozaki como coordenadora de projectos. Em 2004, fundou o seu próprio estúdio, Mount Fuji Architects Studio. Entre 2005 e 2006, Masahiro foi professora convidada na Universidade de Keio, no COE – Centro para a Excelência. Em 2007 foi professora convidada na Universidade de Shibaura e na Universidade de Keio. Em 2008, tornou-se professora associada na Universidade de Shibaura. http://www14.plala.or.jp/mfas/fuji.htm


ARQUITECTURA projecto Tree House | localização Tóquio, Japão | data 2009

© Ken’ichi Suzuki

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© Ken’ichi Suzuki


ARQUITECTURA projecto Tree House | localização Tóquio, Japão | data 2009

© Ken’ichi Suzuki

© Ken’ichi Suzuki

© Ken’ichi Suzuki

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© Ken’ichi Suzuki


ARQUITECTURA projecto Tree House | localização Tóquio, Japão | data 2009

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Axonometria

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25 Corte


ARQUITECTURA projecto The Long Barn Studio | localização Inglaterra | data 2007

O Long Barn Studio proporciona um local de trabalho inovador e inspirador para uma equipa multi-cultural de 12 jovens arquitectos e estagiários, no seio do MidBedfordshire, nos arredores da pequena localidade rural de Maulden. O fundador do estúdio Nicolas Tye Architects montou atelier à cerca de quarto anos, numa das dependências da sua própria casa. Contudo, após alguns anos de prática, o estúdio cresceu, passando o seu staff de uma para doze pessoas, expandindose cada vez mais pelo espaço, acabando por ocupar todo o piso térreo do edifício. Dada a situação, Nicolas Tye decidiu criar um novo espaço para o estúdio dentro da sua propriedade. Este novo projecto complementa a envolvente rural e a estrutura habitacional existente, ela própria um antigo celeiro reconvertido. Era essencial que o novo estúdio não se afastasse do antigo celeiro, tanto em escala como em materialidade. Para além disso, parte da nova estrutura seria edificada fora da área residencial, nos terrenos de uma exploração agrícola desactivada. Após negociações com os vizinhos e as autoridades locais, o projecto foi aprovado por unanimidade no comité local de planeamento. A contenção e gestão de um orçamento relativamente baixo de £220.000 (ligeiramente acima dos €241.000), implicou que se tivessem de encontrar soluções criativas de forma a não comprometer os pormenores. O estúdio encontra-se bem implantado na paisagem

e os materiais empregues reflectem a sua integração harmoniosa. O conceito do projecto baseia-se num volume de vidro rectilíneo, fechado em ambas as extremidades com superfícies forradas a madeira de lariço europeu (uma espécie de conífera), com um acabamento envelhecido, uniformizando tanto o interior como o exterior. Na fachada Norte, os painéis de vidro sem caixilho permitem a entrada de grande quantidade de luz diurna, para além de proporcionarem vistas para a envolvente. Ao longo da fachada Sul, planos em madeira de lariço, pontuam as fachadas de vidro O edifício encontra-se dividido em módulos com funções dedicadas, incluindo uma biblioteca de arquitectura, zona de reprografia, instalações sanitárias e sala de reuniões. O uso de aço Corten em pormenores um pouco por todo o estúdio, reflectem a origem agrícola e natural do local, acentuando a linearidade da cobertura e os vão exteriores de menores dimensões. No interior do edifício, o pavimento contínuo em calcário acentua a axialidade. Foram aplicadas neste projecto várias soluções e tecnologias com vista à sustentabilidade e ao conforto, incluindo uma turbina eólica, recolha de águas pluviais, instalações de compostagem, uma horta dos funcionários, iluminação economizadora, pavimento com aquecimento, tinta ecológica orgânica, aspiração central e sistema de permuta de ar.

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O estúdio Nicolas Tye Architects é constituído por arquitectos e designers interessados na concepção de ambientes inclusivos, inovadores, salutares e de alta qualidade. A experiência da equipa nos campos da concepção de projectos, bem como a sua organização e fiabilidade, garantiram a confiança dos seus clientes. Num mundo de rápidas mudanças, a resposta deste estúdio para a problemática da arquitectura não passa por seguir modas ou tendências mas sim por se focar na criação de espaços revigorantes e saudáveis. No cerne desta filosofia conceptual, a razão geradora encontra-se ligada às necessidades das pessoas, independentemente da escala ou tamanho das oportunidades de projecto. A prática encoraja activamente os seus clientes a tomar em consideração a sustentabilidade e o meio ambiente, empregando sempre que seja possível materiais naturais e saudáveis. O estúdio Nicolas Tye Architects trabalha em colaboração com proeminentes consultores internacionais, incluindo engenheiros estruturais, gestores de projecto, arquitectos paisagistas, entre outras especialidades e equipas. O estúdio tem a reputação de solucionar problemas, compondo estudos de viabilidade e análises de projectos, ao mesmo tempo que gere e protege os interesses e investimentos dos clientes numa variedade de sectores, desde os projectos de escritórios às residências de luxo, passando pelos espaços comerciais, abarcando hospitais, restaurantes e bares e incluindo projectos artísticos e educacionais. www.nicolastyearchitects.co.uk


ARQUITECTURA projecto The Long Barn Studio | localização Inglaterra | data 2007

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ARQUITECTURA projecto Novela | localização Japão | data 2008

O local de implantação deste projecto encontrase na Prefeitura de Kanagawa, no Japão, numa zona essencialmente residencial. O sítio é plano, de pequenas dimensões e quadrangular. A sua principal característica notável é a ausência de carácter, não sendo um local nem belo nem feio, nem pequeno nem espectacular. O cliente e o autor pretendiam criar um novo espaço de habitação rico e suficientemente espaçoso, em oposição à antiga casa do cliente, que para além de ser diminuta, aparentava ser pequena. Localizada no mesmo lote no novo projecto, foi demolida para dar lugar à presente intervenção. Para alojar as áreas pretendidas pelo cliente, o edifício deveria apresentar três pisos. O volume da habitação tornou-se um cubo, com as dimensões de profundidade, altura e largura sensivelmente iguais; numa especificidade verdadeiramente incaracterística que teria agradado a Palladio ou a Le Corbusier. Para equilibrar este aspecto da habitação, foi feito um esforço para incutir ao interior do cubo um sentido de profundidade e dinâmica espacial, tanto no sentido horizontal como vertical. Todavia, para além da abordagem espacial ao interior, o cubo permanecia visualmente um cubo, quando observado da rua. Nesse sentido, a possibilidade de expressar a personalidade e o carácter introspectivo do

interior do edifício no seu exterior foi abordada como uma questão ética. Por si só, o volume cúbico na sua implantação não apresentava nenhuma característica ou particularidade capaz de gerar uma transformação no seu ambiente. Para mudar este estado, foi convocado um “convidado” especial: a peça, Nu Descendo uma escada, Nº 2, uma obra do Dadaismo, concebida em 1912. Este “convite” não foi levado num sentido literal, antes servindo como elemento inspirador, motivando a introdução num espaço estático de linhas dinâmicas e imagens de movimento. Tendo como base um conjunto de regras foram determinadas as posições de uma série de linhas verticais, assim como de volumes sólidos, semisólidos, e transparentes. Para além deste processo, a aplicação de uma inspiração abstracta ao projecto foi, em vários campos, nos limites da exequibilidade. Suscitando uma série de problemas ao nível da pormenorização, implicando soluções de extrema precisão, as maiores dificuldades fizeram-se sentir nos vários locais do projecto onde o encontro de materiais se processava em planos com ângulos obtusos. O uso do branco como cor principal neste projecto deveu-se à sua neutralidade para com os outros materiais, contribuindo para além disso com um efeito de amplificação de dimensões e distâncias do espaço.

Tomomasa Ueda obteve em 1982, a licenciatura em História e Teoria pelo Instituto de Tecnologia. Em 1986, graduou-se em Belas Artes e Música pela Universidade Nacional de Tóquio. Em 1988, licenciou-se em História e Teoria na Escola de Arquitectura da Associação de Arquitectura. http://october-web.com

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Kenji Nawa estudou na Universidade de Ciência de Tóquio. http://s-uwa.com/


ARQUITECTURA projecto Novela | localização Japão | data 2008

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ARQUITECTURA

30

projecto Novela | localização Japão | data 2008


ARQUITECTURA projecto Novela | localização Japão | data 2008 frame for scale : 17m D

115 625

strage

809

172

1650

A

800

1550

3255

172

970

270

70

air conditioner

145

600

206 280

168

150 78

270 600

100

A1

865 3474

722

650

kitchen unit

100

150

78

stairs: � step: steel plate t=12� frame: square steel pipe150*75*6� finish: paint� banister: bent steel pipe 34*3

LDK

6

4

3

210

210

168

78

150

1

2

2816 210

210

300

E

5

100

750

FL:GL+180� plastic tile� floor heating system

800

168

800

2330

645

90

A

502.78

78

Y1

103

B

F

3950 85

500.33

3850

447.3

890

B1

664

6150

26

696

25

7800

steel plate t=9

frame for scale : 13m

300

FL:GL+180� plastic tile

75

0

50

750

0

172

4200

Sub Living

30 500

strage

air conditioner

722

850

frame for scale : 13m

300

C-75Å~45Å~1.6@455

71

0

strage

35 91 15

0

1049

172

F

D 1820

1080

A0

179.38

78

172 172

100

150

117

168

172

E C

172

FL:GL+130� trowel finished concrete 759

890

105

Y0

1420

Entrance C

2115

4

1250 1150

B

2800

2100

B0 7800

frame for scale : 17m

X0

Planta Piso 0

NOVELA: PLAN

375 80145

Galvanized steel sheet sheet water proofing exposed finish

X1

1m

1F

S=1/30

frame for scale : 17m

Bed Room 4

CH=2300

2300

ŧRSL: GL+8295 ŧRSL: GL+8215

Strage

Utility

LDK

CH=2400

430

ŧ2FL: GL+3010

2400

8440

CH=2100

Bath

frame for scale : 13m

frame for scale : 13m

2100

430

ŧ3FL: GL+5540

180

ŧ1FL: GL+180

760

31

350

ŧGLÅ}0

3850

3950 7800

Corte A

X0

X1

1m


ARQUITECTURA projecto Observation Tower | localização Austria | data 2010

No início da Primavera de 2010, abriu ao público uma nova torre de observação junto ao Rio Mur, localizada no Sul do Land da Estíria, na Áustria, no seio do “Green Belt” Europeu. A partir da torre de observação é possível desfrutar de vistas excepcionais do habitat da floresta de planície aluvial, bem como do rio e as suas alterações sazonais. A Torre Mur foi concebida tendo como ideia geratriz a forma geométrica da dupla hélice, entendida neste caso como um percurso contínuo, elevando-se através das árvores. O trajecto circular atravessa os diferentes níveis da floresta, permitindo ver os diferentes níveis da floresta, possibilitando aos visitantes sentir o microclima local e entender o próprio ecossistema. No topo de uma escadaria com 168 degraus e 27 m de altura, os visitantes alcançam, a plataforma de observação a partir da qual se podem tomar as vistas panorâmicas. Na plataforma, um segundo lance de

escadas impede que os visitantes que ascendem se cruzem com os que descem. Para a concepção deste projecto e em particular no caso da estrutura principal, foi adoptada uma abordagem de colaboração integrada entre arquitectos e engenheiros, levando em consideração uma série de aspectos relevantes não só para a estrutura em si mas igualmente para o próprio processo de fabrico. Desta colaboração resultaram vários estudos e modelos que foram testados e repetidos até se obter uma versão que equilibrasse elementos como forma, movimento e estrutura. O sistema estrutural híbrido da Torre Mur combina elementos fixos com pontos de inter-conexão, treliças e cabos. A estrutura principal é composta por elementos tubulares que proporcionam estabilidade ao conjunto. Os cabos permitem reduzir o nível de oscilação horizontal do topo da torre.

