COLMEIA
AGRADECIMENTOS
COLMEIA Trabalho Final de Graduação Diplomação 02 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU Universidade de Brasília - UnB Departamento de Projeto, Expressão e Representação (PRO) Banca Examinadora: Maria Cecília Filgueiras Lima Gabriele Joara Cronemberger Ribeiro Silva Oscar Luís Ferreira Aluna: Mariana Verlangeiro Vieira 12/0037947 1º semestre de 2018
Aos meus pais Fernando e Mônica, pela paciência, companheirismo, e coorientações; às minhas irmãs, Paula e Isabel; à Vera e ao Dê, por todo o apoio e amor diários; Às minhas amigas e sócias do Estúdio Beira, Bárbara Morais e Isabela Bandeira, pela compreensão, incentivos, ideias e enorme ajuda para o desenvolvimento deste trabalho; Aos grandes amigos que tive a sorte de conhecer, em especial aos companheiros de formação, que dividiram comigo tantos momentos nesta caminhada e sempre se dispuseram a ajudar no que fosse preciso; Aos talentosos arquitetos e grandes amigos, Ítalo Ferreira e Camila Joko, pela valiosa contribuição ao trabalho; À aluna de Biologia Ana Carolina Hildebrand, pelos esclarecimentos e entrevista a respeito das saídas em campo do curso de Biologia; e à aluna Bruna Dantas, do curso de Engenharia Ambiental, pelas dúvidas sanadas e inúmeras soluções de infraestrutura apresentadas; Ao corpo docente da FAU UnB, em especial aos professores Caio Frederico e Silva e Ivan do Valle, pelos assessoramentos bioclimáticos e estruturais, e à banca, composta pelos professores Joara Cronemberger Ribeiro Silva e Oscar Luís Ferreira, que contribuiu de maneira contundente para a melhora do conteúdo apresentado; E à minha querida orientadora e amiga, professora Maria Cecília Gabriele, por cada orientação, pesquisa, crítica e por todos os ensinamentos ao longo desta trajetória. Você é um grande exemplo e inspiração; O meu muitíssimo obrigada!
SUMÁRIO
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10
72
INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS
CONCLUSÃO
06
16
73
REFERÊNCIAS
O PROJETO
ANEXOS
PANORAMA GERAL.................................17 ESTUDO DE CASO....................................48 A COMPOSIÇÃO “U”.................................55 A COMPOSIÇÃO COMUM..................59
74 FONTES DE PESQUISA
76 ÍNDICE DE FIGURAS
01 IN TRO DU ÇÃO
As analogias iniciais que inspiraram as definições deste trabalhos estão presentes neste item, seguido da Metodologia, respaldadas por diretrizes específicas da elaboração do projeto
INTRODUÇÃO
A inspiração para conceituar a estrutura construtiva básica adotada nesse projeto, fundamentou-se no modelo orgânico do enxame de abelhas, cuja vida em sociedade instiga a ciência à investigação e à compreensão, não só de sua estrutura lógica e de seus mecanismos internos de organização, mas também de sua forma de distribuição no espaço. A concepção de uma colmeia como módulo fundamental serviu de base na definição da estação de pesquisa, objeto e célula básica deste trabalho. Desta maneira, a analogia entre o projeto e a estrutura de abrigo das abelhas se dá não na sua morfologia básica hexagonal, mas, sim, nas questões relativas aos conceitos que carrega em si, identificados, aqui, como diretrizes fundamentais, e, portanto, ponto de partida para estruturar esta proposta: Efemeridade, Modularidade e Adaptabilidade. Neste sentido, ressalta-se que, a partir de unidades básicas essenciais, são materializadas diferentes composições funcionais. É o que se observa nas diferentes tipologias de colmeias existentes, que se distinguem de acordo com as espécies de abelhas, o local no qual serão construídas, o tamanho do enxame, dentre outros fatores. Deste modo, percebe-se que, mesmo a partir de um elemento regular, são criadas composições orgânicas, na medida em que cada uma é única em relação a outra, já que se configuram em estruturas adaptadas a cada necessidade específica em questão. A geometria hexagonal dos alvéolos busca a racionalização do consumo de cera e permite o melhor aproveitamento do espaço da colmeia. Da mesma maneira, soluções racionais de otimização de materiais e espaços são buscadas no projeto.
Sendo assim, definidas as três diretrizes fundamentais, o projeto em questão visa incorporar a filosofia de uma solução arquitetônica que traz maior mobilidade à relação indivíduo-espaço, de maneira particular às demandas. Então, conforme a hierarquia estabelecida na natureza, a ideia de teoria de conjuntos presente na sequência Colmeia, Favo e Alvéolo é análoga às partes deste projeto, cujas Composições Modulares são edificadas a partir de Módulos Essenciais, cujos Elementos Modulares são de fundamental importância para sua estruturação. O grande desafio da proposta é ilustrar que é possível articular mecanismos de produção em série e modulares a projetos que reflitam realidades locais, de forma a criar objetos arquitetônicos adaptados a diferentes cenários e demandas.
“
Além do raciocínio intelectual, a observação da natureza e a experimentação constituem métodos de grande utilidade na concepção de modelos arquitetônicos. Desde as construções vernáculas até as obras dos arquitetos mais importantes, existiram desde sempre reinterpretações de formas naturais aplicadas ao universo da arquitetura.
“
Como forma primeira, a natureza é fonte de inspiração, da qual podemos apreender aspectos práticos e funcionais, tais como mínimo consumo de materiais e energia, de forma eficiente e eficaz.
BAHAMÓN, A; PÉREZ, P. (2018). Na obra Analogias entre o mundo animal e arquitetura contemporânea.
Figura 1: Exemplo ilustrativo de colmeia irregular, composta por alveรณlos e favos Fonte: Pinterest
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METODOLOGIA A elaboração do projeto, frente às possibilidades construtivas, se dá a partir da análise e ponderação de exemplos e posterior desenvolvimento de uma proposição arquitetônica respaldada conceitualmente por diretrizes pré-estabelecidas. Seu conteúdo tem como base metodológica a pesquisa qualitativa e exploratória. A pesquisa bibliográfica realizada buscou a procura de soluções semelhantes ao produto que será desenvolvido, tanto nos aspectos conceituais, como nos arquitetônicos aplicados. Para o desenvolvimento deste projeto, foram abordados dois panoramas: um mais geral - a Colmeia, em si, e outro específico, por meio de um Estudo de Caso, orientado por um uso, um cliente e um terreno determinados. Neste Estudo de Caso, foram aplicadas soluções particulares, em meio ao universo abrangente da Colmeia, anteriormente apresentado. Foi elaborado, desta forma, um programa de necessidades, capaz de nortear o partido arquitetônico, sempre alinhado às três diretrizes fundamentais do projeto, de Efemeridade, Modularidade e Adaptabilidade. Assim, tendo em vista a determinação do número de pessoas e demais quantitativos, a partir do Panorama Geral de Projeto, bem como o estudo de soluções gerais de implantação, a articulação e o suprimento da infraestrutura para abastecimento dos módulos, se deram as concepções morfológicas e volumétricas de um projeto, que visa abrir um largo leque de aplicações. Desta forma, a escolha da categoria “pesquisa”, proposta para elaboração do Estudo de Caso, foi fundamentada pela entrevista sobre dinâmica e programa de necessidades das atividades realizadas com representantes da área escolhida (Biologia), sendo possível respaldar as decisões de projeto. Desta maneira, a partir das demandas existentes de um cliente real, se dá, enfim, a escolha de um terreno real para proposição e análise aprofundada. Neste contexto, destaca-se a importância das ques-
tões relacionadas ao caráter efêmero da arquitetura, e aos conceitos de modularidade e adaptabilidade, levadas a cabo na pesquisa bibliográfica. Neste sentido, a arquitetura dos Pavilhões da Serpentine Gallery; os princípios do Archigram e dos Metabolistas; bem como pesquisas relativas às possibilidades de estruturação dos módulos, atribuem ao projeto referências reais e utópicas, de forma a enriquecer o repertório para a elaboração da proposta. A pesquisa do uso de materiais, a articulação das volumetrias, a questão estrutural e de composição, por sua vez, foram desenvolvidas no item 4 deste trabalho, na parte referente à tomada de decisões de projeto, deixando margem para futuras aplicações em contextos distintos. Sob esta perspectiva, os objetivos específicos, executados de acordo com a base metodológica adotada, portanto, buscam fundamentar a existência da Colmeia, projeto concebido de forma a permitir composições efêmeras, modulares e adaptáveis, com possibilidades de usos voltadas a suprir necessidades em diversos âmbitos.
02 RE FE RÊN CI AS
O caráter efêmero, modular e adaptável da arquitetura, para a proposição deste trabalho, não pode ser dissociado de referências conceituais, plásticas e modulares. Por isso, neste quesito, são evidenciadas essas características que se destacam e são relevantes na elaboração do projeto em questão
ADAPTABILIDADE
Figura 2: Ilustração Archigram, Walking City - Vista completa de uma unidade-cápsula, da proposição de “veículos-cidade” Fonte: http://www.archdaily.com
Figura 3: Ilustração Archigram, Plug-in City Fonte: gabaguzik.wordpress.com
Figura 4: Foto de Nagakin Capsule Tower, Tóquio, 1970 Fonte: GUIHEUX, 1997
ARCHIGRAM
canismos de reprodução em série e aspectos de individualidade, através da flexibilidade da tomada de decisões do plugar e do desplugar, que materializam o rompimento de um sistema de produção em massa, representando uma alternativa à homogeneização e estandardização do estilo internacional. Esta atribuição de um caráter de escolha deu origem aos conceitos plug-in e clip-on, que permitiam a geração de novos aparelhos e possibilitava um grau maior de interatividade a nível individual.
METABOLISTAS
As ideias do Archigram floresceram em meio ao boom tecnológico de transportes, comunicação, informática e robótica, de 1960, dando lugar a uma nova forma de enxergar o mundo. Na arquitetura, observam-se questionamentos de paradigmas de tempo e espaço, a partir das novas tecnologias. Dentre as produções de grande destaque está Living City (1963), defensora de uma abordagem high tech, com infraestrutura leve, explorando universos novos, como estruturas infláveis, computadorizadas, ambientes descartáveis, cápsulas espaciais capazes de permitir a migração nômades de indivíduos, que não mais estavam presos ao espaço, mas, sim, atrelados à máquina. Outra obra relevante foi “Plug-in-City” (1964-66), exemplo de compatibilização de me-
Não apenas a industrialização em si, mas suas repercussões indiretas, tais como a vivência e uma nova perspectiva de mundo, modificado pelas novas relações de produção e consumo, passaram a materializar diferentes espaços. Questões de mobilidade, sob uma perspectiva metamórfica, associadas ao desprendimento do território (“novo nomadismo”), permitiram uma abordagem desta “nova arquitetura”: descartável, móvel, mutável.
O Metabolismo insere-se no contexto das megaestruturas (1950-70), no qual grandes estruturas tentam abarcar um programa de necessidades bastante extenso, com a complexidade de uma cidade. Os metabolistas consideravam que os edifícios e espaços urbanos estariam sujeitos às mesmas lógicas do crescimento natural e biológico de organismos vivos, estando associados a noções de adaptabilidade, flexibilidade e multifuncionalidade, devido ao caráter orgânico que apresentavam. A pré-fabricação foi considerada solução para problemas de grande escala, como o grande crescimento populacional e as novas demandas por habitação, por meio das possibilidades de acréscimo de componentes celulares às estruturas principais. Nakagin Capsule Tower de Kurokawa, no Japão, foi um dos principais exemplares de obras do Metabolismo.
Figura 5: Axonométrica do interior de uma cápsula de Nagakin Capsule Tower Fonte: GUIHEUX, 1997
Características em destaque: As noções de desprendimento do espaço e o casamento entre reprodutibilidade e identidade, herdados do Archigram, são elementos fundamentais do projeto Colmeia, por tratarem que haja a possibilidade de estadia em locais inusitados, sem que se abra mão de condições mínimas de conforto, mas de forma exclusiva e específica para cada situação em questão. Nesse sentido, o programa de necessidades seria específico para o tipo de uso desejado, confrontando a “complexidade programática a nível de uma cidade” metabolista, mas permitindo, ainda assim, adaptabilidade, flexibilidade e multifuncionalidade, a partir de elementos pré-fabricados e componentes celulares (ou, como descrito no projeto, modulares).
MODULARIDADE
Figura 6: Proposta de edifício modular à beira-mar para a cidade de Figura 7: Brinquedoteca Itinerante Toronto, no Canadá Fonte: http://piniweb.pini.com Fonte: http://www.contemporist.com
Figura 8: Foto de uma edificação modular em aço corten Fonte: http://studiomil111.blogspot.com.br
MÓDULOS A Definição de Arquitetura modular, segundo a NBR-5706 (ABNT, 1977) é: “Técnica que permite relacionar as medidas de projeto com as medidas modulares, por meio de um retículo espacial de referência.”. Adotando neste trabalho a definição de módulo como “unidade de medida que regula as dimensões ou proporções que devem ter as diversas partes de uma construção”, pode-se entender que a arquitetura modular leva em consideração conceitos de racionalização, de forma a objetivar o processo construtivo, em uma espécie de padronização construtiva, por apresentar elementos dimensionados a partir de uma unidade de medida comum (o módulo). As vantagens do uso de módulos estão, muitas vezes, atreladas à rápida montagem e articulação
das partes, associadas, geralmente, a uma tecnologia de rápida fabricação e fácil transporte, o que tende a gerar economia de recursos e tempo. Desta forma, evita-se tanto o desperdício de materiais quanto o erro, por se tratarem, muitas vezes, de peças industrializadas e executadas com grande precisão. Contudo, é importante que as retículas e malhas escolhidas não sejam limitadoras para o desenvolvimento do projeto de arquitetura, e, sim, que permitam a existência de uma flexibilidade projetual mais regrada, de forma a estabelecer mais claramente proporções, de maneira a permitir, também, maior precisão na determinação dos traçados regularadores do edifício e na determinação de fluxos, tanto do projeto que irá ser desenvolvido, quanto dos fluxos já existentes, provenientes do entorno imediato ao terreno.
Assim, retículas não precisam ser ortogonais, mas, sim, regulares. Ou seja, é necessário que apresentem uma constituição lógica e coerente. Existem inúmeros exemplos de aplicação para a modularidade na arquitetura: desde fluxos e traçados, já citados, passando pela locação de estruturas, posicionamento de esquadrias, além de acarretar em maior facilidade de compatibilização dos demais projetos, como elétricos e hidráulicos. Ademais, a aplicação de revestimentos, de forma a equilibrar visualmente os espaços, é um exemplo de como a modularidade, além de seu papel prático e objetivo - atrelado à otimização dos processostambém pode ser útil no desempenho estético e plástico arquitetônicos, auxiliando na constituição de espaços visualmente mais equilibrados e, portanto, mais aprazíveis.
Figura 9: Imagem do concurso para equipamentos emergenciais modulares Fonte: http://www.archdaily.com.br
Características em destaque: A modularidade é uma diretriz de grande importância na Colmeia, por ser um dos aspectos que torna viável a elaboração de um projeto, que requer alto teor de adaptabilidade e que necessita da otimização de materiais e regularidade formal, para que seja possível o transporte e a montagem e desmontagem das estruturas em questão. Por apresentarem função de hospedagem, em quaisquer usos específicos, que se deseje optar, propõe-se módulos de medidas regulares, capazes de se conectarem entre si, ampliando ou reduzindo o espaço desejado. Neste contexto, a simetria e a existência de um retículo regular auxiliam na concepção e na constituição dos espaços propostos, não se reduzindo às dimensões em planta.
