alturas rés do chão

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ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO


ALTURAS RÉS DO CHÃO PROJETO DE EXPOSIÇÃO

MARINA ANDRADE LEONARDI

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DEPARTAMENTO DE PROJETO GRUPO DE DISCIPLINAS DE PROGRAMAÇÃO VISUAL AUP 334 COMUNICAÇÃO VISUAL NA ARQUITETURA E NA CIDADE PROFESSOR FRANCISCO INÁCIO SCARAMELLI HOMEM DE MELO SEGUNDO SEMESTRE DE 2012


ÍNDICE CURADORIA

1

EXPOGRAFIA

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PROJETO AUTORAL

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IDENTIDADE VISUAL

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CARTAZ

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FOLHETO

17

CATÁLOGO

18

INTERVENÇÃO URBANA

20


CURADORIA

Ao projetar uma exposição dedicada à Fotografia a ser montada no salão caramelo do edifício da FAU, se desperta uma discussão um tanto adormecida sobre as relações entre fotografia e arquitetura e, mais precisamente, sobre a importância do ensino da fotografia na formação do arquiteto e urbanista. A FAU-USP foi a primeira escola brasileira a incluir disciplinas ligadas à comunicação visual no currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo. Foi também pioneira em criar um Laboratório de Recursos Áudio-Visuais que, entre outras atividades, propunha uma iniciação às técnicas de revelação e ampliação fotográficas. Se esses fatos contaram para que a FAU tenha produzido tantos excelentes fotógrafos, temos certeza de que eles também contribuíram para a formação de arquitetos melhores. No entanto, nos parece que a fotografia ocupa hoje um espaço mais tímido em nossa formação. Transferido para o edifício anexo e sofrendo com a falta de equipamentos e de manutenção, o atual Laboratório de Fotografia está sempre vazio, em contraste com a imagem do antigo laboratório descrita recentemente por João Musa, fotógrafo e também arquiteto formado pela FAU. Ao falar de sua experiência como professor do LRAV entre 1977 e 1981, Musa contou que “os alunos faziam fila na hora do almoço e precisamos abrir outros horários, no fim da tarde e à noite, para que todos pudessem revelar seus filmes” (comunicação apresentada no Seminário Espaços Narrados, realizado na FAU-USP, em 31.10.12). Nesse contexto, a montagem de uma exposição relacionada à Fotografia em pleno salão caramelo nos parece uma oportunidade de reestimular o olhar fotográfico dos jovens estudantes da FAU e, ao mesmo tempo — enquanto se discute o novo Projeto Político-Pedagógico —, uma oportunidade de instigar uma revisão do lugar da fotografia no programa de ensino desta escola. Norteados por essas intenções, escolhemos como tema da exposição a obra de Cristiano Mascaro (1944-), fotógrafo e arquiteto formado pela FAU-USP em 1968. No percurso profissional de Mascaro, os cruzamentos entre arquitetura e fotografia se cristalizaram em suas imagens de edifícios e cidades, mas também na prática do ensino da fotografia em escolas de arquitetura. Com efeito, Mascaro dirigiu o Laboratório de Recursos Áudio-Visuais da FAU-USP durante mais de uma década (de 1974 a 1988) e ensinou comunicação visual na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos entre 1976 e 1986.

