Urbanismo ll

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Urbanismo ll


Urbanismo Sustentável

David Maciel Mariana Fonsêca Pedro Azevedo Raísa Fragoso


Apresentação O seguinte estudo foi desenvolvido na disciplina de Urbanismo ll, da Universidade Católica de Pernambuco, orientado pelas professoras Lourdes Nóbrega e Clarissa Duarte e visa o diagnóstico urbano, a elaboração de diretrizes e planos específicos da área analisada em Urbanismo l, que compreende o Bairro de São José. O diagnóstico foi obtido à luz dos conceitos e recomendações do Urbanismo Sustentável, de Douglas Farr, Cidades para Pessoas de Jan Ghel, e Cidades para um Pequeno Planeta, de Richard Rogers.


Sumário Introdução

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Por um Urbanismo Sustentável 1.1 Do global ao local 1.2 Urbanismo Sustentável

Princípios do Urbanismo Sustentável 2.1 Crie bairros nos quais se possa caminhar 2.2 Crie uma gama de oportunidades e escolhas de habitação 2.3 Promova lugares diferentes e com senso de lugar 2.4 Misture os usos do solo 2.5 Preserve espaços abertos e ambientes em situação crítica 2.6 Proporcione uma variedade de escolhas de transporte 2.7 Estimule a colaboração da comunidade e dos envolvidos 2.8 Tire proveito de projetos e construções compactas

Referências Bibliográficas


Introdução Será que podemos dizer que essa geração nossa é hipócrita ou apenas que ela pouco se importa com o futuro do nosso planeta? Ao longo dos anos, somos bombardeados por informações sobre sustentabilidade, sobre as transformações que vem acontecendo na terra nos últimos anos(principalmente sua degradação) e vemos congressos e mus congressos sobre meio ambiente e clima, onde se discutem as causas, consequências e meios para minimizar os efeitos dessa transformação. E dentro do que nos foi apresentado, um dos principais fatores apontado, foi a vida nas cidades, que cada vez mais crescem e nascem de forma totalmente desordenada e sem planejamento nem preocupação com o meio ambiente, esgotando cada vez mais os recursos naturais e destruindo os ecossistemas, através as mesmas formas, as fábricas, os automóveis, os resíduos gerados pelo consumo exagerado e etc. Hoje, o urbanismo sustentável deixou de ser algo no campo hipotético e passou a ser a resposta para problemas de destruição do meio ambiente, já que, nele está inserido o conceito de desenvolvimento sustentável, onde, se utilizam os recursos de forma consciente, para que ainda haja matéria prima para as gerações futuras, embasado por estudiosos como Richard Rogers e Douglas Farr, essa degradação não é apenas efeito da urbanização, mas está diretamente ligada a forma de vida que se escolhe. Optando em ser refém do automóvel nas atividades diárias, a quantidade de gases lançados na atmosfera é absurda e essa escolha afeta a todos. No intuito de trazer os conceitos do urbanismo sustentável, gerar diretrizes e planos específicos para a área em análise dentro do perímetro que compreende o bairro de são josé, traçamos um raio-x urbano baseado nos estudos feitos nos livros; Cidades para um pequeno planeta (Richard Rogers, 2015) e Urbanismo Sustentável (Douglas Farr, 2013) A área de análise é caracterizada predominantemente por edificações comerciais, pouquíssimas residências sobrevivem ao tempo e ao descaso do Estado para com o bairro. Um bairro que um dia já funcionou como organismo vivo com os Batutas de São José; a esquina do Ipam, e tantos outros equipamentos que não só modificava seu aspecto em horários fora do comercial, mas que dava vida ao lugar. Na região encontramos também, equipamentos como o metrô que dá suporte a área que hoje é predominantemente comercial. Inserida numa ZEDE (Zona Especial de Desenvolvimento) conta com alguns equipamentos como o galo da madrugada, o camelódromo, e o mercado de São José. O território possui baixa densidade populacional apesar de se encontrar em local privilegiado, a falta de equipamentos que proporcionem boa integração entre o bairro e os moradores não só nos horários de pico, ditos, comerciais. O transporte público na área é presente, porém, mal gerido, as linhas funcionam mais em horários de pico e o outro modal que é o metrô não funciona até tarde. Assim, no decorrer do estudo, podemos perceber que a área analisada não atende em praticamente nada aos princípios do urbanismo sustentável, mas, indubitavelmente possui potencialidades para atingi-lo e assim se tornar um local sustentável.



01 Por um Urbanismo Sustentรกvel


1.1

1.1

Do global Ao local

Nossa biosfera possui uma beleza fantástica, porém, uma fragilidade de mesmo tamanho. Na busca por riqueza sem limites, nós usurpamos todos os fatores de suporte à vida na Terra. Nossa sociedade sempre sobreviveu graças ao equilíbrio entre população, recursos naturais e meio ambiente, e o descaso a esse sistema, juntamente com a expansão da população mundial, trouxe desastrosas consequências. Para o arquiteto e urbanista britânico Richard Rogers, estamos testemunhando a “conformação de uma catástrofe ambiental” (ROGERS, 1997). “[...] meu argumento é que devemos usar o ‘princípio da precaução’ e tomar alguma atitude para garantir a sobrevivência de nossa espécie neste planeta.” Cidades Para Um Pequeno Planeta. ROGERS, 1997. A capacidade das cidades está sendo explorada até o seu limite. Atualmente, metade da população mundial vive nas cidades, e esta grandeza poderá atingir até três quartos dos habitantes do planeta, em apenas 30 anos. Esse crescimento populacional urbano e os sistemas ineficientes de moradia estão acelerando a taxa de aumento da poluição e erosão. Tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, a expansão da população se dá em tal índice que os padrões tradicionais de acomodação tornaram-se obsoletos, e em todos os lugares a situação da população é amplamente negligenciada. As cidades estão produzindo uma enorme instabilidade social, onde o aumento do grau de pobreza perpetua o ciclo da destruição e poluição. Esse quadro mostra que as questões sociais e ambientais estão entranhadas, onde sociedades e cidades caracterizadas por desigualdades sofrem intensa privação social e causam danos ainda maiores ao meio ambiente. A injustiça social em todas as suas formas (pobreza, desemprego, saúde comprometida, ensino de má qualidade, conflitos...) prejudicam a capacidade de uma cidade ser ambientalmente sustentável. Sem a paz e garantia da aplicação dos direitos urbanos básicos, não pode existir harmonia urbana ou melhoria ambiental autêntica. A falta de equidade básica é o que constantemente anula as tentativas de harmonização da sociedade e humanização de suas cidades. A sociabilização dos espaços urbanos está sendo cada vez mais dilapidada, onde as mais recentes transformações da cidade refletem o compromisso da sociedade na busca de riquezas pessoais. A riqueza tornou-se um fim em si mesma, em vez de estabelecer-se como um meio de atingir metas sociais mais amplas. O resultado dessa tendência é o declínio da vitalidade dos nossos espaços urbanos. O cientista político Michael Waltzer classifica o espaço urbano em dois grupos: espaços monofuncionais e multifuncionais. O primeiro é o espaço urbano que preenche apenas uma função, que atende ao desejo de autonomia e consumo particular, o segundo foi pensado para uma variedade de usos, participantes e usuários, reunindo sentimentos de tolerância, consciência alerta, respeito mútuo e identidade. Contudo, no processo de planejar as cidades para atender à demanda particular, o espaço multifuncional deu lugar ao espaço monofuncional, destruindo a própria ideia de cidade abrangente. Com isso, desaparece a cidadania e a vida na cidade torna-se dividida, com os ricos situados em territórios protegidos e os pobres fechados em guetos ou favelas. “As cidades foram originalmente criadas para celebrar o que temos em comum. Agora, são projetadas para manter-nos afastados uns dos outros.” Cidades Para Um Pequeno Planeta. ROGERS, 1997.