08
EFEMERIDADE
Figura 10: Pavilhão do Serpentine Gallery de Rem Koolhaas, durante a noite - maquete digital Fonte: http://oma.eu/projects/serpentine-gallery-pavilion
Figura 11: Pavilhão do Serpentine Gallery de 2017, de Francis Keré, arquiteto de Gando, Burkina Faso Fonte: http://www.serpentinegalleries.org/
PAVILHÕES SERPENTINE
arquitetura sem evento e sem programa, isso é, sem uma ocorrência, bebendo também de fontes dos anos 60, como o projeto Instant City, do Archigram.
Os pavilhões anuais da Serpentine Gallery, localizados no Hyde Park, em Londres, são exemplos de arquitetura efêmera. Por serem temporários, contam com um programa simples e desempenham papéis diversos durante o dia, podendo significar abrigo do Sol ou da chuva, refúgio, cenário para composição de luz natural e sombra, ou mesmo um local para se tomar um café. Contudo, os pavilhões podem desempenhar um caráter atrativo também à noite, como foi o caso do projeto de Rem Koolhaas e Hans Ulrich Obrist para a proposta de Pavilhão, em 2006. A peça central deste projeto foi um dossel inflável, em forma ovoide, que flutua acima do gramado do Hyde Park, e parece estar prestes a alçar voo. Este Pavilhão se assenta na ideia de arquitetura-evento de Bernard Tschumi, que afirma não existir
O Pavilhão de Koolhaas, feito a partir de material translúcido, teve um papel de marco tanto de dia, quanto à noite, quando era iluminado por dentro, ganhando grande destaque. Articulou-se, assim, a forma circular do espaço central da galeria ao volume ovoide superior, criando uma base de policarbonato cilíndrica e translúcida para o novo pavilhão. A evolução tipológica e a experimentação de materiais estruturais no projeto de 2006 provocou debates a respeito destes aspectos e, graças aos novos elementos incorporados nesta obra, promoveram novos usos e apropriações espaciais, levando a discussões, inclusive, sobre a própria definição e função desempenhadas pelo Pavilhão.
Figura 12: Tendas Nomadic na Península de Musandam, Omã. Destino conta com desertos e litoral, e sua estrutura de tendas Nomadic permitem conforto nestas condições Fonte: https://www.blacktomato.com/blink/
Figura 13: As Tenda Lodge, no deserto do Kalahari da Namíbia. As barracas do tipo lodge são ideias para famílias e grupos, já que se adequam a muitos tipos de clima e por terem tamanho adaptável Fonte: https://www.blacktomato.com/blink/
HOSPEDAGENS BLINK A empresa Black Tomato é um operador turístico premiado, especializado em quesitos relativos a viagens de luxo, destinos criativos e serviço de ponta. Dentre seus serviços, destaca-se Blink (em português, “Piscar”), cujo funcionamento se dá a partir do preenchimento de um formulário online, que permite à empresa sugerir destinos adequados às demandas solicitadas. As opções de locais são as mais diversas, incluindo lugares com pouca ou nenhuma infraestrutura, como desertos, assentamentos próximos a lagos remotos, etc. Os limites são poucos – basicamente atrelados a quanto se pretende gastar. Uma vez escolhido o destino, cria-se um roteiro de experiência única de viagem, que inclui uma estadia personalizada, durante o período de tempo acordado previamente. Após o período, no local escolhido, como o próprio nome faz alusão, a empresa desmonta o acampamento Blink, sem deixar vestígios.
Características em destaque: As noções de desprendimento do local e de temporalidade, bem como as ideias de reaproveitamento de estruturas que possuam demandas e programas simples, porém específicos para os usos desejados, são características diretamente relacionadas às diretrizes de projeto da Colmeia. Assim, para que seja possível a criação de estruturas de fácil montagem e desmontagem, em destinos diferentes, e com o abastecimento de uma infraestrutura básica mínima, capaz de prover condições de conforto e estadia, o projeto também deve ser capaz de explorar variações tipológicas e diferentes materiais, com pouca ou mínima intervenção direta no local de implantação, cada qual, adaptada à proposta em questão.
03 ARQ.
Para escolha destas referências arquitetônicas, foram consideradas, além dos aspectos apresentados, referentes às conceituações, questões plásticas e volumétricas, de modo a contribuir para a determinação de volumetria, materialidade, proporções. Foram também desenhados cortes, fachadas e detalhes estruturais, como modo de apreender as características de forma mais profunda, em cada uma das obras selecionadas
HOTEL ASTRONÔMICO ELQUI DOMOS Arquiteto:
Rodrigo Duque Motta
Localização:
Pisco Elqui, Paiguano, Região de Coquimbo, Chile
Equipe de design:
Martin Holmes, Catalina Ventura, Jorge Siviero
Área:
256 m²
Ano do projeto:
2011
Fotografias:
Cristóbal Palma , Cinema Arquitectura
Figura 15
Figura 16
O Elqui Domos é um pequeno hotel, localizado no Valle del Elqui, nas montanhas dos Andes, conhecido pela beleza de seus céus, clima agradável e grande potencial para o cultivo de vinho, astronomia e turismo. O hotel compreende cabanas individuais estruturadas em madeira, além das cúpulas de tecido translúcidas (dissociadas das cabines em estudo).
Figuras 14, 15 e 16. Hotel Astronômico Equi Domos em diferentes ângulos, com croquis da autora sobrepostos Fonte: https://www.archdaily.com/249790/elquidomos-astronomical-hotel-rodrigo-duque-motta
As cabines contam com um dormitório acoplado a um terraço, que emoldura a paisagem, atribuindo leveza ao projeto, juntamente ao desprendimento do solo, a partir de sua fundação elevada. O plano de vidro chanfrado, por sua vez, busca enquadrar as montanhas, de uma forma a permitir que seu cume seja visto de qualquer lugar dentro da cabine.
Características em destaque do projeto: Conexão com a natureza; Conforto sem complexidade programática; Emolduração da paisagem; Adaptação às variantes de terreno; Materiais.
ENDÊMICO RESGUARDO
Figura 21
Figura 22
Características em destaque do projeto: Conexão com a natureza; Dimensionamento (área); Figuras 17, 18, 19, 20, 21, 22. Endemico Resguardo Silvestre https://www.archdaily.com/199347/endemico-resguardosilvestre-graciastudio
Figura 18
Figura 19
Arquiteto:
Graciastudio – Jorge Gracia
Localização:
Valle de Guadalupe, Ensenada - México
Estrutura:
Aço
Materialidade:
Madeira e Vidro
Emolduração da paisagem; Adaptação às variantes de terreno; Modularidade; Materiais.
Tipo de projeto: Turismo Endereço:
Valle de Guadalupe Ensenada México
Área:
94 m²
Ano:
2011
O Endêmico Resguardo Silvestre é um conjunto de 20 dormitórios independentes, de 20 m² cada, localizados em uma área de 0,94 km², na qual encontram-se, também, uma vinícola e uma área residencial. Este conjunto surgiu com objetivo de criar uma “casa acampamento de luxo”, para uma hospedagem com grande conexão e diálogo com a paisagem. Para evitar interferências diretas no terreno, promovendo menor impacto à natureza, as estruturas dos denominados EcoLofts são elevadas em relação ao terreno.
Figura 20
Revestindo os módulos, o aço corten, por modificar-se ao longo do tempo, permite que obra e meio ambiente estejam em harmonia, graças a possibilidade de transformação inerente ao material.
Figura 23: 4 croquis de estudo de fachadas, planta e corte das volumetrias do Endemico Resguardo Silvestre Fonte: https://www.archdaily.com/199347/endemico-resguardo-silvestre-graciastudio
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CAIXA DA ALMA Figura 25
Vista da abertura traseira da Caixa de Alma, na parte referente ao local de descanso.
Figura 26
Detalhes da abertura zenital fle- Detalhes da abertura zenital xível, na parte posterior e dos flexível e dos nichos/escada, nichos/escada vistos por fora. vistos por dentro.
Caixa da Alma.
Figuras 24, 25, 26, 27, 28: A Caixa da Alma e seus espaços internos e detalhes projetuais, com croquis da autora sobrepostos Fonte:https://www.gessato.com/arcadiathe-spirit-shelter/
Arquitetos:
Universidade Bauhaus de Weimar Chair of Design e Construção Civil Prof. Mag Arch Michael Loudon.. Conceito & Acabamento: Matthias Prüger Manuel Rauwolf Ulrike Wetzel
Localização:
-
Área:
não informada
Ano do projeto: 2012
A Caixa da Alma surge com a proposta de permitir uma imersão temporária em si próprio e na natureza. Trata-se de um ambiente reduzido à escala humana, para auto-reflexão.
Figura 27
Figura 29: A Caixa da Alma e seu processo de montagem Fonte:https://www.gessato.com/arcadia-the-spirit-shelter/
Segundo os autores do projeto, desempenha a função de uma pequena estação de pesquisa, com espaço mínimo, para um máximo de 2 pessoas, limitado a necessidades muito básicas.
Características em destaque do projeto:
O design modular facilita o transporte e permite montagem e desmontagem repetidas. Os elementos de madeira são revestidos no exterior com painéis de plástico, reforçados com fibra de vidro, com batente em madeira por dentro. Estes elementos “sanduíche” são montados, conectados por parafusos e, ao fim, vedados.
Espaço introspectivo, para pesquisa;
Conexão com a natureza; Conforto, sem complexidade programática;
Facilidade de transporte; Facilidade de montagem e desmontagem.
Figura 28
Todo o mobiliário faz parte do projeto, sendo acoplado e encaixável, mimeticamente.
GRAFENO LOFT
Figura 31: Grafeno Loft axonométrica com espaços internos em evidência Fonte: https://www.archdaily.com/199347/endemico-resguardo-silvestre-graciastudio
Figura 30: Grafeno Loft com croquis da autora sobrepostos Fonte: https://www.archdaily.com/199347/endemicoresguardo-silvestre-graciastudio
Arquitetos:
Arketiposchile
Programa:
Apartamento Duplex
Materialidade:
Estrutura de madeira, telha de asfalto
Ano Projeto:
2012
Superfície:
74,91 m² / unidade
Área total:
524,37 m²
Render:
Defroisi / Jaime Castillo C.
O Grafeno Loft surge da ideia de uma nova perspectiva sob as unidades habitacionais. Para isso, toma-se partido de elementos estruturais, como o hexágono, cuja associação à rigidez da estrutura atômica do grafeno dá nome ao projeto. Os quadros estruturais hexagonais, juntamente aos elementos verticais, articulam-se para não forçar os nós triangulares dos cruzamentos. Esta modulação prevê o uso de peças padrão, de madeira. Cada unidade pode ser repetida tantas vezes quanto a resistência dos materiais permitir, adaptando-se ao terreno de implantação. Os módulos de apartamento são duplex, com 50 m², apresentando, no primeiro nível, cozinha, sala de jantar; no segundo nível, quarto, banheiro, pequeno escritório e espaços abertos, todos delimitados pelas paredes inclinadas, que delimitam a volumetria dos módulos. A linguagem arquetípica do projeto se manifesta na coletividade dos espaços entre-módulos. A iluminação e a ventilação são realizadas através das faces frontal e traseira de cada módulo. A articulação dos diferentes módulos permite diferentes dinâmicas em um mesmo nível, já que o deslocamento dos módulos se dá verticalmente no espaço, de forma que o segundo andar de um apartamento possa estar no mesmo nível do primeiro andar de outra habitação.
Figura 33: Croqui de estudo do Grafeno Loft e sua estrutura Fonte: https://www.archdaily.com/199347/endemico-resguardosilvestre-graciastudio
Figura 32: Croqui de estudo do Grafeno Loft e sua volumetria. Fonte: https://www.archdaily.com/199347/endemico-resguardosilvestre-graciastudio
Características em destaque do projeto: Concepção hexagonal; Áreas de convivência (arquétipos); Adaptação às variantes de terreno; Modularidade; Dinamicidade.
Figura 34: Croqui de estudo do Grafeno Loft e a dinâmica de sua ventilação Fonte: https://www.archdaily.com/199347/endemico-resguardo-silvestregraciastudio
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04 PRO JE TO
Os aspectos relativos ao projeto são tratados neste item, tanto em uma abordagem de Panorama Geral, quanto a partir do aprofundamento em um exemplo específico de aplicação: o Estudo de Caso, capaz de aplicar o conceituado, a partir de sua dinâmica referente a um cliente real
MINI GLOSSÁRIO Bacia ou tanque de evapotranspiração - fossa ecológica empregada como alternativa para o tratamento de esgotos domésticos em localidades dispersas no meio rural.
PANORAMA GERAL
Círculo de bananeiras - sistema utilizado no tratamento de águas cinzas, em áreas predominantemente rurais.
O projeto Colmeia surge com o intuito de cumprir demandas “genéricas”, a partir de alternativas específicas de projeto, permitindo que, por meio de um “cardápio de opções pré-fabricadas”, se possa chegar a diversos resultados, específicos para cada proposição, e melhor adaptados às variantes em questão (como as demandas dos clientes, o tipo de uso e o local de implantação). Na abordagem geral, o projeto foi inicialmente pensado se propondo a cumprir três funções, a saber:
AÇÃO SOCIAL A fácil montagem e des-
montagem são imprescindíveis para ações sociais, cujas demandas estão diretamente relacionadas à variável tempo e à capacidade de expansão dos módulos. Essa proposta prevê a montagem de estruturas em casos de catástrofes naturais, ações sociais, abrigos para refugiados, dentre outros eventos infortúnios. Vale ressaltar que o papel do arquiteto também deve desempenhar um caráter social, voltando a atenção àqueles que, de fato, necessitam de espaços edificados, nas circunstâncias mais adversas, nas quais estão desprovidos de recursos. Principal demanda: tempo e facilidade de execução.
TURISMO A estrutura voltada ao turismo
desempenha um papel de hospedagem, semelhante ao programa de necessidades de um hotel. Contrasta, contudo, com os atuais moldes de redes de hotéis multinacionais, por se tratar de uma proposição de arquitetura capaz de permitir a vivência nos locais desejados. Desta forma, proporciona conforto e permite momentos de lazer, sem, contudo, submeter os hóspedes a atmosferas padronizadas e impessoais. O objetivo desta
proposta, de caráter turístico, é apresentar uma alternativa para vivências diferenciadas, sobretudo em locais afastados, e com pouca infraestrutura, de forma a permitir maior assimilação do entorno imediato, possibilitando, também, maior experiência de imersão. A ideia é que a modularidade e a fácil montagem e desmontagem viabilizem a proposta de hospedagem. Principal demanda: conforto, praticidade e adaptabilidade.
ESTUDO E PESQUISA A modularidade em estudo, capaz de articular células principais e anexas, permite a composição de estruturas, de acabamentos mais simples, de fácil montagem e leves, para que possam ser transportadas para viagens de estudo e pesquisa, sobretudo em locais remotos, nos quais seja possível estabelecer bases de pesquisa em diferentes climas e regiões. Assim, as células modulares são capazes de congregar estudantes e pesquisadores. Principal demanda: adaptabilidade e conformação modular adequada. Para que se pudesse refletir sobre as alternativas cabíveis a cada uma das funções apresentadas, foi preciso aprofundar e detalhar uma delas, a partir da aplicação dos conceitos e ideias do projeto em um Estudo de Caso específico. Sendo assim, o projeto é apresentado em duas partes: a primeira, de abordagem mais abrangente, é denominada Panorama Geral, na qual se apresentam os conceitos básicos para o funcionamento do projeto e seus possíveis casos de aplicação, relacionados a seus tipos de uso, seus clientes e seus locais de implantação. Estão presentes, também, nessa parte a concepção volumétrica do módulo
essencial, assim como dos demais módulos básicos e as três escalas de projeto desenvolvidas (a do mobiliário, a do elemento modular e a do componente arquitetônico em si). Além disso, esta primeira parte apresenta a dinâmica de funcionamento relacionada à montagem, transporte, conexão e execução do projeto. A segunda parte do projeto, por sua vez, trata de uma abordagem específica, na qual é apresentado o Estudo de Caso, voltado às atividades de Estudo e Pesquisa. Nesta parte, são aplicadas as diretrizes de projeto, explanadas no Panorama Geral, em uma proposta para uma estação de pesquisa em ciências biológicas, na Chapada dos Veadeiros, a partir de um cliente e uma demanda real. É importante ressaltar que o Estudo de Caso, contudo, não restringe a aplicação às outras situações formuladas e, sim, soluciona questões e possibilita a abertura ao debate que tangencia as demais funções, às quais o projeto idealmente se propõe a cumprir.
