Grátis //Outubro de 2016 // Número 2 // Directora: Samira Pereira
Eugénio Tavares
Underground Mindelo Fest
21, 22 e 23 de Outubro
Mindelo Cidade Universitária
“Nôs Força” de Dulce Matias
Editorial Diz-se, em numerologia, que quem nasceu no dia 18 compreende o mundo de forma livre de preconceitos, ama a música e a arte; que deve estar preparado para mudanças e viagens e que deve usar essa capacidade crítica como ensaísta ou escritor. Nascido a 18 de Outubro de 1867, Eugénio Tavares é o patrono do dia nacional da cultura e das comunidades, chega à cidade do Mindelo com 18 anos, onde se deixa encantar pelo cosmopolitismo, diversidade e dinamismo da cidade. Estar em Mindelo é saber estar ao sabor do vento que se faz sentir neste mês de recomeços: novo ano lectivo,
Índice
ressaca das férias, saudades reforçadas nos terminais de partida e de chegada. Ele há curvas na cidade onde o vento se cruza e sai furioso: talvez seja ele o responsável por esta forma de estar tão livre. Nesta edição cruzam-se ideias, países, continentes e tributos, cruza-se o passado e o futuro nas mais variadas expressões, coze-se o manto da diversidade no conhecimento, cultura e comunidades.
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Que Outubro traga bons ventos!
Ficha Técnica Propriedade e Edição O2, Lda. Coordenação de Projecto PENÉLOPE DE MELO
Designer REVAN ALMEIDA
Mindelo, cidade Universitária Um dia em Santo Antão, por Núria Chantre Vox Pop Beto Diogo, de capoeirista a artesão Shopping: Mamdyara Artesanal Terapias Naturais Underground Mindelo Fest Fazedores do Futuro, por Irlando Ferreira
AGENDA CULTURAL DESTACÁVEL
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Gestor de conteúdos SUZY ANDRADE
De Vila Leopoldina a Mindelo, José Almada
Novos Crioulos: Ouattara Anzoomanam Eugénio Tavares Roteiro gastronómico: Doidos por Pizza “Nós Força” de Dulce Matias Cidadania: Academia Fora de Portas Infantil: Parques Infantis “....e a morte dele não nos causou surpresa”, por Rocca Vera Cruz Informações úteis Restaurantes e bares Mindelo by night Onde dormir Calendário anual de eventos
Gestor Comercial HIPÓLITO RAMOS Gestor Financeiro ALDINA SIMÃO Office Manager VANISIA FORTES +238 925 92 25 | +238 353 05 80 marialeopoldinacv@gmail.com vilaleopoldinacv
Esta publicação não está conforme o novo acordo ortográfico, respeitando assim os textos de autor.
Crónica De Vila Leopoldina a Mindelo, terra de Cultura, Lazer e Liberdade
Por: José Almada Não poderia começar esta crónica sem enviar as minhas felicitações aos promotores desta feliz iniciativa, em lançar a revista Vila Leopoldina, uma revista de Cultura & Lazer. Uma iniciativa que começa pela cidade do
Mindelo, uma urbe que respira e
se alimenta de cultura e lazer, desde os primórdios da sua existência, quando se chamava Vila Leopoldina, ou mesmo antes, quando começou por ser a aldeia de Nossa Senhora da Luz. Esta nossa bonita cidade, dengosa e mundana, nasceu assim com um nome de princesa, a princesa e imperatriz austríaca Maria Leopoldina, a primeira mulher do rei Dom Pedro IV de Portugal (mais tarde imperador Dom Pedro I do Brasil), que assim quis homenagear a sua real esposa. Por isso a nossa cidade continua a ser uma princesa, uma mulher bonita, amada e cobiçada por muitos e invejada e odiada por outras. É assim, uma mulher bonita, ou se gosta, ou se detesta, não há meio-termo possível! Mas seria outra mulher (quem mais?), a rainha portuguesa Dona Maria II, a mudar-lhe o nome para Mindelo. A rainha de Portugal decidiu que seria esta a cidade atlântica e tropical que deveria homenagear os militares conhecidos como os “bravos do Mindelo” que em 1832 desembarcaram na praia do Mindelo no norte de Portugal, chefiados por Dom Pedro que vinha do Brasil via Açores e que libertaram Portugal de um regime déspota. Na sequência © Edson Silva
dessa libertação, a escravatura seria de seguida abolida nas possessões portuguesas em África.
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Por isso a nossa cidade do Mindelo rima também com LIBERDADE. Mindelo é a cidade que os cabo-verdianos de todas as ilhas fundaram, já livres dos grilhões da escravatura, respirando a liberdade de poderem contatar directamente com o mundo, de poderem ter o seu próprio negócio, de se libertarem de séculos fechados nos apertados horizontes dos campos agrícolas.
Por cá o nome ficou nas esquinas do tempo. Mindelo é também terra de rainhas, desde as belas rainhas do Carnaval que nos encantam todos os anos, às Divas que nos embalam com os seus cantos de sereia, até chegar à maior de todas, a rainha da morna, Cesária Évora, que espalhou o perfume da sua cidade natal por todos os cantos deste mundo que é cada vez mais redondo e
A nossa cidade é bela e está ligada à beleza
globalizado, não fosse o Mindelo em si mesmo produto da expansão mundial.
das artes e sobretudo da música. Não será por acaso que aqui nasceu o maior
Jorge Humberto, mais um trovador
trovador destas ilhas, B.Leza,
desta
cujo nome rima com as belas Dizem que São
que
realçam
a
beleza
Vicente é um Brasilin, pelos
inigualável das noites do
milhares de afectos que
Mindelo, de eclipses e luares
nos unem a esse nosso
de prata numa das baías
irmão mais novo, apesar de
mais bonitas do mundo, do
grandalhão.
amor infindável pelas belas crioulas cabo-verdianas. Mas é também a cidade que liga Cabo
encantada descreveu
e da
melhor forma a beleza de uma crioula cabo-verdina: “bô ta Mindelo”. Que mais acrescentar?