Para Rogers, a evolução da arquitetura e do planejamento urbano são a chave para garantir o nosso futuro, através da criação de cidades que possam ser a centelha para restaurar a harmonia da humanidade com o meio ambiente. Ele acredita que a arquitetura, o urbanismo e o planejamento urbano podem evoluir ainda mais para nos proporcionar ferramentas cruciais para garantir nosso futuro, através da criação de cidades com ambientes sustentáveis e civilizados. Essa transformação das cidades em ambientes sustentáveis e civilizados pode ser alcançada por três fatores que estão progredindo pelo mundo: o aumento da conscientização ecológica, da tecnologia das comunicações e da produção automatizada. Todos são condições que impulsionam o desenvolvimento de uma cultura urbana pós-industrial responsável com sua sociedade e consciente com o meio ambiente. Já com essa perspectiva global das estratégias para o futuro, no relatório “Nosso Futuro Comum” (Our Commom Future), as Nações Unidas propuseram o conceito de “desenvolvimento sustentável” como o cerne de uma política econômica global, onde a prioridade é atender às nossas necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras e direcionar o desenvolvimento em favor da maioria mais carente do mundo. Segundo Rogers, uma cidadania ativa e uma vida urbana vibrante são componentes essenciais para uma cidade e uma boa identidade cívica, e, para recuperar esses aspectos, os cidadãos devem estar envolvidos com o processo de evolução de suas cidades. O espaço público é o palco da cultura urbana, onde os cidadãos desempenham seus papéis e serve como elemento agregador da sociedade urbana. “As cidades só podem refletir os valores, compromissos e resoluções da sociedade que abrigam. Portanto, o sucesso de uma cidade depende de seus habitantes e do poder público, da prioridade que ambos dão à criação e manutenção de um ambiente urbano e humano.” Cidades Para Um Pequeno Planeta. ROGERS, 1997.


1.2

Urbanismo Sustentável

A alma do conceito de desenvolvimento sustentável está na redefinição da riqueza para incluir o capital natural: ar limpo, água potável, camada de ozônio efetiva, mar sem poluição, terra fértil e abundante diversidade de espécies. O objetivo final do desenvolvimento econômico sustentável é deixar para as futuras gerações uma reserva de capital natural igual ou maior que nossa própria herança. Para isso, a sustentabilidade do meio ambiente deve transformar-se no princípio orientador do moderno desenho urbano. Em seu livro Urbanismo Sustentável – Desenho Urbano com a Natureza, o arquiteto e urbanista americano, Douglas Farr, afirma que: “O caminho para um estilo de vida sustentável se constrói com base nos princípios do crescimento urbano inteligente, do Novo Urbanismo e das edificações sustentáveis. Caso tenha êxito, não só reduzirá drasticamente os danos ambientais como também oferecerá melhorias assombrosas à qualidade de vida atual.” Urbanismo Sustentável – Desenho Urbano com a Natureza. FARR, 2007. Apesar do avanço inspirador do trabalho e princípios desses grupos (crescimento inteligente, Novo Urbanismo e edificações sustentáveis), Farr afirma que apenas com um esforço conjunto podemos forjar uma nova estrutura que apoie um estilo de vida verdadeiramente sustentável. Exemplificando, já não é mais aceitável construir uma edificação de alto desempenho em uma área ainda não urbanizada, dependente de automóveis e afirmá-la como sustentável. A atualidade exige que o projeto e o empreendimento das cidades possam buscar uma visão panorâmica integrada, trabalhando duro nos detalhes. Visando essa integração, o urbanismo sustentável é definido como “aquele com um bom sistema de transporte público e com a possibilidade de deslocamento a pé integrado com edificações e infraestrutura de alto desempenho”. (FARR, 2007). O urbanismo sustentável também destaca que o convite pessoal e os benefícios sociais da vida no bairro são maiores em locais que integram quatro atributos: compacidade, completude, conectividade e biofilia. A seguir, explana-se cada um deles, segundo a visão de Douglas Farr. Compacidade: o urbanismo sustentável não se pratica em baixas densidades, pois não suportam transportes públicos de modo eficiente e resultam em bairros onde geralmente não há destinos que se possam ser acessados a pé no dia a dia. Em geral, o mercado imobiliário acaba determinando a densidade urbana, porém, essa condição demográfica é possível em projetos na escala do bairro, sendo feito por meio da oferta de diferentes tipos de habitação em um mesmo bairro. Além da melhoria no transporte público (melhoria do serviço, frequência do serviço, aumento dos tipos de transportes, etc.), o aumento da densidade populacional em um bairro reduz o tempo de caminhada e pode reduzir a compra e o uso de automóveis.. Por sua vez, o aumento populacional das áreas acessíveis a pé, aumenta a área de mercado primário de bens e serviços, aumentando o poder de compra desse setor e melhorando a sustentabilidade dos empreendimentos comerciais locais. Empreendimentos compactos também são essenciais para a preservação ambiental. O aumento da população em um local já urbanizado ajuda a proteger áreas virgens e sensíveis, concentrando a densidade populacional em apenas uma parte e reduzindo a área pavimentada por pessoa, melhorando a qualidade da água.