Composição “U” - composição de Módulos Básicos específica adotada para o Estudo de Caso, composta por 4 Módulos Essenciais, 2 Módulos de Banheiro e 1 Módulo de infraestrutura, que dispõe de autonomia elétrica e de água. Cubinhos - item do Mobiliário Modular. Usado como banco, elemento suspenso (nicho), mesa de cabeceira, cachepot. Elementos modulares - painéis de envoltória, perfis, vigas, coberturas, placas de piso e elementos do deck, itens que compõem a escala meso da Colmeia. Gaveteiro - escada - item do mobiliário modular, usado tanto como gaveteiro como escada de acesso à cama superior do beliche, no Módulo Dormitório. Módulo Básico - cada um dos três módulos (Essencial, de Banheiros e de Infraestrutura) que compõem a escala macro da Colmeia. Mobiliário modular - mobília dos módulos, itens que cor-respondem à escala micro da Colmeia. Módulo de Infraestrutura - componente arquitetônico empregado para abrigar as tiny kitchen e os componentes de armazenamento (baterias estacionárias), de controle da geração de energia e extintores. Abriga, também, o gerador de emergência e itens de apoio ao dia-a-dia da composição “U”, tais como materiais de limpeza, ferramentas e peças de reposição. Módulo Dormitório - instância do Módulo Essencial empregado como dormitório para duas pessoas. Módulo Essencial - Módulo Básico multiuso que pode ser empregado para criar espaços de convivência, cozinhas, despensas, laboratórios, depósitos ou outras áreas. 4 Módulos Essenciais usados como dormitório, 2 Módulos de Banheiro e 1 Módulo de Infraestrutura formam uma Composição “U”. Painel de envoltória - sanduíche formado por duas placas e por recheio termoacústico que produzem as paredes e divisórias internas de todos os módulos. Tiny kitchen - mini cozinha móvel, que é guardada no Módulo de Infraestrutura. Composto por uma placa elétrica de 2 bocas, uma pia e um frigobar. U - ver Composição “U”.
O EFEITO E.M.A. E.M.A. são as diretrizes básicas de projeto, presentes em todas as etapas do processo de concepção do trabalho, das questões conceituais às arquitetônicas. O termo E.M.A. vigorará nas partes futuras do projeto, destacando a correlação das diretrizes com as tomadas de decisão.
EFEMERIDADE
E
A arquitetura efêmera é, frequentemente, entendida como ambientes projetados para um curto período de permanência e acaba, por vezes, sendo associada ao desperdício de materiais. A efemeridade na Colmeia, contudo, manifesta-se em relação a seu caráter temporal, apresentando soluções que visem a facilidade executiva e a busca de eficiência dos materiais, a partir de ciclos de reutilização. Isso acontece porque a grande maioria dos elementos projetados podem ser reutilizados em outros projetos, para os quais as propriedades dos materiais em questão sejam adequadas. Por apresentar um caráter temporário, uma das preocupações do projeto é zelar pela menor intervenção possível* no meio ambiente.
MODULARIDADE
M
A modularidade está presente no projeto em diversas escalas, sendo contemplada, também, nos Módulos de Infraestrutura, além do deck modular, ou passarela, que interliga as composições arquitetônicas. Assim sendo, destaca-se, referentes às escalas, o Mobiliário Modular (escala micro), que abrange cubinhos, gaveteiros-escada, mesas e tiny kitchen. Os Elementos Modulares componíveis são pertencentes à escala meso, dos quais se destacam cobertura, pilares metálicos, conectores em ‘I’ e em ‘C’, painéis de envoltória (ou painéis sanduíche), esquadrias e fundações. A partir das interações entre Elementos, resultam-se Componentes arquitetônicos Modulares (escala macro), que, por sua vez, podem vir a se articular e se justapor, formando composições arquitetônicas.
ADAPTABILIDADE
A
Os conceitos de adaptabilidade também se fazem imprescindíveis ao projeto, uma vez que as questões de programa são extremamente variáveis. Portanto, as alternativas de projeto devem se mostrar flexíveis, já que dependem de um cliente, de um uso e de um terreno, que podem mudar a cada aplicação da Colmeia. Desta forma, visando se adaptar às diversas circunstâncias e a partir de alternativas sustentáveis cabíveis (dadas as limitações a serem enfrentadas), bem como questões bioclimáticas e de acessibilidade, são propostas soluções componíveis. Estas soluções se dão a partir de elementos pré-fabricados, capazes de se articular espacialmente.
* A menor intervenção deve ser analisada, contudo, de acordo com o caráter do projeto, uma vez que, quanto menor for seu caráter temporário, mais apropriadas podem ser algumas medidas, que, apesar de invasivas, ainda agridem menos o meio ambiente. Isso acontece porque, segundo princípios de sustentabilidade, é sempre interessante que se “fechem ciclos” in loco. Neste caso, uma solução mais interessante adotada no Estudo de Caso a ser mostrado a seguir, por exemplo, foi a criação de bacias de evapotranspiração, cuja interferência no meio existe, mas se justifica dadas as circunstâncias em evidência.
COLMEIA, CONTÊINER E DRYWALL O projeto Colmeia se propõe a conjugar as três diretrizes básicas de Efemeridade, Modularidade e Adaptabilidade. Mas como essa proposição se diferencia das alternativas de mercado já existentes? Para o desenvolvimento do projeto Colmeia, foram feitas pesquisas a respeito da arquitetura de contêineres e drywall, de forma a tentar incorporar suas vantagens, sem, contudo, que se perdessem as características consideradas fundamentais do tripé estruturante E.M.A. No aspecto volumétrico, a arquitetura da Colmeia se assemelha à do contêiner, no que diz respeito à ortogonalidade e volumetria semelhantes a de um paralelepípedo, bem como na questão das escalas reduzidas, verdadeiros facilitadores do transporte. No entanto, na Colmeia, a questão da modularidade transcende os aspectos de envoltória arquitetônica, estando, também, presente nos elementos arquitetônicos, que compõem o Módulo Essencial. Desta forma, o projeto surge já associado a possibilidades de expansão racionalizada, isto é, com pouca geração de resíduos. Como aspectos que se distinguem da arquitetura de contêiner, estão também as questões bioclimáticas e de tratamentos termoacústicos, já incorporadas nos elementos arquitetônicos presentes na Colmeia. As placas de revestimento dos painéis de envoltória da Colmeia e as estruturas leves metálicas de sustentação também foram influenciadas pela técnica construtiva de drywall, de grande importância no desenvolvimento do trabalho. A diferenciação das práticas construtivas, no entanto, está presente na questão da efemeridade da Colmeia, que possibilita montagem e demontagem das placas em situações distintas, diferentemente do drywall, cuja aplicação se dá uma única vez, não havendo reaproveitamento de placas ou peças arquitetônicas. Desta forma, pode-se concluir que, apesar de incorporar questões fundamentais da arquitetura de contêiner e de drywall, a Colmeia busca oferecer soluções as-sociadas ao efeito E.M.A., que transcendem algumas das limitações identificadas nas alternativas constutivas já existentes, quase de forma a se caracterizar como uma nova proposição de técnica construtiva.
18
PREMISSAS A PRÉ-FABRICAÇÃO O projeto apresenta duas premissas básicas: a da pré-fabricação e da montagem in loco. A ideia é que a pré-fabricação ocorra em diferentes níveis: tanto na produção dos Elementos Modulares (painéis de envoltória, por exemplo), como nos próprios Componentes Arquitetônicos, a partir dos Elementos Modulares. Ou seja, a proposta é que haja a produção das partes para montagem in loco, mas também, que se ofereça o Componente Arquitetônico essencial já finalizado, a partir da articulação e composição de Elementos Modulares que se desejar. Desta forma, é possível otimizar tempo de montagem in loco e economizar recursos. Por este motivo, foi necessário considerar dimensões de cargas transportáveis por caminhões**, por exemplo, para a concepção volumétrica dos Componentes Arquitetônicos. Assim, é possível que seja apenas necessária a resolução da fundação e a montagem da cobertura do Módulo Essencial no local de implantação do projeto. Desta forma, ao garantir que o Componente Arquitetônico essencial possui medidas passíveis de transporte, garante-se, também, que seus elementos (fragmentos do todo) serão transportáveis. Por definição, os demais Módulos Básicos, de banheiro e de infraestrutura, são necessariamente pré-fabricados e transportados prontos para o local desejado, em função de suas complexidades, solucionadas previamente. As demandas do banheiro estão relacionadas a questões de estanqueidade, já que há necessidade de impermeabilização da parede do box, instalação de ralos para escoamento das águas e montagem das louças, como bacia sanitária e pias. O Módulo de Infraestrutura, por sua vez, necessita de uma montagem prévia, em função da locação do reservatório de água, bem como do sistema de aquecimento de água, além de outras instalações específicas.
A MONTAGEM IN LOCO A possibilidade de montagem in loco se aplica, principalmente, em relação às Composições Arquitetônicas, a partir dos Componentes Modulares, baseados nos Módulos básicos Essenciais, que podem ser montados in loco, acoplados aos Módulos Básicos de Infraestrutura e Banheiro, pré-fabricados. Assim, os elementos relativos aos Módulos Básicos Essenciais podem ser transportados para o local especificado, aonde serão utilizados para montagem. Além disso, alguns elementos só são montados in loco, mesmo no caso de componentes arquitetônicos pré-fabricados. É o caso da montagem da fundação e da cobertura, como citado acima. A montagem in loco inclui também as soluções relativas ao provimento de energia e água, esgoto, tratamento de resíduos, que serão resolvidas caso a caso, a depender das relações de proximidade com os núcleos urbanos, bem como às questões já descritas das demandas dos clientes, dos usos específicos e do terreno em questão. ** Muito embora o Estudo de Caso tenha considerado o transpoprte das partes da Colmeia por caminhões, outros meios de transporte podem ser utilizados. Por ser o meio considerado no Estudo de Caso e por ser o mais restritivo dentre os analisados, foram adotadas as medidas que concernem a ele.
Figura 35: Ilustração do Módulo Essencial pré-fabricado Fonte: Arquivo pessoal
PRÉ-REQUISITOS PROJETUAIS USO A pré-definição dos usos será fundamental para que as reais necessidades do projeto possibilitem a estruturação de um programa de necessidades melhor adaptado às demandas específicas. Isso permite que, através de um macrozonemanto, se estabeleçam os números de módulos que serão necessários para a configuração arquitetônica desejada. Assim, torna-se possível a elaboração de quantitativos de Elementos Modulares e de Módulos Básicos de Infraestrutura, de Banheiro e Essenciais, para que o projeto seja executado. Os exemplos de uso podem ser variados e associam-se prioritairamente às funções de Ação Social, Turismo e Estudo e Pesquisa, conforme descrito acima. Quanto maior a especificidade do uso descrita, mais completo e adequado será o programa de necessidades traçado e, portanto, melhor será a articulação espacial de módulos para o cumprimento da proposta almejada.
PARA QUÊ?
CLIENTE Saber para quem o espaço está sendo projetado também é determinante. Em se tratando de uma proposição de arquitetura efêmera, busca-se otimizar e racionalizar o uso de materiais e recursos e, com isso, o aproveitamento dos espaços é de grande importância. Nesse sentido, um espaço projetado para idosos, por exemplo, terá opções bastante distintas daqueles projetados para jovens. Isso repercute nas questões de layout interno e, portanto, na morfologia dos Componentes Arquitetônicos, em detrimentos dos arranjos dos Elementos Modulares que os compõem. Deste modo, resoluções melhor adaptadas às demandas dos usuários podem ser aplicadas a cada projeto.
PARA QUEM?
LOCAL A determinação da localidade na qual se deseja implementar a Colmeia é imprescindível, tanto para questões de infraestrutura como para questões de implantação, traçado regulador das composições, articulação dos módulos, etc. Além disso, na escala dos Elementos Modulares, a localidade determina quais serão os revestimentos utilizados nas composições de envoltória, isto é, quais materiais serão utilizados nas placas propostas, de acordo com o clima, a ensolação, segurança, resistência, etc. As questões bioclimáticas são chave na proposição da Colmeia, que busca sempre tentar resolver requisitos questões de conforto térmico e acústico, por meio de soluções arquitetônicas de materialidade, sem que haja dependência total dos Módulos de Infraestrutura. A questão da fundação também está associada à localidade em questão, já que depende do terreno em evidência.
ONDE?
20
EVOLUÇÃO VOLUMÉTRICA DO MÓDULO ESSENCIAL
0
Premissas delimitantes para Transporte
Dimensões Úteis
As dimensões estabelecidas pelo CONTRAN foram utilizadas como parâmetros delimitantes para a resolução volumétrica dos módulos adotados, embora seu transporte possa se dar de outras formas.
Foram consideradas as medidas úteis para transporte de carga de um caminhão e chegou-se às dimensões aproximadas de 10,6 m de profundidade; 3,2 m de altura e 2,55 m de largura.
Aproveitamento Volumétrico
Acessibilidade Sustentabilidade
Otimização e Racionalização Espaciais
2,6 0
,0 14
O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN estabelece as dimensões seguintes: I – Comprimento máximo; Caminhão simples – 14m II – Largura máxima – 2,6m III – Altura máxima; Caminhão – 4,3m.
4,30
Para que houvesse maior racionalização dos espaços e melhor aproveitamento do potencial de ocupação de carga do caminhão, optou-se por uma forma mais ortogonal e compacta.
Inicialmente, foram propostos módulos completamente acessíveis, em quaisquer circunstâncias, que seriam transportados rotacionados. Contudo, tendo em vista a demanda por minimizar espaços e otimizar áreas, optou-se por Componentes Arquitetônicos menores.
A compactação dos módulos trouxe uma série de vantagens em relação a facilidade de transporte e execução. As novas dimensões dos Componentes Arquitetônicos trazem soluções completa ou parcialmente acessíveis, de acordo com a demanda.
Pré-definição de Modulação
Foi necessário rever a dimensão dos módulos, que passaram a ser 2: o inteiro e o meio. Estabeleceu-se o número preciso de módulos, necessário para cada fachada.
Transporte e Montagem
Voltou-se a pensar na transportabilidade do módulo e de seus elementos de montagem in loco, como cobertura e estrutura de fundação, que podem ser transportados simultaneamente.
Montagem in loco
Foi estabelecida como se daria a montagem do Módulo Essencial pré-fabricado. A partir deste módulo, todos os outros módulos (sejam eles de banheiro, de infraestrutura ou mesmo uma composição modular a partir do Módulo Essencial) se baseiam.
Módulo Finalizado
Composição de 3 módulos justapostos, dos quais destaca-se: o Módulo Essencial. tc ! ram
O encaixe das estruturas também levou a um acréscimo na volumetria do projeto, a partir da dimensão dos 4 pilares de sustentação do Módulo Essencial.
