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Música
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Revista Rap Brasil
BrasiL
EDITOR E DIRETOR RESPONSÁVEL DOMINGO ALZUGARAY EDITORA Cátia Alzugaray PRESIDENTE EXECUTIVO Carlos Alzugaray DIRETOR EDITORIAL Carlos José Marques DIRETOR EDITORIAL ADJUNTO Luciano Suassuna DIRETORA DE NÚCLEO Gisele Vitória Serviços gráficos: Gerente Industrial: Fernando Rodrigues Coordenadora Gráfica: Josefa Alves Teixeira Antenísio Furtado LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO DE ASSINATURAS Coordenadores Regionais: Eva Farias, Leandro Vieira e Regina Maria ASSINATURAS Diretor: Edgardo A. Zabala EDITOR E DIRETOR RESPONSÁVEL DOMINGO ALZUGARAY EDITORA Cátia Alzugaray PRESIDENTE EXECUTIVO Carlos Alzugaray DIRETOR EDITORIAL Carlos José Marques DIRETOR EDITORIAL ADJUNTO Luciano Suassuna DIRETORA DE NÚCLEO Gisele Vitória
Bussunda: alegria do povo; Seleção Brasileira: tristeza nacional. E a violência continua... É mano, essa seleção toi um atraso mesmo. Imagiria so comerciantes que esperavam a grande final entre Brasil e Italia. Foi um prejuizo Iouco, os caras vao ter que vender camlseta d0 hexa para 0 resto da vida! : Mas, ruim mesrnotoi a morte do Bussunda; 0 cara ainda era jovem, tinria 43 anos, lol bateruma b0la e0 coração — piripaque — não aguentou. Caras como o Bussunda, numoristas de verdade, sacanistas que estao em exlingao; ele tirava um barato da tua cara se divenindo, dando uma baita gargalhada e deixando todo mundo com cara de “mané“. No programa Casseta e Planeta, a genie ainda tica na esperanga de ver 0 mano Bussunda, com suas pradas e tiradas dlvertindo 0 povao. E por lalar em tirada, acno que 0 Parreira se enganou; acabou convocandoos dublés de jogadores dos comerciais de televisao para agradar os palroclnadores. lssp, pprque ele nap esperava a derrota para a Franga. Naojogou nem com os resenras, preteriu os dublés. Enquanro um mano leva um “ler0” com 0 outro, uma rajada de rnetralhadora cruza 0 céu da favela. - Corre mano, que ra daquele jeito, e bala perdida para todo Iad0! - E mario, vou para a mlnna goma lera Rap Brasil, minha mae comprou a ultima; quem esta na capa e 0 MV Bill. Faz dots anos que ele nao e entrevistado pela Rap Brasil. Eletez um documentario newoso e auténtico, e dessa vez 0 Fantastico pagou 0 “mai0r pair” A para 0 Cels0Athaide liberar a reportagem. Em Parati, 0 livrotambém , fez o maior sucesso e ele tambérn esta com CD novo. E - Vamos emb0ra, mano, porque aqui nafavela, bala perdida r costuma virar paleto de madeira. Assim que a poeira abaixar eu v0u geterminaro meu Grafliti ta n0 pe do morro. Mas antes vou passar na CUFA (Central Unica das Favelas) e mandar um salve para os manos do curso de audiovisual, e aproveitar para ver 0 novo site da RAP Brasil, uma TV do Hip-Hop na net, ideia Iokal. Os editores, Alexandre De Main e Marques Rebelu
o: divulgação
Foto por flickr/Carf
foto: divulgação
A importância do Rap dentro da galeria do “Rock” por Paula Farias
A
Galeria 24 de Maio se tornou um forte referencial na compra de produtos de rap. Durante muitos anos o rap, esteve restrito somente nas periferias de São Paulo, hoje em dia o cenário mudou e o rap esta ocupando o centro da cidade. A Galeria é um dos pontos de encontro mais conhecidos de cidade de São Paulo passam em 8 Novembro 2010 RAP Brasil
média 5 mil pessoas todos os dias.E o rap esta presente nesse mundo a parte que existe bem no centro da maior cidade do Brasil. Basta observar o sub solo lugar onde as lojas de hip hop predominam a todo momento passam os “ manos” do rap, com suas calças largas, camisetas compridas, boné pra trás,tatuagens a mostra. Eles possuem um modo
diferente de andar, de quem não se importa com o que os outros irão falar, o orgulho de ser do rap é carregado no corpo, em cada gesto. Quando os manos se encontram o aperto de mão sela o respeito, logo em seguida vem as perguntas como vai a quebrada?, Como ta os corres?, São os dialetos da periferia
Matéria
O rap que muitas vezes é taxado de violento por uma parcela da sociedade, mostra um verdadeiro exemplo de cidadania e ensina que é possível conviver com as diferenças. O sub solo é dominado pelo rap se comparado com os demais andares onde predomina as lojas de artigos de rock. Pode parecer pouco mais quem é do rap e sabe realmente toda a dificuldade que o movimento enfrenta , reconhece que isso é uma grande vitória, de todo um povo que encontrou na música uma forma de protesto e resistência. Assim pensa Douglas, 19 anos,. “Apesar d;a maioria das lojas serem de rock, eu acho muito importante as lojas de rap estarem ali pois eu encontro vários CDs, roupas e consigo várias informações sobre shows de rap.. .” A participação do rap dentro da galeria tem também uma questão so-
o ulgaçã foto: div
tomando o centro de São Paulo. E não são só os manos do rap que frequentam o sub solo , as minas que fazem parte do movimento também sempre estão por lá , afirmando a presença feminina no movimento periférico. Representando a cultura hip hop, a musica negra, há também salões especializados em penteados afros. Um dos pontos que chama a atenção na Galeria é que no mesmo espaço em que os manos e minas do rap vivem , há também pessoas de outras tribos passando a todo momento, ambos convivem no mesmo ambiente de forma pacifica e respeitosa.
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cial, é uma forma de luta, da periferia ocupar o centro e mostrar todo o seu trabalho. Douglas é um mano que curte o movimento e frequenta a galeria há muitos anos e quando questionado sobre o que o rap significa para ele , o mano manda a ideia “Temos que ocupar esse espaço e muitos outros e aproveita da melhor forma possível…O RAP pra mim é um estilo de vida, é tudo aquilo que eu tenho vontade de dizer, independente de ser gangster, underground, gospel…nunca muda… e sempre vai fazer parte da minha vida…” A música tem o poder de transformar e o rap mistura ritmo e poesia é uma forma de revolução. São nas letras fortes e contundentes do rap nacional que o povo da periferia se identifica e encontra força para continuar na luta diária contra as dificuldades de quem enfrenta a discriminação pelo lugar onde mora , o preconceito pela cor da pele, e nem por isso de deixa abater. O Portal RAP NACIONAL foi buscar diferentes opiniãoes sobre a importância do Rap dentro da galeria.
Como aconteceu a abertura da loja 1DASUL, na Galeria 24 de Maio?
Ferréz: Foi algo que pensei muito, mas era no final das contas óbvio, pois recebíamos muitos pedidos de vários lugares, e como não dá para estar nas quatro zonas de sampa, optamos pela parte central, e também pelo prazer de estar na galeria que acompanho desde a infância. Como você analisa as lojas de rap dividindo o mesmo espaço com outros estilos musicais?
Ferréz: Acho muito bacana, democrático, é a cara do Brasil, sem preconceitos, você está na porta da sua loja e passa um punk, depois um roqueiro e depois rapppers, isso é bem bacana, cultura é isso, diversidade. O que significa para o Rap Nacional fazer parte da Galeria que é considerada do Rock?