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Quisemos trazer Mascaro de volta ao prédio da FAU através de suas fotografias de São Paulo, que mostram uma paisagem ao mesmo tempo familiar e esquecida por seus habitantes. Partimos de um escopo de 83 imagens reunidas no livro “Luzes da Cidade” (DBA, 1996), das quais uma parte compôs a exposição homônima realizada no MASP nesse mesmo ano. Para selecionar as fotografias que seriam expostas, começamos por classificá-las de diversas formas segundo critérios temáticos e formais. Embora o método da classificação não fosse preciso (devido à influência da subjetividade do olhar) e nem sempre útil, ele nos permitiu chegar a um entendimento singular das fotografias do autor. Assim, identificamos em primeiro lugar a existência de imagens aéreas, tomadas geralmente do alto de um edifício, e de imagens “terrestres” (se se pode dizer), tomadas pelo fotógrafo situado na rua. Em seguida, distinguimos os modos de composição adotados em cada caso, que poderiam ser — na denominação francesa — en plongée (literalmente, “em mergulho”, quando a objetiva é dirigida para baixo), en contre-plongée (“em contra-mergulho”, quando a objetiva é dirigida para cima) e horizontal (quando a objetiva é dirigida para frente). Se essa divisão não transparece explicitamente na exposição, ela foi contudo importante para que tomássemos um recuo analítico em relação às imagens tratadas. Encontramos um viés pelo qual foi possível recortar o vasto conjunto de mais de oitenta fotografias, remoldá-lo e renomeá-lo. De fato, o título ALTURAS RÉS DO CHÃO, assim como alguns princípios da expografia, vêm desses procedimentos de classificação. Se as primeiras seleções que fizemos reuniam cerca de trinta imagens, o desenvolvimento do projeto expográfico levou a uma drástica redução do número de fotografias expostas. Acreditamos porém que as nove imagens finalmente escolhidas dão uma idéia suficientemente completa da linguagem fotográfica de Cristiano Mascaro, além de transmitirem com mais veemência uma certa sensação de estranhamento, desconforto, surpresa ou quem sabe maravilhamento que se quis provocar. Nossa confiança no poder de comunicação das imagens nos levou igualmente a prescindir da linguagem verbal: nenhum texto, nenhuma explicação. As fotografias falam por si — com o intermédio do espaço que as envolve e dos suportes que as sustentam. Em outras palavras, o ambiente construído também comunica, alterando e amplificando a mensagem contida nas fotos.

Como mostraremos a seguir, apostamos em uma ocupação do espaço expositivo ousada e impactante. Afinal, nosso objetivo primeiro era de chamar a atenção, literalmente, para a grande abertura que a FAU-USP comporta, para o amplo espaço que ela tem a oferecer à fotografia. Se há um engajamento por trás de nossas escolhas curatoriais e expográficas, trata-se de um engajamento mudo por uma causa não explicitada, mas que se espera poder emanar das impressionantes fotografias de Cristiano Mascaro que habitarão o prédio da FAU sem se deixar passar desapercebidas.

LUZES DA CIDADE abaixo, capa do livro Luzes da Cidade, de Cristiano Mascaro ALTURAS RÉS DO CHÃO nas páginas seguintes, conjunto das nove fotografias selecionadas para a exposição


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EXPOGRAFIA

O projeto expográfico que concebemos parte do pressuposto que o ambiente expositivo é um elemento integrante do conjunto de informações transmitidas ao público pela exposição. No nosso caso, o ambiente é definido sobretudo pelo desenho dos suportes e pela maneira como eles ocupam o vão livre do prédio da FAU. Em geral, fotografias são impressas (e expostas) sobre suportes praticamente bidimensionais, cuja espessura é irrelevante em relação às outras duas dimensões. Nessa exposição, porém, com o objetivo de exacerbar as interferências da fotografia no ambiente e do ambiente na fotografia, quisemos conferir tridimensionalidade aos suportes das imagens. Assim, projetamos o que chamamos de “caixotes”: grandes paralelepípedos de base quadrada que trazem uma fotografia impressa sobre uma das faces, sendo as demais pintadas da cor que denominamos “off-black”. Seis caixotes serão apoiados no chão do salão caramelo (com a fotografia voltada para cima), enquanto outros três serão suspensos sobre o fosso. Um décimo caixote, no qual será inscrito o título da exposição, ficará próximo à entrada do edifício. Os caixotes conferem à exposição um caráter de instalação artística, isenta de qualquer didatismo. As imagens não são acompanhadas de legendas nem de textos explicativos. As informações verbais se resumem ao título, local e data da exposição e estão concentradas sobre o caixote próximo à entrada. A presença extremamente marcante dos caixotes não se deve apenas às imagens que eles portam e ao seu tamanho monumental (até 11 m de lado), mas também à cor escura que recobre suas faces. Este “quase-preto” interfere fortemente na percepção do espaço, assim como na leitura das fotografias. A posição dos caixotes altera o espaço desempedido do salão caramelo, impondo barreiras, restringindo os percursos, definindo um espaço singular que está longe de ser neutro. No limite, pode-se dizer que os caixotes têm tanta presença (e importância) quanto as fotografias expostas. Contudo, eles não competem entre si, mas dialogam e se completam. Em resumo, partindo do intuito de explorar as interpenetrações entre fotografia e arquitetura, a exposição se apóia não apenas nos retratos de cidade feitos por Cristiano Mascaro (arquitetura transformada em imagem) como também na construção de suportes que conferem tridimensionalidade às fotografias (imagem transformada arquitetura). Resulta um “jogo de volumes fotográficos sob a luz”.

