Mariana Maia

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Mariana Maia Portf贸lio


Ser vento. Vagante nas saias do mundo.


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n.3, n.2, n.1

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Ensaias

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azul

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danรงa

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fitas

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rasgar

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vendar

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jรก temos assento n.2

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retalhada

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parede

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ensaias n.2, n.1

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entreato n.2, n.1

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caixa brasileira

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desfile

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Ensaias: performance, escrita, costura

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Sumรกrio

Cabides


Cabides

Pinturas e costuras realizadas atravÊs de tingimento e costura de peças de tecido, dispostas em cabides ou estruturas que remetam ao cabide.

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Cabide n.3 120 x120 cm. Pintura. Cabides, tecido tingido, arame. 2011.

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Cabide n.2 95 x 45 x 45 cm. Costura. Bastidor, tecido, linha, agulhas, 2011.

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Cabide n.1 40 x 85 cm. Costura. Cabide, tecido, alfinetes. 2010.

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Ensaias

Ensaios de uma proposta performativa. A persistência do corpo nos objetos. A presença se faz presente através de tecidos, objetos, fotografias, folhas de papel. Ensaias: proposta textual e artística, atos, realizados pela artista, pelo público, ou ambos, em torno de objetos, saias, ou de algo que remeta à figura-conceito saia.

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Azul Fotografia digital. Foto: Vitor R. Braga, Manipulação digital: Mariana Maia, 2011.

Dança Registro fotográfico de performance. Foto: Vitor R. Braga, 2011.

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Fitas 1,5 x 1,5 m. Performance. Fitas de cetim. Foto: Reginaldo Maia, 2010. Caos Específico, Espaço Clarabóia, Lapa/ RJ.

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A saia é desfeita. A performe tira as fitas uma a uma e atira ao chão ou ao público.

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Centro Cultural da UERJ Performer: Carlos Maia, Foto: Reginaldo Maia, 2011.

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Rasgar 2 x 1,5 m. Performance. Tecido, tesoura. Fotografia digital. Foto: Vitor R. Braga, 2011.

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Uma saia ĂŠ feita com rasgos e golpes de tesoura.


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Centro Cultural da UERJ Performer: Vanessa Soares, Foto: Reginaldo Maia. 2011

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Vendar 2 x 0,5 m. Performance. Fitas de cetim. Fotografia digital. Foto: Mariana Maia. 2011.

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Centro Cultural da UERJ Performer: Camilla Tenório, Foto: Reginaldo Maia. 2011. A saia é feita de tiras de tecido preto semitransparente. As tiras são retiradas da cabeça e utilizadas como venda do público.

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Jå temos assento n.2 1,5 x 0,2 m Objeto e performance. Banco de madeira, tecido. Performers: Aparecida Silva, Vanessa Soares, Ana Beatriz Maia, Jaqueline Tavares, 2011. A saia Ê vestida com o banco sobre a cabeça. O banco deve ser equilibrado.

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Retalhada Fotografia digital. Foto: Mariana Maia, 2011.

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2 x1m Objeto e performance. Tecido. Performers: Vitor R. Braga, 2011.

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Parede 3 x 1,5 m. Intervenção com ponteira, 2011.

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Ensaias n.2 1,5 x 1,5 m. Costura. Cabide, tecido, alfinetes, guizos, canetas, tesouras, papeis coloridos, 2010. Centro Cultural da UERJ Performer: Jaqueline Tavares, 2011. Centro Cultural Cartola Mangueira/ RJ, 2010.

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A saia é vestida e os papeis são jogados ao vento e distribuídos para o público.


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Ensaias n.1 80 x 70 cm. Costura. Cabide, tecido, alfinetes, agulhas, tesoura, papeis. 2010. Galeria do Instituto de Artes da UERJ, 2010. Centro Cultural da UERJ, 2011. A saia pode ser vestida ou não, a tesoura, as agulhas e os alfinetes são utilizados para criar intervenções.

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Entrato n.2 Performance, Maçãs do amor, 2009. A performer prepara maçãs do amor e distribui para o público.

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Entrato n.2 Performance, IFRJ, 2009. A performer destaca papeis da roupa e lê enquanto vídeo com uma mão que escreve é exibido ao fundo.

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Caixa brasileira Objeto e Performance. Caixa de madeira, fios de cabelo, 2010. Performers recolhem fios de cabelo de diferentes pessoas em diferentes lugares e situaçþes.

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Desfile Performance coletiva, Performers: Aparecida Silva, Camilla Tenório, Carlos Maia, Jaqueline Tavares, Vanessa Soares, Vitor R. Braga. Centro Cultural da UERJ, 2011 As ensaias são colocadas em ação com diferentes performers.

