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Nยบ 5 | OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO | 2010

arquitectura

Taastrup Theater COBE design

about:now

about:tomorrow

ecos

Mash Club Ippolito Fleitz Group Palacio de Lecumberri Rojkind Arquitectos

Flockr so-il

A.WAY J. Mayer H.



Praรงa de Portagens B.

Plastic House

Aires Mateus Arquitectos

Architecture Republic

C. Educativo das Antas

Taastrup Theater

House in Showa-cho

Choisy-le-roi Bridge

LaM

balancing barn

knocktopher friary

Liege Guillemins

Circa on Jellicoe

Zenden Hotel

AVA arquitectos

Fujiwara Muro Architects

Manuelle Gautrand

ODOS Architects

studioMAS + Urban Designers

COBE

JFA

MVRDV

Santiago Calatrava

Wiel Arets


ARQUITECTURA projecto Highway Toll and Control building | localização Benavente, Portugal data 2007

O projecto trata de questões objectivas - um instante preciso no tempo, a pausa obrigatória num movimento contínuo, uma entrada artificial erguida no território. A velocidade entendida enquanto dimensão vai revelando uma sucessão de territórios, aos quais associamos valores e uma cultura. Uma praça de portagem apresenta-se ao mesmo tempo como uma oportunidade de demonstração do equilíbrio entre natural e construído, ligando o artifício à natureza. Na proposta, tentou-se explorar a carga poética de elementos construtivos normalmente utilizados

de forma estritamente pragmática, valorizando simultaneamente a sua relação com o meio natural. A ideia de movimento ou de tempo associada à leitura do conjunto é reforçada no desenho do edifício de controlo, que revela a sua estrutura tensa. A construção de uma auto-estrada é um gesto de grande impacto inicial, sobre uma paisagem virgem. Do mesmo modo, é garantido que o tempo e o complexo tecido da história e da cultura farão dele apenas mais uma marca, igual a todas aquelas de que, no fundo, o território é feito.

© João Morgado

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Manuel Rocha Aires Mateus - Nasceu em Lisboa em 1963. Em 1986, licenciou-se em arquitectura pela FA-UTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Colabora desde 1983 com o arquitecto Gonçalo Byrne e desde 1988, com o arquitecto Francisco Aires Mateus. Foi Monitor na FA-UTL entre 1986 a 1991; Assistente na Universidade Lusíada, Lisboa, entre 1988 e 1990; Assistente na FA-UTL, Lisboa, entre 1991 e 1998; entre 2002 e 2005 foi professor, na Graduate School of Design, na Harvard University, EUA; Professor Convidado entre 2003 e 2004 na Fakulteta za Arhitekturo, Universa v Ljubljani, Ljubljana, Eslovénia. É Professor na Accademia di Architectura, Mendrízio, Suíça, desde 2001; Professor na Universidade Autónoma de Lisboa, desde 1998; Professor Catedrático na Universidade Lusíada de Lisboa, desde 1997. Participou em numerosas conferências e seminários internacionais na Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Eslovénia, Espanha, EUA, Inglaterra, Itália, Irlanda, Japão, México, Noruega, Suécia, Portugal e Suíça. Francisco Xavier de Aires Mateus - Nasceu em Lisboa em 1964. Em 1987, licenciou-se em arquitectura pela FA-UTL Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Colabora desde 1983 com o arquitecto Gonçalo Byrne e desde 1988, com o arquitecto Manuel Rocha Aires Mateus. É desde 1998, professor na Professor Universidade Autónoma de Lisboa e desde 2001 exerce a docência na Accademia di Architectura, Mendrízio, Suíça. Participou em exposições, conferências e seminários na Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Eslovénia, Espanha, EUA, Inglaterra, Itália, Japão, México, Noruega, Portugal e Suíça. Entre os diversos galardões obtidos destacam-se o 1º Lugar do Prémio Architécti/ARKIAL 2000; em 2001, o 1º Prémio na categoria de Interiores do Premis FAD d’Arquitectura i Interiorisme 2001, o 1º Prémio da II Bienal Ibero Americana de Arquitectura, na Cidade do México, México, 2001 e o 1º lugar do Prémio Luigi Cosenza, 2001; 1º lugar do Prémio Valmor 2002; em 2003, o Premis FAD d’Arquitectura i Interiorisme; o 1º Lugar do Prémio de Arquitectura e Urbanismo de Aveiro, 2005; o Prémio A.I.C.A. - Associação Internacional de Críticos de Arte, 2006; o Prémio ENOR 2006 e o ContractWorld2007. www.airesmateus.com


ARQUITECTURA projecto Highway Toll and Control building | localização Benavente, Portugal data 2007

© João Morgado

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© João Morgado


ARQUITECTURA projecto Highway Toll and Control building | localização Benavente, Portugal data 2007

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© João Morgado

© João Morgado


ARQUITECTURA

projecto Highway Toll and Control building | localização Benavente, Portugal data 2007

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Planta Geral

Corte

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ARQUITECTURA projecto The Plastic House localização Irlanda data 2010

A casa encontra-se localizada numa plataforma tipo terraço, apresentando o mesmo carácter de estilo Georgiano das construções nativas de Dublin, dois meios pisos, um acima e outro abaixo do nível de rua, com uma espaçosa sala de estar na frente da casa e divisões menores nas traseiras. Esta intervenção teve início com a remoção dos anexos ao edifício principal, tendo-se seguido a demolição das paredes interiores e remoção de solo, rebaixando o piso inferior à cota de uma cave. Esta operação produziu na estrutura o efeito de um volume aberto e iluminado de pé direito duplo. Um objecto cruciforme foi implantado no seio do novo volume, uma peça de mobiliário arquitectónico que se espraia como os ramos de uma árvore, alojando serviços e funções; cozinha, instalação sanitária, zonas de arrumos e poço de escadas, encontrandose o espaço envolvente reservado para áreas de refeição e estar. Acima deste elemento, encontra-se uma plataforma que aloja as funções de dormir, vestir e sala de estudo. Os quatro “ramos” da estrutura albergam diferentes funções: dois, que se estendem em direcção às paredes

laterais, funcionam como roupeiros; o terceiro ramo transforma-se numa secretária de leitura. O quarto ramo estende-se, atravessando a parede das traseiras e aloja um espaço de chuveiro. Um parapeito percorre o perímetro interior do piso inferior, proporcionando espaço para dispor objectos ou livros, ao mesmo tempo que acentua a parede de contenção original, construída de encontro à estrada e aos edifícios contíguos. O piso térreo abre-se para um generoso jardim com uma sala de leitura e área secreta exterior de banho. O “reino privado” estende-se visualmente até ao limite traseiro do lote, através de uma parede reflectora que pode ser aberta ou fechada, permitindo tomar banho no exterior. Embora se apresente na sua totalidade quando acedemos à habitação, torna-se essencial circular em torno desta para a compreender verdadeiramente. A casa surge como um volume diferenciado mas contínuo, com uma série complexa de espaços justapostos e comunicantes.

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Architecture Republic é uma firma de arquitectura e design sediada em Dublin e Lyoin, dirigida por Maxim Laroussi. A sua prática centra-se na investigação conceptual e análise de cada uma das encomendas, através de estudos nos âmbitos da arquitectura, urbanismo e paisagismo, envolvendo trabalho colaborativo e multidisciplinar com os campos do design gráfico, teatro, etc. Os trabalhos mais recentes do atelier incluem vários edifícios de uso misto, habitação, reconversões, remodelações e um empreendimento de habitação rural sustentável na região do Languedoc-Roussillon, em França. Ao longo dos últimos anos, este estúdio obteve diversos prémios, entre os quais se destacam o AAI Special mention Awards 2010 e o AAI Special mention Award 2008, ambos atribuídos pela Architectural Association of Ireland. Em associação com o atelier SPArq, a Architecture Republic foi incluída na lista preliminar de atelier que participarão no concurso para o Centre Pier Galway Harbour, a edificar na Irlanda. Maxim Laroussi, nasceu na cidade marroquina de Fez, tendo-se mudado muito novo, para França. Em 1998, graduou-se na PUC Campinas, no Brasil. Em 2002, completou o grau de bacharel em arquitectura na UCD. Trabalhou e viveu como arquitecto em vários países, incluindo o Brasil, o Reino Unido, a França e Irlanda. Em 1998, fundou em Dublin o estúdio Architecture Republic. Foi presidente da Architectural Association of Ireland entre 2005-6. Actualmente, Maxim Laroussi, lecciona na Universidade de Limerick. www.architecture-republic.com


ARQUITECTURA projecto The Plastic House localização Irlanda data 2010

© Paul Tierney photography

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© Paul Tierney photography

© Paul Tierney photography


ARQUITECTURA projecto The Plastic House localização Irlanda data 2010

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© Paul Tierney photography

© Paul Tierney photography


ARQUITECTURA projecto The Plastic House localização Irlanda data 2010

Perspectiva 3D

Perspectiva 3D

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ARQUITECTURA projecto Centro Educativo das Antas | localização Porto, Portugal | data 2010

O local de intervenção insere-se num contexto urbano recentemente reformulado através do Plano de Pormenor das Antas, Porto. A envolvente próxima é bastante heterogénea, com edifícios de diferentes escalas, muros e vazios encontrando-se o lote de terreno envolvido por arruamentos rodoviários. Procurou-se formalizar e materializar o programa previsto através de um desenho de edifício capaz de se fragmentar em diversos corpos interligados entre si e com o espaço exterior criando diversos ambientes. Com a volumetria da proposta, patente numa matriz estrutural, funcional e organizacional, pretendeu-se dar resposta ao programa e às imposições das cotas topográficas do lote, morfologia

do terreno, orientação solar, acessos e ligações com a envolvente edificada. Pretendeu-se promover a relação visual entre o interior e o exterior dos espaços do recinto, sendo a relação para com a exterior direccionada para campos visuais menos abrangentes. De forma intencional pretendeu-se virar para dentro o modo como o edifício se relaciona com o exterior. A estruturação dos diferentes espaços e ambientes da escola surge em estreita relação com as funções e os diferentes níveis de ensino; pré-escolar e 1.º ciclo, não deixando de se relacionar igualmente através de espaços comuns e áreas exteriores.

© arqf - Architectural Photography

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Carlos Jorge Veloso nasceu na Guarda em 1970. Em 1996 licenciou-se em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Realizou em 1997 uma pós-graduação em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano - FAUP/FEUP/UP. Em 1998 obteve uma Bolsa do Programa PRAXIS XXI - JNICT – MCT. Colaborou no atelier do Arq. António Carvalho entre 1991 e 1995 e em 1992 com Adalberto Dias. Fundou em 1999 o atelier Carlos Veloso – Arquitecto, Lda. Foi orientador convidado da disciplina de Projecto (final de curso) do Curso Superior de Arquitectura da ESAP - Porto entre 2006 e 2008. É Assistente do Curso de Arquitectura da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional das Beiras, leccionando Projecto V e VI desde o ano lectivo 2008/2009. É igualmente docente no curso de Design de Ambientes da ESTG do Instituto Politécnico de Viana do Castelo desde 2003. Em 1998 obteve o Prémio Engenheiro António de Almeida. Rui Filipe Veloso nasceu na Guarda em 1976. Em 2003 licenciou-se em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Obteve o título de Técnico Superior de Segurança e Higiene no Trabalho pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional em 2008. Colaborou com António Carvalho entre 1994 e 1996, no Centro de Estudos da FAUP entre 2002 e 2003, com Carlos Veloso entre 1999 e 2003 e em co-autoria a partir de 2003. Foi docente do curso de Desenho – Arquitectura e Engenharia no Instituto de Educação e Desenvolvimento – INED, entre 2004 a 2007. Professor Técnico Especializado do curso Tecnológico de Construção Civil – Escola Secundária de Gondomar – Porto, entre 2006 a 2010. Em 2004, obteve a bolsa Cidade e Democracia, 25 Anos Depois atribuída pela Ordem dos Arquitectos Portugueses e pela Fundação da Juventude. www.ava-architects.com


ARQUITECTURA projecto Centro Educativo das Antas | localização Porto, Portugal | data 2010

© arqf - Architectural Photography

© arqf - Architectural Photography

© arqf - Architectural Photography

© arqf - Architectural Photography

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© arqf - Architectural Photography


ARQUITECTURA projecto Taastrup Theatre | localização Dinamarca | data 2010

O projecto para extensão e renovação do Teatro Taastrup visa melhorar a comunicação entre o edifício e a sua envolvente - um bairro social. Esta intervenção foi igualmente encarada como uma oportunidade para melhorar a imagem e funcionalidade do edifício pela introdução de uma nova “pele” em torno da rude estrutura de betão, estendendo o teatro em direcção ao bairro Kjeld Abels Plads Norte. A nova e translúcida fachada faz reportar o observador ao pano da boca de cena, prestes a ser erguido no início de uma peça. Concebida como uma cortina diáfana composta por prismas acrílicos que abraça o edifício existente, a estrutura conforma igualmente um novo foyer, zona de recepção e café. Toda uma nova dimensão espacial foi adicionada ao edifício, ligando o interior anteriormente fechado sobre si mesmo ao exterior. O material da fachada é bastante robusto. Devido à sua forma, proporciona ao observador estimulantes efeitos

visuais tanto durante o dia como de noite; os prismas variam entre transparentes, passando a translúcidos e por fim opacos, transformando a fachada num belo jogo de sombras e reflexos. A fachada do teatro inclui uma série de portões que permitem ligar o foyer ao espaço interior do teatro. Estes portões podem ser abertos ou fechados consoante a necessidade; possibilitando assim que o teatro funcione como um espaço uno e coerente, unindo ou separando os espaços da sala de espectáculos e do foyer. As áreas de serviço do teatro foram igualmente beneficiadas, tendo sido as instalações sanitárias e cafetaria transferidas da cave para o piso térreo, reunindo neste nível todas as funções não técnicas do edifício. Finalmente, o Bar, a bilheteira e a zona de administração foram consolidados como um bloco único e funcional, capaz de ser gerido apenas por uma pessoa.