Completude: para satisfazer as necessidades diárias e ao longo da vida nos bairros, é preciso incluir uma grande variedade de usos do solo, tipos de edificação e tipos de moradia. Os bairros são lugares onde é possível se fazer tudo a pé, e o urbanismo sustentável transforma essa capacidade em uma vontade, onde as pessoas irão querer fazer tudo a pé. Quanto maior o número e a variedade de usos comerciais no centro de um bairro, maior sua completude e seu poder de atrair as pessoas. Completude também se refere à diversidade de tipos de habitação necessárias durante toda a vida, já que um bairro que ofereça essa variedade permite que as pessoas e famílias permaneçam nele mesmo quando suas necessidades mudam. Conectividade: diz respeito à oferta abundante de oportunidades para as pessoas caminharem, andarem de bicicleta, terem acesso à transportes públicos para fora do bairro e utilizarem cadeiras de rodas pelos percursos. Para que a conectividade interna seja possível, o bairro inteiro precisa de passeios dos dois lados das ruas, com as distâncias dos quarteirões relativamente curtas (900 – 1200 metros), é também necessário que a maior parte das vias sejam desenhadas para uma velocidade máxima de 40 – 50 km/h, e a rua mais larga não ultrapasse duas faixas carroçáveis entre os meios-fios. Sobre a conectividade fora do bairro, os corredores de transporte público são a espinha dorsal do urbanismo sustentável, conectando bairros com distritos e outros destinos regionais. Biofilia: se refere ao amor dos homens pela natureza, tendo em mente que a vida e a saúde humana não são possíveis sem os inúmeros serviços gratuitos oferecidos pela Terra. Na antiga vida ao ar livre, o contato com a natureza era direto, já nas cidades industriais, esse contato é feito através de gramados, ruas arborizadas e parques públicos, e, apesar dos benefícios do urbanismo, essa forma de planejar convencional também elimina quase todos os sistemas naturais com os quais entra em contato. Com consequência dessa tendência, a maioria da população vive sem o contato diário com a natureza, não fazendo ideia de onde vem sua água, energia, alimentos, nem para onde vão seus resíduos. Como não são informados sobre os sérios danos que seu estilo de vida causa à natureza, seguem, em sua maioria, ignorando o assunto. Para reforçar a interdependência entre seres humanos e meio ambiente, o urbanismo sustentável acredita que as cidades precisam ser planejadas e projetadas para que os fluxos de recursos se tornem visíveis, gerando um sentimento de responsabilidade em sua população. Além dos atributos essenciais dos bairros urbanistas expostos anteriormente, Farr ainda explica que há duas áreas que merecem atenção: a edificação de alto desempenho e o projeto integrado. Na infraestrutura de alto desempenho, os estudos compreendem a preocupação do crescimento urbano inteligente, o peso financeiro imposto para sustentar a urbanização de áreas virgens, o desejo dos novos urbanistas de que os projetos sejam humanitários e na escala do pedestre e o foco do movimento da construção sustentável em tornar os recursos ecológicos e reduzir seu consumo. A construção compromete-se com uma forma de construir sustentável e edificações mais eficientes. “A preocupação da edificação sustentável com as ilhas térmicas urbanas, a filtragem da água pluvial, os conteúdos reciclados e locais e os custos de ciclo de vida também está começando a alterar as práticas de infraestrutura convencionais.” Urbanismo Sustentável – Desenho Urbano com a Natureza. FARR, 2007.


No projeto integrado, otimiza-se o desempenho de uma edificação como um sistema inteiro, melhorando o desempenho de uma construção com baixo ou nenhum custo adicional, apenas redistribuindo o capital dentro do projeto. Marca registrada do movimento da edificação sustentável, essa estratégia do projeto integrado exige um alto nível de trabalho interdisciplinar em equipe e de disciplina orçamentária. Embora ainda longe de se tornar a regra, o urbanismo sustentável é algo possível. Com uma nova forma de cidadania, as próprias cidades podem representar uma grande ferramenta para o envolvimento da população nas noções da cidade sustentável. O ensino de sustentabilidade nas escolas, concursos para jovens talentos e políticas para aumentar a consciência social e ambiental, são algumas das estratégias possíveis para aumentar o envolvimento social das pessoas com a sua cidade, essa participação popular juntamente com o compromisso do poder público pode transformar a estrutura social e física das nossas cidades. 10 PRINCÍPIOS DO CRESCIMENTO URBANO INTELIGENTE (de Harriet Tregoning, 1996) 1. Crie uma gama de oportunidades e escolhas de habitação. 2. Crie bairros nos quais se possa caminhar. 3. Estimule a colaboração da comunidade e dos envolvidos. 4. Promova lugares diferentes e interessantes com um forte senso de lugar. 5. Faça decisões de urbanização previsíveis, justas e econômicas. 6. Misture o uso do solo. 7. Preserve espaços abertos, áreas rurais e ambientes em situações críticas. 8. Proporcione uma variedade de escolhas de transporte. 9. Reforce e direcione a urbanização para comunidades existentes. 10. Tire proveito do projeto de construções compactas.


02 PrincĂ­pios do Urbanismo SustentĂĄvel


2.1

Crie bairros nos quais se possa caminhar

"Uma cidade boa para caminhar deve funcionar, sempre que possível, dia e noite, durante o ano todo.” Caminhar é muito mais que apenas um ato, além de ser o meio de transporte mais sustentável, é bom para saúde mental e física, bem-estar, é um início potencial e ocasião para outras atividades. Hoje em dia é dada mais prioridade aos automóveis, ruas cada vez mais largas, mais espaço para estacionamento, e cada vez menos o pedestre é colocado em último caso. Para que uma cidade seja caminhável é preciso que hajam condições como: calçadas largas e bem conservadas, boa conectividade, uma densidade regular, áreas verdes, iluminação, segurança, entre outros diversos pontos que fazem com que os cidadãos consigam usufruir a cidade do que jeito que ela deveria ser usada. Tornar o pedestre e o ato de caminhar prioridade é um ponto essencial do urbanismo sustentável. Ruas devem ser projetadas para serem completas e proporcionar conforto e segurança para pessoas de todas as idades, gênero, promovendo acessibilidade e mobilidade para todos. Definindo esses conceitos, acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e outros elementos. Mobilidade se refere ao poder de deslocamento, de modo que o cidadão possa de deslocar para desempenhar qualquer função na cidade de forma segura, sustentável e saudável, tanto pelos meios de transportes não motorizados e motorizados.