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Ensaias: performance, escrita, costura

Pesquiso ou persigo saias. “Agora, ao som do fabuloso artífice, ele parecia ouvir o barulho das ondas escuras e ver uma forma alada voando por sobre as ondas e se elevando lentamente no espaço.” O vôo de Dedalus por sobre o mar rumo ao sol. Do insondável da existência se ergue uma forma alada. A primeira imagem, indelével. Saia azul suspensa no terreiro, recordação. Ganhava vida fugaz através de uma brisa. Bailava pelo ar que a sustentava acima do solo. A cada sopro, a saia no varal infla parecendo reviver um corpo que falta. Incorpora sua antiga dona, uma velha negra. O pedaço de tecido ao vento era a presença dela, da avó, morta há pouco tempo. Lembrança diante da qual meus olhos despertaram para um ato de performance. A saia azul que jazia sem um corpo era animada novamente. Ela estava viva ao vento ou em outros corpos. Mulheres familiares costumavam vestir a saia. A semelhança com a avó fazia com que a presença dela persistisse

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no corpo dessas outras mulheres. A saia de uso comum era uma espécie de entidade. As vestes, os objetos, os lugares, todas as coisas são entes (seienden) dotados de um ser (sein), Heidegger (1979). O ser-aí (dassein) pode conferir significado e vida às coisas? A saia azul lentamente se eleva. É a lembrança impalpável. Vida renovada na dança das mulheres de saias. Performance dos corpos coletivos entorno do ente. O significado de performance pode estar atrelado à ação do corpo coletivo ou à de um ente. Mulheres usando saias. Herança. Um gesto repetido por gerações. Em saias sente-se o ar por entre as coxas. Nada impede o movimento. “Maria sunga a saia, chuva évem pra te molhá.” Maria empreende a dança libertária. Ela sobe as saias até as coxas e sobe o morro em meio à torrente. A água corre por entre as pernas, a vida se realiza. Saias com pesada armações, sufocantes. Arrastadas pelas estradas secas e empoeiradas. Apertadas entre panos. Desconforto sem fim. Saia justa. O que pode uma mulher em saias? Inúmeros homens usaram saias. Não pensaram nelas como símbolos do feminino, mas sim como símbolos de clãs, força viril, guerra. “Eu tenho pena, eu tenho dó, de ver Maria de saia sem paletó. A Maria foi ao jongo de saia Mariana Maia

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de mirinó, seu cordão arrebentou sua saia foi ao pó.” Saias não são símbolos do feminino. Saias são vestes que na cultura ocidental foram associadas à mulher, mas possuem inúmeros correspondentes no vestiário masculino, assim como as peças “tipicamente” masculinas possuem correspondentes nos armários femininos. Em nossa atual forma de vestir há um verdadeiro troca-troca de personagens entre os gêneros. Preferem as mulheres do século XX trocar suas saias e vestidos por calças e ombreiras. “Agora, estou sentada, olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E parece que me sento sobre a minha própria vida.” Outrora havia um corpo carnal. Alguém familiar. Aquela que tomava o ponteiro. No barracão de vigas podres, que parecia querer desabar. As ruínas de um palco esquecido. Nas paredes, saias, de cores várias. Belas, misteriosas, sensuais. Ela costurava e pensava no tempo como um fio dançante. Infinitamente deslizando pelas mãos calosas que empunhavam a agulha. Hábeis e trêmulas se movimentavam sobre o trama, produzindo rasgos ou juntando retalhos. Compondo vestes. Repito um gesto.

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Mariana Maia Rio de Janeiro/ RJ | +55.21.8842.2063 | maiamariana@gmail.com http://www.maiamariana.blogspot.com Formação |2009 - 2011| Mestrado em Artes Visuais |2003 - 2007| Bacharelado e Licenciatura em História da Arte Ocupação |2008 - ...| Programadora Visual |2008 - ...| Professora de Artes SEEDUC/ RJ Exposições e performances |2011| “Desfile” Defesa de dissertação | Centro Cultural da UERJ |2010| “Ensaia Fitas” Caos Específico | Espaço Clarabóia | Lapa/ RJ |2009| “Ensaias n.2” Terra Doce | Centro Cultural Cartola | Mangueira/ RJ |2009| “Objetos de Performar” UENF | Campos dos Goytacazes/ RJ |2009| “Ensaias n.1” ENEARTE | UFBA | Salvador - BA |2009| “Entreato n.2” Galeria do Instituto de Artes | UERJ/ RJ |2009| “Entreato n.1” IFRJ | Nilópolis/ RJ |2007| “África” Performance grupo Vívidos | Estação Leopoldina/ RJ |2007| “EuFemininoMasculinoEu” Grupo Vívidos | Mostre a sua cena | SESC de Niterói/ RJ |2006| “Sementes da Terra” Grupo Vívidos | Mercadão de Madureira, Pedra do Sal, Câmara de Vereadores, Centro Cultural dos Pretos Novos, Univercidade, Estácio, UFRJ, UERJ | Rio de Janeiro/ RJ |2005| “Nanassá” Performance grupo Vívidos | Rio de Janeiro/ RJ Publicações |2011| Ensaias: performance, escrita, costura. Dissertação (mestrado). Rio de Janeiro: UERJ/ART, 2011. |2010| “Ensaias: performance, escrita, costura” In 16. Encontro PPGAV. [Des]limites da arte: reencantamentos, impurezas e multiplicidades. Rio de Janeiro: UFRJ/EBA, 2010. pp. 311-322. |2009| “Medo” In Anais do 18. Encontro da ANPAP. Transversalidades nas Artes Visuais. Salvador: UFBA/ EBA, 2009. pp. 974 - 982. Disponível em: http://www.anpap.org.br/anais/2009/pdf/cpa/mariana_maia_da_silva.pdf

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Mariana Maia. Jรก temos assento n.1. Fotografia digital. Foto: Mariana Maia. 2011.


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