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O atelier COBE foi fundado em 2005. Operando ao nível internacional, esta firma encontra-se sediada em Copenhaga e Berlim, sedo dirigida pelos arquitectos Dan Stubbergaard e Vanessa Miriam. Os trabalhos do atelier COBE abrangem as áreas da arquitectura, planeamento urbano estratégico, urbanismo, paisagismo e investigação, focando-se sobretudo em projectos desenvolvidos num contexto de grande complexidade urbana. Na sua prática, o estúdio tenta explorar as condições mais interessantes e estimulantes das cidades contemporâneas, tentando desenvolver soluções inovadoras e específicas para cada projecto. Baseando o seu trabalho em equipas transdisciplinares, o envolvimento do cliente no próprio processo criativo, bem como o conceito de planeamento participado são essenciais na prática sustentável deste atelier. O estúdio COBE encontra-se igualmente envolvido em actividades docentes, investigação, workshops e palestras. Baseando-se no ideal da partilha de responsabilidade no processo de desenvolvimento global, o atelier COBE integra a rede mundial Global Compact, promovida pelas Nações Unidas, obrigando os seus membros ao desenvolvimento em exclusivo de actividades sustentáveis ao nível social, ético e de conduta empresarial. www.cobe.dk


ARQUITECTURA projecto Taastrup Theatre | localização Dinamarca | data 2010

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ARQUITECTURA

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projecto Taastrup Theatre | localização Dinamarca | data 2010


ARQUITECTURA projecto Taastrup Theatre | localização Dinamarca | data 2010

Planta Piso 0 Corte A

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ARQUITECTURA projecto House in Showa-cho | localização Japão | data 2008

Contando com um longo historial de uso residencial, embora se localiza na Baixa de Osaka o bairro de Showa-sho permanece um local calmo e tranquilo. A habitação apresenta uma fachada estreita, devido ao lote no qual se implanta, com 3,94m de largura por 17,89m de comprimento, anteriormente ocupado por uma residência em banda. Nesta intervenção, a rua desempenha um papel determinante. O projecto desta residência integra-a como parte do cenário, em vez de se fechar ou de lhe virar costas. O principal problema subjacente a esta ideia e à sua materialização residiu na exiguidade da largura do lote. Tendo este facto em consideração foram ensaiadas várias ideias com vista a obter a melhor solução para expressar a sensação de expansão e continuidade casa / rua, pretendida para este projecto.

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A melhor solução baseou-se num sistema de construção por secções. Dividido em quatro níveis, os diferentes pisos foram posicionados lado a lado, salteados e com hiatos entre cada um deles. Com este método tornou-se possível aos espaços colocados

mais fundo no lote, desfrutar de vistas para a rua, unificando assim cada um dos níveis com o exterior da casa. Servindo todos os níveis, localizada no centro do edifício e abrangendo desde a cave ao 3º piso, encontra-se uma escadaria exterior. A escadaria não bloqueia as vistas, uma vez que se empregou vidro em todas as paredes divisórias. Painéis deslizantes foram instalados nos pisos e tectos, possibilitando uma unificação física do espaço interior da habitação com o exterior, contribuindo para uma atmosfera ampla e convergente. O tamanho dos lotes em Showa-cho é diminuto. Tendo isso em consideração, ao mesmo tempo que se cumpria o rigoroso zonamento de áreas regulamentado para este bairro, foi concebido um pátio fronteiro à habitação, de forma a transformar a cidade e a envolvente numa espécie de cenário para a fachada Sul. Alojando a sala comum da residência, com 5.6m de pé-direito, esta fachada proporciona vistas para o pátio, a nova árvore de cleyera japonica e para a rua.

Shitaro Fujiwara e Yoshio Muro nasceram em 1974, em Osaka e Nagoya, respectivamente. O casal licenciou-se em 1999 na Faculdade de Ciência e Engenharia da Universidade de Kinki, em Higashi-Osaka, Japão. Em 2002 fundaram em associação o atelier Fujihara/room Architecture/Design Office, sediado em Osaka. www.aplan.jp


ARQUITECTURA projecto House in Showa-cho | localização Japão | data 2008

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ARQUITECTURA

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projecto House in Showa-cho | localização Japão | data 2008


ARQUITECTURA projecto House in Showa-cho | localização Japão | data 2008

BAL

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DK HOUSE IN SYOWACHO 1/100 fujiwaramuro architects

HOUSE IN SYOWACHO 1/100 fujiwaramuro architects

WC

PARKING

COURTYARD

ENT

MASTERBEDROOM

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STRAGE

Corte

LAVATORY


ARQUITECTURA projecto New Bridge in Choisy-le-Roi | localização France | data 2010

A nova Ponte Choisy-le-Roi atravessa as linhas do expresso suburbano RER C que serve a zona Sul de Paris. A ponte com 70m de comprimento possui uma faixa de rodagem em cada sentido. Ligando a recentemente reabilitada área portuária, as oficinas da Imprimerie Nationale e a Avenue Anatole France ao centro da cidade, a ponte constitui-se como um elemento essencial nesta nova zona da cidade que até há bem pouco tempo se encontrava isolada do restante tecido urbano devido à sua localização para além das linhas férreas e do curso do Rio Sena. A ponte foi concebida com uma dupla viga, prefabricada num dos lados do caminho-de-ferro e posteriormente empurrada sobre as linhas,

dispensando a utilização de pontos intermédios de suporte. A infra-estrutura encontra-se contida no interior de uma grelha em alumínio perfurado. Este revestimento atribui ao objecto uma imagem tanto memorável como poética, sem no entanto interferir com os aspectos técnicos da construção. Esta grelha cria como que um forro que empresta à ponte uma sensação e materialidade sensual semelhante à do tecido, ao mesmo tempo que revela a presença da estrutura subjacente. Este aspecto foi enfatizado pelo uso da cor verde, especialmente durante a noite, quando a iluminação da ponte se encontra ligada. A ponte surge actualmente como um ícone, um objecto eficiente e familiar que desempenha um papel vital numa área urbana em processo de rápida alteração.

© Jacques Ferrier architectures / photos Luc Boegly

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Jacques Ferrier licenciou-se em 1985. Em 1990 fundou em Paris o seu próprio estúdio. A sua prática baseia-se na concepção de arquitectura para uma sociedade sustentável. Tendo como base esta filosofia, concebeu projectos de âmbito cultural, infra-estruturas, edifícios públicos, centros de investigação e projectos urbanos. Em paralelo, Jacques Ferrier desenvolve actividade como investigador em parceria com diversas empresas da área da indústria. Os seus projectos deram início a uma reflexão sobre o futuro da arquitectura, tendo em consideração os desafios lançados pela realidade das megalópolis. Jacques Ferrier foi agraciado com diversos prémios de arquitectura tais como o Prémio Moniteur em 1993 e a nomeação para o Grand Prix National de l’Architecture. É autor de diversos livros e artigos de arquitectura, participando de forma regular em conferências tanto na França como no estrangeiro. É igualmente Professor de Arquitectura e membro honorário da World Business District Network for Sustainable Development. www.jacques-ferrier.com


ARQUITECTURA projecto New Bridge in Choisy-le-Roi | localização France | data 2010

© Jacques Ferrier architectures / photos Luc Boegly

© Jacques Ferrier architectures / photos Luc Boegly

© Jacques Ferrier architectures / photos Luc Boegly

© Jacques Ferrier architectures / photos Luc Boegly

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© Jacques Ferrier architectures / photos Luc Boegly


ARQUITECTURA projecto LaM – Museum of Modern, Contemporary and Outsider Art | localização França | data 2010

O principal objectivo desta intervenção prendeuse com a reestruturação e ampliação do Musée d’Art Moderne de Lille, que se ergue no seio de um magnífico parque, em Villeneauve d’Ascq. Projectado originalmente por Roland Simounet e inaugurado em 1983, o edifício existente adquiriu já o estatuto de património histórico. O âmbito desta intervenção, para além de um aturado processo de restauro dos edifícios existentes, prendeu-se com a restituição de fluidez e continuidade a este espaço museológico, ao mesmo tempo que se adicionavam novas galerias à estrutura existente de forma a poder alojar uma soberba colecção de peças Art brut. A solução arquitectónica da nova extensão envolve as faces Norte e Este do edifício existente, com uma configuração semelhante a um leque composto por volumes alongados, fluidos e orgânicos. De um dos lados do “leque”, elementos semelhantes a costelas, projectam-se do volume, dispostos muito próximos entre si, abrigando um café / restaurante que se abre para o pátio centra; no outro lado, as “costelas” encontram-se mais espaçadas entre si, formando as cinco galerias para albergar a colecção de Art brut. Nunca foi intenção deste projecto competir com a concepção do edifício original de Simounet, mas sim tentar estende-lo, ao mesmo tempo que se cumpriam

os objectivos programáticos de uma forma individual e sensível, mantendo as mesmas escalas volumétricas do edifício preexistente. No lado do café / restaurante, a proximidade entre os volumes da extensão permitiu redefinir o pátio, criando ligações desde o hall de entrada até aos espaços reestruturados do café / restaurante, livraria e auditório. As galerias de Art brut mantêm uma forte ligação com o cenário envolvente ao mesmo tempo que se constituem como um espaços especificamente concebidos para albergar peças de arte atípicas e poderosas. Estes espaços apresentam uma arquitectura particularmente introvertida, apropriada para projectar obras de arte que são muitas vezes frágeis e cuja conservação exige um controlo estrito da iluminação. Na extremidade das galerias, um grande vão de janela abre-se para as magníficas vistas do parque, proporcionando espaço vital ao itinerário de visita, contrabalançando o efeito de meia-luz que caracteriza as próprias galerias. Painéis perfurados em frente aos vãos servem de mediadores entre as galerias e a luz intensa do ambiente do parque. O tratamento exterior do edifício é sóbrio, baseado no uso de betão moldado afagado, com painéis perfurados. A superfície do betão apresenta uma leve coloração que varia de acordo com a intensidade luminosa.

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Manuelle Gautrand nasceu em 1961 e licenciou-se em arquitectura em 1985. Em 1991 fundou a sua firma Manuelle Gautrand Architecture, sediada em Paris. Desde então tem trabalhado e gerido todo o tipo de projectos, abrangendo campos tão díspares como a habitação, escritórios, edifícios culturais e de divertimento. Com clientes privados e institucionais, tanto na França como no estrangeiro, entre os seus trabalhos mais significativos, encontra-se o Centro Empresarial de Saint-Etienne, o edifício de escritórios Origami, em Paris, a reestruturação do velho teatro parisiense Gaîte Lyriqye e o desenvolvimento para o Grupo Auchan do projecto City of Europa, uma área de uso misto, que inclui um complexo de venda a retalho. Manuelle Gautrand desempelhou funções lectivas na Ecole Spéciale d’Architecture de Paris, entre 1999 e 2000, na Ecole d’Architecture Paris-Val-de-Seine entre 2000 e 2003 e ainda em 2009 na Technische Universität de Viena. Participou em diversos workshops realizados em instituições de ensino da arquitectura um pouco toda a Europa, sendo regularmente convidada para conferências e seminários tanto na França como no estrangeiro. O trabalho da firma Manuelle Gautrand Architecture foi apresentado em diversas exposições, tendo estado patente em Orleães nas edições de 2001 e 2002 dos ARCHILAB - Rencontres Internationales d’Architecture, nas edições de 2002, 2004 e 2008 da Bienal de Arquitectura de Veneza, numa exposição realizada em Junho de 2003, na Galerie d’Architecture em Paris, bem como em diversos outros eventos realizados na Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália e Holanda. Monografias sobre Manuelle Gautrand e os seus trabalhos foram publicadas em França e no estrangeiro. Os seus projectos são regularmente referenciados na imprensa periódica. Foram realizados dois filmes / documentário sobre a sua obra l’Art & la Manière e Chic – exibidos em 2008 e 2009 na ARTE Television. www.manuelle-gautrand.com


ARQUITECTURA projecto LaM – Museum of Modern, Contemporary and Outsider Art | localização França | data 2010

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ARQUITECTURA

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projecto LaM – Museum of Modern, Contemporary and Outsider Art | localização França | data 2010


ARQUITECTURA projecto LaM – Museum of Modern, Contemporary and Outsider Art | localização França | data 2010

Planta

Corte 01 Corte 02

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ARQUITECTURA projecto Balancing Barn | localização Inglaterra | data 2010

O edifício Balancing Barn encontra-se localizado num local de grande beleza junto a um pequeno lago, na área rural inglesa, perto de Thorington na região do Suffolk. O celeiro responde através da sua arquitectura e soluções de engenharia, às solicitações do local e envolvente natural. A forma tradicional do celeiro foi directamente inspirada pela tradição vernacular da região. Nesse sentido o edifício Balancing Barn procura manter-se a par dos aspectos educativos, da reavaliação da vida no campo e no acto de tornar a arquitectura contemporânea mais acessível. Aproximando-se do objecto arquitectónico ao longo da via de acesso com 300 metros de comprimento, o Balancing Barn assemelha-se a uma pequena habitação pensada para duas pessoas. Quando o visitante atinge o fim do percurso de acesso é surpreendido pela verdadeira acepção da dimensão do volume e do balanço do edifício. O celeiro tem 30 metros de comprimento, sendo 15 destes suspensos sobre uma pequena colina, fazendo com que o edifício “mergulhe de cabeça” na natureza. A razão para esta espectacularidade prende-se com a dimensão linear da natureza enquanto experiência. Conforme a pendente do lote aumenta e a paisagem contida nos seus limites acompanha esse movimento, o visitante vivencia a natureza numa primeira fase ao nível do piso térreo, até alcançar a altura da copa das árvores. A estrutura linear proporciona um palco privilegiado para esta mudança que se opera na percepção do exterior.

