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Informativo Semestral do Lar das Moças Cegas (LMC) - Ano 10 - Nº 17 - Fevereiro de 2016

Lar das Moças Cegas firma parceria com Vista Mídia Instituição é ponto de mais um painel da empresa

As parcerias do Lar das Moças Cegas (LMC) contribuem para a inclusão social dos deficientes visuais e são fundamentais para a continuidade do trabalho prestado. Em junho de 2015, o LMC firmou uma nova parceria com a empresa de publicidade Vista Mídia. A instituição passou a ser um novo ponto de divulgação da empresa. A empresa instalou nas dependências da instituição um painel de LED, de 4 x 3 metros, total 12 m², em alta resolução, que exibirá vídeos publicitários de 15 segundos, atingindo um fluxo de 30 mil veículos por dia, segundo dados da CET Santos. O painel funcionará todos os dias das seis da manhã até a meia noite.

A parceria também possibilitará que o LMC faça várias inserções diárias no painel com a finalidade de divulgar suas atividades. “O Lar das Moças Cegas é

referência para todos os santistas, principalmente pela sua localização privilegiada”, explica o presidente Carlos Antonio Gomes. “Para a Vista Mídia é uma motivação a mais poder contar

com a parceria do Lar das Moças Cegas, instituição séria que ajuda toda nossa comunidade desde 1943”, ressalta Walter Edgar, um dos sócios da empresa. Parte da receita do Painel de Led será revertida em benefícios para o Lar das Moças Cegas. A empresa A Vista Midia foi criada através da união de profissionais com ampla experiência em mídia digital: Caio Magenta, que também é sócio da Elemidia, e Walter Edgard, que durante cinco anos gerenciou o departamento comercial da mesma. No portfólio a Vista Midia registra canais de TV Corporativa feitos sob medida para empresas de pequeno, médio e grande porte.

De alunos a colaboradores O objetivo do Lar das Moças Cegas é a reabilitação e a inclusão social dos deficientes visuais, dentre elas a inclusão no mercado de trabalho. Por isso, o LMC reconhece os alunos que se destacam, oferecendo-lhes uma oportunidade profissional. Foi assim com Sílvio, Gilmar, Valéria, Elton, Andrielly e Verena. Sílvio Gonzaga perdeu a visão há 21 anos. Entrou para o LMC, onde fez sua reabilitação. “Aqui aprendi Braillle, Orientação e Mobilidade e fui o primeiro aluno de informática do Lar das Moças Cegas, com a professora Carmen”, conta. O computador foi muito importante para ele e trouxe a possibilidade de recomeçar a vida profissional. “Eu nunca tinha usado computador antes, e ele foi muito importante para mim. Através dele pude estudar, e há 15 anos o Lar me deu a oportunidade de

multiplicar voluntariamente esse aprendizado. Hoje estou na função de professor, mas é uma estrada que vai e volta. A gente aprende muito com os alunos, sorri e chora junto”, explicou o professor. Outro membro da equipe pedagógica é Gilmar Ribeiro, professor de Orientação e Mobilidade desde 2004. Gilmar chegou na instituição em 1991, aos 16 anos. Fez sua reabilitação e teve sua primeira oportunidade profissionalizante. “Meu primeiro emprego foi em uma loja de material de limpeza do Presidente Carlos Antonio Gomes. Depois que a loja fechou, trabalhei como voluntário de 93 a 95 aqui no Lar, depois fui contratado, em 1995, como Office Boy”, conta Gilmar. Como professor Gilmar passa sua experiência para os alunos. “O trabalho para mim é um instrumento para ajudar

outras pessoas. Eu me vejo nele e passo minha experiência. Para nós deficientes, o trabalho é uma superação que só depende da gente. Eu tento ser um exemplo para eles”, explica o professor. O cargo de Office Boy hoje é ocupado por Elton. Outro setor por onde já passaram muito alunos é a telefonia. Valéria, que hoje atua como Auxiliar de Orientação e Mobilidade, ocupou o cargo por 7 anos. “O Lar das Moças Cegas foi um divisor de águas na minha vida. A instituição abriu a porta do mundo para mim. No Lar das Moças Cegas conclui o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, fiz cursos profissionalizantes e em 2007 entrei para o quadro de colaboradores da entidade como telefonista”, conta Valéria. Atualmente a telefonia do LMC conta com duas jovens na função. Andrielly está há pouco

mais de ano no cargo, e Verena assumiu a função em outubro de 2015. “Foi uma conquista inesperada, porque no meio de uma crise onde muitas pessoas estão perdendo o emprego, eu tive essa oportunidade. E estou muito feliz”, conta Verena.