A
verdade
sempre na boca dos artistas, essas
eternas
crianças
grandes. Mindelo é também um teatro de rua, e por isso os mindelenses sempre
Verde ao mundo, a vários países irmãos, com
amaram o teatro. O Mindelact, um caso de
especial destaque para o Brasil, esse país que
sucesso só possível numa cidade especial, que
inspirou B.Leza a descrever na morna “Brazil bô
acolhe como seus os Joãos deste mundo, sejam
ê nôsso irmão”. Poucos anos depois do primeiro
eles brancos ou de outra cor.
samba ser gravado no Rio de Janeiro, B.Leza
Dedico esta crónica à memória da minha bisavó
já compunha sambas aqui no Mindelo, fruto da
Leopoldina Araújo, que ainda tive a felicidade de
influência dos barcos brasileiros que passavam
conhecer na sua casinha humilde na Rua de Côco,
regularmente no Porto Grande e cujos marinheiros
uma das ruas ícones desta urbe que todos os dias
influenciaram a música local, como por exemplo
renasce mais bonita. Dedico igualmente aos meus
nos solos de Luis Rendall.
pais, Guadalupe e Manuel, ambos nascidos nesta
No Brasil, a Vila Leopoldina existe ainda hoje
cidade, e que me deram o privilégio de nascer e
como um bairro do oeste da cidade de São Paulo.
crescer nesta inigualável cidade crioula do mundo.
© Edson Silva
mornas que compôs. Mornas
cidade
inspiradora,
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O L IA R E Á T I NDIVERS
IADE UN M CID
Durante vários anos acreditou-se que estudar em
A Universidade do Mindelo , foi a mais flexível em
Cabo Verde era sinónimo de pobreza, de péssima
relação aos dois anos de curso já feitos nos EUA.
formação que, no final, não fornecia um diploma que servisse fora das nossas fronteiras. Mas com a aposta cada vez mais intensa na educação, este diploma ganhou dimensão exterior.
Foi necessário efetivar a transferência e tentar uma equivalência. Para felicidade do jovem Mindelense, conseguiu um ano e meio de equivalência.
Paula Soares, Paulinha, natural da ilha do Monte
Mas Christopher tinha a língua portuguesa como
Cara, deixou recentemente a sua vida em Mindelo,
entrave, principalmente nas cadeiras teóricas:
para procurar melhores condições de vida em
análise e gestão financeira e direito empresarial.
Inglaterra. Submeteu o seu diploma à National
Na tentativa de suavizar este pequeno grande
Recognition Information Centre for the United
problema, a reitoria da universidade permitiu que
Kingdom, e este foi imediatamente reconhecido,
o jovem fizesse as suas avaliações em inglês,
para felicidade de Paula que frequentou uma
excetuando os trabalhos de grupo.
licenciatura em Sociologia no IESIG em 2006, a primeira fornada de licenciados desta instituição. Após trabalhar alguns anos como socióloga e animadora do centro do ICCA e ter coordenado o Centro Orlandina Fortes em Ribeirinha, em São Vicente, Paulinha vive agora em Inglaterra, onde pretende realizar o seu mestrado de sonho em sociologia desportiva. Foi a primeira mulher
De grande ajuda foi, também, o apoio contínuo dos colegas a entender melhor o português, que até hoje diz não conseguir falar. Muitos perguntariam: porquê deixar os EUA quando tantos querem ir para lá? Chris responde de forma tranquila que Mindelo, é o lugar perfeito para ele viver. Aqui pode estar com a família.
a atravessar o canal Laginha-Djeu de Mindelo a nado, já foi professora de natação para os menos graúdos e deu aulas de lançamento de peso e disco para pessoas portadoras de deficiência. Christopher Abu-Raya, Chris, é um “Mindelense
Válido para menu à la carte,
americano”. Nascido na ilha do Monte Cara,
até
viveu grande parte de sua vida nos EUA. Em
marisco e bebidas não incluido, com
dia
30
de
setembro
apresentação
desta
revista impressa ou digital.
2012, ingressado na University of Massachusetts Dartmouth optou por voltar a Cabo Verde e terminar os estudos na sua terra natal. 7
Um dia em
© SP
Santo Antão
Por: Núria Chantre Ao partir do Porto Grande, no ferry das sete
De volta ao carro dirigimos rumo à Garça, pois
da manhã, rumo a Santo Antão, sente-se o ar
após as chuvas o sítio na barragem de Canto
renovado, a brisa como que nos abraça e o
Cagarra já se tornou num encanto. De campo
sol - este apenas começa a aquecer quando
aberto e verdejante, o terreno é todo ensolarado.
ancoramos na cidade de Porto Novo. O aroma
Não se escuta nada para além do cântico dos
pungente de maçã à venda na porta do cais nos
pássaros e quiçá um ou outro morador a chamar
embriaga. O cuzcuz e café quentinhos, no Plurim,
pelas janelas; de quando em vez pode-se ouvir
mesmo à beira do porto ou ainda na esquina,
um carro na estrada. O cenário é tão pitoresco
na loja do Paulo Guilherme, completa a primeira
como pode imaginar. A água refletida num verde
refeição na ilha. Bem-vindos!
deslumbrante a transbordar lá em baixo, o céu
Revigorados, pode-se seguir adiante (de carro) na direção de Janela, atravessando o túnel para entrar no concelho do Paúl. Pelo caminho delicia-nos uma mistura do perfume das flores das montanhas e o elixir aliciante do mar. Aproveita-se para deixar
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limpo de um azul profundo, e a companhia maravilhosa das borboletas e dos pássaros. Por fim acomodados num relvado natural debaixo de uma das árvores, espalha-se as delicias trazidas do Paúl para degustar.
o carro de lado e caminhar pelos vales do Paúl
Às 15 horas, de regresso ao cais, opta-se pelo
entre cafeeiros, laranjeiras e flores. Logo, pelas
caminho histórico construído nos anos sessenta
bandas do Cób d’Rbera, entre conversas com os
e que hoje é o menos frequentado, tornando o
agricultores da localidade e os famosos produtores
passeio ainda mais agradável entre os pinheiros
de mel d’cana, grogue e pontche, conseguem-se
da Corda, onde se respira um ar muito mais puro,
frutas frescas. O almoço pré-combinado é servido
próprio do Planalto Leste. Por cá a vista do pôr
na casa da simpática Dóia, em Chã Manuel dos
do sol é de suster a respiração, mas o último ferry
Santos e como um bónus ideal novas amizades
para o Mindelo deve partir às 17 horas. Por certo
florescem naquele ambiente familiar.
haverá uma outra oportunidade!
p o P x o V
O que pensas do ensino básico em São Vicente/Cabo Verde? Com o regresso às aulas, muitas preocupações são levantadas, principalmente sobre a qualidade do ensino no país. Para tentar perceber essa conjuntura, a Vila Leopoldina saiu às ruas para saber o que pensam as pessoas sobre este assunto. A qualidade de ensino em São Vicente, talvez em Cabo Verde, tem deixado muito a desejar. Não sei se é por falta de professores qualificados, por não saberem transmitir os seus conhecimentos ou por não terem paciência para ensinar. Contudo, é notável, que após as várias reformas no ensino, se verifique que as crianças estão a ficar desorientadas. Muitos não conseguem adaptar-se às reformas e a prova disso é a percentagem de reprovação anual, principalmente na passagem do 6º para 7º ano.
