TGI I | Mariana Cristina Adão

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ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS A COMPOSIÇÃO DO LUGAR


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ENTRE RUÍNAS E MEMÓRIAS A COMPOSIÇÃO DO LUGAR


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Mariana Cristina Adão Trabalho de Graduação Integrado I Instituto de Arquitetura e Urbanismo CAP Joubert José Lancha GT Simone HelenaT. Vizioli USP São Carlos Jun/2014


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ÍNDICE

UNIVERSO PROJETUAL

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AÇÕES PROJETUAIS

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LUGAR

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PROGRAMA

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PROJETO

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BIBLIOGRAFIA

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UNIVERSO PROJETUAL

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UNIVERSO PROJETUAL


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UNIVERSO PROJETUAL

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O trabalho de um arquiteto engloba diversos fatores que vão desde a construção até criação artística. No entanto, deve-se saber em qual medida utilizar tais fatores, pois “enquanto satisfaz apenas às exigências técnicas e funcionais, não é ainda arquitetura; quanto se perde em intenções (COSTA, 2011, p. 22) Soma-se a isso, a dependência da arquitetura de seu meio social e físico, da época na qual ocorre, das técnicas ceiros disponíveis. “A história da arte mostra que a arquitetura sempre foi parte integrante no processo da criação artística como manifestação normal de vida. Ela engloba, portanto, a própria história da arquitetura, constituindo-se, então, por assim dizer, no ‘álbum de família’ da humanidade. É através que podemos, refazer, de testemunho em testemunho, os itinerários percorridos nessa apaixonante caminhada, não na busca do tempo perdido, mas ao encontro do tempo que 2011, p. 17) A arquitetura, e outras formas de expressão artística, representam memórias de um tempo, lugar e cliente determinados, podendo este último ser apenas um indivíduo ou toda uma sociedade. O que observamos em arquitetura nos dias de hoje é um grande descaso por essas memórias, sendo que, muitas totalmente abandonadas, tornando-se lugares de riscos para quem se atreve a desvendá-los.


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Dessa forma, o que procuro trabalhar no meu TGI é como interferir nesse lugares, repletos de camadas – sendo essas aqui trabalhadas como camadas do tempo – compondo com o contexto onde está inserido. O que pretendo é fazer das memórias um passado vivo no presente. Para isso, foi necessário pesquisar diferentes formas de se trabalhar e interpretar a memória, por meio de teoria e projetos arquitetônicos. Pierre Nora é um dos autores que trabalha com esta questão e cujo texto “Entre memória e história: a problemáMemória. Nele, Nora descreve memória como oposição a história, sendo a aceleração da história a causa da morte da memória. Entretanto, apesar de colocar a memória como oposta à história, o autor mostra que esta é essencial para a existência daquela, uma vez que é a história que transporta a memória através do tempo e que, com a distância e a mediação, a memória passa a ser história. Essa passagem de memória para história é caracterizada pela mudança dos produtores de memória. Nos tempos clássicos, os produtores de arquivos eram as grandes famílias, Igreja e Estado, hoje, todos escrevem suas Memórias. Existe, assim, o dever de memória, cada um é historiador de Nora diz que a memória passou do histórico ao psicológico, do social ao individual, da repetição para a rememoração, do público ao privado e do coletivo aos homens-


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-memória. mória, das sociedades-memória – igrejas, escolas, famílias e Estado – que faziam a transmissão de valores, e das ideolodo passado para o futuro. Isso teve como causa o fenômeno como meios de memória. Sem esses meios, a memória cada vez menos é vivida no interior e sente necessidade de suportes exteriores, ou seja, de se criar locais de memória,

O que se esquece, na arquitetura, é que esses lugares não necessariamente precisam fazer parte da história de uma sociedade inteira, sedo um marco de um tempo. Também são considerados lugares de memórias locais com mesmo, uma família. O importante são as camadas presentes nesses lugares. A Casa Lutzenberger, de Porto Alegre, é um exemplo disso. Uma memória íntima e particular, mas não menos importante que outras memórias. Outra autora que também escreve sobre memória é Maria Célia Paoli. Segundo ela, no texto “Memória, história mônio e passado possuem sentidos múltiplos, pois vêm de deve evocar dimensões da cultura como um passado vivo, acontecimentos e coisas que merecem ser preservadas porseja, patrimônio histórico é um lugar de memória com uma ca que todo lugar de memória é patrimônio histórico.