A meio da sua extensão, o celeiro fica suspenso sobre a vertente descendente, um acto de equilíbrio tornado possível pela estrutura rígida do edifício, fazendo com que 50% do edifício paire livre. A estrutura encontrase ancorada a elementos centrais em betão armado, sendo a secção que se encontra assente no solo construída em materiais mais densos do que os que constituem a secção suspensa. As longas fachadas laterais do edifício foram cuidadosamente ocultas por árvores, aumentando o grau de privacidade no interior e em redor do edifício. O exterior, incluindo a cobertura inclinada, encontra-se revestido com uma superfície metálica, cujas referências se enquadram na construção vernacular local, sendo ao mesmo tempo um elemento dinâmico, ao reflectir a natureza envolvente e as mutações sazonais da paisagem. Ao entrar na habitação, o visitante encontra o espaço de uma cozinha e uma grande zona de refeições. Seguem-se quatro quartos duplos, cada um separado por uma casa de banho e instalação sanitária. No centro do edifício, a sequência de quartos é interrompida por uma escadaria oculta que dá acesso ao jardim abaixo. No extremo do volume suspenso encontrase uma sala de estar com janelas em três das suas empenas, no pavimento e na cobertura. Ao somar ao espaço a presença de uma lareira, é possível ao longo de um dia ter a percepção dos quatro elementos míticos num dia de chuva. Janelas deslizantes com a altura total do pé direito e iluminação zenital ao longo de toda a habitação permitem uma visão e ligação contínua com a natureza.

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A firma MVRDV foi fundada em 1993 por Winy Maas, Jacob van Rijs e Nathalie de Vries, sediada em Roterdão, na Holanda. Em estreita colaboração, os três arquitectos directores da firma têm produzido variados estudos e projectos nos campos da arquitectura, urbanismo e paisagismo. Alguns dos projectos iniciais desta firma trouxeram os MVRDV para o centro das atenções não só dos clientes como da crítica internacional. A grande variedade de projectos permanece uma constante na actividade da firma. Os seus projectos mais recentes encontram-se em execução na Holanda, Espanha, China, França, Áustria, Reino Unido, EUA, Coreia e Índia, entre outros países. Os mais de sessenta arquitectos, designers e restantes membros do staff da firma MVRDV encontramse organizados em equipas dirigidas pelos directores de projecto. Em cada equipa, diferentes campos de actividade e escalas dos projectos da firma são abordados, tomando partido da experiência dos diferentes membros e variando o seu trabalho na prestação de grupo. Para possibilitar a execução de um grande número e variedade de projectos, diversas equipas especiais de projecto são criadas propositadamente para projectos específicos. Cada equipa de design é liderada por um dos arquitectos sénior (Winy Maas, Jacob van Rijs ou Nathalie de Vries) e por um gestor de projecto. www.mvrdv.nl


ARQUITECTURA projecto Balancing Barn | localização Inglaterra | data 2010

© Edmund Sumner

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© Edmund Sumner


ARQUITECTURA projecto Balancing Barn | localização Inglaterra | data 2010

© Edmund Sumner

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© Edmund Sumner

© Edmund Sumner


ARQUITECTURA projecto Balancing Barn | localização Inglaterra | data 2010

Planta

Corte 01

Corte 02

Alçado 01

Alçado 02

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ARQUITECTURA projecto Knocktopher Friary | localização Irlanda | data 2006

O presente projecto consiste numa remodelação de um complexo monástico classificado em Knocktopher, Kilkenny, Irlanda. O conjunto original de edifícios, extensões e estruturas esguias que ocupava a zona das traseiras do edifício principal do mosteiro junto à igreja foi demolido, tendo sido traçado um novo plano para este pequeno complexo de edifícios, em torno de um novo pátio central. O conceito original foi desenvolvido para incluir um claustro contemporâneo, encarado como o meio mais apropriado para ligar os edifícios existentes às novas estruturas, definindo percursos de circulação claros. O edifício original do mosteiro foi mantido intacto e a sua fachada posterior define a área aberta do pátio. A paleta de materiais foi deliberadamente reduzida; painéis de fachada em madeira tratada de cedro,

betão armado com marcas de cofragem de tábuas de madeira e vidro pontuam o objecto sobre um plinto em betão de tonalidade clara. O pátio interior apresenta um pavimento em simples gravilha branca, contribuindo para focar a atenção do observador numa oliveira adulta, posicionada a um canto. A pormenorização de todas as superfícies exteriores acentua a escolha dos materiais; molduras de vãos recuadas e as superfícies de betão marcadas com a textura da madeira a estender-se para as áreas de recepção e para o refeitório, esbatendo a transição entre interior e exterior. A partir de todas as novas áreas e acomodações é possível usufruir de vistas para a paisagem envolvente, encontrandose o próprio edifício, quando observado do exterior, cuidadosamente implantado na paisagem, em diálogo harmonioso com as estruturas originais.

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A firma ODOS Architects foi fundada por Darrell O’Donoghue e David O’Shea em 2002. Os trabalhos do atelier abrangem uma variada gama de escalas e funções, abarcando os projectos de interiores, habitação unifamiliar e colectiva, bares, restaurantes, escritórios, arquitectura comercial e edifícios religiosos. Os trabalhos do estúdio ODOS Architects estiveram expostos tanto na Irlanda como no estrangeiro, tendo resultado da sua actividade diversos prémios, nomeadamente: dois prémios RIAI Irish Architecture Awards em 2005; três prémios nos RIAI Irish Architecture Awards de 2006; um prémio e uma menção especial nos prémios da Architectural Association of Ireland em 2006 e 2007; o AR International Emerging Architecture Awards em 2009; o prémio Best House integrado nos prémios RIAI Irish Architecture Awards de 2009; nomeação para a shortlist do prémio Young Architect of the Year 2009 e duas menções especiais nos AAI Awards em 2009 e 2010. O atelier ODOS Architects representou em 2006 a Irlanda, em conjunto com outros autores na 10ª edição da Bienal de Veneza, tendo os seus trabalhos sido publicados em várias publicações e periódicos. www.odosarchitects.com


ARQUITECTURA projecto Knocktopher Friary | localização Irlanda | data 2006

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ARQUITECTURA projecto Liège-Guillemins TGV Station | localização Bélgica | data 2010

A cidade de Liège é um dos maiores interfaces da rede europeia de caminhos-de-ferro de alta velocidade, que liga o Reino Unido, a França, Bélgica e Alemanha. Quando a antiga estação da cidade teve de ser substituída devido à sua incapacidade para albergar as valências da rede de alta velocidade, a empresa Euro Liège TGV lançou um repto aos arquitectos europeus. A Santiago Calatrava coube o projecto para a nova estação de Liège-Guillemins, em grande medida devido à sua vasta experiência neste campo. Calatrava concebeu a estação como uma ligação entre duas áreas distintas da cidade de Liège, que se encontravam separadas pelas linhas férreas existentes. O projecto une ambas as áreas com um terminal de passageiros com 200m de comprimento, construído de forma simétrica ao longo do eixo Noroeste / Sudeste. A cobertura do terminal, com sucessivos arcos, estende-se sobre as cinco plataformas ao longo de 145m. A estação apresenta três pisos na sua face urbana, a Norte, com um acesso pedonal elevado e rampas rolantes. Ao nível da Place de la Gare abaixo das plataformas de embarque, uma área comercial contribui para criar uma imagem

urbana. Entre estas unidades comerciais, ao longo do eixo principal, encontra-se incluído o Hall de passageiros, as bilheteiras à esquerda e um restaurante / bar à direita. Na encosta a Sul, o edifício apresenta cinco pisos: três destinados a parques de estacionamento e um acesso de veículos associado à passagem pedonal elevada. A sensação de transparência resulta da altura monumental dos arcos, construídos em vidro e aço, permitindo uma relação de interpenetração entre a cidade e a estação. As pontes pedestres e a passagem sob as linhas, permitem uma comunicação fluida entre ambos os lados da estação. Foi dada particular atenção aos pormenores arquitectónicos destas zonas de transição. Num sentido tradicional, o projecto não apresenta fachada, sendo a relação entre o interior e exterior isenta de transições. A cobertura monumental assume-se efectivamente como a fachada do edifício. Para o observador posicionado na colina, a cobertura revela algo sobre a organização interna da estação. Internamente, o observador vê a cidade enquadrada nas estruturas da cobertura. Sob qualquer ponto de vista, a sensação de transparência prevalece.

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Arquitecto, artista e engenheiro, Santiago Calatrava nasceu a 28 de Julho de 1951 em Valência, Espanha. Após concluir o ensino secundário na sua cidade natal, Calatrava foi para Paris com a intenção de se inscrever na École des Beaux-Arts. Durante os distúrbios estudantis de Junho de 1968, regressou a Valência, tendo-se inscrito na Escuela Técnica Superior de Arquitectura onde obteve a licenciatura em arquitectura e uma pós-graduação em urbanismo. Atraído pelo rigor matemático de alguns dos grandes edifícios da história da arquitectura, Calatrava decidiu-se por encetar uma pósgraduação em engenharia civil, inscrevendo-se em 1975 no ETH - Federal Institute of Technology, em Zurique, Suíça. Após a conclusão dos estudos, começou a realizar pequenos projectos de engenharia, tendo estabelecido em Zurique o seu primeiro escritório. Em 1989, abriu em Paris uma sucursal, seguindose em 1981 uma terceira, em Valência, de forma a dar apoio ao projecto de um complexo cultural e intervenção urbana: a Cidade das Artes e das Ciências. Em 2004, Santiago Calatrava abriu uma sucursal em Nova York, na sequência do encerramento dos escritórios em Paris e para dar apoio aos projectos desenvolvidos nos Estados Unidos. As primeiras exposições sobre a obra de Calatrava começaram a ser organizadas em 1985, tendo começado por expor nove esculturas numa galeria de arte em Zurique. Um novo patamar de reconhecimento foi marcado por duas exposições a solo: em 1992, uma retrospectiva no Royal Institute of British Architects, em Londres e a exposição “Estrutura e Expressão”, realizada no Museu de Arte Moderna de Nova York em 1993. Desde então, muitas outras exposições subordinadas à sua prática realizaram-se um pouco por todo o mundo. O número de prémios e distinções atribuídas a Santiago Calatrava é esmagador pelo número e grau de importância, incluindo, entre outras a Gold Medal of the Institute of Structural Engineers, Londres, 1992; a Medalla de Oro al Mérito de las Bellas Artes atribuída pelo Ministério Espanhol da Cultura, Granada, Espanha, 1996; o grau de Officier de l’Ordre des Arts et Lettres, conferido pela República Francesa em 1998; o Premio Príncipe de Asturias de las Artes, em 1999; a Sir Misha Black Medal, Royal College of Art, Londres, 2002; a Grande Médaille d’Or, concedida pela Académie d’Architecture, Paris e a AIA Gold Medal do American Institute of Architects, obtida em 2005. www.calatrava.com


ARQUITECTURA projecto Liège-Guillemins TGV Station | localização Bélgica | data 2010

