DISTENSÕES URBANAS. articulação de espaços na Radial Leste-Oeste

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DISTENSÕES URBANAS

ARTICULAÇÃO DE ESPAÇOS NA RADIAL LESTE-OESTE

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

MARIANA POLI GORTAN

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO II SÃO CARLOS, 2013



ÀS INQUIETAÇÕES, INDIVIDUAIS OU COLETIVAS.



09 12 hipótese 16 ações abstratas 18 área 22 impressões 24 intenções projetuais 40 proposta 48 bibliografia 108 inquietações

universo projetual



Este trabalho decorre da fomentação de inquietações sobre o ambiente da metrópole contemporânea e seu processo de construção. O olhar volta-se para além das massas sólidas edificadas, pretende-se aqui extrair seu negativo, uma percepção diante da relação de tensão estabelecida entre faces da cidade. “Os edifícios, dissolvidos no ambiente da cidade, tendem a se afastar da noção de forma em si – como forma fechada – para ganharem sentido no seu conjunto – onde cada um deles participa como forma aberta.” (BUCCI, 2010)

A proposta de intervenção ao longo da Avenida Radial Leste-Oeste, em São Paulo, tem como foco a investigação dos espaços criados involuntariamente na construção da via elevada, evidenciando, no processo de conformação da cidade, a fragmentação do território. O projeto é, portanto, encarado como uma forma de investigação acerca da constituição do ambiente metropolitano, explorando, sobretudo, a inserção de tais espaços intersticiais na dinâmica da cidade.

DISTENSÕES URBANAS

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A cidade avança em um constante estado de transformação. Infraestruturas de transporte e comunicação, redes de abastecimento e escoamento, edificações, empenas, janelas. Os fatos urbanos multiplicam-se em uma operação sem fim. O que antes suportava torna-se insuficiente. A densidade do ambiente urbano revela-se como a consolidação do imaginário de metrópole, tal imagem, traduzida para a realidade, expõe uma cidade de múltiplas faces, composta por camadas, sobreposições de processos resultantes de transformações econômicas e social. Tal cidade, quando vista de cima em um voo aéreo, mostra-se como uma massa totalitária e única, onde espaços livres, ou não edificados, parecem já terem sido esgotados. Neste instante, qualquer espaço possível de ser ocupado esvai-se em uma mancha contínua.

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Superado tal momento, ao se penetrar por suas vias, percorrendo-as em um ritmo contrário àquele imposto pelos fluxos da metrópole, revelamse espaços a espreita. Extraem-se da congestão urbana “momentos de atenção”. Espaços gerados como subproduto de operações de sobreposição, como se na falta de um encaixe perfeito entre partes que se superpõem sobrassem vãos, interstícios camuflados, ocultos, encobertos pela confluência de dinâmicas que envolvem o ambiente urbano. Estes espaços, uma vez notados, parecem então pulsar como se aprisionassem em si, como latências, um anseio próprio de inserção nesta confluência de situações que caracteriza o ambiente urbano. Espaços passivos, à espera de uma ação que os incorpore à dinâmica da metrépole. Espaços sobretudo potenciais, inseridos em pontos de convergência de situações urbanas.

UNIVERSO PROJETUAL


“se considerado à luz dos pressupostos e lógica funcionalistas, essa “presença” de pura ausência – o espaço originado – ao mesmo tempo em que depende e se justifica pela presença das demais construções, seria capaz de, em momentos, transcender sua condição de vazio ao registrar e abrigar ações criativas, “eventos”, transformandose, assim, em um espaço volátil”. Igor Guatelli sobre o Edifício FIESP de Paulo Mendes da Rocha croqui Paulo Mendes da Rocha

“I have relatively control over the program (it depends on others), but I do control the movements vectors in that space, so they can become the central component of a project”. “I belive in creating certain condition that will result in something unexpected”. Bernard Tschumi

croqui próprio

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“Cidades feitas de fluxos, em trânsito permanente, sistema de interfaces. Fraturas que esgarçam o tecido urbano, desprovido de rosto e história. Mas esses fragmentos criam analogias, produzem inusitados entrelaçamentos. Um campo vazado e permeável sobre o qual transitam as coisas. Tudo se passa nessas franjas, nesses espaços intersticiais, nessas pregas.” (PEIXOTO, 1996)

