Revista Ritmo

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]Ritmo Arte sobre a arte: Por dentro do mundo da dança: maquaigem, cenário, figurino.

Dança no cinema: Filmes e músicais que tranformam a tela em palco.

Perfil Conheça a dançarina e coreografa Luana SImpson

Galeria de fotos: Srteet Dance, Ballet Clássico, Dança Contemporânea e Dança do Ventre.

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Ano 1 Número 1 R$ 10,00


Expediente Editoras: Jessica Brayner Marília Ferreira

Design: Jessica Brayner Marília Ferreira

Produção: Jessica Brayner Marília Ferreira

Capa Marília Ferreira

reportagens Jessica Brayner Marília Ferreira

fotografia Jessica Brayner Marília Ferreira

Colaboradores:: Célia Matsunaga Douglas Matos Raquel Câmara

]Ritmo


[

Editorial

5, 6, 7, 8... Contando o tempo para o início do próximo passo, apresetamos a primeríssima edição da Ritmo. Uma publicação mensal sobre o universo da dança. Do Ballet ao Hip Hop. da Valsa ao Zouk, tudo aqui em nossas páginas. Nesse primeiro número, trazemos uma matéria sobre o que contribui para os espetáculo da dança ser ainda mais bonito: figuritno, maquiagem, cenografia, etc. Uma matéria sobre a dança no cinema, para relembrarmos personagens e cenas que marcaram nas telonas, e uma galeria de fotos com quatro ritmos, só pra aquecer.

A Ritmo é feita por dançarinas e apixonadas por dança, e temos uma imensa satisfação

em trazer essa revista para enchermos suas páginas com a magia da dança e tentar imprimir aqui a paixão por essa arte, para que você leitor, dançarino, admirador, espectador da dança compartilhe conosco o ritmo que encontramos na vida,

Marília Ferreira

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Glossário

Aquecimento O que é dança.

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Fotografia Reunímos pra você fotografias de quatro ritmos diferentes.

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Palco Artes sobre a arte: uma pouco sobre cenografia, figurino e maquiagem

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Perfil Conheça Luana Simpson.

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Artigo Arte: Marília Ferreira

Dança no cinema. Quem não gosta de um bom filme de dança?

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Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia internacional da dança, instituído pela UNESCO.

A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na Pré-História, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, por meio das palmas. O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo. Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das comemorações aos jogos olímpicos. Em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao deus Baco (deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais. Hoje, vemos a dança como a arte de mexer o corpo, por meio de de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria.

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DANÇA

O

que é


O que é dançar O que você faz:

Texto: Jessica Brayner e Jussara de Barros. Ilustração: Victor Affonso e Jessica Brayner

O que quem não dança vê você fazendo/ o que você se sente fazendo:

Faça aqui mais algumas coisas impossíveis.

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Ritmos

Texto - Jessica Brayner / Fotografia - Ivan Stemler

A

dança foi pouco explorada na fotografia. Há poucas fotos que combinam a beleza da dança com os recursos que a fotografia permite –

como o uso de luz e sombra, o uso consciente das cores e

formas, a atenção com relação à composição, as maneiras de retratar o movimento, ou as possibilidades de ângulos diferentes e closes em detalhes dos dançarinos. Tendo em vista o pouco trabalho realizado na área e as inúmeras possibilidades de criação, a revista Ritmo trará ensaios fotográficos de uma dança diferente a cada edição. O desafio é passar a força de um movimento em um único clique, é captar um instante do corpo que os olhos pouco percebem, é passar todo sentimento expressado pelo artista em cada uma das fotografias. Mas e agora? Existem milhares de danças diferentes. Para decidirmos sobre qual delas será o próximo ensaio, nós procuraremos a opinião das pessoas mais importantes para a nossa revista: vocês leitores! Todo mês serão sorteados 4 dos 1000 ritmos mais importantes do mundo. Cabe a você escolher qual deles você quer ver retratado na próxima edição. Conheça agora os que estão na disputa para a Ritmo número 2. Depois, entre no nosso site e vote quantas vezes quiser!

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Ballet Clรกssico


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dança na ponta dos pés. A suavidade de uma bailarina, a força de um bailarino, a música clássica, isso tudo sempre ajudando a compor o Ballet, uma das danças mais tradicionais do mundo.