Lucélia Lopes O ensino básico em Cabo Verde evoluiu consideravelmente porém,
são
necessárias
melhores
formações
para
os
professores. Existe uma larga diferença entre aquilo que se aprendia há dez anos e hoje, principalmente com o acesso fácil às novas tecnologias. As novas formas de avaliação têm contribuído para uma maior qualidade de ensino. Contudo, mostra-se necessária maior inovação por parte do Ministério
Cláudia Santos
de Educação.
Visto
que
a
minha
profissão
permite
fazer
o
acompanhamento de crianças do pré-escolar ao EBI, classifico esse ensino como insuficiente. Hoje, o aluno tem obrigatoriamente que saber transmitir, por escrito, a matéria dada e não tem essa capacidade. Muitos conseguem verbalizar os conteúdos mas não conseguem colocá-los no papel. Tendo em conta a taxa de reprovação
Bruno Reis
no 7º ano, creio estar em falta o funcionamento do triângulo educativo: família, alunos e o ministério de educação.
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Beto Diogo De capoeirista a artesão “Pessoa simples, pai de família, brincalhão, homem
Quem possui uma sandália Beto Diogo pode
que de tudo um pouco.” É assim que se autodefine
orgulhar-se de ter no seu armário uma peça
Alberto Diogo. Artesão de profissão que leva no
exclusiva. Beto Diogo explica que as confeções
seu curriculum uma vida de capoeirista e acrobata,
surgem de inspirações e pesquisas, mas também
com passagens internacionais por Portugal, Brasil,
de pedido dos clientes e, claro, são sempre únicas.
Senegal e Espanha.
De onde surgiu o bichinho do artesanato? Beto
Natural da ilha do Monte Cara, Beto deixou
responde que ninguém se torna artesão. Nasce-
Soncent há 14 anos. Segundo conta, na altura, a
se artesão. Mas acredita que um artesão pode e
Aldeia S.O.S precisava de um educador cultural e
deve receber orientações que levem a melhorar
aventurou-se. Nesta instituição, lecionou capoeira
e a tornar-se profissional, o que no seu caso
e acrobacias aos menos graúdos, durante 6 anos,
aconteceu no Brasil. Ensinamentos estes que
até decidir trabalhar por conta própria.
transmite nas várias formações que realiza nas cadeias regionais do arquipélago em parceria com
Nessa altura, a saída mais rápida e exequível
o Ministério da Justiça e Camaras Municipais.
era o artesanato, já que possuía habilidades na confeção dos seus materiais para a capoeira.
Recentemente realizou uma exposição venda,
Começou a confecionar sandálias albergas e hoje
pela terceira vez, no Festival Internacional de
em tom de brincadeira afirma que “a única coisa
Teatro Mindelact. Um evento que, para ele, deveria
que não confeciona a base de cabedal, é uma
acontecer todos os dias, pois é uma porta para o
criança”.
mundo e para o seu negócio. “Além de conhecer várias pessoas, artistas de todo o calibre, as minhas peças viajam pelo mundo fora”, explica o artesão que expõe as suas obras em todo o arquipélago nacional e em países como Portugal, Luxemburgo e Holanda. Para os que desejam conhecer as belas sandálias albergas de Beto Diogo ou qualquer outro tipo de trabalho por ele realizado podem visitar a sua pagina oficial no facebook “Beto Diogo”. 11
AKUABA África | Cabo Verde . raízes
Pub Extendido até NOVEMBRO
exposição arte africana
14 Julho . 14 Set. 2016 M_EIA . CNAD . Alternativa galeria
Design & impressão: Lab. Artes Digitais - M_EIA JULHO 2016
M_EIA
Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura
AKUABA gallery
Shopping
Shopping
Beleza Natural à base de produtos artesanais Olá meninas! O verão se foi, e com ele, deve ir também o descuido com o corpo e o cabelo característico desta época. É outubro, hora de retomar as aulas, o trabalho, a “vida normal”. Nada melhor do que voltar linda e maravilhosa, não acham? Quem nunca consultou o mais famoso dos Gurus, o Google, à procura da fórmula mágica para um cabelo bonito e pele macia? Pois é! Uma procura que pode nos custar caro. Encontramos conselhos e dicas de tudo e mais alguma coisa, sem dúvida, mas é preciso saber como e quando utilizá-los. Para isso, trouxemos este mês, dicas da Rossana. Natural da Argentina, a nossa “Guru” vive há mais de 10 anos no Mindelo em pesquisas constantes sobre os melhores tratamentos para peles e cabelos. É proprietária de Mamdyara Artesanal Terapias Naturais, estabelecimento de fitocosmética, que também vende produtos para tratamentos feitos artesanalmente.
Rossana acredita que sendo o corpo composto por água, terra e barro, segundo a bíblia, nada melhor do que estes ingredientes para hidratar e curar as enfermidades da pele. Muitos dos produtos que confeciona têm por base babosa, alecrim, argilas, café e água.
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Os clientes são submetidos a um estudo detalhado para descobrir as necessidades do corpo, rosto e cabelo, para de seguida iniciar o processo de tratamento. Qual é o seu tipo de pele? Caso possua uma pele muito oleosa é aconselhável um tratamento à base de babosa. Já para a pele mais seca, o ideal é um tratamento a base de Karité. E para os cabelos? O que fazer? Para cabelos oleosos, é mais uma vez aconselhado o uso de produtos a base de babosa. Mamdyara aposta num método chamado emulsão pois, como referido anteriormente, nada melhor do que a
água para hidratar. Um cabelo oleoso pode ainda utilizar produtos a base de alecrim que além de fortalecerem o cabelo ajudam na limpeza do couro cabeludo. Uma chamada de atenção para meninas que estejam com o couro cabeludo irritado. Muito cuidado com a utilização direta da babosa no couro cabeludo pois, por ser um cicatrizante natural, pode “cicatrizar ”o couro cabeludo e entupir os poros.
