Livro comemorativo Unimed Fortaleza 35 anos

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Ficha Catalográfica Elaborada por João Paulo C. Ferreira – CRB 3/997

U58 Unimed Fortaleza. Unimed Fortaleza, 35 anos de cooperativismo médico / Thiago Mendes de Oliveira, Paulo Júnior Silva Pinheiro. – Fortaleza : [s.n.], 2013. 128 p. : il. ; 22,5 cm. 1. Unimed Fortaleza. 2. Cooperativismo Médico. 3. História da Medicina no Ceará. I. Título. II. Oliveira, Thiago Mendes de. III. Pinheiro, Paulo Júnior Silva. CDD 610


Fortaleza, 2013



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Apresentação

Introdução

A prevenção como modelo para a medicina do futuro

Da peleja contra as epidemias ao surgimento da Faculdade de Medicina: aspectos da evolução da prática médica no Ceará

Origens e consolidação da Unimed Fortaleza: o Cooperativismo como modelo de saúde suplementar

Dias atuais: a gestão por resultados no cuidado de clientes, Cooperados e comunidade

Bibliografia

Créditos de imagens

Expediente

Sumário

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Parabéns a todos, obrigado pelo apoio e ótima leitura.

Dr. Mairton Lucena Presidente da Unimed Fortaleza

Apresentação

Completar 35 anos é um marco dos mais significativos, principalmente, se nos permitirmos o exercício de olhar um pouco para trás. Nessas três décadas e meia, a Unimed Fortaleza viu seus avanços se somarem aos da medicina no Brasil e no Ceará, como também à importância que o cooperativismo, como modelo eficiente de assistência à saúde, ganhou ao redor do mundo. Mais do que o registro histórico de causos e iniciativas sobre a saúde no Estado e sobre a Unimed Fortaleza em contextos de subversão e pioneirismo de pessoas e instituições admiráveis, a publicação que viabilizamos para comemorar este momento também nos convida para outro exercício, tão instigante quanto o primeiro: começar a sonhar com o futuro. As próximas décadas têm suas bases estruturadas agora e a depender do dinamismo da atual gestão e dos inúmeros Cooperados e colaboradores – para os quais já direciono palavras de admiração e agradecimento –, manteremos o foco e os investimentos em inovação no maior bem de qualquer pessoa: a saúde.



Boa leitura!

Introdução

Contar 35 anos de história é convidar a um passeio por diversas veredas. Pode-se embarcar na “astronave do futuro”, como ensina o músico Toquinho, para pensar sobre o que contaremos quando inteirarmos 70. Outra escolha é retroceder 35 anos da data de onde começamos – ou voltar ainda mais no tempo –, para descobrir tudo o que nos fez fortes. Há também a opção pelo caminho sem desvios: o desafio de resumir em um relato o tempo que passou depressa, sem muitas vezes nos permitir dar conta do quanto temos a contar. Ao completar 35 anos de fundação no dia 9 de janeiro de 2013, a Unimed Fortaleza convida você, leitor Cooperado, cliente, colaborador – ou apenas interessado em histórias –, a seguir por trilhas de todos esses caminhos possíveis. Começamos pensando no futuro, na mudança de paradigma da medicina, que agora se volta muito mais para a prevenção das doenças. É o futuro que nos bate à porta nos dias atuais – e para o qual a Unimed Fortaleza vem se preparando. Em seguida, voltamos décadas e séculos para tratar do período que vai dos princípios da prática médica no Ceará à fundação da Faculdade de Medicina. São relatos de pelejas contra pestes e epidemias, que vão culminar no sonho de formarmos médicos em terras alencarinas. Saltamos de novo no tempo para alcançarmos as origens do Cooperativismo médico no Brasil, alternativa ao modelo mercantilista que se instalava no País. Dos pioneiros, como Edmundo Castilho, chegamos à fundação da Unimed Fortaleza. A partir desse ponto, inicia-se o grande desafio de narrar três décadas e meia: os primeiros anos, a edificação da sede própria na avenida Santos Dumont e a construção do Hospital Regional Unimed (HRU). Destaque para as inúmeras inovações implantadas na Cooperativa desde 2002, com a profissionalização da gestão. Foram novas ideias, projetos e programas que deram dinamismo à organização, beneficiando Cooperados, clientes e colaboradores, proporcionando mais vida com qualidade a todos e desejos de voos ainda mais altos para a Unimed Fortaleza.


Presidentes

1978

Almir dos Santos Pinto

1978-1979

MaurĂ­cio Benevides

1979-1986

Othon Chaves Bastos


Mairton Lucena

2002-2014

JosĂŠ Franco de MagalhĂŁes

1998-2002

Darival Bringel de Olinda

1986-1998


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A prevenção como modelo para a medicina do futuro


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Construindo os próximos 35 anos

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Há 35 anos muitos dos procedimentos médicos que hoje são corriqueiros eram impensáveis para quem tem a saúde das pessoas como matéria prima do trabalho que realiza todos os dias. Assim como era impensável imaginar que a esperança de vida da população brasileira ao nascer ultrapassaria com folga os 60 anos de idade. Estamos em 74,1 anos, de acordo com dados divulgados em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É neste cenário que uma cooperativa do tamanho da Unimed Fortaleza, reconhecidamente uma das maiores do mundo em saúde, comemora um aniversário tão expressivo de olho no futuro. Os desafios são muitos, principalmente os relacionados aos anseios de milhares de clientes que confiam à Unimed Fortaleza um desejo imensurável, de tão significativo: viver mais e melhor. E o que isso significa na prática? Para o neurocirurgião Mairton Lucena, a quem, pela terceira vez, é confiada a missão de gerir a Unimed Fortaleza


significa manter o atendimento de qualidade, a satisfação e as expectativas dos milhares de clientes, como também o comprometimento com os anseios de todos os Cooperados. Para ele, os três pilares balizam o trabalho da atual gestão da Unimed Fortaleza – cujo compromisso também orienta a atuação da Cooperativa pelos próximos anos – e ajudam a desenhar um futuro marcado pelo profissionalismo e pela atenção primária à saúde. “Conseguir satisfazer esses vários segmentos – o cliente, o médico Cooperado e as determinações da Agência Nacional de Saúde (ANS) – é o mesmo que viabilizar o crescimento da Cooperativa”, afirma Mairton.

Origens do Cooperativismo Médico no Brasil 16

O sistema Unimed surgiu do movimento sindical dos médicos de Santos (SP), em 1967, a partir da iniciativa do médico Edmundo Castilho; O Cooperativismo foi o modelo encontrado pelos médicos para se contrapor ao modelo mercantilista então em voga; A mercantilização dos serviços de saúde foi motivada por mudanças no sistema de previdência social, criando um vácuo na medicina assistencial.

Países como Inglaterra, Espanha e Canadá assumem a dianteira da “atenção à saúde” e acabam por conquistar resultados mais significativos que países emergentes como o Brasil e, até mesmo, potências mundiais, como os Estados Unidos, justamente por concentrarem investimentos na atenção primária. O modelo começa a ser incorporado no Brasil a sistemas como o da Unimed e, de acordo com Mairton, sinalizam para onde a Cooperativa pretende começar a olhar em Fortaleza daqui pra frente. “Nós vamos ser, certamente, uma das primeiras Unimed em nível nacional a fazer esse atendimento primário”, comemora.


Atualmente, a Medicina Preventiva da Unimed Fortaleza conta com cerca de sete mil clientes em atendimento, acompanhados e assistidos antes mesmo de adoecerem, como é o caso dos hipertensos e dos pneumopatas. “Ou a gente investe nisso ou vai acabar por ter a medicina mais cara do mundo, como a dos Estados Unidos e, o pior, sem resolver o problema das pessoas. A atenção primária à saúde, além de mais eficiente, permite o acompanhamento sistemático dos casos e do que é adequado para cada paciente”, sintetiza.

Profissionalização Ao olhar para o futuro e almejar resultados a médio ou longo prazo, a Unimed Fortaleza optou pelo caminho da profissionalização. Com isso, pôde ampliar a carteira de clientes e melhorar sua estrutura de atendimento. O presidente Mairton Lucena lembra que há cerca de 10 anos a Cooperativa não via o número de clientes crescer. “O que nos foi dito é que o campo estava estagnado, não tendo mais

A Unimed Fortaleza

A Unimed Fortaleza integra o Sistema Nacional Unimed, maior experiência cooperativista na área da saúde em todo o mundo e também a maior rede de assistência médica do Brasil, presente em 83% do território nacional. Com mais de 3.900 médicos Cooperados, é líder em assistência médica complementar, com participação representativa junto às melhores e maiores empresas do mercado. Em seus 35 anos de atuação, a Unimed Fortaleza tornou-se a maior operadora de saúde das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Sua estrutura de atendimento oferece o Hospital Regional Unimed – o maior do Sistema Unimed e um dos 22 hospitais do País certificados pela Acreditação Internacional Canadense –, laboratório, Centros Integrados de Atendimento Unimed (CIAUs), Centro Pediátrico, Medicina Preventiva, Unimed Urgente (atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência) e Unimed Lar (programa de atendimento domiciliar). Além disso, a Cooperativa conta com uma diversidade de hospitais, clínicas e laboratórios credenciados.

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para quem vender”, afirma. Para reverter a situação, um paradoxo diante do crescimento acentuado dos sistemas de saúde privados, a Cooperativa se amparou em uma consultoria vinda de Belo Horizonte (MG), que indicou a necessidade de se ofertar planos para outros segmentos. “Foi quando criamos a Unimed Núcleos e, em um ano, conquistamos cerca de 40 mil novos clientes”.

De 2005 a 2012, a Medprev promoveu 382 grupos e oficinas, contemplando

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42.144

atendimentos a clientes nesses serviços

O segundo passo, dado à época, foi o da retenção. “Nós mudamos a estratégia a partir de 2002 e começamos a fidelizar os clientes conosco de forma mais profissionalizada. Em conjunto, além de um marketing diferente, passamos a ter um maior controle sobre os processos dentro do hospital”, aponta.


Medicina Preventiva na Unimed Na Unimed Fortaleza, as ações de Medicina Preventiva (Medprev) foram iniciadas em 2005. Hoje, estão reunidas nos programas Saúde Mais, Mais Saúde nas Empresas e Saber Viver. O foco das atividades são a prevenção e a promoção da saúde. A mudança de paradigma da medicina preventiva tem por objetivo manter os clientes saudáveis e, assim, prevenir o surgimento de doenças. Os principais focos do programa são o controle do tabagismo e da obesidade e o estímulo à prática de esportes e à alimentação correta. Entre as estratégias utilizadas para chegar aos clientes estão a abordagem de médicos para indicação de pacientes em grupos de risco, como hipertensos e com colesterol alto, até o monitoramento por telefone. De 2005 a 2012, a Medprev promoveu 382 grupos e oficinas, contemplando 42.144 atendimentos a clientes nesses serviços. Foram realizadas, no mesmo período, 3.271 palestras educativas e 5.184 atendimentos individuais. Cerca de 27.500 clientes foram vacinados em campanhas contra tétano, hepatite B, rubéola e influenza. Mais de 40 mil clientes em empresas foram atendidos com a prestação de serviços de verificação de pressão e cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC), aplicação de testes de estresse, qualidade de vida e avaliação de risco cardíaco. Somente em 2012, o programa Saber Viver, que oferece aos clientes apoio psicoeducativo ao tratamento médico, realizou 1.420 atendimentos individuais. Fazem parte do programa pessoas com fatores de riscos à saúde ou doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, tabagismo, entre outros. O programa Mais Saúde nas Empresas acompanhou mensalmente, em 2012, 50 grupos corporativos com maior ocorrência de sinistros, além de ter realizado palestras, vacinação, oficinas e grupos com empresas clientes. Foram 10.860 clientes atendidos. Já o programa Saúde Mais, que gerencia doentes crônicos por contato telefônico, monitorou 10.457 clientes entre janeiro e dezembro de 2012. Por meio do programa são realizadas orientações nutricionais e, psicológicas, além das visitas.

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Epidemia de febre amarela no Ceará. (Casa de Rodolpho Theophilo e sede do Instituto Vacinogênico do Ceará no fim do século XIX)

1851

Surgem as primeiras instituições médicas na Capital: os lazaretos de Jacarecanga e da Lagoa Funda, respectivamente.

1819 e 1856

Criado o primeiro hospital do Estado, o Hospital Real Militar, de atendimento restrito a soldados que serviam no Forte da Capital.

1769

Primeiro “licenciado” a chegar ao Ceará: o cirurgião Francisco Coelho de Lemos.

1691

Linha do tempo 20


1914

Maternidade João Moreira é criada por iniciativa do Dr. Manuelito Nogueira

1915

Instituto de Proteção e Assistência à Infância é fundado pelo Dr. Abnegado da Rocha Lima.

Aprovados os estatutos e eleita a primeira diretoria do Centro Médico.

1913

Epidemia de varíola em Fortaleza. (Isolamento de varilosos no Morro do Moinho)

1878 e 1879

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Da peleja contra as epidemias ao surgimento da Faculdade de Medicina: aspectos da evolução da prática médica no Ceará


Tempos de peste e de cura: evolução da prática médica no Ceará

Entre rezas, benzeduras e simpatias, buscava-se a cura para as epidemias que varriam o Ceará durante o período colonial. Na falta de médicos, o socorro aos doentes era feito por curandeiros, “curiosos”, “práticos” e cirurgiões-barbeiros, que se revezavam para tratar as doenças mais comuns – febres terçãs, “catarros”, disenterias, sarampo e tuberculose – e as epidemias de varíola, cólera e febre amarela, que amedrontaram a população cearense da época. 24


Contra o cólera, por exemplo, os curandeiros se valiam de sudoríficos, vomitórios e até fogueiras, na crença de que era preciso desumidificar o ar. As técnicas não eram mais avançadas pelo lado dos cirurgiões. Sangrias, ventosas, sanguessugas e purgantes eram usados para praticamente todos os males. E quando nem os sangradores nem os pedidos a São Sebastião davam jeito, os recursos se esgotavam, pois não havia hospitais. José Policarpo Barbosa, no livro História da saúde pública do Ceará, conta que apenas em 1769 seria inaugurado o primeiro hospital do Estado, o Hospital Real Militar, de atendimento restrito a soldados que serviam no Forte da Capital. “A casa alugada tinha apenas a frente de tijolo, sendo o resto de taipa e só existiam três camas, justamente o número de soldados doentes, quando da ocasião da fundação”, descreve Barbosa. A falta de um hospital para atendimento da população cearense vai durar até meados do século 19, quando é inaugurada a Santa Casa de Misericórdia, 25

Foto de 1928 da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, primeiro hospital de atendimento ao público do Estado, inaugurado em 1861. Os primeiros estabelecimentos de saúde do Ceará, porém, foram os hospícios criados ainda no século XVIII pelos jesuítas: um na atual cidade de Viçosa do Ceará (por volta de 1723) e outro na vila de Aquiraz (em 1727).


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em Fortaleza. A necessidade de um hospital foi levantada em 1839, ano de epidemia de malária, mas a ideia não vingou. Devido a ocorrência de uma grande epidemia de febre amarela, em 1851, o plano voltou à tona. O prédio foi concluído em 1857, mas somente em 1861 ocorreu a inauguração formal da Santa Casa. “Foram essas epidemias que estimularam a criação de um hospital. Porque o povo ficava desamparado, ficava gente no meio da rua, muitos morriam. Então tinha que ter um lugar para abrigar”, detalha a médica e historiadora Ana Margarida Rosemberg. A pesquisadora lembra que a função principal dos primeiros hospitais era o isolamento dos doentes, já que não havia medicamentos – e os tratamentos eram feitos basicamente com ervas medicinais. Sebastião Ponte, em Fortaleza belle époque, e Lira Neto, em O poder e a peste, descrevem como as autoridades sanitárias do século 19 apontavam nos hábitos das classes pobres o maior perigo para a saúde pública. “Argumentavam que a pobreza e a ignorância eram o principal agente da insalubridade e da insegurança social. Organiza-se, então, nessa época, todo o discurso científico por uma remodelação imediata dos espaços urbanos. Em nome do progresso, era preciso inspecionar as residências, fechar os bordéis, internar os loucos, isolar os doentes”, detalha Lira Neto na biografia de Rodolfo Teófilo.

Isolamento e Epidemias

Dr. José Lourenço, primeiro médico contratado por um governador cearense, veio trabalhar pela quantia de um conto e duzentos mil réis por ano. Depois deste primeiro profissional, começam a chegar outros formados pela Bahia e pelo Rio de Janeiro. Ocasionalmente esses profissionais eram contratados pelo governo para atenderem aos pobres, daí serem conhecidos como ‘médicos da pobreza’.