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Klaus K. Loenhart é um arquitecto que possui uma elevada percepção ao nível da teoria da arquitectura e experiência no âmbito da arquitectura paisagista. A sua multidisciplinaridade resultou da sua colaboração com o atelier Herzog & deMeuron, como também dos seus estudos e docência na Universidade de Harvard. Em 2003, após o seu retorno à Europa, fundou em sociedade com Christoph Mayr, o atelier terrain: loenhart&mayr. Em 2006, Klaus Loenhart ascendeu ao cargo de professor e director no Instituto de Arquitectura e Paisagismo da Universidade Técnica de Graz, Áustria. Christoph Mayr é um arquitecto experiente, cuja prática resulta da fusão entre os campos da arquitectura e o paisagismo. Nos seus trabalhos incluem-se intervenções de grande escala, desenvolvidas em colaboração com o escritório Kiessler and Partner architects, bem como para a sua própria firma. Em 2003, fundou o atelier terrain: loenhart&mayr, em sociedade com Klaus K. Loenhart. terrain: loenhart&mayr é uma firma multidisciplinar que combina conhecimentos das áreas da arquitectura, urbanismo e paisagismo. http://terrain.de/cms/


ARQUITECTURA projecto Observation Tower | localização Austria | data 2010

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ARQUITECTURA

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projecto Observation Tower | localização Austria | data 2010


ARQUITECTURA projecto Observation Tower | localização Austria | data 2010

Planta de Cobertura Alçado

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ARQUITECTURA projecto H House | localização Holanda | data 2009

Concebida para um casal, a H-House localiza-se numa zona verde de Maastricht. Os clientes, uma bailarina e um actor, são igualmente arquitectos paisagistas. Por detrás do lote, encontra-se um jardim formal ocasionalmente aberto ao público. O interior da casa é basicamente um espaço semelhante a um loft com um mezzanino central. Dois volumes menores e independentes, correspondendo à entrada e à instalação sanitária, encontram-se dispostos adjacentes ao volume principal. Terraços definem a posição e a forma da casa, tendo cada um o seu próprio carácter. Abdicando da existência de paredes estruturais, apenas alguns pilares rectangulares suportam as lajes da casa, posicionados estrategicamente

para minimizar o impacto. Todas as paredes, tanto interiores como exteriores, são em vidro. Dentro deste ambiente tipo loft, as escadas da casa funcionam como um objecto independente. O nível adequado de privacidade pode ser controlado por cortinas que de forma suave definem os espaços interiores. A combinação de elementos em vidro transparente e opaco, assim como a fachada, como porções fixas e deslizantes, permite criar um conjunto de respostas possíveis às alterações sazonais e à diminuição da luz do dia. Assim, os espaços da casa encontram-se permeados por uma riqueza que se deve ao sobrepor de materiais, em variações e composições despojadas.

Wiel Arets nasceu em 1955, na cidade de Heerlen, Holanda. Licenciou-se em 1983 na Universidade Técnica de Eindhoven. No mesmo ano, fundou em Heerlen o atelier Wiel Arets Architect & Associates. Em 1997, mudou-se para Maastricht, tendo aberto em 2004 sucursal em Amesterdão e em 2008 em Zurique. O estúdio Wiel Arets Architect & Associates tem experiência na área do urbanismo e da arquitectura em diversas escalas, tanto no domínio da arquitectura privada, como na concepção de edifícios públicos. Para além destas actividades, o estúdio desenvolve projectos em colaboração na área do design de equipamento, tanto para produção em massa como para execução em séries limitadas. Wiel Arets desempenhou diversas funções docentes em instituições académicas e universidade de prestígio, incluindo a Academia de Arquitectura de Amesterdão e Roterdão, a Academia de Arquitectura de Londres, a Universidade da Columbia, a Cooper Union em Nova York, a HAK em Viena, o UdK em Berlim e a Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes, em Copenhaga. De 1995 a 2003, foi Deão do Instituto Berlage de Amesterdão/Roterdão, tendo leccionado nesta instituição até 2009.

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Desde 2003 é membro da Comissão Consultiva da Universidade de Princeton. O trabalho do estúdio Wiel Arets Architect & Associates foi amplamente publicado em monografias e revistas da especialidade, tendo sido reconhecido igualmente pela atribuição de diversos prémios, nomeadamente o Prémio Charlotte Köhler em 1988; o Prémio Rotterdam Maaskant em 1989; a nomeação como Arquitecto Emergente no Prémio Europeu de Arquitectura de 1994, o Prémio Rietveld em 2006, entre outros. www.wielaretsarchitects.nl


ARQUITECTURA projecto H House | localização Holanda | data 2009

© Joao Morgado

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© Joao Morgado

© Joao Morgado


ARQUITECTURA projecto House K | localização Japão | data 2010

Para este projecto residencial, o cliente pretendia um open space interior. Ao mesmo tempo, uma das suas condições prendia-se com o desejo de que a imagem do edifício fosse revelada para o exterior, adquirindo alguma forma o carácter e a espacialidade associados à vivência numa pequena localidade rural. Na realidade, esta proposta encontra-se localizada no seio de uma área residencial comum, rodeada de casas de edificação convencional, Tendo em consideração o clima rigoroso de Hokkaido, uma solução que passasse pela abertura de grandes vãos para o exterior foi descartada e considerada inapropriada. Mantendo a forma exterior da habitação, a solução de Yoshichika Takagi baseou-se na ideia de conceber um espaço que embora sendo um interior, transmitisse uma sensação de exterior, uma espécie de cenário dentro do edifício. Tentar conceber um espaço interior aberto que levasse em consideração as condições específicas

do local, conduziu à ideia de criar espaços interiores com formas semelhantes a casas. Uma vez dispostas numa composição, poderiam simular a imagem de uma pequena aldeia. A forma de uma casa foi o código utilizado para a divisão do espaço interior e exterior, sendo a aldeia o código significante de exterior. Empregando estes códigos, a proposta do arquitecto surge como um cenário de interiores e exteriores entrelaçados. Após alguns ensaios, chegou-se à conclusão de que 3 “casas” seriam os elementos suficientes para transmitir a sensação de aldeia, potenciando uma relação entre interior e exterior. A solução final derivou do posicionamento de 6 perfis em forma de casa, no seio de um espaço interior envolvente. Uma das seis casas foi concebida como um terraço interior. Como um contentor, as formas são efectivamente interiores contudo, com o uso regular, a composição transmite uma sensação alternada entre espaço interior e exterior.

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© Seiya Miyamoto

Yoshichika Takagi, nasceu em 1975 em Sapporo Hokkaido, Japão. Em 1998 obteve a graduação na Universidade Hokkai Gakuen, assim como estudou na Architectural Association School of Architecture entre 2000 e 2001. De 2001 a 2005, trabalhou para o N Maeda Atelier. Em 2005, fundou o seu próprio estúdio, o Sekkei-sha inc. Yoshichika Takagi desempenha igualmente funções como professor em regime parcial na Universidade Hokkai Gakuen. www.sekkeisya.ecnet.jp


ARQUITECTURA projecto House K | localização Japão | data 2010

© Seiya Miyamoto

© Seiya Miyamoto

© Seiya Miyamoto

© Seiya Miyamoto

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© Seiya Miyamoto


ARQUITECTURA projecto House K | localização Japão | data 2010

Planta Piso 0

40

Corte


Myer

Buro North

Light Formes

Home 07 i29

SWARM

ILIDE

Mike and Maaike

The Club

Bartosz Janusz salon

Ministry of Design

Tokyo Baby Cafe

Moomoo Architects

BeClinique

Nendo

OPENLAB architects

Six Senses

The Romanticism Shop

Patrick Blanc

SAKO architects


DESIGN projecto Myer | localização Austrália | data 2010

A sede da MYER, a maior empresa australiana da área do vestuário, foi recentemente transferida para a zona das Docklands, em Melbourne. O atelier BVN Architects incumbiu o estúdio Büro North pela concepção da sinalética e decoração gráfica de todo o edifício.

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Após uma meticulosa fase inicial de pesquisa, o estúdio Büro North apresentou uma proposta de design abrangendo integralmente os nove pisos do

edifício, sendo cada um sujeito à temática da moda nas diferentes décadas do século XX, começando no 1º piso com os anos 1910 e ascendendo até ao nono e aos anos 90. Gráficos nas paredes, elementos de orientação em relevo e sinalética foram desenvolvidos empregando materiais relevantes para cada uma das décadas. Os pictogramas das instalações sanitárias reflectem igualmente esta temática. O conjunto resultou numa interpretação sofisticada e subtil da herança empresarial da MYER.

Fundado em 2004, o Büro North é um estúdio de design liderado pelo Director de Design Soren Luckins e o Director Finn Butler. A sua equipa multidisciplinar produz trabalho que abarca as disciplinas do design gráfico, o design de equipamento e o firmar de novas tendências. O trabalho e design produzido pela Büro North têm como base o compromisso pela qualidade, tanto na criação de produtos, como de marcas, identidades, publicações, assinaturas, elementos gráficos e sinalética. O principal objectivo do estúdio passa pela descoberta do potencial absoluto de cada projecto, assim como da resolução dos problemas dos clientes em relação ao design e à comunicação, trabalhando com rigor, maturidade e criatividade. www.buronorth.com


DESIGN projecto Myer | localização Austrália | data 2010

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DESIGN projecto Home 07 | localização Holanda | data 2010

Este apartamento, localizado na zona Sul de Amesterdão, Holanda, foi concebido para uma família de quatro pessoas, encontrando-se integrado num edifício de aparência senhorial. A estrutura original, incluía quartos para os empregados, um salão duplo e longos corredores com imensas portas, tendo sido convertida numa habitação espaçosa, transparente, arejada e luminosa. A cozinha apresenta um conjunto de armários de chão ao tecto em painéis cortados a laser, com acabamento a tinta branca, pintada a spray. O padrão resultante da mistura de espaços vazios e cheios atribuiu uma grande dinâmica ao espaço,

integrando-se em alguns dos volumes vazios as guardas e corrimãos. A transparência das superfícies nesta intervenção, em conjugação com as peças de mobiliário seleccionadas, permitiu atribuir aos espaços atmosferas caracterizadas por uma sensação de profundidade. Um átrio com escadarias abertas permite que a luz natural flua de uma grande clarabóia até à zona da sala de estar. Ao longo das escadarias, um plano de parede com pé direito duplo, revestido a madeira, une ambos os níveis. No piso superior encontra-se o quarto principal, que inclui uma espaçosa casa de banho com acabamentos cerâmicos assinados por Patricia Urquola, vidro e mobiliário em madeira.