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Casa Lutzenberger Porto Alegre / RS Projetada pelo arquiteto e artista plático Joseph Lutzenberger, em 1932, foi reformada por Kiefer Arquitetos em 2010.


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No entanto, como lembra a autora, observa-se que quando se fala em patrimônio histórico pensa-se quase sempre em uma imagem congelada, como museus, monumentos, obras de arte e documentos, sendo a preservação desse expressar as experiências sociais. Deve-se mudar essa visão de patrimônio e a arquitetura é uma forte arma para essa transformação. Porém, isso não deve ser como vem ocorrendo, onde há apenas duas ações possíveis para a história: destruição ou conservação, sendo esta, a partir da preservação ou da construção do passado. produção do novo: o passado é visto como tendo pouco testemunho de algo superado. A construção do passado é vista como um sentimento de nostalgia. Ambos possuem as tivo no passado e a história torna-se um processo acabado e fechado. Esse é um modo abstrato de se absorver a história, sendo assim, ela não é uma forma de conhecimento, nem social, o que gera uma sociedade sem cidadania. Um exemplo inverso disso é o SESC Pompéia, onde o passado é continuamente vivido e descoberto no presente e ambos os tempos convivem harmoniosamente. Segundo Nora, no passado, nação, história e memória viviam em simbiose. Então, Estado-Nação foi substituído por Estado-Sociedade, história como tradição de memória foi substituída por história como laboratório das mentalidades


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SESC Pompeia São Paulo / SP Lina Bo Bardi 1977-1986


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do passado e a legitimação pelo passado cedeu lugar à legitimação pelo futuro. Com a retomada de suas autonomias, nação passa a ser um dado, história, uma ciência social e memória, um fenômeno privado. Entretanto, é necessário fazer com que a produção incida sobre a questão da cidadania. Isso implica passar a história e política de preservação e construção do passado para

de validade histórica. dos acontecimentos passados e presentes e torna-se a históapenas estes testemunhos, sem se importar se restaram e ilegitima essas memórias. Essa talvez se articula como a maior parte das políticas de preservação no Brasil. O que tem sido feito é recriar a memória dos que perderam a visibilidade de suas ações e resgatar essas ações e suas utopias não realizadas. Aposta na existência de memórias coletivas e heterogêneas, mas que são fortes referências de grupo, mesmo que com fraco nexo com a história “origisilenciadas se reencontrem com a dimensão histórica. É necessário produzir um direito ao passado com crítica e subversão constante das versões instituídas. O reconhecisente da generalização da cidadania. Esse reconhecimento aceita os riscos da diversidade e de encontrar as solicitações


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por uma memória social que venham baseadas em seu valor simbólico, mesmo que sejam locais, pequenas, quase famicomo no SESC Pompéia, onde o novo e o antigo “(...) estão (DE OLIVEIRA, 2006), e também na casa Lutzemberger que, segundo Jorge Figueira, procura “(...) recriar um layer temporal, que não tem de necessariamente moralizar ou denunciar o tempo preexistente ou demonstrar um virtuosismo do -se pela produção de uma cultura que não repudie sua própria historicidade, mas que possa dar-se conta dela pela participação nos valores simbólicos da cidade. ção de Nora dos lugares de memória, que, segundo ele, são momentos da história arrancados do movimento da história, lugares de história com vontade de memória, tudo o que administra a presença do passado no presente. Os lugares de memória possuem dois domínios: simples e ambíguos, e funcional, presentes simultaneamente, porém, em graus diversos. O estudo dos lugares, segundo Nora, é uma encruzilha-

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tanto, viver integralmente sob o signo da memória esvazia os lugares daquilo que os fazem lugares de memória, havendo a necessidade de manifestações da vida social. de memória, onde o passado ainda é vivo e possui uma


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Praรงa das Artes Sรฃo Paulos / SP Brasil Arquitetura 2006-2012


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intensa manifestação da vida social, ou seja, “(...) contém VIUS, 2013).