O título de primeiro hospital de Fortaleza cabe à Santa Casa de Misericórdia. As primeiras instituições médicas criadas na Capital, porém, foram os lazaretos de Jacarecanga (1819) e da Lagoa Funda (1856). Criados no Brasil inicialmente com a função de isolar pacientes com hanseníase do convívio em sociedade, os lazaretos foram construídos na Capital para receber os doentes pobres vítimas da varíola e do cólera-morbo. “Os lazaretos tinham uma função mais de quarentena do que propriamente de curar”, explica Dhenis Maciel, doutorando em História Social pela Universidade Federal do Ceará. De acordo com a pesquisa da historiadora Hévila Martins, o lazareto da Lagoa Funda, criado para receber as vítimas do cólera, acabou recebendo pacientes vítimas da epidemia de varíola, que assolou Fortaleza entre 1878 e


Cenário médico no Ceará do século

XIX

A medicina detém hoje a primazia como forma de cura das doenças. Mas nem sempre foi assim. “Não havia um consenso entre a população de que, entre as várias práticas de cura, a medicina deveria ser considerada superior às outras”, lembra Dhenis Maciel, doutorando em História Social/UFC, sobre o cenário médico no Ceará do século 19. Dhenis cita ainda que a classe médica brasileira estava em formação no período, o que propiciava a existência de algumas correntes, com destaque para os homeopatas e os alopatas. Enquanto na Europa as universidades ficavam livres do controle religioso – consequência das revoluções francesa e americana -, no Brasil o ensino universitário foi proibido por Portugal. Somente com a vinda da família real, em 1808, dom João VI cria a Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar, a primeira do Brasil. Em outubro de 1832, no Período Regencial, foi sancionada lei que transformava as Academias Médico-Cirúrgicas de Salvador e do Rio de Janeiro em escolas ou faculdades de Medicina. “Dom João VI traz médicos para cá. No Ceará, até 1850, praticamente, não havia médicos. Tínhamos farmacêuticos e curandeiros”, relembra Ana Margarida. Ela lembra que, durante muitos anos, os cearenses precisavam ir para a Bahia ou Rio de Janeiro, depois para o Recife, para estudar Medicina. O Ceará teria sua primeira escola médica criada apenas em 1948. Segundo José Policarpo Barbosa, o doutor José Lourenço foi o primeiro médico diplomado a ser contratado para trabalhar no Ceará. A contratação ocorreu no governo do padre Martiniano de Alencar (1834-1837). Depois dele, outros médicos formados no Rio de Janeiro e na Bahia começaram a chegar ao Ceará. “Geralmente, eles exerciam a profissão de forma liberal e, ocasionalmente, eram contratados pelo governo para atenderem aos pobres, daí serem conhecidos como ‘médicos da pobreza’”, descreve Barbosa. Dhenis Maciel lembra que os primeiros médicos formados atendiam em clínicas particulares e “tinham o hábito de noticiar balanços de atendimentos nos jornais como forma de mostrar a eficácia de seus serviços e conseguir maior clientela”, detalha Maciel.

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O livro de Laurentino Gomes O livro 1808, do jornalista Laurentino Gomes, descreve aspectos curiosos das práticas de cura no Brasil colonial e nos primeiros anos após a vinda da família real portuguesa

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[No período colonial], a saúde era absurdamente precária. “Mesmo nos centros mais importantes da costa era impossível encontrar um médico que tivesse feito um curso regular”, conta Oliveira Lima, baseando-se nos relatos do comerciante inglês John Luccock, que a partir de 1808 viveu 10 anos no Rio de Janeiro. “As operações mais fáceis costumavam ser praticadas pelos barbeiros sangradores e para as mais difíceis recorria-se a indivíduos mais presunçosos, porém no geral igualmente ignorantes de anatomia e patologia”. A autorização para fazer cirurgia e clinicar era dada mediante um exame perante o juiz comissário, ele próprio um ignorante da ciência da Medicina. Os candidatos eram admitidos nessa prova se comprovassem um mínimo de quatro anos de prática numa farmácia ou hospital. Ou seja, primeiro se praticava a Medicina e depois se obtinha a autorização para exercê-la. (GOMES, 2007, p.118) [...] Mais difícil do que diagnosticar a causa das doenças era combatê-la. Como em toda colônia, não havia no Rio de Janeiro médicos formados em universidades. Uma forma rudimentar de Medicina era praticada pelos barbeiros. Thomas O’Neill, tenente da Marinha Britânica que acompanhou D. João ao Brasil, ficou intrigado com o número de barbearias e os fins aos quais se destinavam: “As barbearias são aqui bastante singulares. O símbolo dessas lojas é uma bacia, e o profissional que aí trabalha acumula três profissões: dentista, cirurgião e barbeiro”. O pesquisador carioca Nireu Cavalcanti encontrou, no Arquivo Nacional, documentos que ajudam a dar uma noção do que era a saúde e a medicina no Rio de Janeiro na época de D. João VI. São inventários post-mortem de dois médicos, que relacionavam os bens deixados pelos falecidos. Um deles, do cirurgião-mor Antônio José Pinto, falecido em 1798, inclui essa assustadora relação de “instrumentos cirúrgicos”: um serrote grande, um serrote pequeno, uma chave de dentes, duas facas retas, duas tenazes, uma unha de águia, dois torniquetes, uma chave inglesa e uma tesoura grande. O outro inventário, do boticário Antônio Pereira Ferreira, que morreu no mesmo ano, serve para dar uma ideia de quais itens eram encontrados em uma farmácia da época. A lista inclui cascas, emplastros, fungos, minerais, óleos, raízes, sementes e um item chamado “animais e suas partes”, com “óleo humano”, “lixa de lagarto”, “olhos de caranguejos brutos”, “raspas de ponta de veado” e “dentes de javali”. A chegada da família real produziu uma revolução no Rio de Janeiro. O saneamento, a saúde, a arquitetura, a cultura, as artes, os costumes, tudo mudou para melhor – pelo menos para a elite branca que frequentava a vida na corte. (GOMES, 2007, p. 150 e 151)


1879. Somente no dia 10 de dezembro de 1878, deram entrada no cemitério anexo ao lazareto da Lagoa Funda 1004 corpos. A cena é descrita por Lira Neto em O poder e a peste. “Nunca se tinha visto, em tempo algum, morrer tanta gente junta. Talvez Deus tivesse fechado de vez os olhos para aquela gente. Ou então era o Dia do Juízo Final. O Dia dos Mil Mortos”.

Outros marcos do período são a criação das seguintes instituições: Instituto de Proteção e Assistência à Infância, fundado pelo Dr. Abnegado da Rocha Lima

1913

Instituto Pasteur, fundado pelo Maternidade João farmacêutico Afonso Moreira, criada de Pontes Medeiros e por iniciativa do pelo Dr. Carlos Ribeiro, Leprosário Dr. Manuelito desenvolvendo a técnica Antônio Nogueira Diogo de vacinação anti-rábica

1915

1918

1928

Criação do primeiro pronto-socorro de Fortaleza, na Santa Casa de Misericórdia

1932

Com o advento da República, em 1889, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro passaram a observar o desenvolvimento de práticas sanitárias, com o controle de doenças como a febre amarela, a peste bubônica e a varíola, com a ação de Osvaldo Cruz no Rio de Janeiro, e a formação de grupo de fiscais para vistorias em bares e restaurantes. Conforme observa José Policarpo Barbosa, no Ceará, por outro lado, o Estado continuava omisso em relação à saúde da população. Sobre a questão escreve o pesquisador: “[...] as práticas sanitárias em voga, no sul do país, chegavam ao estado por iniciativas individuais ou da própria comunidade. A participação do governo tem caráter complementar e secundário, contribuindo, algumas vezes, para prejudicar estas iniciativas. Como exemplos temos: a ação de Rodolfo Teófilo no combate à varíola, erradicando a doença no estado, por mais de dez anos, contando apenas com seu esforço pessoal e ajuda da população, já que o governo serviu apenas para dificultar esta obra”.


Entidade mater

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Além da criação dos primeiros locais de atendimento de saúde, o começo do século XX vai assistir à fundação da primeira entidade médica do Estado: o Centro Médico Cearense. Em 25 de fevereiro de 1913, foram aprovados os estatutos e eleita a primeira diretoria do Centro Médico, em reunião realizada na casa do doutor Manuel Duarte Pimentel. À reunião compareceram 29 médicos, 18 farmacêuticos e oito cirurgiões-dentistas. Na época, Fortaleza contava com apenas 32 médicos. Um mês depois tomava posse, em sessão solene na Assembleia Legislativa, a diretoria do Centro, cujo primeiro presidente foi o Barão de Studart (18561938). O grupo inicial congregava profissionais de nível superior de todas as áreas da saúde: médicos, farmacêuticos e odontólogos. Verdadeiro fórum de debates sobre os temas de saúde do Estado, o Centro Médico Cearense foi criado com a finalidade de discutir assuntos científicos e lutar por melhores condições para a classe. O pesquisador José Policarpo Barbosa cita que, antes da criação do Centro, praticamente não havia troca de opiniões técnicas entre os profissionais de saúde, que trabalhavam de forma isolada. “As revistas especializadas eram raras, e a possibilidade de participação de encontros e congressos médicos era praticamente inexistente. Diante dos grandes avanços observados nas ciências médicas e a crescente sofisticação da profissão, os profissionais de saúde sentiram a necessidade de criar uma entidade que suprisse essa deficiência”, escreve o pesquisador. O primeiro veículo de divulgação do Centro foi a revista Norte Médico, de tiragem bimensal. Em março de 1917, o nome da revista é mudado para Ceará Médico. Segundo Policarpo Barbosa, a revista deixa de circular entre 1919 e 1928. “A partir de setembro de 1928, a revista volta a circular com regularidade, assumindo um caráter cada vez mais sanitário, contribuindo para a discussão dos problemas de saúde da população e apresentando soluções e caminhos para minorar seu sofrimento”, descreve José Policarpo. O médico e pesquisador Pedro Almino de Queiroz conta que o CMC funcionou até 1933 sem sede própria. No mesmo ano, segundo ele, farmacêuticos e odontólogos deixaram o Centro, criando suas respectivas associações.


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A revista Ceará Médico, publicação do Centro Médico Cearense, representa importante fonte para os estudos da História da Saúde Pública e da Medicina no Ceará. O exemplar ao lado, de 1928, faz parte do acervo da Academia Cearense de Medicina.


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Médicos cearenses se reúnem no restaurante Ramon, na Praia de Iracema, um dos mais famosos da época, para comemorar a participação da classe médica do Estado em um congresso na Bahia. César Cals, de terno escuro, é o quarto médico sentado da direita para a esquerda. Foto de meados da década de 1930 do acervo do doutor Pedro Almino Queiroz.


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“Antes [o CMC] funcionava no Centro de Saúde José de Alencar (onde hoje está o anexo do teatro de mesmo nome). Dona Libânia doou o terreno para a construção da sede própria, na rua Pedro I”, relembra Pedro Almino. Coube a ele “salvar” as atas de 1930 a 1940 da diretoria do Centro Médico, a “entidade mater da classe médica cearense”, como denomina o pesquisador. O médico conta ter encontrado as atas prestes a ir para o lixo depois de uma limpeza no arquivo morto do CMC. A leitura das atas serviu de fonte para que Pedro Almino escrevesse a coluna Fragmentos do Passado, dedicada à memória da Medicina no Estado e publicada em revistas médicas cearenses.

Já conhecíamos sobejamente a operação cesárea de vista e de livros e agora conhecemo-la na prática. César Cals, na revista Ceará Médico, sobre a primeira cirurgia cesariana do Ceará, realizada em 1933, em uma paciente anã.

Ainda de acordo com o pesquisador, em 1934 foi criado o Sindicato dos Médicos, presidido pelo doutor Virgílio Aguiar. Não houve, porém, interesse da classe, que entendia não ser necessária a entidade, já que não havia demandas trabalhistas com o empregador: o Estado. “No próprio dia da fundação, Virgílio Aguiar consta isso em ata, ele ficou decepcionado porque havia poucos colegas representando a classe e não havia jornalistas presentes”, descreve Pedro Almino. O Sindicato ficou sem funcionar até 1974, quando foi retomado por iniciativa do médico Turbay Barreira. Dois anos depois, foi eleita a primeira diretoria, cujo primeiro presidente foi Humberto Rebouças de Freitas. Além do Sindicato dos Médicos, o Centro Médico se tornou o berço do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (ver quadro), fundado em 1959.


É desse período a fundação dos seguintes IAPs:

1933

Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM)

1934

Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB)

1934

Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC)

1936

Com a ascensão de Getúlio Vargas à presidência da República, em 1930, é criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, marco da implantação de uma efetiva política de saúde no País. Para o Nordeste, por exemplo, foram criados os Serviços de Malária, em 1939. Em 1931, no Ceará, é criado o Serviço Sanitário do Estado, sendo o primeiro diretor Antônio Alfredo Justa. As mudanças no modelo de saúde só surgiriam dois anos depois, sob a administração do sanitarista Amílcar Barca Pellon, que dividiu o Estado em cinco distritos sanitários. A medida ficou conhecida como “Reforma Pellon”, verdadeira revolução administrativa no âmbito da saúde pública estadual. Em 1939, os serviços de saúde são reestruturados, com a criação do Departamento de Saúde Pública do Ceará. Outro marco do período foi a criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que substituíram as Caixas de Aposentadoria e Pensões, criadas em 1923. A ideia era estender garantias trabalhistas a uma quantidade maior de pessoas.

Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI)

1938

Reforma Pellon

Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE)

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Investimento em saúde pública no Ceará*

8,44% 1933 a 37

7,3% 1943 a 47 36

5,93% 1938 a 40

*porcentagem do orçamento geral destinado à saúde

40,6%

33,7%

1933-1937

1938-1942


Após 1945, os IAPs passam a incluir serviços nas áreas de alimentação, habitação e saúde. “Essa ampliação de funções, porém, não foi acompanhada da necessária reformulação da sua gestão financeira, o que acarretou sérios problemas posteriormente. A falta de um planejamento central foi também responsável por graves disparidades na qualidade do atendimento oferecido às diversas categorias profissionais”, aponta o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em novembro de 1966, já no governo militar, todos os institutos foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). “No Ceará, o surgimento dos IAPs e os convênios com entidades privadas propiciam o desenvolvimento de uma rede de serviços privados e conveniados,

Índice de morte entre crianças menores de um ano: Como resultado da “Reforma Pellon”, a mortalidade infantil apresentou queda em Fortaleza. antes sem condições econômicas de existência”, analisa Policarpo Barbosa. São desse período, cita o pesquisador, o Sanatório de Messejana (1933), a Casa de Saúde São Gerardo (1935), a Casa de Saúde São Raimundo (1939) e a Casa de Saúde São Pedro (1939). Das epidemias de varíola, cólera e febre amarela, nos séculos 18 e 19, até o surgimento das primeiras políticas públicas em saúde, no começo da década de 1930, o Ceará vivenciou importantes evoluções na prática médica. No entanto, um entrave permanecia. Quem queria se tornar médico precisava arrumar as malas, pegar a estrada e estudar fora, especialmente na Bahia ou no Rio de Janeiro. Essa situação mudaria nas décadas seguintes.

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O ensino médico chega ao Ceará

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Na década de 1930, Fortaleza respirava os últimos anos da belle époque, período de mudanças urbanísticas e sociais iniciado ainda no século XIX. A capital do Ceará era um arremedo de Paris, cujos costumes eram copiados na moda, nos cafés, no nome dos logradouros e na arquitetura. Em 1931, abria as portas o Excelsior Hotel, um “arranha-céu” de sete andares, todo construído em alvenaria. Em 1933, o prefeito Raimundo Girão inaugurava a Coluna da Hora na Praça do Ferreira. Em uma crônica publicada em 1938, João Nogueira resumia bem o espírito da época: “a Fortaleza de 1861, comparada com a de hoje, era, pode dizer-se, um arremedo de cidade”. O progresso visível nas ruas também chegava para a intelectualidade médica da época. Por iniciativa do Centro Médico, era realizado em outubro


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de 1935 o Primeiro Congresso Médico Cearense, um marco para a difusão das ideias em voga na medicina. O evento reuniu 104 congressistas, além de participantes do Pará, Paraíba e Pernambuco. Foram apresentados 28 trabalhos. As chamadas “teses oficiais” do Congresso foram expostas em reunião no CMC e evidenciam a preocupação da classe médica da época com a saúde pública. As cinco teses principais foram expostas pelo doutor Jurandir Picanço: “A mortalidade infantil no Ceará”; “O problema da bouba”; “As infecções do grupo colitífico”; “O problema do tracoma” e “O problema médico social da lepra”. Além da discussão dos trabalhos, os participantes do Congresso visitaram os principais serviços de saúde da época e o açude Acarape, manancial de abastecimento de água da Capital.

Nona turma de Medicina da UFC se reúne na Reitoria para foto. Os médicos comemoraram 50 anos de formatura em dezembro de 2012. Lembranças de um tempo de defesa oral no vestibular, muitas horas de estudo, mas de várias histórias divertidas.


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“As grandes transformações do setor, ocorridas com a chamada Reforma Pellon e a influência das ideias sanitárias norteamericanas, veiculadas no Brasil principalmente pela Fundação Rockfeller, contribuem para formar uma consciência sanitária entre os profissionais da saúde, a qual se reflete no evento”, analisa José Policarpo Barbosa em História da saúde pública do Ceará. Apesar da organização da classe médica no Estado, Fortaleza continuava sem contar com uma escola médica. Em 1939, o professor Antônio Austregésilo, importante nome da medicina nacional em passagem por Fortaleza, falou ao médico Jurandir Picanço, exaluno e amigo, da necessidade e conveniência da implantação de uma Faculdade de Medicina em Fortaleza. O professor era defensor da descentralização do ensino médico e insistiu na ideia da Faculdade quando reencontrou o doutor Picanço no Rio de Janeiro. A ideia da Faculdade ficou adormecida por causa da Segunda Guerra Mundial, cita o médico Elias Boutala, professor emérito da UFC. Somente em 1947, devido aos legados do I Congresso de Médicos Católicos, realizado em Fortaleza, foi fundada a “Sociedade Promotora da


Faculdade de Medicina do Ceará” com o doutor César Cals de Oliveira na presidência de honra e o doutor Jurandir Picanço na presidência. Conforme descreve J.C. Alencar Araripe em A faculdade de medicina e sua ação renovadora, o projeto teve o apoio do governador do Estado à época, Faustino de Albuquerque, e do presidente da República, Eurico Gaspar Dutra. O governador fez a doação da sede provisória, na Praça José de Alencar, na esquina da travessa Liberato Barroso com a rua 24 de Maio, onde antes funcionava o Grupo Escolar José de Alencar. Em 12 de maio de 1948, solenidade reunindo autoridades do Estado marcou a “aula de sapiência” com o professor Alfredo Monteiro, diretor da Faculdade Nacional de Medicina, que tratou da situação da cirurgia no Brasil e no mundo. Dois dias depois começavam as atividades normais do primeiro ano letivo. Elias Boutala, médico formado na turma de 1962 da Faculdade

Quando as aulas ainda ocorriam no Centro, ficaram conhecidas as Passeatas dos ‘Bichos’ da Faculdade de Medicina da UFC. Os calouros eram apresentados à população em uma divertida caminhada pelas ruas do bairro.