Pessoa andando ao redor do mundo (Fonte: Google)


As calçadas encontram-se descontínuas, são encontrados vários obstáculos como postes de energia, buracos, placas, rampas de acesso para estacionamento. Isso tudo é somado ao péssimo estado de conservação e a largura da calçada que não atende ao fluxo de pedestre de passar diariamente na rua. A arborização é praticamente inexistente na área. Existem algumas poucas, mas que são mal implantadas e sua raízes afetam as superfícies das calçadas, dificultando ainda mais o caminhar, O que torna o percurso ainda mais cansativo, pois os pedestres precisam andar grandes espaços sem nenhuma sombra, ou espaços para descansar. Vemos também que há uma baixa diversidade na área, o que influencia diretamente na falta de segurança e pouca vitalidade. Apresenta uma predominância de lotes com uso para comércio, serviço e uso misto. Mas, devido a outros fatores, como a falta de iluminação a noite, a rua fica extremamente vazia o que a torna extremamente perigosa pois há muitos relatos de assaltos.

A arborização da área é precaria, as poucas árvores existentes além de suas raízes prejudicarem as calçadas não promovem sombreamento necessário; As calçadas estão em péssimo estado de conservação, são estreitas e não atendem as necessidades da área; Ru aP

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Não há presença de bancos, praças, áreas que permitam que o pedestre Cverdes descance ou possa realmente aproveitar sua caminhada

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2.2

Crie uma gama de oportunidades e escolhas de habitação

O urbanismo sustentável não se pratica em baixas densidades, pois não suportam transportes públicos de modo eficiente e resultam em bairros onde geralmente não há destinos que se possam ser acessados a pé no dia a dia. Em geral, o mercado imobiliário acaba determinando a densidade urbana, porém, essa condição demográfica é possível em projetos na escala do bairro, sendo feito por meio da oferta de diferentes tipos de habitação em um mesmo bairro. Quanto maior o número e a variedade de usos comerciais no centro de um bairro, maior sua completude e seu poder de atrair as pessoas. Completude também se refere à diversidade de tipos de habitação necessárias durante toda a vida, já que um bairro que ofereça essa variedade permite que as pessoas e famílias permaneçam nele mesmo quando suas necessidades mudam. Emannuel Costa (2016), fala do processo de gentrificação que ocorre em sua maior parte em bairros centrais desvalorizados que possuem um potencial de maior crescimento turístico, ocorrendo por consequência a elitização da área. ¬Como exemplo, podemos pegar um bairro em situação de degradação onde um imóvel vale 50 mil. Porém, se este mesmo bairro sofrer a revitalização, o mesmo imóvel poderia valer mais que o dobro. É nesta diferença entre o potencial e o real, que as imobiliárias enxergam a oportunidade de lucrar muito investindo pouco. A gentrificação ocorre em diversos lugares ao redor do mundo, no Brasil é a história de muita gente. A justificativa utilizada pelos governantes e empresários é a de que “obras beneficiam a todos”, porém, todos sabem que é motivada pelo desejo público e privado, relacionado com a especulação imobiliária. Há quem diga que a gentrificação não é nociva para a sociedade, pois isso seria algo da sociedade pós-industrial, onde as relações de consumo e oferta estão interligadas, e está é uma condição natural e irreversível. Nós acreditamos que seja mais nociva do que saudável pois, as pessoas são forçadas a migrarem para outros lugares devido ao processo gentrificador. O projeto urbano deve ser desenvolvido de forma a incluir e democratizar as nossas cidades por inteiro. A gentrificação será saudável quando todos os bairros puderem ver a renda de seus imóveis sendo elevadas, dando a todos uma vida cultural rica, que respeite a tradição e as pessoas de cada local.

“Uma variedade de tipos de edificação permite que pessoas com diferentes rendas vivam no mesmo bairro sem prejuízo para o seu caráter ou qualidade.” (FARR,2013)

Fonte: COURB


A densidade urbana é um estudo que se refere ao desenvolvimento de uma determinada área de acordo com a relação entre a superfície do território e sua ocupação, calculado em habitantes por quilômetro quadrado. Um espaço urbano com vivacidade necessita de uma concentração populacional balanceada com a densidade construtia, que provoca maior movimentação de pessoas nas ruas, trazendo segurança e estimulando a economia local (comércios e serviços). A área estudada tem uma distribuição má equilibrada do povoamento, onde temos 3 edifícios em destaque no mapa que possuem uma densidade concentrada da área por terem vários apartamentos e muitas familias morando neles, resultando em uma baixa densidade por não ser distribuída. Embora exista uma baixa densidade populacional, há uma variedade de comércio e serviço no térreo que poderia se tornar atrativo para outras pessoas morarem na área. Contudo, residir na área faria com que as pessoas utilizassem o automóvel para se locomover já que não há escolas, posto de saúde, usos essenciais para o cotidiano, pois se a distância for maior que 400m, distância aceitável para caminhar, a probabilidade do carro ser utilizado é maior, contribuindo para o aumento do trânsito na área. Devido também a falta de contato das comunidades, as pessoas de classes sociais diferentes não se misturam, gerando padrões de habitações bem diferentes e característicos das áreas em que estão situadas as edificações. Com a existência de lotes e edificações sem uso, há uma potencialidade de abrigar várias famílias que invadiram a área ao redor, de forma precária e irregular nesses espaços, fazendo uso da função social que o solo deveria ter, e aproveitando o potencial construtivo já existente na área.

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Outro fenômeno relacionado à habitação, a área passível de gentrificação da área estudada é a ZEDE, com potencial de lucro pelo seu alto potencial construtivo e CUT alto, chegando a 7.

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Terrenos vazios, cria-se a oportunidade de uma nova edificação e somada, ao alto coeficiente, a visibilidade pra ela aumenta.

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Não há muitas habitações nessa áres mas, existe muito comércio e serviço que tornam a área visada pelo mercado mobiliário..