Gilmar e Valéria

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OLÁ, AMIGOS!

Fala do Presidente!

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ESPAÇO SAÚDE

O 73º ano do Lar das Moças Cegas começa com ar de renovação. Daremos continuidade às mudanças implantadas em 2015, buscando sempre o melhor para nossos alunos e colaboradores. Na 16ª edição do Informativo Visão você vai conhecer um pouco mais sobre nossos Cursos Profissionalizantes, o Coral das Crianças e o Projeto Capoeira Escola Para Todos, que completou 20 anos em 2015. Trazemos também uma entrevista sobre acessibilidade digital e uma reportagem sobre os novos talentos do Goalball.

Carlos Antonio Gomes (Calucho)

Presidente do LMC

Cursos visam a inserção dos alunos no Mercado de Trabalho A chamada Lei de Cotas (Lei 8.213) completou 22 anos de aprovação e, atualmente, após duas décadas em vigor, existem cerca de 306 mil pessoas com deficiência formalmente empregadas no Brasil. Pensando em incluir o deficiente no Mercado de Trabalho, o Lar das Moças Cegas (LMC) oferece cursos profissionalizantes e um programa que, a partir de ações de preparo, orientação e qualificação, capacita pessoas com deficiência visual para o “Mundo do Trabalho”, o Visão Eficiente. Entre os cursos profissionalizantes estão a Telefonia, a Informática e a Culinária. O Curso de telefonia habilita o deficiente visual para exercer a função de telefonista. “Nós temos 40 horas de aula teórica, onde ensino toda a parte de postura profissional, a parte de telemarketing e como é o funcionamento de uma telefonia. O restante do curso, a prática, eles fazem no estágio, uma tarde por semana”, explica a professora Lindalva. A telefonia é uma área onde há muitas oportunidades para deficientes visuais. De acordo com a professora, nesses 15 anos em que o curso vem sendo oferecido, 70% dos alunos que o frequentaram estão trabalhando. “Nossos alunos saem preparados para o mercado de trabalho. Hoje temos cerca de 15 ex-alunos na Unimed, seis na Fundação Lusíada e outros nas prefeituras”, diz a professora. Outra área procurada é a informática. No Curso de Informática, que tem parceria com o SENAI, os alunos aprendem os sistemas Dosvox, Jaws, Virtual Vision e NVDA (Non Visual Desktop Access), que possibilitam o uso do computador como ferramenta de trabalho. “Nós funcionamos como um polo do Senai. Aqui eles aprendem os programas mais usados do Pacote Office e saem preparados para o mercado de trabalho com um diploma do SENAI”. Já o curso de Culinária capacita o deficiente visual para elaborar produtos de panificação e doceria, em diversas formas de apresentação. O curso, que é indicado para aqueles com conhecimento prévio da culinária trivial, já formou muitos alunos que hoje são cozinheiros de mão cheia.

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Coral das Crianças une música, cultura e educação O Lar das Moças Cegas (LMC) retomou o projeto do Coral Infantil, agora sob o comando da professora Valéria Teixeira. A música é a arte de exprimir sentimentos por meio do som e, por ser uma linguagem universal, tem o poder de conectar pessoas. O LMC acredita que as práticas que envolvem música concedem oportunidades de inclusão social. Por isso, a instituição mantém três projetos musicais: o Coral Raio de Luz, a Banda do Lar das Moças Cegas, e o Coral Infantil. Em 2014 o LMC retomou um projeto que promete dar bons frutos. O Coral Infantil, composto por cerca de 10 alunos, com idades que variam de 7 a 12 anos, já motivou instantes de emoção em suas apresentações lúdicas e envolventes. O grupo já possui um repertório considerável de músicas conhecidas. “Esse trabalho é muito importante. A gente trabalha a alegria e a cultura por meio de cantigas e canções populares; a interação, o ritmo, a memorização e a coordenação também fazem parte do trabalho que vai além da música”, explica a professora. Além dos ensaios semanais, os alunos também têm aulas de ritmo. “Eu trabalho individualmente com eles. Usamos a bandinha e instrumentos como Cajon, triângulo e meia lua para trabalhar o ritmo, sempre respeitando a individualidade de cada aluno”, conta. A partir do ano que vem o grupo terá um trabalho mais fundamentado, com mais crianças. “Estamos buscando sempre melhorar. É maravilhoso trabalhar com eles. As crianças tem uma energia maravilhosa”, diz Valéria.