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4 Quando ainda não havia cursos de Medicina no Ceará, os principais destinos eram o Rio de Janeiro e a Bahia. Foto 1 mostra turma baiana, entre eles Waldemar Alcântara. Na foto 2, acadêmicos se reúnem na antiga sede da Faculdade de Medicina, no Centro. No registro 3, alunos posam para a foto em frente ao novo prédio da Faculdade, no Porangabuçu. A vida acadêmica era marcada pelas repúblicas, como da foto 4, que mostra a “coroação” de Osias como o “papa do Vaticano”, na república Castelo dos Inocentes. No registro mais inferior, aula prática na Faculdade.

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de Medicina, lembra do rigor da seleção da instituição recémcriada. De acordo com Alencar Araripe, o primeiro “concurso de habilitação” contou com 85 candidatos, dos quais apenas dez foram classificados. “Fiz o vestibular, muito demorado e sofrido, em 1957. Eram 60 vagas. Entraram 49 e as vagas remanescentes não eram ocupadas”, detalha Elias, que foi secretário estadual de Saúde entre 1983 e 1986. Além da prova escrita e prática, os candidatos a estudantes de medicina deveriam passar por uma prova oral pública, iniciada à noite e concluída madrugada adentro. “O anfiteatro era lotado de gente. Aquelas pessoas faziam muita questão de assistir à prova oral porque queriam ter a comprovação da seriedade daquela faculdade que estava começando”, descreve Elias. Não é difícil imaginar o que representou a criação da Faculdade de Medicina no Estado. As únicas instituições de formação superior da época eram as faculdades de Direito, criada em 1903, a de Farmácia e Odontologia, de 1916, e a Escola de Agronomia, fundada em 1918. “Para a vida cultural de Fortaleza


não houve coisa mais importante na década de 1940. Foi uma abertura imensa para que o mundo intelectual visse no Ceará uma Faculdade de Medicina fundada, trazendo milhões de conhecimentos que viriam a melhorar a cidade”, descreve Elias. O médico lembra que o corpo da Faculdade de Medicina foi formado pelos médicos mais renomados da cidade. O primeiro ano, conta Elias, era exclusivamente dedicado ao estudo de Anatomia e Histologia, ministradas “com todos os detalhes”, ressalta.

Anatomia na prática Entre 1948 e 1957, as aulas teóricas eram ministradas em um edifício de nove grandes janelas vizinho ao Theatro José de Alencar. A proximidade entre os dois prédios permitiu aos futuros doutores, certo dia, observar a troca de roupas de bailarinas do teatro a partir da sala de física, na parte dos fundos do prédio. A história é contada por Pedro Almino de Queiroz no livro Memórias de um tempo fugaz. “Pela dita janela, nos deparamos com lindas mulheres, que a pequenos intervalos mudavam completamente o vestuário, exibindo suas formidáveis formas anatômicas. Alguém achou que este era o momento de um estudo prático de anatomia feminina. A poucos metros das janelas dos camarins, olhando através de venezianas e com as luzes apagadas, não poderíamos ser observados. Foi [...] uma famosa ‘brecha’, como se diz no Nordeste”. A notícia do espetáculo exibido na sala de física causou alvoroço entre os acadêmicos, que a cada noite acorriam mais e mais ao local com a justificativa de que lá se reuniam para estudar. Na última noite antes de a direção da Faculdade descobrir o “observatório”, a frequência foi tamanha, que alguns aparelhos da sala foram quebrados, para o desespero dos professores. Os primeiros anos também ficariam marcados pela “passeata dos bichos”, que percorria as principais ruas do Centro apresentando à cidade os calouros de medicina. “Era uma coisa sensacional aquela passeata, mobilizava toda a cidade. Fortaleza toda estava naquele trajeto para ver a ‘Passeata dos Bichos da Faculdade de Medicina’. Era uma coisa divertida”, detalha Elias Boutala.

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Osias, o “papa” cearense

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Os tempos eram de dinheiro curto para os acadêmicos, que se dedicavam integralmente ao curso, inclusive com aulas aos sábados. Os estudantes que vinham de fora precisavam morar em pensões ou repúblicas, dividindo quartos. Muitas vezes era preciso varar noites estudando – com direito a paradas nas quartas-feiras à noite, dia de tertúlia no Clube dos Estudantes, no Centro. “A gente chamava as meninas que iam para lá de ‘garimpeiras’, porque iam atrás de anel de esmeralda [de formatura]”, diverte-se o médico Othon Chaves Bastos. Chegava-se de lambreta às festas embaladas pelos LPs de músicas em inglês e ritmos latinos. Sons que fazem renascer saudades na memória do então estudante Othon. “Tinha uns pés de sapoti enormes no salão onde a gente dançava. A gente ficava ali estudando e, de repente, pá!, o sapoti caía, a gente corria para comer”, diverte-se Othon. Outra forma de enganar a fome depois de horas a fio de estudo eram os lanches na Duque de Caxias: pão doce e refresco. Outro ponto de encontro eram as concorridas tertúlias do Clube Maguary, no Centro de uma Fortaleza onde se andava por toda a parte a pé, tranquilamente, à noite. No local só entravam sócios, mas Pedro Almino de Queiroz conta que os estudantes davam um jeito de burlar a regra, valendo-se da distração do

Lembro-me de que o Tavares cometeu tantos erros, ferindo o regulamento, que foi rebaixado a Monsenhor. Outros foram punidos e designados para o cargo de ‘varredor do Vaticano’. Pedro Almino em Memórias de um tempo fugaz

porteiro. Um amigo alertou para um estratagema recorrente: muitos entravam na festa sem mostrar carteira de sócio; apenas cumprimentavam o porteiro, como quem é de casa. “Somos da turma do ‘boa-noite, seu Manuel’. Na entrada, nos aproximamos do porteiro, demos o boa-noite e passamos reto. Ele pensou que éramos filhos de sócios”, diverte-se Pedro Almino ao relembrar o episódio. Outra prática dos estudantes era morar em repúblicas, em local próximo


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Foto de estudantes em aula na Faculdade de Medicina, em 1960. A mudança do Centro para o então bairro do Porangabuçu acelerou o crescimento daquela região da cidade, até então pouco habitada.


à Faculdade. Uma das mais famosas do período era a república “Castelo dos Inocentes”, mais conhecida como “Vaticano”, pois os membros eram conhecidos como “cardeais”. Os estudantes faziam questão de seguir os meandros da hierarquia eclesiástica. Havia os cargos de cardeal, monsenhor e núncio apostólico. Qualquer deslize era motivo para rebaixamento de cargo. “Os critérios básicos eram: participação nas reuniões festivas, ser solidário com todos nas brincadeiras e namorar o suficiente, mas não se apaixonar. Quando acabasse um namoro, não podia retornar. Muitos foram rebaixados de posto. Lembrome de que o Tavares cometeu tantos erros, ferindo o regulamento, que foi rebaixado a Monsenhor. Outros foram punidos e designados para o cargo de ‘varredor do Vaticano’”, narra Pedro Almino em Memórias de um tempo fugaz. A coroação de Osias como “papa” ficaria marcada como uma das maiores festas do “Vaticano”. “Nesse dia foi feita a aposição da imagem de Santa Filomena, na sala, já que ela foi designada nossa padroeira, pelo Conselho Papal; entretanto, a Santa, que foi uma jovem, virgem e mártir, foi destituída dias depois em outra reunião do Conselho. Em seu lugar foi colocada uma figura sensual da Norma Bengell”, escreve Pedro Almino. As festas também marcariam o diretório acadêmico XII de Maio, cujo nome faz referência à data de criação da Faculdade. A cada 25 de setembro havia a solenidade em homenagem ao “cadáver desconhecido” e em 12 de outubro era celebrada a “festa do estetoscópio”.

Mudança e expansão Em julho de 1957, a sede da Faculdade foi transferida para o então distante bairro do Porangabuçu, atual Rodolfo Teófilo. O barulho das locomotivas avisava a alunos, funcionários e professores que bem próximo das novas instalações passavam trens, cortando grandes descampados. O cenário era de localidade do interior, de estradas de terra batida onde pontuavam na paisagem pequenas e modestas casas. “A Faculdade, até na urbanística de Fortaleza, não foge ao seu destino pioneiro: planta uma civilização em Porangabuçu”, empolga-se Alencar Araripe no livro que conta os dez primeiros anos da Faculdade. A mudança se deu para o local onde começava a funcionar o “Hospital


Do Centro à Academia: os médicos se unem Órgão agregador da classe médica, o Centro Médico Cearense – que hoje recebe a denominação de Associação Médica Cearense – viu nascer, além do Sindicato dos Médicos, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará. A sessão de instalação do Cremec ocorreu no dia 9 de setembro de 1959, na sede do CMC. O primeiro desafio do conselho foi sensibilizar os médicos a fazer parte dele. Ao fim do primeiro ano, apenas o presidente, doutor José Carlos Ribeiro, havia se inscrito. No ano seguinte, 266 médicos se registraram. A cultura dos conselhos de medicina ainda era muito recente no Brasil. Eles foram instituídos pela lei 3268, de 30 de setembro de 1957, sancionada pelo presidente Juscelino Kubitschek. Criados sob a forma de autarquia, nasciam com forte vinculação com o aparelho estatal, tendo a finalidade de fiscalizar a atividade médica, apurar as possíveis infrações à ética da profissão e promover o perfeito desempenho ético, técnico e científico da medicina. “Houve profundas modificações no cenário da atividade médica. De prática eminentemente liberal, em consultórios, ou com visitas dos médicos às residências dos doentes, passou o trabalho médico a ser feito em grandes organizações, quer estatais, quer sob a forma de planos de saúde, cooperativas médicas e seguro-saúde”, analisa o presidente do Cremec, Ivan de Araújo Moura Fé, no editorial da edição 76 do Jornal Conselho, informativo do órgão. Outras entidades médicas seriam criadas a partir do Centro Médico, que cedia inclusive o espaço das suas dependências para o funcionamento das novas instituições. Entre elas, o Clube do Médico. Nos primeiros anos, o Cremec funcionou na sede do Centro Médico. Anos mais tarde, passou a funcionar em duas salas alugadas no edifício Lobrás, na rua Barão do Rio Branco, no Centro. Em maio de 1978, foi criada a Academia Cearense de Medicina, com a finalidade de preservar a memória da medicina no Estado. Depois de criados Centro Médico, Conselho e Sindicato, ainda faltava aos médicos uma instituição que unisse a classe em torno da atividade laboral. Na sede do Cremec, surgia a ideia da formação de uma cooperativa médica. Estavam lançadas as bases para a criação da Unimed Fortaleza.

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Escola”. Desde 1944, estava em construção o Hospital Carneiro de Mendonça, mas a obra foi interrompida por falta de verbas. O Instituto de Ensino Médico, entidade que administrava a Faculdade, interessou-se em dar continuidade aos trabalhos, a fim de construir um hospital para ensino. As obras foram retomadas no fim de 1956. Em 1959, o presidente Juscelino Kubitschek veio a Fortaleza inaugurar o Hospital das Clínicas. No início da década de 80, passou a ser chamado Hospital Universitário Walter Cantídio. “A estrutura externamente é a mesma, com dois andares, um prédio cumprido, mas lá dentro existe o que há de melhor. O hospital atende uma demanda verdadeiramente espetacular”, aponta Elias Boutala.

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Fundadores da Faculdade de Medicina da UFC. Da esqueda para a direita: professores José Carlos Ribeiro, Jurandir Picanço, Newton Gonçalves, Waldemar Alcântara e Walter Cantídio.

Se na década de 1940 a Faculdade de Medicina era a única opção para o estudo médico no Ceará, hoje os estudantes podem escolher entre sete faculdades no Estado. No Brasil, segundo dados de fevereiro de 2012 do Instituto Salus, eram 188 os cursos cadastrados. Até a década de 1950 havia 27 escolas médicas no País e, na década de 90, já eram 103. Em 2008 havia 175


2006

Unichristus

2004

UNIFOR

UECE

2001 2002

Faculdade de Medicina de Barbalha

2001

Faculdade de Medicina de Sobral

1998

Faculdade de Medicina de Juazeiro

UFC

1948

Criação dos cursos de medicina no Ceará

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cursos de medicina, dos quais 104 eram privados e 71 eram públicos. De acordo com o professor da Faculdade de Medicina e cirurgião cardiovascular João Martins Torres, o surgimento de novas escolas médicas no Brasil gerou um movimento contra a criação de novas faculdades no Ceará. “Dizia-se que havia cursos em excesso. Eu concordava, mas achava que era necessaríssimo que o Cariri, por ser uma região com características próprias, tivesse sua faculdade”, argumenta. Em 1968, a Câmara de Vereadores de Juazeiro do Norte chegou a aprovar uma lei criando uma faculdade de medicina, mas a ideia não ganhou corpo. Em 1998, houve a implantação da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ), de ensino privado. Em abril de 2001, a Universidade Federal do Ceará (UFC) deu início às atividades dos cursos de Medicina em Sobral, na região Norte, e em Barbalha, no Cariri. Em 2002, foi a vez de a Universidade Estadual do Ceará (Uece) criar o seu curso. Além desses, a Universidade de Fortaleza (Unifor) e o Centro Universitário Christus (Unichristus) mantém cursos de medicina, de ensino privado, na Capital.


Criação do primeiro pronto-socorro de Fortaleza, na Santa Casa de Misericórdia.

1932

Criado o Serviço Sanitário do Estado, sendo o primeiro diretor Antônio Alfredo Justa.

1931

Criação dos institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no Brasil, e das casas de Saúde São Gerardo (1935), São Raimundo (1939) e São Pedro (1939).

Década de 30

Fundada a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará.

1916

Linha do tempo 50


Sede da Faculdade de Medicina é transferida para o bairro do Porangabuçu.

1957

Fundada a Faculdade de Medicina.

1948

Realizado o Primeiro Congresso Médico Cearense.

1935

Realizada a primeira cirurgia cesariana do Ceará, na Maternidade Dr. João Moreira.

1933

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Imagem da construção da sede da Unimed Fortaleza, inaugurada em 1990. Edifício tinha uma das arquiteturas mais modernas da avenida Santos Dumont da época.


Origens e consolidação da Unimed Fortaleza: o Cooperativismo como modelo de saúde suplementar


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O novo modelo de saúde congrega os médicos da Capital: surge a Unimed Fortaleza Quando o governo militar decidiu unir os antigos Institutos de Previdências e Pensões (IAPs), criando o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) em novembro de 1966, surgiram diversos modelos de atendimento médico no Brasil. Antes da mudança, a população estava acostumada a basicamente dois sistemas de saúde: a medicina particular e a assistência médica de caridade ou das santas casas. A unificação dos Institutos tentava mudar esse quadro, mas não estendia a assistência à boa parte da população, nem prestava serviço de qualidade. As más condições de atendimento oferecidas pelo sistema público abriram


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espaço para a crescente atuação das empresas de medicina de grupo, desencadeando a mercantilização do setor da saúde no Brasil. “O problema era a medicina mercantilista, INPS e a medicina liberal. Os hospitais começaram a se assanhar para se fechar e fazer a medicina mercantilista. Tínhamos que encontrar uma maneira de impedir essa situação”, conta Edmundo Castilho no livro Unimed 40 anos: histórias e lembranças em 40 depoimentos. Edmundo Castilho, presidente do Sindicato dos Médicos de Santos, encontrou no Cooperativismo a alternativa para os modelos vigentes. Ele conta, em depoimento ao livro, que foi “doutrinado” sobre os ideais cooperativistas por Francisco de Toledo Pizza, que estudou o tema na França. “O Pizza veio [a Santos], saímos para jantar e me deu uma aula sobre Cooperativismo. Saí de lá quase assistente dele”, descreve Edmundo Castilho no depoimento. A conversa rendeu frutos quase imediatos. O ginecologista-obstetra Edmundo Castilho seria o responsável por criar a primeira cooperativa de trabalho médico do País e das Américas, batizada de União dos Médicos – Unimed –, em 18 de dezembro de 1967.

Construção do Hospital Regional Unimed (HRU) em meados da década de 1990. Terreno no bairro São João do Tauape foi escolhido pela localização privilegiada.