E para as adeptas de um cabelo “rapunzel” (longo), o café é um ótimo estimulante para o crescimento ;) É preciso lembrar que nada do que foi dito anteriormente funciona, caso não tenhas uma alimentação saudável e equilibrada. Beber muita água, evitar o stress e claro, dormir bem. O sono é o melhor amigo da beleza. 14
u n d e r g r o u n d m i n d e l o f e s t
20, 21 e 22 de Outubro Quando se ouve, num kriol d’soncent perfeito da holandesa Judith, que a cidade do Mindelo é para ela uma Ibiza d’um vez percebe-se porquê. Assim como a ilha de Ibiza quando foi “reconquistada” pelos hippies nos anos 60, que moldaram a ilha com uma áurea de paz, amor e celebração, Mindelo é uma cidade criativa, alegre, empreendedora, cosmopolita, livre. É esta áurea que enfeitiça quem decide ficar ou voltar, uma espécie de morabeza mística visível nos sorrisos, na arquitectura, nas paisagens, nas expressões artísticas e populares. Inspirado pelas histórias que ouve desde pequeno sobre a ilha do Porto Grande, pela cultura crioula e pelo percurso pessoal na música, o cabo-verdiano Romy Romualdo, DJ e Produtor musical de House Music, desde 2014 tem vindo a ensaiar o projecto UNDERGROUND MINDELO. Um projecto que se estende para lá da música: sustentabilidade, ética, solidariedade, colaborativismo, respeito e intercâmbio são algumas das máximas deste projecto/movimento cultural. Será certamente um dos pontos altos deste mês da cultura: LIBER ARTISTA, como é também conhecido o Romy, apresenta o UNDERGROUND MINDELO FEST, que conta com a presença de DJ’s nacionais e internacionais e procura juntar, no mesmo espaço de diálogo diferentes artistas, linguagens e técnicas. O evento inicia-se na sua preparação, através da co-criação do palco e das intervenções artísticas em formato de residência que têm lugar no Quintal das Artes (em frente ao plurin d’peixe) um espaço público que foi ocupado por um grupo de artistas representados pelo squatter Helmer, responsável do espaço. :)
A Vila Leopoldina vai lá estar
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Irlando Ferreira
Cabo Verde precisa de apostar na formação de “Fazedores do
Gestor e Produtor Cultural
Futuro”
A
e xemplo de outros países, Cabo Verde está a apostar nas indústrias criativas/ economias criativas como parte integrante
e estratégica da agenda de desenvolvimento, onde a arte, a cultura e a criatividade desempenham
Um defensor da sua atividade – estribado
um papel basilar. Neste sentido, consideramos
numa constante procura de excelência e
absolutamente necessário, que se invista na
qualidade.
formação de arquitetos/estrategas que pensem
As caraterísticas referidas no parágrafo
o desenvolvimento, económico e cultural através da cultura, tendo em conta as suas variadas dimensões - técnicos especializados e, capazes de potenciar o fazer cultural, artístico e criativo.
levadas em conta, porque a Gestão Cultural difere muito da gestão de outras estruturas, designadamente
as
empresariais,
pois
Tendo como ponto de partida uma análise
comporta especificidades próprias do meio
empírica, a conclusão a que se chega, é que se
artístico,
por um lado Cabo Verde dispõe de uma classe
imprevisibilidade. Daí a importância de
artística/criativa com reconhecido valor, por outro
trabalhar com especialistas da área cultural,
não dispõe de uma classe de potenciadores que
em vez de curiosos.
dê corpo às suas ideias, sonhos e projetos. É extremamente necessário que exista esta outra face menos visível, porém fundamental para a emergência e consolidação de um tecido cultural,
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acima são fundamentais e devem ser
nomeadamente
efemeridade
e
Um Gestor Cultural deve, no limite, ter a ambição de ser um fazedor do futuro – caso contrário é ou será um mero executante.
artístico e criativo dinâmico e que dê resposta
Em resumo, tendo em conta a aposta de
às exigências do meio. É nesta lógica que
Cabo Verde na cultura e na criatividade como
consideramos os Gestores Culturais como peças
via de desenvolvimento, é forçoso, também,
fundamentais do processo de desenvolvimento
que este objetivo seja acompanhado de
que se pretende.
ações e estratégias que possibilitem a sua
Gestores Culturais, que sejam cúmplices nas
concretização. É urgente, pois, que passemos
utopias e nos sonhos dos artistas e outros agentes
do estado de “buldonhe” ou “desenrascanço”
culturais, que analisem a potencialidade das suas
a um estado de profissionalização.
propostas, e que sobretudo, criem as condições
Para tal, a preparação académica e o
necessárias à materialização das mesmas.
treinamento
É imprescindível que o gestor seja um técnico
centro das medidas a tomar. Tratando-se,
capacitado
e
particularmente, do meio artístico e cultural,
equipamentos culturais, com um olhar/visão
a profissionalização do setor – a formação
treinados, conhecedor do meio e das linguagens
de Gestores Culturais – levará os artistas e
artísticas, sensível, um investigador/estudioso
demais agentes culturais a se concentrarem
incansável, que partilhe com os seus pares os
no
resultados, os desafios e as inquietudes.
alcançarem melhores resultados.
para
a
gestão
de
projetos
seu
contínuo
fazer
e
devem
estar
no
consequentemente
Agenda Cultural
O U T U B R O
Vila Leopoldina Outubro
Noite de Kizomba 01 CLUB SYRIUS Mundos – Música PRASSA 3 22h00 Jantar Self Service CAFÉ DEL MAR 20h00 Mindel Canta Manuel de Novas ACADEMIA JOTAMONTE 21h00
06
08
09
...a 21
15
3º circuito regional de surf SANDY BEACH Lanche Tradicional com Chico Serra HOTEL PORTO GRANDE 17h Como as Estrelas na Terra CCM - Centro Cultural do Mindelo 19h
07
11 13
Final do concurso Todo Mundo Canta ACADEMIA JOTAMONTE 21h Noite do Laço SYRIUS CLUB 21h Da cartola - Espectáculo de Magia e Humor GENTLEMAN’S CLUB 21h
Dia da Cultura Inicio do 16º curso de teatro do CCP CCP, ALAIM Homenagem a Vasco Martins CCP 19h
20
Uma turma difícil - Cinema CCM 19h Underground Mindelo Fest MINDELO 13h Expomar 2016 FIC LAGINHA 13h Concerto de Vasco Martins ALAIM 21h Páginas de Liberdade - Cinema CCM 19h Show_Novo Amanhecer /
... a 22
... a 23
Cassete 80 - Baile dos anos 80 COLUMBINHO 18h Celebração de 90 anos de luz eléctrica no Mindelo MINDELO
27
marialeopoldinacv@gmail.com
Show Blood de Kre SK GENTLEMAN’S CLUB 21h
18
21
O2 - Cultura & Comunicação
Ao mestre com carinho - Cinema CCM 15h Renato Cardoso Vida e Obra Conferência com Dr. Manuel Faustino CCP 19h
Mundos – Música PRASSA 3 22h00
Lançamento do álbum Kaminhu de Kady HOTEL PORTO GRANDE 21h
Freak Revival DOKAS BAR 22h Exposição de Pintura CNAD - Centro Nacional de Artesanato e Design 21h
Mindel Kizomba Festival CCM
29 31
Liberdade D Expressão GENTLEMAN’S CLUB 20h Dia das bruxas Halloween Dark Ligth FUN ZONE 22h Thriller in Mindelo 23h
Produtores, promotores, criadores e gestores culturais enviem-nos informações sobre as vossas actividades até o dia 15 do mês anterior.