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Street Dance

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Street Dance engloba várias modalidades. Cheio de movimentos fortes, e personalidade, A mistura de elementos é permitida, e varia Permite-se com isso a criação de novos passos, }16


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Dança

Contemporânea

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A

dança contemorânea nos propõe uma investigação de nós mesmos através do corpo, nos nos convida a vasculhar cada detalhe para descobrir movimentos que expressem nossas emoções, dúvidas e pensamentos. O corpo em movimento estabelece sua própria dramaturgia, musicalidadee história, criando outro tipo de vocabulário e sintaxe.

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Dança do Ventre

A

sensualidade da mulher em movimentos de ondulação. A Dança do Ventre é uma ritmo de origem árabe e pode ser dançada com véus, espadas e até velas. Suas roupas são bem características e dão ênfase aos movimentos.

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Arte... Aaah... A dança. Como se por si só não bastasse, ainda abre espaço para outros tipos de arte.

Q

uando pensamos nisso, sempre vem à mente a que está mais evidentemente ligada a ela: a música. Todo mundo já sentiu vontade de vibrar com alguma música, mais incrível ainda é quando podemos fazer isso, quando dançamos canalizando toda essa energia. E essas artes se complementam muito bem. Graças à dança, temos a chance de conhecer músicas que nunca ouviríamos; graças a ela, temos a chance de ouvir músicas como nunca ouviríamos. Mas vamos sair do óbvio e explorar outras misturas que podem surgir ao juntarmos a dança com outras artes. Hoje, as produções estão envolvendo cada vez mais profissionais: dançarinos, diretores, coreógrafos, músicos, artistas plásticos, arquitetos, figurinistas, maquiadores, técnicos de iluminação, técnicos de controle de áudio e até especialistas em segurança e/ou em tecnologia, dependendo dos recursos que serão utilizados. E o potencial disso ainda é enorme. As construções e as ideias de cenários e objetos cênicos }28


...sobre arte nunca foram tão ricas. Um exemplo disso é o programa “So you think you can dance”, apresentado em vários países. Os dançarinos selecionados apresentam-se fazendo uso de objetos como maleta de escritório, colar, garrafa, mesa, banco de praça. Já houve momentos em que os objetos precisavam de um design específico, como foi o caso da apresentação em que foi usada uma porta que precisava ter apoio próprio e capacidade de aguentar o peso da bailarina, que se pendurava nela; houve inclusive o momento em que ela estava se segurando com as mãos na parte de cima da porta, e o bailarino batia a porta, o que só não machucava a dançarina, porque o objeto foi construído com um pequeno espaço entre sua parte superior e a estrutura que o suporta, mas de modo a não ficar claro para a plateia, que se surpreende com esse momento da coreografia. Há também o uso de cenários que, além de acrescentarem à dança um contexto, expandem as

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possibilidades da coreografia, que pode contar com objetos para apoio ou impulso dos dançarinos e até possibilita novas ideias de formação. Como se não bastasse tudo isso para inovar as nossas produções, ainda contamos com o trabalho cada vez mais incrível dos responsáveis pelos figurinos, cabelos e maquiagens. Eles precisam pensar não só na beleza de sua obra, é necessário pensar a partir da coreografia, que pode ou não utilizar-se diretamente deles. Muitos figurinistas já perderam cabelos tentando fazer uma roupa que não atrapalhasse o dançarino na execução dos passos e ainda tivesse partes que pudessem ser removidas, trocadas, e até dessem a impressão de que foram rasgadas durante passos que simulassem isso. Um trabalho impressionante contou com os esforços de uma figurinista e de uma engenheira da

computação. As roupas dos dançarinos tinha luzes que marcavam seu contorno, mudavam de cores, acendiam e apagavam de acordo com a coreografia. A dança era toda feita no escuro, e, assim, o que nós víamos dos dançarinos era o que as luzes de led nos mostravam. O resultado foi surpreendente. Para os que não vão dançar no escuro, é importante pensar na maquiagem e no cabelo. Dependendo do conceito da dança, } 31


são necessárias maquiagens pesadas e penteados diferentes para acrescentar significado à narrativa construída em um número determinado. Esses profissionais são capazes de nos impressionar com produções maravilhosas. E o que nossos antepassados faziam com frutas e folhas esmagadas hoje podemos fazer com o uso de tintas de milhares de cores – fosforescentes, furta-cores, metalizadas, fechadas –, com penas, massas de gelatina, gel, laquês e mais mil coisas que a gente nem sabe como eles conseguiram. }32


Texto: Jessica Brayner/ Foto: Banco de Imagens, Daniela Lopes e Maurício Medeiros

Todas essas pessoas são especialistas capazes de engrandecer muito o nosso espetáculo . E por isso a revista Ritmo fez essa matéria, para mostrar o nosso repeito por eles e agradecê-los por tudo que fizeram pela nossa arte e por tudo que ainda farão.