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Para aprofundar essa discussão, o texto “Estrutura dos como as obras de arte. O que os diferencia é que os fatos urbanos são produzidos pelo público e as obras de arte, para o público. Por isso, fatos urbanos não se explicam por suas funções, que se alteram com o tempo. Também são considerados coletivos, por serem progresso da razão humana, e individuais, por serem uma forma organizada no tempo e espaço. Devem ser vistos em suas totalidades, ou seja, em em seu entorno, e, como destaca o autor, deve-se entender que conceituar um fato urbano é diferente de vivê-lo. Rossi diz que fatos urbanos persistentes podem ser vistos como monumentos, pois são fatos propulsores do desenvolvimento e se conservam durante a evolução da cidade. Ainda segundo Rossi, a arquitetura da cidade pode ser representada de duas formas divergentes: a cidade como um grande artefato, ou seja, uma grande obra de engenharia e arquitetura que cresce no tempo, ou por entornos limitados, com arquitetura própria, e, portanto, forma própria. Isso interfere diretamente na forma como se constituem as permanências, podendo se tornar aberrações, quando estão isoladas, não acrescentando nada nem podendo ser acrescentadas, ou elementos propulsores, quando a forma do passado assume uma função diferente, mas continua ligada à cidade. Esses elementos propulsores tem grande carga de me-


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mória. Porém, para Nora, o que chamamos hoje de memória já não é mais memória, e sim, história. A memória verdadeira é espontânea, social, coletiva, globalizante e imediata, como gestos, hábitos e ofícios, enquanto a memória transformada por sua passagem em história é voluntária, deliberada, psicológica, individual, subjetiva e indireta. Isso compõe a metamorfose contemporânea. O que pretendo trabalhar no meu TGI é a coexistência de memórias e tempos, pois acredito que há diversos meios de se projetar em lugares repletos de memória sem recorrer a uma ação totalmente destruidora ou conservadora.


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AÇÕES PROJETUAIS 21

AÇÕES PROJETUAIS


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É possível compor com o lugar, sem que este perca suas memórias, mas some novas memórias? É com essa indagação que começo a pensar em quais ações projetuais adotar. Falar em camadas do tempo vai além da passagem cronológica, abrange também as memória, relações sociais, econômicas... E na arquitetura podemos perceber como o passado foi e o presente é contado. Assim, são essas cama-


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PROCESSO

do obejto de pré-TGI. madas, materialidade, seleção e luz e sombra.

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Objeto de pré-TGI


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Montagem

Colagem

Xerox


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Procurei reforçar essas questões nas transcrições do objeto, e a partir delas vieram dois conceitos importantes: interdependência da obra e lugar e seleção. A interdependêncis da obra e lugar que tanto o objeto depende do lugar quanto o lugar depende do objeto para existirem como tais, ou seja, quando A seleção esconde ou revela situações do lugar, o que é importante destacar para que a obra e o lugar convivam em nas memórias do presente. a COMPOSIÇÃO. Compor a obra com o lugar, de modo que ambos se contaminem formando um só lugar com rica diversidade. A imagem ao lado traz uma síntese desse processo, no qual pego como lugar de estudo a estação ferroviária de São Carlos e suas memórias e procuro compor um lugar


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LUGAR 29

LUGAR


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LUGAR 31

O lugar escolhido localiza-se no município de Lençóis Paulista / SP a 300 kM de São Paulo e 50 kM de Bauru. A cidade possui aproximadamente 61.500 habitantes.

N

milhas km

200 400


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N


LUGAR 33


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N


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Usos Residencial Serviço Comercial Institucional Misto com habitação N

Área verde


LUGAR 37


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Fluxos Via arterial Via coletora N

Via local


LUGAR 39


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LUGAR 41

Implantação e corte do terreno.


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Corte da torre.

O lugar pertencia a uma antiga destilaria, construída às pressas em 1943, para suprir as necessidades energéticas ra, logo foi abandonada.

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área a Casa da Cultura e o Museu Histórico da Cidade, que funcionou por 10 anos. Em dezembro de 1989, iniciou-se o processo de tombamento pelo CONDEPHAAT. encontram-se espalhados pela cidade. O projeto vencedor foi do Metrópole Arquitetos. Nas páginas a seguir seguem algumas fotos do lugar. As maiores são atuais e as menores, de 1983.