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MODELOS FÍSICOS ao lado e nas páginas anteriores, fotografias de dois modelos físicos da exposição instalada no edifício da FAU; note-se que, nas páginas 7 e 8, as imagens em que não aparece a cobertura do prédio também não mostram os três caixotes suspensos; as fotos que dão uma visão mais completa da instalação são as duas inferiores da página 8


PLANTA

T1

L1

L1

L2

L2

T1

escala 1:250

7

T2

T2


CORTE LONGITUDINAL 1

CORTE LONGITUDINAL 2

escala 1:250

8


CORTE TRANSVERSAL 1

CORTE TRANSVERSAL 2

escala 1:250

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DIMENSIONAMENTO DOS CAIXOTES PLANTA tendo em vista a forte interação entre os caixotes e o edifício da fau, propusemos dimensioná-los a partir de medidas modulares do edifício; o domus da cobertura serviu de módulo para os lados das faces superiores e inferiores dos caixotes

11 8,25 5,50 2,75

ELEVAÇÃO a altura das lajes do edifício da FAU (0,80 m), serviu de módulo para as alturas dos caixotes; os mais baixos têm 0,80 m: além de visualizar bem a fotografia impressa em sua face superior, pode-se sentar ou mesmo caminhar sobre eles; os caixotes médios têm 1,60 m: mal e mal se consegue ver a fotografia sobre sua face superior; já os caixotes mais altos têm 2,40 m: as fotografias que estão sobre eles só podem ser vistas de pavimentos acima do salão caramelo; os três caixotes que serão suspensos têm espessura de 0,80 m

2,75

QUESTÕES DE EXECUÇÃO tendo em vista a execução dos caixotes, o dimensionamento proposto deveria ser revisto considerando-se outros dois parâmetros: o tamanho padrão das chapas de MDF (1,85 x 2,75 m) e a largura da boca de impressão do equipamento utilizado para a plotagem das fotografias (que é variável, mas limitado a cerca de 3 m); esses dois fatores poderiam levar a ajustes das dimensões dos caixotes permitindo otimizar o emprego dos materiais, facilitar o processo construtivo e obter um melhor resultado estético graças à redução do número de emendas

0,80 medidas em metros escala 1:250

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1,60

2,40

0,80


DETALHAMENTO CONSTRUTIVO ACABAMENTO DOS CAIXOTES os caixotes devem ter a aparência de volumes únicos, maciços. as superfícies externas devem parecer contínuas, sem ondulações nem emendas visíveis. para dissimular a justaposição das chapas de MDF, as paredes dos caixotes deverão ser emasseadas antes de receberem a pintura. esse acabamento deverá ser executado com o caixote já posicionado no local da exposição. por último, sobre a face superior do paralelepípedo (ou sobre uma das faces verticais no caso dos volumes suspensos), será aplicada a fotografia impressa em papel adesivo. para os caixotes de 5,5 m de lado ou mais, dada a largura limitada das bocas de impressão (de até cerca de 3 m), as imagens virão em várias faixas que deverão ser emendadas de forma precisa no momento da colocação.

CAIXOTES APOIADOS dada a irregularidade do piso do salão caramelo, os caixotes nele apoiados receberão pés de altura regulável com sapata de borracha para melhor se acomodarem. esses pés ficarão escondidos pelas paredes laterais dos volumes.

CAIXOTES SUSPENSOS os caixotes suspensos são presos por cabos de aço à estrutura de cobertura do prédio; sabendo-se do comprometimento da capacidade de carga dessa estrutura, é necessário reduzir os esforços provocados pelos elementos suspensos. para torná-los mais leves, sua estrutura interna será feita com treliças espaciais de alumínio tubular. esse material é muito mais custoso do que a madeira, mas é indicado em virtude da sua leveza. as paredes externas serão de um material menos denso que o MDF e tão finas quanto possível, desde que se garanta uma superfície contínua sem ondulações (imaginamos que ela tenha em torno de 6 mm de espessura). para evitar que os caixotes se desloquem com o vento, previmos um sistema de acoragem por cabos presos a uma chapa de aço apoiada no chão do fosso. espessa de cerca de uma polegada, a chapa contrabalanceará apenas com seu peso próprio os esforços de vento que incidirem sobre o caixote.