Redefinição da Modulação Módulos de 90 e 45 cm
ha
Uma vez pré-determinadas as dimensões dos volumes, foi necessário pensar na modulação dos elementos, para que pudessem ser componíveis. O processo de modulação implica no redimensionamento das dimensões dos volumes e vice-versa, até que se chegue a medidas convenientes.
Encaixe das Estruturas
Figura 36: Sequência de ilustrações esquemáticas da evolução volumétrica do projeto até a concepção do Módulo Essencial Fonte: Arquivo pessoal
22
DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO
BUIÇÃO ISTRI RED
O RT E
A infraestrutura pode contar com o apoio de redes de água, esgoto e energia de cidades nos arredores ou;
S LO
BANHEIR
NTÁVEIS
OS
N M GE TA
O ÇÃ TEN NU
Conta-se, assim, com ZENAMENTO núcleos de apoio para armazenamento e manutenção dos Elementos Modulares componíveis do projeto.
M O
MA
Pode apresentar soluções inovadoras relacionadas às necessidades de cada caso específico de aplicação
USO
U
MO
Os módulos de infraestrutura precisam passar por um processo de checagem, no qual serão reabastecidos e passarão por ajustes e manutenção, antes do próximo uso ao qual serão destinados.
AR MA
INFRAESTRUT UR
GA DE MÓ D
TR
SP N A
O processo de descarga deve obedecer a um planejamento prévio, já que, antes de tudo, é necessário que se estabeleçam as fundações para a posterior montagem. Só ao final da definição do local de todos os D ES módulos, serão instalados os decks de madeira, que articulam os espaços projetados e criam áreas de passagem e de permanência, integrando os espaços.
A
Dessa forma, o sistema se mantém vivo: a partir das estruturas efêmeras modulares e adaptáveis com diversos pontos de armazenamento e de um sistema de transporte eficiente, é possível estabelecer uma dinâmica global para o funcionamento da Colmeia.
Os núcleos de apoio, distribuídos em diversos locais, por sua vez, são articulados a sistemas de transporte parceiros, que possam fazer o translado dos volumes em escala global.
Os módulos são transportados de acordo com a restrição das dimensões do caminhão, que deve transportar os Módulos Essenciais, de Banheiro e de Infraestrutura, além dos Elementos Modulares, responsáveis pelas Composições arquitetônica, montáveis in loco. Os volumes foram pensados de forma a otimizar o espaço.
R CA
Para atingir os mais diversos locais, de forma a minimizar as restrições de acesso às áreas desejadas, foram pensados transportes de via área, terrestre e marítima. Os módulos (Essencial, de Banheiro e de Infraestrutura), morfologicamente semelhantes à geometria de contêineres, poderiam, assim, ser acoplados em um caminhão; içados por um helicóptero; ou, juntamente a outras cargas, armazenado em um navio ou barco até o destino.
IAI ESSENC
S
Após o uso, ocorre a desmontagem da estrutura, que é alojada no interior do recipiente no qual foi trazida até o local de estudo. É neste mesmo recipiente que será transportada novamente até o local de armazenagem mais próximo. EM DESMONTAG
Os Elementos Modulares, bem como as placas e os perfis de encaixe e vedação são desembalados para montagem no local, de forma a permitir, de acordo com uma previsão e projeto precedente, uma composição coletiva adequada.
USO
Figura 37: Ilustração esquemática da dinâmica de funcionamento dos aspectos prático-funcionais do projeto, principalmente no que tange à questão de transporte e distribuição das peças e dos módulos Fonte: Arquivo pessoal
24
APLICAÇÕES DOS MÓDULOS - EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
Figura 38: Maquete digital 01/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado no deserto Fonte: Arquivo pessoal
As imagens da série simulam, de forma bastante contrastante, as diversas aplicações para as quais se poderiam estudar possibilidades de aplicação dos módulos. Por se tratarem apenas de imagens ilustrativas, todas apresentam a mesma tipologia de Módulo básico Essencial (com um janelão na dimensão de menor medida, bem como o mesmo tratamento material para as placas de revestimento externas). Para o clima desértico, seria necessário que houvesse uma grande preocupação com a questão bioclimática e de fundações, por exemplo. Para os demais climas, que representam diferentes localidades, também serão previstas demandas de tratamentos específicas a serem solucionadas.
Figura 39: Maquete digital 02/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado na praia Fonte: Arquivo pessoal
Figura 40: Maquete digital 03/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado em parque natural Fonte: Arquivo pessoal
Figura 41: Maquete digital 04/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado na neve Fonte: Arquivo pessoal
26
AS ESCALAS DO PROJETO
MOBILIÁRIO MODULAR
ELEMENTOS MODULARES
COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES
ESCALA MICRO
MOBILIÁRIO MODULAR
CUBINHOS
ESCALA MESO
ELEMENTOS MODULARES
ESCALA MACRO
COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES
PAINÉIS 03 MÓDULOS BÁSICOS ESQUADRIAS
GAVETEIRO ESCADA PILARES
MESAS RETRÁTEIS
CONECTORES
COBERTURA
MÓDULO ESSENCIAL
MÓDULO BANHEIRO
MÓDULO INFRA
TINY KITCHEN FUNDAÇÃO
28
ESCALA MACRO: OS COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES
2.39 .30
.30 2.45 .15 .15
2.39
2.45
.30
MÓDULO ESSENCIAL
.30
.15 .15
CORRE
CORTE AA
CORTE BB
ESCALA 1:25
ESCALA 1:25
B
FACHADA LATERAL ESQUERDA
.90 .15
.60
.45 .15
3.17 .90 .90
.45
.90 .90
QUANTITATIVO TÉCNICO
.91 .91
- 4 painéis de 45 cm; FACHADA POSTERIOR
.45
- 4 pilares principais (de canto); - 8 conectores “C”; - 9 conectors “I”.
.90
A
- 1 janela de 60 x 80 cm; - 1 janela de 60 x 205 cm; -1 porta de correr de 2,45 x 90 cm. FACHADA LATERAL DIREITA
B
A
- 1 painel com placa perfurada.
ESQUADRIAS
2.27
0,00
1.36
FACHADA PRINCIPAL
- 7 painéis de 90 cm;
PAINÉIS
-1 painel de 90 cm com janela grande;
PILARES E CONECTORES
CORRE
- 1 painel de 90 cm com janela pequenas;
PLANTA BAIXA ESCALA 1:25
30
ESCALA MACRO: OS COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES MÓDULO ESSENCIAL
+4,65
+4,65
+4,45
+4,45
0,00
0,00
-0,15
-0,15
-0,30
-0,30
-0,55
-0,55
FACHADA LATERAL ESQUERDA
FACHADA FRONTAL
ESCALA 1:25
ESCALA 1:25
+4,65
+4,65
+4,45
+4,45
0,00
0,00
-0,15
-0,15
-0,30
-0,30
-0,55
-0,55
FACHADA LATERAL DIREITA
FACHADA POSTERIOR
ESCALA 1:25
ESCALA 1:25
32
ESCALA MACRO: OS COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES MÓDULO ESSENCIAL cubinhos para nicho e armazenamento de objetos
instalações elétricas aparentes, estruturadas sempre com o apoio dos conectores metálicos
mobiliário adequado ao uso específico: 2 camas beliche perpendiculares
esquadria que possibilita ventilação cruzada
cubinhos utilizados como locais de armazenamento de objetos
cubinhos utilizados como mesa de cabeceira
gaveteiros-escada (indicação do gaveteiro) gaveteiros-escada (indicação da escada)
estrutura acoplável de suporte para nichos - acoplada em mesa modular retrátil
cubinho vazado utilizado como cachepot
mesa retrátil modular para estudo, a 90º com a janela, para melhor iluminação Figura 42: Isométrica do Módulo Essencial e sua aplicação como Módulo Dormitório no Estudo de Caso subsequente Fonte: Arquivo pessoal
ESCALA MACRO: OS COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES MÓDULO DE BANHEIRO
área do boxe, com revestimento impermeável
janelas altas para ventilação de banheiro
instalação elétrica aparente
piso da área molhada em desnível
pia adicional
bacia sanitária com caixa acoplada
pia com espelho e ármario inferior, para armazenamento de materiais e depósito
Figura 43: Isométrica do Módulo Essencial e sua aplicação como Módulo de Banheiro no Estudo de Caso subsequente Fonte: Arquivo pessoal
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ESCALA MACRO: OS COMPONENTES ARQUITETÔNICOS MODULARES MÓDULO DE INFRAESTRUTURA
2 controladores de carga e 2 inversores de tensão para o fornecimento de energia
1 escada retrátil
armários e prateleiras fixados nos painéis de envoltória perfurados, para armazenamento de materiais de manutenção e limpeza
painel de envoltória com placa perfurada
reserva de combustível para situações de emergência gerador movido à gasolina de 7,2 KVA
10 bateriais de 24 volts + 2 baterias reserva
2 módulos de tiny kitchen, dotados de tubos flexíveis de esgoto, água e cabo elétrico, que permitem sua saída por até 3m de distância
extintor de incêndio 6kg do tipo ABC
Figura 44: Isométrica do Módulo Essencial e sua aplicação como Módulo de Infraestrutura Fonte: Arquivo pessoal
A INFRAESTRUTURA NA COLMEIA ENERGIA ELÉTRICA
ÁGUA
Na Colmeia, a energia elétrica para uso pode ser obtida por meio de três soluções distintas, a saber: •8 Conexão dos módulos à rede elétrica da concessionária local. Esta primeira solução requer a proximidade da rede de fornecimento de energia. •8Captação de energia solar para geração de energia (painéis fotovoltaicos) e subsequente acumulação, transformação, estabilização e distribuição da energia captada. Esta segunda solução requer o uso da luz solar para a geração de energia, em uma configuração conhecida como offgrid, isto é, em configuração independente da rede elétrica disponibilizada por concessionárias. Para tal, devem ser empregados painéis fotovoltaicos, que carregarão baterias estacionárias, supervisionadas por dispositivos de controle de carga. A energia produzida e estocada passará por inversores de tensão, transformando-se em corrente alternada 220V. •8Utilização de gerador a gasolina ou a etanol. Esta terceira solução pode ser empregada de modo isolado ou complementando as duas primeiras soluções.
Na Colmeia a água poderá ser obtida: •8Conectando-se os reservatórios de água à rede pública. Esta primeira solução requer a proximidade da rede pública municipal de fornecimento de água. •8 Empregando-se reservatórios que são periodicamente substituídos, à medida que se tornam vazios. Esta segunda solução requer uma rotina para a substituição dos reservatórios, e pode requerer transporte especializado como empilhadeiras ou caminhões do tipo “Munck”. •8 Bombeando-se água de um riacho ou de outra fonte de água disponível para reservatórios. Esta terceira solução requer uma fonte de água não poluída próxima, além de uma ou mais bombas para o recalque e, eventualmente, de outros reservatórios intermediários (como uma caixa d’água extra). Na Colmeia o aquecimento da água pode ocorrer: •8Por meio de aquecedor de passagem, a gás (GLP - gás liquefeito de petróleo); •8Por meio de aquecimento solar, fazendo uso de placas de aquecimento e de acumulador (reservatório) de água quente. Na Colmeia o tratamento da água servida pode se dar: •8Conectando-se as águas servidas à rede municipal de esgoto. Esta primeira solução requer a proximidade da rede de esgoto. •8 Empregando-se banheiros químicos, cujos recipientes são periodicamente substituídos à medida que têm sua capacidade atingida. Esta segunda solução requer uma rotina para a substituição dos reservatórios. •8Empregando-se fossas sépticas. •8 Empregando-se bacias de evapotranspiração e de círculos de bananeiras.
CLIMATIZAÇÃO Além das soluções arquitetônicas empregadas na Colmeia, tais como o tratamento da insolação e da ventilação, pode ser necessário o emprego de recursos adicionais para a climatização artificial. Na Colmeia, a climatização pode se dar: •8Por meio de ventiladores. O uso de ventiladores requer a adequação dos elementos de consumo ou de geração de energia elétrica. •8Por meio de umidificadores. Tal como os ventiladores, o emprego de equipamentos elétricos adicionais requer a adequação do consumo ou de geração de energia elétrica. •8 Por meio de condicionadores de ar, portáteis ou fixos, do tipo split. Os condicionadores – portáteis ou fixos por requererem quantidade grande de energia, necessitam atenção especial, pois provavelmente serão necessárias placas fotovoltaicas adicionais que não poderão ser alocadas aos tetos das unidades. •8 Por meio de aquecedores elétricos ou a gás. Os aquecedores elétricos não são recomendados, haja vista o consumo excessivo de energia.
GLP O gás liquefeito de petróleo pode ser empregado como alternativa energética para reduzir a produção in loco de energia elétrica. Deste modo, seu emprego pode se dar em geladeiras e freezeres, bem como nos fogões, fornos e no aquecimento dos ambientes e da água.
RESÍDUOS Na Colmeia, os resíduos sólidos podem ser tratados: •8Separando-os de acordo com as normas da coleta municipal e disponibilizados para recolhimento. Esta primeira solução requer a proximidade de um núcleo urbano, onde ocorra o recolhimento sistemático dos resíduos. Alternativamente, um serviço de coleta •8 Separando-os para reciclagem. Os resíduos orgânicos são encaminhados para um minhocário da Colmeia (construído no local), os recipientes de vidro separados e as demais embalagens compactadas. Nesta solução, os resíduos não orgânicos são acumulados para serem entregues em cooperativa de reciclagem na cidade mais próxima. O chorume e o húmus produzidos podem ser utilizados numa horta local ou doados para alguma comunidade próxima. •8 Separando-os para recolhimento pela equipe da Colmeia, de acordo com o programa de necessidades.
36
ESCALA MESO ELEMENTOS MODULARES
COBERTURA
painéis fotovoltaicos de 300 W com dimensões 1,96 x 0,99 x 0,04 m fixados sobre a telha zipada
telha zipada sanduíche, com revestimento termoacústico
estrutura metálica de conexão dos pilares e perfis “I” e “C” forro de acabamento
PAINEL 90 PERFURADO ESQUADRIA
PILARES PAINEL 90 CONECTOR “I” PLACA 45 CONECTOR “C” PLACA 90 COM ABERTURA FUNDAÇÃO Figura 45: Isométrica explodida do Módulo Essencial utilizado como Módulo Dormitório no Estudo de Caso, apresentado futuramente, apresentando os Elementos Modulares que a compõem Fonte: Arquivo pessoal
Platibanda Calha para escoamento de água da chuva
Perfil “S” usado como calha para escoamento de água da cuva Painel fotovoltáico fixado na telha zipada
Painel fotovoltáico 300 W com dimensões 1,96 x 0,99 x 0,04 m fixados sobre a telha zipada fixado na telha zipada
Telha zipada
2,5 %
Perfil de sustentação da telha zipada Forro de gesso cartonado
Telha zipada
Perfil “C” de amarração dos pilares e placas utilizados
PLANTA BAIXA DA COBERTURA CORTE BB
Platibanda
Forro de gesso cartonado
JANELA DE 60 X 205 CM
PLACA 90 COM ABERTURA
REVESTIMENTO TERMOACÚSTICO
PLACA 90 COM ABERTURA
CONECTOR “C”
PILAR
CONECTOR “I”
CORTE AA
Figura 46: Detalhe do painel de envoltária (ou painel sanduíche) explodido Fonte: Arquivo Pessoal
Detalhe ampliado do esquema explodido ao lado, representando um exemplo de painel de envoltária (ou painel sanduíche) também explodido, com os elementos destacados, a saber: a esquadria (janela de 60 x 205 cm); as placas de revestimento de 90 cm, com abertura para janela; os perfis conectores (“C” e “I”), e o pilar de estruturação do Módulo Essencial. Os painéis empregados como paredes externas e como divisórias adotam um mesmo padrão sanduíche de 12 cm de espessura. Este emprego comum visa atender à diretriz Adaptabilidade do efeito E.M.A. Os painéis são encaixados “envelopados” em perfis “C” ou “I”. São formados por duas chapas de 10 ou de 20 mm, de diferentes materiais, que são separadas por canaletas do tipo light steel frame. Entre uma chapa e outra, é inserido
material termoacústico (lã de rocha ou outro material similar). CHAPAS E REVESTIMENTOS DOS PAINÉIS NA COLMEIA As chapas e os revestimentos das chapas empregados na Colmeia variam com as funções de uso, com o programa de necessidades e com as características climáticas do local onde será implantada. Por exemplo, o revestimento interno de um módulo destinado à hospedagem pode requerer um acabamento mais sofisticado do que o de um, destinado a uma estação de pesquisa. Desde chapas de aço Corten ao mais simples gesso cartonado podem ser empregados como chapa, nas faces dos painéis. Para o presente Estudo de caso, um conjunto de materiais foi estabelecido em função dos fatores acima mencionados.