Dissertação aborda Terapia Ocupacional com consultoria colaborativa A dissertação “Intervenção da terapia ocupacional com consultoria colaborativa” foi apresentada à Universidade Federal de São Paulo Dissertação – Campus Baixada Santista, para obtenção de Título de Mestre em Ciências da Saúde. O objetivo deste estudo foi analisar a intervenção da terapia ocupacional utilizando a consultoria colaborativa com educadores de crianças com deficiência visual da educação infantil. Na busca de analisar intervenção, optou-se pela realização se um estudo descritivo, a partir de elementos da pesquisa qualitativa, utilizando estudos de casos. Participaram da pesquisa 5 educadoras que atendem em suas salas crianças com deficiência visual. Para coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: entrevistas semiestruturadas, questionários, e diário de campo. Os estudos foram analisados através da análise descritiva. O trabalho ofereceu ferramentas para a criação de novas estratégias, assim como efetivar ações que auxiliem no processo ensino-aprendizagem, favorecendo e facilitando o processo de inclusão de crianças com deficiência visual. Devaneide Silva Terapeuta Ocupacional Crefito 3/6196-TO Mestre em Ciências da Saúde

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ENTREVIST@.COM Gilberto Ferreira, contratado para o Setor de TI do LMC, tem 52 anos, é deficiente visual há 22 anos. Já trabalhou como motorista, bancário e comerciante. Está no Lar das Moças Cegas há 10 anos.

O Lar das Moças Cegas possui um setor de TI. Qual o trabalho realizado sobre acessibilidade? O meu trabalho é testar os programas que são desenvolvidos no LMC, como o site, a agenda, o monitoramento, programa escola, entre outros Programas que serão acessados por outros colaboradores, também deficientes visuais. Alguns ainda estão em desenvolvimento. Como funciona a acessibilidade para os deficientes visuais no mundo digital? Ela funciona através do leitor de tela, desde que os programas sejam desenvolvidos com acessibilidade. Não adianta ter um leitor de tela se os programadores não usam os recursos indicados para acessibilidade. Quais as principais limitações? A principal limitação é justamente quando a acessibilidade não é observada como deveria. Por exemplo, sites feitos em flash, que não podem ser lidos pelos leitores de tela. Outro problema é a falta de descrição nas imagens, que é uma coisa simples que poderia ser feita. Quais os avanços na área? A informática está sempre evoluindo e os desenvolvedores de leitores de tela tem que correr atrás para acompanhar. Mas acho que está melhorando e hoje se fala mais em acessibilidade. Atualmente os sites do governo e dos bancos já são acessíveis, por exemplo. As empresas e os desenvolvedores perceberam que é uma nova fatia do mercado. Os deficientes utilizam bastante o computador, por isso há um interesse maior em desenvolver ambientes acessíveis. Qual a importância dessa acessibilidade? Ela é fundamental. É o que nos dá liberdade e independência. Temos acesso a notícias, podemos comprar produtos, pagar nossas contas e muitas outras coisas que o computador e a internet nos propiciam.

Comunicação favorece a proximidade entre o Lar das Moças Cegas e a sociedade A comunicação organizacional serve para harmonizar a comunicação externa com a interna, construindo uma comunicação interna e criando uma interface com o público externo. O setor de Relações Institucionais trabalha hoje com as redes sociais, boletim radiofônico, site, material gráfico, produção de releases e vídeos para o Youtube, além das visitas monitoradas. O objetivo do setor é desenvolver uma boa comunicação, fortalecendo a imagem da instituição e contribuindo para o desenvolvimento da organização. Em 2015 o Lar das Moças Cegas teve mais de 150 publicações com seu nome na mídia local e nacional. “Não é qualquer entidade que tem a visibilidade que nós temos. Este ano, por exemplo, aparecemos no mesmo dia em reportagens diferentes no jornal da tarde e da noite. Esse prestígio é graças ao trabalho de qualidade que fazemos”, explica o presidente Carlos Antonio Gomes. Outro importante canal de comunicação entre a organização e a comunidade são as visitas monitoradas. Em 2015 foram mais de 700 visitantes de todas as cidades da Baixada Santista. “Muitas pessoas têm o LMC como referência pela localização, mas esse trabalho que fazemos é muito importante para que as pessoas realmente conheçam nosso trabalho e possam não só ajudar a instituição, mas também indicar para pessoas que precisem dos serviços da entidade”, diz o presidente.