LUGAR 43


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LUGAR 47


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A atual situação do lugar gera as seguintes indagações: O que deve ser mantido? O que deve ser destruído? O que deve ser recontruído? De que forma deve ser reconstruído? Quais memórias devem ser preservadas? Essas indagações foram essenciais para a constituiçõa do projeto.


PROGRAMA 49

PROGRAMA


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Bi Espaço Cultural

Casa

Áreas culturais existentes Área de intervenção Eixos culturais existentes Novo eixo cultural N


iblioteca

a da Cultura

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Museu


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A proposta é criar uma nova área que promova atividades culturais, ampliando, assim, o polígono cultural existente, que atualmente é composto por quatro áreas: Biblioteca Municipal Origenes Lessa, Espaço Cultural Cidade do Livro, Casa da Cultura Profª Maria Bove Coneglian e Museu Alexandre Chitto. A Casa da Cultura é um espaço cultural com diversos programas, e engloba cursos de dança, teatro, música e a orquestra de sopros da cidade. Entretanto, é um lugar sem uma nova área para abrigar a orquestra e a instrumentalização musical. Dessa forma, há a possibilidade de se criar um espaço amplo que, além de servir como local de ensaio e apresentações, pode abrigar salas para ensino, trazendo novas oportunidades para a sociedade. A criação de uma nova área cultural, resulturá em um novo eixo, ampliando o polígono cultural que encontra-se concentrado no centro da cidade.


PROJETO 53

PROJETO


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O primeiro passo para a concepção do projeto foi decidir o que, da construção existente, permaneceria como ruína, o que seria destruído e o que seria restaurado. As ruínas cedem uma beleza ímpar ao lugar, entretanto, oferecem riscos para quem as percorre, por estarem num estado de degradaçõa muito grande. Assim, deve-se ter muito cuidado com as áreas que permanecerão como ruínas. Essas áreas farão parte dos percursos do projeto, que convidam as pessoas a percorrerem todo o lugar, desvendando suas memórias e histórias. As construções restauradas preservarão suas fachadas em sua forma original e terão seus interiores reconstruídos com novas estruturas, para não afetar o existente.

Planta da destilaria Restauro Ruínas Retirado


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Chaminé

Tanque

Galpão

Torre

Galpão

Cobertura

N


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ção de eixos que norteassem o projeto.

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O primeiro deles é marcado por uma passarela que corta toda a parte sul da área. Essa passarela compõe um percurso diferenciado que se inicia na torre, passa sobre as ruínas, to ao público que, além de ser contemplativo, faz a ligação entre as três construções utilizadas pelo conservatório. O segundo eixo mostra-se como uma continuação do primeiro, a medida que se inicia em uma das extrimidades do anterior. Este eixo é quase totalmente composto pela percurso, a 50 centímetros do solo, por um tablado de madeira, que se transforma gradativamente em uma escada, atingindo o ponto mais alto do lugar: um tanque, agora como forma de um mirante. Desse ponto é possível ver uma grande extensão da cidade, além de todo o parque e o conservatório.

Implantação Eixo Passarela


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N


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Além dos percursos formados pelos eixos, outros percurdos acessos e caminhos. Estes percursos, como nos dois anteriores, também geram enquadramentos e surpresas a quem os percorre.

N


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de contemplação. É possível fazê-lo de diferentes maneiras. Também neste percurso encontra-se uma área de estar com café localizado no galpão restaurado.


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Outro percurso é melhor visto como o início de dois outros percursos. Um, subindo o talude em direção norte, que dá acesso à área mais densa de vegetação. Outro, percorrendo a parede externa do foyer, em direção ao sul. Aqui acontece a entrada principal de convidados para os concertos.

área de passagem, dando, também, acesso ao café que possui em uma das extremidades o foyer, e na outra, uma pequena praça para recepcionar, principalmente, professores e funcionários do conservatório, cuja a entrada principal encontra-se na torre.


PROJETO 65

O pedestre, ao chegar pela praça, vai descobrindo, aos poucos, as memórias do lugar. A vegetação abre-se gradativamente para o antigo, criando enquadramentos do lugar.

Seguindo o percurso há um extenso gramado que não se caracteriza propriamente em um caminho, mas muito mais um estar. Em dias de apresentações, este gramado pode se transformar em um auditório a céu aberto, uma vez que o prédio do auditório tem a possibilidade de se abrir para o exterior.