38
ESCALA MICRO MOBILIÁRIO MODULAR
CUBINHOS 2 modalidades de cubos de madeira compensada clara, de espessura de 2 cm, e de medidas externas 35 x 35 x 35 cm. Componíveis e altamente adaptáveis, desempenham papel de banco, baú, nichos, fruteiras, cachepots, criado mudo, dentre outros.
01
CUBINHOS VAZADOS
Podem ser utilizados nos Módulos Dormitório na composição do mobiliário de estudo e em todas as placas de revestimento furadas, nas quais se sustentam por meio de pinos de madeira encaixáveis (isto é, na Composição “U” - Módulos Dormitórios e Módulos de Banheiro - e na composição coletiva - cozinha, laboratórios, enfermaria, dispensa, lavanderia e banheiro);
02 CUBINHOS FECHADOS Podem ser utilizados como bancos em ambas composições propostas. Na Composição “U”, nos Módulos Dormitório, podem ainda servir de caixotes para armazenamentos de pertences pessoais, além de servirem como mesas de cabeceira o e nichos, a partir da combinação com os mobiliários modulares de mesas. Seu uso é pouco limitado.
Figura 47: Modelos esquemáticos tridimensionais dos cubinhos Fonte: Arquivo pessoal
A. GAVETEIRO ESCADA
Fechado, o gaveteiro-escada apresenta uma composição semelhante ao que seriam vários cubinhos empilhados. Contudo, não são todos os aparente cubinhos que resultam em gaveteiros, apenas os duplos, que garantem uma altura razoável para armazenamento;
Gaveteiro + baú para armazenamento de pertences pessoais em madeira compensada, de espessura 2 cm. As dimensões dos eixos x e y seguem a modulação dos cubinhos. Contudo, a profundidade (eixo z) visa melhor adequação ao espaço em questão, apresentando, na maior medida, 105 cm (seguindo a modulação), tendo o piso da escada a dimensão de 15,5 cm. Esta medida foi estabelecida para permitir o acesso à cama do beliche superior, sem que seja necessária uma “escada marinheiro”. O gaveteiro-escada otimiza espaços e aproveita o local logo abaixo da beliche, que apresenta uma altura limitante para o desempenho de outras atividades.
B.
É possível abrir os 03 gavetões verticais individualmente, de acordo com a necessidade;
C.
O baú lateral acompanha toda a profundidade do mobiliário em questão, e complementa o papel dos gavetões;
D.
Os gavetões, além de prateleiras, também contam com um cabideiro;
E.
No total, cada módulo dormitório conta com 4 locais de armazenamento, além dos oferecidos pelos cubinhos.
Figura 48: Modelos esquemáticos tridimensionais dos gaveteiros-escada Fonte: Arquivo pessoal
40
ESCALA MICRO MOBILIÁRIO MODULAR
MESAS RETRÁTEIS tampo de chapa de aço inoxidável de 0,5 cm de espessura, 58 cm x 110 cm; sustentação por meio de perfis de aço galvanizado inoxidável quadrados retráteis, de dimensões 0,5 cm x 0,5 cm.
01
MESA BAIXA h= 35 cm
02 MESA MÉDIA h= 75 cm
03
MESA ALTA h= 90 cm
Figura 49: Modelos esquemáticos tridimensionais das mesas retráteis e suas variações Fonte: Arquivo pessoal
Mesas médias apresentam papel importante principalmente para as atividades de refeições e estudo/ trabalho, podendo contar, ou não, com o acréscimo da estrutura vertical, na qual é possível acoplar outros elementos do mobiliário modular previsto - os “cubinhos”, de acordo com as necessidades específicas. Estas estruturas verticais podem ser reguladas para frente ou para a parte traseira da mesa, a partir dos encaixes que a estruturam;
MÓDULO DORMITÓRIO TINY KITCHEN
MOBILIÁRIO ESPECIAL
ESTUDOS/ TRABALHOS
ÁREA COMUM
REFEIÇÕES E APOIO REFEIÇÕES E APOIO
ÁREA COMUM ÁREA COMUM
APOIO E ARMAZENAMENTO
ÁREA COMUM
ATIVIDADES LÚDICAS ESTUDOS/ TRABALHOS
ÁREA COMUM ÁREA COMUM
ESTUDOS/ TRABALHOS
Mesas baixas têm seus usos mais voltados à área comum, de lazer, com a possibilidade de uso no deck da área comum, como apoio para lanches, refeições e atividades lúdicas;
?
Mesas altas desempenham papel de bancada, utilizadas com finalidade de apoio na lavanderia, nos laboratórios e na cozinha, aonde também podem ser utilizadas para as refeições. A altura desta mesa permite que sejam alocados eletros (como máquina de lavar roupas) e armários na parte inferior, otimizando espaços e permitindo seu melhor aproveitamento. As dimensões da mesa alta deram origem a uma nova categoria de mobiliário modular, a “Tiny Kitchen”, que, por sua vez, possui suas particularidades e suas próprias características componíveis.
42
ESCALA MICRO MOBILIÁRIO MODULAR nicho para potes e materiais diversos (laboratório); e talheres, ímã de facas e tesouras, ou demais utensílios (cozinha)
MOBILIÁRIO ESPECIAL TINY KITCHEN
O mobiliário modular da Tiny Kitchen foi desenvolvido de modo a possibilitar um bom aproveitamento do tamanho pré-definido pelas mesas retráteis, cumprindo o programa de necessidades básico, no que tange à alimentação. Desta forma, estabeleceu-se que seriam indispensáveis uma cuba com torneira e uma envoltória capaz de acoplar nichos e gavetas para os demais utensílios e/ ou eletrodomésticos. Esta estrutura básica da Tiny Kitchen se apresenta em 2 modelos, um espelhado em relação ao outro. Os espaços assinalados pelas letras A, B, C, D, E, F, G e H foram previstos, podendo incorporar os elementos necessários a cada uso previsto. Das infinitas combinações de elementos e eletrodomésticos, serão apresentados 2 composições de Tiny Kitchen, entendidas como as soluções mais completas para os casos aos quais se propõem: a Tiny Kitchen unidade básica para cozinha e a Tiny Kitchen unidade de laboratório.
área de apoio, com parte removível para que seja possível a intalação da placa elétrica de 2 bocas (fogão elétrico)
B
tábua de apoio para ampliar área de lavagem, corte e preparo de alimentos (cozinha)
C
nicho para embutir acessórios de cozinha, frigobar ou gaveteiro para armazenagem de materiais e arquivos
A G E
F
D
lixeira para descarte de resíduos (laboratório e cozinha); é prevista a separação dos lixos orgânicos e inorgânicos, bem como a diferenciação entre as categorias “vidro”, “metal”, “plástico” e “papel”, além da categoria de descarte especial
H
nichos para embutir acessórios de cozinha ou acessórios de laboratório, por exemplo, bem como utensílios diversos Figura 50: Modelo esquemáticos tridimensionais da tiny kitchen e suas especificidades Fonte: Arquivo pessoal
MOBILIÁRIO ESPECIAL
MOBILIÁRIO ESPECIAL
TINY KITCHEN UNIDADE BÁSICA PARA COZINHA
TINY KITCHEN UNIDADE BÁSICA PARA LABORATÓRIO
Esta é a conformação original de tiny kitchen, tendo sido projetada para possibilitar o preparo rápido de alimentos simples. Este mobiliário especial, normalmente, está embutido nos módulos de infraestrutura, salvo ocasiões especiais atípicas.
Esta conformação é um exemplo de variação de tiny kitchen, que ilustra a possibilidade compositiva distinta, desprovida da função de cozinhar, original. Neste caso específico, pensada para suprir demandas pontuais relativas a um local de estudo e pesquisa, (objeto do Estudo de Caso), é importante que haja uma maior área de bancada para apoio de instrumentos e materiais específicos. Por isso, o módulo tiny kitchen voltado a atividades de laboratório não apresenta placa elétrica.
No caso do uso para preparo e apoio para refeições, foram previstas tábuas acopláveis às cubas e ímãs encaixáveis no nicho superior, de maneira a racionalizar e dar praticidade. O fato de existirem 2 tipos de estruturas básicas (isto é, desprovidas de equipamentos para usos específicos) para tiny kitchen, uma espelhada em relação a outra, também permite racionalizar e melhor distribuir a conjugação de peças deste mobiliário modular, possibilitando a setorização de áreas com fins específicos. Assim, é possível dispor 2 bocas de fogão ao lado de outras 2 bocas de fogão, ou 2 pias, uma ao lado da outra, por exemplo. Figura 51: Modelo esquemáticos tridimensionais da tiny kitchen como unidade básica para cozinha, com suas destinações específicas Fonte: Arquivo pessoal
Conforme já descrito na vista isométrica do módulo de infraestrutura, a tiny kitchen é dotada de tubos flexíveis de esgoto, água e cabo elétrico, que permitem sua saída por até 3m de distância.
Da mesma forma que na cozinha, seu espelhamento pode ser útil para setorizar usos e racionalizar a utilização de espaços. Figura 52: Modelo esquemáticos tridimensionais da tiny kitchen como unidade básica para laboratório, com suas destinações específicas Fonte: Arquivo pessoal
44
MESA MODULAR RETRÁTIL
CADEIRAS E BANQUETAS ALTA E BAIXA DE ESTUDO
CUBINHOS (VAZADO E FECHADOS) E SUAS VARIAÇÕES Figura 53: Representações ilustrativas de cadeiras e mesas presentes no projeto, para comparação de escalas Fonte: Arquivo pessoal
46
O ESTUDO DE CASO A opção por determinar um Estudo de Caso na área de “Estudo e Pesquisa” se deu a partir da necessidade de aprofundar os estudos em questões mais específicas, de forma a apresentar soluções reais para demandas pontuais. Escolheu-se então esta área a ser trabalhada, pelo potencial que poderia agregar às demandas existentes de módulos de pesquisa em campo, da própria Universidade de Brasília. Para tanto, realizou-se uma pesquisa com a estudante do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília, Ana Carolina Hildebrand, que respondeu a algumas perguntas (entrevista em anexo), de modo a permitir um panorama geral de como acontecem, atualmente, as visitas de campo pela UnB, e quais seriam as demandas, sob o ponto de vista dos alunos e professores, para um projeto como este, com capacidade de facilitar as atividades e permitir maior conforto e salubridade para os membros da sociedade acadêmica. Assim, foi possível estabelecer um “cliente” para o projeto e, a partir disso, foi definido um programa de necessidades básico, tendo em vista a compreensão da dinâmica das atividades realizadas, suas durações, a infraestrutura necessária. Além disso, levantou-se, também, o número de pessoas que geralmente frequenta estas atividades em campo, para o melhor desenvolvimento dos módulos e dos espaços propostos. Traçado o programa de necessidades e estabelecidas as formas com as quais as composições de módulos se dariam, foram calculadas as demandas de infraestrutura , especificamente aplicadas à localidade e escolhidos os materiais de revestimento que melhor se adaptassem ao terreno em questão, com alternativas bioclimáticas coerentes. Analisou-se, também, o potencial do projeto em relação a seu uso neste Estudo de Caso, especificamente, e concluiu-se que, apesar de se passarem poucos dias em campo, as atividades de pesquisa acontecem com uma frequência, no mínimo, semestral. Portanto, provavelmente, uma vez implementados no local em questão, sua efemeridade passaria a ter um papel menos relevante em relação aos demais aspectos do efeito E.M.A. Assim, foram adotadas medidas no que tangem questões de abastecimento de água e tratamento de resíduos capazes de oferecer resoluções que se solucionam no próprio local, de maneira consciente e visando a sustentabilidade.
PRÉ-REQUISITOS PROJETUAIS
USO PESQUISA Atividades de pesquisa científica em campo, incluindo coleta e análise de dados, discussões, anotações e explanação de resultados. Por se estenderem por dias, há necessidade de dormitórios e locais para preparo de refeições.
CLIENTE DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA DA UNB O Departamento de Biologia da Universidade de Brasília é considerado cliente do projeto, muito embora, para as atividades em campo, se possa considerar que os usuários do projeto serão, em sua grande maioria, professores e universitários.
LOCAL CHAPADA DOS VEADEIROS, GO Pela periodicidade das visitas e a proximidade da Universidade de Brasília, foi escolhido este local como ponto de partida para a implantação do projeto.
MATERIAIS: Sempre: lupa, computadores, projetor, rede de neblina (para captura de aves e morcegos), puçá (captura de insetos), armadilhas diversas, isca, pá, livros, medidores (de umidade, de comprimento de onda, termômetro) – em caso de estudo.
todos os casos
Variáveis: baldes, sacolas pláticas e de pano, lanternas, álcool, pinças, régua, fita métrica, corda e gancho (do tipo para segurar serpentes).
DURAÇÃO: de 2/3 dias a 10/12 dias
PESSOAS: 20 - 30 alunos 2 - 5 professores / monitores
LOCAIS: Fazenda Água Limpa (FAL); Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; Parque Estadual da Serra de Caldas; Parque Nacional das Emas; Locais privativos.