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De acordo com a publicação 40 anos de cooperativismo médico no Brasil, além da cidade santista, Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente compunham a lista dos municípios que constituíram a base da ação da cooperativa, que depois passou a se chamar Unimed Santos. O primeiro presidente foi o médico José Luiz Camargo Barbosa. José Franco de Magalhães, ex-presidente da Unimed Fortaleza, explica que o Cooperativismo é um sistema interessante de trabalho porque se ganha proporcionalmente ao que se produz, além de possibilitar a participação democrática nos eventos da cooperativa. “É muito importante o médico conhecer no dia a dia como anda sua cooperativa”, acrescenta o doutor José Franco, presidente entre 1998 e 2002. Do interior paulista a ideia se espalhou por todo o País. O Cooperativismo médico se expandiu para Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraíba. Uma década após a fundação da primeira cooperativa médica, já existiam 60 Unimeds no Brasil. Em 1978, o ideal do Cooperativismo chegava ao Estado, com a criação da Unimed Fortaleza. Um grupo de médicos, liderado por Turbay Barreira e Carlos Augusto Studart, foi até São Paulo para conhecer a cooperativa de Santos. Luiz Aires Leal conta em Cooperativismo médico no Ceará que o projeto não despertou, de início, o interesse dos convidados às reuniões. “Talvez porque o termo Cooperativismo não fosse familiar ou ainda em virtude de preconceitos de ordem ideológica muito comum na época, contribuindo para não aceitação da ideia à primeira vista”, analisa o autor. Outras palestras foram agendadas, entre elas uma com Jayme Cavalcante Gomes, então diretor de patrimônio do Instituto Nacional de Reforma Agrária. Era de responsabilidade do Incra, à época, auxiliar e fiscalizar as cooperativas no Brasil. “As lideranças (do Centro Médico) dessa época convenceram Turbay Barreira a trazer Edmundo Castilho para fazer uma palestra sobre o Cooperativismo. Foi feita uma assembleia no Centro Médico, da qual eu participei, em que foi dada a ideia de se criar a Unimed”, detalha Doutor Pedro Almino. E a vontade da assembleia se concretizou. Em 9 de janeiro de 1978, no auditório do Centro Médico Cearense, era criada a Unimed Fortaleza. Seu primeiro presidente foi o médico Almir Santos Pinto, que ocupou o cargo por seis meses. O grupo inicial, de 23 médicos, teve como sede provisória da cooperativa uma sala cedida pelo Conselho Regional de Medicina no Edifício Lobrás,


Origens do Cooperativismo no Mundo, no Brasil e no Ceará Anterior às primeiras tecnologias, como o fogo e a roda, o espírito de cooperação foi essencial para a sobrevivência e a evolução humanas. Embora haja registros de associações coletivas entre babilônicos, astecas e incas, principalmente na agricultura, somente no século XIX surge o primeiro grupo cooperativista moderno. O ano era 1844. Na efervescente Inglaterra da Revolução Industrial, os funcionários das fábricas eram submetidos a baixos salários e jornadas de até 16 horas diárias. Inspirados nas ideias de Charles Fourier e Robert Owen, considerados os precursores do Cooperativismo moderno, a partir do pensamento do socialismo utópico, um grupo de 28 operários, em sua maioria tecelões, decidiu se unir contra a exploração. No bairro de Rochdale, na cidade de Manchester, eles criaram a primeira cooperativa moderna, a “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale” (Rochdale Quitable Pioneers Society Limited), que deu ao mundo os princípios morais e de conduta considerados, até hoje, a base do Cooperativismo autêntico. O grupo organizou um armazém que fornecia gêneros alimentícios a membros da cooperativa e familiares. A iniciativa foi motivo de deboche por parte dos comerciantes, mas logo no primeiro ano de funcionamento o capital da sociedade – iniciado com a economia de uma libra mensal de cada membro durante um ano – aumentou para 180 libras e cerca de dez anos mais tarde o “Armazém de Rochdale” contava com 1.400 cooperantes. As primeiras noções de trabalho em regime de cooperação chegam ao Brasil com as missões jesuíticas, fundadas no princípio do trabalho coletivo. Mas o Cooperativismo moderno só se inicia a partir das experiências trazidas pelos imigrantes europeus. Em 1847, o médico francês Jean Maurice Faivre, seguidor das ideias de Charles Fourier, criou a colônia Tereza Cristina, no interior do Paraná, organizada em bases cooperativas. Embora a Constituição Federal de 1891 garantisse aos trabalhadores o direito de se associarem em sindicatos e cooperativas, as experiências de Cooperativismo eram raras. Somente em 1932, adotou-se a doutrina criada pela Sociedade dos Probos de Rochdale para fundamentar o Cooperativismo brasileiro.

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O movimento sofreria mais dois duros golpes: o regime centralizador iniciado por Getúlio Vargas com o Estado Novo (1930-1945) e o golpe militar, em 1964. “A Lei nº5.764/71, além de limitar o número de cooperativas, determinou o registro no Instituto Nacional da Reforma Agrária para obtenção do credenciamento, como foi o caso da Unimed de Fortaleza”, lembra Manoel Alves de Sousa no recém-lançado livro Cooperativismo no Ceará: sociedade, história e memória. Para combater a crise das cooperativas, instaurada com a centralização, foi criada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), na década de 1970. A Constituição de 1988 dá novo rumo às cooperativas, uma vez que extingue a intervenção do Estado na vida cooperativista e possibilita a prática da doutrina e dos princípios dos pioneiros.

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O Cooperativismo é representado internacionalmente por um arco-íris em seis cores e a sigla da Aliança Cooperativa Internacional (ICA, na sigla em inglês) impressa na sétima cor: violeta. Nas Américas, o símbolo mais conhecido é o de dois pinheiros verdes unidos, que representam a resistência e ressaltam a força e a capacidade de expansão.

Manoel Alves de Sousa explica que as primeiras cooperativas criadas no Ceará foram as do ramo crédito, que tiveram o seu apogeu entre as décadas de 1940 e 1960. A Cooperativa de Crédito Caixeiral de Crato Ltda., criada em 1931 e em funcionamento até hoje, é considerada a primeira do Ceará. Outras cooperativas de crédito foram criadas no período, como a Cooperativa Bancária Ltda e a Cooperativa de Crédito de Fortaleza Ltda. Na década de 1950, surgiram várias cooperativas mistas no Ceará, principalmente dos ramos de crédito, consumo e agropecuário. Em 1951, instalou-se a primeira cooperativa do Ceará presidida por uma mulher, Maria de Paula Leite: a Cooperativa de Crédito e Consumo Social Ltda. A década de 1970 marca o período do apogeu da cultura do algodão no Ceará. Os governos militares tiraram o poder de crédito das cooperativas, mas começaram a subsidiar a produção, proporcionando o sucesso das cooperativas agropecuárias cearenses nesse período. Fontes: Livros 40 anos de cooperativismo médico no Brasil e Cooperativismo no Ceará: sociedade, história e memória. Site cooperativismodecredito.com.br


importante prédio comercial no Centro, à época. Posteriormente, a sede foi transferida para a rua Gonçalves Lêdo. Em 1979, Almir Pinto (1913-1991) assumiu cadeira no Senado Federal, substituindo César Cals, nome indicado pela Arena. No lugar do primeiro presidente, assumiu o vice, Maurício Cabral Benevides. O ex-presidente conta que os primeiros anos foram marcados pelo aluguel da nova sede, no bairro Aldeota, a assinatura dos primeiros contratos e a admissão de novos Cooperados. “Alguns membros da diretoria foram fazer treinamento para trazer know how para cá. A Federação Nacional ajudou no preparo técnico dos nossos funcionários, nas melhores maneiras de abordagens. Naquela época, a diretoria era um mutirão, um trabalho contínuo”, detalha Maurício Benevides. Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, o ex-presidente conta que precisou se afastar da presidência, em razão das constantes viagens. “Coube novamente a Dr. Castilho, presidente da Unimed 59

Eu ia de consultório em consultório. A resposta que eu encontrava dos colegas era: ‘Othon, isso não vai pra frente. Vamos cuidar dos nossos consultórios’. Mas eu dizia: ‘O futuro da medicina vai ser isso aqui’. Dr. Othon Chaves Bastos, ex-presidente da Unimed Fortaleza

do Brasil reunir as lideranças médicas do Estado para em assembleia geral compor a nova diretoria”, relembra Luiz Aires Leal em livro citado. Ainda em 1979, foi eleito para a presidência o doutor Othon Chaves Bastos. A chapa foi montada com representantes do Sindicato dos Médicos e do Conselho Regional. Ele lembra que a ideia do Cooperativismo ainda “engatinhava” no Ceará, pois havia muita resistência da classe médica. “Eu ia de consultório em consultório [em busca de novos Cooperados]. A resposta que eu encontrava dos colegas era: ‘Othon, isso não vai pra frente. Vamos cuidar dos nossos consultórios’. Mas eu dizia: ‘O futuro da medicina vai ser isso aqui’”,


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relembra o ex-presidente, reeleito para um segundo mandato, entre 1982 e 1986. Apesar das dificuldades, Othon conta que colocou como meta procurar credenciar médicos de todas as especialidades, para conseguir fechar contratos com empresas. Decidiu, então, viajar para João Pessoa, a fim de conhecer a experiência da Unimed local. “Passei uma semana lá aprendendo o que era Cooperativismo médico”, resume. Com o retorno, foi possível fechar o primeiro contrato empresarial, com a Cooperativa de Beneficiamento de Algodão de Itapajé (Coopita). O carro-chefe da cooperativa eram os planos empresariais. Os primeiros planos individuais, conta Othon Bastos, só seriam fechados em seu segundo mandato, após pesquisa de opinião realizada entre os Cooperados. “Os médicos tinham muita resistência com esses planos de pessoa física, porque achavam que iam tirar os pacientes particulares”, conta Othon. O próximo passo para a expansão, continua ele, era encontrar um bom profissional de vendas. “Eu tinha um contador que indicou um descendente de armênio, Sarkis Fermanian. Ele foi o baluarte dos contratos porque era um senhor vendedor”, detalha Othon. É desse período, por exemplo, a assinatura do primeiro grande contrato da Cooperativa, com a Fundação Coelce de Seguridade Social (Faelce), em 1981. “O contrato com a Coelce nos deu condições de também cooperar médicos no Interior e implantar a Unimed numa dimensão estadual”, lembra Darival Bringel, presidente da Unimed Fortaleza entre 1986 e 1998. Em 1984 são fundadas as singulares de Sobral e do Cariri. No mesmo ano, a Cooperativa mudou de sede, passando a funcionar em outra casa, no mesmo logradouro da sede anterior, na Rua Gonçalves Ledo, 650. No ano seguinte, surge a Federação do Estado do Ceará, da qual a Unimed Fortaleza passa a ser filiada. Sobre os primeiros anos da Cooperativa, Maurício Benevides também relaciona a evolução da prática médica no Estado com o desenvolvimento da cooperativa. “Em todas as especialidades, todos os adiantamentos que se incorporavam à prática médica no Ceará, a Unimed incluía nos seus serviços e credenciava aqueles novos aparelhos”, detalha o ex-presidente. Segundo explica, isso possibilitou a vinda de novas tecnologias para os consultórios médicos do Estado, uma vez que o credenciamento ajudava a custear as despesas. Concluída a fase de consolidação nos anos 1980, foi possível pensar em voos mais altos. Surgia o projeto de construção de uma sede própria.


Caminhos verticais Em uma Aldeota ainda acostumada com antigos casarões, um edifício de dez andares começava a ser erguido na avenida Santos Dumont. A construção de um prédio dessa envergadura para servir de sede à Unimed Fortaleza chamou a atenção da sociedade em geral e do empresariado, em especial. Em 7 de dezembro de 1990, foi inaugurada a nova sede – que permanece em funcionamento – na Avenida Santos Dumont, 949. “Na época era considerada uma das arquiteturas mais modernas da Santos Dumont”, afirma José Franco de Magalhães. Ele lembra que a sede gerou um impulso também do ponto de vista comercial. Já para Maurício Benevides, a nova sede “mostrou a fisionomia de solidez da Unimed Fortaleza”. “A sede própria serviu para dar uma nova dimensão em termos de imagem. A sociedade passou a ver a Unimed Fortaleza como uma coisa sólida, concreta, confiável. Isso ajudou cada vez mais na expansão do número de usuários”, completa Darival Bringel. Dois anos depois, em 17 de fevereiro de 1993, a Unimed Fortaleza passou a atuar no segmento de seguros, com a criação da Unicred Fortaleza. A Unicred atualmente tem como objetivo oferecer consultoria financeira aos seus cooperados, além de prestar serviços inerentes às demais instituições financeiras. A primeira cooperativa de crédito foi fundada no Brasil em 1902 em Nova Petrópolis (RS). No sistema Unimed, as Unicreds surgiram no fim da década de 1980, como alternativa de acesso ao capital para investimentos. Por resolução da assembleia geral, em agosto de 2008, a Unicred passou a se chamar Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos e Profissionais da Saúde de Fortaleza Ltda, ampliando o quadro de cooperados. Hoje oferece basicamente as mesmas operações de um banco. Tendo inaugurado a sede própria e criado a cooperativa de crédito, a Unimed Fortaleza se preparava para se firmar definitivamente no mercado de medicina suplementar em Fortaleza. O próximo objetivo era a construção de um hospital próprio para atender aos clientes da Cooperativa.

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Surge o Hospital Regional Unimed (HRU)

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No começo da década de 1990, o clima era de crise na relação entre os hospitais credenciados e a cooperativa. A rede credenciada anunciava pelos jornais da Capital que não atenderia mais os clientes da Unimed Fortaleza. “Convoquei assembleia geral e, praticamente por unanimidade, houve a aprovação da tese de se construir um hospital”, relembra o médico Darival Bringel, presidente da cooperativa entre 1986 e 1998. O também ex-presidente José Franco aponta que a reserva de leitos criada a partir do Hospital Regional proporcionou um diálogo mais ameno com os diretores dos outros hospitais. “O hospital tem essa dupla vantagem: dá estabilidade no mercado de assistência médica, por ser balizador de mercado,


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e ao mesmo tempo dá um emprego para muitos Cooperados”, resume o doutor José Franco de Magalhães. Em 1992 foi formada a Comissão de Planejamento e Execução do Hospital, nomeada pela Diretoria, que atuou até 1998. O primeiro desafio foi encontrar um local para atender as necessidades do porte do novo empreendimento, principalmente no que diz respeito às condições de acesso. Darival conta que foram feitas visitas a terrenos na avenida Bezerra de Menezes e na BR-116. Não à toa o terreno escolhido tinha localização privilegiada. Na confluência da avenida Visconde do Rio Branco com a rodovia federal, o hospital foi erguido em local próximo à rodoviária e ao aeroporto, além de estar situado em bairro

Antes da construção do Hospital Regional Unimed, o arquiteto responsável pelo projeto visitou unidades hospitalares no Brasil e nos EUA.


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Hospital Regional Unimed (HRU) foi concluído em 1998 e teve funcionamento gradual dos diversos setores. Em 1999 ocorre o funcionamento total. O HRU é o maior hospital de todo o Sistema Unimed no Brasil e o único nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a ter processos assistenciais acreditados em nível máximo nacionalmente e também por uma organização de acreditação canadense.


central da cidade, o São João do Tauape. O terreno pertencia à empresa de alimentos J. Macêdo, com a qual foi realizada a negociação, cita Darival Bringel. Finalizada a escolha do terreno, partiu-se para a concepção do projeto do novo hospital. Foram convocados treze arquitetos da Capital, dos quais três tiveram projetos selecionados. Uma comissão de médicos elegeu o projeto do arquiteto Reginaldo Rangel. “Ele tinha viagem marcada para os EUA, e nós o autorizamos a conhecer hospitais em Miami, Orlando, Washington e Nova Iorque. Ele teve visão ampla dos hospitais americanos. Autorizamos ele também a conhecer os grandes hospitais do Brasil”, conta Darival Bringel. O roteiro nacional contou com visitas a hospitais em Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Somente após ter sido formado o conceito dos hospitais norte-americanos e brasileiros, o projeto arquitetônico foi finalizado. “E hoje é esse grande projeto sob qualquer ótica: arquitetônica, dimensional, de tecnologia empregada. É um empreendimento vitorioso”, acrescenta Darival. Em 19 de junho de 1993 foi lançada a pedra fundamental do Hospital Regional Unimed (HRU), cujas obras tiveram a supervisão do engenheiro Sílvio Sampaio. O empreendimento, de nove andares, foi financiado com recursos próprios da Cooperativa (60%) e com empréstimo (40%) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detalha o ex-presidente. A inauguração ocorreu em 1998, com o funcionamento gradual dos setores de emergência, raio-x e laboratório. “Depois que construímos o HRU, não surgiu realmente nenhum novo hospital particular [em Fortaleza]. Não há como conceber a Unimed Fortaleza nem a cidade sem a existência do hospital”, aponta Darival. Em 21 de setembro de 1999, na gestão do doutor José Franco de Magalhães, inicia-se o funcionamento total do Hospital Regional Unimed Fortaleza, com todas as unidades de atendimento. José Franco lembra que as dificuldades para colocar o hospital para funcionar foram grandes, em razão dos altos custos dos equipamentos. “[Quando assumi], eu dizia: ‘preciso dar vida a esse lugar’. Começamos o pronto atendimento com 20 leitos. O hospital tinha vida. No fim da minha gestão tínhamos três ou quatro andares completos em funcionamento”, destaca o ex-presidente. O ano de 2001 ficaria marcado pela consolidação do atendimento às especialidades cardiovasculares e neurológicas no HRU, com exitosos procedimentos de transplante.