Ferréz: Acho que no final a galeria é um pouquinho de cada cultura, tem loja de brinquedos raros, lojas de bolsa de couro, lojas de vinil, , então é uma salada cultural interessante, acho que o rap só tem a ganhar com um espaço diverso, pois você beber só da sua cultura não acaba agregando nada, temos que pousar em outras partes, beber de Rap Brasil Novembro 2010 9
outras fontes, para somar na cultura Hip-Hop.
foto: flickr/brspled
NDEE Naldinho: A galeria existe há mais de 40 anos e sempre teve essa diversidade musical dentro dela, não vejo nada de errado nisso. Quem gosta de rap sabe pra onde se dirigir. Para as lojas de rap é claro
O Rap Nacional é um estilo marginalizado pela sociedade, sua loja ja sofreu algum tipo de preconceito dentro da Galeria ?
foto: divu lgação
Ferréz: Não. Acho que esse discurso já está meio velho, nós crescemos, nos profissionalizamos, não somos moleques rebeldes sem causa. Sabe a cultura hoje é formada por muitos empresários, pais de família, profissionais de vários ramos, essa coisa de marginalizado é para quem se acha assim, uma coisa é representar o gueto, o povo sofrido, as pessoas que precisam de mudança em sua vida, outra coisa é ser negativista, ficar reclamando, se achando oprimido por tudo. A cultura prega a evolução, não só de consumo, mas como ser huma-
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inho tem metade d mais da e sua vid a d edicada a rap nacio o nal, já sã o 22 ano carreira. s d Naldinho e é um íco do rap na ne cional e sempre e ve presen stete na gale ria.
O que você acha das lojas de rap dentro da Galeria onde o rock é a grande maioria?
Você que já é um rapper bem experiente, como encara as mudanças que aconteceram nesses últimos anos ?
no, acho que é nesse patamar que a cultura está também, achando seu lugar para poder se expandir. Na loja se encontra produtos bons, um atendimento profissional, bem feito, com cds, dvds, livros, tudo isso para emancipar os corações em conflitos, vestir uma boa roupa, com uma frase ideológica, com um símbolo nosso, isso é vitória. O que você acha que pode ser feito para que novas lojas de rap sejam abertas na Galeria ?
Ferréz : Acho que precisam de identidade, vejo lojas que são clones, somente clones de coisas gringas, acho que temos que ser nós mesmos, e falta mais iniciativa dos manos do movimento, que tem que tomar a cultura, hip-hop não é para ser vendido por chinês, coreano, temos que trabalhar com nossa cultura, lutar por ela.
NDEE Naldinho: Tudo muda, os tempos mudaram e a galeria também mudou, e se adaptou a essas mudanças. A galeria tem grande importância para nós rappers, e possuem produtos ligados ao rap. O que você acha dessa diversidade, te incomoda o fato de dividir o mesmo ambiente com pessoas que gostam de outro estilo musical ?
NDEE Naldinho: O fato de ter outros estilos musicais alem do rap não me incomoda , pois o rap assim como outros que lá existem tem seu espaço e respeitam o espaço dos outros. A galeria é um símbolo de democracia cultural de São Paulo e nós do rap fazemos parte dela! Defina a importância da galeria para o rap ?
NDEE Naldinho: Os primeiros discos que comprei foi na galeria da 24 de maio, foi e é importante para mim e para outros rappers por ter acesso
foto: divulgação
Matéria
Vato é frequentad or da
Galeria 24 de m aio há 10 anos, envolvid o com o rap desde moleq ue ele nós fala um pouc o sobre o rap e a gleria.
mais fácil a música . A galeria tem e faz história, os rappers tem essa ligação muito forte,lá os rappers se reúnem, dão entrevistas cantam e atendem seu fãs . A galeria é um lugar histórico para a música negra , sempre que tem algo novo no mercado passa primeiro na galeria e depois vai pro Brasil a fora, mesmo com o avanço da internet a galeria continua ativa.A galeria é importante pro rap. O que você acha das lojas de rap dentro da Galeria onde o rock é a grande maioria?
Vato Cria das Ruas: Pela quantidade de grupos acredito que deveriam ter umas 30 ou mais lojas que comercializassem CDs de rap e artigos de Hip Hop. O mais loco é você compra um cd e do nada o cara que gravo aparecer ali e autografa, ou você tromba aquele cara do rap que você ouvia no radinho a pilha lá no interior, e o cara ali de boa trocando ideia com a rapa, é uma parada que não tem preço. Acho loco mesmo! sei que dentro de você existe uma pessoa gritando e querendo sair.
E essa diversidade te incomoda, pelo fato de dividir o mesmo ambiente com pessoas que gostam de outro estilo musical ?
Vato : De forma alguma, acho loco ver varias tribos no mesmo lugar não é porque o mano curte rock ou é emo ou punk que vamos discutir, ou não vamos dividir o mesmo ambiente, quem pensa dessa fora tem a mente travada e cheia de preconceito. Varias tribos varias idéias diferentes respeito faz a diferença-respeito é pra quem tem. O rap tem uma questão social de militância muito forte, o fato de ocupar um lugar no centro de São Paulo também é uma forma de luta, como você encara essa questão ?
Vato : Antes de tudo rap é musica. Acredito que seja uma forma de resistência! Lojas onde se comercializa CDs de rap nacional com sons que falam de um cotidiano pesado como o nosso tem que ser
na raça mesmo. Sabemos que trabalha com rap nacional não é fácil. lembrando que nem todo rap é militância! Tem muita porcaria! O que significa o rap pra você, na sua vida ?
Vato: Comecei a ouvir rap quando pivetinho pelas ruas da zona sul de SP 89/90 e quando em 93 eu ouvi o Mano Brown falar do meu bairro eu achei loco o cara tava cantando um cotidiano vivido por mim ali no parque Regina. Sem o rap eu não teria lido os livros que eu li não teria conhecidos pessoas E feitos amizades que hoje eu tenho por causa do rap Não vou o mentir não que sem o rap eu não saberia nem troca uma idéia de Verdade como disse o Sabotage rap é um hino que me mantém vivo. Quando somos fortes podemos ir até o fim sem desistir apena uma fez e é isso que me fez chegar até aqui muito amo e paz, de meus fãs.
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foto: divulgação
Rapper Enimem posa foto no estúdio no Brasil
14 Novembro 2010 RAP Brasil
Rapper Nego Jam
Entrevista especial
Eminem
O sonho pode realizar a verdade e tornar um grande cantor de Rap Americano no Brasil.