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“Terrenos acidentados são vencidos através de uma malha sincopada de pilares e vigas, cintas e contraventamentos que, juntos, materializam fantasias arquitetônicas.” (Ganz & Teixeira, 2003)

Presença geradora de ausências. Parto de algo existente, uma estrutura tida como necessária ao crescimento do modelo de mobilidade urbana adotado como principal nas cidades brasileiras, uma estrutura que se insere na paisagem como reflexo espacial das transformações econômicas ocorridas ao longo da história da cidade de São Paulo. 16

As vias elevadas saltam ao olhar. Em uma metrópole, onde a demanda por vetores de fluxos são sempre crescentes, elas percorrem a mancha urbana absolutas, transpondo agressivamente os fatos que se colocam à sua frente; criam uma cidade de múltiplos pavimentos, gerando neste “entre patamares” espaços desconexos e descaracterizados. Plano suspenso que constrói duas novas superfícies de cidade, uma delas se insere na dinâmica urbana como parte de sua infraestrutura, a outra, face oposta, volta-se para o solo e então, sem qualquer intenção ou finalidade, encerra novos espaços. Negativo do edificado, espaços entre faces, vazios espaciais gerados através de um processo inverso, involuntário, “subespaços” não reconhecidos pela cidade ou pela sociedade.

HIPÓTESE


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Trechos de vias elevadas e viadutos na regi達o central de S達o Paulo.


A transposição visa superação, ir além, atravessar uma situação. Transpor, neste sentido, significa negar a realidade transposta. Ainda em um campo abstrato, valho-me da noção colocada por Ângelo Bucci de invadir como o oposto de transpor. Invadir, aqui, como ação espacial que percorre e se apodera de tais infraestruturas urbanas, nutrindo-se destas para sua própria existência. Invadir, também, como ação espacial que se coloca “entre”, evidenciando superfícies distintas de cidade.

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A invasão, neste caso, não é tida como ação alheia e dominadora, mas atenta às dinâmicas entre as quais se insere, absorvendo-as e potencializando-as. Invadir e absorver, ações tidas a principio como opostas, aqui, tornamse complementares. Percorrer. Invadir. Absorver. Potencializar. Percorro, portanto, tais estruturas de transposição invadindo os espaços por elas gerados, absorvendo situações, carências e paisagens locais e potencializando sua inserção nas dinâmicas urbanas.

AÇÕES ABSTRATAS


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“O mesmo acidentado da topografia que determinou também este outro traço característico e já referido, que são os viadutos, (...) o modelado do terreno o impõe; a cidade acabará com um verdadeiro sistema complexo de vias públicas suspensas que lhe emprestará um caráter talvez único no mundo. Com os viadutos virão os túneis (...) e será este mais um traço original de São Paulo que, com o outro, fará dela uma cidade dividida em dois planos sobrepostos, cidade de dois pavimentos.” (PRADO JR, 1972)


O processo de formação do espaço urbano de São Paulo revela, na constituição de seu sistema viário, a necessidade da concepção de respostas rápidas às demandas crescentes por novos vetores de escoamento de fluxo. As vias expressas, radiais e perimetrais, implantadas como estruturadoras do sistema de transporte para o escoamento e direcionamento de um fluxo regional, afetam diretamente o desenho urbano a nível local. Tais vias de circulação, conexões metropolitanas, atravessam o tecido urbano alheias ao que se passa em seus meios, desestruturando-o e fragmentando-o.

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A Avenida Radial Leste-Oeste percorre o território se elevando e se inserindo ao longo de seu trajeto por entre o solo da cidade de São Paulo. Rasga o tecido urbano. Gera mais um patamar de cidade. Cria involuntariamente espaços por onde passa transformando a paisagem. Fragmentos de cidade resultados do modelo de mobilidade adotado nesta metrópole, patamares cindidos, espaços à espera de ativação social. À tal infraestrutura de transposição soma-se a topografia da cidade de São Paulo, formada naturalmente pelos vales e planaltos. Foco o recorte da área de análise no cruzamento da via elevada com a Avenida Nove de Julho, onde o afastamento vertical entre as camadas de cidade ganham maior extensão. Avenida de fundo de vale e via elevada, duas estruturas fundamentais na constituição da paisagem urbana de São Paulo, dois elementos que quando sobrepostos evidenciam a maneira pela a qual a cidade se constrói.