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Jaspar Jansen, nascido em 1970 e Jeroen Dellensen, nascido em 1972, juntaram forças em 2001. Um ano depois, fundaram o i29 | interior architects um estúdio de design de interiores criativo e versátil. Com fim à concepção de projectos inteligentes e de imagens marcantes, o espaço constitui-se como o elemento guia deste estúdio em projectos baseados em abordagens caracterizados pela clareza e uma particular atenção aos pormenores. O seu trabalho baseia-se em ideias fortes, articuladas e precisas. Os projectos do estúdio abarcam uma grande variedade de áreas, incluindo clientes privados e corporativos. O estúdio i29 | interior architects foi nomeado diversas vezes para vários prémios, tais como o Rotterdam Design Award, os Dutch design Awards, os LAI Awards e o Great Indoors Award. O trabalho deste atelier foi reconhecido com um Prémio Dutch Design, pelo menor projecto de interiores e um Prémio Great Indoors, pelo melhor projecto para espaço de escritório. O estúdio foi publicado em diversas revistas e publicações, tanto holandesas como internacionais. www.buronorth.com


DESIGN projecto Home 07 | localização Holanda | data 2010

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DESIGN projecto Light-Form | localização Itália | data 2010

Light-form é um sistema de iluminação modular que consiste num número variável de módulos idênticos, completamente dependentes uns dos outros, ligados entre si para criar um mosaico dinâmico, interagindo com o utilizador, permitindo aumentar a luminosidade pela manipulação do próprio objecto, num jogo de abertura de formas, luz e contraste. Conforme o utilizador enceta o processo de abertura, a luminosidade é revelada através de intensas superfícies emissoras ou reflectoras de luz. Quando o sistema é encerrado, a luz é ocultada. Desta forma, o sistema de iluminação é integrado de forma completa na própria parede, funcionando como um equipamento e uma textura. A possibilidade de mudar a cor da superfície, abre portas para um jogo de eterna “criação” de padrões, através da manipulação dos mosaicos dobráveis de cada painel modular.

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Ao escolher o tipo de material, a quantidade e a qualidade da luz, o utilizador pode personalizar o seu espaço da forma mais conveniente. No momento da instalação, o sistema é integrado no

material existente, tornando-se uma variação do mesmo. A manipulação da estrutura permite criar diferentes tipos de incidências, num conceito que se inspirou no processo de mineração, no qual se torna necessário escavar a rocha opaca para se obter os minerais preciosos, neste caso, luz. O sistema Light-Form foi concebido empregando uma inovadora tecnologia de patente italiana, que utiliza cunhas em madeira de plátano europeu para a execução da “face opaca” do Light-Form. Os painéis modulares podem ser combinados de modos distintos, com a possibilidade de se virem a desenvolver novos módulos num futuro próximo, juntando a emoção natural da madeira e a pureza da iluminação OLED a este inovador “jogo de luz”. O protótipo do Light-Form foi apresentado no passado mês de Abril, por ocasião da Semana do Design de Milão, tendo desde logo suscitado um considerável interesse. O produto estará disponível a partir de Dezembro de 1010, sendo distribuído pela companhia italiana ILIDE - Italian Light Design, no formato de módulos com 1x1m, em diferentes configurações fáceis de montar e capazes de cobrir qualquer superfície.

Daniele Gualeni licenciou-se em engenharia. Tendo cultivado ao longo da sua juventude o gosto e o interesse por Arte e Design, criou, dirigiu e coordenou revistas, associações culturais e exposições de arte. Em paralelo, trabalhou como designer freelancer para várias empresas italianas. Em 2006, mudou-se para Nova York, onde trabalhou em colaboração com diversos artistas e designers. Em 2008, reforçou a sua paixão pelo design, ao obter o grau de Mestre em Design Industrial no Instituto Politécnico de Milão. Gere e dirige desde 2009 o seu próprio estúdio de design industrial. Os seus principais interesses vão no sentido da fusão entre a arte, a ciência, a criatividade, novas técnicas e materiais inovadores, na concepção de produtos amigos do ambiente. Francesca Rogers cresceu entre Londres e Milão. Após a realização de um curso de Arte & Design, na Central Saint Martins, estudou arquitectura no Instituto Politécnico de Milão, tendo participado no Programa Erasmus na UPC de Barcelona. Após ter completado o terceiro ano, mudou-se para Londres onde finalizou os seus estudos. Após um estágio no atelier Claudio Silvestrin Architects obteve a inscrição na Architectural Association e na RIBA, parte I e II. Divide o seu tempo entre uma colaboração em regime de part-time com um gabinete de arquitectura em Milão e os seus próprios projectos. Adepta dos workshops como experiência de vida e de design, tomou parte em vários ao longo da sua vida académica, tendo viajado ao Mali, Japão e Tailândia. A sua prática foca-se na concepção ponderada de design que vá ao encontro das necessidades básicas dos utilizadores. www.ilide.it


DESIGN projecto Light-Form | localização Itália | data 2010

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DESIGN projecto Swarm | localização Aplicação Geral | data 2010

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O termo Swarm (Enxame) descreve um agregado de insectos de espécie e tamanho semelhantes que se deslocam no mesmo sentido. As divisórias Swarm apresentam uma organização similar, suavizando os espaços com maior ou menor evidência, atribuindolhes textura e movimento. O sistema autoportante

Swarm permite uma grande flexibilidade em termos de densidade e escala. A combinação harmoniosa de unidades permite a criação de pequenos espaços iluminados e intimistas em ambiente de open-space. Este sistema de divisórias é fabricado e vendido pela Council Inc. www.councildesign.com

O estúdio de design industrial Mike and Maaike é dirigido por Mike Simonian e Maaike Evers. Criado como um laboratório de design, este estúdio de São Francisco trabalha de forma independente ou em conjunto com os seus clientes, no sentido de conceber soluções inovadoras no âmbito do design de produto, mobiliário tecnologias, vestuário, ambientes e veículos. Sendo Maaike Evers de origem holandesa e Mike Simonian natural da Califórnia, os distintos percursos de vida reflectem-se igualmente na diferenciação do tipo de trabalho, marcado pela experiência individual, substância e fortes narrativas conceptuais. www.mikeandmaaike.com


DESIGN projecto Swarm | localização Aplicação Geral | data 2010

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DESIGN projecto The Club | localização Singapura | data 2010

O The Club é o mais recente projecto do atelier Ministry of Design, um hotel design / boutique, localizado na zona chic de Club Street, Singapura, com uma oferta de 22 quartos exclusivos, um bar de cobertura com deck solário e um bar de tapas no piso térreo. O atelier MOD esteve à frente de uma concepção de design unificada, abrangendo não só o espaço mas igualmente a decoração e a sinalética. Destinado ao segmento Design & Lifestyle e a clientes “nómadas globais”, o The Club surge como uma mescla entre sofisticação e conforto na vanguarda da globalização, situado num local desde já distinto por si só.

A inspiração para este projecto surgiu de duas fontes: o passado colonial de Singapura e a popularidade da área como um dos locais favoritos para os emigrantes chineses do início do século. A primeira fonte encontra ecos na intervenção ao nível das instalações de arte e de algumas peças de mobiliário e artefactos. A segunda influência permeia todos os quartos do The Club, onde o nómada dos nossos dias se cruza momentaneamente com o nómada do passado. Todos os quartos combinam design de inspiração colonial com pormenorização contemporânea, atitude e conforto, resultando numa estética colonial chic.

© CI&A Photography

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Jaspar Jansen, nascido em 1970 e Jeroen Dellensen, nascido em 1972, juntaram forças em 2001. Um ano depois, fundaram o i29 | interior architects um estúdio de design de interiores criativo e versátil. Com fim à concepção de projectos inteligentes e de imagens marcantes, o espaço constitui-se como o elemento guia deste estúdio em projectos baseados em abordagens caracterizados pela clareza e uma particular atenção aos pormenores. O seu trabalho baseia-se em ideias fortes, articuladas e precisas. Os projectos do estúdio abarcam uma grande variedade de áreas, incluindo clientes privados e corporativos. O estúdio i29 | interior architects foi nomeado diversas vezes para vários prémios, tais como o Rotterdam Design Award, os Dutch design Awards, os LAI Awards e o Great Indoors Award. O trabalho deste atelier foi reconhecido com um Prémio Dutch Design, pelo menor projecto de interiores e um Prémio Great Indoors, pelo melhor projecto para espaço de escritório. O estúdio foi publicado em diversas revistas e publicações, tanto holandesas como internacionais. www.buronorth.com


DESIGN projecto The Club | localização Singapura | data 2010

© CI&A Photography

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© CI&A Photography

© CI&A Photography


DESIGN projecto Bartosz Janusz Hairdresser Salon | localização Polónia | data 2010

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O objectivo proposto pelo cliente passava pela introdução de uma área comercial no seio de um salão de cabeleireiro, cumprindo igualmente uma função secundária, servir de espaço de exposição para peças de vestuário concebidas por novos designers, seleccionadas por um famoso estilista polaco. Uma zona de provas encontra-se oculta por uma parede cortina que separa visualmente a zona comercial do salão de cabeleireiro. Planos de parede inclinados são intercalados por rasgos horizontais, abrindo espaços para prateleiras, onde se expõem produtos para o cabelo, proporcionando

igualmente superfícies de apoio funcional. Pilares esguios revestidos a espelhos são utilizados tanto pelos cabeleireiros como pelos seus clientes, proporcionando uma abundância de espaço de armazenamento no seu interior. O dinamismo espacial e as múltiplas reflexões permitem a existência de uma multiplicidade de vistas e perspectivas do espaço, resultando num ambiente irreverente e criativo próprio para a actividade dos mestres cabeleireiros. Ao longo das aberturas das janelas e junto à entrada, existe bastante espaço de espera destinado aos clientes.

MOOMOO ARCHITECTS é um atelier fundado em 2003 por Jakub Majewski e Łukasz Pastuszka, que se dedica à elaboração de projectos comerciais e habitacionais. Jakub Majewski, licenciado em arquitectura, encontra-se actualmente a elaborar a sua dissertação de mestrado no IAIU - Instituto de Arquitectura e Planeamento Urbano da Universidade Técnica de Lodz. Participou em diversos workshops na Bélgica e Alemanha, tendo colaborado em vários ateliers de Lodz. Łukasz Pastuszka realizou o seu estágio em Lausanne, Suiça e Copenhaga, Dinamarca. É Mestre em Arquitectura pelo IAIU - Instituto de Arquitectura e Planeamento Urbano da Universidade Técnica de Lodz, encontrando-se actualmente a elaborar a sua tese de doutoramento na WSSiP – Faculdade de Artes e Design de Lodz. http://moomoo.pl/


DESIGN projecto Bartosz Janusz Hairdresser Salon | localização Polónia | data 2010

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DESIGN projecto Tokyo Baby Cafe | localização Japão | data 2010

O Tokyo Baby Café, localizado no bairro de Omotesando, Tóquio, é um espaço destinado a pais e crianças, um conceito de coffea shop onde os pais podem desfrutar e relaxar, sem se terem de preocupar demasiado com os seus filhos ou com quem está à sua volta. Para além de dispor de grande quantidade de brinquedos e livros infantis, este espaço dispõe de uma sala de brincar, salas privadas, espaços de infantário e fraldário. A largura das zonas de circulação facilita a passagem de cadeirinhas. Interruptores e puxadores de portas encontram-se acima do alcance das crianças. Este café foi concebido para ser utilizado por duas escalas bem distintas de utilizadores, adultos e crianças. Consequentemente, o interior apresenta esta diferença de escalas. Para além desta questão, os adultos e as crianças têm formas diferentes

percepcionar o mundo. Tomando como exemplo uma mesa: os adultos tendem a levar em conta apenas o que se passa no seu tampo e a interagir com os objectos que são colocados sobre ele. As crianças tendem a ver a mesa ao contrário: as pernas “transformam-se” em pilares e o tampo transforma-se num tecto. O mobiliário deste espaço, com a escala “absolutamente grande” e “absolutamente pequena”, tira partido destas duas perspectivas, onde um sofá pode adquirir a escala de um quarto de brincar quando ampliado. Janelas de grandes dimensões encontram-se emparelhadas com outras extremamente pequenas, lâmpadas pequenas com lâmpadas pequenas lado a lado. As pranchas do pavimento variam de dimensão e o reverso dos tampos das mesas (onde os olhos dos pais não chegam), escondem imagens de pais e animais bebés.