DADOS DA ENTREVISTA
12 dias
32
pessoas
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
VARIÁVEIS DO PROJETO PESQUISA (COM BASE EM ENTREVISTA)
48
USO + CLIENTE ENTREVISTA: DINÂMICA DE SAÍDA DE CAMPO
Saída de campo para coleta de animais
Instalação do grupo
início
Montagem das armadilhas (tempo variável: de minutos a horas)
fim
Aulas teóricas / práticas, quando houver e apresentação de resultados obtidos
Registro de Atividades
Observação e espera
Análise dos dados recolhidos
Figura 54: Esquema de funcionamento das dinâmicas de saídas de campo Fonte: Arquivo pessoal
+
=
Alojamentos
=
Módulo Dormitório
=
Locais de armazenamento de materiais
=
Módulo de Infraestrutura
=
Áreas externas / permeáveis que permitam a observação e o acompanhamento de atividades
=
Deck de convivência
=
Áreas de estudo, análise e pesquisa individuais e coletivas
=
Módulos de Mini Laboratório
=
Áreas para salas de aula e atividades coletivas de pesquisa
=
Módulo de Reunião
=
Áreas coletivas de refeitório e cozinha
=
Módulo de Cozinha Módulo de Refeitório
PROGRAMA DE NECESSIDADES
TIPOLOGIA DE MÓDULOS
PROGRAMA DE NECESSIDADES ESPECÍFICO PARA PESQUISA DE CAMPO COMPOSIÇÃO “U” BANHEIRO
Módulo Dormitório
01
Braço de “U”
01
02 pessoas
04 pessoas
“U”
INFRA
01 01 tiny kitchen*
01 01 tiny kitchen*
01
COMPOSIÇÃO COMUM BANHEIRO
INFRA
-
-
-
-
-
-
01
08 pessoas
02
2 “U”
04
02
01
2x nº “U”
02 tiny kitchen
2x cabines
08
04
01
4x nº “U”
04 tiny kitchen*
2x cabines
16 pessoas
4 “U”
32 pessoas
01 tiny kitchen*
01
COZINHA
*
*
*
01
composição de tiny kitchen
01
composição de tiny kitchen
REFEITÓRIO
ENFERMARIA
LAVANDERIA LABORATÓRIO
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
01
01
01
01
02
Figura 55: Tabela com programa de necessidades específico para pesquisas de campo Fonte: Arquivo pessoal
Elaborado o Programa de Necessidades foi possível elencar categorias de uso para estes módulos e atribuir funções ao Módulo Essencial. Neste projeto, prezou-se pela reversibilidade dos espaços. Portanto, alguns módulos previstos puderam ter suas funções supridas por outros, como é o caso da necessidade por armazenamento de materiais, que, além do Módulo de Infraestrutura, também conta com espaços no Módulo de Lavanderia previsto, devido ao tempo de permanência das equipes de biólogos em evidência. O mesmo acontece com o Módulo de Refeitório, que pode ser utilizado para pequenas reuniões, por contar com as
mesas retráteis modulares. A cozinha também se abre para a área externa e para o refeitório, o que a torna flexível. Esta característica é observada ainda nos Módulos Dormitórios, que contam com as mesmas mesas de apoio retráteis da cozinha. Assim, foi possível elencar categorias de uso para estes Módulos Essenciais, cada um suprindo as demandas assinaladas para as áreas correspondentes, sejam elas comuns ou particulares. A partir destas definições, pôde-se perceber a necessidade de duas composições distintas:
as Composições em “U” (também denominadas de Favos), de caráter mais “particular” e as Composições Comuns. Nas Composições “U”, Módulos Básicos, dispondo de 4 Módulos Dormitório, 2 Módulos de Banheiro e 1 Módulo de Infraestrutura seriam capazes de atender a 8 pessoas. Cada dormitório, para esta proposta, acolhe 2 pessoas, conforme os layouts e as isométricas previamente apresentados como exemplos na parte do caderno de “Panorama Geral” do projeto. O dormitório conta com 2 camas, 1 estação de estudo, além de Mobiliários Modulares.
Para abrigar as 32 pessoas previstas, seriam necessários, então, 4 Composições “U”, já que: 4 COMPOSIÇÕES “U”- cada uma com 4 MÓDULOS DORMITÓRIO - cada um com 2 PESSOAS = 4 x 4 x 2 = 32. Como o projeto passa a dispor de áreas comuns, a tabela acima estabelece a relação entre a composição de módulos, que não obedece uma lógica linear de crescimento, já que, a partir do momento em que se implementa o uso de geladeiras, os frigobares das tiny kitchen, por exemplo, acabam sendo desprovidas de tanta importância.
50
A INFRAESTRUTURA NA COLMEIA O CASO DA ESTAÇÃO DE PESQUISA
Cálculo das necessidades da unidade comum. Potências requeridas (por dia):
Para este Estudo de Caso - estação de pesquisa -, não há rede elétrica próxima, bem como não há fornecimento de água ou tratamento de esgoto por concessionária. Também não há recolhimento de resíduos sólidos por parte do município. Deste modo, foram adotadas soluções para a implantação em local ermo, requerendo geração de energia elétrica, captação e tratamento de água, tratamento de águas servidas e tratamento dos resíduos sólidos. O uso de GLP como recurso energético foi afastado neste Estudo de Caso. Assim, as geladeiras, freezer, fogões e forno foram escolhidos no modal elétrico.
ENERGIA ELÉTRICA
a) Energia elétrica nas Composições “U” Cada Composição “U” possui autonomia energética. Assim, dispõe de um conjunto de geração de energia off-grid e um pequeno gerador de energia movido a gasolina ou etanol, como contingência do suprimento da energia solar. Cálculo das necessidades das Composições “U” O cálculo baseia-se no consumo esperado para cada Composição “U”, estabelecido em watts.hora. A partir desta avaliação, calculamse o número de baterias estacionárias e de painéis fotovoltaicos. Os reguladores de tensão e os inversores de tensão são consequência destes cálculos. Energia requerida (por dia) •8Iluminação: 60 lâmpadas LED, acesas por 10 horas, assim distribuídas: 8 spots de teto com lâmpadas LED de 6 W, para cada módulo habitacional (32 lâmpadas); 2 luminárias de teto com lâmpadas LED de 9 W, para a unidade sanitária (4 lâmpadas); 8 luminárias individuas com lâmpadas LED de 3 W e 4 luminárias de mesa com lâmpadas LED de 9 W . Além destas, foram previstas 24 luminárias solares autônomas para jardim (por serem autônomas, não entraram no cômputo de consumo da energia gerada nos painéis); •8Cooktops das mini cozinhas (tiny kitchen): 2 x 3500 W¹ acesos por 1 hora; •8Minirefrigerador (frigobar/minibar): 2 x 80 W, funcionando em regime de 24 h, apenas 12 delas em efetiva operação; •8Pequenos dispositivos tais como carregadores de notebooks, celulares ou câmeras fotográficas e de vídeo: 200 W por 4 horas. ¹ Dados de consumo obtidos de fabricantes de aparelhos ou, quando não obtidos deste modo, de tabela geral da Empresa Força e Luz de Urussanga Ltda de Santa Catarina (disponível em <http://www.eflul.com.br/consumidores/tabela-de-consumo>).
Total por Composição “U”: 11,02 KWh³ por dia. Foram acrescentados 15% a título de margem de segurança, o que totaliza 12,7 KWh por dia ou 530 Ah⁴ por dia, armazenados em baterias de 24V (empregou-se a equação P = V x I ou I = P/V). Considerando-se baterias de 115 Ah (que serão descarregadas apenas a 50%), serão necessárias (530 Ah/115 Ah)*2 = 10 baterias (valor arredondado para cima). Para os painéis fotovoltaicos: A potência total a ser armazenada em um dia será de 12,7 KWh, que deverá ser gerada em apenas 5 horas (métrica adotada para o número de horas diárias de ensolação). Considerando-se painéis de 300 W nominais, com 75% de eficiência, tem-se para o número de painéis: 12700 Wh / 5h / 300W / 0,75 = 12 painéis (valor arredondado para cima). Em resumo: •812 painéis de 300 W nominais (dimensões C=1,960 m L=0,992 m H=0,04 m e peso de 22,4 kg); •82 controladores de carga 24V 75A; •810 baterias de 24 V; •82 inversores de tensão de 24 V para 220V, 10kW. Para a geração elétrica por gerador •81 gerador a gasolina (ou etanol) de 7,2 KVA, 220V; •81 recipiente de combustível (20 ); •81 extintor de incêndio ABC, 6 kg. b) Energia elétrica nas áreas comuns Do mesmo modo que as Composições “U”, a Composição Comum possui autonomia energética, baseada no mesmo sistema já descrito. ² O consumo em whatt.hora por dia dos minibares foi definido a partir do consumo estimado em kWh/mês. Estes valores foram divididos por 30 dias. ³ kWh é a medida de energia consumida, expressa em quilowattsxhoras. ⁴ Ah é a medida de capacidade de descarga de uma bateria, expressa em em amperesxhoras.
COZINHA
COZINHA
BANHEIROS
ENFERMARIA
PAINÉIS FOTOVOLTÁICOS Para os painéis fotovoltaicos: A potência total a ser armazenada em um dia será de 26,1 kWh, que deverá ser gerada em apenas 5 horas. Considerando-se painéis de 300 w nominais, com 75% de eficiência, tem-se para o número de painéis: 26100 Wh / 5h / 300 W / 0,75 = 23 painéis. O aumento no número de painéis permite o consumo maior de energia durante o período de ensolação. Em resumo: •823 painéis de 300 W nominais (dimensões 1960 x 992 x 40 e peso de 22,4 kg); •84 controladores de carga 24 V 75 A; •819 baterias de 24 V; •84 inversores de tensão de 24 V para 220 V, 5 kW. Para a geração elétrica por gerador •81 gerador a gasolina (ou etanol) de 10 KVA, 220V; •82 recipientes de combustível (20 l); •82 extintores de incêndio ABC, 6 kg.
ÁGUA
REFEITÓRIO
LAVANDERIA
Total do consumo diário para a unidade comum: 22,7 kWh por dia. Foram acrescentados 15% a título de margem de segurança o que perfaz 26,1 kWh por dia ou 1088 Ah por dia, armazenados em baterias de 24V (empregou-se a equação P = V x I ou I = P/V). Considerando-se baterias de 115 Ah (que serão descarregadas apenas a 50%), serão necessárias (1088 Ah/115 Ah)*2 = 19 baterias (valor arredondado para cima).
Água na Estação de Pesquisa Para a obtenção de água para higiene e para o consumo humano bem como para o tratamento do esgoto sanitário (águas negras⁷ ) e das águas cinzas foram previstos: •8Bomba de água solar; •8Reservatórios de água; •8Filtro mecânico de purificação da água, filtro com carvão ativado, emprego de íons de prata e de cloro; •8Fossas bananeira e bacias de evapotranspiração. Alternativamente, poderá ser empregada fossa séptica. Já para o aquecimento de água para o banho, foram previstos: •8 Acumuladores de água quente proveniente de painéis de aquecimento solar. Cálculos para dimensionamento dos equipamentos e instalações Água fria e água quente Utilizou-se a métrica para consumo como sendo 150 l/pessoa/dia⁸ que, para 32 pessoas, perfaz 4800 l/dia. Nestes 4800 l/dia, incluemse 3200 l de água quente destinados a um banho por pessoa, utilizando-se 50 l de água quente em cada banho. Os reservatórios de cada unidade de infraestrutura dispõem de capacidade de 1000 l além de um acumulador de água quente com capacidade de 400 l. A água é aquecida por meio de painéis de aquecimento de água, localizados no topo dos módulos de infraestrutura. A solução proposta inclui dois sistemas compostos (cada um) por dois painéis solares e acumuladores com capacidade ⁷ Águas cinzas são as águas usadas, provenientes do banho, da máquina de lavar roupa e das pias, exceto as de cozinha. Águas negras são as águas provenientes dos vasos sanitários e das pias de cozinha. ⁸ A métrica empregada pela Organização das Nações Unidas é de 110 l / pessoa/dia.
de aquecer 104 l/dia cada (dimensões 1 m x 1 m) e 1 reservatório de 200 l, de modo a proporcionar 8 banhos consecutivos.Como são 6 unidades de infraestrutura, tem-se 6000 l de água fria + 2400 l de água quente, quantidades que superam, em muito, as necessidades básicas.
BOMBA SOLAR
Cálculo para dimensionamento da bomba solar: Será empregada uma bomba solar, com rendimento de 1200 l/h (rendimento definido para um lançamento de 40 metros de coluna d’água⁹), durante 5 horas (período de insolação diário), despejando a água em um castelo d’água com uma eletrobóia e deste, para as caixas dos módulos habitacionais e para o módulo de uso comum, por gravidade. A bomba solar gera sua própria energia, a partir de painéis fotovoltaicos e de um driver para fornecimento de energia estabilizada para a bomba. Uma segunda bomba igual deve ser mantida disponível para o caso de quebra da bomba em uso. Para a bomba, serão empregados dois painéis fotovoltaicos de 55 Wp cada e um driver para a bomba. Este conjunto será montado próximo ao riacho, em local ensolardado.
ÁGUAS CINZAS
Águas cinzas na estação de pesquisa: Para o tratamento das águas provenientes do banho, das pias dos banheiros e da máquina de lavar foi definido o uso de círculos de bananeiras¹⁰ . A métrica utilizada estabeleceu 2 círculos de bananeiras com 1 m³ cada, um para cada “U”. Para a área comum, serão necessários 2 círculos adicionais. Total: 10 círculos de bananeiras.
ÁGUAS NEGRAS
Águas negras na estação de pesquisa: Para o tratamento das águas provenientes dos vasos sanitários e das pias da cozinha foi definido o uso de bacias de evapotranspiração¹¹ . A métrica utilizada aponta para o uso de 8 bacias de evapotranspiração com 10m³ cada, voltadas para a face norte (dimensões: C=5 x L=2 x H=1m) uma para cada “U” mais uma para área comum. Total 9 bacias de evapotranspiração.
CLIMATIZAÇÃO Climatização na estação de pesquisa As condições climáticas do local permitiram que apenas os recursos arquitetônicos – o insuflamento de tetos e das pardes dos módulos, o emprego de brises e a orientação em relação ao sol – resolvessem ⁹ Referências obtidas na página de distribuidor do “kit solar”. Disponível em <https://www. neosolar.com.br/loja/kit-bomba-solar-anauger-p100-reservatorio-110wp.html>. ¹⁰ Círculo de bananeiras é um sistema utilizado no tratamento de águas cinzas, em áreas predominantemente rurais. Este sistema, além de promover a recarga do lençol freático, diminui o volume de esgoto. Fonte: Emater / MG. ¹¹ Bacia ou tanque de evapotranspiração é uma fossa ecológica empregada como alternativa para o tratamento de esgotos domésticos em localidades dispersas no meio rural. Fonte: Emater / MG.
52
MATERIAIS E REVESTIMENTOS NA COLMEIA
REVESTIMENTOS DOS PAINÉIS NO ESTUDO DE CASO Os painéis empregados como paredes externas e como divisórias , que adotam de 12 cm de espessura, “envelopados” em perfis “C” ou “I”, como já citado acima, apresentam as seguintes especificações para o Estudo de Caso escolhido: Paredes externas: •8Placas cimentícias de 10 mm (Eterplac painel wall: composto de liga cimentícia, perlita, malha de fibra de vidro e aditivos ou Brasilit) revestidas com lambris de madeira reflorestada protegido com verniz náutico. Divisórias internas secas: •8Chapa de compensado de 20 mm protegida com verniz de uso interno. Divisórias internas de áreas molhadas: •8MDF revestido com laminado melamínico de alta pressão (tipo Fórmica) Módulo de infraestrutura (revestimento interno): •8MDF fogo retardante (MadeFibra Fire da Duratex) Tetos: •8Gesso acartonado para teto (Speed Dry) •8Placas de forro sintético termo acústico (Rigitone, da Placo) Piso: •8Painéis de madeira maciça revestidas de compensados com colagem fenólica à prova d’água (Mad Wall, da Madeirit)
Figura 56: Paineis Área Interna Fonte: Arquivo pessoal
Painéis do projeto: painel perfurado; painel de 90 cm; painel de 45 cm; painel de janela média; painel de janela média invertido; painel de janelão; e painel de janela alta, para revestimento interno de áreas secas.
Figura 57: Paineis Áreas Molhadas Fonte: Arquivo pessoal
Figura 58: Paineis Área Externa Fonte: Arquivo pessoal
Painéis do projeto: painel perfurado; painel de 90 cm; painel de 45 cm; painel de janela média; painel de janela média invertido; painel de janelão; e painel de janela alta, para revestimento interno de áreas molhadas.
Painéis do projeto: painel de 90 cm; painel de 45 cm; painel de janela média; painel de janela média invertido; painel de janelão; e painel de janela alta, para revestimento externo.