DETALHE abaixo, em planta e em corte, detalhe do encontro de duas faces laterais do caixote com o pé regulável no canto planta

corte

11 treliças espaciais leves de alumínio tubular

pé de altura regulável

paredes externas com cerca de 6 mm de espessura; de um lados, é colada a fotografia

sobre a face superior de cada caixote é colada uma fotografia impressa em papel adesivo com laminação fosca

caixote em corte esquemático: as faces são feitas em chapas de MDF de 12 mm de espessura e a estrutura interna consiste em treliças de ripas de madeira

0,80

cabo de aço chapa de aço com cerca de 1” (25mm) de espessura 2,40

medidas em metros escala 1:250

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PROJETO AUTORAL

O que se poderia acrescentar ao conjunto de nove fotografias de Cristiano Mascaro sem fragilizar sua eloqüência? Que imagem poderíamos nós produzir que estivesse à altura de acompanhar as outras em sua ocupação do salão caramelo? Como fazer face à técnica precisa e ao estilo apurado do fotógrafo? A saída que humildemente encontramos foi de não nos aventurarmos na mesma temática nem exatamente na mesma técnica do autor. Produzimos um pequeno ensaio (do qual escolhemos uma única fotografia) retratando uma câmera Hasselblad semelhante àquela utilizada por Cristiano. A foto foi tirada com uma câmera analógica de 35 mm, tendo portanto um formato retangular que a distingue das demais imagens expostas. Reservamos à nossa fotografia uma posição discreta em uma das páginas do catálogo que acompanha a exposição [ver páginas 18 e 19]. Essa imagem não compartilha o mesmo tema das fotos de Cristiano Mascaro — ela não fala de cidade, mas sim de fotografia. Fala da importância da câmera como instrumento que molda o olhar do fotógrafo e determina sua postura diante do mundo que ele fotografa. Ao mostrar uma Hasselblad, estamos falando do quadrado e, veladamente, chamando a atenção para a origem desse elemento que adotamos como essência do sistema de identidade visual da exposição. Por fim, essa imagem mostra uma Hasselblad que pertence ao acervo da FAU e que já foi usada pelo próprio Cristiano Mascaro nos velhos tempos do Laboratório de Recursos Áudio-Visuais. Mas disso nenhum visitante saberá — a não ser que a exposição o intrigue a ponto de o levar a explorar os armários poeirentos do laboratório.

FOTOGRAFIAS acima, Cristiano Mascaro e sua Hasselblad fotografados por Suzana Coronelos; à direita, fotos da câmera que pertence ao laboratório da FAU — a do alto foi escolhida para figurar no catálogo da exposição

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IDENTIDADE VISUAL

O sistema de identidade visual se desenvolveu a partir de pistas fornecidas pelas próprias fotografias de Cristiano Mascaro. A principal delas foi a forma quadrada, que está presente em suas imagens tanto de maneira concreta — no formato das fotografias tomadas com uma câmera Hasselblad e película de 120 mm —, quanto de maneira abstrata — nas composições assertivas, estáveis, quando não geométricas, que caracterizam o estilo do autor. As noções de afirmação, estabilidade, ortogonalidade, peso e solidez guiaram o desenho do espaço expositivo assim como o das peças gráficas. Nos dois casos, propusemos suportes tridimensionais e “maciços”: grandes caixotes para as fotografias e lâminas espessas de papel cartão para o cartaz, o panfleto e as folhas do catálogo. Também adotamos o princípio de ocupação integral do campo, com os limites das imagens “sangrando” as bordas do suporte. Esse princípio reitera uma certa tensão que emana das imagens de Cristiano Mascaro. O monocromatismo das fotografias nos levou a querer empregar predominantemente a cor preta. Entretanto, em lugar de adotar o preto absoluto, preferimos buscar uma tonalidade “estranha”, nem preto nem cinza, que chamamos de “off-black”. Se preto e cinza são cores às quais estamos acostumados, que se acomodam bem ao olhar, este off-black faz sentir um deslocamento da naturalidade que achamos interessante explorar. Além do mais, essa cor se aproxima da pigmentação “lavada” do cartão hörlle preto, material adotado como suporte de todas as peças gráficas. A determinação precisa da composição dessa cor exigiria testes acurados e múltiplos, envolvendo inclusive variados tipos de tinta (para a pintura dos caixotes, para a impressão serigráfica) e de suporte (madeira, papel). A presença do off-black se alivia apenas por alguns toques da cor caramelo presente nos cartazes. A tipografia escolhida (Helvetica Neue Bold) também expressa estabilidade, peso e solidez [ver página seguinte]. A reiteração dos diversos elementos do sistema de identidade visual confere unidade à linguagem do ambiente expositivo e de cada uma das peças gráficas, permitindo que elas sejam reconhecidas pelo público como partes de um todo coeso.