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ágico volta a provar o talento de Chomet como animador ao exibir um imenso apuro técnico em uma narrativa que depende exclusivamente das imagens para prender o espectador – e não só o design dos personagens é fascinante, mas também seus movimentos, desde a esquelética cantora de vaudeville que caminha com um gingado que parece quase partir-lhe a coluna até o palhaço depressivo que, mesmo sem maquiagem, exibe os traços de um clown, passando, claro, pelo próprio protagonista, que surge como uma representação perfeita de Jacques Tati (ou de seu monsieur Hulot), incluindo até mesmo seus maneirismos (como os braços esticados para baixo e as mãos contraídas). E como não se encantar com o balançar de um pequeno barco nas águas turbulentas de um lago, com as gotas de água que parecem atingir a “câmera” durante uma tempestade ou com o movimento do kilt de um velho escocês ao vento. Com uma direção de arte que confere uma clara melancolia aos cenários sem, contudo, deixar de tornálos calorosos a fim de refletir o prazer que o mágico e a garota
sentem na companhia um do outro, o longa também encanta por seus belíssimos efeitos de cores e luzes ao retratar a cidade durante a noite ou ao trazer o personagem-título deitado em seu sofá enquanto o placar luminoso do lado de fora projeta um brilha característico sobre seu corpo. Da mesma maneira, o design sonoro da produção tornase digno de prêmios ao trazer aquele universo à vida através de detalhes como o bater de um encanamento envelhecido ou o leve zumbido de uma lâmpada elétrica. Em contrapartida, a trilha sonora do próprio Chomet, ainda que evocativa, peca pelo excesso, parecendo determinada a criar um tom melancólico por conta própria.Horrores à região dos jardins, para quem pensou que eles seriam um estranho no ninho se enganou. Eduardo e Dumdum cantaram com muita energia e mandou vários sons de peso tais como, O espetáculo do circo dos horrores, Enterro de um Santo, Isso aqui é uma Guerra, entre outras. Em um dos seus discursos Eduardo citou: Tô ligado que tem uma pá de mano que é da favela aqui sim. O boy é o opressor e não o cara que paga 20 conto pra
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Entrevista especial A briga com Prost, aliás, estabelece-se como o aspecto mais fascinante do documentário: ilustrando a natureza política e pragmática do piloto francês através de suas entrevistas e imagens de arquivo, o filme escancara a tensão entre ele e o brasileiro em momentos reveladores que trazem ambos (recémanunciados como parceiros de equipe) trocando piadas e elogios artificiais – uma postura pública que logo cederia lugar a brigas de bastidores, à divisão da McLaren em dois “campos” e que culminaria no famoso incidente que determinou o título mundial em 1989, quando Prost atingiu Senna intencionalmente a fim de levá-lo a abandonar a prova e, assim, ceder-lhe o título. E é aí que entra o estranho Jean-Marie Balestre, então presidente da Federação Internacional de Automobilismo: francês como Prost e com jeitão de mafioso, o sujeito foi responsável pela desclassificação de Ayrton depois
que o brasileiro milagrosamente voltou à corrida, mesmo faltando apenas cinco voltas, vencendo-a de forma espetacular – uma vitória anulada por uma leitura controversa do regulamento feita por Balestre, que ainda insistiu em suspender o piloto por seis meses (e foi com estas recordações em mente que, no ano seguinte, o brasileiro jogaria Prost para fora da pista). Piloto inquestionavelmente talentoso (especialmente sob chuva), Senna tem, aliás, alguns de seus momentos mais espetaculares recapturados pelo documentário, desde seu início na Fórmula 1, quando rapidamente se tornou competitivo, até a conquista de seu primeiro título em uma prova na qual errou na largada e caiu para a 14ª. posição, fazendo uma memorável corrida de recuperação que culminou em sua vitória. Neste aspecto, vale dizer, Senna traz um depoimento esclarecedor do brasileiro, que discute sua imersão completa na lógica da corrida, chegando a dirigir como se estivesse “em outra dimensão”, numa espécie de transe (uma experiência mais comum em relatos de grandes artistas – e o brasileiro não deixava de ser um). Mas a velocidade não era a única obsessão de Ayrton: Deus disputava com a Fórmula 1 as atenções do piloto. Referindo-se constantemente às vontades divinas ao comentar suas provas, Senna exibia uma fé tão fervorosa que, em certo instante, Prost comenta temer que o brasileiro se arrisque (e, conseqüentemente, os companheiros de profissão) por julgar-se invencível e protegido por seu Deus algo que o outro descarta numa entrevista sem aparentemente perceber a ironia do rival. O Ayrton Senna revelado pelo longa, aliás, é um sujeito impossivelmente sério que parece relaxar apenas quando feliz por uma vitória – e mesmo seus famosos relacionamentos com Xuxa e Adriane Galisteu surgem como distrações às quais ele parece Dirigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador brilhante ao retratar a ambientação daquele faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza faninesperada ta dcontrastes.
Música
GOG, E SUA RIMA
foto: divulgação
CONTUNDENTE N
o mês da negritude brasileira, a revista RAÇA BRASIL está pra lá de especial! Nosso destaque de capa é o rapper GOG, que acaba de lançar seu primeiro livro, A Rima Denuncia, pela Global Editora. Em entrevista exclusiva, o brasiliense dispara todo o seu conteúdo cultural e político, e ainda fala de suas influências literárias, sobre racismo e o atual papel do negro na sociedade brasileira. E algumas de suas letras contundentes como Brasil com P e Fogo no Pavio, são relembradas na matéria do jornalista Alexandre de Maio. Um personagem forte para marcar o dia 20 de novembro. E falando nisso, leitores de várias partes do Brasil expressam suas opiniões sobre o “feriado”. Entre os depoimentos, foi bom perceber que a autoestima, a cultura e a educação foram citadas como itens fundamentais para uma melhor formação da consciência negra brasileira.
zação da fotografia digital ajudou a mostrar a visão de mundo e negritude de várias pessoas que não tinham condições de adquirir um equipamento de ponta. E os “fotógrafos da raça” mandam muito bem e ainda conseguem divulgar seus trabalhos para o mundo inteiro. Nas Páginas Pretas, Maurício Pestana entrevistou em Madri, na Espanha, uma das maiores feministas e antirracistas da América Latina: Epsy Campbel, da Costa Rica, mulher com religiosidade forte que fala, principalmente, da importância da integração negra na América Latina. Leia também um minucioso balanço da igualdade racial na Bahia preparado pela Sepromi. E mais: Congada, a tradição negra; Steve Biko; Seção Estilo, Graffiti, Baú do Hood, Gingas do Brasil, Arthur Bispo do Rosário e muitas dicas culturais.
Nas Páginas Pretas, Maurício PestaOutro entrevistado que chama a aten- na entrevistou em Madri, da igualção é T.Kaçula, cuja vida é dedicada dade racial na Bahia preparado pela quase que 100% ao samba. Mas o Sepromi. artista e estudante de Sociologia e Política vai além do consagrado ritmo. E nesta edição, grátis, encarte ilustraPara T.Kaçula, o samba é mais que do com 16 páginas sobre os 100 anos música. “É um excelente instrumento da Revolta da Chibata. Na noite separa conscientizar e politizar”, afirma guinte me senti muito mais muito mal não sei porque acho que era ainda o o criador da Rua do Samba Paulista. efeito da bebisa, mas ainda não consiEm Olhares Negros, o repórter Ro- go acreditar que fiz isso. niel Felipe mostra como a populariRap Brasil Novembro 2010 19
foto: divulgação
Sucesso “Curto no show o tempo todo e não desisto nada, é minha vida”
Jonas ouviu que nunca faria sucesso como rapper por ser branco. Presidente do Chile visitou os 33 trabalhadores resgatados de mina. Como você conseguiu o seu sucesso? Britânico Edgar Wright a partir Não é à toa que o título original (A Esposa do Viajante do Tempo) a coloca em pé de igualdade com Henry diante da narrativa: esta é, afinal, uma história tão dela quanto dele. Aliás, em certo sentido, Clare é a personagem verdadeiramente trágica da trama, já que, como acaba observando em certo ponto, jamais teve sequer a oportunidade de escolher um destino diferente, sendo condicionada desde a infância a aceitar Henry como seu futuro marido e é revelador notar como, ao finalmente se encontrar com ele já adulta, ela diz que ele “era” seu “par perfeito”. O que ela não percebe, porém, é que isto prenuncia o futuro dos dois: o Henry que ela ama é um paradoxo, uma versão mais velha e amadurecida do homem que acabou de conhecer e cuja maturidade será (ou foi) ainda mais realçada pelo contraste com a idade que ela tinha ao encontrálo pela primeira vez, ainda criança. 20 Novembro 2010 RAP Brasil
Da mesma maneira, não deixa de ser sufocante perceber como ela sequer tem a chance de escolher a casa em que irá morar, já que Henry, tendo visitadomóvel que eles comprarão e, assim, é como se o gosto futuro de Clare imperasse sobre suas preferências presentes. (E é um grande mérito do filme não martelar a cabeça do espectador com estes conflitos, que são apresentados de maneira sutil, podendo até mesmo passar despercebidos por boa parte do público.)
Você vai chegar no Top 10? Para Henry, porém, a situação não é muito mais fácil: obrigado a fazer jus à imagem idealizada que a amada criou dele a partir das visitas que ele ainda nem fez, o sujeito está sempre competindo consigo mesmo e Bana encarna este dilema com um equilíbrio perfeito entre a frustração e a diversão, já que Henry não pode deixar de constatar a ironia do problema que criou para si mesmo. Menos cômica,
no entanto, é a constatação de que ele talvez não tenha muito mais tempo de vida e a maneira com que ele encara as revelações acerca da própria morte confere um importante peso dramático ao seu relacionamento com a esposa.