Rúbrica
Diária
Musical
#Cesária WorldMusic
18
até de
OUTUBRO
#Kriol WorldMusic até de
31 OUTUBRO
vilaleopoldinacv
O2 Cultura & Comunicação
Novos Crioulos “Mindelo deu-me trabalho” uattara Anzoomanam , Zoom se preferir, é
O
De Cabo Verde, diz-se apaixonado pelas músicas
um costureiro natural da Costa de Marfim.
de Djoje e Nelson Freitas. Para o menino da terra
Há cinco anos, trocou a République de Côte
de Alpha Blondy, Nelson e Djodje traduzem um
D’Ivoire pelas ruas apertadas da Praça Estrela na
certo romantismo que o caracteriza.
cidade do Mindelo, onde passa a maior parte do seu tempo.
Embora esteja há cinco anos neste Brasilin, pouco conhece desta cidade e desta ilha. A sua
E foi numa dessas ruas, sentado atrás de uma
curiosidade prende-se no entanto à ilha das
máquina de costura, que a Vila Leopoldina foi
montanhas, Santo Antão, por ouvir falar muito, e
encontrar Zoom e conhecer um pouco da história
bem, da hospitalidade das pessoas da nossa ilha
deste novo crioulo. Entre um ponto de costura
vizinha.
e outro, Ouattara contou que chegou a esta ilha trazido pelo pai. “O meu pai é comerciante, viveu longos anos em Cabo Verde e trouxe-me para cá. Quando ele se foi embora, eu fiquei e comecei a trabalhar naquilo que sabia fazer, costurar.” Zoom conta que aprendeu a costurar desde muito cedo e frequentou cursos de corte e costura. Hoje,
Longe da família, ainda que com a esposa do lado, Zoom sente falta do aconchego de casa e espera um dia conseguir voltar. Com ar de saudade e brilho nos olhos fala de Costa de Marfim, da vida fácil e livre que tinha ao lado da família. “ Aqui em Mindelo consegui trabalho, e não posso dar-me ao luxo de não trabalhar um dia. É uma questão de sobrevivência”.
costura roupas de todos os estilos, embora não esconda ter mais prazer em costurar roupas para as damas. Adaptar-se a Mindelo tem sido tarefa difícil, conta Zoom. O primeiro entrave foi a língua crioula, embora sempre conseguisse comunicar, ainda que por meio de gestos. A par e passo este deixou de ser um problema, com seis meses em São Vicente, Zoom começou a arranhar o crioulo de Soncent. Zoom é muçulmano, vive no e para o trabalho. Confessa que ainda não se conseguiu adaptar aos costumes Mindelenses e afirmar-se como tal.
Ouattara Anzoomanam 21
A aridez e pouca vegetação da Ilha de São Vicente levou a que só tardiamente se encarou o seu povoamento. Mas, a importância do Porto Grande tornou-a logo de seguida a segunda maior população de Cabo Verde. O seu valor estratégico, a instalação do cabo submarino em 1874 e a concessão de depósitos de carvão para fornecimento de navios em viagens, desenvolveu o Comércio e gerou Mindelo, cosmopolita e linda com um modelo sócio-cultural sem rival. É
um
espectáculo
nal
duma
população
des
transatlânticos
sembarcando
de
verdadeiramente flutuante despejam
manhã
e
que
ali,
e
partindo
origi-
os
gran-
que, à
de-
noite,
fazem daquilo uma extraordinária feira cosmopolita, um acampamento de multidões que passam para a América do Sul e que regressam à Europa e Ásia; Ruas atulhadas de gente que fala em todas as línguas, espécimes de todas as raças, exibição de todos os vestuários, de todos os costumes, de todos os tipos, desde o salero das filhas de Espanha às figuras sentimentais das misses tísicas; desde o rabicho do chinês ao punhal do corso. Eugénio Tavares in Notícias de Cabo Verde
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Doidos por Pizza
- Veramente Italiana
Burgo Napolitano
E
Mama Mia
ste mês vamos viajar pelos sabores
Escondido dentro do Pont d’Água, Mama
italianos. O ponto de partida é o
Mia, que também é restaurante/pizzaria não
Burgo Napolitano situado no complexo
deixa créditos por mãos alheias. Possui
Copa Cabana, na Laginha. Neste
ambiente agradável e como brinde uma vista
restaurante/pizzaria comer pizza não
excelente do Porto Grande e do charmoso
tem hora, isto das 10-00h. Mas sugiro
Monte Cara, que parece estar dentro do
uma pizza ao pôr-do-sol e se for
restaurante.
acompanhad@, melhor ainda. A vista da Laginha com o sol deitando-se atrás das rochas de Santo Antão é de encher os olhos e a alma.
O menu de pizzas Mama Mia não se difere muito do Burgo Napolinato, contudo as mãos que preparam as maravilhas, são italianas. Aqui destaco a pizza quatro
Mas como viemos aqui para falar de pizza,
queijos, que num italiano correto seria:
vamos a isso. O menu é diversificado com
Quattro Formaggi. Quattro formaggi contém
uns nomes esquisitos, Italianos claro, mas
na sua composição: mozzarela, ricota,
que compensam nos sabores e mais são
formaggi, basilico, grana padano e gotas de
feitos a lenha. Tudo veramente italiano, a
olio extra vergine de oliva.
exceção do cozinheiro.
Hmmm! De comer e chorar por mais.
Do menu escolhemos 4 opções para ti. São elas: Diavola, Quattro Formaggi, Reginella e Prosciutto Funghi. São todas maravilhosas, desde o cheiro ao paladar passando pela apresentação. Mas confesso: uma Reginella com o frescor e sabor a rúcula e tomate fresco, é o ideal para um fim de tarde.