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HRU hoje

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Em 2002, a frota de ambulâncias do hospital foi renovada. Ainda naquele ano, foi criado o Centro de Estudos Dr. Pontes Neto e o hospital recebeu a primeira premiação: Hospital Best 2003, título que voltaria a receber em 2004, 2007, 2008 e 2009. Em 2005, por meio de parceria com a Maternidade Escola Assis Chateaubriand, a Unimed Fortaleza monta um posto de coleta de leite humano no HRU, fazendo deste o primeiro hospital particular do Ceará a oferecer esse tipo de serviço. No ano seguinte é inaugurada a Unidade de Terapia Intensiva. A UTI Pediátrica e o Complexo Neo-obstétrico são inaugurados em 2008. A partir de 2010 começam a funcionar a Unidade de Terapia Ocupacional e a Unidade Cardiológica. O HRU é o maior hospital de todo o Sistema Unimed no Brasil e o único no Ceará a contar com Nível 3 (máximo) de Acreditação Hospitalar, certificação concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que representa excelência em qualidade de atendimento e segurança ao paciente. Em 2012, a excelência do atendimento prestado pelo HRU também teve reconhecimento internacional. No dia 12 de dezembro, o HRU recebeu a Acreditação Internacional Canadense, organização de reconhecimento que foca a segurança do paciente como sua metodologia central de avaliação. Dessa forma, o HRU se tornou o único nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a disponibilizar aos seus pacientes uma estrutura cujos processos assistenciais são acreditados em nível máximo nacionalmente e também internacionalmente pela metodologia canadense. Para além de uma certificação, o reconhecimento da instituição canadense é sinônimo de mudança de uma cultura nas práticas assistenciais que traz, acima de tudo, a melhoria no atendimento. “É uma grande satisfação receber essa certificação. A Unimed Fortaleza está fazendo história, uma história baseada na ética, no compromisso e na excelência do atendimento. É também o reconhecimento de um trabalho feito com a dedicação de colaboradores e médicos, que estão sempre pensando nos nossos mais de 390 mil clientes”, destacou Mairton Lucena, presidente da Unimed Fortaleza. Para alcançar a Acreditação, o HRU teve de criar times da excelência em liderança, meio ambiente, comunicação, recursos humanos, paciente crítico


A ANS e a regulação dos planos de saúde Com a Constituição de 1988, a saúde suplementar passou a conviver com o sistema público, consolidado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde então, a saúde foi legitimada como um direito de cidadania, assumindo status de bem público. Hoje, o setor brasileiro de planos e seguros de saúde é o segundo maior sistema privado de saúde do mundo. O fim da década de 1990 e o começo dos anos 2000 marcam o início da regulação dos planos de saúde no Brasil. Em 1998 foi editada a Lei 9.656, de 03 de junho, que introduziu alterações em todos os planos de saúde, criando, entre outras medidas, uma espécie de plano “standart”, com coberturas mínimas que precisavam ser observadas pelas operadoras. Em 28 de janeiro de 2000, entrou em vigor a Lei 9.961, instituindo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão responsável pela fiscalização do setor de planos de saúde. “A ANS, com seu poder de fiscalizar, exigiu dos dirigentes maior capacidade gerencial, porque passamos a ser vistos como gestores de economia popular”, explica o ex-presidente Darival Bringel. “No primeiro ano, a ANS não permitiu o repasse de reajustes dos planos de hospital. Mesmo havendo aumento nos outros serviços prestados pela rede hospitalar, nós ficamos privados de ter um reajuste. Tivemos essa dificuldade financeira estabelecida com a criação da ANS, aliada às despesas volumosas que tivemos na feitura do hospital”, detalha o expresidente José Franco de Magalhães.

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HRU Hospital Regional da Unimed 68

27.304m2 de ĂĄrea construĂ­da

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andares


Subsolo Diretoria, Câmara Hiperbárica, Refeitório, Sala de Velório e Governança, Supervisão Hospitalar, Ouvidoria, Intercâmbio e Apoio ao Cliente, SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), Medicina do Trabalho, Setor Pessoal, ASDEN (Assessoria de Desenvolvimento Organizacional).

Térreo Recepção, Emergência Adulto, Laboratório Clínico e de Patologia, Imaginologia (Radiologia, Ultrassonografia e Tomografia Computadorizada), Centro de Material e Esterilização, Unimed Urgente, Psicologia, e Tesouraria; SAC, Postos bancários, Restaurante.

Primeiro e Segundo andares Primeiro Andar - UTI de Alta Complexidade, Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico e Unidade Neonatal; Agência Transfusional. Segundo Andar - Terapia Ocupacional e Tecnologia da Informação (TI); Vestiários do Centro Cirúrgico e Centro Obstétrico.

Terceiro e Quarto andares Terceiro Andar - Unidades de Internação (pacientes clínicos), Unidade de Cuidados Especiais (UCE) e UTIs Clínicas; Quarto Andar - Unidades de Internação (pacientes obstétricos, ginecológicos e pediátricos), UTI Pediátrica e Posto de Coleta de Leite Humano;

Quinto e Sexto andares Quinto e Sexto Andares - Unidades de Internação (pacientes cirúrgicos/ clínicos);

Sétimo e Oitavo andares Sétimo Andar - Unidades de Oncologia e Hematologia (Consultório, Internação e Hospital Dia); Oitavo Andar - Unidades de Internação/ Complexo Cardiológico SADT/Hemodinâmica, UTI Cardiológica.

Nono Andar Nono Andar - Centro de Estudos Dr. Pontes Neto, Setor de Marketing, Assessoria de Comunicação e Engenharia e Arquitetura; Unimed Lar.

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Registros da evolução das obras do Hospital Regional da Unimed, o maior hospital próprio do sistema Unimed em todo o País. A construção demorou seis anos e foi supervisionada por uma equipe especial de Médicos Cooperados. Hoje a unidade tem certificação internacional na segurança ao paciente.

e paciente cirúrgico) e desenvolveu ações como a divulgação e aplicação em todo o Hospital das Práticas Organizacionais Exigidas. Atitudes como a divulgação em massa dessas práticas, o aperfeiçoamento do registro seguro, o propósito de registro constante de evento sentinela (de ocorrência inesperada) são outras ações desenvolvidas ao longo de um ano de conscientização para a mudança. Além disso, todas as ações internas foram direcionadas pelo slogan “Sou Fundamental!”, apresentando aos colaboradores do HRU a responsabilidade de cada um no cuidado com o paciente. Um grande passo foi dado, mas a conscientização e o aprendizado não param. Na visita realizada pelos auditores canadenses, ficou clara a necessidade de que os times da excelência mantenham suas atividades e que o HRU continue fomentando projetos, ações e atitudes em prol da segurança máxima do paciente. “Nós nos dedicamos bastante para este momento, mas agora é que vai começar o trabalho. Vamos focar cada vez mais no registro seguro, na segurança de nossos pacientes. Voltaremos nossos esforços para continuar a oferecer o melhor serviço aos clientes”, resume Emair Borges, diretora-geral do HRU.


Prêmios - HRU

1 8 4 8

Acreditação Internacional O HRU é acreditado pela metodologia canadense, sendo o único das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a disponibilizar aos seus pacientes uma estrutura cujos processos assistenciais são acreditados em nível máximo.

Selo Hospital Best O HRU conquistou várias edições do Selo Hospital Best, com destaque por ter a melhor maternidade e centro de diagnóstico da região.

Marcas Que Eu Gosto O plano mais querido pelos cearenses pela quarta vez consecutiva.

Top of Mind Datafolha O HRU foi o hospital particular mais citado na pesquisa Top of Mind Anuário Datafolha, e ganhou destaque em diversas edições consecutivas, na categoria Saúde.

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Depois de Santos, novas cooperativas médicas surgem pelo País, como a de Londrina (PR).

1971

A União dos Médicos – Unimed é fundada em Santos (SP). Dá-se início nacionalmente a um modelo que se opõe à mercantilização da saúde.

1967

No governo de Parsifal Barroso é criada a Secretaria da Saúde do Ceará, desvinculando a área da saúde da Secretaria da Educação.

1961

Sessão de instalação do Conselho Regional de Medicina (Cremec)

1959

Linha do tempo 72


Firma-se primeiro grande contrato com a Fundação Coelce de Seguridade Social (Faelce).

1981

Um grupo de 23 médicos funda a Unimed Fortaleza, que passa a funcionar provisoriamente em uma sala de um prédio comercial no Centro de Fortaleza, e, posteriormente, na rua Gonçalves Lêdo.

1978

Nasce a Confederação Nacional das Cooperativas Médicas.

1975

O Sindicato dos Médicos do Ceará, criado em 1934, é retomado por iniciativa do médico Turbay Barreira.

1974

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Dias atuais: a gest達o por resultados no cuidado de clientes, Cooperados e comunidade


Novos tempos de gestão profissionalizada na Unimed Fortaleza

O ano de 2002 marca o início de um novo tempo na Unimed Fortaleza. A profissionalização da gestão da Cooperativa, posta em prática a partir de março daquele ano, permitiu conquistas como o aumento progressivo do valor da consulta e do mercado de trabalho para os médicos, como também a viabilização da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Ganhos estes que possibilitaram à Unimed Fortaleza atingir a marca atual de mais de 390 mil clientes e 175 mil atendimentos por mês. Os desafios da época eram grandes. Era preciso vencer as perdas sucessivas, superiores a R$ 10 milhões, diminuir o percentual de endividamento e reduzir as despesas operacionais em relação à receita líquida. Avançando em qualidade, eficiência e capacidade de gestão, foi possível, ainda em 2003, dobrar o


patrimônio líquido da Cooperativa (de R$ 21 para R$ 42 milhões). A partir de 2002, somaram-se sucessivos resultados positivos (sobras): total de R$ 30 milhões em sete anos. O esforço conjunto de profissionalização resultou nas conquistas atuais, como posicionar a Unimed Fortaleza entre as dez maiores empresas do Ceará, segundo ranking do Prêmio Delmiro Gouveia.

Oferecemos nossas calorosas felicitações no aniversário de 35 anos da Unimed Fortaleza. Esta celebração é um evento da maior importância porque representa um marco significativo na evolução dos serviços de saúde para os cidadãos brasileiros. Este aniversário é um reflexo das muitas vantagens do modelo cooperativo na prestação de serviços de saúde. As cooperativas oferecem serviços de saúde eficazes, eficientes e econômicas para os cidadãos. Seus resultados positivos - em termos econômicos e sociais – estão ligados aos princípios básicos que definem e regulam as cooperativas. O modelo cooperado tem grande potencial, uma vez que promove fortes parcerias entre consumidores e prestadores, na concepção e prestação de serviços de saúde. Sentimos que a crise financeira e econômica global, combinada com mudanças demográficas, impactará muitos sistemas nacionais de saúde e que a abordagem cooperativa, com sua ênfase na promoção da saúde e prevenção de doenças, irá desempenhar um papel fundamental nessa mudança. De fato, prevemos um crescimento importante do setor cooperativo de assistência médica em todo o mundo nos próximos anos. Charles Gould Diretor-Geral da Aliança Cooperativa Internacional

A doutora Emair Borges, diretora de Recursos Médicos e Hospitalares entre 2002 e 2006, lembra que a Cooperativa não contava, em 2002, com um planejamento estratégico definido, com metas a serem cumpridas e foco em resultados. “A primeira coisa que toda a diretoria fez foi um planejamento estratégico a longo e médio prazos para que a gente tivesse indicadores mensuráveis de gestão do nosso negócio”, detalha ela. Além disso, os membros da diretoria fizeram curso de direção empresarial com duração de um ano, e foram contratados profissionais capacitados para áreas estratégicas, como


marketing e tecnologia da informação. A partir do fim de 2006, foi criado o Comitê Gestor Executivo para somar esforços de planejamento e execução de diretrizes empresariais. Em cada diretoria da Cooperativa passou a atuar um gestor, para buscar as melhores condições de crescimento e sustentabilidade. Outras medidas citadas por Emair, no que diz respeito à profissionalização da gestão, foram a padronização e o gerenciamento do processo de autorizações de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) e a negociação dos contratos com hospitais da rede credenciada. “Refizemos muitos contratos, ajustamos as tabelas para dentro da realidade”, explica Emair, que atualmente dirige o Hospital Regional Unimed.

Um dos maiores orgulhos da Unimed é a presença nacional. A Unimed Fortaleza é peça importante nesse processo. Para começar, representa a nossa marca em um dos maiores centros populosos do país e, particularmente, do Nordeste. Além disso, mantém uma estrutura de atendimento que enche de satisfação todos os que fazem parte do Sistema Unimed. Deixo aqui meu especial cumprimento aos pioneiros, que levantaram a bandeira da Unimed em Fortaleza. Aos dirigentes que deram e dão o seu suor diário para a competente gestão da cooperativa. Aos colaboradores, sem os quais seria impossível chegar ao ponto em que está hoje. Não posso deixar de agradecer, também, aos médicos cooperados de Fortaleza, responsáveis pela prestação de serviços de qualidade. E aos clientes, que confiam na Unimed e nos ajudam a torná-la cada vez mais forte e atuante. Eudes de Freitas Aquino Presidente da Unimed do Brasil

As ações implantadas logo depois de março de 2002 visavam corrigir os problemas financeiros acumulados em anos anteriores. Desde 2000, a Cooperativa estava em regime de acompanhamento econômico-financeiro pela ANS (Agência Nacional de Saúde), em virtude da reduzida liquidez, passivo a descoberto e sucessivas perdas. “Nós refizemos o plano [de acompanhamento financeiro, concebido na gestão anterior]. Saímos dele em três anos, por conta de todas as ações que


Clientes Unimed (2011)

380 mil 2011

79

355.754

327 mil

2010

2008 294.389 2006


80

16,34% Aumento da produção dos Cooperados em 2005


foram tomadas”, conta Emair Borges. Em 2009, a operadora saiu definitivamente do plano de acompanhamento fiscal por parte do órgão regulador, “como reconhecimento da profissionalização e gestão adequadas” da Cooperativa, lembra o doutor Rômulo Barbosa, diretor-financeiro entre 2006 e 2009. Somente com a desfiliação da Cooperativa da Unimed Norte-Nordeste e retorno à Unimed Brasil, em julho de 2002, por exemplo, foi possível economizar aproximadamente R$ 3,6 milhões ao ano. Em 2006, após revisão e análise de contratos em telefonia, gerou-se um crédito de R$ 160 mil nas faturas. A conta da operadora chegou a registrar, por dois meses consecutivos, R$ 0 (zero) de valor. Ainda em 2009, a Unimed Fortaleza obteve a Autorização de Funcionamento, registro definitivo concedido pela ANS, comprovando sua saúde organizacional, patrimonial e financeira. Apenas 27% das operadoras no País detinham, à época, o registro definitivo. 81

Cooperativa forte A partir de 2002, o lema “A Unimed Forte, o Cooperado Valorizado, o Cliente Satisfeito” se tornou um mantra repetido por todos que faziam a Unimed Fortaleza. “Nosso ideal era fazer uma Cooperativa forte, que fosse transparente,

A Unimed Fortaleza é um exemplo para todo o Sistema, pela organização, qualidade do atendimento, inovação e valorização do cooperativismo médico. Lembro-me de vários destaques em seus 35 anos de história, e cito alguns que me marcaram especialmente: a criação do Coral, em 1993; da Universidade Unimed, em 2001; do Escritório de Gestão de Projetos, em 2011, bem como as ações de responsabilidade social e de apoio ao esporte amador e profissional. Sempre tive a honra, também, de contar com o apoio desta sóciafundadora, que participou ativamente de todo o processo que culminou com a fundação, em agosto de 1998, da operadora nacional do Sistema Unimed. E que participa com dedicação total do Conselho Técnico-Operacional da CNU. Mohamad Akl Presidente da Central Nacional Unimed


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e que pensasse no Cooperado. Cooperativa não é de um só, é de todos. E isso nos motivou a trabalhar com a finalidade de dar resultados”, aponta Emair. Já em 2004 a situação havia mudado. O setor de vendas foi reestruturado para atender ao conceito de administração por segmento de mercado. O número de clientes, que estava estagnado, cresceu em mais de 100 mil, consolidando a liderança entre as classes A e B e abrindo espaços de planos competitivos e sem perda de qualidade para as classes C e D. Ainda naquele ano seria inaugurado o Laboratório Unimed de Fortaleza e suas unidades de atendimento, além do Centro Integrado de Atendimento Unimed (CIAU), de Maracanaú. Outra conquista foi o início da viabilização da CBHPM, por meio do aumento do valor da consulta, reajustes médicos, inaugurações de importantes empreendimentos e implantação de novas tecnologias. A CBHPM foi publicada em agosto de 2003 pelo Conselho Federal de Medicina para garantir “padrão mínimo e ético de remuneração dos procedimentos médicos para o Sistema de Saúde Suplementar”. Em 2005, o cumprimento à CBHPM se ampliou,

O Sistema Unimed se consolidou como uma referência na promoção e assistência à saúde. Essa posição reflete claramente o empreendedorismo e o comprometimento característicos do movimento cooperativista. Assim, trabalham todas as organizações do grupo, a partir de uma gestão cada vez mais profissionalizada e inovadora, prezando pela qualidade de vida dos clientes, além, é claro, da inserção econômica e social dos cooperados. No Ceará, a Unimed Fortaleza tem cumprido fielmente essa missão, atuando também na saúde preventiva, e sempre alicerçada nos princípios e valores cooperativistas. Dessa maneira, a cooperativa presta atendimento em toda a capital cearense, se apresentando como uma alternativa econômica de inserção no mercado. O reflexo da sua atuação se estende à comunidade, impactando positivamente no desenvolvimento econômico. Márcio Lopes de Freitas Presidente do Sistema OCB/Sescoop Nacional


Patrim么nio L铆quido (em mil reais)

126.155

97.892

83

63.875

2011

2008

2005

2002

27.167


com a garantia de férias remuneradas aos Cooperados e com o apoio a diversos eventos médicos. Somente naquele ano, a produção dos Cooperados aumentou 16,34% em relação ao ano anterior.