Quem é o mais sucesso? Econômico em sua narrativa, o roteiro de Rubin não perde tempo com explicações sobre as constantes viagens de Henry no temp e mesmo os personagens, quando informados sobre os “poderes” do protagonista, rapidamente saltam da incredulidade para a aceitação, o que, embora cause certo estranhamento inicial, acaba se rdecisão acertada para que a narrativa não desperdice minutos preciosos com algo que não tem a menor importância (a história, afinal, é sobre o relacionamento de Henry e Clare, não sobre o impacto que isso teve na minha vida, mas graças a deus hoje ja esta tudo ok coadjuvantes.
Música
Microfone e som! O sonho pode realizar a verdade e tornar um grande cantor de Rap no Brasil.
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irigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba se interessando por uma garota nova na cidade, convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando, assim, uma lógica inesperada e repleta de contrastes. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas. pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da
Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas. pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando, assim, uma lógica inesperada e repleta de contrastes. Se por um lado as ruas d a cidade surgem tristes e cobertas. pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando, assim, uma coisa muito legal. Rap Brasil Novembro 2010 21
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“Raios”é a nova música da banda X-Afro. foto: divulgação
Acaba de lançar seu novo som “Raios“, com a participação de Negralha.
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Rapper Sandro
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anda X-Afro partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/ inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba se interessando por uma garota nova na cidade, Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo e forma realista. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo e forma realista.
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Sonho
Sonho ser cantor de Rap! O sonho pode realizar a verdade e tornar um grande cantor de Rap no Brasil.
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oucas coisas são mais do que uma comédia sem graça. Testemunhar os esforços desesperados de atores em busca do riso, mas sabotados pelo filme que os cerca, é algo que representa uma experiência torturantee, neste sentido, da Luz Vermelha deveria ser à ONU por atentar contra a Convenção de Genebra. Escrito e dirigido com uma impressionante falta de talento por Sam Voutas (que ainda faz uma constrangedora participação como um milionário da indústria erótica), o filme gira em torno do derrotado Shunzi (Jun), que é demitido no mesmo dia em que
perde a esposa e a casa em que mora. Voltando a morar com os pais, ele finalmente enxerga uma oportunidade de sucesso ao decidir abrir uma sex shop – que, claro, não é vista com bons olhos pela comunidade chinesa.
Sonho Realizado E aí reside o primeiro problema do longa, que estabelece que mais de dois mil estabelecimentos deste tipo já existem no país apenas para retratar o preconceito sofrido por Shunzi como algo natural e corriqueiro – e até mesmo o fato de enfrentar problemas para conseguir uma licença comercial
contradiz a informação sobre a abundância de lojas eróticas na China moderna. Este, porém, é um tropeço menor se comparado às atuações caricatas de praticamente todo o elenco, desde o péssimo protagonista até o pavoroso Otsuka, que só falta escorregar numa casca de banana para tentar transformar seu chefão do mundo erótico em uma figura divertida (mas sem jamais alcançar sucesso na empreitada). Como se não bastasse, até a trilha sonora do projeto se revela rasteira, soando mais como um tema de Nintendo do que como algo feito para o Cinema. hunzi como algo natural Rap Brasil Novembro 2010
foto: divulgação
SONHO
“Meu sonho de ser rapper se tornou realidade”
Escrito por Bráulio Mantovani e Thiago Dottori, o roteiro acompanha vários anos da vida de Marcelo (Moura), começando no ensino médio e abordando os eventos mais importantes de sua jornada, como sua passagem pelo Paraguai, o período em que trabalhou como piloto de avião para traficantes e, claro, sua participação no Recifolia, quando assumiu a identidade de um dos donos da Gol e acabou sendo entrevistado ao vivo pelo colunista social Amaury Jr. Mudando os nomes de vários personagens para evitar questões legais vira “Renato Jacques”; por exemplo), VIPs ainda assim se mantém relativamente fiel aos eventos narrados no documentário de (não li o livro), o que é admirável embora faça uma mudança significativa e reprovável que discutirei mais adiante. Físsima, mesmo que retrata Marcelo na levando Wagner Moura a usar uma peruca pavorosa tentar fazer algo que nem mesmo todo seu talento 26 Novembro 2010 RAP Brasil
Rapper Afro-x realizou o sonho.
poderia alcançar: retratar um jovem de 17 anos), o filme se torna sensivelmente melhor depois da primeira elipse, quando reencontramos o protagonista um pouco mais velho e já trabalhando em um aeroclube. A partir deste instante, o longa ganha consistência e ritmo, superando sua envolver o espectador com segurança. Investindo contínua e a comédia, VIPs emprega tanto gags visuais inspiradas (como na cena em que o Patrão traficante afirma odiar armas, ambiente ao seu redor) quanto diálogos hilários (como o interrogatório de Marcelo feito pela Polícia Federal). Além disso, a montagem de Gustavo Giani mostra-se bem-sucedida ao conferir dà narrativa, algo que fica claro, por exemplo, na seqüência que traz o personagem imitando Renato Russo enquanto sua evolução dentro da quadrilha e sua iniciativa de enviar dinheiro para a mãe elogios também devem ser feitos à elegância de várias de suas transições como no ccontinuar o que derrotar todos eles.
Sucesso
Duelo de Titãs fez sucesso na Bahia. Rapper João Brasil fez 3 shows.
D
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irigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba se interessando por uma garota nova na cidade, convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles.
Rapper João Brasil
28 Novembro 2010 RAP Brasil
Joao Mello no show.
Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brigavam pela igualdade pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando, assim, uma lógica inesperada e repleta de contrastes.
Rapper Nego Jam
30 Novembro 2010 RAP Brasil
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G e c r o
Especial
F
u q o te d
r o f s i a m á
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S
em jamais tentar desafiar o público, o roteiro pinta todas aquelas pessoas como figuras inteligentes, abertas, simpáticas e claro nada não é à toa que batizam os filhos com os nomes Joni (de Mitchell) e Laser. E tampouco é coincidência que Paul seja um dono de restaurante dedicado à utilização de comidas orgânicas que, como não poderia deixar de ser, mantém um relacionamento interracial – e o simples fato de os realizadores usarem uma personagem negra para mostrar o bom caráter de seu namorado é algo que se revela racista, embora, claro, a cineasta jamais perceba isso. Como resultado da pasteurização de todas aquelas pessoas e de suas relações, o filme acaba perdendo qualquer impulso dramático que mova a narrativa e, com isso, o roteiro acaba sendo obrigado a criar uma crise artificial através do envolvimento absolutamente gratuito e implausível entre Jules e Paul – um romance cujo
! a c n e nu
impulso jamais é justificado pelo longa e que acaba sendo desenvolvido de forma igualmente artificial. Como se não bastasse, a personagem de Annette Benning, ainda que encarnada com entrega e carisma pela atriz, é construída pelo roteiro como uma figura cujo comportamento muda durante toda a projeção a fim de atender as necessidades imediatas da história, impedindo, assim, que o espectador compreenda o que a deixa tão ansiosa (antes mesmo de Paul entrar na equação) e infeliz. E o que dizer dos amigos de Joni e Laser, que inicialmente ganham uma desmedida apenas para serem ignorados na segunda metade da projeção?
Nunca Desiste Contando ao menos com um elenco notável e Benning, Moore e Ruffalo realmente merecem aplausos pelo milagre que fazem com tão mal , Minhas Mães e Meu Pai é clichê do início ao fim, mostrando-se ainda mais desonesto ao tentar
se vacinar contra as críticas ao levar os espectadores a se sentirem bem com relação a si mesmos. Uma estratégia que, infelizmente, se revela bastante eficiente.no Canadá) de forma realista e primente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando, assim, uma lógica inesperada e repleta de contrastes. Minhas Mães e Meu Pai é um típico produto do cinema independente norte-americano: focando sua narrativamília não-convencional, o roteiro de Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg se concentra no relacionamento daquelas pessoas e nas crises de identidade que enfrentam em função de alguma ocorrência atípica em suas vidas, apostando na vontade do espectador de ilhos gerados a partir de inseminação artificial feita com o esperma do mesmo Rap Brasil Novembro 2010 31
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Especial
“ Sou da Force-G e nunca desisto.”