Se interessou pelas danças citadas na matéria? Corra para o nosso site! Entre em www.revistaritmo.com.br e veja os vídeos de todas as danças citadas aqui. Nós adoramos ouvir o que vocês acham! Por isso lá tem espaço para ouvirmos a sua opinião, então não se esqueça de comentar!

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Perfil

N

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Luana Simpson

ão deixe sua baixa estatura e a sua doce personalidade enganar, Luana Simpson obteve muitos elogios devido ao seu estilo de dança único: forte, enérgico, intenso e feminino, com um toque de sabor brasileiro. A bailarina e coreógrafa especializada em Jazz e Hip Hop Dance, participou de competições de dança em várias regiões do Brasil, bem como em vários programas de televisão e novelas na Rede Globo, SBT e Band. Ela também compartilhou suas habilidades de dança em outros trabalhos, tais como Walt Disney Company Musical, comercial Visa International, vídeos de música, shows com artistas como Rodrigo Moratto, Lorena Simpson, a Israelita Maya Simantov e Wanessa Camargo (Beyonce Tour Brasil).

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Atualmente, seu trabalho como coreógrafa pode ser visto no palco com a cantora Lorena Simpson em sua turne Brasil-México, no programa TV Xuxa da Rede Globo de Televisão, no programa Se Ela Dança eu Danço no SBT e no Canal Multishow no programa Casa Bonita 2 em que ela é foi coreógrafa convidada. Logo vocês poderão vê-la no filme internacional chamado You Got Served BEAT THE WORLD, dirigido pelo mesmo escritor do filme Stomp the Yard, que fez questão de dizer como o trabalho de Luana foi importante para o filme

O Brasil foi uma verdadeira experiencia pra mim. Começar a trabalhar com a Luana foi realmente um privilégio. Obrigado por tornar meu filme tão bom como ele é. Sua coreografia realmente de destaca como uma das melhores do filme e representou o Brasil e o Hip Hop no seu melhor! Rob Adetuiy, diretor/escritor

Mais em: www.luanasimpson.com http://www.youtube.com/user/luanasimpson http://twitter.com/lusimpson/

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Texto: Marília Ferreira / Fotografia: Divulgação

Luz, C

âmera,

Dança

Quem é que nunca assistiu um filme sobre dança e não sentiu vontade de se inscrever em alguma aula? A dança tem esse efeito mágico sobre as pessoas. É envolvente, independente do ritmo. Entre agora no embalo dos filmes que mais cativaram os corações dos amantes da dança

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m bom filme sobre dança deve ter três qualidades: um bom roteiro, uma trilha envolvente e atores com carisma. Quando a gente assiste, parece que todos em cena nasceram com aquela desenvoltura, né? Atualmente é raro encontrar filmes que não utilizem música como parte de um todo. Os musicais do cinema são filhos incontestáveis do teatro, também conhecido como “drama de palco”, são filmes em que praticamente todas as oportunidades de falas são transformadas em números em que atores cantam e interpretam. Como, por exemplo, O Fantasma da Ópera, Hairspray, Chicago e Moulin Rouge, que exploraram muito bem esse recurso. Na outra ponta, estão os chamados “filmes de dança”. Diferente dos musicais, aqui as pessoas não cantam. Apenas mostram seus sentimentos mais profundos por meio de passos elaborados capazes de encher os olhos de ternura, paixão, amor e todos as outras sensações que a dança é capaz de transmitir. Se observarmos, a grande maioria dos filmes de dança, além do

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roteiro em si, dão destaque para dois detalhes: uma competição em algum momento do filme, com o êxtase da vitória geralmente guardado para o final; e a cena em que todos, de alguma forma, acabam dançando juntos em uma sincronia invejável. Hollywood se especializou em fazer filmes desse subgênero e praticamente todos são grandes campeões de bilheteria. A dança sempre teve um papel marcante na história do cinema. Ilustres momentos coreografados foram capturados e marcaram época, como o sapateado de Fred Astaire e Ginger Rogers, os embalos de sábado a noite de


John Travolta, a combinação inesquecível de Patrick Swayze e Jennifer Gray em “Dirty Dancing”, a mistura de ballet e hip hop de Julia Stiles, até os números musicais em “Moulin Rouge” e “Chicago” e a dança indiana de “Quem Quer Ser um Milionário?”.