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Quais as perspectivas de desenvolvimento na área? Ainda tem bastante para melhorar. Mas acho que há uma perspectiva boa. A verdade é que é um trabalho de formiguinha.

O programa é apresentado pela aluna Verena

VEM AÍ!

11/02...............................Reunião com alunos 12 e 26/02 .................................Boteco do Lar 11/03 ..............................................Boteco do Lar 16/03 ................................Festival de Talentos 19/03...................................... Jantar Dançante 24/03...................................... Festa da Páscoa 01 e 15/04..................................Boteco do Lar 18/04 ....................................Aniver´sario do Lar 02 a 06/05 ..............................Feira das Mães 21/05 .......................................Jantar Dançante 30/05............................Encontro das Escolas 10 e 24/06..................................Boteco do Lar 23/06..................................................Festa Junina 01 a 31/07 ...............Festa Inverno Santos

O Lar das Moças Cegas oferece aulas de Hidroginástica para a comunidade no Centro Aquático do Lar das Moças Cegas. São 6 turmas, com 25 alunos cada. As aulas, que acontecem duas vezes por semana - as segundas e quartas, e às terças e quintas – podem ser feitas em três horários: 17h, 18h e 19h. Toda a arrecadação é investida em reformas e melhorias na entidade que há mais de 70 anos educa e reabilita os deficientes visuais da Baixada Santista. O Centro Aquático fica na Rua Pará, 47, Campo Grande, Santos. Informações pelo telefone (13) 3221-6372.

DESTAQUE

O colaborador Aparecido Jeronymo Schalok é motorista do LMC desde 2003. Cido, como é conhecido na instituição, é muito querido por alunos e colaboradores. Em abril deste ano o colaborador mostrou seu compromisso com a instituição e com muita destreza conseguiu evitar um grande acidente com o ônibus que voltava de viagem com atletas do Goalball. Este ato e todos os anos dedicados à instituição deram ao motorista o título de colaborador do ano de 2015/16. Visão é uma publicação semestral do Lar das Moças Cegas (LMC) - Centro de Educação e Reabilitação para Deficientes Visuais. Presidente - Carlos Antonio Gomes Planejamento Gráfico e Arte | Designer Gráfico - Mariana Terra Jornalista Responsável (textos e edição) - Bruna Corralo Revisão - Carmen Lucia Chaves Gonçalves e Fernando Agria Impressão - Gráfica Santista Tiragem - 1.000 exemplares Endereço - Avenida Ana Costa, 198, Vila Mathias Santos/SP Tel.: 13 3226-2760 ramal 2782 imprensa@lmc.org.br | www.lmc.org.br | www.sitioparaisolmc.com.br

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Boteco do Lar é novidade no calendário 2016 Ao longo do ano o Lar das Moças Cegas (LMC) realiza uma série de eventos que contribuem para a manutenção dos serviços prestados pela instituição. São feiras, jantares e almoços que têm como objetivo estabelecer o envolvimento entre a comunidade e a entidade. Em 2015, o LMC lançou um novo evento: o Boteco do Lar, que teve três edições, atraindo ao todo cerca de 1000 participantes. A ideia foi apresentar um Happy Hour com churrasco, pagode e cerveja. O evento foi programado para acontecer quinzenalmente no Salão de Festas da Instituição, com exceção dos meses com agendamento de jantares e almoços. “O diferencial do Boteco é o samba com toda sua energia; atrai um público alegre, solto e sem formalidades. A galera monta sua mesa, reúne seus amigos e familiares, canta e dança até o final”, conta a coordenadora de eventos Vanessa Sena. E o Presidente Carlos Antonio Gomes acrescenta: “Os eventos contribuem muito com a instituição, e procuramos sempre inovar. Nós temos um ótimo salão de festas e uma localização privilegiada. Esta é mais uma ideia para movimentar e que só vem para somar”. “A proposta dos eventos é trazer o público externo para interagir com os nossos alunos e assim conhecer um pouco dos serviços da instituição”, explica a coordenadora de eventos Vanessa Sena. A arrecadação de todos os eventos é investida em reformas e melhorias na entidade que, há mais de 70 anos, educa e reabilita os deficientes visuais da Baixada Santista.