O imigrante francês Thierry Guetta, radicado há anos em Los Angeles, só pode ser descrito através de uma palavra: figuraça. Baixinho, gordinho, falando com um forte sotaque e exibindo imensas costeletas e um bigode de ator de filme pornô, Guetta passou a vida obcecado por câmeras, filmando praticamente todos os segundos de sua vida, desde instantes realmente importantes até besteiras como suas idas ao banheiro. Mas foi ao descobrir o movimento de arte de rua encabeçado por grafiteiros que o sujeito encontrou sua verdadeira vocação, passando a registrar a ação destes indivíduos enquanto deixavam suas marcas nas paredes da cidade e decidindo que transformaria tudo aquilo em um documentário. Tornando-se próximo de figuras como seu primo Space Invader e o designer Shepard Fairey (que se tornaria conhecido por criar a icônica imagem que trazia Barack Obama sobre a palavra “Hope”), Guetta finalmente realizou seu maior sonho ao conhecer o misterioso artista britânico Banksy, que, mesmo reticente, 32 Novembro 2010 RAP Brasil
acolheu o francês esquisitão, levando-o para suas ações artísticas de caráter clandestino. Eventualmente, porém, o inglês constatou o óbvio: o sujeito não tinha qualquer condição de transformar aquelas milhares de horas filmadas em algo coerente e, assim, decidiu assumir o controle da empreitada, transformando o bizarro Thierry Guetta em seu protagonista.
Force-G está no Top E que protagonista: dono de uma loja de roupas em Los Angeles, o francês se tornou bem-sucedido ao comprar peças defeituosas por um preço mínimo e revendê-las por uma fortuna ao apresentálas como roupas costuradas por designers. Revelando a origem de sua obsessão por filmagem ao explicar que perdeu a mãe muito jovem e decidiu, a partir daí, registrar todos os momentos para a posteridade, Guetta é abraçado pela comunidade dos artistas de rua justamente por oferecer a estes a chance de eternizar as peças que criavam e que normalmente
eram removidas com rapidez pela administração pública. Enfocando as curiosas obras destes diferentes grafiteiros, Exit Through the Gift Shop se torna ainda mais interessante quando o próprio Banksy entra em cena, já que suas instalações se revelam fascinantes tanto conceitualmente quanto em sua execução – e, da mesma forma, seus depoimentos (sempre oferecidos com o rosto encoberto e a voz distorcida) estão entre os mais divertidos e inteligentes do filme: ao descrever, por exemplo, sua reação ao assistir à versão criada por Guetta a partir das imagens originais, Banksy diz sem qualquer traço de ironia: “No fim das contas, ele não era um cineasta, mas uma pessoa com problemas mentais que por acaso tinha uma câmera”. Ainda assim, o grafiteiro-cineasta se mostra generoso o bastante para sugerir que o francês abrace de vez o movimento e se converta num artista de rua – uma sugestão que Guetta leva bem mais a sério do que qualquer um poderia imaginar. lo com personagens de fantástica
Fama
www.slumbrand.com.br Rap Brasil Novembro 2010 33
geração
Hip Hop
a v o N
E
sta postura, aliás, se contrapõe diretamente ao calor humano de seu melhor amigo, Eduardo, que finalmente traz Andrew Garfield em sua primeira atuação realmente carismática desde sua estréia no cinema, em 2007. Estabelecendo-se como um jovem simpático e dedicado ao amigo já em sua primeira aparição, Eduardo não é, porém, um executivo dos mais competentes – e sua demora em conseguir enxergar o potencial comercial do Facebook ou mesmo a escala de investimentos que o site poderia atrair acaba colocando-o em confronto direto com o oportunista Sean Parker, que, vivido por Justin Timberlake com surpreendente vivacidade, logo passa a manipular Zuckerberg com relativa facilidade, levando-o a se afastar do velho amigo enquanto abre caminho para sua própria entrada no negócio (e não deixa de ser curioso que Timberlake, um cantor, encarne justamente o criador do Napster, que mergulhou a indústria fonográfica em um caos absoluto). Fechando o elenco principal, o desconhecido Armie Hammer surge como uma promissora revelação ao viver os gêmeos Winklevoss, que, nascidos e criados na riqueza, se mostram sempre seguros de si embora receiem atrair olhares negativos justamente em função de seu físico e de seu status financeiro privilegiados – e ao discutirem se deveriam ou não processar o protagonista, um deles diz: “Seremos um bando de garotos vestindo fantasias de esqueleto perseguindo o Karatê Kid com bastões!”. Colocandose como antagonistas indiscutíveis de Zuckerberg, os personagens vividos por Hammer são jovens complexos que, seguindo um claro código de honra, evitam usar a influência do pai a fim de conseguirem favores, o que não deixa de ser admirável. 34 Novembro 2010 RAP Brasil
Acrobata na rua Pamplona em São Paulo.
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O sonho pode realizar a verdade e tornar um grande cantor de Rap no Brasil.
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DJ Orlando Bula
Juca Baleia
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Retratar a cidade durante a noite ou ao trazer o personagem-título deitado em seu sofá enquanto o placar luminoso do lado de fora projeta um brilha característico sobre seu corpo. Da mesma maneira, o design sonoro da produção torna-se digno de prêmios ao trazer aquele universo à vida através de detalhes como o bater de um encanamento envelhecido ou o leve zumbido de uma lâmpada elétrica.
Torres Retratar a cidade durante a noite ou ao trazer o personagem-título deitado em seu sofá enquanto o placar luminoso do lado de fora projeta um brilha característico sobre seu corpo. Da mesma maneira, o design sonoro da produção torna-se digno de prêmios ao trazer aquele universo à vida através de detalhes como o bater de um encanamento envelhecido ou o leve zumbido de uma lâmpada elétrica.
Ana Paula
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Retratar a cidade durante a noite ou ao trazer o personagemtítulo deitado em seu sofá enquanto o placar luminoso do lado de fora projeta um brilha característico sobre seu corpo. Da mesma maneira, o design sonoro da produção torna-se digno de prêmios ao trazer aquele universo à vida através de detalhes como o bater de um encanamento envelhecido ou o leve zumbido de uma
Retratar a cidade durante a noite ou ao trazer o personagemtítulo deitado em seu sofá enquanto o placar luminoso do lado de fora projeta um brilha característico sobre seu corpo. Da mesma maneira, o design sonoro da produção torna-se digno de prêmios ao trazer aquele universo à vida através de detalhes como o bater de um encanamento envelhecido ou o leve zumbido de uma lâmpada elétrica. Rap Brasil Novembro 2010
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Sucesso
36 Novembro 2010 RAP Brasil
Missy Elliot faz show para ajudar crianças carentes.
O Hip Hop é de Missy! Cantora de Hip Hop de maior sucesso do mundo conta sua história. ritânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/ inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba se interessando por uma garota nova na cidade, Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro.
uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentementede a moça tem sete
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B
Sonho Realizado
Missy Elliot no show de 2009
Hoje em dia eu vejo o mundo e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leiase: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoálo com personagens de natureza. Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que
recentementede a moça tem setese interessando por uma garota nova na cidade, Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza. Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com
Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/ inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentementede a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso.Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, o e curiosa.
Rap Brasil Novembro 2010 37
Música
Rapper Jonh Van Math e o seu cão na rua de São Paulo em Vila Mariana.
Jonh Van Math encanta o público de São Paulo Depois de apresentações em Florianópolis e Rio de Janeiro, chegou a vez de São Paulo curtir a boa música de Van Math.