ÁREA


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As imagens que seguem caracterizam impressões subjetivas, individuais ou coletivas ao longo do percurso pela área. Os trechos provêm de fontes diversas: impressões pessoais, entrevistas, notícias vinculadas por meios de comunicação, documentários, depoimentos.

IMPRESSÕES


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26 imagem de pr贸pria autoria


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Cota 763, emersรฃo. Trecho de รกrea sobre a Av. Radial Leste, ganha visibilidade apรณs reforma da Praรงa Roosevelt.


imagem de própria autoria

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Cota 755. Trecho da conexão entre a Av. Nove de Julho e Rua Augusta. Objetos esquecidos, vestígios de uma ocupação.


imagem de própria autoria

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Cota 753. “Após fazer caminhada na praça Roosevelt, passar no cabelereiro, na Nestor Pestana, me dirigi ao sacolão para comprar frutas” moradora da região. Sacolão, caldo de cana e bar sob a Av. Radial Leste. Densidade demográfica da região pertencente à subprefeitura da Sé: 16.454hab/Km² (Fonte: site da Prefeitura de São Paulo).


imagem de pr贸pria autoria

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Cota 748, imersão. Mercado das Flores. Inaugurado em set/2012, como “mercado de flores e uma praça, com plantas, assentos, vigilância 24 horas e nova iluminação.”, trecho de notícia da Folha de São Paulo.

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Hoje um gradil segrega o espaço da floricultura do percurso público sob o viaduto.


fonte da imagem: www.google.com/maps

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Cota 744. Trecho da conexão entre Av. Nove de Julho e Rua Augusta. Abrigo de moradores de rua antes da instalação da floricultura. “Conversei com os moradores, no começo houve resistência, mas eles foram entendendo”, relato de sócio do Mercado das Flores, e ex-dono de banca de flores na Praça Roosevelt.


imagem de própria autoria

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Cota 744, interposição. Ocupação informal, barracas de moradores de rua na Av. Nove de Julho. Imagem da primeira visita à área, na segunda eles já não estavam mais lá.


imagem de própria autoria

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Cota 744, interposição. Trecho do cruzamento ente Av. Nove de Julho e Av. Radial Leste-Oeste. “É como se a cidade saltasse de colina em colina, nas palavras de Azis Ab’Saber, ou como se fosse uma cidade de dois pavimentos — várzeas e patamares secos — conforme Caio Prado Júnior”, Ângelo Bucci.


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Cota 753. Espaço de Convivência para adultos Bela Vista, infraestrutura compreendida por quadra esportiva, banheiros e tenda de convivência, e CREAS POP- Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. “Este local não faz apenas o acolhimento, ele possibilita o progresso dessa pessoa”, vice-prefeita e secretária municipal de assistência social em 2010, no ato da inauguração do centro.

fonte da imagem: http://noticias.uol.com.br/album/2012/06/29/sopao-em-sao-paulo.htm?mobile

imagem de própria autoria

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Cota 753. Moradores de rua assistem TV na tenda do Espaço de Convivência Bela Vista. “Aqui passam aproximadamente 300 pessoas por dia, eles tomam banho e vão embora. Que ficam mesmo umas 50. Eles assistem televisão, conversam. A quadra mesmo eles usam pouco, é muito pequena”, depoimento de voluntário no Espaço de Convivência, agosto 2013.

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fonte da imagem: http://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.094/155

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Cota 757, transbordamento. Espaço sob o Viaduto do Café primeira ocupação da biblioteca e academia de boxe Cora Garrido. “Trabalhamos com o resgate social de moradores de rua em situação de risco, albergados, ex-meninos da Febem e ex-detentos, além de moradores mais necessitados aqui da Bela Vista. Queremos trazê-los de volta à sociedade”, Cora Batista.


imagem de pr贸pria autoria

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O espa莽o hoje se encontra vazio.