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Edifício multifamiliar em destaque no mapa

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MAPA DE DENSIDADE POPULACIONAL MOSTRANDO ZOONS NAS ÁRES MAIS DENSAS Av .D an tas B

SEM HABITAÇÃO / INVASÃO 1>10 HABITANTE/HECTARE 10>50 HABITANTE/HECTARE 50>100 HABITANTE/HECTARE 100>200 HABITANTE/HECTARE 200>300 HABITANTE/HECTARE 300>400 HABITANTE/HECTARE >400 HABITANTE/HECTARE 33% CONCENTRAÇÃO DA DENSIDADE


LEGENDA ZEPH - Zona Especial de Preservação SPR ( SIC e SCU) SPA ZEDE - Zona Especial de Diretrizes Específicas Centro Principal

MAPA LEGISLAÇÃO COM ZOOM NA ÁREA PASSÍVEL DE GENTRIFICAÇÃO


2.3

Promova lugares diferentes e com senso de lugar

Com o passar do tempo, a essência da arquitetura está sendo desmantelada, as construções então sendo feitas exclusivamente com base no lucro. Os novos edifícios são vistos como meros produtos. E é isso é a total oposição do pensando sustentável, afinal não se deve tratar a arquitetura como mercadoria pois ela é ‘a arte á qual estamos expostos dia e noite’ (Rogers, 2001). Ela cria ambiente onde acontecem experiências cotidianas, encontros entre gerações, lembranças e memórias. Lugares diferentes, interessantes, que despertem a curiosidade e vontade de estar ali, são espaços que atraem as pessoas de várias formas. Tanto uma escala de bairro, como de forma geral pela cidade. Desde seu uso mais simples até pelas formas que atendem uma necessidade especifica para aquele local. Isso ajuda a criar a identidade de um local e a marcar sua personalidade. Áreas de lazer, edifícios com grande fluxo de pessoas que se relacionem com a paisagem, sítios históricos, edifícios que contribuam com o âmbito público, são lugares com senso de lugar, e quando isso ocorre, estimulam as pessoas ao encontro, ao envolvimento entre a arquitetura e os pedestres. Para o urbanismo sustentável, é preciso estimular o potencial que os edifícios novos ou já existentes, valorizar o patrimônio arquitetônico e paisagístico existente e humanizar a cidade em vez de reprimi-la. Propositalmente ou não, deixamos nosso patrimônio arquitetônico interferir em nosso futuro. Os pensamentos acerca de um edifício patrimônio ameaça soluções que poderiam ser benéficas como um bairro histórico. Esses edifícios, casas, prédio tombados devem ser considerados como uma herança, que podemos e devemos usa-los, valoriza-los como deve ser. Seguinte por esse pensamento, a crise habitacional é um fato em todo o mundo, não podemos ignorar isso prédios abandonados tem a capacidade de abrigar pessoas em situação de rua. É preciso colocar os edifícios abandonados para funcionar novamente, valoriza-los e torna-los sustentáveis. Vive-los como parte da cidade, reduzir os custos de energia e a poluição gerada, fazer com que os cidadãos criem laços criando ali um senso de lugar, senso de responsabilidade e de suma importância que eles sejam incluídos nessas decisões.

Croqui de um lugar interessante, com senso de lugar. Fonte: Google


Analisando o território em estudo, vemos que mesmo possuindo elementos que criam uma identidade pra o bairro, eles não se relacionam como deveriam. A área é marcada pela grande recorrência do tipo arquitetônico "casa de porta e janela", que representa 36,7% dos imóveis. Apesar de ter essa identidade remetendo à estrutura colonial original do bairro de Santo Antônio, quase a totalidade dessas edificações foram alteradas, com as aberturas alargadas e as coberturas substituídas. E muitas, ainda assim se encontram em mal estado de conservação. Isso reflete no fato de que com o tempo, o uso dos imóveis foi alterado, passando de residências para estabelecimentos voltados á prestação de serviços. Mesmo o forte senso história do bairro, a área não é valorizada. Com funcionamento basicamente pela manhã e tarde, a noite é totalmente deserta, sem segurança, iluminação e sem pedestres passando.


2.4

Misture os usos do solo

Nos capítulos anteriores, observamos que a compacidade, completude, conectividade e a biofilia são os objetivos desejados para uma cidade urbana sustentável. O uso misto do solo é de grande importância para conseguir chegar no urbanismo sustentável, além de reduzir os danos ambientais, também dá mais qualidade de vida para as pessoas. A mistura se dá a partir da diversificação dos usos no bairro, para que a caminhabilidade seja mais estimulante e o transporte público seja mais utilizado, deixando o automóvel particular de lado. O transporte é meio mais eficaz para diminuição dos congestionamentos porque reduz bastante os deslocamentos de automóveis. Em Cidades para pessoas de Jan Ghel, percebemos que para atingir a compacidade é possível havendo uma bela cidade com edifício altos, como exemplo a cidade de Vancouver, Canadá(Figura 2.1). A cidade implantou arranha-céu para conseguir alta densidade e boa qualidade urbana nas ruas, mas sem prejudicar a visão das pessoas para a paisagem. O princípio da construção foi a diversidade de usos no térreo, tornando-o ativo. Encontrar um equilíbrio é fundamental para formação de cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis. Dessa forma, estudar a vida na cidade e analisar as atividades mostrar que respeitar e manter o caráter do bairro, é de extrema importância.

Figura 2.1: Orla em Vancouver, Canadá, tem edifícios baixos à frente e edifícios altos recuados.

A identidade de um local é um resultado das relações socioculturais e que pode ser facilmente reconhecida visualmente. Sua força está na capacidade de ser reconhecido por moradores da área e visitantes. É necessário debater com a comunidade, de forma objetiva, as questões políticas urbanas que são fundamentais para uma boa humanização das cidades, tornando-as seguras e confortáveis. Estimula-se o potencial de vitalidade urbana quando as pessoas se sentem convidadas a caminhar, pedalar e permanecer, nas ruas. Dessa forma, é incentivado o uso do espaço público, tornando-o seguro, entretanto, é importante ter uma estrutura urbana coerente, que permita poucas distâncias a pé e uma variedade de funções urbanas. Fonte: Ilustração feita pelo arquiteto Jan Ghel, 2010.