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© Jimmy Cohrssen

Proporcionar a cada pessoa um pequeno momento “!” Existem tão poucos momentos “!” ocultos no nosso dia-a-dia… E mesmo assim não os reconhecemos. Mesmo quando os reconhecemos como tal, inconscientemente desligamos as nossas mentes e tendemos a esquecer que os vimos. Acreditamos no entanto que estes pequenos momentos “!” são o que torna os nossos dias mais interessantes, mais ricos. www.nendo.jp


DESIGN projecto Tokyo Baby Cafe | localização Japão | data 2010

© Jimmy Cohrssen

© Jimmy Cohrssen

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© Jimmy Cohrssen

© Jimmy Cohrssen


DESIGN projecto Be Clinique | localização Lisboa Portugal | data 2010

A competitividade das empresas depende da modernização dos seus serviços. Uma imagem marcante funciona como catalisador, demarcando-se da concorrência e representando um valor acrescentado.

concretizaram-se dois tipos de ambientes na zona de espera: um dele mais privado, para quem se quer concentrar na leitura e outro mais exposto junto ao balcão, onde através de uma janela se desfruta de uma vista sobre a cidade.

Foi com base nestes pressupostos que a Be Clinique, situada numa das zonas mais emblemáticas de Lisboa – a rua Castilho, elegeu a OPENLAB architects para reformular 200m2 de escritórios numa clínica dentária com 5 gabinetes dentários. Pretendia-se com este projecto, lançar a imagem do conceito de clínica dentária Be Clinique.

A criação de uma imagem “clean” conjugada, com jogos de luz indirecta conferiu carácter ao espaço, aproveitando a mais-valia de todos os gabinetes da clínica disporem de uma vista sobre Lisboa.

O espaço da recepção e sala de espera mereceram especial destaque nesta intervenção, uma vez que esta é a zona do primeiro contacto do Cliente com a clínica. A elaboração de um filtro metálico na entrada permitiu, não só, limitar a visibilidade para a sala de espera mas também dar continuidade ao espaço, para que este não fosse quebrado. Assim,

Com o objectivo de se tornar um espaço multifuncional e flexível, foi ainda elaborado um gabinete totalmente em vidro, possibilitando, deste modo, satisfazer a necessidade de dar formação em técnicas cirúrgicas. Os tons propostos são os do conceito Be Clinique: o preto e o cinzento prata. Através das cores e dos jogos de luz foi alcançado o dinamismo, pressuposto sobre o qual toda a clínica foi concebida.

Gonçalo Guerreiro nasceu em Lisboa. Licenciou-se em Arquitectura pela Universidade Lusíada de Lisboa em 2003. Em 2004, iniciou a sua colaboração no atelier Park Associati, em Milão. Colaborou igualmente com David Chipperfield e com Cino Zucchi. Regressou a Portugal em 2006, tendo desenvolvido em colaboração com Jennifer Gomes dois projectos de habitações unifamiliares e uma clínica em Alcochete. De 2007 a 2009 colaborou com Norman Foster - Foster+Partners, em Londres. No final de 2009 estabeleceu atelier em Lisboa em conjunto com Jennifer Gomes. Jennifer Gomes nasceu em Lisboa. Licenciou-se em Arquitectura pela Universidade Lusíada

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de Lisboa em 2003. Colaborou no atelier de Gonçalo Byrne, onde teve o seu primeiro contacto com a arquitectura. Em 2004 partiu para Milão, Itália, tendo colaborado no atelier Park Associati, e com Cino Zucchi. Colaborou ainda no campo do design e da iluminação para a Fontanarte. Já em Portugal, em 2006, desenvolveu juntamente com Gonçalo Guerreiro projectos para duas habitações unifamiliares e uma clínica em Alcochete. Entre 2006 e 2009 colaborou com o atelier de Norman Foster - Foster+Partners, em Londres. No final de 2009 estabeleceu atelier em Lisboa, com Gonçalo Guerreiro. OPENLAB architects é um laboratório multidisciplinar de desenvolvimento de ideias na área da arquitectura e design de interiores, oferecendo suporte aos seus clientes desde a fase da concepção ao projecto final, acompanhamento e fiscalização de obra. Este atelier foi premiado em Maio de 2010 nos World Architecture Awards. Em Junho de 2010 foi publicado no jornal Construir. Em Julho de 2010 foi convidado para integrar o ciclo de conferências Jovens arquitectos premiados internacionalmente, com o apoio da Ordem dos Arquitectos Portugueses, no Museu do Design e da Moda – MUDE, em Lisboa www.openlabarchitects.com


DESIGN projecto Be Clinique | localização Lisboa Portugal | data 2010

© João Ferrand & Mariana Ternudo

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© João Ferrand & Mariana Ternudo

© João Ferrand & Mariana Ternudo


DESIGN projecto Six Senses | localização França | data 2010

A Six Senses tem como objectivo proporcionar aos seus clientes experiências de spa únicas e memoráveis. A pirâmide de seis esferas que constitui o logotipo da Six Senses simboliza a sua filosofia: As esferas da base representam os sentidos de visão, audição e tacto. O nível seguinte é composto pelos sentidos do paladar e do olfacto. A esfera do topo representa o equilíbrio e uma sensação de euforia e satisfação apenas possível de alcançar pelo equilíbrio dos cinco sentidos. A diversidade criativa e conceptual dos diferentes spas da Six Senses dá corpo á habilidade desta empresa em se adaptar de forma orgânica e natural

a todos os ambientes culturais e países onde opera, tentando sempre proporcionar locais onde os seus utentes se possam revitalizar e relaxar. O primeiro “santuário urbano” da Six Senses em França, encontra-se na Rua de Castiglione, esplendidamente localizado perto da Place Vandome e dos Jardins das Tulherias. Este deslumbrante spa foi concebido pelo arquitecto francês Pierre David, introduzindo uma interpretação parisiense ao conceito da Six Senses. Perfeitamente integrado na sua envolvente, o projecto colhe influências do skyline de Paris, dos Jardins das Tulherias e de formas orgânicas e naturais, equilibrando elementos como o céu, a terra e a madeira natural.

Patrick Blanc nasceu a 3 de Junho de 1953 em Paris, França.

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www.verticalgardenpatrickblanc.com


DESIGN projecto Six Senses | localização França | data 2010

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DESIGN projecto Romanticism 2 em Hangzhou | localização China | data 2008

As peças de vestuário são confeccionadas a partir de tecidos bidimensional, destinando-se a envolver corpos tridimensionais. Numa primeira fase, o conceito de roupa encontrava-se ligado ao controlo da temperatura do corpo, tendo evoluído mais tarde para a noção de uma “segunda pele”. Tal como as roupas, o espaço envolve o corpo, ajustando a sua temperatura. Ao contrário das peças de vestuário, o espaço não se move com o corpo. Em vez de definir o espaço através de elementos tais como pavimentos, paredes e tectos, esta proposta baseou-se na ideia de “vestir” o espaço com uma “pele”, capaz de cumprir com uma série de funções, abarcando a partição do espaço e o mobiliário, expressando a ideia de “Roupa como espaço” e “Espaço como Roupa”. A nova boutique da cadeia Romanticism, uma marca que conta com perto de 500 lojas, encontra-se localizada perto do Lago Xihu, no centro da cidade de Hangzhou, na Província de Zhejiang, China. A “rede orgânica” estende-se ao longo de todo o espaço

mudando suavemente de forma, sendo absorvida pela fachada, abarcando os espaços interiores, atingindo o primeiro piso e envolvendo-o. Perto das escadas, a rede expande-se para a cave. A rede muda de forma, tornando-se elemento separador, balcão de atendimento, assentos, mobiliário e inclusive, guarda de escada. Funcionando como uma terceira “pele”, a rede apresenta uma estrutura aparentemente orgânica, com “ossos”, “carne” e “pele”, sendo os ossos constituídos por aço reforçado, a “carne” por espuma de isolamento combinada com fibra de vidro e a “pele” composta por resina epóxica com acabamento a tinta de óleo. Superfícies com acabamento espelhado foram empregues no tecto do primeiro piso, criando uma sensação visual de grande impacto, com a iluminação irradiando do tecto baixo. Os objectos reflectidos nestas superfícies aparentam estar debaixo de água, simulando um interessante efeito de reversão, com uma superfície de água acima dos visitantes.

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© Koji Fujii / Nacása & Partners Inc.

Keiichiro Sako nasceu em 1970 na cidade de Fukuoka, Japão. Licenciou-se em 1994 no Instituto de Tecnologia de Tóquio, tendo obtido o Grau de Mestre na mesma instituição em 1996. De 1996 a 2004, colaborou com a firma Riken Yamamoto & Field Shop, tendo em 2004 fundado o atelier SAKO Architects e co-presidido a Associação Asiática de Arquitectos. Entre 2004 e 2005, Keiichiro Sako foi Professor Convidado na Universidade da Colúmbia, EUA e representante da Agência Japonesa para os Assuntos Culturais. www.sako.co.jp/


DESIGN projecto Romanticism 2 em Hangzhou | localização China | data 2008

© Koji Fujii / Nacása & Partners Inc.

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© Koji Fujii / Nacása & Partners Inc.


DESIGN

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projecto Romanticism 2 em Hangzhou | localização China | data 2008

© Koji Fujii / Nacása & Partners Inc.


The Spyfrost David Trautrimas

Tape Installation

UK Pavilion

For Use Numen

Heatherwick Studio

Paco

Plasticamente Pavilion

Widnes Future Flower

Suprematism

Schemata Architecture

Tonkin Liu

Studio Giovanetti Design

Zaha Hadid


A B O U T: N O W projecto Tape Installation | localização Aplicação Variável | data 2010

Instalação de fita autocolante durante o Querl Teatro Odeon, Viena. A instalação foi executada num teatro estilo neoclássico de inspiração renascentista, servindo de espaço para uma performance de 17 minutos, envolvendo três dançarinos, por ocasião do Quer, um simpósio subordinado à interactividade, organizado pela Departure. A instalação foi executada ao longo de dois dias, utilizando 600 rolos de fita autocolante transparente convencional (cerca de 40km de fita).

Instalação de fita autocolante no Festival Mikser | 25 a 29.05.2010 | Big Flour-Mill, Belgrado. O Mikser é o maior festival de design do Sudoeste Europeu. A instalação foi colocada debaixo do telhado de uma plataforma de descarga, ligando esta plataforma ao silo, no outro lado de uma ponte de transporte de cereais. A instalação foi executada ao longo de quatro dias, durante aproximadamente 160 horas, utilizando 700 rolos de fita autocolante transparente convencional (cerca de 45km de fita).