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“É ainda preferível a possibilidade de desentendimento à impossibilidade do encontro.” (LEITE, 2009)

INTENÇÕES


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A conformação da cidade, através de camadas que se superpõe e da estruturação do eixo rodoviário como principal meio de mobilidade urbana, desenha um tecido urbano fragmentado, gerador de lacunas, repleto de “encontros de cidade que resultam em lugar nenhum”, espaços que evidenciam a falta de comunicação e relação entre os níveis e os espaços livres da cidade. A noção de percurso esvai-se, e em seu lugar, a ideia de ligação, como simples conexão entre dois pontos, impede a interação entre dinâmicas existentes. Fluxos e permanências acontecem paralela e independentemente.


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Extraio desta paisagem o anseio pela constituição de espaços de articulação entre os fragmentos urbanos. O contato entre dinâmicas, níveis e situações impulsiona uma ação sobre a área que, mais do que conectar pontos, busca através das novas estruturas a interação entre tais fragmentos, configurando assim novas relações tanto espaciais como de uso e apropriação do espaço urbano. situações de interesse inseridas ou contíguas à área de intervenção dinâmicas existentes transposições de nível deslocamentos possíveis

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Os espaços criados são aqui tomados como provocadores de experimentação do imprevisível, elementos articuladores de distintas camadas sociais, onde a possibilidade do embate interessa mais do que a definição restrita e fixa de um programa. Às situações de uso específico somamse espaços livres, distendidos, lugares a espera de uma apropriação espontânea.

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Intervalos dentro de uma lógica comportamental rígida e pré-determinada questionariam a maneira com que a cidade é construída e ocupada. A ausência de determinação neste caso interessa, para além da indefinição, pela não restrição de comportamentos, estimulando novas maneira de apropriação do espaço urbano. “Espaço aberto à interpretações e apropriações múltiplas e não correspondentes, capaz de absorver e registrar as marcas deixadas sem, no entanto, adquirir um sentido que pudesse ser adotado como mais adequado, e, no momento seguinte, capaz de voltar à situação de significante, à espera de novos significados, interpretações, intervenções por parte dos usuários ativadores.” (DERRIDA, in GUATELLI, 2010)


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Aproprio-me ainda de imagens criadas pela cidade para extrair delas situações de projeto. Emersão, imersão, interposição, transbordamento; incitações espaciais as quais qualifico como maneiras de invasão. Configurações formais no espaço que ao se construir tencionam a paisagem urbana reconstruindo a percepção sobre a cidade.

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PROPOSTA


A arquitetura é tomada, portanto, não como definidora de usos, mas como propulsora de espacialidades; agente na conversão de espaços a lugares socialmente ativos, opondo-se a uma imagem estática para tornar-se formas que se reconstroem a cada instante. Arquitetura que se compõe no espaço estimulando ao usuário novos valores de uso e apropriação, enfim, arquitetura ao mesmo tempo permanente e mutante, que incita em si novas configurações espaciais.

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ações abstratas aplicadas à proposta


1.TENSIONAMENTO DA PAISAGEM URBANA A estrutura caminha pela cidade, absorve dinâmicas, contrapõe-se a paisagens, conecta funções, articula espacialidades, aproxima fragmentos espaciais e sociais. Uma estrutura nova que se abriga e se nutre da estrutura existente conformando corpos híbridos. Uma arquitetura se insere como parte ao mesmo tempo integrante e dissonante da estrutura original, compondo-se no espaço, construindo extensões e intervalos, proporcionando novas espacialidades. A presença absoluta da Radial Leste-Oeste no ambiente urbano defronta-se com a estrutura leve que a permeia, planos compõe-se construindo novos espaços, espacialidades e olhares, articulando superfícies opostas, tensionando os encontros da cidade. A forma bruta da via elevada é então contraposta pela estrutura que a circunda compondo um equilíbrio dinâmico entre formas no espaço urbano.