Com base nas análises, a identidade da área é predominante, mais da metade dos imóveis computados apontam para a manutenção do tipo original do tecido formador, ou seja, edificações térreas, do tipo “porta e janela” cujos vãos das aberturas foram alterados (alargados) e a coberta, originalmente inclinada e com telhas cerâmicas, subsstituída por lajes planas e/ou coberta com telhas de fibrocimento. Essas alterações são resultado, sobretudo, da mudança progressiva no uso dos imóveis, que passaram de residências a estabelecimentos voltados à prestação de serviços, acentuadamente copiadoras e lanchonetes, isso faz com que a diversidade do local seja baixa. Todos fecham no mesmo horário, deixando aquela área deserta pois o primeiro pavimento não há moradia. Cidades que apresentam uma grande pluralidade de usos em uma mesma edificação, geram um grande fluxo de pessoas em diversos horários, trazendo, por consequência, segurança e vitalidade urbana. A caminhabilidade é outro ponto que está interligada com a identidade e diversidade do local, no mapa é notável que as calçadas não foram feitas para os pedestres, elas são mal conservadas e estreitas, isso faz com que as pessoas deixem de ir naquela loja a pé por falta de acessibilidade. Então, não adianta colocar térreo ativo se as calçadas não dão o conforto e segurança que o pedestre precisa. Projetos de uso misto vem sendo uma forte tendência no mundo indo contra o propósito do planejamento urbano segmentado, que durante muito tempo buscou separar os usos. Os projetos de uso misto atendem às principais funções urbanas principais: morar, se locomover, produzir, trocar e se entreter. Podem existir desafios distintos, seja na fase de planejamento, seja na implantação e comercialização. Criar uma edificação combinada com usos distintos ou implementar vários edifícios e cada um com mais usos, pode ser algo desafiador. As habitações mistas transformam as cidades socialmente, moradores começam a ter vínculo com a comunidade e famílias de baixa renda não são segregadas em concentrações periféricas. Na área, há bastante potencial por já ser um bairro de comércio/serviço e por estar conectada com outros bairros. Ghel diz que não adianta, por exemplo, mesclar em uma mesma região edifícios residenciais, comerciais e hotéis, sendo que nessa área não existe demanda para o serviço hoteleiro. Os problemas do uso misto nesta área surge quando não se dá atenção aos questões locais, se implementar o edifício mas não solucionar os problemas em volta como a mobilidade, as calçadas em péssimo estado fazem diminuir a quantidade de pessoas que andam a pé e por consequência elas deixam de entrar em algum serviço/comércio, causando perda de lucro para esses estabelecimentos. A nossa área não tem um urbanismo sustentável, a falta de usos mistos gera a dependência de automóveis, prejudica o comercio local e interfere na sociabilidade. Um grande problema para a implementação na nossa área é a questão da iluminação, pouquíssimo iluminada e por existir invasões próximas, muitas pessoas não vivem ali e muitas evitam de passar a pé após às 17h com medo da violência. Para construir um edifício de uso misto teria que fazer uma “reforma” na área por completo, até conseguir convencer alguém de viver ali. Se o bairro fosse ocupado por moradores de diversos interesses, estilos de vida e horários daria vitalidade e vigilância social para a área. Segundo Farr bairros que tem mistura de usos contribuem para que naquele lugar possua diferentes tipos de habitações, possibilitando que as famílias envelheçam no mesmo lugar.

Rua priorizando os automóveis. Rua da Concórdia.

Térreo Ativo. Rua da Concórdia.


A variedade de usos que existe na área em análise é dividada em diferentes tipologias que permitem que uma mistura de usos seja feita. Contudo, tipologias como edifício podium, não permite que os usos sejam diversificados, tornando a área e a própria edificação monofuncionais. As tipologias encontradas na área ainda favorecem o uso misto.

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2.5

Preserve espaços abertos e Ambientes em situação crítica

Dentro de uma visão do que seria urbanismo sustentável, pode-se traçar uma análise da presença de espaços abertos em uma cidade e sua importância em diversos aspectos. Por espaços abertos podemos classificar as praças, parques, campos de esporte, jardins comunitários, etc. Na anatomia da cidade, é possível perceber que a presença de um equipamento urbano dessa categoria, por se tratar de uma localidade privilegiada, melhora a qualidade de vida dos bairros. O espaço aberto configura-se como palco de encontros sociais casuais ou recorrentes, potencializa o bem estar humano e possibilita a construção de um capital humano. Os parques e praças dotados de grandes áreas verdes, equipamentos de condução de águas pluviais, e paisagem acolhedora dão suporte à biofilia de uma cidade, além de fornecerem capital de giro no mercado imobiliário da região. Para se traçar um paralelo entre a presença de espaços abertos e os conceitos de urbanismo sustentável, podemos elencar algumas categorias que merecem uma atenção especial na hora de definir-se as diretrizes de um uma comunidade sustentável. Iluminação pública Segundo Douglas Farr a iluminação pública configura uma solução para a questão da segurança ao pedestre nas vias públicas e de encorajar as atividades e comércios no período noturno. O mau uso da iluminação pública pode ser notado em áreas que são intensamente iluminadas sem a devida necessidade. Áreas urbanas devem receber maior ordenamento de luz do que áreas rurais, os focos de luz devem ser calibrados para locais de maior possibilidade de conflito entre pessoas e veículos e para melhor orientação do pedestre. O nível de brilho deve se basear no tipo de lugar que está sendo iluminado. A iluminação pública ineficiente resulta num consumo desnecessário de energia e gera interferência na flora e fauna do local. Um bom uso de iluminação pública favorece a compacidade à medida que possibilita a existência do comércio noturno e de atividades ao ar livre. A segurança é um fator importante para garantir a presença de pessoas se deslocando a pé e desempenhando suas atividades à noite.

Iluminação pública como aliada à conectividade

Enchentes configuram área de risco


Água da chuva A questão da gestão de água pluvial é um importante aspecto a ser considerado também. Enquanto não há um sistema eficiente de readequação da água da chuva, problemas críticos, como enchentes, continuarão gerando impactos ambientais e culturais desastrosos nas cidades. O uso contemporâneo do solo influencia diretamente o equilíbrio hidrológico quando pratica um escoamento superficial ineficiente da água poluída. No período de chuvas, a taxa de solo que deveria estar preparada para absorver grande parte da água está impedida devido a pavimentação do solo urbano e assim dão-se as enchentes. Uma forma eficaz de tratar essa questão é a partir do uso de telhados verdes, pavimentação porosa, biodigestores, biorrentenção, coleta e reuso d’água como reservatórios, e inclusão de paisagismo com espécies endêmicas que apresentem uma alta retenção de água. A retroalimentação dos lençóis freáticos passa pela taxa de solo natural preservado. Quanto maior essa taxa, menor o risco de acidentes com enchentes ou contaminação por poluentes. Uma cidade que possui áreas urbanas bem adensadas pode garantir uma maior presença de áreas naturais em seu território, preservando a qualidade da água de seus reservatórios naturais . Ao mesmo tempo que denota uma preocupação em tornar visível à população a necessidade de colaborar respeitosamente com o equilíbrio da água e dos organismos que necessitam dela. (compacidade e biofilia)