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© Vanja Solin

O grupo For Use foi formado em Viena, em 1998, resultando da colaboração entre Sven Jonke, Christoph Katzler e Nikola Radeljkovic. Jonke and Radeljkovic estudaram na Escola de Design e na Faculdade de Arquitectura de Zagreb. Katzler estudou na Escola Superior de Artes Aplicadas de Viena. For Use concebeu projectos para a Cappellini, ClassiCon, Interluebke, Labbate, Magis, MDF Italia, Moroso e Zanotta, entre outros. Projectos para exposições, stands, cenografia e eventos são concebidos sob o nome de Numen. www.foruse.eu www.numen-light.eu


A B O U T: N O W projecto Tape Installation | localização Aplicação Variável | data 2010

© Vanja Solin

© Vanja Solin

© Vanja Solin

© Vanja Solin

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© Vanja Solin


A B O U T: N O W projecto UK Pavilion, Expo Shanghai 2010 | localização Cina | data 2010

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O pavilhão do Reino Unido na Expo 2010 de Xangai expressa a criatividade e o compromisso britânico para com o Ambiente, no maior evento do género, desde que se deu início ao fenómeno das Expos em 1851, com a Grande Exposição de Londres no Crystal Palace. Realizada sob os auspícios do Bureau International des Expositions, a Expo de Xangai é a maior de sempre. A concepção do pavilhão do Reino Unido ficou a cargo do Estúdio Heatherwick, vencedor do concurso lançado por uma comissão do Foreign & Commonwealth Office (FCO). A estratégia que norteou a proposta encontrava-se assente em três ideias que iam ao encontro das expectativas da comissão FCO, com o objectivo de tornar o pavilhão uma das cinco principais atracções da Expo: conceber um edifício cuja arquitectura fosse uma manifestação directa do conteúdo exposto; garantir a existência de uma área significativa de espaço público em torno do pavilhão para relaxar ou admirar o edifício; tornar o pavilhão único entre as centenas e outros edifícios, eventos e programas. Em colaboração com uma equipa de projecto alargada, o estúdio desenvolveu o conceito explorando a relação entre as cidades e a natureza. Desta abordagem, surgiu a ideia de se associar ao projecto Millennium Seedbank dos Kew Gardens, que tem como missão recolher até 2020 exemplares de 25% de todas as espécies de plantas do mundo. O processo de criação levou à concepção de dois elementos experimentais interconectados: um ícone arquitectónico, a Catedral das Sementes e uma envolvente paisagística em múltiplos estratos, abrangendo os 6,000m2 da implantação. A Catedral das Sementes encontra-se implantada no centro do lote. Com 20 metros de altura, é composta por 60.000 varões transparentes de fibra óptica, cada um com 7.5m de comprimento, contendo uma ou várias

sementes na sua ponta. Durante o dia, o sistema de fibra óptica transmite a luz do dia para o interior. De noite, fontes de luz dentro de cada varão permitem que toda a estrutura brilhe. Conforme o vento, os elementos em fibra óptica do edifício movem-se suavemente, criando um efeito dinâmico. Dentro do “santo dos santos” da Catedral das Sementes, as pontas dos filamentos de fibra óptica formam uma espécie de “galáxia” de vitrinas estreitas, contendo sementes. Os visitantes poderão atravessar este espaço tranquilo e contemplativo, rodeados por dezenas de milhar de pontos de luz. A Catedral das Sementes é constituída por uma estrutura compósita em madeira, aço e 60.000 filamentos ópticos com 20mm de secção, contidos em “mangas” de alumínio. Os orifícios que atravessam a estrutura em madeira com 1m de espessura que conforma o espaço dos visitantes foram executados com a máxima precisão geométrica, de forma a garantir o correcto posicionamento das “mangas” de alumínio através das quais os filamentos de fibra óptica foram inseridos. Para obter este grau de precisão, foram empregues dados gerados através de modelos 3D, posteriormente inseridos em perfuradoras de alta precisão. Numa Expo marcada por superfícies rígidas, a Catedral das Sementes e a sua envolvente foram concebidas como um todo, continuando a textura do próprio edifício. Uma superfície especial de relva artificial foi desenvolvida especificamente para o pavilhão, contribuindo para o uso público deste espaço. A entrada para o edifício, enquadrada pela intervenção paisagística, ventilada e ensombrada naturalmente, encontra-se sob a própria Catedral das Sementes. Contida na zona de circulação do pavilhão, encontra-se uma narrativa evocativa constituída por três instalações ambientais concebidas pelo estúdio Troika.

Thomas Heatherwick é um dos principais criativos do Reino Unido. Tendo estabelecido o seu estúdio em 1994, o trabalho produzido não se enquadra nos limites tradicionais, abarcando a arte, a arquitectura o design de equipamento e muito mais. Contando com uma equipa multifacetada composta por arquitectos, designers e fabricantes, o estúdio opera a partir de um escritório e oficina localizado em King’s Cross, Londres. Entre os diversos projectos realizados incluem-se o East Beach Café, premiado com um prémio da RIBA, a loja sede da Longchamp’s La Maison em Nova York e a Rolling Bridge de Londres. O Heatherwick Studio encontra-se actualmente a projectar um mosteiro para uma dinâmica comunidade de monges e a conceber a remodelação do Pacific Place, um dos mais conceituados Centros Comerciais de Hong Kong. www.heatherwick.com


A B O U T: N O W projecto UK Pavilion, Expo Shanghai 2010 | localização Cina | data 2010

© Daniele Mattioli

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© Daniele Mattioli

© Daniele Mattioli


A B O U T: N O W projecto PACO | localização Aplicação Geral | data 2010

PACO é… Uma caixa ou cubo com 3x3x3m e uma cobertura passível de abertura. Malgrado o seu tamanho, tem os equipamentos mínimos necessários à vida. Foi produzido como um modelo conceptual para imaginar um novo estilo de vida. casa + paco fábrica + paco mar + paco montanha + paco

Dependendo das combinações, descreve um estilo de vida diferente em paralelo com a paisagem. PACO… Pretendemos a independência através de uma substância simples. Necessitamos de capacidades técnicas e de uma infra-estrutura livre. É possível do ponto de vista técnico mas não é praticável por enquanto. Trata-se sobretudo da apresentação da visão de um Designer que pretende preencher uma lacuna.

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© Takumi Ota Office of Photography

Jo Nagasaka nasceu em 1971, na cidade de Osaka, Japão, tendo crescido em Chiba.Obteve o bacharelato em Arquitectura pela Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio, e fundou o seu estúdio, o Schemata Architecture Office Ltd. Alguns anos depois, em 2007, mudou o escritório para Kamimeguro, Tóquio, fundando em colaboração, o atelier e galeria “happa”. Foi galardoado em 2004 com o Prémio JCD e obteve o 2º lugar no Prémio Bauhaus 2008. www.sschemata.com


A B O U T: N O W projecto PACO | localização Aplicação Geral | data 2010

© Takumi Ota Office of Photography

© Takumi Ota Office of Photography

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© Takumi Ota Office of Photography

© Takumi Ota Office of Photography


A B O U T: N O W projecto The Plasticamente Pavilion | localização Itália | data 2008

O Pavilhão Plasticamente foi concebido para a estreia do filme Trilli, uma película de animação ecológica, da Walt Disney Corporation. Uma exposição destinada ao público infantil, subordinada aos tipos de plásticos e as potencialidades deste material para a reciclagem, fazia igualmente parte do programa. Este projecto constituiu um exercício de equilíbrio, combinando a transparência arquitectónica com a visibilidade exterior da exposição e o sentido de intimidade requerido para o interior deste tipo de espaços. A intervenção com 130 m2 compreendia uma grande cobertura côncava, executada com pequenos discos de plástico, reminiscentes da estrutura molecular dos polímeros. O exterior apresentava uma “pele” envolvente, composta por centenas de discos de plástico branco, criando uma fina estrutura “molecular”. As superfícies brilhantes constituíam uma constante ao longo de todo o pavilhão, reforçando o sentido de unidade da estrutura e atribuindo-se as qualidades de uma arquitectura profundamente sensorial. Apesar da grande dimensão do pavilhão, este não deixava de transmitir uma sensação de leveza, aparentando estar animado e “respirar”. Sob a luz do Sol, o jogo de brilhos e reflexos mudava,

acompanhando as alterações das condições climatéricas, absorvendo luz, cores e formas das pessoas e objectos que o envolviam. O uso de materiais reflectores permitiu que a superfície exterior pudesse ser iluminada de diferentes formas, empregando cores e composições apropriadas a cada um dos eventos programados. O espaço interior foi concebido como uma área coberta na qual os visitantes pudessem descansar e absorver a experiência do filme. A expressão arquitectónica do pavilhão resultou da repetição de elementos estruturais monocromáticos, criando uma ambiência que reporta a uma versão moderna de um “salão encantado”. A dicotomia entre a massa estrutural do pavilhão e a leveza do seu revestimento, resultou num elemento flexível e enigmático, oferecendo uma grande variedade de pontos de vista interiores, maximizando o seu potencial para reutilização e adaptação. O pavilhão foi erguido pela primeira vez em Novembro de 2008, por ocasião da feira Ecomondo, realizada em Rimini, Itália. Foi encomendada pelo IPPR, o Instituto Italiano de Plástico Reciclado, com o objectivo de albergar uma exposição itinerante.

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Ricardo Giovanetti nasceu em 1967 em Milão. Frequentou a Faculdade de Arquitectura do Politécnico de Milão; em 1992 licenciou-se em Design Industrial. Entre 1993 e 1996, colaborou com diversas marcas no âmbito do design de produto, tendo trabalhado até 1998 com a Alarossa e a Atlante. Durante este período, Ricardo Giovanetti concebeu igualmente diversas peças de mobiliário e acessórios em aço. Em paralelo com estas suas primeiras experiências, Giovanetti envolveu-se com a investigação no âmbito do design, materializada num ciclo de eventos expositivos realizados em Itália e no Japão: Oggetti Risorti, Milão, 1996; Oggetti Discreti, Fondazione Mudima, 1997; Oggetti Onesti, Milão, 1998 e no mesmo ano, Objects no Living Design Center de Tokyo. O ano de 1998 assinalou o começo de uma nova fase de crescimento de actividade no mundo do design industrial, atestada pela colaboração de Riccardo Gioovanetti com diversas marcas e empresas: Adele C., Cassina, Pallucco, Montina, Felicerossi, Flou, Schopenhauer, Interdecor, Fontana Arte, Candle, Firme di Vetro, Whirlpool e a Recovered. Para além destas colaborações, Riccardo Gioovanetti desempenhou funções como director de design em diversas empresas internacionais: Armstrong, Forbo, Takett, Omnidecor, Frati e a Bayer Sheets. Como consultor de design, trabalhou com o ECVM – Concelho Europeu de Fabricantes de Vinyl (sediado em Bruxelas), com a Associazione Italiana Stampaggio Rotazionale, com o Istituto Italiano per le Plastiche da Riciclo, Replastic e o Istituto Italiano Rame. Riccardo Gioovanetti é Professor Convidado no ISAD - Istituto Superiore di Architettura e Design e na SCP - Scuola Politecnica di Design em Milão. www.riccardogiovanetti.it


A B O U T: N O W projecto The Plasticamente Pavilion | localização Itália | data 2008

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ABOUT:TOMORROW projecto Widnes Waterfront Future Flower | localização Inglaterra | data 2010

Este projecto foi financiado pela Agência de Desenvolvimento do Noroeste, como parte de um plano mais alargado de regeneração e despoluição das frentes ribeirinhas do Widnes Sul, na região do Cheshire, Reino Unido.

engenheiros de estruturas da firma Eckersley O Callaghan e o Estúdio Mike Smith, especialistas no fabrico de artefactos de arte, foi possível reunir o elevado nível de precisão exigido pelo projecto da Future Flower.

O programa irá incidir numa área com cerca de 81.000m2 de antigos terrenos de uso industrial ao longo do Rio Mersey, prevendo-se a criação de 1100 novos postos de trabalho, impulsionando a economia local com o desenvolvimento de um moderno parque empresarial e actividades de lazer associadas.