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2. PONTOS POTENCIALIZADORES E ESPAÇOS DE DISTENSÃO

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Exploro em meio à tal ambiente situações distintas. Espaços potencializadores caracterizados por uma condição infraestrutural e programática fixa são conectados entre si por espaços livres, espaços desprovidos de função pré-determinada, abertos a novas interpretações e usos. Os núcleos programáticos atuam como propulsores da ativação social nos espaços de intervalo, espaços a espera de novas dinâmicas urbanas que se constroem, desfazem e se reconstroem em seguida. Duas situações distintas que quando articuladas incitam um novo tipo de apropriação da cidade. Duas naturezas diversas de espaço urbano, pontos potencializadores e espaços de distensão. A estrutura proposta, portanto, para além de aproximar pontos desconexos da cidade criando novos percursos, trabalha na produção de espaços que propiciem interações e apropriações de outro caráter. Espaços de fluxo constante fundemse a lugares que clamam por permanência provocando a transgressão de uma lógica estritamente funcional. Espaços em trânsito se abrem a novos tipos de apropriações e temporalidades. Espaços a espera, pontos de distensão. Nestes espaços, a aproximação e conexão de lógicas e dinâmicas aparentemente não complementares induz a construção de situações suplementares, imprevisíveis. Espaços disparadores de novas urbanidades em uma área já originada como “sobra”, um subespaço da cidade que quando ocupado, gradativamente ao longo do tempo, ao acaso, coloca frente a frente os segmentos da sociedade exaltando sua heterogeneidade.


deslocamentos

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transposições de nível

pontos potencializadores e espaços de distensão


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1.Extensão do mirante conformado pela escadaria da Praça Roosevelt, evidenciando uma situação de emersão em relação à Radial Leste-Oeste; 2.Extensão das escadas e patamares ao longo do percurso compondo superfícies potenciais à uma ocupação contingente, como pelos grupos de teatro da região.

RECORTE 1

TRECHO DE ÁREA DA R. AUGUSTA À R. AVANHANDAVA


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3.Abertura de percursos públicos por entre o espaço do Mercado das Flores, possibilitando novos deslocamentos e, assim, o cruzamento entre dinâmicas de permanência e trânsito; 4.Passarelas, rampas e planos de cobertura se estendem como percursos ao redor da floricultura evidenciando sua situação como espaço de imersão; 5.Situações que impulsionam apropriações espontâneas nos espaços livres: 5.1.Conexão com o Vd. Martinho Prado, 5.2.Inserção de elevador, 5.3.Extensão da cobertura do ponto de ônibus como um novo percurso e 5.4.Criação de um bloco de comércio; 6.Inserção de um plano suspenso entre as avenidas Nove de Julho e Radial Leste-Oeste como um ponto de travessia intermediário, evidenciando a constituição da cidade por camadas que se sobrepõe.

RECORTE 2

TRECHO DE ÁREA DA R. AVANHANDAVA À AV. NOVE DE JULHO


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7.Abertura do Espaço de Convivência Bela Vista diretamente para o percurso público promovendo a articulação destes dois espaços; 8.Extensão do percurso público sobre a cobertura do Espaço de Convivência impulsionando encontros e interações entre as diversas camadas sociais que compõe a vida da região; 9.Percursos articuladores de níveis que se estendem ao longo do trajeto em bancos e estares, promovendo o cruzamento entre dinâmicas urbanas de diferentes ritmos.

RECORTE 3

TRECHO DE ÁREA DA AV. NOVE DE JULHO À R. SANTO ANTÔNIO


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10.Extensão do CREAS e Espaço de Convivência Bela Vista através da criação de uma área multiuso que promova atividades e oficinas à população em situação de rua; 11.Extensão do percurso à cota superior da Av. Radial LesteOeste, permitindo a conexão com os bairros contíguos à área.

RECORTE 4

TRECHO DE ÁREA DA R. SANTO ANTÔNIO À R. JOÃO PASSALÁQUA


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Pretende-se, assim, extrair da congestão das metrópoles contemporâneas, seus espaços de intervalo, tomando-os não com a intenção ou finalidade de preenchê-los, mas ao contrário, de inseri-los na dinâmica urbana como espaços livres, potencias ao encontro e ao convívio urbano coletivo. Busca-se, portanto, nos vazios urbanos a constituição de superfícies, espaços distendidos, ambientes abertos a interpretações e ocupações de maneira tal que possibilite ressignificações de acordo com seus usuários ativadores, fomentando uma nova relação social e perceptiva no espaço urbano e retomando assim o solo da cidade como o lugar efetivo da vida urbana.


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BIBLIOGRAFIA


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