Conquistas para Cooperados e clientes

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As mudanças na gestão logo chegariam aos clientes. Em 2004, foi criada a Central de Atendimento ao Cliente, um canal direto de serviços como obtenção de guias hospitalares, pré-senhas para consultas, alterações cadastrais e solicitação de segundas vias. Para melhorar o atendimento das autorizações médico-hospitalares foi criada a Linha Verde, que teve a capacidade de atendimento aumentada em 2007. Também foi aprimorado o diálogo entre os Médicos Cooperados e a Unimed Fortaleza nesse período. O Setor de Apoio ao Médico Cooperado foi reestruturado, passando a atender no térreo da sede da Cooperativa durante todo o horário comercial. Foi estabelecida a priorização para atender bem o

Saúdo os 35 anos da Unimed Fortaleza com a alegria do admirador que incentiva, do entusiasta que aplaude, do espectador que vem assistindo ao longo dos anos um trabalho em prol da saúde que é único no país, quiçá no mundo. Para ilustrá-lo, cito a primeira colocação na categoria “Cooperativa Cidadã”, no Prêmio Cooperativa do Ano da OCB Nacional, conquistado a pouco pela cooperativa. Um feito de dimensões bastante especiais. Até pode parecer trivial a conquista de mais um prêmio por parte de uma cooperativa já acostumada a grandes feitos, mas não é. Para aqueles que fazem o cooperativismo, trata-se, a rigor, de reconhecer o cooperativismo como ferramenta de paz e de democracia, de inclusão e justiça social. É o nosso movimento dialogando com a sociedade, apresentando-se como modelo de negócio diferenciado, eficiente e responsável. João Nicédio Alves Nogueira Presidente da OCB/Sescoop (CE) - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Ceará


A Unimed se destaca pelo compromisso com o cliente. O serviço de saúde é algo que exige alta disponibilidade tanto do ponto de vista de quem fornece como da urgência de quem precisa. Logo, há 35 anos a Unimed Fortaleza tem em mente este compromisso. Para que isso ocorra, a organização tem que ser bem administrada a fim de prestar um bom serviço. O mercado, hoje, exige constantes atualizações e a Unimed consegue dar esta competitividade ao negócio, mesmo sendo uma cooperativa, que possui características distintas de uma empresa pública ou privada. Daí o grande desafio para os gestores atuais e os próximos. Não por acaso é uma das empresas de destaque no Brasil. João Dummar Neto Vice-presidente do Grupo de Comunicação O POVO

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Cooperado. Criou-se um canal aberto entre cooperado e a operadora para resolver problemas como honorários. Além disso, o processo foi informatizado, evitando assim o desperdício com papel. Outro importante canal de aproximação com quem faz a Cooperativa no dia a dia é o fórum intitulado “Bom dia Cooperado”. Durante o encontro, realizado mensalmente, o presidente da Unimed Fortaleza faz uma apresentação sobre a evolução da Cooperativa e suas conquistas. Em 2005, já atingindo a marca de 260 mil clientes, foi implantada a tecnologia da biometria, que permite a identificação dos clientes por meio da impressão digital. Além de um atendimento mais rápido em consultas e exames, a biometria garante o bom uso dos serviços do plano de saúde. Já no ano seguinte, a implantação da tecnologia permitiu economia de aproximadamente R$ 7 milhões. O ano também ficaria marcado pela inauguração do CIAU da Aldeota, em junho. Planejado para ser competitivo, com valores mais acessíveis e foco nas empresas, a modalidade de plano Unimed Núcleos conquistou, para a Cooperativa, clientes de importantes empresas. A expansão dos CIAUs prosseguiu nos anos seguintes. Em 2007 foi inaugurada a unidade na Cidade dos Funcionários (Avenida Oliveira Paiva) e


A gestão voltada para resultado se inicia em um planejamento estratégico em que se decidem as principais diretrizes para incluir os objetivos no orçamento. Além disso, a gestão orçamentária é hoje uma peça muito forte dentro da empresa. A cultura orçamentária nos permite tocar as áreas seguindo os preceitos planejados, e isso nos dá tranquilidade de que os resultados financeiros possam acontecer. A empresa praticamente não tem nenhuma decisão que possa ter repercussão financeira que não passe por esse processo. Nós também acompanhamos as metas estratégicas de receita, de custo e dos gastos da rede própria e da rede credenciada. Outro destaque foi a criação, em 2010, do Escritório de Projetos, uma unidade inovadora dentro do sistema Unimed, para qualquer investimento a partir de R$100 mil. Dr. Francisco Ferreira Filho (Cirurgião Geral) Diretor Administrativo-Financeiro

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em 2008 foi a vez da abertura da unidade da Parangaba. Nos CIAUs, o cliente tem acesso a atendimentos ambulatoriais, consultas e exames médicos, além de serviços de autorização de procedimentos, atualizações de planos e revisão de contratos. No período em que se acreditava que o mercado estava estagnado, a Unimed Fortaleza apresentou um salto em sua carteira de clientes. Francisco José Motta Barros de Oliveira, diretor comercial entre 2002 e 2010, lembra que durante esse tempo o número de clientes passou de aproximadamente 180 mil para mais de 340 mil. “A gente precisava se estender mais, para disputar com nossos concorrentes. Os núcleos [Centros Integrados de Atendimento Unimed] deram um impulso muito grande. As classes C e D merecem todo nosso respeito e carinho. Nós continuamos prestigiando as classes A e B, e demos condições para ampliação das classes C e D”, detalha o doutor Francisco José Motta Barros de Oliveira, atual gestor de relacionamento institucional. Do período em que esteve à frente do Comercial, ele destaca ainda a criação do setor de marketing da empresa, que resultou no contrato com uma nova empresa de publicidade. As ações de marketing passaram a ter mais


visibilidade e seguiam diretrizes de pesquisa de mercado. Também foram criados o portal e a intranet da Cooperativa. Nesse período era realizada a ação de rua denominada “Saúde em Dia”. O evento organizado pela equipe de Medicina Preventiva oferecia, mensalmente, exames como medição da pressão arterial e teste de glicemia, além de atividades como ioga e ginástica, na avenida Beira-Mar. O projeto foi considerado a melhor ação de marketing do sistema Unimed em 2004 e recebeu o X Prêmio de Marketing Unimed Nilo Marciano de Oliveira. Entre outras ações do período, o doutor Francisco José cita a criação da Corrida de Rua da Unimed Fortaleza e das festas dos colaboradores, dos Cooperados e das atendentes de Cooperados. “Uma das festas mais importantes da cidade, toda patrocinada, é a festa da Unimed, que reúne mais de 3 mil pessoas”, aponta o médico.

Conselho Técnico Entre 2002 e 2006, as mudanças também se estenderam para o Conselho Técnico da Unimed Fortaleza. A doutora

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Islane Verçosa, ex-integrante do Conselho, lembra que houve nesse tempo a regulamentação das diretrizes de muitas especialidades médicas. Na avaliação dela, as regulamentações significaram maior democratização das especialidades. “Quando você normatiza, você facilita que as especialidades exponham suas normas dentro dos padrões pré-estabelecidos e isso gera certo conforto para trabalhar”, argumenta. Ela explica que o Conselho Técnico é um órgão que se reúne semanalmente para analisar algumas reclamações de usuários e Médicos Cooperados. “Nós temos que ter um senso maior do conhecimento da Cooperativa e um conhecimento ético do comportamento do médico”, detalha Islane. Desde então vêm sendo criados Comitês de Especialidades Médicas da Cooperativa, órgãos de caráter consultivo de apoio e de assessoria técnica e científica ao Conselho Técnico e ao Conselho de Administração. As reuniões semanais com os Comitês produziram diretrizes clínicas que garantem excelência na assistência aos clientes, além de proporcionar espaço para aprimoramento da relação Cooperativa/ Cooperado. Doutora Islane também cita como ganhos do período em que integrou o Conselho Técnico: a normatização de exames das especialidades, baseado no

Em medicina, inovação é sinônimo de aumento de custos e, dessa forma, nosso desafio foi controlar o crescimento no custo assistencial. O principal dos caminhos trilhados foi a renegociação com os fornecedores de órteses, próteses e materiais especiais. Também criamos uma Junta Médica Especial que objetiva dirimir dúvidas entre as solicitações dos médicos assistentes e o entendimento dado pelas auditorias. Isso foi um ganho técnico muito grande, que nos ajudou a dar maior assistência, maior segurança para o nosso cliente. Outro fator foi a aproximação com os prestadores de serviço, principalmente os hospitais. Nós conseguimos um intento muito importante para nós: uma nova contratualização dos hospitais com a chancela e o aval da ANS. Dr. José Luciano Leitão de Alencar (Oftalmologista) Diretor de Provimento de Saúde


Avanços reconhecidos em prêmios e rankings As conquistas alcançadas na última década tiveram o reconhecimento de diversos segmentos da sociedade, por meio de prêmios e homenagens concedidas à Cooperativa. O mais recente reconhecimento foi o título de “Cooperativa Cidadã”, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). O prêmio foi entregue após a publicação do livro “A Tardinha”, que reúne memórias de idosos do Lar Francisco de Assis. O investimento na marca da empresa gerou importantes resultados: o título de plano de saúde mais lembrado por oito anos consecutivos na pesquisa Top of Mind (Jornal O Povo/ Datafolha); a conquista por cinco anos consecutivos do Prêmio Delmiro Gouveia (Grupo de Comunicação O Povo), na categoria desempenho social com faturamento acima de R$ 90 milhões; e o reconhecimento do Prêmio Marcas Que Eu Gosto (Sistema Verdes Mares/Ipespe), como o plano mais querido pelos cearenses pela quarta vez consecutiva. Além disso, entre 2008 e 2011, a Unimed Fortaleza vem figurando entre as Melhores & Maiores, segundo ranking da revista Exame. Em 2011 e 2012, a Unimed Fortaleza esteve entre as 40 melhores empresas para trabalhar no Ceará, segundo o Instituto Great Place To Work (GPTW). Entre 2008 e 2010, a Unimed Fortaleza recebeu ainda o Selo de Responsabilidade Cultural 2009, concedido pelo Governo do Estado do Ceará. Foram várias também as premiações recebidas dentro do Sistema Unimed, seja por práticas médico-hospitalares, seja por ações de marketing e comunicação interna. Conquistas que destacam a representatividade da Cooperativa no mercado, na avaliação dos clientes e na avaliação das outras singulares Unimed.

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índice e prevalência das doenças, para evitar abusos do uso do convênio; e as Diretrizes de Indicações de Exames Complementares. “Tivemos muito contato com as sociedades especializadas para fazer essas diretrizes de conduta de exames suplementares”, lembra Islane. Em dezembro de 2007, a Unimed Fortaleza comemorou dez anos de um produto nascido na Cooperativa: o Unimed Urgente. O serviço, líder no mercado, oferece assistência médica de urgência e emergência pré-hospitalar para seus clientes, atuando 24 horas por dia na região urbana de Fortaleza. Também, naquele ano, foi ampliado o programa de Medicina Preventiva, com a adesão de 51 novas empresas. O programa, criado em 2005, teve sua

Tivemos o prazer e o desafio de estruturar essa nova diretoria. E isso rendeu vários frutos. Começando por nossa maior unidade: o HRU. Tomou-se a decisão de levar o hospital para um patamar que é hoje motivo de muito orgulho: a Acreditação Internacional Canadense. Trouxemos uma instituição séria, do Canadá, que já tem 22 unidades acreditadas no Brasil, para oferecer esse know how, essa expertise de boas práticas para o nosso hospital, tendo em vista os desafios internacionais da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Com certeza, a Unimed Fortaleza, ao trazer essa filosofia de trabalhar a qualidade da segurança do paciente, acaba “contaminando” de forma positiva as outras unidades hospitalares de Fortaleza, do Estado e do Nordeste. Dr. Paulo Vasques (Cirurgião-Geral) Diretor de Recursos Próprios

nova sede inaugurada em 2008. A unidade possibilitou a implantação do projeto de Gerenciamento de Doentes Crônicos (GDC). O GDC foi um projeto pioneiro no Ceará, por acompanhar, orientar e estimular o cliente a gerenciar sua própria saúde e mudar seus hábitos, obtendo maior longevidade com qualidade de vida. Em 2008, foram 2.412 clientes em monitoramento.


Ainda em 2007 houve a triplicação da capacidade de atendimento, com incorporação de médicos, enfermeiros e assistente social. Como resultado das ações empreendidas pelo programa, ressalta-se a redução do número de internações, idas aos prontos-socorros, complicações e sequelas, entre outros.

Controle Orçamentário A partir de 2006, os avanços na gestão passam a contemplar a implantação de um sistema de controle orçamentário. Além do investimento na área de tecnologia da informação, foram desenvolvidos sistemas de controle para acompanhamento de operações de empréstimo, financiamento e gerenciamento. Em 2008 começa a ser implantado um novo Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP-EBS Oracle), considerado “um divisor de águas” no gerenciamento financeiro da Cooperativa. “Por meio desse sistema, a Unimed Fortaleza pôde concentrar todas as suas operações e movimentações financeiras em um só sistema. Todos os pagamentos, contas a pagar, orçamento, todo

A imagem da Cooperativa perante o mercado nacional e cearense tem demonstrado a forma profissional com a qual temos abordado as questões regulatórias e tributárias, mostrando o comportamento ético, responsável e transparente da Unimed Fortaleza. A Diretoria Comercial vem realizando ações para aumentar a satisfação e a fidelização do cliente. A Unimed Fortaleza tem conhecimento das necessidades dos clientes e tem desenvolvido novos produtos para atender os diversos públicos. Portanto, aos 35 anos, a Unimed Fortaleza fortalece suas raízes, dando mais estabilidade aos seus associados e muito mais saúde aos seus clientes. Parabéns à Unimed Fortaleza pelo papel e pelas atitudes demonstradas nessa história de vida. Dra. Riane Maria B. Azevedo (Anestesiologista) Diretora Comercial

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o faturamento foi concentrado”, detalha o médico Rômulo Barbosa, diretorfinanceiro entre 2006 e 2009. O sistema permite uma visão da empresa em tempo real, o que gera maior controle, redução dos riscos operacionais, diminuição de retrabalho, maior agilidade no fechamento dos relatórios e dos balancetes. Além disso, foi criada uma unidade de registro fiscal, que possibilitou maior controle contábil e financeiro dos lançamentos de registro. Com a ajuda de um técnico do Banco Central, foi montado um comitê de investimentos para a empresa. O processo de profissionalização da gestão culminou com o início da implantação, em 2009, das áreas de controle de risco operacional e de governança corporativa. “Foram dois grandes diferenciais na transparência da empresa, da forma como ela se relaciona com todos os públicos”, avalia o doutor Rômulo. A governança corporativa está relacionada à imagem da empresa e ao seu relacionamento com a comunidade, com outras empresas, com usuários, colaboradores, fornecedores e poder público. Alicerce da sustentabilidade de qualquer empresa, a governança corporativa orienta os resultados para além dos indicadores financeiros. No caso da Unimed Fortaleza, os bons resultados aqui resumidos só foram possíveis graças à combinação de vários fatores: o papel que os executivos desempenham; o compromisso dos gestores; a atuação de órgãos normativos e de outros grupos de interesse e, em sentido amplo, a apresentação transparente das atividades da instituição.


Comodidade e conforto no atendimento da rede própria

A Unimed Fortaleza dispõe de rede própria estruturada para atender os clientes da Operadora. Além do Hospital Regional Unimed, Medicina Preventiva, Unimed Lar, Terapias Assistenciais e Unimed Urgente, citados anteriormente, a Unimed Fortaleza mantém 13 postos de coleta laboratorial, cinco Centros Integrados de Atendimento Unimed (CIAUs), e o Centro Pediátrico, apresentados a seguir.

Laboratórios Unimed Fortaleza A Unimed Fortaleza possui 13 postos de coleta laboratorial, com capacidade para realizar exames em mais de 550 modalidades de patologias clínicas e uma média mensal de 130 mil exames. Em 2011, as unidades foram certificadas pelo Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (Palc), considerado o maior programa de acreditação do setor na América Latina. O reconhecimento, concedido pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, atesta que as unidades laboratoriais da Cooperativa estão em conformidade com as normas específicas de qualidade.


Os laboratórios dão suporte aos exames de todos os pacientes atendidos no HRU e no Centro Pediátrico Unimed, além de realizar coletas domiciliares em empresas que procuram este serviço para seus colaboradores. Também mantêm parceria com a Medicina Preventiva e a Unimed Lar e prestam serviço de coleta domiciliar aos pacientes em monitoramento e internação domiciliar.

CIAUs

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A Unimed Fortaleza mantém cinco Centros Integrados de Atendimento Unimed (CIAUs): Maracanaú, Parangaba, Oliveira Paiva, Aldeota e Bezerra de Menezes. Esses centros abrigam diversos serviços da Unimed Fortaleza, além de postos de coleta laboratoriais, terapias assistenciais com atendimento de nutrição, fonoaudiologia e psicologia e centrais de atendimento ao cliente. São atendidas especialidades como clínica médica, pediatria, ginecologia/ obstetrícia, cirurgia geral, ortopedia, mastologia, cardiologia, otorrinolaringologia, urologia e dermatologia, entre outras. Em 2011, foram realizadas reformas nos CIAUs Parangaba e Oliveira Paiva, proporcionando aumento de consultórios e guichês de atendimento, instalação de salas para atendimento ao cliente e ampliação das recepções, o que melhorou consideravelmente o acolhimento ao cliente. A primeira unidade criada foi a da avenida Bezerra de Menezes, em 2000. A unidade de Maracanaú foi inaugurada em 2004; e a da Aldeota, em 2005. A unidade Oliveira Paiva existe desde 2007 e a da Parangaba desde 2008.