© João Morgado

© João Morgado

© João Morgado

© João Morgado

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© João Morgado


ARQUITECTURA projecto Circa | localização África do Sul | data 2009

Circa é um espaço onde o visitante pode apreciar música e filmes, assistir a debates ou visitar exposições diversificadas, da história natural aos vários campos da arte. Localizado em Joanesburgo, na Avenida Jellicoe, em pleno contexto de desafio socioeconómico que a jovem democracia da África do Sul tem vindo a enfrentar, este projecto tenta centrar-se numa forma mais directa de abordar a observação da arte, ao mesmo tempo que visa criar um novo e vibrante espaço de encontro cultural. Localizado na esquina de um cruzamento de grande visibilidade, esta intervenção assume um papel proeminente ao nível do espaço público e tecido urbano. No sentido de conceber um edifício reactivo à arte em mostre, pretendeu-se igualmente colmatar a fraca qualidade do espaço público em Joanesburgo, criando um edifício urbano e público de qualidade. A solução arquitectónica fez uso da diferenciação de níveis e de elementos de design, proporcionando segurança aos espaços sem recorrer a uma barreira física convencional de planos de parede envolventes, fazendo assim com que o espaço se molde em torno das obras de arte que contém, abarcando os passeios públicos e os espaços envolventes ao edifício. O percurso entre os espaços de galerias constitui assim uma oportunidade para apreciar não só a arte em exibição mas igualmente a arquitectura e a paisagem. Surgindo dos condicionalismos impostos por um loto estreito, a forma arquitectónica traduziu-

se numa espécie de marco urbano escultural. Pérgolas e elementos arquitectónicos singulares como as “barbatanas” metálicas criam pontos de ligação visual entre o edifício e a envolvente, ao mesmo tempo que a galeria principal permanece isolada do bulício urbano. O plano do edifício baseia-se numa elipse, reflectindo a natureza abstracta da arte, uma ideia complementada pelos seus elementos arquitectónicos mais invulgares, as “barbatanas” em alumínio anodizado que separam o espaço interior do exterior, formando em conjunto com a pérgola, uma segunda pele verde envolvendo o edifício. O posicionamento repetitivo ao longo da fachada permitiu assim criar um efeito e forma ao mesmo tempo monumental e escultórica. A escada de emergência encontra-se envolta por uma estrutura metálica, separada do edifício principal. Revestida com malha metálica, esta passagem constitui-se como um ponto de observação ideal da beleza da segunda pele do edifício. O projecto Circa é composto por três pisos; o piso térreo, denominado Speke, consiste em cerca de 1062 de área para exposições. O duplo pé-direito do 1º piso tem 177.76m2 de área multi-usos, com sete painéis de projecção que podem ser descidos até ao piso térreo. O 2º piso é denominado de Sala Darwin. Este lounge privado pode ser alugado para eventos e inclui um terraço exterior com 20 m2 com vista sobre a cidade de Joanesburgo.

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© studioMAS

Pierre Swanepoel nasceu na África do Sul em 1969. Em 1990 licenciou-se pela Universidade de Pretória, na África do Sul. Em 1995, obteve o grau de Mestre em Design Urbano pela Universidade Oxford Brookes, no Reino Unido. Fundou em 2000 a firma studioMAS. Pierre possui uma experiência assinalável no âmbito da indústria da construção, tendo o seu trabalho merecido uma significativa aprovação. studioMAS foi fundado no início do novo milénio em resposta às novas oportunidades surgidas na África do Sul, no âmbito da Arquitectura e do Planeamento Urbano. A excelência no acto de projectar, encontra-se no cerne da prática desta firma. www.studiomas.co.za


ARQUITECTURA projecto Circa | localização África do Sul | data 2009

© Tristan McLaren

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© Tristan McLaren

© Tristan McLaren


ARQUITECTURA projecto Hotel Zenden | localização Holanda | data 2009

O Hotel & Escola de Desporto Zenden deu um novo uso a três grandes edifícios de habitação situados perto do rio Maas em Maastricht, na Holanda. A história desta unidade hoteleira começou no fim da década de 60 do século XX, originalmente apenas com uma piscina para aulas de natação. Ao longo dos anos, outras funções tais como o Hotel e uma escola de Judo foram adicionadas ao programa. Ao atingir os limites físicos dos lotes onde se implanta, tornou-se necessário proceder a uma remodelação e reordenação programática. Nesta remodelação, o programa disperso foi cristalizado num todo icónico e integrado. Novas aberturas nas fachadas do hotel possibilitam tomadas de vista para o exterior mas igualmente para as diferentes áreas / funções do programa. A intervenção conduziu a um grau de abstracção estrutural que abarcou o conjunto edificado na sua globalidade, não se esgotando

apenas na reconfiguração das plantas. Como premissa para toda a intervenção; a manutenção do pé-direito o mais alto possível. A morfologia dos espaços interiores surge unificada por revestimentos em branco, enquanto o exterior recebeu uma nova pele com acabamento em tom antracite. Ao entrar no Hotel, um Lounge relaxante dá as boas vindas aos hóspedes, convidando-os a observar a piscina do hotel ou simplesmente a desfrutar da vista para o pátio com o seu Ácer Vermelho Japonês que contrasta vibrantemente com os interiores brancos da unidade hoteleira. A partir do Lounge, após transpor um plano de parede revestido a vidro na zona de entrada, é possível descer à cave onde as águas azul safira da piscina surgem sob uma abóbada abatida Medieval. No sentido oposto, ascendendo as escadas, o hóspede pode encontrar nove exclusivos quartos de hotel.

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Wiel Arets nasceu em 1955, na cidade de Heerlen, Holanda. Licenciou-se em 1983 na Universidade Técnica de Eindhoven, No mesmo ano, fundou em Heerlen o atelier Wiel Arets Architect & Associates. Em 1997, mudou-se para Maastricht, tendo aberto em 2004 sucursal em Amesterdão e em 2008 em Zurique. O estúdio Wiel Arets Architect & Associates tem experiência na área do urbanismo e da arquitectura em diversas escalas, tanto no domínio da arquitectura privada, como na concepção de edifícios públicos. Para além destas actividades, o estúdio desenvolve projectos em colaboração na área do design de equipamento, tanto para produção em massa como para execução em séries limitadas. Wiel Arets desempenhou diversas funções docentes em instituições académicas e universidade de prestígio, incluindo a Academia de Arquitectura de Amesterdão e Roterdão, a Academia de Arquitectura de Londres, a Universidade da Columbia, a Cooper Union em Nova York, a HAK em Viena, o UdK em Berlim e a Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes, em Copenhaga. De 1995 a 2003, foi Deão do Instituto Berlage de Amesterdão/Roterdão, tendo leccionado nesta instituição até 2009. Desde 2003 é membro da Comissão Consultiva da Universidade de Princeton. O trabalho do estúdio Wiel Arets Architect & Associates foi amplamente publicado em monografias e revistas da especialidade, tendo sido reconhecido igualmente pela atribuição de diversos prémios, nomeadamente o Prémio Charlotte Köhler em 1988; o Prémio Rotterdam Maaskant em 1989; a nomeação como Arquitecto Emergente no Prémio Europeu de Arquitectura de 1994, o Prémio Rietveld em 2006, entre outros. www.wielaretsarchitects.nl


ARQUITECTURA projecto Hotel Zenden | localização Holanda | data 2009

© João Morgado

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© João Morgado

© João Morgado


ARQUITECTURA projecto Hotel Zenden | localização Holanda | data 2009

© João Morgado

© João Morgado

© João Morgado

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© João Morgado

© João Morgado

© João Morgado


Point Blank

Abby Katcher + Daniel Poei + Daniella Gohari + Molly Hunker

Anagrama

Mash Club

Theurel & Thomas Patisserie

Ippolito Fleitz Group

Villa Moda Bahrain

Once Upon a Dream

Apart. em SĂŁo Paulo

Rolls

Liberty Av. Optic Store

Net-a-Porter

Marcel Wanders

Piratininga Arquitetos

Sousa Santos Architects

Mathieu Lehanneur

Sinato

Studiofibre


DESIGN projecto Point Blank | localização Aplicação Geral | data 2010

Point Blank é um painel exterior para aplicação em fachadas, fabricado através do processo de moldagem CNC em espuma e plástico em váculo. O sistema incorpora três painéis primários: um hexágono, um meta-painel composto por formas hexagonais e um painel modificado que contorna as esquinas das superfícies a revestir. Os espigões proeminentes que se projectam

dos painéis foram concebidos para tirar o máximo partido das capacidades do sistema de moldagem em vácuo, na obtenção de diferenças de profundidade. Com este aumento de profundidade, os espigões contribuem para ocultar as juntas dos painéis, “brincar” com o fluxo de água da chuva ao longo da fachada e incorporar elementos programáticos exteriores.

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Abby Katcher, originalmente escultora de profissão, obteve o grau de Bacharel em Arte pela Universidade de Yale. Em 2009, concluiu o Mestrado em Arquitectura na UCLA, tendo participado em vários cursos intensivos, tanto no Japão como na Alemanha. Em 2007, Abby obteve a Bolsa de Estudo James Petit Memorial, atribuída aos novos talentos e promessas na área da arquitectura. Actualmente, Abby Katcher colabora como arquitecta e designer, no atelier Pugh + Scarpa Architects, sediado em Santa Mónica, Califórnia Daniel Poei nasceu em Honolulu. Em 2010, obteve o grau de Mestre em Arquitectura pela UCLA, instituição onde recebeu em 2009, a Bolsa de Estudo Franklin D Israel Fellowship for Design Excellence e em 2010, o AIA Certificate of Excellence. Colaborou com os estúdios Behnisch Architekten e John Friedman Alice Kimm Architects, ambos sediados em Los Angeles. Actualmente colabora com o Atelier Hitoshi Abe. Antes de se mudar para Los Angeles, obteve em 2000, o grau de Bacharel em Artes e Arquitectura pela Universidade de Washington, tendo igualmente colaborado com diversas firmas de arquitectura de Seatle. Daniella Gohari obteve recentemente o grau de Mestre em Arquitectura pela Universidade da Califórnia, Los Angeles. Antes de concluir a sua formação em arquitectura, havia já obtido o Bacharelato em Ciência em Arquitectura e Engenharia pela Universidade Estadual do Ohio. Durante o período académico, colaborou com Neil Denari, Hitoshi Abe, Heather Roberge e Mark Mack. Molly Hunker interessa-se pela forma como a arquitectura se relaciona com as outras áreas da criação e disciplinas do design – em particular o design de interiores, moda e design industrial. Molly estudou arte e geografia urbana no Colégio de Dartmouth, tendo obtido o Mestrado em Arquitectura pela UCLA. www.abbykatcher.com www.danielpoei.com www.daniellagohari.com www.mollyhunker.com


DESIGN projecto Point Blank | localização Aplicação Geral | data 2010

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DESIGN projecto Theurel & Thomas | localização México | data 2010

Theurel & Thomas é a primeira pastelaria do México especializada em macarons franceses, a sobremesa mais popular das pastelarias francesas. Uma das mais importantes extensões de uma marca, cuja área de negócio se baseia na venda directa em loja, é o design e ambiência das suas lojas. Para este projecto, tornava-se extremamente importante conceber uma marca que se impusesse, dando ênfase ao sentido de singularidade, elegância e pormenor da delicada sobremesa. A pastelaria Theurel & Thomas encontrase assim num espaço iluminado que deixa transparecer uma atmosfera de elegância e exclusividade. A loja encontra-se localizada em San Pedro, México, uma das áreas de subúrbios mais influentes da

América Latina. A cor Branca foi aqui empregue como ferramenta base de concepção, contribuindo para focar a atenção dos clientes nos coloridos macarons. Duas linhas de produto foram desenvolvidas tendo como base o uso das cores cyan e magenta, numa relação directa com a bandeira francesa, incutindo a este projecto / conceito uma visão vanguardista de identidade de marca. A atenção para com os pormenores constituiu uma parte determinante deste projecto; cada peça de porcelana foi meticulosamente seleccionada, contribuindo para criar um equilíbrio sofisticado, incrementando não só o valor da marca em si, mas igualmente o grau de exclusividade do produto.

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© Carlos Rodriguez

Anagrama é uma agência especializada no desenvolvimento e posicionamento de marcas que proporciona aos seus clientes soluções criativas para qualquer tipo de projecto. Para além da sua história e experiência no desenvolvimento de marcas e conceitos, a agência especializouse em projectos de design de equipamento, interiores e multimédia. Desde a sua criação que a agência Anagrama decidiu cortar com o esquema funcional das agências de criativos tradicionais, integrando equipas multidisciplinares de criativos e especialistas. Uma marca bem posicionada e gerida representa um trunfo poderoso na avaliação do real valor de uma empresa; constitui-se como uma útil ferramenta de venda e um promotor de lealdade junto do cliente. www.anagrama.com


DESIGN projecto Theurel & Thomas | localização México | data 2010

© Carlos Rodriguez

© Carlos Rodriguez

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© Carlos Rodriguez

© Carlos Rodriguez


DESIGN projecto The Mash | localização Alemanha | data 2010

A Cervejaria Mash, em Estugarda, Alemanha, encontra-se localizada num espaço ocupado anteriormente pela empresa Bosh, tendo-se tornado um local popular para a realização de festas. Nos últimos anos, os espaços de diversão nocturna da cidade têm vindo a deslocar-se para a zona da Theodor-Heuss-Straße. De forma a contrariar esta tendência, a gestão da Mash numa estratégia de reposicionamento de mercado, optou por uma remodelação completa do espaço e pela introdução de um conceito híbrido: agora, a Cervejaria Mash abre como um café e restaurante durante o dia, servindo almoços e jantares; à noite e em particular aos fins-de-semana, opera como clube nocturno. Devido às suas dimensões, a Cervejaria Mash encontrase especialmente vocacionada para eventos associados a marcas de prestígio. Esta heterogeneidade de tipos de uso, implicou num conjunto de especificações espaciais bastante concisas mas diferenciadas para cada um dos espaços, sendo que todas tiveram de ser incorporadas na remodelação. O primeiro passo passou pela reorganização do espaço. O bar foi mudado para a zona central, onde divide a sala alongada da cervejaria em três zonas que podem ser utilizadas individualmente.