C
andidato da Alemanha a uma vaga no Oscar 2011, Quando é um filme forte e impactante que, protagonizado por uma figura complexa que se mostra incrivelmente frustrante em vários momentos, manda o público para fora da sala com uma sensação de profunda com relação à natureza humana. No entanto, à medida que as horas passam após a projeção, este trabalho comandado pela atriz austríaca Feo Aladag ganha raízes na mente
38 Novembro 2010 RAP Brasil
do espectador, despertando diversas reflexões e esta é, sem dúvida, a marca de um bom longa. Escrito pela própria Aladag a partir de uma história real ocorrida em Berlim em 2005, Quando Partimos acompanha a jovem UmayKekilli, que morando na Turquia com a família do marido, é espancada por este, sendo ainda obrigada a testemunhar os maus-tratos sofridos por seu filho pequeno nas mãos do sujeito. Farta da situação, ela foge para a Alemanha a fim de se
reunir à família, mas acaba sendo surpreendida pela reação dos pais e dos irmãos, que enxergam seu ato como algo desonroso que traz vergonha a todos. Com uma economia admirável, o longa já tem início estabelecendo, a partir de apenas duas ou três cenas, o cotidiano miserável de Umay ao lado do marido abusivo – e, assim, compreendemos facilmente por que ela optaria.
X da Questão lança o CD ”Entre crimes, sonhos, guetos e paixões”
Já nas lojas.
Banda Gang
Lanรงamento
40 Novembro 2010 RAP Brasil
lança a música
O Gang faz lançamento com a nova música de rap estilo Hip Hop.
E
Banda Gang no Guarujá
m certo momento de A Lenda do Tesouro Perdido: O Livro dos Segredos (daqui em diante, O Livro dos Segredos), o herói vivido por Nicolas Cage, desesperado para fotografar um artefato mas sem possuir uma câmera em mãos, decide segurar o objeto em frente ao rosto enquanto ultrapassa um sinal fechado. O objetivo: obrigar o radar a fotografá-lo e acessar a imagem com a ajuda de seu amigo hacker. Se isto soa como algo ofensivamente estúpido para você, o restante do filme só resta opinião. considerei este conceito idiotamente divertido, servindo para resumir perfeitamente o que este longa representa: uma diversão esquecível; algo que você consome, digere e elimina sem conseguir se lembrar do que passou por sua garganta, a não ser por alguns detalhes como um sabor adocicado aqui ou uma textura desagradável ali. E o melhor: esta continuação se assume como idiota sem julgar que o espectador também o seja o que a separa de atrocidades similares como Aliens ou DOA: Morto ou Vivo.Quando a história tem início, somos apresentados a Thomas Gates, tataravô de Ben Gates (Cage): especialista em criptografia, ele é consultado por dois homens misteriosos dias após o fim da Guerra Civil norteamericana, recebendo a tarefa de decifrar um enigma contido
num pequeno livro. Enquanto ele se dedica ao trabalho, um dos homens se dirige a um teatro perto dali e assassina Abraham Lincoln, revelando-se como o próprio John Wilkes Booth e o tal livrinho traz a localização de um tesouro que poderia sustentar o exército confederado e manter a guerra por mais longos anos. Pois quando a memória de Thomas Gates é manchada pela informação de que ele poderia ser um dos que contra Lincoln em vez daquele que garantiu a vitória da União na Guerra Civil ao queimar o tal livro), seus modernos partem numa missão para provar sua inocência algo que passa pela descoberta da lendária Cidade de Ouro. Uma montagem extremamente ágil que busca ocultar os furos e absurdos do roteiro, o filme também salta de uma locação a outra com imensa velocidade e, com isso, o espectador só encontra tempo para analisar a trama depois que esta chega ao fim mas, a esta altura, o impulso de fazêlo já não existe mais, já que esta não é uma produção que inspire grandes reflexões. no mínimo curioso (mas não um problema, claro) que, pela segunda vez em sua carreira, Nicolas Cage tenha acesso a documentos que revelam grandes segredos da história norte-americana, já que já havia tomado posse do microfilme visto no excelente a Rocha. Rap Brasil Novembro 2010 41
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Funk
“Meu sonho de ser rapper se tornou realidade” Banda Cidadão Comun na Bienal.
Banda Funk Cidadão Comun Em suas letras, o grupo faz uma leitura crítica da atualidade.
F
alhando também ao não conseguir justificar a opção narrativa de empregar cartões postais como forma de transição (especialmente porque eles acabam sendo seguidos por tradicionais establishing shots, tornando-se redundantes), o filme ainda é prejudicado por um roteiro que, parecendo acreditar que os heróis enrugados e calvos (ou grisalhos) serão atrativo suficiente para manter a história interessante, não se preocupa em criar uma trama consistente ou mesmo em desenvolver os personagens, que se mantêm unidimensionais do início ao fim – e mesmo a curiosa excitação de Sarah em meio ao perigo (e que é retratada com divertido charme por Mary-Louise Parker) é praticamente abandonada depois de certo tempo, o que é desapontador. Aliás, se Parker encanta mesmo com uma 42 Novembro 2010 RAP Brasil
personagem que jamais faz jus à promessa inicial (e como a atriz tem ficado ainda mais bela com a idade!), Malkovich ao menos tem a chance de se entregaraos seus exageros habituais e que o tornam sempre fascinante ao encarnar um agente enlouquecido por 12 anos de LSD, sendo responsável por alguns dos melhores momentos da projeção. Enquanto isso, Rebecca Pidgeon, numa rara participação fora da filmografia do marido David Mamet, é sabotada por uma vilã burocrática, sendo ofuscada até mesmo por Karl Urban, que tem a chance de viver um assassino relativamente interessante. Já Brian Cox (com um sotaque russo carregado) e Helen Mirren (com uma submetralhadora carregada) parecem se divertir com os seus papéis, o que se mostra mais do que suficiente, ao passo que Morgan Freeman mais uma vez
é relegado a um papel que apenas desperdiça seu notável talento. Fechando o elenco, Bruce Willis exibe seu charme costumeiro ao conferir uma tranqüilidade inabalável, como se este estivesse apenas se divertindo diante dos esforços de seus inimigos – uma caracterização que se tornou uma verdadeira especialidade do ator. Não é à toa que, considerando o calibre do elenco, a aparição do aborrecido Julian McMahon como o vilão se revele uma decepção, já que, àquela altura, o espectador já espera mais alguém como Edward Norton ou Matt Damon do que um intérprete inexpressivo como o que viveu. Inspirado em uma graphic novel de Warren Ellis e Cully Hamner e roteirizado pelos irmãos Jon e Erich Hoeber, o filme traz Willis como o agente aposentado da CIA Frank Moses. Sarah consigo e buscando.
Perfil
Fernando Louko
D
irigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/ inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba. interessando por uma garota nova na cidade, Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante. Na entrada do Black Bom Bom o pessoal fica acomodado em um ambiente bem agradável onde um DJ residente estava tocando algumas black music. Por volta da 1h da manhã abriram a entrada para a pista principal onde aconteceriam os shows. Quem recepcionou a foi o DJ King, que tocou vários sucessos da Black Music e fez público ir ao delírio tocando vários sons de Rap Nacional. Precisamosde atitudes assim, atenção Dj´s toquem mais
entra no site www.rapperfernandolouko.br
Rap Brasil Novembro 2010
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L L I B MV
MV Bill no Premiere Combat
feria i r e p a d Mundo m se faz
o bé e o d ional tam c n a n u e r opula ria do m cultura p
A perife apper carioca MV BtrilelvdisiztaqauTehaereza Dantas. res o R eiro. En Em Lond ções do estrang ria de aprop
A
lex Pereira Barbosa mais conhecido pelo nome artístico MV Bill, é um rapper e escritor brasileiro. Seu primeiro álbum foi lançado em 1999 sob o título de Traficando Informação, que contou com a faixa “Soldado do Morro”, que fez MV Bill ser acusado de apologia ao crime. Três anos depois, gravou o segundo trabalho, chamado Declaração de Guerra, com participações de artistas como Charlie Brown Jr. e 46 Novembro 2010 RAP Brasil
Nega Gizza. Sua discografia ainda abrange outros dois álbuns, Falcão, O Bagulho é Doido, de 2006, e Causa e Efeito, de 2010. Confira a seguir a entrevista com MV Bill: Quais as referências culturais das periferias no Brasil – músicas, filmes, literatura?