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Bela Napoli
Taverna
E agora saltamos para Napoli. No coração
O restaurante Taverna fica no centro da
de Ribeira Bote encontramos Bela Napoli. Ao
cidade, ao lado do Hotel Don Paco. Aqui
chegares, o gerente recebe-te com sorriso
as pizzas são feitas a forno elétrico mas a
nos lábios, e se não souberes o que pedir,
varinha magica deste espaço opera milagres.
sugestões não faltarão. O único problema
A começar pelo atendimento, que é o melhor
neste espaço é se caires na tentação de
de todos. O ambiente transmite paz e há
comer de tudo um pouco.
sempre música ao vivo.
Aqui sugerimos Diavola. Um sabor
Além disso, têm neste momento, a
apimentado com bastante queijo a derreter
particularidade de ser a única cozinha que
na boca, madona mia, quero Diavola! Rúcula
confecciona pizzas a base de piadina. Isto
e o salame picante dão a Diavola um gosto
é , um pão com pouca levedura, ideal para
estonteante.
crianças, idosos e gravidas por ser de fácil digestão.
Bela Napoli está aberto todos os dias das
Taverna possui um menu rico e escolher
19h às 23/24h.
uma pizza é complicado. Ficam aqui algumas opções: Miséria en Nobolida, uma mistura de pizza tradicional com pizza gourmet, sublime! Se for adept@ de mariscos pode sempre pedir uma Baia do Mindelo. De lamber os beiços também é a quatro queijos. E caso queira acompanhar as pizzas com um bom vinho, chame por Luca, o diretor do restaurante que também é Melier. Garanto que não te vais :)
arrepender.
Bom apetite! Deguste com alma. Porque na mesa e na cama, correr faz mal.
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“Nôs Força”
traduz a vontade de viver de Dulce Matias
Dulce Matias lançou recentemente o seu novo trabalho
discográfico
intitulado
“Nôs
Força”.
O álbum, composto por 11 faixas musicais, foi produzido entre Portugal e França com a preciosa colaboração de Toy Vieira e Teófilo Chantre. Dulce, que tem o seu umbigo enterrado na aldeia piscatória de Salamansa em São Vicente, cresceu entre músicos como John Matias e o avô, violinista, Nhô Xima. Começou a cantar ainda criança, em
“Disco a rodar”, a primeira música, remete-nos para a festa, alegria e diversão. Um tema que nos lembra um ditado popular Mindelense: “Dpos d’sab, morre ka nada”.
casa, com a mãe e os primos. Ainda mocinha foi
Depois da festa há que deliciar-se com o dueto
para França onde reside até hoje.
entre Dulce Matias e Nancy Vieira, com letra de José Maurício, mais conhecido por Zeca.
Sobre “Nôs forca”, a cantora desabafa que surgiu num momento em que precisava de forças, sobretudo espirituais para continuar a sua vida, tanto a nível profissional como pessoal. “Comecei a produzir este álbum há dez anos. Entretanto a minha mãe adoeceu e tive de fazer uma pausa. Pouco tempo depois o meu pai faleceu e de seguida a minha mãe. O mundo parecia desabar a meus pés e precisava de forças para continuar”,
Outra voz que chama a atenção é a voz da filha da cantora, Leida Matias. Uma voz que marca presença e ousadia musical, qualidades que fazem a mãe Dulce transbordar de orgulho. Muito mais, porque é a filha a sua fonte de inspiração. “Os meus trabalhos anteriores foram especiais sem dúvida. Mas este possui a minha alma, nha mnine, nha Leida”.
desabafa Dulce. Além do nome do álbum, “Nôs
Também faz parte deste albúm a música “CV na
força” é nome de uma das 11 faixas deste disco,
África”, um tributo a África e suas raízes africanas.
um retrato em cifras da visão de Dulce em relação
“Escrevi esta música numa viagem ao Senegal.
ao mundo.
Um lugar onde vi um Cabo Verde espelhado e por um momento desejei poder abraçar toda a África”, confessa a mulher que afirma precisar de cantar para ter alma, pois “sem alma não consegue ficar de pé”. Para a história ficam os álbuns “Reservod” lançado no ano 2000 e gravado com Paulino Vieira. E também o álbum “Mel de Cana” de 2003 que passou pelas mãos de Hernâni Almeida e Bau.
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Cidadania:
Academia fora de portas A experiência profissional tem sido o maior calcanhar de Aquiles dos jovens recém-formados, na medida em que muitos na procura do primeiro emprego se deparam com a exigência primordial de “anos de experiência”. Mas como possuir o que o mercado procura ao deixar as portas da universidade?
O “Grupo E” não recebe monetariamente pelos trabalhos realizados contudo, aceita materiais didáticos que podem ir desde resmas de papel a equipamentos para melhorar a sua performance. A professora
Uma situação incontornável não fora a iniciativa de
não esconde a satisfação de ver alguns
Suzel Rodrigues, professora do curso de Relações
elementos
Públicas (RP) da Universidade de Cabo Verde, pólo
integrar outros projetos como o Mindel
do Mindelo. Em Outubro de 2015, Suzel apresentou
Summer Jazz e o Festival Mindelact.
ao corpo diretivo da UNI-CV um projeto que viria a
Augura que, deste pequeno projeto, nasça
resolver em parte o calcanhar de Aquiles dos seus
no futuro uma empresa de comunicação
alunos. Aprovado pela universidade, em Dezembro
capaz e competente.
do mesmo ano nasce o “Grupo E- Grupo protocolo e organização de eventos”. Um projeto fora das portas académicas, isto é, extracurricular e por isso sem carácter obrigatório.
do
grupo
chamados
para
“Viajando entre as palavras”
À professora Suzel juntaram-se 20 alunos que
Outro grande projeto, que também possui
compõem no momento o team “Grupo E”, que
veias académicas e que já é uma realidade,
trabalha nos domínios da comunicação, secretariado
é o projecto “Viajando entre as palavras”,
e organização de eventos. Um pacote que passa
implementado também por alunos desta
para a prática os ensinamentos teóricos do curso e
universidade em parceria com o Corpo
enriquece o currículo dos que dele fazem parte.
Nacional de Voluntários de Cabo Verde,
Inicialmente, o grupo funcionou apenas dentro das paredes da UNI-CV mas entretanto ganharam asas e querem voar, demonstrar o trabalho e a capacidade do grupo a nível da comunicação que para Suzel é o princípio de tudo. O primeiro voo foi a participação, em regime de voluntariado, no Kavala Fresk Feastival que aconteceu no passado mês de Julho, na Avenida Marginal em Mindelo. Com esta experiência “ficou mais clara, para os alunos,
agência de São Vicente. A palavra provoca muitas vezes isolamento mas também combate a exclusão social, estreita relações e cria laços socioculturais e políticos. Os alunos desta universidade decidiram
“Viajando entre as palavras”
semear livros e colher leitores na ilha vizinha, Santo Antão.
a amplitude do projecto. E perceberam melhor qual o trabalho de um profissional de relações públicas”, garante Suzel.