Centro Pediátrico Trata-se de um centro de atendimento de urgência e emergência em especialidade de pediatria. O centro funciona desde 2011 na rua Padre Chevalier, 746, no bairro Joaquim Távora, e presta atendimento em seis consultórios. O núcleo mantém, desde a inauguração, uma brinquedoteca com ludoterapia para as crianças. O Centro Pediátrico também oferece serviços de raio x, ECG e avaliação para encaminhamento ao Hospital Regional Unimed (HRU).


A saúde como ponto de partida para cuidar do mundo Entre os sete princípios cooperativistas está o “commitment to the community”, ou seja, o compromisso com a sociedade. Os princípios do cooperativismo, definidos pela Aliança Cooperativa Internacional (ICA, na sigla em inglês), ajudam a orientar as linhas através das quais as cooperativas colocam em prática seus valores. Para a Unimed Fortaleza, investir em Responsabilidade Socioambiental (RSA) significa, portanto, fortalecer os princípios do cooperativismo e disseminar uma cultura de gestão responsável em sua rede de parceiros. Nesse sentido, ao fomentar o empreendedorismo das comunidades com as quais se relaciona, a empresa inicia um ciclo de sustentabilidade. As iniciativas estão de tal forma imbricadas na visão da Cooperativa, que fazem parte do planejamento estratégico.


Ética, cooperativismo, excelência na gestão, humildade, inovação, responsabilidade socioambiental e transparência são os valores com os quais a Unimed Fortaleza atua a fim de alcançar esses objetivos. Especificamente na área de responsabilidade social e ambiental, a Unimed Fortaleza está fundamentada em três pilares: saúde, bem-estar e cidadania. Grande parte dessas ações está concentrada no Instituto Unimed Fortaleza de Ciência, Cidadania, Cultura e Esporte, criado em março de 2011. No que diz respeito ao esporte, por exemplo, a Unimed Fortaleza estimula e oferece apoio a atletas de modalidades como atletismo, triátlon, ciclismo e arremesso de disco. Para colocar em prática as ações de responsabilidade socioambiental, a Unimed Fortaleza executa programas e projetos sociais que objetivam promover o desenvolvimento humano, por meio do resgate da cidadania, identidade, ética, protagonismo e responsabilidade social. São eles: 96

Programa Consumo Consciente O programa dissemina uma cultura de práticas ecologicamente corretas e socialmente responsáveis entre colaboradores e gestores da Unimed Fortaleza por meio de mudanças de hábitos e comportamentos. Somente em 2012, 125 pessoas passaram por treinamento em consumo consciente. Foram arrecadados 11,2 toneladas de papel branco, misto e jornal; 2,1 toneladas de papelão e 354 quilos de plástico destinados de forma correta.


Programa de Voluntariado O programa de Voluntariado da Unimed Fortaleza incentiva a formação de voluntários junto a Cooperados e colaboradores. As ações visam contribuir para o alcance dos oito Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos em 2000 pela ONU (Organização das Nações Unidas) e Pacto Global.

Programa Carbono Zero Para neutralizar e compensar as emissões de CO2 na Cooperativa, foi lançado em 2012 o programa Carbono Zero. O programa contribuiu para o plantio de 700 mudas na Lagoa do Opaia, no bairro Vila União. A ação teve o apoio da Fundação Mata Atlântica Cearense. Ainda em 2012, a Unimed Fortaleza, em parceria com a Unimed Brasil e o Governo do Estado, plantou 1.000 mudas no rio Maranguapinho, em Fortaleza.

Programa Memória Viva Iniciativa campeã na categoria “Cooperativa Cidadã” do Prêmio Cooperativa do Ano, organizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o programa trabalha a saúde ocupacional e a valorização da identidade de 91 idosos do Lar Francisco de Assis. Como resultado do programa, foi publicado o livro A Tardinha, reunião de memórias dos idosos do abrigo. São histórias que representam os fins de tarde da Fortaleza dos idosos; relatos de saudades, travessuras, amores e juventudes.

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Programa Saúde Ambiental: Um Olhar Sustentável pela Vida O programa contempla o empreendedorismo social, o comércio justo e a economia solidária. Destaque de 2012 foi a participação em feiras e eventos de beneficiadas pelo projeto da marca ecológica “Ecos do Mangue”, lançada em 2010. Cerca de 150 mulheres das comunidades ribeirinhas do Rio Cocó são beneficiadas com a confecção dos produtos da marca.

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Programa de Olho no Nosso Futuro O programa forma jovens aprendizes para o mercado de trabalho. Em 2012 foram 80 participantes, metade deles jovens filhos de funcionários. A ação foi desenvolvida em 2012 em parceria com o Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim.

Programa Inclusão Digital O programa capacita crianças e adolescentes entre 11 e 14 anos de idade - filhos de funcionários efetivados e terceirizados - nas áreas de Formação Humana, Cidadania, Inclusão Digital e Produção Textual.


Projeto Pessoas com Deficiência (PPCD) A iniciativa proporciona inclusão e capacitação de pessoas com deficiência, por meio de parcerias, para assegurar a retenção e qualificação desses profissionais na Unimed Fortaleza. Em 2012, a Unimed Fortaleza manteve o percentual de 5% de pessoas com deficiência no quadro de colaboradores.

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Ações Globais Participativas A Unimed Fortaleza se tornou a primeira Unimed do Norte e Nordeste a ser signatária do Pacto Global. A iniciativa tem o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos.


1985 1986

A atual sede da Unimed Fortaleza, à Av. Santos Dumont, é inaugurada.

1990

A Unimed recebe, pela primeira vez e consecutivamente até 2007, o Prêmio Mérito Lojista, como plano de saúde preferido da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas.

Unimed Fortaleza se filia à Federação Ceará.

Funda-se a Unimed do Alto Paraná, no Paraguai, a primeira fora do Brasil.

1983

Linha do tempo


A Unimed é reconhecida como a entidade cooperativista líder do setor de saúde nas Américas durante Fórum Latino de Cooperativas de Saúde e Afins.

1995

Segundo Instituto Datafolha, a Unimed é a marca mais lembrada pelo consumidor, recebendo, por 14 anos seguidos, o Prêmio Top of Mind em Plano de Saúde.

1994

Em 19 de junho é lançada a pedra fundamental do Hospital Regional Unimed – HRU.

1993

Dá-se início à Unimed Fortaleza Corretora de Seguro.

1992

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Mairton Lucena é eleito Presidente da Unimed Fortaleza.

2002

Entra em vigor a Lei 9.961, instituindo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão responsável pela fiscalização do setor de planos de saúde.

2000

Dá-se início ao uso da conta garantida (cheque especial para pessoa jurídica).

1998

A Unimed é proclamada, pela ACI, o maior fenômeno cooperativo do mundo contemporâneo na área da saúde.

1996

Linha do tempo


O HRU é acreditado pela metodologia canadense, tornando-se o único das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a disponibilizar aos seus pacientes uma estrutura cujos processos assistenciais são acreditados tanto em nível máximo, nacionalmente pela Acreditação Nacional (ONA), quanto internacionalmente.

2012

Ampliam-se as vantagens para cooperados, que ganham mais por consulta, além de férias remuneradas, bônus natalino, plano de saúde especial e fundo OPME, entre outras.

2009

Para manter a representatividade da Unimed do Brasil, o Conselho Confederativo decide pela continuidade do modelo de gestão adotado a partir de 2001, reelegendo a chapa presidida por Celso Corrêa de Barros, da qual Mairton Lucena faz parte como um dos diretores regionais.

2005

Início do processo de profissionalização na gestão da Unimed Fortaleza e crescimento da receita total líquida em 191,28%.

2003

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ARARIPE, J. C. Alencar. A Faculdade de Medicina e sua ação renovadora. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2012. BARBOSA, José Policarpo de Araújo. História da saúde pública do Ceará: da Colônia a Vargas. Fortaleza: Edições UFC, 1994. FONSECA, Cláudia. Unimed, 40 anos de cooperativismo médico no Brasil. São Paulo: Museu da Pessoa, 2008. GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2007. LEAL, Luiz Airesneide Aires. Cooperativismo médico no Ceará. Fortaleza: Premius, 2009. MACIEL, Dhenis Silva. “Valei-me, São Sebastião”: a epidemia de cólera morbo na Vila de Maranguape (18621863). 2011. 182 f. Dissertação (Mestrado em História). Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Ceará, 2011. MARTINS, Hévila de Lima. Políticas Públicas e Práticas de assistência: Lazaretos da Jacarecanga e da Lagoa Funda 1819 – 1891. In: XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho 2011(Anais) NETO, Lira. O poder e a peste: a vida de Rodolfo Teófilo. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2001. PONTE, Sebastião Rogério. Fortaleza Belle Époque: reforma urbana e controle social 1860-1930. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da (Org.). I Congresso Brasileiro de Médicos Católicos: textos e contextos. Fortaleza: Expressão, 2010. SOUSA, Manoel Alves de. Cooperativismo no Ceará: sociedade, história e memória. Fortaleza: Ágora, 2012. SOUZA, Pedro Almino de Queiroz e. Memórias de um tempo fugaz. Fortaleza: LCR, 2010.

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cpdoc.fgv.br (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC – da Fundação Getúlio Vargas – FGV) memoria.unimed.com.br portal.fiocruz.br www.academiacearensedemedicina.org www.amc.med.br www.cremec.com.br www.fwa.org.br (Fundação Waldemar Alcântara) www.hgcc.ce.gov.br (Hospital Geral Dr. César Cals) www.huwc.ufc.br www.medicina.ufc.br www.ocbce.coop.br www.saude.ce.gov.br www.santacasace.org.br www.uk.coop (Co-operatives UK) www.unimedfortaleza.com.br 2012.coop/en/welcome (Associação Internacional das Cooperativas, ICA, na sigla em inglês)


Créditos de imagens

Sumário - Acervo da Biblioteca da Academia Cearense de Medicina. Pág. 12 – SXC.HU. Pág. 15 - Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 17- Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 19 - SXC.HU. Págs. 20 e 21 1851 - Martins, Letícia Lustosa. Varíola em Fortaleza: Marcas profundas de uma experiência dolorosa (1877 – 1881). Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, Ceará, 2012. 1878 e 1879 - Ferreira, Antonio Nelorracion Gonçalves. “Lazaropolis”: a lepra entre a piedade e o medo (Ceará, 19181935). Dissertação (mestrado), Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História Social, Fortaleza, Ceará, 2011. Pág. 22 - Acervo da Biblioteca da Academia Cearense de Medicina. Págs. 24 e 25 - Acervo da provedoria da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza gentilmente cedido para esta publicação. Pág. 27 - Montagem com texturas e brushes vintage. Págs. 28 - Imagem produzida a partir da obra de Debret. Pág. 31 - Acervo da Academia Cearense de Medicina. Págs. 32 e 33 - Acervo do doutor Pedro Almino de Queiroz e Souza gentilmente cedido para esta publicação. Págs. 38 e 39 - Acervo do doutor Pedro Almino de Queiroz e Souza gentilmente cedido para esta publicação. Págs. 40 e 41 - Acervo do doutor Pedro Almino de Queiroz e Souza gentilmente cedido para esta publicação. Pág. 42 - Acervo da Fundação Waldemar Alcântara gentilmente cedido para esta publicação (foto no topo do quadro). Demais fotos do acervo do doutor Pedro Almino de Queiroz e Souza também gentilmente cedidas para esta publicação. Pág. 45 - Acervo do doutor Pedro Almino de Queiroz e Souza gentilmente cedido para esta publicação. Pág. 47 - Acervo do doutor Pedro Almino de Queiroz e Souza gentilmente cedido para esta publicação. Pág. 48 - Acervo da Fundação Waldemar Alcântara gentilmente cedido para esta publicação (fundadores da Faculdade de Medicina). Págs. 50 e 51 1932 - Acervo da provedoria da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza gentilmente cedido para esta publicação. 1933 – Sales, Tibério Campos. Medicina, associativismo e repressão: O Centro Médico Cearense e a formação do campo profissional em Fortaleza (1928 – 1938). Dissertação (mestrado), Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-Graduação em História, Fortaleza, Ceará, 2010. Págs. 52, 54 e 55 - Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 57 - Acervo da Co-operatives UK. Pág. 58 - Site do Ica e Paraná Cooperativo.


Pág. 62, 63 e 64 - Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 67 - SXC.HU. Pág. 70 - Divulgação Unimed Fortaleza. Págs. 72 e 73 1967 - Divulgação Unimed Brasil. 1981 - SXC.HU. Págs. 74 e 75 - Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 76 – SXC.HU. Pág. 77 - Divulgação Internacional Co-operative Aliance (ICA). Pág. 78 - Divulgação Unimed Brasil. Pág. 80 - Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 81 - Divulgação Central Nacional Unimed. Pág. 82 - Divulgação OCB/ Sescoop Nacional. Pág. 85 - Divulgação O Povo. Págs. 86, 87, 88, 89, 90, 91, 93 - Divulgação Unimed Fortaleza. Pág. 95 - SXC.HU. Págs. 100, 101, 102 e 103 1990 - Divulgação Unimed Fortaleza. 1992 - Divulgação Unimed Fortaleza. 1998 - SXC.HU. 2002 - Divulgação Unimed Fortaleza. 2003 - SXC.HU.

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Expediente

COORDENAÇÃO Coordenação do Projeto Assessoria de Comunicação Unimed Fortaleza Coordenação de Assessoria de Comunicação Hedder Gomes Analista de Comunicação Nara Gadelha Assessora de Comunicação (Sede) Karol Andrade Assessora de Comunicação (HRU) Brígia Amaro PRODUÇÃO Produção Gráfica e Editorial Caramelo Comunicação www.caramelocomunicacao.com.br Jornalistas Responsáveis Paulo Jr. Pinheiro Karol Ximenes Redação Thiago Mendes Paulo Jr. Pinheiro Revisão Sheyla Lapa Projeto Gráfico e Diagramação Mardônio Andrade Morena Garcia Impressão Gráfica Celigráfica XX exemplares


ENTREVISTADOS Unimed Fortaleza Dr. Mairton Lucena - Presidente da Unimed Fortaleza; Dr. Ferreira Filho - Diretor Administrativo e Financeiro Dr. Luciano Alencar - Diretor de Provimento de Saúde Dr. Paulo Vasques - Diretor de Recursos Próprios Dra. Riane Azevedo - Diretora Comercial Dr. Francisco José Motta - Gestor de Relacionamento Institucional Dr. Rômulo Barbosa - Gestor de Governança Corporativa Dra. Emair Borges - Diretora Geral do Hospital Regional Unimed Ex-Presidentes Dr. Maurício Benevides Dr. Othon Chaves Bastos Dr. Darival Bringel de Olinda Dr. José Franco de Magalhães Demais Entrevistados Dra. Islane Verçosa - Médica oftalmologista e ex-integrante do Conselho Técnico da Unimed Fortaleza (2002-2006) Dra. Imélida Bandeira - Médica ginecologista e ex-integrante do Conselho Técnico da Unimed Fortaleza (2006-2010) Dr. Pedro Almino de Queiroz e Souza - Médico ginecologista-obstetra Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e historiadora Dr. João Martins Torres - Médico e professor da Faculdade de Medicina da UFC Dr. Elias Boutala - Médico e professor-emérito da Faculdade de Medicina da UFC João Nicédio Alves Nogueira - Presidente da OCB/Sescoop (CE) Dhenis Maciel - Historiador COLABORAÇÃO Universidade Unimed de Educação Cooperativista Dr. Assis Ximenes - Coordenador Célula de Cultura Dr. Pedro Henrique Saraiva Leão - Coordenador


Diretoria

Fundadores Almir Santos Pinto Altani Santos Paiva Bolivar Bastos Gonçalves José Lenine da Justa Antonio Turbay Barreira Edson Lopes Carlos Augusto Studart Fonseca Artur Enéas Vieira Geraldo Barros de Oliveira Abelardo Soares Barbosa Germano Fabrício Riquet Evandro Salgado Studart Fonseca José Humberto Ramalho Leite Maurício Cabral Benevides Ocelo Pinheiro Raimundo Medeiros José Teles da Silva Maria Gonzaga Pinheiro Francisco João da Silva Geraldo Wilson da Silveira Gonçalves Luiz Airesneide Aires Leal Francisco Chagas Moreira Catunda Humberto Rebouças Freitas 09/JAN/78 Primeira Diretoria Vice-Presidente Maurício Cabral Benevides Conselheiros José Teles da Silva Evandro Salgado Studart Fonseca Luis Airesneide Aires Leal Superintendente José Lenine da Justa Conselho Técnico Ocelo Pinheiro Carlos Augusto Studart Fonseca Arthur Enéas Vieira

Almir Santos Pinto

1978

Suplentes: Bolivar Bastos Gonçalves Antonio Turbay Barreira Geraldo Wilson da Silveira Gonçalves Conselho Fiscal Germano Fabrício Riquet Humberto Rebouças Freitas Geraldo Barros de Oliveira Suplentes: Altani Santos Paiva Maria Gonzaga Pinheiro Raimundo Medeiros Sobrinho


05/JUL/78 Conselheiros José Teles da Silva Evandro Salgado Studart Fonseca Luis Airesneide Aires Leal Superintendente José Lenine da Justa Conselho Técnico Ocelo Pinheiro Carlos Augusto Studart Fonseca Arthur Enéas Vieira Suplentes: Bolivar Bastos Gonçalves Antonio Turbay Barreira Geraldo Wilson da Silveira Gonçalves Conselho Fiscal Germano Fabrício Riquet Humberto Rebouças Freitas Geraldo Barros de Oliveira Suplentes: Altani Santos Paiva Maria Gonzaga Pinheiro Raimundo Medeiros Sobrinho