CAPOEIRA ESCOLA COMPLETA 20 ANOS DE HISTÓRIA Neste ano de 2015, o projeto Capoeira Escola Para Todos completou 20 anos de história. No Lar das Moças Cegas (LMC) já são seis anos desde a implantação. “O projeto iniciou com o intuito de trabalhar a parte motora das crianças de escolas particulares. Depois levamos o projeto para o Grupo Amigo do Lar Pobre, com o objetivo de desenvolver o caráter de crianças em situação de vulnerabilidade social. E, em seguida, começamos a trabalhar no contexto da inclusão”, conta Mestre Márcio Rodrigues, responsável pelo projeto. O projeto une o saber popular ancestral com o saber cientifico, da Pedagogia e da Educação Física, e atende a todos os segmentos da sociedade. No Lar o projeto começou

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como uma extensão comunitária da Universidade Paulista (UNIP), onde o mestre e professor era discente na época. “Em 2009 começamos esse trabalho. E os alunos recebiam atendimento na UNIP. A direção pedagógica percebeu os benefícios da prática que em 2010 foi inserida na grade do LMC”, explica o professor. A capoeira desenvolve ritmo, coordenação motora, noção corporal, noção espacial, motricidade, condicionamento físico, flexibilidade e equilíbrio. “A prática da capoeira é importante para a autoestima do deficiente visual. Além da melhora no condicionamento físico, o esporte proporciona um resgate sócio-cultural da cidadania e dos valores humanos. Também trabalha a socialização, a disciplina e o respeito”, diz o mestre. Em sua trajetória, o projeto trouxe prêmios como o Comunidade em Ação e o Mérito da Consciência Negra, além da participação em eventos importantes como o Congresso Brasileiro de Capoeira Escola, realizado na USP; o Fitness Brasil; e o Virada Inclusiva.

ESPORTES Jovens talentos trazem renovação para as equipes de Goalball O Goalball faz parte da grade do Lar das Moças Cegas há mais de uma década. Desde então muitos atletas de destaque já vestiram a camisa do LMC e do Santos F.C., parceiro da instituição desde 2006. Nos últimos anos os técnicos vêm apostando em novos talentos com o objetivo de renovar os times. Pedro Lucas, 15 anos, e Paulo Rubens, 17 anos, são os mais jovens do time do Santos F.C. e, apesar da idade, não ficam atrás dos outros. Muito pelo contrário, eles vêm se destacando dentro e fora da equipe. Neste ano, foram convocados para integrar a equipe do estado de São Paulo nos Jogos Paralímpicos Escolares, a maior competição nacional para estudantes esportistas com deficiência. Paulo já esteve na competição no ano passado, enquanto Pedro estreou este ano. Destaque para Paulinho, que marcou 11 gols na semifinal contra Minas Gerais. O rendimento lhe trouxe a atenção do coordenador da modalidade, Paulo Miranda. “O Paulinho vem se destacando e está cotado para a Seleção Brasileira. E acredito que o Pedro vai traçar o mesmo caminho”, conta Danilo Rong, técnico da equipe masculina de goalball do LMC. Assim como Paulo Rubens, sua namorada Larissa, atleta da equipe feminina do LMC, tem chances de ir para Seleção Principal. “A Larissa, disciplinada, muito aplicada nos treinamentos, faz parte da seleção Paulista Paralímpica Escolar. Já participou da seleção Paulista principal e tem tudo para ser uma grande atleta”, diz José Mauro Neri, técnico das equipes femininas do LMC. De acordo com os técnicos, este é um trabalho importante para renovação da equipe. “Hoje temos uma equipe competitiva, mas com a experiência eles vão progredir e, consequentemente, vamos alcançar melhores resultados. Estamos fazendo um trabalho de pesquisa e revelação de novos atletas. O Goalball não é esporte de retorno rápido, é um esporte técnico e este será um trabalho a longo prazo”, explicam.


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