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Cada uma dessas zonas pode ser igualmente subdividida, possibilitando um redimensionamento e optimização da área central, de acordo com a

dimensão e tipo de eventos. As paredes de fundo dos nichos e a frente de bar foram revestidas a calcário fóssil, homogeneizando as superfícies. Este revestimento em pedra natural é subtilmente iluminado por lâmpadas de halogéneo, fazendo ressaltar a estrutura, profundidade e a natureza porosa do material, gerando ao mesmo tempo uma luminosidade quente e dourada em torno do bar. Este efeito é realçado por mais de 2500 varões de plástico suspensos que capturam e jogam com a luz. As áreas individuais encontram-se unificadas por um pavimento em tonalidade malva, potenciando o contraste entre a arquitectura industrial do espaço e as novas intervenções. Como elemento caracterizador e individualizador da intervenção, surge um tecto suspenso composto por painéis impressos que contribuem para a unificação do espaço. Evocando a atmosfera de cozinha e o carácter da primitiva destilaria, a colagem surrealista foi concebida pela artista plástica Monica Trenkler, natural de Estugarda. O efeito de conjunto foca a atenção do visitante no tecto. A composição fragmentada mistura e revela elementos que reportam à curiosidade, ao erotismo e ao esoterismo, contribuindo assim para oferecer aos clientes “alimento para a alma”, e temática de conversa para as refeições.

Gunter Fleitz estudou arquitectura em Estugarda, Zurique e Bordéus. Colaborou com o atelier Steidle+Partner, sediado em Munique e desempenhou as funções de gestor do projecto para o novo Supremo Tribunal Federal de Leipzig, colaborando com o Prof. Stubler. Em 1999, cofundou o atelier zipherspaceworks. Em 2002 aderiu ao grupo ippolito fleitz. É membro do Bund Deutscher Architekten BDA. Peter Ippolito estudou arquitectura em Estugarda e em Chicago. Colaborou com o estúdio de Berlim de Daniel Libeskind. Em Chicago, foi assistente do Prof. Ben Nicholson. Em 1999, cofundou o atelier zipherspaceworks. Em 2002 aderiu ao grupo ippolito fleitz. Entre 2001 e 2002, foi professor convidado na Academia de Belas Artes de Estugarda. Dá aulas na Universidade de Estugarda desde 2004. www.ifgroup.org


DESIGN projecto The Mash | localização Alemanha | data 2010

© Zooey Braun

© Zooey Braun

© Zooey Braun

© Zooey Braun

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© Zooey Braun


DESIGN projecto Villa Moda | localização Bahrain | data 2008

Na Primavera de 2009, o empório de moda de luxo Villa Moda abriu a sua 7ª loja, um espaço com 1050 m² localizado numa zona nobre, central e com vista para o mar, ombreando com espaços ocupados por outras marcas de luxo como a Louis Vuitton, Hermes, Bottega Veneta, Dolce & Gabbana, Gucci e Fendi. A ideia por detrás deste projecto foi inspirada pelo caos dos souk, os mercados tradicionais islâmicos, transportado para o contexto da moda de luxo. O resultado final surgiu assim do conceito Souk Internacional. A fachada do edifício apresenta-se coberta por esferas gigantes semelhantes a pérolas, numa referência à tradição do Bahrein como mercado de pérolas privilegiado do Médio Oriente. Os clientes

entram por um longo e estreito corredor que se abre para um espaço dramático de pé direito elevado, revestido com um padrão gigante em preto e branco, exibindo carpetes executadas à medida e painéis de grande escala. O espaço Villa Moda Bahrain oferece uma mistura inovadora e vanguardista de marcas de luxo com pouca ou nenhuma representatividade no Médio Oriente, tais como Anya Hindmarch, Martin Margiela, Ossie Clark, rue du Mail, Nina Ricci, Christopher Kane, Comme des Garçons e Junya Watanabe, mas igualmente aposta em lojas âncora de marcas como Marni e Dries van Noten, intercaladas com áreas multi-marca onde se pode encontrar roupa de gala, moda jovem, óculos de sol, perfumes, sapatos e joalharia.

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Marcel Wanders cresceu na localidade de Boxtel, na Holanda. Em 1988 licenciou-se pela Escola de Artes de Arnheim. Em 1995 abriu o seu primeiro estúdio, Wanders Wonders, tendo em 2001 fundado o Marcel Wanders studio, sediado em Amesterdão. Trabalhou com diversas marcas de design de renome internacional, tais como B&B Italia, Puma, Swarovski, Bisazza, Poliform, KLM Royal Dutch Airlines, Flos, Google, Cappellini e Target. E, 2001, Marcel Wanders foi co-fundador da marca Moooi. Para além da sua actividade como designer de produto, Marcel Wanders tem desenvolvido trabalhos na área da arquitectura e arquitectura de interiores, tendo projectado diversas residências em Amesterdão, Palma de Maiorca e Jakarta. Em 2005 co-fundou a firma Lute Suites, tendo vindo a colaborar recentemente com Philippe Starck, John Hitchcox e a marca yoo, que se dedica ao desenvolvimento imobiliário baseado no design. Peças de design concebidas por Marcel Wanders encontram-se presentes em diversas colecções, tendo o seu trabalho sido apresentado em diversas exposições e figurado em revistas um pouco por todo o mundo. Em 2006, foi nomeado pela revista Elle Decoration como Designer Internacional do Ano. www.marcelwanders.com


DESIGN projecto Villa Moda | localização Bahrain | data 2008

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DESIGN projecto Once Upon a Dream | localização França | data 2010

Depois de se ter dedicado à qualidade do ar com a marca Andrea, Mathieu Lehanneur abordou a qualidade dos sonhos. Concebido para o Hotel de Marc, localizado em Reims, destinado a acolher os convidados da Veuve Cliquot, normalmente sob os efeitos do Jet Lag, o quarto Once upon a Dream, foi concebido quer para a recuperação e sincronização rápida, quer para desfrutar de noites abençoadas por sonhos aprazíveis. Uma “unidade de sono”, entre o conto de fadas e o home cinema, que reflecte os estudos e testes psicológicos relativos às patologias do sono, no sentido de tratar as insónias crónicas. Um piscar de olhos à história, uma vez que a própria viúva Cliquot padecia de insónias. Baseando-se no trabalho do Dr. Alain Nicolas, responsável pela Unidade de Investigação do Sono no Hospital Central de Vinatier à Bron, em Lyon, o conceito Once upon a Dream torna-se numa viagem em busca do melhor dos sonhos:

Fase 2: Redução generalizada da temperatura em parcelas de 2º C até à obtenção de 19º C de temperatura ambiente.

Fase 1: Encerramento automático do espaço; o espectáculo pode começar. Isolado visualmente, o utilizador prepara-se mentalmente para produzir sonhos.

Fase 5: Despertar. A temperatura sobre dois graus. Num período de 15 minutos, a intensidade luminosa transita dos 0 para os 2500 Lux. A vida diurna retorna o seu curso.

Fase 3: De forma suave, o utilizador desencadeia a redução progressiva da luz ambiente, proveniente de um elemento suspenso sobre a cama, numa espécie de reminiscência do Bosque que envolvia a Bela Adormecida. Em 15 minutos, a intensidade luminosa passa dos 1000 para os 0 Lux. Fase 4: Ao longo dos 15 minutos da fase 3, uma emissão de ruído branco isola do ponto de vista acústico o utilizador do ambiente exterior. Esta sonoridade semelhante a um ronronar de gato, resulta da soma de todas as frequências audíveis, sendo utilizada para prolongar o Sono ENOC Estado Não Ordinário de Consciência. Estando o cérebro neste estado neutro e com o corpo à temperatura ideal, a noite pode começar.

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© Felipe Ribon

Mathieu Lehanneur começou a despertar o interesse dos viciados em design na edição de 2008 do evento Design and the Elastic Mind realizado no MOMA; local de encontro e de celebração da fusão entre a tecnologia e a imaginação. Com as suas linhas lúcidas, interior em verde luxuriante e cantos arredondados, o purificador de ar da Andrea, semelhante ao cruzamento entre um viveiro de plantas e um IMac, foi apresentado pela primeira vez neste certame. Embora se inspire na natureza, Mathieu Lehanneur não procura simular a biologia, recaindo o seu interesse na simbiose entre os materiais sintéticos e a matéria viva, muitas vezes com o objectivo de resolver problemas ambientais. www.mathieulehanneur.com


DESIGN projecto Once Upon a Dream | localização França | data 2010

© Felipe Ribon

© Felipe Ribon

© Felipe Ribon

© Felipe Ribon

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© Felipe Ribon


DESIGN projecto Residência Av. Paulista | localização Brasil | data 2009

O apartamento foi desenhado para um galerista que vive com o filho, funcionando como um apartamento para dois “rapazes”, cada um ocupando uma parte do imóvel, tendo resultado da reconfiguração do antigo apartamento de três quartos. A área do filho corresponde à antiga zona de serviço e a do pai, ocupa os antigos quartos. Na área social, um volume construído em painéis de betão configura funções de armazenamento de equipamentos, de dispensa, biblioteca, áreas

frigoríficas, televisão, sanitário, etc. Numa solução concebida originalmente a partir dos vãos e janelas, integrou-se a nova ocupação, criando e tirando partido, tanto interna quanto externamente, das relações espaciais invulgares. O projecto original do edifício onde se insere este apartamento é datado de 1952, sendo a sua autoria do arquitecto Abelardo de Souza, um dos ícones do Movimento Moderno no Brasil.

© Maíra Acayaba Fotografia

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José Armenio de Brito Cruz desenvolve desde 1982 actividades profissionais. Em 1984 foi cofundador da firma PAA - Piratininga Arquitectos Associados, tendo liderado a equipe de projectos de Urbanismo e de Arquitectura. No desempenho destas funções foi coordenador técnico de projectos premiados como o restauro e modernização da Biblioteca da Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da USP, o projecto da Biblioteca Central do campus II da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e o restauro e modernização da sede da Associação de Advogados de São Paulo. É regularmente convidado para palestras, encontros e congressos profissionais. Entre as suas obras mais divulgados, destaca-se o Projecto de Inclusão Económica e Territorial da Região Sul de São Paulo, abrangendo uma área de 2.260 hectares, com propostas de intervenções tanto ao nível do urbanismo, como do paisagismo. Desempenhou funções de nível académico como professor do curso de Linguagem da Arquitectura entre 1979 a 1986, na preparação de alunos para o Vestibular da Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da USP. Entre 1985 e 1986 foi professor da disciplina de Projectos de Arquitectura da Faculdade Braz Cubas em Mogi das Cruzes, São Paulo. Desde 2007 desempenha a função de professor da disciplina de Projectos na Escola da Cidade em São Paulo. Entre os galardões obtidos, destaca-se o Prémio Melhores Obras 2006 da Associação Brasileira da Construção Metálica, em 1999 o Prémio da IV Bienal internacional de Arquitectura e uma Menção honrosa nos Prémios do Instituto de Arquitectos do Brasil, em 2002. www.piratininga.com.br


DESIGN projecto Residência Av. Paulista | localização Brasil | data 2009

© Maíra Acayaba Fotografia

© Maíra Acayaba Fotografia

© Maíra Acayaba Fotografia

© Maíra Acayaba Fotografia

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© Maíra Acayaba Fotografia


DESIGN projecto ROLLS | localização Japão | data 2010

A Diesel Denim Gallery, localizada em Aoyama, um bairro de Tóquio, Japão, é conhecida por ser uma rampa de lançamento para arquitectos e artistas emergentes, tendo uma sólida reputação de apenas apresentar criadores de grande talento, tal como o realizador e artista vídeo Timothy Saccenti (Partizan) e o arquitecto Makoto Tanijiri. Entre outros nomes regularmente presentes neste espaço, encontra-se o arquitecto Kimihiko Okada, autor do trabalho Another Geography, patente no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e Mark Jenkins, um dos artistas escolhidos pela Time Magazine para integrar a lista dos Top Ten Guerrilla Artists.

A folha de alumínio foi escolhida como material principal para a instalação ROLLS, principalmente devido às suas características: embora seja fina e maleável, é contudo mais rígida que o papel ou o tecido, possuindo assim qualidades ambivalentes, sendo ao mesmo tempo suave e forte. Ao desenrolar e estender uma tira de folha de alumínio desde a entrada até ao fundo da loja, é possível criar uma forma ondulante que muda de função e de características conforme se altera a resistência do material. As qualidades e flexibilidade deste material representam uma metáfora da ligação entre a suavidade dos tecidos e a dureza da arquitectura.