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No
quarto
ano
de
licenciatura,
estes
estudantes, sob coordenação da professora do curso de Ciências Sociais Celeste Fortes, lançaram uma campanha de recolha de livros com objetivos no final de construção de uma biblioteca/sala de leituras na Escola Básica de João Afonso, ilha de Santo Antão, e de plantar o gosto pela leitura tanto nos alunos como na comunidade em geral. Para conseguir livros e montar a biblioteca não pouparam esforços, realizaram feiras, campanhas de recolha de livros junto de amigos, familiares e Instituições diversas. No final, em Maio de 2015, “Viajando entre as palavras” conseguiu arrecadar cerca 2600 livros. A sala foi batizada em Maio de 2015 com o nome de Davy Tolentino, jovem da Comunidade de João Afonso, que se destacou pelo seu percurso Académico, mas que infelizmente perdeu a vida num acidente, em 2013. Os mentores deste projecto sentem-se muito satisfeitos com os resultados e anseiam por estender a iniciativa a todo país, levando livros e plantando a semente do amor à leitura.
Serviços de Comunicação, chave na mão.
Infantil Queres ir comigo ao parque? Olá menina (o). Eu gosto muito de brincar e
Gostava de brincar no parque 24h por dia mas,
procuro um@ amiguinh@. Queres ir brincar
como não posso ainda ir sozinha, espero pela
comigo no parque? Eu peço a toda hora à
professora ou pelos meus pais. A minha aventura
mamã para me levar mas ela sempre diz:
começa de manhã quando a professora nos leva
primeiro estudar e depois brincar.
lá à hora do intervalo. Mas prefiro o final da tarde, posso ficar de pés descalços e correr à-vontade
Sabes, em São Vicente existem dois parques
porque não vou regressar para a sala de aula!
públicos: Um na praça Nho Roque no centro da cidade e outro no Lazareto. São todos muito fixes.
À tarde, vou com a mamã ou com o papá. Quando
Pena é que o parque do Lazareto seja fora da
lá chegamos, a primeira coisa que faço, é atirar
cidade e por isso um pouco longe para ir todos os
os chinelos para o chão e logo de seguida corro
dias. No Lazareto, além do parque existe também
para os brinquedos. A parte má é que a essa hora
um campo de futebol, vólei, andebol e basquetebol
existem muitas crianças no parque e os meninos
e mais, fica ao pé da praia!
não querem sair dos baloiços! Nessas horas vejo o olhar da mamã que diz: espera a tua vez, não
Mas, como fica um pouco longe, prefiro o parque
posso fazer nada filhota.
da pracinha Nho Roque. Aqui, na pracinha, brinco sozinha ou com os meus amiguinhos
Então corro para o escorrega. Subir, descer e cair
nos escorregas e jogamos no campo de futebol,
na areia. Para minha felicidade, existe areia no
quando os meninos nos deixam.
parque, posso andar de pés descalços e a mamã não ralha comigo. Não paro muito tempo num
É verdade, hoje, mudei de baloiço. Sabes, existem
brinquedo e a mamã fica atrás de mim a gritar:
aqui dois tipos: um para crianças até aos cinco
cuidado que ainda que te machucas e metes-me
e outro até os doze anos. Eu como já estou
em sarilhos! Sinto-me uma super heroína! E super
grandinha passei para o baloiço dos crescidos!
heróis não se machucam... E depois de muito brincar e me sujar, é hora de ir para casa! Encontramo-nos amanhã no parque?
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… e a morte dele não nos causou surpresa. Por:
Rocca Vera-Cruzz
O meu amigo era terrível. Viveu
À minha frente duas senhoras iam pondo a
muitos anos fora, foi preso e condenado
conversa em dia, falaram dos cornos mais
por tráfico de drogas, passando muito tempo nas
mediáticos da cidade, das riolas das eleições,
piores prisões da América do Sul. A tudo resistiu
quem ia para que Ministério, e até disseram
e quando foi deportado para Cabo-Verde chegou
‘felizmente que Zau manda alcatroá esse estrada
sem nada. Passava os dias entre a Rua de Lisboa
pa nô bem c’toquim pa interro’. Toda a gente queria
e os bares do Plurim, sempre à procura de alguém
chegar depressa ao cemitério, o tempo estava
que lhe pagasse um grogue ou ‘inchorando’
realmente muito quente. E, pior ainda, o sacana
uma linha de coca. Também ganhava algum
do condutor, talvez por não conhecer bem o carro,
satisfazendo necessidades de gays e travestis.
ia com uma velocidade que poucos conseguiam
Apanhou sida, foi internado no Hospital, e a morte
seguir. Mesmo ao meu lado um amigo confessa-
dele não nos causou surpresa.
me que o mundo é realmente injusto. ‘Imagina’,
Assim, foi com tristeza que os amigos foram ao
diz-me ele, ‘matam o Amilcar Cabral e o Renato
funeral. Se há algo pontual em S.Vicente é o
Cardoso com tiros e no ultimo sábado, no baile, a
carro funerário. À hora marcada lá vai ele, não
minha mulher nem uma dor de dentes sentiu para
deixam um gajo ficar nem mais um minuto por cá.
ir cedo para casa. Assim um fcá sim panhá um
Naquele dia, no entanto, tivemos que esperar por
cuzinha que um tinha lá’.
um irmão do morto que chegava da Praia. Como
O grupo de amigos de cacos do falecido exigiu
sempre o voo chegou atrasado pelo que tivemos
carregar o caixão desde a Fama até o cemitério.
que aguentar. Sem nada para fazer, o condutor
Só que, no estado em que se encontravam quase
do carro funerário pede a um amigo que foi de
deixavam cair o morto. Nem um metro carregaram
mota para lhe deixar dar uma volta. Entretanto o
o caixão, tendo sido dadas ordens para meter tudo
irmão do morto chegou e … não havia condutor do
no carro.
carro. Chega a notícia que o homem tinha batido
Já perto da cova, um camarada dos que tinha feito
com a mota num poste na Rua de Côco e fora
diversas saídas estratégicas para se abastecer de
transportado para o hospital. Resumindo, quando
grogue, querendo se despedir quase cai no buraco,
finalmente arrancamos em direcção ao cemitério
tendo sido salvo à ultima da hora por um coveiro
íamos já com um hora de atraso.
que não deixou de lhe mandar um ‘puta madra, broda, tmá cuidod’. Para evitar males maiores foi decidido renunciar aos discursos que outros amigos de caco e um gay tinham preparado, o gay, de certeza para agradecer os serviços prestados. Dado o homem à terra, um dos que mais tinha bebido vinha à minha frente, quase a cair, magro, dizendo
coisas
desconexas.