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Exemplos de viabilização de hortas urbanas e biorretentores. Produção de alimentos ça associada à sua coerência visual e à capacidade Nos padrões atuais, o abastecimento de alimentos em uma comunidade obedece a critérios globais aberturas foram alterados de grandes latifúndios produtores de alimento. Essas grandes áreas por vezes estão distantes(geralmen da comunidade e demandam um consumo intenso de combustíveis para levar o produto ao destino usuários e visitantes. Na análise, adota-se a presen- e a coberta, originalmente inclinada final. Ainda há a questão dos pesticidas usados em larga escala que configuram um fator danoso à 2.1comuIDENTIDA 2.1 IDENTIDADE 2.1 IDENTIDADE saúde humana e ao meio ambiente. Na contramão desse panorama -é possível, de dentro das nidades, haver uma produção de alimentos própria: a horta urbana. -

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Quanto à presença de espaços abertos ou com massa vegetal significativa, a área de estudo delimitada possui um lote desocupado na esquina da rua Floriano Peixoto com a rua do Peixoto que configura a maior área aberta disponível naquele recorte. A vegetação já existente está distribuída de forma não contínua, com maior presença de árvores de pequeno porte. Devido à grande densidade construtiva, uma opção viável é a implementação do telhado verde, principalmente em edifícios que ocupam grandes lotes, podendo aplicar o princípio da horta urbana. No terreno vazio supracitado é possível a instalação de um biorretentor para amenizar as enchentes que atingem aquela área. É importante ressaltar que, apesar do baixo percentual de áreas abertas neste recorte do bairro, há nas proximidades a praça Sérgio Loreto que configura uma situação ideal para se aplicar as estratégias sustentáveis citadas neste capítulo.

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2.6

Proporcione uma variedade de escolhas de transporte

“Uma linha de trasnporte público que funciona apenas nos horários de pico da manhã e da noite oferece serviços apenas aos trabalhadores pendulares, não aos que buscam uma variedade de opções de transporte.” (FARR, 2013) Antes de propor algo relacionado a melhoria do transporte, se faz necessário uma pequena abordagem sobre os modais e sua deficiência em relação a nossa área de análise. Hoje, existem diversos tipos de modais, são eles: rodoviário; ferroviário; hidroviário; dutoviário e aeroviário. Destes, dispomos e, precariamente de apenas dois: O rodoviário e o ferroviário. O hidroviário que poderia ser um ótimo modal, devido a nossa cidade ser cortada por rios, nunca teve atenção devida do Estado. Cada modal, é praticamente um organismo vivo com sua forma de funcionar complexa,e alinhada em tempo outros tipos de modais. Cada modal carrega consigo diferentes horários de funcionamento, tempos de viagem, custos e diferenças no quesito comodidade. Atualmente, o meio mais comum de locomoção é ineficiente e altamente desconfortável, logo, ao observarmos isso, cada cidadão usuário poderia então escolher outra forma de locomoção, optando por outro modal, o que na prática não ocorre, o usuário em sua grande maioria é refém do sistema de transporte, principalmente os que residem nas regiões periféricas da cidade ou em outras cidades da região metropolitana. Mas, para que haja diversidade na escolha do transporte é necessário principalmente que cada bairro possua densidade e variedades do uso do solo, e que completude e compacidade dêem suporte a esses modais. A principal linha de força quando falamos em estratégia de planejamento do transporte público é sem dúvida, oferecer essa diversidade de modais, partindo de um extenso corredor que se ramifica de acordo com cada local, pesando para isso, a densidade , fazendo assim, com que o transporte público seja funcional e atenda aos usuários da melhor forma possível. As variáveis desses transportes, podem aparecer com a redistribuição das vias, diminuindo as velocidades máximas. Sendo assim, é indiscutível que de fato, a conectividade é um dos pontos principais para essas realizações, criando uma integração entre o transporte e o uso do solo. A logística da demanda de transporte é um plano que visa mudar o comportamento do deslocamento pelo uso dos recursos modais mais eficientes, fazendo com que seja reconhecido que todo sistema de transporte público ou privado têm limitações na sua capacidade física. Mais uma vez, o sucesso ou fracasso do funcionamento desse plano dependerá basicamente do aumento da densidade, e assim sendo uma forma de gerenciamento, não está obrigatoriamente vinculada com o serviço do transporte público Hoje, existe um empreendimento urbano focado no transporte público, que busca uma melhoria da comodidade no seu uso, ele é o DOTS (Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável), anteriormente conhecido como TOD. Sendo sua execução dependente: da completude do local, rede viária e desenho urbano que proporcione opções de transporte e condições de caminhabilidade aceitáveis, para que assim, os terminais sejam acessados mais facilmente pelos pedestres. Aliada a essas opções, temos os veículos particulares que não precisam ser abolidos, apenas usado em harmonia, em situações onde o transporte público seja insuficiente. Analisando que os custos de um automóvel são fixos, o uso frequente termina tornando-o uma opção mais econômica se comparada com o aluguel de veículos que se utilizam da cobrança por tempo de uso, mesmo sendo esta uma opção a diminuir o uso, quanto a aquisição de mais automóveis. No trecho de análise, é percebido mais de um modal de transporte público, sendo que, destes, o transporte público ainda é o maior responsável pelo atendimento de grande parte da população.


Assim sendo, surge uma maior necessidade do veículo privado em razão de que, os locais de atividades cotidianas não se encontram próximos ou suficientes a serem acessados a pé, caracterizado pela ineficiência do transporte público nos horários de pico. Devido a cultura de se utilizar o carro a todo momento, se faz visível que dentro de um centro onde se oferece muitas opções de estacionamento nas vias(zona azul), ou equipamentos monofuncionais como estacionamentos, a carga dessa opção é densa, e cada vez mais vemos o transporte privado inchando as vias e esmagando o pedestre, muitas vezes se utilizando de um espaço proibido para tal. Pedestre, que em grande maioria dos casos, divide a faixa de rolamento com os veículos por falta de equipamentos que promovam uma caminhabilidade adequada. Em muito casos, os estacionamentos são alocados em pontos que por muitas vezes expulsam o pedestre, como por exemplo, sobre calçadas, ou mesmo em terreno ociosos que em sua grande maioria poderiam gerar excelentes equipamentos para as comunidades, criando no local, uma forma biofílica de integrar pessoas com o espaço urbano. Inequivocamente, se faz fundamental um estudo aprofundado da implementação dos modais no território proposto, para que, assim, aconteça uma diminuição significativa do uso do automóvel, quiçá, a libertação do mesmo. Apesar da área estar inserida num grande espaço comercial público e próximo de dois grandes equipamentos comerciais como é o Camelódromo e o Mercado de São José, o transporte coletivo existente, apesar de intenso, não oferece a devida comodidade a quem se utiliza dele. O bairro em análise tem alta densidade, porém os equipamentos são comerciais, ficando obsoleto a partir do horário de fechamento do comércio. Não existindo um uso prolongado do local pela população em termos residenciais, a partir de determinada hora, as pessoas têm que em muitos casos se deslocar para pontos distantes do seu ponto de origem.