54
AS COMPOSIÇÕES A COMPOSIÇÃO “U”: OS FAVOS As composições “U” foram desenvolvidas especificamente para solucionar as necessidades assinaladas como de caráter mais particular, voltadas pontualmente ao Estudo de Caso. Como forma de melhor aproveitar a infraestrutura e as instalações de banheiro, procurou-se condensar Módulos Essenciais, que aqui desempenham o papel de Módulos Dormitórios, de forma a criar pequenos núcleos de convivência - os Favos. Nestes núcleos, ocorre uso racionalizado dos equipamentos imprescindíveis para o funcionamento da proposição.
Foram analisadas as demandas do projeto, para que se fosse possível estabalecer de que forma seria elaborada a composição de módulos para esta proposta. Foram, também, considerados aspectos como segurança (sem, contudo, desprover os usuários de privacidade), integração entre complexos distintos, relação com a natureza, reversibilidade de espaços, melhor aproveitamento das áreas edificadas, etc. Desta maneira, foram justapostos os seguintes módulos: Dormitórios - Banheiros - Dormitórios, tendo o banheiro um hall de entrada comum, no qual se dá o acesso aos dormitórios. Interconectando os dois braços do “U”, está uma cobertura. Há também um deck modular, com possibilidade de composições diversas - inclusive, que incorporem a vegetação nativa. O deck cria uma área de permanência e interação entre as pessoas envolvidas nas atividades de pesquisa e estabelece a conexão com a passarela-deck, responsável pela interconexão de todas as composições. No total, para este Estudo de Caso, existem 4 Composições “U”, isto é, 4 Favos, além da Composição de Área Comum.
Planta Baixa Composição Modular “U” (Favo 01)
Módulo Essencial Módulo de Banheiro Módulo de Infraestrutura
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Figura 59: Isométrica da Composição “U” do Estudo de Caso, com Módulos Essenciais explodidos Fonte: Arquivo pessoal
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Figura 60: Maquete digital com vista interna do Módulo Essencial, que desempenha papel de Módulo Dormitório, sob a perspectiva de alguém deitado na beliche de baixo Fonte: Arquivo pessoal
Figura 61: Maquete digital com vista interna do Módulo Essencial, que desempenha papel de Módulo Dormitório, sob a perspectiva de quem abre a porta de entrada do módulo Fonte: Arquivo pessoal
Figura 62: Maquete digital com vista da área de convivência entre-módulos presente nas Composições “U” (no caso, esta é referente ao “Favo 04”. Destaque para a utilização de cubinhos com diferentes funções; para o deck modular e seus desenhos específicos; capazes de incorporar vegetação nativa; e para a grade de ventilação que dá acesso ao módulo de infraestrutura Fonte: Arquivo pessoal
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AS COMPOSIÇÕES A COMPOSIÇÃO COMUM A Composição Comum abrange a grande maioria das atividades de caráter coletivo do projeto. Assim sendo, a composição de Módulos Essenciais foi mais diversificada no sentido dos seus usos, a saber: Módulos de Cozinha; Módulo Refeitório e de Reunião; Módulo de Lavanderia e de Armazenamento; Módulos de Laboratório; Módulo de Enfermaria e de Depósito. Além destes, encontram-se, também, as outras 2 categorias de Módulos Básicos, sendo elas os Módulos de Infraestrutura, dos quais a Composição Comum dispõe de 2, e o Módulo de Banheiro. A reversibilidade do espaço tem caráter fundamental nesta proposta, sobretudo quando aplicada a este Estudo de Caso. Isso porque os espaços são pequenos, mas, uma vez contando com a disposição correta de mobiliários ou de abertura de esquadrias, se reconfiguram e passam a adquirir uma nova função espacial.
Módulo Essencial Módulo de Banheiro Módulo de Infraestrutura Planta Baixa esquemática da Composição Comum
Módulo Essencial usado como Enfermaria e Dispensa
3 Módulos Essenciais usados como Cozinha e Refeitório integrados
Figura 64 - Vista interna da Composição Comum, a partir de maquete digital, na parte do pátio central, voltado para a cozinha e o refeitório. Destaque para as diferentes portas, que visam se adequar às funções específicas: a porta da enfermaria, com bandeira fixa em cima; a porta camarão da cozinha, que permite maior integração dos espaços interno-externo, de maneira expansível; e a porta da entrada principal do conjunto arquitetônico que dá acesso à Composição Comum e às Composições “U”, que faz a marcação vertical da entrada. Fonte: Arquivo pessoal
Módulo Essencial usado como Lavanderia e Armazenamento
2 Módulos Essenciais usados como Laboratório Figura 63: Isométricas dos Módulos Essenciais com funções específicas aplicadas, presentes no Módulo Comum do Estudo de Caso, com layout previsto para cada área assinalada Fonte: Arquivo pessoal
Figura 65 - Maquete digital da área que dá acesso à Composição Comum, mostrando possíveis apropriações dos espaços de interação para atividades lúdicas e de lazer Fonte: Arquivo pessoal
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LOCAL DO PROJETO LOCAL DA IMPLANTAÇÃO A escolha para o aprofundamento em uma área específica se deu a partir da necessidade de delimitação de um viés mais específico e focado para o trabalho, de forma a lidar com situações reais, às quais as proposições serão adequadas. Dentre as opções de locais de saída de campo, escolheu-se o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em uma área mais afastada dos centros urbanos, porém bastante próxima ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, para que houvesse maior facilidade de acesso no caso de atividades nesta área, tendo em vista os diferentes turnos das atividades. A distância de centro a centro, a partir do local de análise para Brasília, Cavalcante, Alto Pasaíso e para o Parque Nacional foram assinalados ao lado.
LEGENDA local do terreno raio até a cidade de Alto Paraíso raio até a cidade de Cavalcante raio até a cidade de Brasília delimitação do DF possível acesso ao terreno pela BR 010
Figura 66: Mapa com interferências da autora (escala gráfica e Norte para cima) mostrando a distância do terro para as principais cidades nos arredores e acessos Fonte: Google maps
20 km
LEGENDA local do terreno 7 km raio até a cidade de Alto Paraíso delimitação do DF
INFORMAÇÕES DO LOCAL
31 km raio até a cidade de Cavalcante 198 km raio até a cidade de Brasília
CONTEXTO O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi criado através de um decreto do ex-Presidente da República Juscelino Kubistchek, durante seu mandato, em 1961. Trata-se de uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás, incluída na lista de Patrimônio Mundial pela UNESCO. Até o final de maio de 2017, o parque abrangia uma área de cerca de 65.500 ha de cerrado de altitude, distribuídos entre a cidade de Cavalcante (60%) e de Alto Paraíso de Goiás (40%).
possível acesso ao terreno pela BR 010
31 km
7 km
TURISMO O Turismo é uma das principais atividades econômicas da região. O turismo místico, por sua vez, tem um papel imporante, por ser intenso nesta localidade, devido a presença de grande quantidade de quartzo, o que a faz ser associada a um centro de concentração de energia, além da questão geográfica: é cortada pelo paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Picchu.
Figura 67: Mapa com interferências da autora (escala gráfica e Norte para cima) ampliado Fonte: Google maps
ACESSOS O acesso ao parque se dá pelo Povoado de São Jorge, que está ligado à cidade de Alto Paraíso de Goiás. O acesso ao terreno, por sua vez, se dá via estrada de terra, proveniente de uma bifurcação da BR 010.
Figura 69: Carta solar e Gráfico da rosa dos ventos da região Fonte: http://projeteee.mma.gov.br/
TERRENO Apresenta um grande declive, cujas curvas de nível epresentam diferença de 1m. O terreno apresenta um acentuado declive, poucos metros à frente da área de implantação, até local em que se encontra o Rio São Bartolomeu. Por ser um importante centro dispersor de drenagem, com a maioria de seus rios escavando vales em forma de “V”, possui várias cachoeiras ao longo do curso de seus rios. Próximo ao local de implantação, há também um pequeno riacho aonde serão implantadas bombas solares para o recalque de água, que será usada no centro de pesquisa.
Figura 68: Gráfico de Temperatura e zonas de conforto da cidade de Alto Paraíso, GO Fonte: http://projeteee.mma.gov.br/
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1
Acesso por estrada de terra, ramificação da BR010, e relação com curvas de nível;
2
Vegetação existente (majoritariamente rasteira e de pequeno porte);
3
Disposição de itens de infraestrutura, de acordo com o terreno. Destaque para as placas de aquecimento solar.
4
Traçado regulador: dois eixos principais perpendiculares estruturantes;
5
Distribuição modular compacta;
6
Equidistância das 2 Composições duplas de “U” em relação em à Composição Comum;
7
Principais fluxos do projeto;
8
Passarela que interliga todos as composições;
9
Áreas comuns internas às composições.
LEGENDA círculo de bananeira indicação de Norte bacia de evapotranspiração banheiros ligados às bacias de evapotranspiração estação de compostagem Figura 70: 9 esquemas de implantação do Conjunto de Composições (4 Composições “U” e Composição Comum) e suas articulações espaciais Fonte: Arquivo pessoal
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COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA EM “U” - FAVO 01 COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA EM “U” - FAVO 02
COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA MÓDULO COMUM
COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA EM “U” - FAVO 03
COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA EM “U” - FAVO 04
Figura 72: Maquete digital com vista frontal da Colmeia - Estudo de Caso, assinalada em planta Fonte: Arquivo pessoal
Figura 71: Maquete digital com vista aérea da Colmeia - Estudo de Caso, assinalada em planta Fonte: Arquivo pessoal
Figura 73: Planta de localização das visuais da Colmeia Estudo de Caso, representadas nas imagens Fonte: Arquivo pessoal
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LEGENDA Módulo Essencial Módulo de Banheiro Módulo de Infraestrutura
Delimitação das Composições “U”/ Favos
Delimitação da Composições Comum
ENFERMARIA E DISPENSA
INFRA
COZINHA
REFEITÓRIO
INFRA
BANHEIRO LAVANDERIA
LABS
Planta Baixa esquemática da articulação das Composições em “U” e da Composição Comum
Figura 74: Maquete digital com vista aérea da Colmeia - Estudo de Caso, evidenciando a composição dos espaços. Fonte: Arquivo pessoal
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Figura 75: Maquete digital com vista lateral da articulação das composições com a passarela em deck da Colmeia - Estudo de Caso, durante o dia Fonte: Arquivo pessoal
Figura 76: Maquete digital com vista lateral da articulação das composições com a passarela em deck da Colmeia - Estudo de Caso, no final da tarde Fonte: Arquivo pessoal
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05 CON CLU SÃO
A concepção da Colmeia baseou-se nas diretrizes E.M.A. (Efemeridade, Modularidade e Adaptabilidade) e apresentou uma proposta de Composições Modulares edificadas, a partir de Módulos Essenciais. Os desafios foram os de conceber algo suficientemente genérico para atender à diretriz adaptabilidade e que, ao mesmo tempo, deveria possibilitar o reuso de componentes, de modo a atender a diretriz efemeridade. Por fim, a diretriz adaptabilidade é imperativa, por força da complexidade de atender diferentes programas de necessidades numa proposta real de arquitetura flexível. Subjacente a essas diretrizes, a sustentabilidade esteve todo o tempo presente no modus operandi do projeto Colmeia. Com isso, foi evitado o uso de energia proveniente de fontes não renováveis, foi proposto o emprego de madeiras reflorestadas e de práticas verdes, como a destinação correta das águas servidas e a destinação do lixo orgânico. O conceito de mínima interferência no local de implantação é todo o tempo norteador. A Colmeia, ainda que de modo específico, utiliza-se da escolha de um caso real e desafiador, como a estação de pesquisa afastada dos centros urbanos, que referendou as soluções propostas. A Colmeia aborda conceitos relevantes relacionados a arquitetura flexível, sustentabilidade e impactos advindos da implantação – mostrando as tensões geradas quando se aplica um deles sem a devida atenção aos demais. Os aspectos discutidos neste projeto, contudo, não se encerram aqui, criando-se, assim, a possibilidade de dar continuidade a futuras discussões.
des grupos, então acampamos do lado de fora da sede. A casa dispunha de banheiro com água quente e cozinha, e uma pequena sala onde montamos o laboratório de campo*. Nessa ocasião nós levamos toda a comida que iríamos precisar e nos revezamos em grupos para cozinhar.
ANEXOS ENTREVISTA COM CLIENTE ENTREVISTADORA: M Mariana Verlangeiro Vieira, graduanda de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília ENTREVISTADA: AC Ana Carolina Hildebrand, graduanda de Ciências Biológicas na Universidade de Brasília
AC : Antes de responder as perguntas de fato vou dar um contexto. Normalmente existem dois tipos de saídas a campo na Biologia: aulas em campo, que vamos com o professor e a turma de alguma disciplina; e saídas a campo de laboratório, que os estagiários vão com o professor ou alguém do laboratório aonde trabalham. As duas são diferentes principalmente pelo número de pessoas e frequência de saídas. O tempo de duração e local também pode variar, mas vou falar dos dois tipos quando responder às perguntas. M : Quais os tamanhos dos grupos, geralmente? AC : Em saídas de disciplina obviamente depende do tamanho da turma. Algumas matérias obrigatórias têm saídas a campo, e nesse caso costumam ser 20-30 alunos mais 2-5 professores e monitores. Matérias não obrigatórias costumam ter até 20 alunos e mais ou menos o mesmo de professores e monitores. Já as saídas de laboratório têm bem menos pessoas, eu diria um total de até 5 pessoas, incluindo alunos, pós-graduandos e professores. M : Quanto tempo passam em campo? AC : A maioria das saídas costuma durar um final de semana, então dois ou três dias. Porém algumas são mais longas, durando até 10 dias (tanto de disciplina quanto de laboratório). Tudo depende do objetivo daquela saída e do dinheiro que foi disponibilizado para a realização dela. M : Aonde ficam os locais visitados?