Constituída por triângulos e pentágonos, a estrutura em aço apresenta a forma de um icosidodecahedro, ao qual forma afixadas 120 pétalas em aço galvanizado perfurado. Partindo do interior do volume da flor, um caule central com ramificações, aloja 60 luzes LED de baixa voltagem, orientadas para conjuntos diferentes de pétalas.

A chegada da sinalética em formato de flor assinala o início desta transformação cujo principal objectivo se prende com a repovoação da zona ribeirinha, quer pela natureza, quer pelo homem, atraindo visitantes do vizinho Museu Catalyst, do Centro de Visitantes da Ilha de Spike e a Este, do Percurso Ambiental Trans Penino. A implantação da Future Flower, junto às chaminés de uma central energética activa, para lá da ponte levadiça que atravessa secções em desuso do Canal de Santa Helena, enquadra-se em vista com os céus abertos sobre o Rio Mersey, com a luz a reflectir-se nas águas e nos canaviais.

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A inspiração para este projecto surgiu do encontro entre a indústria e a natureza. A Future Flower tem um diâmetro de 4,5 metros e eleva-se 14 metros acima do solo, destacando-se no horizonte de escala grandiosa do Rio Mersey. Resultando da colaboração entre os engenheiros de sustentabilidade da XCO2,

As luzes são alimentadas por três pequenas turbinas eólicas, fixas ao caule, que operam sem estar ligadas à rede eléctrica. Acima dos 8km por hora de velocidade de vento, as unidades de produção accionam as luzes, que se tornam mais intensas conforme a velocidade do vento. As luzes, com diferentes intensidades de vermelho, conforme o débito energético, proporcionam um conjunto de efeitos dinâmicos e variáveis. Sem vento, as pétalas em metal galvanizado e perfurado reflectem as cores em mutação do céu e do Sol, tornando-se saturadas de vermelho, quando os LED são activados, combinando-se com o nevoeiro e a chuva, emitindo um halo de luz capturada e reflectida. Como um símbolo universal, a flor incorpora o optimismo no futuro do Widnes, ao mesmo tempo que promove e abraça um futuro baseado nas energias renováveis.

O estúdio Tonkin Liu foi fundado por Mike Tonkin e Anna Liu, nascido do desejo de conceber arquitectura tanto singular na sua localização, como nas pessoas que a ocupam, no tempo e na envolvente cultural que as rodeia. Tendo-se conhecido em Hong Kong, onde à época. Mike Tonkin dirigia a firma Tonkin Design, os sócios consolidaram a sua abordagem e processos de investigação, partilhando a gestão de uma unidade da AA School of Architecture, em Londres. O atelier completou recentemente três grandes projectos, de escalas, tipologias e usos diversos: Roof Garden Apartment, um apartamento duplex em Londres, Singing Ringing, uma escultura musical em terra, numa colina sobranceira a Burnley e Tree Promenade of Light, um projecto de espaço público e paisagismo. Todos os três projectos foram alvo de grande atenção, tendo sido igualmente premiados. www.tonkinliu.co.uk


ABOUT:TOMORROW projecto Widnes Waterfront Future Flower | localização Inglaterra | data 2010

© Fritz Fitton

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© Anna Liu

© Anna Liu


ABOUT:TOMORROW projecto Zaha Hadid and Suprematism | localização Suiça | data 2010

Tendo por base a inspiração tomada aos mestres do Vanguardismo Russo, Zaha Hadid foi responsável pela concepção e curadoria da histórica exposição Zaha Hadid and Suprematism - Zaha Hadid e o Suprematismo. Abarcando toda a área da delegação de Zurique da Galeria Gmurzynska, situada no bairro histórico de Paradeplatz, Hadid concebeu um conjunto de instalações especificamente para este local, destinadas a albergar a exposição. O evento apresentou um conjunto variado de obras, justapondo uma grande variedade de médiuns, dando particular ênfase à lendária colecção da Galeria Gmurzynska, composta por peças do Vanguardismo Russo. Entre o espólio apresentado na mostra, incluíam-se as últimas obras-primas deste período, ainda em mãos privadas, nomeadamente a peça Dissoluções de um Plano, de Kasimir Malevich, datada de 1917, ou a Composição Nº 99 de Alexander Rodchenko, obra de

1920. Patentes igualmente a público estiveram peças de Ilya Chashnik, El Lissitzky, Kasimir Malevich, Alexander Rodchenko e Nikolai Suetin. Esta exposição inovadora, surgiu como a primeira a explorar as ligações entre os trabalhos de Zaha Hadid e o Suprematismo Russo do início do Século XX. O elo entre Hadid e estes artistas abrange a totalidade da carreira da arquitecta, tendo tido como momento inicial o projecto Malevich’s Tecktonik, apresentado para a admissão à Architectural Association e desenvolvido entre 1976 e 1977. Esta concepção partia da desconstrução visual da influência de Malevich, tomada como elemento gerador para o traçar de um Hotel Design em Londres. Em 1993 e na continuidade desta linha conceptual, Zaha Hadid foi convidada pelo Museu Guggenheim de Nova York para conceber o projecto para a exposição The Great Utopia, uma mostra dedicada ao Vanguardismo Russo.

© Martin Ruetschi

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Premiada em 2004 com o Prémio Pritzker de Arquitectura, Zaha Hadid é sócia fundadora do atelier Zaha Hadid Architects, sendo os seus trabalhos teóricos, académicos e arquitectónicos internacionalmente conhecidos. Cada um dos seus projectos dinâmicos e inovadores contribui para o cumular de uma experiência profissional que ao longo de mais de 30 anos, se tem pautado pela experimentação insubmissa e pela investigação nos diversos campos do urbanismo, arquitectura e design. Trabalhando em colaboração com Patrik Schumacher, as concepções do atelier Zaha Hadid Architects, perfilam-se por uma interacção rigorosa entre a arquitectura, a paisagem e a geologia, numa prática que integra tanto a natureza topográfica do situ, como as soluções artificiais. Esta praxis conceptual com reflexo ao nível da investigação e experimentação de tecnologias de ponta tem resultado em formas e dinâmicas arquitectónicas tanto inesperadas como inovadoras. www.zaha-hadid.com


ABOUT:TOMORROW projecto Zaha Hadid and Suprematism | localização Suiça | data 2010

© Martin Ruetschi

© Martin Ruetschi

© Martin Ruetschi

© Martin Ruetschi

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© Martin Ruetschi


A B O U T: N O W projecto The Spyfrost Project | localização Canadá | data 2010

No Projecto Spyfrost, o fotógrafo de Toronto, David Trautrimas, levantou algumas hipóteses sobre a origem icónica dos modernos electrodomésticos, fazendoos parecer postos avançados militares secretos do tempo da “Guerra Fria”. Estas estruturas maciças, híbridos de máquinas e arquitectura, erguem-se como antepassados colossais e militarizados dos electrodomésticos comuns do dia-a-dia tais como frigoríficos, cortadores de relva e máquinas de lavar roupa. Transformados de forma inspiradoramente

futurista, permeados ao mesmo por um sentido e um propósito militar subjacente, estas instalações servem de elo de ligação entre o desenvolvimento capitalista e consumista do período pós-guerra e o Complexo Militar Industrial. Representação: LE Gallery – Toronto, Ontário, Canadá PhotoEye Gallery – Santa Fé, Novo México, E.U.A. Eckhart Gallery – Le Hague, Holanda.

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Ao criar fantásticas estruturas a partir de objectos caseiros, David Trautrimas abre a mente para além do processo de reconhecimento estático desses mesmos objectos. As suas composições fotográficas revelam uma visão alternativa da arquitectura e da paisagem. As suas construções digitais de edifícios concebidos a partir de simples electrodomésticos desmontados anunciam quase de imediato os limites da proliferação industrial dando voz a novas possibilidades no âmbito da reciclagem e da inovação. A documentação destes edifícios ficcionais de imagem pós apocalíptica, de um mundo de estruturas colossais, de construções que assombram a paisagem envolvente, constitui mesmo assim uma lufada de ar fresco na sempiterna promessa da arquitectura de desbravar novos caminhos e de renovar a nossa forma de habitar. Os trabalhos de David Trautrimas estiveram patentes tanto em exposições de carácter colectivo como em mostras individuais um pouco por todo o mundo, ganhando reconhecimento internacional em diversas publicações, tais como a Immobilien Zeitung, a Can Magazine e o New York Times e estando igualmente presente em sites como a about:blank magazine, a Designboom, a Dezeen e a Gizmodo. www.trautrimas.ca


A B O U T: N O W projecto The Spyfrost Project | localização Canadá | data 2010

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A B O U T: N O W

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projecto The Spyfrost Project | localização Canadá | data 2010


UN Memorial Cube

ACME Space

Villa Fornea

Beirut Terraces

Mountain Bike Hotel

2016 Olympic Games

arquitectos anรณnimos

Philip Modest S. + Anton Fromm

Herzog & de Meuron

RAFAA


ABOUT:TOMORROW projecto UN Memorial | localização Coreia do Sul | data 2009

O plano de pormenor para o UN Peace Park foi desenvolvido com o sentido de incrementar a actividade turística de Ghungju, cidade natal do actual Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon. O novo UN Memorial Building, com uma sala de assembleia planeada para 1500 lugares, duas salas de conferências, um teatro e espaços de exposições, tornar-se-á o ponto focal do parque. A construção de um memorial à ONU deverá reflectir a própria natureza das Nações Unidas, onde diversos países individuais se reúnem para criar algo maior, sem perder a sua própria identidade individual. O UN

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ACME SPACE

Memorial irá destacar-se como a estrutura principal do UN Peace Park, tornando-se não só num marco arquitectónico e urbano local, mas igualmente uma referência ao nível nacional e internacional. As diferentes células do edifício reportam á natureza colectiva da própria identidade da ONU, comportando diferentes funções, abarcando as áreas dedicadas ao desenvolvimento de actividades pedagógicas e exposições, salas de conferências, escritórios, um restaurante e galerias para desfrutar das vistas panorâmicas para o parque.

O Grupo ACME, sediado em Londres, foi fundado em 2007. A empresa opera nos campos da arquitectura contemporânea, planeamento urbano, design de interiores e design de equipamento, tendo clientes privados, corporativos e entidades públicas. Para além das intervenções no espaço, a ACME desenvolve actividade experimental numa série de áreas e interesses, preconizadas na ACME Fiori, ACME Light e ACME Paper, empresas que se debruçam em áreas específicas e de particular interesse para o grupo. Na escala urbana, a ACME realizou uma série de grandes planos urbanos, incluindo uma acção estratégica de âmbito público, realizada para a Bishopsgate Goodsyard, contando com 21

hectares localizados em Londres e um plano com 35 hectares para a firma Smithfield, localizado em Birmingham. Outros planos de pormenor actualmente a ser realizados incluem o Parc Tawe em Swansea, o Eastgate Quarter em Leeds e o Colentina Quarter em Bucareste, na Roménia. No âmbito da arquitectura, a ACME concebeu uma série de projectos no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Coreia, Roménia, Síria, Líbano, Baraim e Dubai. Projectos de âmbito residencial incluem um empreendimento de habitação de custos controlados com 80 unidades em Swansea, um resort com 100 unidades na Síria e grandes habitações unifamiliares em Norfolk, Hampton e Guildford. www.acme.ac I


ABOUT:TOMORROW projecto UN Memorial | localização Coreia do Sul | data 2009

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ABOUT:TOMORROW projecto Villa Fórnea | localização Belmonte, Portugal | data 2009

As ruínas são o final da arquitectura. Surpreendentemente poderão ser também o seu princípio. São uma espécie de estado limite quase extinção do artificial que tendeu a acomodar-se e pacificar-se com o seu destino e contextos. Não se conhecem ruínas em cólera, que despertem sentimentos inflamados ou a indiferença. As ruínas, se o são, estão todas bem. Sendo acidentais, não se podem ou conseguem projectar, completar, acabar, reproduzir, transportar simular ou sequer imitar. São templos do tempo. A directriz de abordagem determinou um método no qual o processo de morfogenése não se submeteu unicamente à pressão e à preocupação para com as clássicas condicionantes da arquitectura. Nesse sentido foi adoptada uma estratégia de form finding da qual resultou uma geometria imprevisível induzida pelo processo de exploração, sem restrições ou submissão a

factores circunstanciais. Um universo limite, uma caixa virtual com 33x33m, onde se inscreveu a parte de ruína que deveria ser protegida dos elementos: a ala poente de aposentos da villa romana - latrinas, balneários e lagar de vinho. Dentro desse contentor físico e processual desenvolveu-se a procura feita à custa de tiras de polipropileno, representando abstractamente o pé direito pretendido. A dócil acumulação de silhuetas configurou um volume multidireccional opondose à rígida concepção da arquitectura e urbanismo romano, baseada nos eixos perpendiculares do cardus e do decumanus, descomprometendo-se de qualquer intenção, de sugestão ou de percepção da ruína e da sua interpretação, num edifício quase reduzido a sua estrutura, na conquista de um estatuto ambíguo de visitante permanente.