Se for para ter como referência o que toca nas rádios e o que passa na TV, nos tornamos um povo sem referência. Não que elas
não existam, mas parece que a todo momento temos que nos auto-afirmar para desconstruir a imagem de coitados e subalternos. A mídia central vem passando que imagem da periferia brasileira?
A de que os favelados só conseguem ascensão por uma arte que essa mídia despreza, ou através da criminalidade. Depois, nos enfiam goela abaixo seus artistas, que em muitos casos são verdadeiras aberrações culturais. Pois quando estamos assim brigamos.
Show Cultura brasileira, cultura popular, o que é e em que pé está?
Vejo violação tanto na cultura brasileira, a que tem a ver com a história do país, quanto na cultura popular, a que está na boca do povo. Aqui em Londres estou diante de uma situação paradoxal: a música brasileira por aqui está longe das “babas” que transitam pelas FMs brasucas. As pessoas mais antenadas conhecem mais da nossa história do que nós mesmos. Tem uma casa aqui chamada Guanabara, que toca música brasileira o tempo todo; no telão passam documentários falando da construção do Brasil, da musicalidade do Nordeste, da nossa multirracialidade. É mais fácil aprender sobre nós mesmos num club de Londres do que na TV brasileira (pelo menos para mim). Sua experiência como escritor de “Cabeça de porco” (*) contribuiu para sua experiência como músico?
Cabeça de porco me inspirou e continua a inspirar em várias atividades, não somente as ligadas à música. Um episódio musical foi muito forte: Soldado morto foi composta enquanto fazíamos as entrevistas, e à medida que os meus entrevistados
iam morrendo, a composição, de forma trágica, ia ganhando seu final, como na vida deles.
sa a ia pas d í m s A que o e d m guem image s só conse do a favela or um p o ã s dia ascen sa mí s e e s da u travé arte q a u o eza, . despr lidade a n i m cri
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Onde está a resistência cultural, hoje, no Brasil?
No jongo da Serrinha, nas rodas de partido alto do Rio, no maracatu pernambucano, no congado de BH, no funk carioca, no candomblé baiano, na música gaudéria do Sul… Por não estarem na mídia não quer dizer que seus artistas estejam mortos. Muitos são ovacionados aqui na Europa. É verdade que o rap braseileiro se apropria de culturas estrangeiras na construção de uma cultura brasileira genuína?
O caso do hip-hop é o mais evidente.
O hip-hop foi descoberto por um DJ jamaicano chamado Kool Herc, que em suas viagens entre o Caribe e a África do Sul descobriu que o canto falado das tribos africanas se assemelhava a um tipo de reggae feito na terra dele. A descoberta foi levada para os Estados Unidos e lá foi batizada de rap (rythm and poetry). Ao balanço foi acrescentada uma poesia que esbravejava sobre as mazelas do dia-a-dia, como o preconceito racial e as condições de moradia para o povo preto. Mais tarde o rap se juntou a outras manifestações, como a dança break, o grafite e o DJ; juntos, eles formaram a cultura hip-hop, hoje um fenômeno mundial. Hoje o hip-hop é a única forma musical a mexer em assuntos considerados polêmicos no Brasil; é a única a demonstrar preocupação social. Hoje podemos ver tambem como forma de protesto nossas musicas de rap, na nossa cultura a musica vem como forma de rotesto para protestar sim tudo o que vemos e vivemos na nossa vida e nas favelas de todo o Brasil e de todo mundo.
oãçagluviD :otof
(*) O livro Cabeça de porco é o resultado de um trabalho em duas fontes: entrevistas e imagens feitas por MV Bill e seu empresário Celso Athayde nos últimos sete anos, em favelas de nove estados brasileiros, com crianças e jovens que vivem no mundo do crime. A esta pesquisa original se associaram os textos do antropólogo Luiz Eduardo Soares – um conjunto de registros etnográficos sobre juventude, violência e polícia.
Rap Brasil Novembro 2010 47
Sonho
Rappers! “Meu sonho de ser rapper se tornou realidade”
Os Rappers que fazem sucesso no Brasil e no Mundo inteiro cantando musicas em forma de protesto,
D
irigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba se interessando por uma garota nova na cidade, convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas pela
48 Novembro 2010 RAP Brasil
Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “exnamorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leiase: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoá-lo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas. pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando, assim, uma lógica inesperada e repleta de contrastes. Hoje em dia as coisas são bem diferentes sabe é sim mas vale a pena todo esse sacrificio dificil, isso é complicado.
foto: divulgação
Polêmica
Saiba como foi o polêmico show do Facção Central numa balada de São Paulo Presidente do Chile visitou os 33 trabalhadores resgatados de mina.
C
o-produzido pela O2 Filmes de Fernando Meirelles, o documentário adota, como ponto de partida, a concepção de “A Viagem do Elefante”, que seria seu penúltimo livro. Com isso, temos a oportunidade rara de testemunhar um gênio em pleno processo criativo – e não deixa de ser um alívio constatar que, de certa forma, este processo envolvia muito silêncio, olhares perdidos, músicas e, claro, o inevitável jogo de paciência no computador. Saramago, aliás, se estabelece como um protagonista sempre fascinante: carrancudo, mas sempre carismático e inteligente, ele não hesita em compartilhar suas dúvidas e medos, chegando a se mostrar divertidamente satisfeito quando uma frase ou idéia bem construída lhe escapa dos lábios em certo momento, durante uma entrevista, chega a dizer: “Ô Pilar, venha cá! Acabei de falar uma coisa linda!”. Mas o escritor é, obviamente, apenas metade deste projeto: revelando-se fundamental para a carreira do marido, Pilar Del
Río surge, aqui, como uma mulher admiravelmente forte que, organizando o dia-a-dia de Saramago, desempenha papel vital na preservação de sua obra e mesmo de sua vida, já que, gravemente enfermo durante parte do período em que este projeto foi rodado, o artista dependeu pesadamente da esposa para se recuperar. Inteligente e dona de uma personalidade repleta de energia, Pilar parece estar sempre atuando em várias frentes ao mesmo tempo, organizando as viagens do marido, acompanhando-o e protegendo-o durante estas jornadas, presidindo a fundação que leva o nome do escritor e até mesmo construindo uma biblioteca na residência que ocupam na Espanha – e não é à toa que, eventualmente, ela também passa a receber homenagens em função de sua importância na obra de Saramago. Fotografado com competência por Daniel Neves, que confere tons melancolicamente evocativos às vinhetas de transição que trazem belas paisagens, José & Pilar
também impressiona graças à eficiente montagem de Cláudia Rita de Oliveira, que acerta particularmente ao retratar o cotidiano exaustivo de viagens e compromissos do casal. Além disso, é sempre emocionante rever a cena que traz Saramago compartilhando, emocionado, sua satisfação com Fernando Meirelles depois de assistir a Ensaio Sobre a Cegueira pela primeira vez. Acima de tudo, no entanto, o revela absoluto do escritor com sua profissão: aos 84 anos, ele jamais deixa de atender pedidos de fotos, autógrafos entrevistas, artistas infinitamente menores Fotografado com competência por Daniel Neves, que confere tons transição que trazem belas paisagens bviamente, apenas metade deste projeto. ambém atua no sentido de humanizar um autêntico ícone. eríodo em que este projeto foi rodado, o artista dependeu até mesmo construindo mesmo construindo.
Rap Brasil Novembro 2010 49
Arte
Saiba tudo o que aconteceu e os premiados do concurso de grafite no Rio de Janeiro. Concurso que reuniu mais de 10 mil grafiteiros do Brasil inteiro.