Um
camarada
abusado volta-se para ele e diz: ‘prepará bôs cosa, jám fala ma quej cover, ej ta txmob já’. Felizmente que já estavamos na parte exterior do cemitério pelo que os mortos não conseguiram ouvir o sonoro ‘PQP’ que se seguiu. 30
Finalmente fomos ‘tirar boca de mort’.
Artesanato Art Cretcheu Akuaba Cap Vert + Art Design
Exposições Centro Cultural do Mindelo Centro Nacional de Artesanato e Design Museu do Mar Núcleo Museológico Cesária Évora Palácio do Povo Quintal das Artes
Música ao Vivo Bar Holanda Casa da Morna Hotel Porto Grande Jazzy Bird Nhô Djunga Ponto G Prassa 3
Bibliotecas/Salas de leitura Alliance Française Biblioteca Municipal Centro Cultural Português Mediateca
Galerias Alternativa Pont d´Água Ponta d´Praia Art Gallery Zero Point Art
Piscinas Aqua Fun Hotel Porto Grande Martini Sunset Pont d’Água
Cinema Cine-clube do Mindelo Uni Mindelo
Infanto Juvenil Brincolândia Parque Lazareto Parque Praça Nhô Roque
Salas de Espectáculo Academia Jotamonte ALAIM Centro Cultural do MIndelo Centro Social de Ribeira de Craquinha
Discos Harmonia
Hiace Val 9842472 Benvindo 9965034 Nilton 9968166
Taxi Sr. Cirik (dia) 9875143 Speed (dia) 9978389 Kiki (noite) 9580680 Yannick (noite) 9993976
Ensino Artístico ALAIM Atelier Mar Escola Municipal de Música M_EIA
Livrarias Centro Cultural do Mindelo Nhô Djunga Semente Terra Nova
Aluguer de Autocarro 9919146
31
32
003 - 2314882 - Morada
La Bodeguita - 9956113 - Alto Miramar
A Taverna - 9512268 - Morada
La Pergola - 9827675 - Morada
ABC - 2311327 – Ribeira Bote
La Pizza - 9195981 - Morada
Archote - 2323916 / 2325917 - Alto S.Nicolau
Le Gout -
Bettencourt - Rua d’ Praia
Mamma Mia - 3531456 - Rua d’ Praia
Burgo Italiano - 9208907 - Laginha
Marina - 2300032 - Rua d’ Praia
Canal Club - Rua Machado
Morabeza - 2313082 - Rua Machado
Casa Café Mindelo - 2313735 / 2318731- Morada
Nautilus - 2313626 - Rua d’ Praia
Chave d’Ouro - 2327050 - Morada
O Cocktail - 2327275 - Morada
Chez Loutcha - 2321636 - Morada
Palm - 9583333 - Morada
Colombinho - 2312144 - Morada
Pastelaria Algarve - 2318921 - Morada
D. Domingas - Rua d’ Praia
Pica-Pau - 2328207 - Morada
Dokas - 9989257 - Avenida Marginal
Pont d’Água - 2310112 - Rua d’ Praia
Esplanada Caravela - 2312927 - Laginha
Porta Azul - 9806677 - Morada
Fund d’Mar - 2325772 - Morada
Prassa 3 - 2300809 - Praça Nova
Gabilândia - 9941760 - Laginha
Café Royal - 9941885 - Morada
Guidauss
Simpático - 9103030 - Morada
- Laginha
2326112 - Rua d’ Praia
Hamburgov - Ribeira Bote
Sodad - 2313370 - Morada
Kretcheu - 2300163 - Morada
Web Café - Rua Machado
Bar Holanda Caravela -
9918616 - Laginha
2312927 - Laginha
Casa da Morna Fund dMar -
3621169 - Rua d’ Praia
2325772 - Morada
Gentleman’s Hashtag -
9915902 - Morada
231 18 84 - Santa Filomena
Jazzy Bird -
9915755 - Morada
La Bodeguita -
9956113 - Alto Miramar
Mon Cherie -
2300163 - Morada
Nhô Djunga -
9822360 - Morada
Pont d’Agua Porta Azul Prassa 3 -
2310112 - Rua d’ Praia
9806677 - Morada
2300809 - Praça Nova
Shisha Louge Sirius -
© helder doca
MINdelo by Night
9830723 - Madeiralzinho
2323190 - Morada
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Onde Dormir Apart Hotel Avenida - 2323435 - Morada Casa Café Mindelo - 2313735 / 2318731- Morada Chave d Ouro - 2327050 - Morada Chez Loutcha - 2321636 - Morada Colonial - 2318760 - Morada Dom Paco - 2319381 - Morada Hotel Porto Grande - 2323190 - Morada Jenny - 2328969 - Alto São Nicolau Kyra´s - 2300274 - Morada Mindel Hotel - 2328881 - Morada Pensão Kretcheu - 2300163 - Morada Prassa 3 - 2300809 - Praça Nova Residencial Laginha - 9972417 - Laginha Residencial Mindelo - 230 08 63 / 2323216 - Morada Residencial Raiar - 2314740 - Alto São Nicolau Café Royal - 9941885 - Morada
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34
Janeiro
Agosto
Festividades Populares de Boas Festas pela
Mindel Summer Jazz
Cidade
Carnaval de Verão
22, Dia do Município
Festival Baía das Gatas
Fevereiro
Setembro
Carnaval
Festival Morna Jazz Open Sandy
Março
Mindelact – Festival Internacional de Teatro
Mês do Teatro Abril Semana da Juventude 30, Dia Internacional do Jazz
Outubro 18, Comemorações do Dia da Cultura Novembro
Maio
Mês Internacional do Hip Hop
MARDRAMA – Encontro Internacional de
Expomar
Dramaturgos de Língua Portuguesa
Artesanato
Catchupa Factory
FIC – Feira Internacional de Cabo Verde
11, Tributo a Bob Marley
(bianual)
Junho
Dezembro
MOTIM – Mostra de Teatro Infantil
Feira de Artesanato
23, Festas de São João
17, Serenata Cesária Évora
29, Festas de São Pedro
31, Racordai
Julho Kavala Fresk Feastival
31 e 1/1 Fogos de Artifício e Baile Popular na Rua de Lisboa
Laginha Summer Fest
Brevemente
^
Novembro, mes Internacional do Hip Hop
35
produzimos.o2@gmail.com