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Chikara Ohno nasceu em 1976 em Osaka, Japão. Em 2004 o arquitecto fundou a firma sinato. Autor de diversos projectos na área habitacional e comercial, Chikara Ohno foi nomeado em 2009 pela I.D. Magazine para a lista dos 40 mais importantes designers emergentes. O arquitecto foi galardoado com vários prémios no Japão e de âmbito internacional.

www.sinato.jp


DESIGN projecto ROLLS | localização Japão | data 2010

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DESIGN projecto Liberty Avenue Optic Store | localização Lisboa, Portugal | data 2010

O conceito base no qual assentou esta intervenção prendeu-se com a necessidade de estender a área de exposição à totalidade do espaço de loja. Tendo em conta que a área envolvida é grande e os protagonistas da exposição (óculos) são pequenos, tornou-se necessário desenvolver um sistema de exposição que pudesse ocupar as superfícies das paredes. Os elementos de exposição formam uma rede vertical e horizontal de prismas construídos em aço, MDF e Plexiglas. A noção de movimentos encontrase imersa em todos os elementos que compõem a loja, desde as secretárias para aconselhamento

do cliente, passando pelos suportes de exposição e abarcando os próprios gabinetes. Todos estes elementos existem num estado de animação suspensa, similares aos suportes das paredes expositor. As noções de unidade e continuidade encontram-se profundamente enraizadas na concepção do espaço. Esta sensação de unidade resultou não só da forma dos objectos, que produz um efeito de osmose mnemónica, mas igualmente pelos materiais empregues, nomeadamente o piso em madeira escura que se prolonga numa aparente continuidade.

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© João Morgado

SOUSASANTOS é uma equipa de design cuja actividade se centra nos elementos de ligação entre os ambientes humanizados e os contextos culturais e tecnológicos contemporâneos. Jorge Sousa Santos nasceu em 1971. Licenciou-se pela Universidade Lusíada de Lisboa em 1994. Em 2002 obteve o grau de Mestre em Teoria Contemporânea de Arquitectura pela FAUTL – Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Colaborou na função de Designer no Atelier Manuel Taínha, entre 1994 e 1999. Jorge Sousa Santos ensina a cadeira de Design III na Universidade Lusíada de Lisboa desde 1998. Foi Professor Convidado na Architectural Association de Londres, encontrandose actualmente a desenvolver a sua tese de doutoramento na Universidade Lusíada de Lisboa. www.sousasantos.com


DESIGN projecto Liberty Avenue Optic Store | localização Lisboa, Portugal | data 2010

© João Morgado

© João Morgado

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© João Morgado

© João Morgado


DESIGN projecto Net-A-Porter | localização Inglaterra | data 2010

A Net-A-Porter é um conceito empresarial criativo que não possui espaços comerciais físicos para alojar as suas lojas de moda; o ambiente de venda desta firma é o próprio ecrã de computador do cliente. O ambiente que aloja os escritórios do império Net-APorter cristaliza o conceito da marca tanto como o faria uma loja física. Quando a sede da empresa se mudou do Whiteley’s Shopping Centre em Londres, para o piso de cobertura do “The Village”, no novo templo londrino do consumo, em Westfield, a firma procurou o apoio da agência Studiofibre que já havia concebido os seus anteriores escritórios. Trabalhando em estreita colaboração com Natalie Massenet, a agência Studiofibre transformou uma concha industrial, quase contemporânea, numa área

de trabalho com 40.000m2, caracterizada pela sua iluminação contemporânea, candelabros em vidro de Murano, grandes painéis de porta e uma mistura de materiais com acabamento mate e brilhante. Um exclusivo conjunto de peças de mobiliário foi especificamente concebido pela agência StudioFibre, que controlou igualmente a escolha de todas as restantes peças de mobiliário que o interior deste espaço alberga. Estruturalmente foram adicionados ao edifício dois pisos de mezzanino, cada um deles com uma escada de acesso autónoma; uma sala de reuniões em planos de vidro sem juntas aparentes “flutua” junto à entrada do hall principal, proporcionando vistas panorâmicas sobre as áreas de trabalho.

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© Pantling Studio

A agência StudioFibre é uma empresa de design multi-disciplinar sediada em Chiltern Hills, na zona Noroeste de Londres. Fundada em 2007 por Fiona e Ian Livingston, a firma StudioFibre é actualmente uma empresa vibrante e envolvente com um portfólio que abrange um vasto leque de sectores, abarcando as áreas residenciais e comercial no âmbito dos projectos de interiores, passando pela arquitectura e pela concepção exclusiva de peças de mobiliário e de design de produção. www.studiofibre.com


DESIGN projecto Net-A-Porter | localização Inglaterra | data 2010

© Pantling Studio

© Pantling Studio

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© Pantling Studio

© Pantling Studio


DESIGN

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projecto Net-A-Porter | localização Inglaterra | data 2010

© Pantling Studio


Metrotopia

Simon Colabufalo

Flockr so-il

Youturn Pavilion UNStudio

South Pond

Studio Gang Architects

Rubber House

Zeinstra van Gelderen architecten


A B O U T: N O W projecto Metrotopia | localização Austrália | data 2010

A cidade de Melbourne, na Austrália, tem muitas características particulares, sendo uma delas, possuir a maior rede de linhas de eléctrico do mundo. Metrotopia é uma proposta conceptual de automóvel projectado para deslocações com baixo impacto ambiental, permitindo aos seus utilizadores deslocarem-se com grande habilidade em zonas de grande densidade populacional, possibilitando a acoplagem das unidades a um eléctrico especial, aumentando a sua autonomia e velocidade. O veículo rola sobre uma esfera de borracha que

aloja no seu interior um motor eléctrico e uma célula de energia, proporcionando ao veículo não só um centro de gravidade rebaixado como uma capacidade de manobra superior. No interior da superfície da esfera, existe cobre entretecido com o trilho de borracha, utilizado como condutor para recarregar a unidade Metrotopia, quando está acoplada ao eléctrico. Esta proposta permite um estilo de vida e uma condução urbana de proximidade livre, possibilitando, quando acoplada ao eléctrico, realizar viagens mais rápidas e longas.

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Simon Colabufalo é um designer industrial. Em 2005, graduou-se em Artes e Design de Produto, pela Universidade RMIT. Em 2007 obteve o grau de bacharel em Design Industrial pela Universidade Honors Swinburne. Actualmente desenvolve a sua actividade profissional como freelancer, enquanto procura uma posição laboral mais estável, idealmente na indústria automóvel.

www.simoncolabufalo.com


A B O U T: N O W projecto Metrotopia | localização Austrália | data 2010

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A B O U T: N O W projecto Flockr Pavilion | localização Shangai | data 2010

O estúdio Solid Objectives concebeu duas estruturas temporárias para Pequim e Nova York. O Pavilhão Flockr serve como fulcro para o evento Get It Louder, um acontecimento bianual que reúne os media e as artes, tendo decorrido em Pequim no passado dia 10 de Outubro, decorrendo em Xangai, entre o próximo dia 22 de Outubro e 7 de Novembro. Em Nova York, o atelier SO-IL, foi um dos vencedores do concurso Sukkah City, uma competição para a concepção de um pequeno abrigo ritual, tradicionalmente associado ao feriado judaico do Sukkot. Tension, a proposta do atelier, esteve exposta nos dias 19 e 20 de Setembro na Union Square em Manhattan e será apresentada no Centro para a História Judaica, em Nova York, no próximo dia 15 de Outubro. O Pavilhão Flockr consiste numa estrutura que responde à sua envolvente, criando por si só um sentido de lugar, devido à sua volumetria. Revestido com milhares de painéis espelhados, a

superfície reflecte a envolvente, transformando o contexto temporário e móvel da sua localização – neste caso, a paisagem das cidades de Pequim e Xangai, em parte integrante da sua expressão. Apenas o topo de cada um dos painéis se encontra ligado à estrutura de suporte, permitindo que cada peça individual reaja ao vento, resultando numa “pele” cinética permeável à luz e ao ar. A estrutura base do pavilhão é composta por 56 varões finos em aço, unidos nas suas extremidades a dois grandes anéis de metal. O elemento de maior dimensão define o perímetro interior da estrutura, enquanto o anel exterior no topo, constitui a clarabóia. Da relação entre ambos os elementos resultou uma forma que reporta a um ventre materno. A estrutura foi montada no espaço de quatro dias, tendo-se realizado a inauguração do espaço no dia 20 de Setembro. Será desmontada e reinstalada no prazo de uma semana, para a sua utilização em Xangai.

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A firma Solid Ojectives – So-IL, é um escritório baseado na ideia de Projecto. Com uma presença global, a equipa deste atelier faz uso da sua experiência nos campos da arquitectura, especializações académicas e artes. Este estúdio sediado em Brooklin foi fundado em 2007 por Florian Idenburg e Jing Liu. A sua abordagem conceptual é caracterizada por um grande rigor intelectual e artístico, bem como no compromisso e entrega para com a realização dos projectos. Desde a sua fundação, o estúdio So-IL trabalhou numa vasta gama de projectos e escalas, desde impressões para o Museu Guggenheim de Nova York, até à realização de um plano urbano de um campus cultural para a Galeria Kukje, em Seul, Coreia. Os trabalhos mais recentes do atelier encontram-se em desenvolvimento um pouco por todo o mundo, desde a Grécia e Holanda, passando pela China. A firma SO – IL têm merecido o reconhecimento internacional, materializado em numerosos prémios, incluindo o MoMA PS1 Young Architects Program e o Young Practices Award do American Institute of Architects, ambos obtidos no corrente ano. Os trabalhos do atelier têm sido publicados, nomeadamente em media como o New York Times, o Wall Street Journal, Fast Company, Wallpaper* e a revista Surface. Os seus trabalhos estiveram patentes no Museu Guggenheim de Nova York, no New York Museum of Modern Art, no Los Angeles Forum for Architecture and Urbanism, no Benaki Museum de Atenas e no Centre for Architecture em Nova York. http://so-il.org


A B O U T: N O W projecto Flockr Pavilion | localização Shangai | data 2010

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A B O U T: N O W projecto South Pond | localização California, EUA | data 2010

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Este projecto pretende transformar um pitoresco lago urbano do século XIX num habitat ecológico pleno de vida. Com os melhoramentos ao nível da qualidade da água, hidrologia, paisagismo, acessibilidade e abrigo, complementados no projecto, o local passou a funcionar como uma sala de aula ao ar livre para a demonstração da coexistência entre o mundo natural e a envolvente urbana. Um percurso pedonal circunda o lago, passando

através de várias zonas de interesse pedagógico que elucidam os visitantes acerca dos diferentes animais, plantas e habitats que se encontram no lago. Um pavilhão integrado na sequência do percurso pedonal proporciona abrigo para a realização das aulas; inspirado na forma de uma casca de tartaruga, a sua estrutura é composta por elementos prefabricados em madeira laminada e uma série de módulos em fibra de vidro interconectados que constituem a superfície curva do pavilhão.

Jeanne Gang, FAIA, LEED AP, dirige o Estúdio Gang Architects, um atelier premiado responsável por criar vários projectos inovadores, concebidos através de um processo baseado numa aturada investigação das soluções de design. Os seus projectos foram amplamente publicados e exibidos, nomeadamente na Bienal Internacional de Veneza, no National Building Museum e no Art Institute of Chicago. www.studiogang.net


A B O U T: N O W projecto South Pond | localização California, EUA | data 2010

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A B O U T: N O W projecto Youturn Pavilion | localização Brasil | data 2010

O Pavilhão Youturn é um dos seis “terreiros” da Bienal de Arte de São Paulo, Brasil, espaços criados especificamente para a sua 29ª edição. Situado no coração da bienal, o pavilhão funciona basicamente como uma “montra”, um ponto de ligação no seio do próprio evento, proporcionando espaço para a realização de fóruns e de comunicação nos mais variados meios e escalas. Programaticamente, o pavilhão convida ao encontro, incentivando o público a orientar-se e a observar, provocando a interacção entre os participantes e visitantes, oferecendo espaço para expor, discutir e debater. Este projecto da firma UNStudio coloca-se na fronteira entre arte, instalação e arquitectura, operando como uma estrutura performativa e um catalisador de eventos. O pavilhão concebido pelo atelier UNStudio constitui o “terreiro” subordinado ao tema I am the street – Eu sou a rua, um dos seis núcleos conceptuais integrados nos espaços da bienal. A imagem

conceptual do pavilhão joga com a intercepção dos conceitos de movimento e exposição (estática); a bienal constitui-se como um espaço de rotas circulatórias onde os visitantes se movimentam entre espaços de expressão, interpretação e contemplação. Estes movimentos dinâmicos foram formalizados e traduzidos para uma concepção de projecto que por sua ver permitiu criar uma dinâmica do espaço assente na convergência entre percurso e destino. Os eventos realizados no seio deste espaço podem variar entre as discussões íntimas ou as apresentações de grupo e grande escala. O Pavilhão Youturn é adaptável e pode ser utilizado para uma multiplicidade de escalas de interacção, proporcionando uma resposta dinâmica às necessidades da bienal, dos artistas e da multiplicidade de visitantes que diariamente circulam pelo seu espaço.