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Arquitectos Anónimos ® é uma marca portuguesa fundada em 2006 no Porto. Surge como uma antítese ao pseudónimo - não é um abrigo à expansão de um “eu” conquistado e seguro, mas sim uma regressão ao anonimato como plataforma de identidade para com o trabalho. Arquitectos Anónimos ® é propriedade da empresa AtelierAA Lda desde 2007 e dos seus fundadores Filipe Afonso e Vasco Magalhães. Filipe Afonso nasceu na cidade do Porto em 1975. Entre 1993 e 1994 estudou Matemática Aplicada na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Concluiu em 2001 a Licenciatura em Arquitectura pela Escola Superior Artística do Porto. Obteve o Grau de Mestre em Genetic Architecture, pela UIC Universitat Internacional de Catalunya, em Barcelona, sob a direcção de Karl S. Chu, e igualmente o Diploma de Estudios Avanzados, da UIC. Filipe Afonso exerce actividade independente desde 2001, tendo também colaborado nos projectos do Centro Cultural de Ílhavo (2001-2007) e do Centro de Formação do Centro de Recursos Multimédia Instituto Politécnico do Porto (2005). Em 2006 fundou em associação com Vasco Magalhães a marca Arquitectos Anónimos ®. Exerce actualmente a actividade docente como Professor assistente no Mestrado Integrado em Arquitectura da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa. Vasco Magalhães nasceu na cidade do Porto em 1973. Em 1999 foi aluno bolseiro na Tecnische Universiteit de Heindhoven, na Holanda. Licenciou-se em 2000 pela Escola Superior Artística do Porto. Exerce actividade independente desde 2001 destacando-se da sua prática o projecto de reconversão em hotel do Convento de St.ª Maria de Aguiar, localizado em Figueira de Castelo Rodrigo, (2005). Em 2006 fundou em associação com Filipe Afonso a marca Arquitectos Anónimos ®, em 2006. www.arquitectosanonimos.com


ABOUT:TOMORROW projecto Villa Fórnea | localização Belmonte, Portugal | data 2009

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ABOUT:TOMORROW projecto Hiding in Triangles | New Mountain Bike Hotel | localização Itália | data 2010

Um inovador hotel para ciclistas de montanha nos limites de Pregasina, Itália, irá proporcionar um novo espaço de alojamento para os entusiastas deste desporto, oferecendo não só vistas inesquecíveis como uma impressionante variedade de rotas, trilhos e pistas para a prática do ciclismo de montanha. Pregasina situa-se num planalto a 500 metros de altitude, a norte do Lago Garda. A encosta oferece um campo de visão desimpedida para uma extensa parte dos Alpes. Para aproveitar da melhor forma este potencial panorâmico, o novo hotel encontra-se situado numa alcantilada crista montanhosa no limite Sudeste da pequena localidade, dissociando assim o novo edifício da arquitectura tradicional da região. Foram determinantes para o esboçar da solução o seguinte conjunto de princípios: um completo acesso a todos os níveis do edifício por bicicleta de montanha; o máximo uso das vistas panorâmicas sobre o Lago Garda e as encostas dos Alpes; nenhum impedimento às vistas desfrutadas a partir de Pregasina e por fim, acomodações individuais e completas para todos os

visitantes e respectivos equipamentos desportivos. Para garantir a circulação, os elementos de acesso em rampa apresentam 12º de inclinação. Os ângulos dos diferentes trilhos de acesso diferem uns dos outros devido à topografia mas também devido às variações nas distâncias verticais entre o edifício e a montanha. Estes dois factores foram centrais para a determinação dos pontos fixos da estrutura, assim como na definição dos espaços que deveriam conter as unidades residenciais. Os percursos de acesso conformam-se em duas vias, ligando-se nos pisos superiores e inferiores. Este sistema de bandas contínuas permite uma optimização da circulação e do acesso a cada unidade. A fachada principal, com a sua orientação Nordeste, permite garantir a cada unidade não só a vista do trecho Norte do lago, como proporciona sombreamento para as áreas de alojamento. As zonas públicas, tais como cafés, snack-bar, solário e sala de media, encontram-se localizadas no piso superior.

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Philip Modest Schambelan nasceu em 1982 na cidade de Katowice, Polónia, tendo crescido na Alemanha e estudado em Dresden. Anton Fromm nasceu na Rússia, antiga UDSSR, tendo crescido em Leipzig, Alemanha, e estudado Dresden. www.scham.be vwww.copypasters.com


ABOUT:TOMORROW projecto Hiding in Triangles | New Mountain Bike Hotel | localização Itália | data 2010

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ABOUT:TOMORROW projecto Jogos Olímpicos de 2016, Rio de Janeiro | localização Brasil | data 2016

O projecto será realizado na Baía do Rio de Janeiro, na Ilha de Cotonduba, no corredor aéreo de aproximação á cidade. Será composto por uma estrutura vertical, concebida para servir de torre de observação e para se tornar, para quem chega ao Rio de Janeiro por via aérea ou marítima, o novo símbolo da cidade. O objectivo deste projecto passou igualmente pelo questionar do papel tradicional de um marco urbano ou territorial. Abarcou menos os aspectos expressivos e icónicos da arquitectura, ensaiando antes de mais o retomar da abordagem aos conteúdos e à actualidade, aos verdadeiros desafios da eminente era pós-petrolífera. Este projecto constitui-se assim como uma mensagem de e para a sociedade que enfrenta o seu futuro. Trata-se de uma representação de uma atitude interior. A proposta do atelier RAFAA produzirá, empregando recursos naturais, energia eléctrica para consumo da cidade do Rio de Janeiro e dos seus habitantes. Esta característica foi formulada para auxiliar a transmitir a Mensagem Olímpica, dotando-a de algum atractivo político. Depois de, sob os auspícios das Nações Unidas, ter servido de cidade anfitriã da Cimeira da Terra em 1992, o Rio de Janeiro será uma vez mais o ponto de partida para um movimento “verde” e global para o desenvolvimento de estruturas urbanas sustentáveis. O projecto consiste numa central solar que produzirá durante o dia energia para a cidade e a Vila Olímpica. O excesso de energia será

empregue no bombear de água do mar para a torre. De noite, a água libertada fará girar turbinas que uma vez mais gerarão electricidade para ser empregue na iluminação da torre ou da cidade. Em ocasiões especiais, este “edifício máquina” transformar-se-á numa impressionante “maravilha da natureza”: uma catarata urbana, um símbolo das forças da Natureza. O acesso dos visitantes far-se-á por uma praça urbana localizada 60 metros acima do nível do mar, que incluirá um anfiteatro. Desta zona, os visitantes poderão aceder ao piso térreo e à entrada. Ambas as áreas e o anfiteatro poderão servir como local de aglomeração por ocasião de eventos de vária natureza. A cafetaria e a loja estão planeadas para se localizarem por debaixo da queda de água, desfrutando de uma vista singular. Um elevador público levará os visitantes aos vários pisos de observação e à “varanda urbana”. Os espaços administrativos serão acessíveis a partir do foyer. Os espaços semí públicos ocuparão a zona anterior do edifício. Uma plataforma retráctil concebida para a prática do bungee jumping foi planeada para o piso de observação colocado à cota de 90,5 m. A tomada de vistas a grande distância será possível a partir do piso de observação à cota de 9 8m. Da “varanda urbana”, planeada para a cota 105m, o visitante poderá apreciar uma visão de 360º sobre a paisagem envolvente, ao mesmo tempo que vivencia a queda de água, caminhando sobre um passadiço em vidro.

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Rafael Schmidt estudou arquitectura na Universidade de Ciências Aplicadas de Frankfurt. Obteve o grau de Mestre em Arquitectura, sob a orientação do Prof. Ludger Hovestadt, no Departamento de Desenho Assistido por Computador (CAAD) da ETH - Eidgenössische Technische Hochschule de Zurique, Suíça. Desde 2001 colaborou com diversos arquitectos e gabinetes internacionais, nomeadamente Zaha Hadid Architects e Foster & Partners. Em 2007 fundou o gabinete RAFAA, dedicado à concepção arquitectónica e ao design, sediado em Zurique, Suíça. A prática do estúdio baseia-se numa análise crítica ao discurso arquitectónico contemporâneo, na investigação e na aplicação de novas tecnologias. A colaboração com artistas, fotógrafos, compositores e curadores, constitui mais um elemento chave, sendo exemplo dessa sinergia a instalação J `adore aglisia, patente no 6º Berliner Kunstsalon. Rafael Schmidt foi crítico convidado na Universidade de Kassel e na AA School de Londres. Actualmente ensina arquitectura e urbanismo, sob a orientação do Prof. Marc Angélil na ETH de Zurique, sendo ainda editor da publicação Cities of Change, em Addis Ababa. www.rafaa.ch


ABOUT:TOMORROW projecto Jogos Olímpicos de 2016, Rio de Janeiro | localização Brasil | data 2016

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ABOUT:TOMORROW projecto Beirute Terraces | localização Líbano | data 2013

A cidade de Beirute encontra-se no eixo de desenvolvimento no Médio Oriente. De carácter cosmopolita, sempre funcionou como um importante centro cultural no seio da região, servindo de ponte entre o Médio Oriente e a Europa. O conceito subjacente a este projecto foi literalmente influenciado pelos muitos estratos que compõem esta cidade e a sua rica e tumultuosa história. Para além da história, o projecto assenta em cinco princípios: estratos e terraços; interior e exterior; vegetação, vistas e privacidade e por fim, luz e identidade. Esta proposta apresenta-se como um edifício de múltiplos pisos, expressos em “lâminas” de diferentes tamanhos, possibilitando vivenciar sensações de abertura e de privacidade, ao mesmo tempo que proporciona espaços interiores e exteriores para um estilo de vida flexível. A par com a pormenorização de qualidade e com a harmoniosa orquestração de uma paleta de materiais de topo, o empreendimento Beirut Terraces combina arquitectura e vegetação, levando além a qualidade de vida e melhorando o quadro de sustentabilidade do edifício. Com 116 metros de altura, o Beirut Terraces é um arranha-céus de estrutura estratificada. A diferenciação entre cada uma das residências é obtida a partir de uma série de elementos e características: distribuição

diversificada das áreas abertas e das áreas privadas, nível de projecção dos terraços e uma composição de luz e sombra original. Da multiplicidade de opções, foi possível conceber espaços singulares para usufruto tanto dos residentes como dos seus visitantes e hóspedes. As intervenções de paisagismo fundem-se com o restante projecto, adaptando à linha vertical a ideia de avenida verdejante, ligando o edifício à sua envolvente, transportando e elevando os elementos “verdes” para cima, tanto no interior como no exterior do edifício. Localizado muito próximo da frente costeira de Beirute, as vistas para o mar constituem parte do carácter do próprio edifício. As áreas plantadas nos terraços permitem criar “sreeens” vegetais que para além de proporcionar sombra e contribuir para aumentar o nível de privacidade entre os apartamentos. De forma a garantir suficiente diferenciação ao edifício, bem como a manutenção de um índice de construção razoável, a torre é composta por 5 pisos modulares, repetidos em diferentes combinações. As lajes de cada um dos pisos prolongam-se para além da fachada cerca de 60cm, reduzindo custos ao nível da construção e manutenção das fachadas de vidro. A cada ¼ da torre, existe um lobby com elevadores que servem apenas 2 apartamentos.

