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Imagem: Sensação, Perceção e realidade
Conceito de Perceção Sensorial É um mecanismo complexo pelo qual organizamos e interpretamos as sensações que produzidas por estímulos do meio e tornam presentes objetos e acontecimentos como factos providos de significado.
Depende do mundo que nos rodeia e também da pessoa e do momento em que se percebe.
A perceção é um processo psicofisiológico por meio do qual o sujeito transforma as diversas impressões sensoriais (os estímulos), previamente transportados aos centros nervosos, em objetos sensíveis conhecidos
A própria perceção nunca é uma cópia porque corresponde a uma compreensão e interpretação da mensagem sensorial, permite acrescentar um significado ao estímulo que foi captado. Um mesmo objeto é percecionado de forma diferente por vários indivíduos. Exemplo do mar: um pescador, uma viúva de pescador, uma pessoa em férias, uma criança terão dele iguais perceções? A resposta negativa deve-se ao facto do homem conhecer a partir das referências pessoais, o que dá ao conhecimento a sua dimensão subjetiva
Um grupo de pessoas passear numa floresta vê e responde de maneira diversa ao ambiente. O lenhador vê a floresta como uma fonte de madeira, o artista como algo digno de ser pintado, o caçador, como esconderijo para a caça, e o pedestrianista, como espaço natural a explorar. Em cada caso, o bosque e as suas árvores individuais são percebidos de modo muito diferente, na dependência da formação e expectativas dos passeantes.
Conceito de Perceção Visual A perceção visual é talvez o principal sentido na interação do homem com seu meio. Para uma melhor compreensão daquilo que é chamado de visão, é interessante que ter uma ideia geral da maneira pela qual os sentidos processam estímulos O OLHO funciona como uma câmara luminosos. fotográfica: a córnea é uma lente que projeta uma imagem bidimensional, reduzida e invertida na retina. O processamento e transformação de estímulo luminoso em informação visual tem sido objeto de intensas investigações nas mais diversas áreas do conhecimento.
Teoria de Gestalt Kepes, Arnheim e Dondis basearam-se na psicologia Gestalt, uma teoria desenvolvida na Alemanha durante os anos 20.
Esta teoria pretende demonstrar que não podemos perceber senão totalidades, fenómenos inteiros e estruturados, indissociáveis do conjunto no qual eles se inserem e sem o qual nada mais significam.
Para os gestaltistas, a nossa perceção, está simultaneamente ligada aos elementos percebidos e às nossas próprias estruturas mentais que nos fazem, consoante as circunstâncias do momento, reuni-las desta ou daquela maneira…
Testes Clássicos da Psicologia -Gestalt
É impossível ver as duas imagens ao mesmo tempo, e a passagem de uma para a outra faz-se bruscamente, de uma só vez, por reconstrução mental do conjunto. É inútil fazer qualquer esforço, pois isso em nada acelerará o processo: a imagem aparece por "iluminação", como uma evidência, ou não aparece de todo.
Arnheim: Conceito Visual A imagem mental de um objeto adquire-se por uma multiplicidade de perceções visuais do mesmo, pela sua captação através de inúmeros pontos de vista.
Mexicano Para Arnheim, esta imagem de um mexicano não é uma representação válida, pois não se refere ao verdadeiro "conceito visual" de um mexicano.
Organizamos a realidade separando figura e fundo Quando o contraste entre figura e fundo se atenua hรก casos de:
Segregação figura-fundo Figura-fundo (a mente perceciona tanto melhor quanto mais acentuada for a segregação)
Indiferenciação Figura-fundo Quando a figura não se destaca do fundo temos dificuldade em saber de que objeto se trata
Segregação figura-fundo Indiferenciação Figura-fundo
Indiferenciação Figura-fundo
Indiferenciação Figura-fundo
Segregação figura-fundo Reversibilidade figura-fundo : as imagens são reversíveis, ambas podem funcionar como figura e como fundo
Taça de Rubin
Segregação figura-fundo
Ambiguidade da figura A imagem suscita diversas interpretações
Ambiguidade da figura
Ambiguidade da figura- suscitando várias interpretações
«As imagens são intermediários entre o mundo e os homens. O homem exsiste, quer dizer, não acede ao mundo de forma imediata, mas através das imagens que possibilitam imaginá-lo. Mas enquanto o representam, interpõem-se entre o mundo e o homem». Vilém Flusser, Para uma filosofia da fotografia.
Ana Rita Silva – adaptado por Mª Antónia Brandão