© Ding Musa

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A firma holandesa UNStudio - United Network Studio, foi fundada em 1988 por Ben van Berkel e Caroline Bos. As suas áreas de acção abrangem a arquitectura, o urbanismo e os projectos de infraestruturas. Ao longo de mais de 20 anos de actividade e experiência de projecto internacional, o atelier UNStudio tem vindo a expandir de forma continuada as suas capacidades, estabelecendo relações estáveis de colaboração no seio de uma rede internacional de colaboradores, consultores e associados espalhados um pouco por todo o mundo. Esta rede, em conjunto com os escritórios centrais de Amesterdão e Xangai, permite à firma trabalhar de forma mais eficiente em qualquer parte do globo. Com mais de setenta projectos na Ásia, Europa e América do Norte, o estúdio continua a expandir a sua presença global, nomeadamente com novos projectos na China, Coreia do Sul, Taiwan, Itália, Alemanha e Estados Unidos. Sendo uma firma baseada numa rede, foi adoptada uma metodologia de abordagem extremamente flexível que incorpora parâmetros de concepção e colaboração com especialistas de outras áreas disciplinares. Desta forma, o atelier tem produzido projectos que vão dos edifícios públicos às infra-estruturas, de escritórios aos complexos habitacionais, passando pela concepção de produtos de design e pelos planos urbanos. www.unstudio.com


A B O U T: N O W projecto Youturn Pavilion | localização Brasil | data 2010

© Ding Musa

© Ding Musa

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© Ding Musa

© Ding Musa


A B O U T: N O W projecto Rubber House | localização Países Baixos | data 2010

“Tenho várias vezes considerado a possibilidade de que possa haver uma forma de conceber uma composição aglutinadora artificial, em tudo semelhante à segregada pelo bicho-da-seda na execução do seu casulo.” Robert Hooke, 1664 A Rubber House é um pequeno pavilhão totalmente concebido em borracha. A construção apenas pode ser utilizada por uma pessoa de cada vez, afastando-se do exterior, num momento de autodescoberta. O carácter introspectivo deste pavilhão é reforçado pela acústica vazada do seu interior. As paredes parcialmente translúcidas iluminam o espaço durante o dia. Ao contrário do que se possa pensar, a Rubber House gira em torno dos conceitos de massa e peso. A casa apresenta-se com o exterior monolítico e cor de âmbar, com as dimensões de 1.5 x 1.5 x 2.3m. O interior apresenta-se como

uma forma oval escavada. Numa das paredes encontra-se um pequeno banco corrido, em outra, uma moldura de janela sem vista. A entrada não é nada mais do que um corte vertical na terceira fachada. Toda a construção, incluindo o banco e a moldura de janela, é executada em resina moldada de uretano. A Rubber House esteve exposta entre dia 25 de Agosto e 1 de Outubro no Oberhausen, integrada na conferência da ISEA2010, o Simpósio Internacional de Arte Electrónica e fará parte da inspiração e da performance do dramaturgo Tjyying Liu, que ocorrerá durante a 1ª semana de Outubro na praça fronteira ao Schauspielhaus Bochum. Este projecto foi possível realizar, graças ao subsídio atribuído pela Fonds BKVB, a Fundação Holandesa para as Artes Visuais, Design e Arquitectura, tendo a Rubber House sido produzida pela, Anything is Possible, empresa sediada em Amesterdão.

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Jurjen Zeinstra nasceu em Outubro de 1961 na localidade de Leeuwarden, Holanda. Licenciou-se em Design Industrial em 1981 e em Arquitectura em 1988, tendo obtido ambas as licenciaturas na Universidade de Tecnologia de Delft. Mikel van Gelderen nasceu em Março de 1963 na localidade de Hertogenbosch. Licenciou-se em Pintura Autónoma na Real Escola de Artes e em Arquitecturana Universidade de Tecnologia de Delft. www.zeinstravangelderen.nl


A B O U T: N O W projecto Rubber House | localização Países Baixos | data 2010

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A B O U T: N O W

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projecto Rubber House | localização Países Baixos | data 2010


TED BIG

Doublesingle Storey H.

Multi Mill

formodesign

NL Architects

Opera House

Palacio de Lecumberri

Nuvist Architecture & Design

Rojkind Arquitectos


ABOUT:TOMORROW projecto TEK | localização Taiwan | data 2010

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O TEK3 Taipei aglomerará no mesmo edifício diversas valências, nomeadamente espaços de exposições, showrooms, comércio, um mercado, hotel, escritórios e salas de conferência, todas reportando a uma mesma super entidade funcional. No coração da instituição, um auditório público capaz de albergar vários tipos de eventos. TEK3 contém uma mistura de programas quase urbana sem uma hierarquização óbvia, organizando-os ao longo de uma extensa rua pedonal interna, enrolada sobre si numa espiral ascendente que conduz do piso térreo ao jardim da cobertura. A rua em espiral, com os seus programas funcionais variados consolida-se num cubo de 57x57x57m, com lamelas de betão servindo de sombreamento solar e igualmente de acesso público. O cubo encontra-se posicionado no centro do lote, ligeiramente rodado para abrir espaço para as quatro praças. O cubo é dividido em dois diagramas de organização diferentes; um hotel com planta em “L” dividido em duas alas a Oeste e a Norte e uma pilha de planta quadrada com pisos genéricos para uso comercial, ensanduichada em torno de um auditório central. As funções com maiores necessidades de luz natural tais como os

quartos de hotel e os escritórios, posicionam-se no perímetro, enquanto os espaços de exposição e lojas ocupam o núcleo. O sistema estrutural baseia-se numa grelha regular de pilares que se estendem desde o piso da cave até à base do Auditório TEK3. Os quatro poços de elevador e as caixas de escadas não só contribuem para a estabilidade geral da construção mas suportam igualmente os pisos acima do auditório, suspensos a partir da cobertura. A construção foi simplificada pelo emprego generalizado de elementos standard, aplicáveis tanto às superfícies planas como às superfícies curvas da fachada. Para a iluminação do edifício TEK3, foram escolhidos elementos da mais recente tecnologia LED, combinando baixa frequência de manutenção a uma extrema durabilidade. O cubo TEK3 foi concebido com um edifício sustentável, empregando tanta tecnologia de ponta como estratégias de baixa tecnologia, com o objectivo de atingir as mais altas performances com uma pegada ecológica e consumos energéticos mínimos. Um pequeno bosque de árvores auxilia a criar uma abóbada refrescante na cobertura, aproveitando a sombra natural e o efeito de evapo-transpiração para promover um efeito de arrefecimento exterior.

BIG é um grupo de arquitectos, designers e criativos que opera nos campos da arquitectura, urbanismo, investigação e desenvolvimento. Nesses âmbitos, a firma BIG tem vindo adquirir a reputação de conceber e construir projectos de edifícios inovadores do ponto de vista programático e técnico, tanto quanto são económicos e eco-conscientes. Entre os projectos da firma BIG concluídos, contam-se: The Mountain (2008); Helsingør Psychiatric Hospital (2006) vencedor do The World Architecture Festival Housing Award; the Maritime Youth House (2004) e o Copenhagen’s Harbor Bath (2003). www.big.dk


ABOUT:TOMORROW projecto TEK | localização Taiwan | data 2010

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ABOUT:TOMORROW projecto Doublesingle Storey House | localização Polónia | data 2011

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O objectivo conceptual deste edifício passava por cumprir as expectativas dos clientes, ao mesmo tempo que se preservava a própria natureza da envolvente. A ideia de conceber este layout resultou da intenção do estúdio de possibilitar o acesso dos residentes ao interior da casa a partir de qualquer localização do lote. A forma e volumetria da casa acompanham o Arco Solar e o panorama local, proporcionando vistas

para a floresta, prado e riacho. O estúdio propôs um revestimento exterior semelhante ao que se observa na arquitectura rural desta região: forra em madeira beije envelhecida, recuperada da demolição de abrigos locais. A simplicidade da transição da casa com a pendente suave e a interferência ambiental mínima são duas das maiores características da casa Doublesingle Storeyl.

O estúdio Formodesign – pracownia architektury foi fundado em 2004. Sendo uma pequena empresa, a abordagem do estúdio aos projecto é baseada em decisões assertivas e económicas. O crescente nível de experiência e conhecimentos obtidos pela equipa ao longo dos últimos anos, permitiu a realização de projectos de variadas escalas e para diversas funções. A qualidade dos projectos do estúdio foi galardoada com diversos prémios, tendo sido publicada várias vezes na imprensa polaca e internacional www.formodesign.pl www.architect.com.pl


ABOUT:TOMORROW projecto Doublesingle Storey House | localização Polónia | data 2011

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ABOUT:TOMORROW projecto Multi Mill | localização Holanda | data 2010

A Administração do Porto de Amesterdão encarregou os historiadores Roos Burger e Yvon Yzermans, de liderarem a comissão encarregue da concepção de um equipamento cultural para a zona Oeste de Houthavens. A intenção da Administração do Porto passou por tentar aumentar a atractividade da área, cativando o público através da criação de um ponto de encontro cultural na área em transformação entre a cidade e o porto. A proposta do estúdio NL Architects para cumprir esse propósito consiste na construção de uma “base” flexível capaz de albergar vários tipos de artes performativas. O “objecto” será posicionado no Haparandadam nas margens do Rio IJ proporcionando um palco cultural a um ambiente vibrante. Este troço de terra em Amesterdão é tão recente que ainda não se encontra visível no Google Earth. Mas essa situação mudará em breve. A proposta consiste em três “asas” que se ligam numa plataforma central. As “asas” apresentam formas específicas que permitem determinados usos. Os

“braços” poderão albergar apresentações de moda, cinema ou teatro. O projecto evocará variados programas funcionais, para além das formas mais evidentes de utilizar o objecto. O conceito base passa por desenvolver e criar um objecto adaptável que pode ser utilizado tanto como palco ou como stand. A concepção assenta assim numa estrutura rotativa. A plataforma multi-formal permitirá igualmente a realização de performances com alterações de cenário. A relação com o seu contexto poderá ser mudada conforme a conveniência. No local, encontra-se igualmente prevista a construção de um restaurante panorâmico, ocupando uma antiga estação de radiocomunicação, um ponto de paragem para os automóveis dos comandantes dos navios, um parque de estacionamento e uma zona de manobra para camiões de transporte. O objecto irá activar uma razoável área pavimentada, transformando-a de uma praça meramente funcional num verdadeiro palco cultural.

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O atelier NL Architects sediado em Amsterdão foi fundado oficialmente em 1997 pelos seus quatro associados: Pieter Bannenberg, Walter van Dijk, Kamiel Klaasse e Mark Linnemann. No entanto, a colaboração entre os fundadores remonta ao início da década de 90, quando estudavam juntos na Universidade Técnica de Delft. O atelier NL Architects desenvolveu as suas considerações acerca da metrópole contemporânea, tendo como cenário de reflexão a vivência diária marcada pelos movimentos pendulares entre Delft e a cidade de Amesterdão (local de residência dos associados), além da vivência do asfalto com a observação de uma realidade estética entediante do território suburbano. O atelier NL Architects critica radicalmente a arquitectura contemporânea no seu carácter suburbano, caracterizando a sua prática por uma grande sensibilidade para as questões e problemáticas da escala assim como dos próprios processos de construção. Da capacidade de articular condições e elementos heterogéneos, em situações muitas vezes paradoxais, o atelier opta por uma das suas ferramentas favoritas: a sintetização de novas tipologias de edifícios, concebendo estruturas programaticamente híbridas. Nesse sentido, a própria cidade é entendida pelos NL Architects como um ecossistema, um ambiente pautado pelo equilíbrio entre os sistemas lógicos de crescimento urbano, os elementos naturais e os factores de consumo, produção, circulação e fluxo. www.nlarchitects.nl/django/


ABOUT:TOMORROW projecto Multi Mill | localização Holanda | data 2010

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ABOUT:TOMORROW projecto Izmir Opera House | localização Turquia | data 2010

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Os espaços dos centros artísticos desempenham muitas vezes papéis que vão além das suas funções base; entre estas, inclui-se a promoção de um sentido de ligação entre os cidadãos e as obras dos artistas. Este conceito encontra-se subjacente ao projecto para a Casa de Ópera de Izmir, bem como a intenção de fazer reflectir neste projecto a história e a vida cultural da cidade que o alberga. Assim sendo, a Ópera foi concebida para se tornar o novo símbolo da cidade de Izmir, transformando o edifício num centro de atracção, num local reconhecível tanto por visitantes nacionais como estrangeiros. Envolvendo o edifício da ópera, foram criadas diversas áreas recreativas; campos de jogos e anfiteatros para actividades culturais, performances artísticas,

concertos ao ar livre e outro tipo de celebrações, intencionalmente agendadas para tornar a ópera num local de referência e num ponto de encontro entre os cidadãos, a arte e os artistas. Estes espaços podem estar associados à programação e aos eventos principais da ópera ou ser utilizados separadamente. As áreas funcionais principais do edifício foram concebidas tendo em conta diversas condicionantes, nomeadamente uma profunda análise ambiental, abarcando estudos da circulação, paisagem, ligações funcionais e factores meteorológicos. Tendo estes dados em consideração, foi desenvolvida uma “cúpula de arte”: o “Foyer Artístico”, uma manifestação física e topográfica da interacção entre as preexistências urbanas e os sistemas funcionais.