A
conteceu na ultima terçafeira (28) um dos shows que teve muita repercussão, algumas positivas e outras negativas. Porém quem compareceu pode ver que não devemos julgar um lugar pelo seu endereço, temos
52 Novembro 2010 RAP Brasil
que saber o corre que o nosso pessoal do Rap está fazendo para que eventos aconteçam. Na entrada do Black Bom Bom o pessoal fica acomodado em um ambiente bem agradável onde um DJ residente estava tocando
algumas black music. Por volta da 1h da manhã abriram a entrada para a pista principal onde aconteceriam os shows. Quem recepcionou a galera foi o DJ King, que tocou vários sucessos da Black Music e fez
Na entrada do Black Bom Bom o pessoal fica acomodado em um ambiente bem agradável onde um DJ residente estava tocando algumas black music. Por volta da 1h da manhã abriram a entrada para a pista principal onde aconteceriam os shows. Quem recepcionou a galera foi o DJ King, que tocou vários sucessos da Black Music e fez o público ir ao delírio tocando vários sons de Rap Nacional. Precisamos de atitudes assim, atenção Dj´s toquem mais Rap Nacional nas festas!!! Pelas Pick-up´s também passou o DJ e produtor Zé Gonzales, mais conhecido como Zegon que também colocou geral pra dançar. Na sequência foi a vez do anfitrião Don Pixote abrir a noite de shows que começou mil grau com a música que já é sucesso total “Aquecendo as Naves”, junto com ele veio uma banca de peso do Rap Nacional Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue, Lino Crizz, Helião, Du Bronk´s e Black Blue na contenção. O Dj deste timaço foi o próprio Zegon. Eles mesclaram vários sucessos, como “Toda Noite” que teve participação de Helião, na seqüência Mano Brown puxou alguns hits dos Racionais Mc´s e levou o público ao delírio mandando
sons como Eu sou 157, Homem Invisível, e finalizou com chave de ouro com a Vida Loka pt 2. Depois deste time de peso foi a vez de um dos principais grupos de Rap do Brasil adentrar o palco… Depois de muita polêmica o Facção Central levou o Espetáculo do Circo dos Horrores à região dos jardins, para quem pensou que eles seriam um estranho no ninho se enganou. Eduardo e Dumdum cantaram
Em um dos seus discursos Eduardo citou: - Tô ligado que tem uma pá de mano que é da favela aqui sim… O boy é o opressor e não o cara que paga 20 conto pra vir num evento. - O público do rap nacional tem que chegar cada vez mais, a cidade é nossa…ninguém é igual a ninguém, aquele que não sabe respeitar as diferenças não pode ser do rap nacional. Apenas um pequeno trecho de seus discursos contundentes. Quem recepcionou a galera foi o DJ King, que tocou vários sucessos da Black Music e fez o público ir ao delírio tocando vários sons de Rap Nacional. Precisamos de atitudes assim, atenção Dj´s toquem mais Rap Nacional nas festas!!! Pelas Pick-up´s também passou o DJ e produtor Zé Gonzales, mais conhecido como Zegon que também colocou geral pra dançar.
com muita energia e mandou vários sons de peso tais como, O espetáculo do circo dos horrores, Enterro de um Santo, Isso aqui é uma Guerra, entre outras.
Depois deste time de peso foi a vez de um dos principais grupos de Rap do Brasil adentrar o palco… Depois de muita polêmica o Facção Central levou o Espetáculo do Circo dos Horrores à região dos jardins, para quem pensou que eles seriam um estranho no ni-nho se enganou.
Rap Brasil Novembro 2010 53
foto: divulgação
E.M.I.C.I.D.A
O mestre do rap freestyle
O
vento do rap nacional anda soprando pro norte e tal direção já se mostra promissora. No princípio a atenção era voltada pra Zona Sul (de onde saíram os “monstros” Thaíde e DJ Hum, Racionais MCs e Sabotage), mas o tempo se encarregou de espalhar os olhares do hip-hop pelos quatro ventos: para a Zona Oeste (com nomes como RZO e SP Funk), para a gigante Zona Leste (de onde despontaram grupos fortes como o Ao Cubo e Trilha Sonora do Gueto.
O nome real é Leandro Roque de Oliveira, mas o apelido caiu como uma luva de boxe. Nas batalhas de freestyle, E.M.I.C.I.D.A é um tirano assassino. Com perspicácia e acidez nas frases, o flow do rapper assusta. Quando começa a desferir suas rimas como um pugilista pode ter certeza que alguém vai cair. Da brincadeira, fez
Pra ilustrar o fato, temos três representantes da Z/N no VMB desse ano (a premiação da MTV rola no dia 1° de outubro) na categoria de rap. Além do RZO e do carioca MV Bill, estão no páreo o rapper Kamau (com seu inspirado Non Ducor, Duco), o grupo da Vila Galvão Relatos da Invasão, e o matador no freestyle, E.M.I.C.I.D.A.
coisa séria, rimando em batalhas de MCs e vencendo diversos campeonatos (das batalhas do metrô Santa Cruz e Rinha dos MCs, ambos em Sampa, até a liga dos MCs – São Paulo e nacional). A coisa séria virou o currículo do garoto magro que começou a ser convidado pra rimar na noite e, daí, começou a apresentar seus sons. O improviso se tornou rotineiro e, até
pra gravar seu álbum, E.M.I.C.I.D.A foi improvisando. Se acha que estou exagerando, assista à final da Liga dos MCs 2006. A banda paulista Projeto Nave arranja com propriedade a canção de abertura, “É Necessário Voltar ao Começo”, um desabafo comum a quem vive na megalópole e de quem faz rap. Assim como existe a atitude e postura rock’n roll e a malandragem típica do samba, o rap acaba passando por osmose uma postura de insatisfação que pode, ou não, extrapolar).
é tipo oração, “Freestyle só se faz, não pensa ”
54 Novembro 2010 RAP Brasil
O rap nacional passa por uma transição e busca diversificar a sonoridade e o discurso, mantendo a tradição de contestar. E.M.I.C.I.D.A busca novos caminhos e mantém a fluência e o instinto do improviso, norteando o rap nacional pra níveis ainda melhores.A coisa séria virou o currículo do garoto magro que começou a ser convidado pra rimar na noite e, daí, começou a apresentar seus sons.
Arte
O Grafite e sua Arte!
Grafiteiros enfeitam as ruas do mundo com suas artes, algumas abstratas e outras realistas.
D
irigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, ele acaba se interessando por uma
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garota nova na cidade, convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto, no Canadá) de forma
Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se abalado pelo término de uma relação. Baixista de uma banda de garagem, e l e acaba s e
interessando por uma garota nova na cidade, Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “ex-namorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-
se: Toronto, no Canadá) de forma realista e relativamente deprimente apenas para, em seguida, povoálo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado as ruas da cidade surgem tristes e cobertas pela neve, por outro o cineasta introduz grafismos como cartões que resumem as características dos personagens ou letreiros que salientam certos sons através de onomatopéias que tomam conta da tela, criando,
assim, uma lógica inesperada e repleta de contrastes.Dirigido pelo britânico Edgar Wright a partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente encontre-se Ele nunca desiste de seus sonhos diz que sempre que possivel ira f banda de garagem, ele acaba se
interessando por uma garota nova na cidade, Ramona Flowers (Winstead), convencendo-a a aceitar um encontro. O que Pilgrim não sabe, no entanto, é que a moça tem sete “exnamorados do mal” e que, para continuar o namoro, ele terá que derrotar todos eles. Adotando uma abordagem narrativa complexa e curiosa, Wright (responsável pelos excelentes Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso) faz uma opção brilhante ao retratar a ambientação daquele universo (leia-se: Toronto,. partir do roteiro que escreveu ao lado de Michael Bacall, o projeto traz Michael Cera vivendo seu habitual tipo nerd fracote/ inseguro, mas com uma diferença importante: aparentemente, apesar da voz trêmula e do jeito frágil, Scott Pilgrim (Cera) é um conquistador nato, mesmo que recentemente entende-lo com personagens de natureza fantástica e muitas vezes caricatural. Se por um lado os rapazes hoje em dia. Rap Brasil Novembro 2010 57