Maurício Cabral Benevides

1978 - 1979

111


Diretoria

17/JAN/79 Vice-Presidente Darival Bringel de Olinda Conselheiro Raimundo Medeiros Sobrinho Conselho Fiscal Vinicius Brasileiro Martins José Helder Vasconcelos Alves Humberto Rebouças Freitas Suplentes: Antonio Ciríaco de Holanda Neto Ivan de Araújo Moura Fé Rogério A. Muzzio de Paiva Conselho Fiscal 1980 José Helder Vasconcelos Alves Maria de Jesus Ferreira Ismar Dias da Silva Suplentes: Ivan de Araújo Moura Fé Edmar Teixeira Vieira Ranalfo Gladistone de Freitas Maia Conselho Fiscal 1981 Edmar Teixeira Vieira José Helder Vasconcelos Alves Felisberto Clementino Ferreira Suplentes: Vinicio Brasileiro Martins Antonio Jarbas Angelin Hildo Pereira Lima 08/FEV/82 Vice-Presidente Darival Bringel de Olinda Superintendente Edmar Teixeira Vieira

Othon Chaves Bastos

1979 - 1986

Conselheiros Raimundo Medeiros Sobrinho Tarcisio Magalhães Benevides Antonio Ciríaco de Holanda Neto Conselho Técnico Jack Schaumann José Franco de Magalhães Luis Airesneide Aires Leal Suplentes: Paulo Mendes de Sousa Martins Antonio Jarbas Moreira Angelim Antonio Vagner Martins de Paiva Conselho Fiscal 1982 Hildo Pereira Lima Felisberto Clementino Ferreira Ranalfo Gladstone de Freitas Maia Suplentes: Francisco de Assis de Sousa Serra Silvio Monte Coelho Frota Glaucineide de Barros Figueiredo Conselho Fiscal 1983 Felisberto Clementino Ferreira Hildo Pereira Lima Francisco Ary Vieira Sobral Suplentes: João Paiva Freitas José Helder Vasconcelos Alves Francisco Irapuã Cortez Conselho Fiscal 1984 Felisberto Clementino Ferreira Fancisco Ary Vieira Sobral Silvio Monte Coelho Frota Suplentes: Abelardo Soares de Aguiar Ranalfo Gladstone de Freitas Maia Maria Assunção Cavalcante


Conselho Fiscal 1985 Francisco Ary Vieira Sobral Felisberto Clementino Ferreira Hildo Pereira Lima Suplentes: Francisco Holanda Brilhante Carlos Fernandes Gurjão Maria das Graças Carvalho Araújo

113


Diretoria

22/JAN/86 Vice-Presidente José Franco de Magalhães Superintendente Othon Chaves Bastos Conselheiros Francisco Ary Vieira Sobral Juarez de Souza Carvalho Felisberto Clementino Ferreira Conselho Técnico Antonio Ciríaco de Holanda Neto Orlando Bezerra Monteiro Hildo Pereira Lima Suplentes: José Roosevelt de Norões Luna João Paiva Freitas Marigelbio Rodrigues de Lucena Conselho Fiscal 1986 Tarcisio Magalhães Benevides Raimundo Medeiros Sobrinho Jack Schaumann Suplentes: Ana Lúcia Araújo Nocrato José Wilson Mourão de Farias Glauber Santos Paiva Conselho Fiscal 1987 Raimundo Medeiros Sobrinho Ana Lúcia Araújo Nocrato Luis Airesneide Aires Leal Suplentes: Francisco Irapuã Cortez Silvio Monte Coelho Frota Francisco das Chagas Mendes da Silva

Darival Bringel de Olinda

1986 - 1998

Conselho Fiscal 1988 Carlos Fernandes Gurjão Luis Airesneide Aires Leal Ana Lúcia Araújo Nocrato Suplentes: José Raul Lourinho Vasconcelos Adroaldo Silveira Aragão Maria de Jesus Ferreira Conselho Fiscal 1989 Luis Airesneide Aires Leal Ana Lúcia Araújo Nocrato Silvio Monte Coelho Frota Suplentes: Oziel de Souza Lima Antonio Cleyton Mendonça Ribeiro Paulo Mendes de Sousa Martins 08/FEV/90 Vice-Presidente José Franco de Magalhães Superintendente Ana Lúcia Araújo Nocrato Diretor-Financeiro Francisco Ary Vieira Sobral Diretor Rec. Médicos: Orlando Bezerra Monteiro Conselheiros Felisberto Clementino Ferreira Othon Chaves Bastos Lino Antonio Cavalcante Holanda Conselho Técnico Antonio Ciríaco de Holanda Neto João Paiva Freitas Maria do Socorro Rosado Soares


Suplentes: Eugênio Moura Campos Marco Antonio Nasser Aguiar Francisco Machado Conselho Fiscal 1990 Luis Airesneide Aires Leal Helena Serra Azul Monteiro Oziel de Souza Lima Suplentes: Francisca Maria Oliveira Andrade Francisco Gurgel Medeiros Sergio Botelho Guimarães Conselho Fiscal 1991 Oziel de Souza Lima Helena Serra Azul Monteiro José Fernandes Dantas Suplentes Paulo Ferdinando de Melo Oliveira Francisco de Assis Pinheiro Barboza Manoel Albano Amora Filho Conselho Fiscal 1992 Oziel de Souza Lima Helena Serra Azul Monteiro João de Assis Martins Parente Suplentes José Nilo Pires de Mendonça Sérgio Augusto Carvalho Pereira Maria das Graças Nascimento Silva Conselho Fiscal 1993 Oziel de Souza Lima Helena Serra Azul Monteiro João Cândido Souza Borges Suplentes Paulo Ricardo Costa de Siqueira José Lindemberg da Costa Lima Olival Paz de Oliveira

10/FEV/94 Vice-Presidente José Franco de Magalhães Superintendente Paulo Ricardo Costa de Siqueira Diretor-Financeiro Francisco Ary Vieira Sobral Diretor De Rec. Médicos Maria do Socorro Rosado Soares Conselheiros Oziel de Souza Lima Orlando Bezerra Monteiro Lino Antonio Cavalcante Holanda Conselho Técnico Antonio Ciríaco de Holanda Neto Altani Santos Paiva José Luciano Leitão de Alencar Suplentes José Tomaz de Lima João Paiva Freitas Ana Lúcia Araújo Nocrato Conselho Fiscal 1994 José Lindemberg da Costa Lima Francisco José Costa Eleutério Francisco Alvaro de Andrade Júnior Suplentes: Valéria Góes Ferreira Pinheiro Murilo Porto Siqueira Helena Serra Azul Monteiro Conselho Fiscal 1995 Francisco José M. Barros de Oliveira João Flávio Lessa Nogueira Arnaldo Afonso Alves de Carvalho

115


Diretoria

Suplentes: Josias Sampaio Cavalcante Francisco Sérgio Rangel de Paula Pessoa Augusto César Gadelha de Abreu Conselho Fiscal 1996 Ana Lenilce Freitas Capiberibe Florentino de Araújo Cardoso Filho José Aluízio da Silva Soares Suplentes: Eveline Campos Monteiro de Castro Jackson Augusto Gondim de Oliveira Pedro José Negreiros de Andrade Conselho Fiscal 1997 Ricardo Cesar Vieira Madeiro Emair Silva Borges Pablito Miguel Andrade Aguiar Suplentes Paulo de Tarso Cavalcante Castro João Mairton Pereira de Lucena Rômulo César Costa Barbosa

Darival Bringel de Olinda

1986 - 1998


31/MAR/98 Superintendente Regina Lúcia Portela Diniz Diretor-Financeiro Fco. Walter Frota de Paiva Diretor-Comercial José Aluízio da Silva Soares Dir. De Rec. Médicos João Fortes de Siqueira Filho Conselheiros João Martins de Souza Torres Lino Antonio Cavalcante Holanda Antonio Eliezer Arrais Mota Filho (até 1999) Helly Pinheiro Ellery (a partir de 2000) Conselho Técnico Arnaldo Afonso Alves de Carvalho Francisco Machado João Maia Nogueira Tereza Lúcia Maia Oliveira Feitosa José Antonio David Morano Francisco George Magalhães

Suplentes: Edson Lopes Júnior Vanda Fernandes Santos Lopes Fernando Tiraboschi Conselho Fiscal 2000 Jonas Araújo e Silva Geraldo Magela de Araújo Leite Paulo Ronalth Peres Melo Suplentes: Márcia Moreira de Menezes José Erirtônio Façanha Barreto João de Souza Ribeiro Neto Conselho Fiscal 2001 Angela Maria Pio de Almeida Mayra Isabel Correia Pinheiro Maximiano Leite Barbosa Chaves Suplentes: Hugo de Sales Andrade Edson Lopes Jr. Antonio Ribeiro D. S. Filho

Conselho Fiscal 1998 João Mairton Pereira de Lucena Carlos Cartaxo Aderaldo José Ricardo Barbosa de Azevedo Suplentes: João Deodato Diógenes de Carvalho José Valderi Bessa Maria Sidneuma Melo Ventura Conselho Fiscal 1999 Italo Emmanuel Valeriano Rachid Ana Maria Passos Rodrigues Martins Paulo de Tasso Cavalcante Castro

José Franco de Magalhães

1998 - 2002

117


Diretoria

Superintendente Ricardo Cesar Vieira Madeiro

José Atualpa Pinheiro Júnior Túlius Augustus Ferreira Freitas

Diretor-Financeiro Pablito Miguel De Andrade Aguiar

Conselho Fiscal 2004 Manoel Joaquim Diógenes Teixeira Silvia De Melo Cunha Ricardo Carvalho Juaçaba

Diretor-Comercial Francisco José Motta Barros De Oliveira Diretor de Rec. Médicos Emair Silva Borges Conselheiros Eduardo Régis Monte Jucá Francisco Tadeu Leitão Feitosa José Glauco Lobo Filho Conselho Técnico Islane Maria Castro Verçosa Paulo Montezuma Sales Pedro José Negreiros De Andrade Romero Matos Esmeraldo José Sales Sobrinho Ulisses Montenegro Pontes Conselho Fiscal 2002 Paulo Ronalth Peres Melo Geraldo Magela De Araujo Leite Paulo Roberto De Sousa Coelho Suplentes: Francisco Hidelbrando A . Mota Jaime Ferreira Sales Paulo De Tarso Campos Sales Conselho Fiscal 2003 Amália Maria Porto Lustosa Francisco Eron M. Moreira Gilson Assunção De Figueiredo Suplentes: Fernando Sequeira Praça

João Mairton Pereira de Lucena

2002 - 2014

Conselho Administrativo Eduardo Régis monte Jucá (até setembro de 2004) Francisco José Costa Eleutério (a partir de dez de 2004) Suplentes: José Moreira Lima Lia Cavalcanti De Albuquerque Paulo Henrique Diógenes Vasques Conselho Fiscal 2005 Aurélio Frota Leitão Júnior Cezário Antônio Martins Gomes Fernando Santiago Lima Verde Suplentes: Fábio Eugênio M. Rodrigues Ivon Teixeira De Souza Solange Uchoa De Oliveira 09/MAR/06 Superintendente Francisco José Costa Eleutério Diretor-Financeiro Rõmulo César Costa Barbosa Diretor-Comercial Francisco José Motta Barros De Oliveira Diretor de Rec. Médicos Riane Maria Barbosa Azevedo


Conselheiros Fernando Antônio Façanha Filho Juarez Alves Sampaio Nilson De Moura Fé Filho Conselho Técnico Francisco Jean Crispim Ribeiro Imélida Souza Bandeira José Luciano Leitão De Alencar Lia Cavalcanti De Albuquerque Paulo Henrique Diógenes Vasques Romero De Matos Esmeraldo Representante dos Cooperados no Conselho Deliberativo do HRU Ricardo Sá (até 2010) Conselho Fiscal 2006 Antonio Édson De Almeida Fabio Eugenio Magalhães Rodríguez Solange Uchoa De Oliveira Suplentes: Antonio Michael Tenorio Freire Ricado Martins Freitas Rômulo Augusto Da Silveira Conselho Fiscal 2007 Rômulo Augusto Da Silveira Joaquim Luiz De Castro Moreira Edmond Eugene De Paula Braquehais Suplentes: Ricado Martins Freitas José Hyder Dantas Carneiro Ricardo Maria Nobre Othon Sidou Conselho Fiscal 2008 Joaquim Luiz De Castro Moreira José Hyder Dantas Carneiro Claudio Costa Martins De Souza

Suplentes Roberto Augusto Freitas Alencar Paulo Eduardo Nunes Campelo Vera Lúcia De Andrade Gomes Conselho Fiscal 2009 Roberto Augusto Freitas Alencar José Nami Jereissati Paulo Eduardo Nunes Campelo Suplentes: Liana Rabelo Cavalcante Maria De Fátima P. Aragão Pessoa Sérgio Augusto Carvalho Pereira 04/FEV/10 Diretor Adm. Financeiro Francisco Ferreira Filho

Diretor De Prov. Saúde José Luciano Leitão De Alencar Diretor De Rec. Próprios Paulo Henrique Diógenes Vasques Diriretor Comercial Riane Maria Barbosa Azevedo Conselheiros Anamaria Cavalcante E Silva Cezario Antonio Martins Gomes Carlos Augusto Alencar Júnior Conselho Técnico Francisco Jean Crispim Ribeiro Fernando Antônio Façanha Filho Berlindes Bernaldo De Q. Maia José Hyder Dantas Carneiro Joaquim Luiz De C. Moreira Representante dos Cooeprados no Conselhor Deliberativo do HRU Paulo Eduardo Nunes Campelo (até 2014)

119


Diretoria

Conselho Fiscal 2010 Sérgio Augusto Carvalho Pereira José Nami Jereissati Tajra Flávio Lúcio Pontes Ibiapina Suplentes: Gleydson César De O. Borges João Alexandre De S. Neto Marcos Rôdrigues Cordeiro Conselho Fiscal 2011 João Alexandre De Sousa Neto Gleydson César De Oliveira Borges Maria Aidê A. Araújo Nocrato Suplentes: Euzenir Pires Moura Maia Francisco Glay Rocha Maranhão Paulo César Perote Da Silva Conselho Fiscal 2012 Francisco Glay Rocha Maranhão Paulo César Perote Da Silva Patricia Jereissati Sampaio Suplentes: Delano Gurgel Silveira Vicente Aguiar Ana Célia De Almeida Mesquita

João Mairton Pereira de Lucena

2002 - 2014


121


Galeria

Imagens das sedes da Unimed Fortaleza. A primeira e a segunda sedes - casas alugadas na rua Gonçalves Ledo - e a mais recente, sede própria, edifício de dez andares construído na avenida Santos Dumont

Inaugurado em 1998, o Hospital Regional Unimed (HRU) é o maior hospital próprio do sistema Unimed em todo o Brasil.

122 Registros da eleição que resultou na eleição de Mairton Lucena como presidente da Unimed Fortaleza em 2002

Inauguração da sede do Laboratório Unimed, na rua Pinto Madeira, e da Central de Atendimento ao Cliente (CAC), em 2004

Entrega de homenagens marca as comemorações dos 25 anos da Unimed Fortaleza, em 2003


O ano 2004 também ficaria marcado pela inauguração do Centro Integrado de Atendimento Unimed (CIAU) de Maracanaú

Homenagem aos ex-presidentes da Unimed Fortaleza: Almir dos Santos Pinto (in memoriam), Othon Chaves Bastos, José Franco de Magalhães e Maurício Benevides, em 2006

123 Em 2006, Mairton Lucena é reeleito presidente da Cooperativa

Inauguração da sede da Medicina Preventiva, em 2008

Grandes artistas (nas imagens, Jota Quest e Daniela Mercury) passaram pelo palco da Festa dos Médicos Cooperados, realizada anualmente


Galeria

Em 2009, o presidente da Unimed Fortaleza, Mairton Lucena, recebe duas importantes homenagens: da Casa Cor Ceará e do Grupo Edson Queiroz

Centro Pediátrico, unidade exclusiva para crianças e adolescentes, é inaugurado em 2011 na rua Padre Chevalier, no bairro Joaquim Távora

124 Pela terceira vez, Mairton Lucena é eleito presidente da Unimed Fortaleza

A 41ª Convenção Nacional da Unimed é realizada em Fortaleza em 2011, com participação do cantor cearense Raimundo Fagner e do escritor pernambucano Ariano Suassuna

Programa para apresentar a Unimed Fortaleza aos novos Cooperados, o “Conheça Sua Cooperativa” promove encontros várias vezes ao ano


Unimed Fortaleza promove encontro sobre Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) em 2012. Na foto, Dra. Riane Azevedo, Dr. Paulo Vasques, Dra. Joana Maciel, Dr. Mairton Lucena, Dr. Marcolino Cabral (Unimed Grande Florianópolis - in memoriam), Dr. Luciano Alencar, Dr. Geraldo Tenório (Unimed Maceió) e Dr. Renato Stênio Torres Rodrigues

Unimed Fortaleza firma Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com Decon/CE. Na foto, Ann Celly Sampaio, secretária-executiva do Decon, e Macilene Moreira, representante da ANS

6ª Corrida Unimed e Unicred Fortaleza, que em 2012 foi realizada em parceria. No mesmo ano foi realizada a VII Jornada Unimed. Na foto, Dr. Mairton Lucena, o ator João Signorelli e Dr. Assis Ximenes

Um dos momentos mais importantes para definir as diretrizes e metas para o ano seguinte, planejamento estratégico é realizado a cada ano pela Cooperativa

Apresentação do Coral da Unimed Fortaleza na Festa dos Cooperados 2012

Por cinco anos consecutivos, a Cooperativa recebeu o Prêmio Delmiro Gouveia. Foto da premiação mais recente (2012)

125





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