AC : A grande maioria das saídas são para a Fazenda Água Limpa (FAL). Uma grande quantidade também é realizada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Outras Unidades de Conservação são usados quando é possível, como o Parque Estadual da Serra de Caldas e o Parque Nacional das Emas. Algumas saídas são para locais privados, geralmente fazendas ou chácaras que têm parceria com a UnB ou o professor responsável já tem contato. M : Quais materiais são, normalmente, levados? AC : Os materiais vão depender do tipo de estudo que vai ser realizado. Baldes, sacolas pláticas e de pano, lanternas, álcool, pinças, régua, fita métrica, corda e gancho (do tipo para segurar serpentes) são alguns dos materias que são levados sempre. Lupa, computadores, projetor, rede de neblina (para captura de aves e morcegos), puça (captura de insetos), armadilhas diversas, isca (para atrair os animais para a armadilha), pá, livros, medidores (de umidade, de comprimento de onda, termômetro) costumam ser levados caso sejam necessários para o estudo. M : Como são, atualmente, os locais nos quais se hospedam os grupos de pesquisa? AC : O local mais usado, a FAL, tem dormitórios com camas beliche e colchões, banheiros com aquecimento elétrico e dispõe de uma pequena cozinha. Além disso também tem o restaurante universitário, que tem os mesmos preços do RU do Darcy Ribeiro. Reza a lenda que também têm travesseiros e cobertas disponíveis, mas o lugar costuma ser bem empoeirado então todo mundo leva suas próprias roupa de cama e travesseiro. Algumas pessoas preferem dormirem barraca no espaço perto dos dormitórios, pois além da poeira, nos meses mais frios os dormitórios ficam gelados e é preciso usar umas duas cobertas. Além da FAL eu já fui em saídas em dois lugares: numa fazenda na Chapada dos Veadeiros e no Parque Estadual da Serra de Caldas. Como a fazenda era privada, não era preparada para atender gran-
Já na saída para o Parque Estadual da Serra de Caldas, nós ficamos no alojamento específico do parque, que contava com quartos com camas beliche e colchões, dois banheiros com vários chuveiros e cozinha. Como nessa disciplina não teríamos tempo para cozinhar, contratamos duas cozinheiras da cidade de Caldas Novas mesmo, que levavam a comida até o parque. Pelo que já vivenciei e ouvi das outras pessoas, o mais comum em saídas com grupos menores é levar a comida e o próprio grupo cozinhar. A questão de ter ou não alojamento varia muito, mas quanto maior o grupo, mais difícil é que tenha. Quase a totalidade de lugares têm banheiros com água quente e recepção de celular, mas em alguns lugares mais afastados de cidades pode não ter. (*) Às vezes a saída a campo é só para coletar material, então o grupo apenas coleta e leva para analisar na universidade. Mas principalmente em saídas a campo de disciplinas, a gente monta um laboratório de campo, onde analisamos o material que coletamos ali mesmo.
campo (na sede). O mais comum é anotar com lápis em papel, pois caso molhe não irá borrar e você correr o risco de perder a anotação. Mas também acontece de se anotar no computador mesmo, caso esteja anotando na sede/no laboratório de campo. Em disciplinas, é possível que sejam dadas aulas teóricas ou práticas durante as saídas. Sempre é organizado para que tenha atividade durante a manhã e outra durante a tarde, com algumas a noite caso faça sentido pro grupo estudado (saídas de aves não costumam ter atividade noturna, por exemplo). Também existem o caso de disciplinas onde os alunos fazem pequenos projetos no decorrer do dia. Nesse caso, a rotina segue como: durante as manhãs acontece a coleta de dados (ir ao campo, montar armadilhas, coletar animais, observar comportamento, etc), durante a tarde é a análise desses dados e discussão dos resultados obtidos. No fim da tarde costuma ter uma apresentação do projeto (incluindo discussão e conclusão) para o resto da turma e professores e até meia-noite é a entrega do trabalho escrito daquele projeto. No dia seguinte começa tudo de novo. Isso costuma ser durante quatro a seis dias. Em casos de saídas de laboratório é um pouco mais difícil de resumir uma rotina, pois depende muito do objetivo daquela saída.
M : Como funcionam as dinâmicas dessas atividades (há uma rotina fixa? como são feitos os registros das pesquisas?)?
M : Existiria algum meio de facilitar esse tipo de trabalho, na sua opinião, caso a infraestrutura abrangesse algo a mais? Se sim, o quê?
AC : A rotina varia muito conforme o objetivo da saída a campo. Em saídas para coleta de animais, a primeira coisa a se fazer é achar o local adequado (caso não seja uma área que já se conhece) e montar as armadilhas (que pode levar alguns minutos ou horas, dependendo do tipo de armadilha). O horário para essa montagem vai depender do tipo de animal que se quer estudar, para mamíferos é preciso montar de tarde (pois a maioria tem atividade norturna), para morcegos é preciso montar um pouco antes do por do sol (para pegar o pico de atividade deles), para aves é preciso montar antes do sol nascer, e assim por diante. O próximo passo é esperar um tempo para que os animais caiam nas armadilhas e algumas horas depois é preciso ir em cada uma para verificar se algum animal foi coletado. Depois disso, levam-se todos para o alojamento e se analisa. O registro das atividades costuma ser feito em caderno (chamado caderno de campo) ou em planilhas previamente montadas, caso seja preciso, e podem ser feitos no campo mesmo (no meio do mato, ao coletar os dados) ou no laboratório de
AC : A infraestrutura tem o potencial de facilitar muito as coisas. Banheiros com diversos boxes para vasos e chuveiros são um grande diferencial, principalmente quando se está num grupo grande. Todo mundo vai ter o mesmo horário para tomar banho, então quando muitas pessoas podem fazer isso ao mesmo tempo, se economiza um grande tempo para poder fazer outras coisas. Uma cozinha onde seja possível cozinhar para pelo menos 20 pessoas também é necessário, mas não é preciso nada muito elaborado. A presença de ao menos uma sala com mesa grande também é necessário para poder se montar um laboratório de campo e analisar os dados coletados. A existência de quartos com camas pode ser um diferencial, mas não é uma necessidade, visto que a maioria das pessoas que vão para saídas a campo estão dispostas (e talvez até acostumadas) a dormir em barracas. Caso exista um alojamento, eu diria que é necessário que tenha uma boa vedação para os meses frios, mas também que seja possível abrir as janelas para ventilar nos meses quentes.
FONTES DE PESQUISA INTRODUÇÃO BAHAMÓN, A.; PÉREZ, P. Analogias entre o mundo animal e arquitectura contemporânea. Lisboa: Dinalivro, 2018.
REFERÊNCIAS E REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS ARCHDAILY. 1º lugar concurso internacional Estação Antártica Comandante Ferraz. Artigo de 22 abr. 2013. Disponível em <https://www. archdaily.com.br/br/01-109759/1o-lugar-concurso-internacional-estacao-antartica-comandante-ferraz-slash-estudio-41>. Acesso em: 12 fev. 2018. _________. Casa en panel SIP. Artigo de 7 mai. 2012. Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01-47408/casa-en-panel-sip-alejandro-soffia-mais-gabriel-rudolphy. Acesso em: 04 fev. 2018. _________. Casa SIP m3. Artigo de 31 dez. 2014. Disponível em <https:// www.archdaily.com.br/br/759559/casa-sip-m3-ian-hsu-plus-gabriel-rudolphy?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_ content=current-user> Acesso em: 04 fev. 2018. _________. Micro cabines permanentes COBS: Colorado building workshop. Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/868023/ micro-cabines-permanentes-cobs-colorado-building-workshop?ad_medium=gallery. Acesso em: 02 fev. 2018. _________. Pavilhão da escritura. Artigo de set. 2016. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/794584/pavilhao-da-escritura-architensions?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=current-user. Acesso em 10 fev. 2018. _________. Refúgio No 3: “The Clara”. Artigo de 18 mar. 2017. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/867435/refugio-no-3-the-clara-wyatt-komarin-plus-addison-godine-plus-rachel-moranis?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=current-user> Acesso em: 04 fev. 2018. BLACK TOMATO. Website. Blink. Disponível em: <https://www.blacktomato.com/blink/>. Acesso em: 15 jan. 2018. Contemporist. A twisted building full of terraces has been proposed for Toronto’s waterfront. Artigo de _ mar. 2016. Disponível em: <http:// www.contemporist.com/twisted-building-for-toronto/>. Acesso em: 3 fev. 2018.
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OUTRAS REFERÊNCIAS
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ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Exemplo ilustrativo de colmeia irregular, composta por alveólos e favos - página 4 Figura 2: Ilustração Archigram, Walking City - Vista completa de uma unidade-cápsula, da proposição de “veículos-cidade” - página 7 Figura 3: Ilustração Archigram, Plug-in City - página 7 Figura 4: Foto de Nagakin Capsule Tower, Tóquio, 1970 - página 7 Figura 5: Axonométrica do interior de uma cápsula de Nagakin Capsule Tower - página 7 Figura 6: Proposta de edifício modular à beira-mar para a cidade de Toronto, no Canadá - página 8 Figura 7: Brinquedoteca Itinerante - página 8 Figura 8: Foto de uma edificação modular em aço corten - página 8 Figura 9: Imagem do concurso para equipamentos emergenciais modulares - página 8 Figura 10: Pavilhão do Serpentine Gallery de Rem Koolhaas, durante a noite - maquete digital - página 9 Figura 11: Pavilhão do Serpentine Gallery de 2017, de Francis Keré, arquiteto de Gando, Burkina Faso- página 9 Figura 12: Tendas Nomadic na Península de Musandam, Omã. Destino conta com desertos e litoral, e sua estrutura de tendas Nomadic permitem conforto nestas condições - página 9 Figura 13: As Tenda Lodge, no deserto do Kalahari da Namíbia. As barracas do tipo lodge são ideias para famílias e grupos, já que se adequam a muitos tipos de clima e por terem tamanho adaptável. - página 9 Figura 14: Hotel Astronômico Equi Domos em diferentes ângulos, com croquis da autora sobrepostos (1)- página 11 Figura 15: Hotel Astronômico Equi Domos em diferentes ângulos, com croquis da autora sobrepostos (2)- página 11 Figura 16: Hotel Astronômico Equi Domos em diferentes ângulos, com croquis da autora sobrepostos (3)- página 11 Figura 17: Endemico Resguardo Silvestre (1)- página 12 Figura 18: Endemico Resguardo Silvestre (2)- página 12 Figura 19: Endemico Resguardo Silvestre (3)- página 12 Figura 20: Endemico Resguardo Silvestre (4)- página 12 Figura 21: Endemico Resguardo Silvestre (5)- página 12 Figura 22: Endemico Resguardo Silvestre (6)- página 12
Figura 23: 4 croquis de estudo de fachadas, planta e corte das volumetrias do Endemico Resguardo Silvestre - página 12 Figura 24: A Caixa da Alma e seus espaços internos e detalhes projetuais (1)- página 13 Figura 25: A Caixa da Alma e seus espaços internos e detalhes projetuais (2)- página 13 Figura 26: A Caixa da Alma e seus espaços internos e detalhes projetuais (3)- página 13 Figura 27: A Caixa da Alma e seus espaços internos e detalhes projetuais (4)- página 13 Figura 28: A Caixa da Alma e seus espaços internos e detalhes projetuais (5)- página 13 Figura 29: A Caixa da Alma e seu processo de montagem- página 13 Figura 30: Grafeno Loft com croquis da autora sobrepostos- página 14 Figura 31: Grafeno Loft axonométrica com espaços internos em evidência- página 14 Figura 32: Croqui de estudo do Grafeno Loft e sua volumetria- página 14 Figura 33: Croqui de estudo do Grafeno Loft e sua estrutura- página 14 Figura 34: Croqui de estudo do Grafeno Loft e a dinâmica de sua ventilação- página 14 Figura 35: Ilustração do Módulo Essencial pré-fabricado- página 19 Figura 36: Sequência de ilustrações esquemáticas da evolução volumétrica do projeto até a concepção do Módulo Essencial- página 22 Figura 37: Ilustração esquemática da dinâmica de funcionamento dos aspectos prático-funcionais do projeto, principalmente no que tange à questão de transporte e distribuição das peças e dos módulospágina 24 Figura 38: Maquete digital 01/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado no deserto- página 25 Figura 39: Maquete digital 02/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado na praia- página 25
Figura 40: Maquete digital 03/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado em parque natural- página 26 Figura 41: Maquete digital 04/04 da Série de exemplos ilustrativos de aplicações dos módulos nos diferentes locais: Módulo Essencial aplicado na neve- página 26 Figura 42: Isométrica do Módulo Essencial e sua aplicação como Módulo Dormitório no Estudo de Caso subsequente- página 33 Figura 43: Isométrica do Módulo Essencial e sua aplicação como Módulo de Banheiro no Estudo de Caso subsequente- página 34 Figura 44: Isométrica do Módulo Essencial e sua aplicação como Módulo de Infraestrutura- página 35 Figura 45: Isométrica explodida do Módulo Essencial utilizado como Módulo Dormitório no Estudo de Caso, apresentado futuramente, apresentando os Elementos Modulares que a compõem- página 37 Figura 46: Isométrica explodida do Módulo Essencial utilizado como Módulo Dormitório no Estudo de Caso, apresentado futuramente, apresentando os Elementos Modulares que a compõem- página 38 Figura 47: Modelos esquemáticos tridimensionais dos cubinhospágina 39 Figura 48: Modelos esquemáticos tridimensionais dos gaveteirosescada- página 40 Figura 49: Modelos esquemáticos tridimensionais das mesas retráteis e suas variações- páginas 41 e 42 Figura 50: Modelo esquemáticos tridimensionais da tiny kitchen e suas especificidades- página 43 Figura 51: Modelo esquemáticos tridimensionais da tiny kitchen como unidade básica para cozinha, com suas destinações específicas - página 44 Figura 52: Modelo esquemáticos tridimensionais da tiny kitchen como unidade básica para laboratório, com suas destinações específicaspágina 44
Figura 53: Representações ilustrativas de cadeiras e mesas presentes no projeto, para comparação de escalas- páginas 45 e 46 Figura 54: Esquema de funcionamento das dinâmicas de saídas de campo- página 49 Figura 55: Tabela com programa de necessidades específico para pesquisas de campo- página 50 Figura 56: Paineis Área Interna- página 53 Figura 57: Paineis Áreas Molhadas - página 54 Figura 58: Paineis Área Externa - página 54 Figura 59: Isométrica da Composição “U” do Estudo de Caso, com Módulos Essenciais explodidos - página 56 Figura 60: Maquete digital com vista interna do Módulo Essencial, que desempenha papel de Módulo Dormitório, sob a perspectiva de alguém deitado na beliche de baixo - página 57 Figura 61: Maquete digital com vista interna do Módulo Essencial, que desempenha papel de Módulo Dormitório, sob a perspectiva de quem abre a porta de entrada do módulo- página 57 Figura 62: Maquete digital com da área de convivência entremódulos presente nas Composições “U” (no caso, esta é referente ao “Favo 04”. Destaque para a utilização de cubinhos com diferentes funções; para o deck modular e seus desenhos específicos; capazes de incorporar vegetação nativa; e para a grade de ventilação que dá acesso ao módulo de infraestrutura - páginas 57 e 58 Figura 63: Isométricas dos Módulos Essenciais com funções específicas aplicadas, presentes no Módulo Comum do Estudo de Caso, com layout previsto para cada área assinalada- página 60 Figura 64: Vista interna da Composição Comum, a partir de maquete digital, na parte do pátio central, voltado para a cozinha e o refeitório. Destaque para as diferentes portas, que visam se adequar às funções específicas: a porta da enfermaria, com bandeira fixa em cima; a porta camarão da cozinha, que permite maior integração dos espaços internoexterno, de maneira expansível; e a porta da entrada principal
do conjunto arquitetônico que dá acesso à Composição Comum e às Composições “U”, que faz a marcação vertical da entrada- página 60 Figura 65: Maquete digital da área que dá acesso à Composição Comum, mostrando possíveis apropriações dos espaços de interação para atividades lúdicas e de lazer- página 60 Figura 66: Mapa com interferências da autora (escala gráfica e Norte para cima) mostrando a distância do terro para as principais cidades nos arredores e acessos- página 61 Figura 67: Mapa com interferências da autora (escala gráfica e Norte para cima) ampliado- página 62 Figura 68: Gráfico de Temperatura e zonas de conforto da cidade de Alto Paraíso, GO- página 62 Figura 69: Carta solar e Gráfico da rosa dos ventos da região- página 62 Figura 70: 9 esquemas de implantação do Conjunto de Composições (4 Composições “U” e Composição Comum) e suas articulações espaciaispágina 64 Figura 71: Maquete digital com vista aérea da Colmeia - Estudo de Caso, assinalada em plant- página 66 Figura 72: Maquete digital com vista frontal da Colmeia - Estudo de Caso, assinalada em planta- página 66 Figura 73: Planta de localização das visuais da Colmeia - Estudo de Caso, representadas nas imagens- página 66 Figura 74: Maquete digital com vista aérea da Colmeia - Estudo de Caso, evidenciando a composição dos espaços- página 68 Figura 75: Maquete digital com vista lateral da articulação das composições com a passarela em deck da Colmeia - Estudo de Caso, durante o dia - página 69 Figura 76: Maquete digital com vista lateral da articulação das composições com a passarela em deck da Colmeia - Estudo de Caso, no final da tarde- página 70
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