PRA VER E REVER 1. Grease - Nos tempos da Brilhantina (1978) – Um dos filmes que transformaram John Travolta em sex symbol de uma geração. A história de Danny e Sandy é, basicamente, a típica de um casal que se conhece, se separa e depois acaba por ficar junto. Tudo embalado por muita música e dança. 2. Dirty Dancing - Ritmo Quente (1987) – A história da doce Baby, que se apaixona e aprende a amar e a dançar com o charmoso Johnny, emociona gerações e é um dos maiores clássicos da Sessão da Tarde. A cena final em que dançam “I’ve had the time of my life” é daquelas que a gente nunca esquece. 3. Save the last Dance - No balanço do Amor (2001) – Ao contrário da maioria dos filmes do gênero, esse tem uma mistura de ballet clássico e street dance. E também mostra que a dança é capaz de unir os universos mais distintos.

5.Shall We Dance? - Dança Comigo (2004) - John Clark (Richard Gere) interpreta um homem bem sucedido, mas viciado em trabalho. Ele acaba se apaixonando pela personagem de Jennifer Lopez, uma professora de dança. Tímido e sem pensar numa possibilidade melhor e mais acessível, ele tenta relaxar do trabalho e passa a freqüentar as suas aulas, com o propósito de, pouco a pouco, conquistá-la. Refilmagem da comédia romântica japonesa “Quer Dançar Comigo?”. 6.Step Up - Se Ela Dança eu Danço (2006) O acaso junta Tyler Gage, um adolescente rebelde a cumprir serviço comunitário e Nora Clark, uma bailarina de ballet de enorme talento. Ele precisa de encontrar o seu rumo na vida, ela precisa de um parceiro para convencer, de uma vez por todas, o mundo da dança. Será que a pista os consegue juntar? Realizado por Anne Fletcher e protagonizado por Channing Tatum, e Jenna Dewan, 7.Black Swann - Cisne Negro (2010) – Em uma de suas melhores atuações, Natalie Portman, que levou o Oscar de melhor atriz, coloca toda sua emoção para interpretar uma personagem obcecada pela busca da perfeição. O filme nos brinda com cenas intensas e grandes espetáculos de ballet clássico.

4. Shall We Dance (2004) – Aqui o roteiro nos mostra como a dança é capaz de mudar a vida das pessoas. Richard Gere e Jennifer Lopez nos presenteiam com uma história de amizade embalada pelos passos da deliciosa dança de salão.

Dirty Dancing

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Invasão do

3D

F

ilmes de dança não ficaram por fora da onda 3D. Recentemente uma produção chamou atenção: Pina. Lançado no Festival de Berlim de 2011, o documentário “Pina - 3D”, do premiado diretor alemão Wim Wenders, mostrou na prática como o 3D pode ser um recurso excepcional também para filmes de arte. No caso, foi a ferramenta ideal para dar uma textura original na tela às coreografias da alemã Pina Bausch (19402009), um dos maiores nomes da dança contemporânea. O filme foi indicado ao Oscar de documentário em 2012. Na versão que vingou na tela, reconstituem-se algumas de suas coreografias mais impactantes, não só no cenário habitual do teatro, mas em locações externas, na rua, num parque, numa piscina, num galpão envidraçado e, uma das mais originais, a bordo de um monotrilho.

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Dispensando informações biográficas, “Pina” registra fragmentos de coreografias como “A Sagração da Primavera”, sob música de Igor Stravinsky, num palco coberto de terra, onde interagem uma trupe toda masculina, outra toda feminina. Também, “Café Mueller”, com música de Henry Purcell, e conduzida por bailarinos de olhos fechados, num cenário abarrotado de cadeiras; “Kontakhof”, justapondo sua execução por bailarinos de diversas idades; e “Vollmond”, que se desenvolve em torno de uma queda d’água no palco, com bailarinos brincando alegremente molhados; e até um divertido solo em cima da canção “O Leãozinho”, de Caetano Veloso. Alguns bailarinos falam espontaneamente de seu relacionamento com Pina, outros preferem simplesmente ficar em silêncio, olhando a câmera. Seus sentimentos estão na dança criada por Pina, que fala por si.


Viver de danรงa. Encontra-lรก em toda parte.

A vida pede

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]Ritmo


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