O estúdio Nuvist foi fundado em 2006. Sediado em Istambul, Turquia, o atelier de arquitectura e design é dirigido por Kursad Sekercioglu e Emrah Cetinkaya. Na sua prática, o estúdio Nuvist pretende associar a concepção arquitectónica e de design com todos os âmbitos e metodologias da Arte. O seu maior objectivo passa pela concepção de ambientes que explorem todas as possibilidades de concepção proporcionadas tanto pelos métodos de concepção tradicionais como os contemporâneos. www.nuvist.com


ABOUT:TOMORROW projecto Izmir Opera House | localização Turquia | data 2010

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ABOUT:TOMORROW projecto National Archive Museum “Lecumberri” | localização México data 2010

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Ao longo da sua história e longos anos de vida, este edifício foi alvo de diversas transformações com vista à adaptação aos usos e à mudança do tempo; foi concebido em 1882, construído alguns anos de pois e expandido em 1910. A intervenção mais importante, determinante pelo facto de ter evitado a demolição do imóvel, foi a transformação iniciada em 1982 com o intuído de instalar neste edifício o Arquivo Nacional. A proposta dá um particular ênfase ao restauro do edifício, preservando as suas características e as ideias de uma prisão de vanguarda do século XIX, aplicando as provisões Panopticon, propostas por Lorenzo de la Hidalga e reinterpretadas por Antonio

Torres e Antonio M. Torrija Anza (1882/6 – 1910), recuperando algumas das dimensões originais do projecto, respeitando a intervenção precedente e adicionando um cunho contemporâneo. A ideia de resgatar o Panopticon reflecte a necessidade de dar ao museu uma visão clara sobre a área de implantação, permitindo aos visitantes observar parte da história da sociedade mexicana e manter alguns dos espaços mais evocativos isentos de distracções. Nesse sentido, o uso do espaço residual foi proposto como forma de acomodar as áreas e funções definidas no programa de museu. Para alcançar este objectivo, o perímetro do edifício foi alvo de escavações, tendo-se preservado e consolidado os achados mais relevantes.

Michel Rojkind nasceu na Cidade do México. Entre 1989 e 1994 estudou arquitectura e planeamento urbano na Universidad Iberoamericana. Após trabalhar alguns anos por conta própria, associou-se a Isaac Broid e Miquel Adria, fundando a firma Adria+Broid+Rojkind (1998 – 2002). Com o objectivo de explorar e dar resposta aos novos desafios lançados pela sociedade contemporânea, em 2002 fundou uma firma independente: rojkind arquitectos, reconhecida em 2005 pela publicação Architectural Record como uma das 10 melhores firmas de design vanguardista. Geraldo Salinas juntou-se ao atelier rojkind arquitectos em 2010. Obteve em 1993 o grau de Bacharel em Arquitectura pela Universidad Nacional Autonoma de Mexico. Em 1995 obteve o grau de Mestre em Arquitectura pela Universidade do Maryland. A sua experiência centra-se primariamente em projectos de espaços de educação universitária nos Estados Unidos, Médio Oriente e México. Tornou-se associado sénior da firma Anderson Mason Dale Architects, sediada em Denver, EUA, tendo trabalhado em colaboração estreita com o atelier Antoine Predock Architect. Desde 2002, Geraldo Salinas é membro do US Green Building Council. Em 2008 foi nomeado pelo American Institute of Architects’ Denver Chapter como um dos Jovens Arquitectos do Ano. Em 2009 foi convidado para participar na qualidade de jurado, nos AIA Denver Honor Awards Program, sendo desde 2005 membro activo da Design Conference. Na actualidade é co-director da AIA Colorado 2010 Design Conference. www.rojkindarquitectos.com


ABOUT:TOMORROW projecto National Archive Museum “Lecumberri” | localização México data 2010

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ABOUT:TOMORROW

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projecto National Archive Museum “Lecumberri” | localização México data 2010


A.WAY

J. Mayer H.

Turbine City

On Office


ECOS projecto A.WAY | localização Itália | data 2010

Por volta de 1985, o mundo descobriu a existência do Buraco na Camada de Ozono e esse facto mudou para sempre a forma como encaramos o futuro. Desde então, o consumo, produção e a mobilidade sem limites ficaram em risco. Com a introdução da era digital no início do século XXI, sendo a electricidade a principal fonte de energia, as nossas cidades têm tendido para um crescimento cada vez mais isento de poluição e de tráfego intenso; mais verdes, limpas, silenciosas e eficientes. As visões do futuro tiverem sempre um lugar para especulações acerca da mobilidade. No século XX surgiram propostas divertidas e muitas vezes naïf de carros voadores e cenários de cidades submarinas; novas formas de viajar através de galáxias, excursões ao centro da terra, mergulhos em mundos submarinos, viagens no tempo, saltos entre universos, teleportação e viagens no sistema circulatório humano povoaram as nossas visões do futuro. No entanto, o futuro

próximo e os seus desenvolvimentos chegaram já de forma subtil. Pokeville é uma visão do futuro onde a mobilidade individual se tornou fortemente ligada aos desenvolvimentos ao nível da expansão digital nos espaços urbanos, caracterizando-se pela existência de condução automática e troca de dados personalizada entre o corpo humano e a sua envolvente. O tráfego flutuante transformou-se num fluir constante, sem existir a necessidade para parquear veículos, tendo as zonas pedonais reconquistado os espaços perdidos para a circulação automóvel. As repercussões fizeram-se sentir tanto ao nível social, como económico e ecológico. Tecnologias de assistência e vigilância transformaram a cidade e os seus habitantes num fluxo de dados, fazendo desaparecer as barreiras entre arquitectura, corpo, e carro, metamorfoseando-o de uma simples “máquina de ver e manobrar no tráfego” em uma máquina para experiências sensoriais.

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Fundado em 1996, o atelier J. MAYER H. Architects encontra-se sediado em Berlim, Alemanha. Este gabinete multidisciplinar trabalha na fronteira entre a arquitectura, as novas tecnologias e a comunicação. Com actividade que abarca o planeamento urbano, a arquitectura, a instalação, a concepção de objectos de design e o desenvolvimento de novos materiais, a prática do estúdio na produção de novos espaços resulta da relação entre o corpo humano, a tecnologia e a forma natural. Entre os projectos mais recentes do atelier, destacam-se a Sede do Município de Ostfildern, o centro estudantil na Universidade de Karlsruhe, ambos na Alemanha e a reabilitação da Plaza de La Encarnación em Sevilha, Espanha. Jürgen Mayer H. estudou na Universidade de Estugarda e na The Cooper Union da Universidade de Princeton. É fundador e coordenador do estúdio J. MAYER H. Os seus projectos foram divulgados em várias publicações internacionais e tem trabalhos seus presentes em diversas colecções, entre as quais se destacam o MoMA de Nova York e o MoMA de São Francisco. Recebeu diversos galardões nomeadamente o Prémio Arquitecto Emergente 2003, integrado no Prémio Europeu de Arquitectura - Mies Van der Rohe e em 2005 o Prémio Holcim Europa de Bronze. Jürgen Mayer H. leccionou na Universidade de Princeton, na Universidade das Artes de Berlim, na Universidade de Harvard, na Kunsthochschule de Berlim e na Architectural Association de Londres. Actualmente é professor na Universidade da Colúmbia, em Nova York. www.jmayerh.de


ECOS projecto A.WAY | localização Itália | data 2010

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ECOS

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projecto A.WAY | localização Itália | data 2010


ECOS projecto A.WAY | localização Itália | data 2010

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ECOS projecto Turbine City | localização Noruega

É compromisso da União Europeia que até 2020, pelo menos 20% do consumo total de energia dos seus estados membros provenha de fontes de energia renováveis. O Sistema GoO - Garantias de Origem, criou um novo bem de consumo e troca no seio da EU: a energia renovável. Nesse sentido, a Noruega possui um potencial geográfico e económico para ultrapassar os seus próprios objectivos e tornar-se no maior exportador de energia GoO. Na realidade, possui actualmente todos os elementos necessários: a maior, mais

ventosa e menos saturada linha costeira da Europa, experiência em instalações offshore, enorme capital de investimento proveniente da indústria estatal do petróleo e um conjunto de centrais hidroeléctricas para emparelhar com a energia eólica. Eventos como O Dia Europeu do Vento têm provado que a aceitação por parte do público em relação à geração eólica melhora tendo em conta uma maior proximidade e compreensão das tecnologias envolvidas. Combinando turismo com turbinas, a temática e o debate sobre as quintas de geração eólica poderá

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A firma On Office proporciona serviços de arquitectura e design, indo ao encontro de todos os programas, localizações e escalas, de acordo com um processo teórico em constante maturação. On Office não possui escala. Na sua prática, a arquitectura é vista como fulcro para uma actividade sem compartimentação ou limitação de qualquer ordem. Abarca desde o mobiliário ergonómico e o design industrial até às intervenções urbanas e o tecer de estratégias ao nível global. O atelier On Office tem actualmente diversos projectos a decorrer em Portugal, Noruega, Emirados Árabes Unidos, Peru, Brasil e Itália. João Vieira da Costa – Obteve em 2004 o Mestrado Integrado em Arquitectura pela Universidade Lusíada do Porto. Colaborou com diversas firmas tais como PLOT (BIG+JDS Architects), na Dinamarca, os ateliers NL Architects, MVRDV e OMA\Rem Koolhaas na Holanda, e CODE, na Noruega. Em 2008, em conjunto com Leon Rost, foi co-fundador da firma On Office, baseada em Oslo. Combina a sua actividade como arquitecto com o ensino na AHO - School of Architecture and Design in Oslo. Leon Rost – Iniciou os seus estudos na California Polytechnic University, tendoos combinado com um ano em Copenhaga, integrado no Programa DIS - Denmark’s International Studies. Colaborou com diversas práticas tais como PLOT na Dinamarca, Shigeru Ban e Klein Dytham no Japão e mais recentemente com o Space Group, na Noruega. Em 2008, em conjunto com João Vieira da Costa, foi co-fundador da firma On Office, baseada em Oslo. Ricardo Guedes - Obteve em 2005 o Mestrado Integrado em Arquitectura pela Universidade Lusíada do Porto, após ter completado os seus estudos em Cottbus, Alemanha. Colaborou em Portugal com as firmas Balonas Projectos e A.S. Atelier de Santos, antes de fundar o seu próprio atelier ARG - Architecture Ricardo Guedes. Em 2005 obteve uma menção honrosa no concurso Self-Sufficient Housing e foi vencedor em 2007 da competição Expresso/Lisbon, integrada na Trienal de Arquitectura de Lisboa. Desde 2009 Ricardo passou a integrar a On Office. Francesco Moncada - Obteve em 2004 o Mestrado Integrado em Arquitectura pela Universidade de Palermo, Itália. Viveu e trabalhou em Espanha, Reino Unido, Portugal, Holanda, Noruega e Dubai. As suas experiências de colaboração mais notáveis foram com as firmas Foreign Office Architects em Londres, Vicente Guallart em Barcelona e com OMA\ Rem Koolhaas em Roterdão. O seu trabalho independente foi divulgado em periódicos como Frame, Interni, Case d’Abitare, Ottagono, Perspective Hong Kong, Dezeen bem como em diversas publicações de interiores. Desde 2009 Francesco passou a integrar a On Office. www.onoffice.no


ECOS projecto Turbine City | localização Noruega

sair das assembleias municipais e dos órgãos do poder político e ser contextualizado na majestosa paisagem oceânica. O projecto offshore Turbine City, na costa de Stavanger, integra um hotel, um spa e um museu com uma quinta de produção eólica. Apenas um dos oito megawatts produzidos por cada uma das várias turbinas seria suficiente para alimentar o complexo. Ao trazer a actividade turística e navios de cruzeiro a Turbine City, em conjugação com a própria laboração e actividade da instalação, será mais

fácil aos visitantes perceber quais as vantagens deste tipo de produção energética, sensibilizando a opinião pública e promovendo o seu apoio. Stavanger encontra-se precisamente no local onde a costa Norueguesa se encontra com os ventos de maior intensidade. Sendo a 4ª maior cidade do país, Stavanger é um destino turístico de fácil acesso; muito embora seja conhecida com a “Capital Norueguesa do Petróleo”, esta iniciativa poderia vir a ser impulsionadora de uma transformação da imagem da cidade, associando-a à “revolução da sustentabilidade”.

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Direcção Editorial João Sá Vieira | Marcelo Vaz joaosavieira@aboutblank.pt | marcelovaz@aboutblank.pt Design www.carrossel.net Tradução e Adaptação Paulo Ricardo Telefones Gerais [+351] 927 744 527 | [+351] 917 072 530


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