Jacques Herzog e Pierre de Meuron nasceram na mesma zona de Basileia, Suíça, em 1950. Trabalham em conjunto desde a época do jardim-de-infância, sendo que Pierre falava Francês e Jacques falava Rumantsch (uma das 4 línguas oficias Suíças). Quando concluíram o ensino secundário, tinham brincado juntos com brinquedos que incluíam o Lego e o Meccano, construindo casas suíças, navios e montanhas russas, sem no entanto se terem decidido por que área escolher no ensino universitário. Herzog optou inicialmente pelo Design, tendo mais tarde mudado para Biologia e Química, na Universidade de Basileia. O seu interesse artístico era no entanto dominante. Acreditando que a

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Arquitectura lhe permitia uma maior capacidade, permitindo combinar diversas áreas, começou a estudar arquitectura na ETH – Universidade Técnica Federal de Lausanne. Uma vez que de Meuron era bom tanto a matemática como a desenho, optou pelo mesmo curso que o amigo. Após o 1º ano, transferiram-se ambos para o ETH em Zurique, onde permaneceram até obterem a licenciatura, em 1975. Continuaram como assistentes do professor Dolf Schnebli e em 1978, fundaram atelier em conjunto, com escritório em Basileia. Desde então, as suas carreiras têm sido praticamente paralelas. Herzog é desde 1983 tutor convidado da Universidade de Cornell em Ithaca, em Nova York. Seis anos depois, em 1992, ambos se tornaram professores convidados na Universidade de Harvard por um ano, tendo renovado a sua relação com a instituição em 1994, permanecendo até à actualidade. São ambos professores nos Estudos ETH em Basileia. Profissionalmente, a parceria Herzog & de Meuron, cresceu até atingir a uma dimensão internacional, com 120 colaboradores. Para além da sede em Basileia, têm sucursais em Londres, Munique e São Francisco.


ABOUT:TOMORROW projecto Beirute Terraces | localização Líbano | data 2013

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ABOUT:TOMORROW

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projecto Beirute Terraces | localização Líbano | data 2013


Vertical Prison

evolo

Water Purification S. evolo

Dune

Magnus Larsson


ECOS projecto Vertical Prison | localização Malásia | data 2010

1º Prémio | Prisão Vertical | Concurso eVolo Skyscraper 2010

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Alguns estudos revelaram não só que o número de delitos cometidos por ex-condenados é muito elevado, mas igualmente que o aprisionamento de criminosos constitui uma medida temporária, uma vez que não lhes é dada a oportunidade para a realização da sua reabilitação no seio de uma comunidade. Este projecto propõe a criação de uma prisão vertical no céu, onde os presidiários trabalharão e viverão em comunidade, contribuindo

para a cidade que os albergar. A prisão terá campos agrícolas, fábricas e centrais de reciclagem que serão operados pelos condenados como uma forma de retribuição à Sociedade. Viverão numa liberdade relativa até terem completado a sua sentença, podendo então reunir-se às suas comunidades de origem. A prisão vertical apresenta igualmente o seu próprio sistema de transporte, consistindo em “cápsulas” de elevador diferenciadas para uso dos guardas prisionais, prisioneiros, bombeiros e outros trabalhadores.

A eVolo é uma publicação de arquitectura e design centrada no desenvolvimento tecnológico, na sustentabilidade e nas concepções inovadoras para o século XXI. O seu objectivo passa pela promoção e discussão das ideias mais vanguardistas produzidas pelas escolas e profissionais um pouco por todo o mundo. É um meio para a exploração da realidade e do futuro do design e da arquitectura, apresentando notícias actualizadas, eventos e projectos. www.evolo.us


ECOS projecto Vertical Prison | localização Malásia | data 2010

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ECOS projecto Water Purification Skyscraper in Jakarta | localização Jakarta | data 2010

2º Prémio | Arranha-Céus de purificação de água em Jacarta | Concurso eVolo Skyscraper 2010 A cidade de Jacarta, capital da Indonésia, foi fundada originalmente na confluência de treze rios que eram utilizados no transporte de bens agrícolas. O maior destes cursos de água, o Rio Ciliwung, foi poluído ao longo das últimas duas décadas, caracterizandose igualmente pela existência nas suas margens de centenas de bairros de lata habitados por milhares de pessoas em condições marginais.

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O Programa de Recuperação do Ciliwung (PRC) é um projecto que pretende recolher o lixo que se acumulou nas margens do rio e purificar as suas águas através de um sistema engenhoso de filtros, operando em três fases distintas. Na primeira fase, serão separados

os diferentes tipos de lixos, empregando os resíduos orgânicos obtidos como fertilizante para o solo. Na segunda fase, proceder-se-á à purificação da água, eliminando os químicos nocivos e adicionando sais minerais. A água limpa será então devolvida ao rio e distribuída por campos agrícolas próximos por um sistema de tubagem. Finalmente na terceira fase, todos os desperdícios não orgânicos serão reciclados e processados. Um dos aspectos mais importantes desta proposta é a eliminação dos bairros de lata ao longo do rio. A maioria desta população viverá e trabalhará no PRC, que se poderá entender como uma nova cidade dentro de Jacarta. O projecto PRC será um edifício 100% sustentável que produzirá energia recorrendo ao vento, sol e sistemas hidroeléctricos.

A eVolo é uma publicação de arquitectura e design centrada no desenvolvimento tecnológico, na sustentabilidade e nas concepções inovadoras para o século XXI. O seu objectivo passa pela promoção e discussão das ideias mais vanguardistas produzidas pelas escolas e profissionais um pouco por todo o mundo. É um meio para a exploração da realidade e do futuro do design e da arquitectura, apresentando notícias actualizadas, eventos e projectos. www.evolo.us


ECOS projecto Water Purification Skyscraper in Jakarta | localização Jakarta | data 2010

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ECOS projecto dune | data 2010

Os arquitectos trabalham sobretudo com o Reino Mineral no qual, todas as formações resultam de fenómenos de agregação ou de erosão. Até mesmo a mais austera e minimalista das estruturas arquitectónicas apresenta agregações de elementos e densificações de matéria que não existiam antes. Através de um processo de acreção, os materiais tornam-se edifícios e por sua vez, os edifícios tornamse cidades. Um simples grão de areia é quase nada: uma lasca de rocha, um fragmento minúsculo de uma formação geológica, o resíduo de um evento nos microcosmos. No entanto, miríades de grãos, no seu conjunto, podem tornar-se quase tudo: dominando a paisagem dos vastos desertos, a areia constituise como um material capaz de ser transformado em estruturas sólidas e em última análise, em cidades florescentes. Nos agregados de areia, podem-se encontrar formas fascinantes e padrões emergentes, intercaladas com grãos de quartzo angular, oferecendo possibilidades, potencial e substância. O projecto Dune surge como uma reflexão arquitectónica, concebida com o objectivo de criar uma rede de dunas solidificadas no deserto. Constitui-se igualmente como uma chamada de atenção, promovendo uma mudança radical nas concepções e no próprio pensamento estrutural, afastando-se quer das soluções baseadas na pré-fabricação, quer dos métodos convencionais de construção in-situ, promovendo e apontando o caminho para a edificação baseada no cimentar de materiais granulares, com recurso a um processo de precipitação carbonatada por indução microbiana (PCIM), utilizando como agente o microrganismo Bacillus pasteurii, uma bactéria aeróbia, normalmente presente nos solos.

Em condições ideais, a ureáse, (um processo enzimático da bactéria, no qual a ureia é sujeita a um processo de hidrólise, em conjunto com um ambiente rico em cálcio), permite fixar grãos de areia entre si. A solidificação da areia pode ser condicionada, permitindo criar variadas estruturas espaciais, que combinadas resultariam numa eventual cidade panAfricana, atravessando o continente de lado a lado, ao longo dos cerca de 6000km do deserto do Sahara, contribuindo para controlar os limites do deserto. Espaços intersticiais auxiliariam à retenção da água e dos elementos minerais necessários ao processo de transformar o projecto Dune num sistema microclimático capaz de contribuir para a criação de uma estrutura similar à preconizada pela Iniciativa da Grande Muralha Verde do Sahara e Sahel (GGWSSI). As diversas “bolsas” espaciais no seio do Dune serviriam igualmente como espaço habitável, cumprindo diversos objectivos programáticos; pontos de ligação numa rede convergente com o já planeado Caminho de Ferro do Sahara. O projecto Dune é um exercício de investigação, na tentativa conceber uma arquitectura ambientalmente mais consciente que aponte para soluções adaptáveis e responsáveis, dando resposta a qualquer ameaça característica dos biótipos mais extremos. Como resultado final, surge uma estrutura anti-desertificação habitável, construída a partir do próprio deserto; um “mecanismo” de contenção da expansão da areia do deserto, ele mesmo feito de areia. Embora de exequibilidade limitada devido às diversas dificuldades e desafios tecnológicos, o projecto Dune constitui um início, uma visão de futuro.

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Magnus Larsson começou a sua carreira no campo do jornalismo e da publicidade, escrevendo para revistas como a Frame, Another, Bon International e o The Wire, trabalhando igualmente com marcas como a Apple a Absolut Vodka e a Virgin. Após a obtenção do grau de Bacharel em Arquitectura, na Universidade de Oxford, Magnus Larsson ingressou na Associação Britânica de Arquitectos. Em Julho de 2009, a apresentação de Larsson no Teatro Global TED, em Oxford, bem como a subsequente atenção do público, conduziram a um crescente interesse pelo seu trabalho, suscitado por diversas publicações internacionais, entre as quais a Wired UK via Slashdot e a American Vogue. Actualmente, Magnus Larsson divide o seu tempo entre a actividade de conferencista, dois empregos independentes, a conclusão do seu primeiro estudo científico subordinado ao processo Dune (a ser publicado pela editora Birkhäuser) e o aprofundar da investigação no campo da fusão entre as áreas da arquitectura, da biologia sintética e biotecnologia. www.magnuslarsson.com


ECOS projecto dune | data 2010

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Direcção Editorial João Sá Vieira | Marcelo Vaz joaosavieira@aboutblank.pt | marcelovaz@aboutblank.pt Design www.carrossel.net Tradução e Adaptação Paulo Ricardo Telefones Gerais [+351] 927 744 527 | [+351] 917 072 530


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