Fonte: Croqui por LEITE. David , 2018.


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no uso dos imóveis, que A grande questão de se investir em projetos e construções compactas é incentivar 12,11% 12,11% 12,11%a compacidade estabelecimentos voltado e completude. Uma vez que há maior densidade habitacional e construtiva num determinado local, 4,04% 4,04% 4,04% é possível garantir uma melhor preservação acentuadamente copiado todo. do ambiente natural. 3,23% 2,12 Ao concentrar moradia e atividades diversas num local que já possui uma estrutura urbana, por 2,12% exemplo, preserva-se a integridade de uma área natural não urbanizada. A hidrologia é bastante beneficiada pois os poluentes oriundos do uso excessivo de carros tem seus índices reduzidos “sobrado”,aoque represen reduzir-se sua área de atuação, além do percentual de águas pluviais que serão escoados da sobrados em grande mai forma correta. racterizados que representa 39,74% dos imóveis em eanáParalelamente à questão dos lençóisEste, freáticos ao se concentrar trabalho, lazer moradia numa e em estado região compacta há o desestímulo aolise, usoem doconjunto automóvel, pois as distâncias são reduzidas e o ato com a “casa solta no lote” (com de caminhar é incentivado. Dessa forma há menos consumo dos recursos naturais e a conse12,11% do total dos analisado), remete à estrutura quente preservação do legado do meio ambiente.

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Figura: 2.1 Fonte: MONTEIRO, Carolina, 2017

Diagrama mostra princípio da compacidade aliado à conectividade no planejamento de construções compactas.

Para obter as conclusões desse tópico é necessário dispor do mapa de tipologias e o mada de densidade do recorte urbano. A área de estudo possui uma baixa densidade habitacional e alta 14 densiadade construtiva, com predominância construtiva de sobrados. A variedade de tipologias é baixa, constando um maior número de casas de porta e janela e sobrados. A mior frequencia de habitantes se encontra em pontos específicos, listados no mapa como “galpão”; são edifícios multifamiliares que concentram maior numero de habitantes em relação às outras construções. Esse recorte do bairro de São José compreende uma área mais compacta da cidade, onde o modelo de edificações dos sobrados e casas de porta e janela permite um aproveitamento máximo do solo concentrando a atividade humana num perímetro mais compacto.


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Figura: Área mais compacta do polígono estudado.

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2.7

Estimule a colaboração da Comunidade e dos envolvidos

Manter um espaço urbano conservado é garantir o bom usufruto da população e, por conseguinte, um elo forte entre o cidadão e a cidade é primeiro passo para que a vida nas metrópoles seja uma experiência saudável. Quando Douglas Farr diz que o desenvolvimento das cidades deve ser voltado para as pessoas, e não para os carros ele está levantando a bandeira de um urbanismo sustentável, em que o funcionamento da cidade acompanhe a escala do pedestre. Onde os bairros abriguem o maior número possível de usos, concentrando, na medida certa, a densidade habitacional, permitindo também um apoio coeso dos modais de transporte e por fim uma integração transparente com a natureza. Um dos pilares do urbanismo sustentável sustenta o conceito de integração da comunidade com o objeto-cidade. A participação, ou colaboração, é uma ferramenta imprescindível para a preservação de uma área urbana, onde ambientes naturais e áreas críticas também são envolvidos nesse trabalho. O que ocorre é que, ao proporcionar a participação popular na tomada de decisões ou elaborações de projetos de um distrito, bairro ou comunidade, os próprios moradores se assenhoreiam desse mesmo ambiente. O que se propõe é a democratização do direito de cuidar. Ao buscar o engajamento popular nas decisões do bairro, é dada a chance do cidadão se sentir inserido e pertencente àquele local. Capacitar essas pessoas com conhecimentos necessários de técnicas de preservação, manutenção e cuidado com o bem coletivo fortalece a essência do todo e garante que as vulnerabilidades sejam assistidas de forma que o maior beneficiado nesse processo seja o próprio povo. Esse tipo de planejamento e gestão do sítio é uma arma poderosa contra o fenômeno da gentrificação ao passo que, ao invés de supervalorizar uma região, investindo no mercado e por consequência, expulsando os moradores, incapazes de arcar com custos potencialmente elevados, ele investe na região de acordo com as necessidades daquela população residente. A palavra chave é fomentar o senso de responsabilidade. Nesse ponto pode se fazer uso da estratégia de placemaking, que consiste em um processo colaborativo de planejamento, criação e gestão de espaços públicos onde as pessoas que fazem uso desses locais tem suas necessidades registradas e se busca uma atitude rápida com benefícios imediatos. Essa construção do espaço pretende transformá-lo em “lugar”, onde haja significado em si mesmo. É uma relação mais profunda e permanente. Dentro da área de estudo é possível identificar o papel central da Sede do Galo da Madrugada na comunidade. Este espaço abriga um dos maiores símbolos da cultura pernambucana e, portanto é o elemento de maior força no local capaz de incentivar a colaboração nessa área. A entidade já oferece aulas de música à crianças e adolescentes de comunidades carentes próximas e organiza apresentações musicais desses jovens em eventos culturais. Há um potencial desse espaço em promover ainda mais a integração das pessoas com a cidade. É possível que as atividades oferecidas aos jovens no âmbito da música possam ser expandidas para oficinas colaborativas de planejamento urbano que possa alcançar um público ainda maior, nos moldes da estratégia de “Charrete”, permitindo que os colaboradores sejam coautores de futuros projetos. Voltados para o bem da comunidade.


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Aulas de música são oferecidas à jovens de comunidades carentes.

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