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No percurso seguinte têm-se uma apreensão quase total da área, deixando apenas o existente ser descoberto gradativamente.

O último percurso é mais direcionado para a escola que existe ao norte da área. Aqui há uma ligação entre a escola e o segundo eixo do projeto, passando pela área dos tanques, onde haverá objetos sensoriais lúdicos, que tenham mais relação ao som, fazendo com que quem passe por ali sinta a curiosidade de participar da sociabilidade


PROJETO 67

do lugar e um pouco do que ocorre em cada uma das construções. Uma das áreas mais sociais do projeto torna-se o pátio do café, pois acaba atraindo não apenas músicos, alunos e funcionários, mas também toda a população da região e quem estiver passando pelo local. Como já dito anteriormente, este galpão terá sua fachada restaurada e seu interior será reconstruído de modo que o novo uso e as memórias coexistam harmoniosamente. Uma cobertura de estrutura metálica e vidro faz a transição entre o auditório e o café.

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,60

12,30

4,80

Acesso a partir das ruínas Acesso a partir do auditório


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11,00

25,50

9,00

9,00

Acesso à passarela

Entrada da torre

A torre é outra existência que terá sua fachada restaurada. Seus cinco andares serão reconstruídos e abrigarão salas de professores e administração do conservatório. A escada e elevador que dão acesso à passarela serão abertos ao público.


PROJETO 69

O auditório é o nó articulador de todo o projeto. Construído com concreto pré-fabricado, terá capacidade para aproximadamente 300 pessoas. Internamente é cortado pela passarela, que, em seu interior, perde a cobertura, transformada em um guarda corpo. Anexo ao auditório, encontra-se o foyer, cuja a cobertura, junto com a cobertura do estacionamento, é o piso longitudinal, para que a parte mais próxima ao palco seja a entrada dos músicos. O palco, por sua vez, abre-se para o gramado a sua frente, tendo, assim, a possibilidade de concertos ao ar livre.

13,00

25,05

Saída para o café

40,1

0

Entrada do público a partir da avenida Entrada do público a partir do estacionamento Entrada de músicos


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,38

60,27

10,00

16

Acesso à passarela Acesso pelo parque

Acesso pelo pátio

por uma “pele” de brise de aço corten. Aqui se localizará salas de aulas práticas, teóricas e salas de ensaio no centro, sendo a circulação pela laterais. Os pilares possuem seu centro vazado para a passagem de instalações elétricas e hidráulicas. Seu térreo vazado oferece-lhe ainda mais leveza, contrapondo com a estrutura mais pesada do auditório, além de ser um grande pátio de convivência entre alunos, professores e músicos.


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O projeto visa, prioritariamente, a harmonia entre as memórias existentes com as memórias que virão a existir. As tato com o passado, dando continuação a sua história antes interrompida e abandonada.


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BIBLIOGRAFIA


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BIBLIOGRAFIA 77

Livros COSTA, Lúcio. Arquitetura. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011. NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. In: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Departamento de História. Projeto História 10. São Paulo, 1981, p. 7-28. PAOLI, Maria Célia. Memória, história e cidadania: o direito ao passado. In: São Paulo (cidade). Secretaria Municipal de Cultura. Departamento do Patrimônio Histórico. O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania/DPH. 1992, p. 25-28. ROSSI, Aldo. Estrutura dos fatos urbanos. In: ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2004. Parte I, p. 13-59.

Artigos de revistas FIGUEIRA, Jorge. Nem passivo, nem ostensivo. Revista aU, São Paulo, ano 27, n 225, p. 43-47, Dez./2012. FRAJNDLICH, Rafael Urbano. Sonoro monólito. Revisa aU, São Paulo, ano 28, n 227, p. 24-33, Fev./2013.

Websites DE OLIVEIRA, Olivia. Repasses. A depredação material e espiritual da obra de Lina Bo Bardi. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 068.01, Vitruvius, jan. 2006 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.068/387> Acesso


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em 15 abr 2014. PORTAL VITRUVIUS. Praça das Artes. Projetos, São Paulo, ano 13, n. 151.03, Vitruvius, jul. 2013 <http://vitruvius.com.br/ revistas/read/projetos/13.151/4820> Acesso em 15 abr 2014


BIBLIOGRAFIA 79


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