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domus da fau

quadrado

princípio de ocupação integral do campo

paralelepípedo de base quadrada

preto e branco

off-black (C30/K90)

cinza (C52/M43/Y41/K6)

caramelo (C19/M54/Y100/K4)

cartão hörlle

fotografia quadrada

ocupação integral do campo

caixote off-black com foto numa face


ALTURAS ALTURAS RÉS RÉS DO CHÃO DO CHÃO 1

SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO

2

ALTURAS RÉS DO CHÃO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

ALTURAS RÉS DO CHÃO

ASSINATURA MATRIZ E VARIANTES 1. assinatura matriz 2. assinatura com serviço para o cartaz 3. aplicação sobre fundo escuro para a capa do catálogo 4. aplicação sobre fundo cinza para o folheto

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fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO

5

SISTEMA DE APLICAÇÃO DA ASSINATURA NO CARTAZ 5. palavra RÉS alinhada à margem direita do quadrado no qual se inscreve a assinatura 6. aplicação próximo à margem esquerda do campo 7. exemplo de cartaz desse tipo 8. palavra RÉS alinhada à margem esquerda do quadrado no qual se inscreve a assinatura 9. aplicação próximo à margem direita do campo 10. exemplo de cartaz desse tipo

SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO

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SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

ALTURAS RÉS DO CHÃO 3

SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO

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ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

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ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

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CARTAZ

De todas as peças gráficas concebidas, o cartaz é a mais sintética. Sua função é de divulgar a exposição em locais freqüentados pelo público potencial (dentro e fora da Universidade de São Paulo). Sendo assim, é provavelmente através do cartaz que o público terá seu primeiro contato com o sistema de identidade visual da exposição. Daí a intenção de que o cartaz transmita de maneira condensada e direta os elementos essenciais de tal sistema, de modo que o visitante, ao chegar à exposição, reconheça esses elementos no design ambiental. Assim, o cartaz consiste em uma fotografia de Cristiano Mascaro, de formato quadrado, sangrando os limites do campo, sobre a qual é aplicada a assinatura. A arte é empastada sobre uma chapa de cartão de 4,5 mm de espessura que confere tridimensionalidade ao cartaz. Dada essa regra geral, pode variar a fotografia escolhida e, em função dela, o posicionamento e a cor da assinatura. Sugerimos que seja produzida uma gama de seis cartazes diferentes, como exemplificado na página seguinte. A escolha das fotografias não precisa necessariamente se limitar às imagens que serão expostas. Em virtude da uniformidade da linguagem do fotógrafo — que garante que cada foto do ensaio guarde uma familiaridade com as demais — pode-se adotar qualquer imagem desse mesmo ensaio que seja suficientemente atraente, marcante e instigante para figurar em um cartaz. A foto deve dar uma idéia do que será visto sem entretanto revelar tudo; é o mistério contido nela que estimulará o público a ir ver a exposição. A seleção feita para o catálogo [ver adiante] constitui um escopo de trinta e duas imagens que atendem a esses critérios. A assinatura deve ser aplicada sobre a imagem de acordo com os princípios explicitados na página anterior. A tipografia será preta (quando o fundo for predominantemente branco) ou caramelo (quando o fundo for predominantemente preto). Esse cartaz contém quatro níveis de leitura: o primeiro é dado pela fotografia, que transmite uma imagem forte, icônica, legível de longe; o segundo é dado pelo título em letras grandes (ALTURAS RÉS DO CHÃO), primeira informação verbal apreendida pelo observador; o terceiro nível é dado pelo subtítulo (em letras menores) que explica o título: SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO; finalmente, o quarto nível de leitura, ao qual só chegarão os observadores cujo interesse tenha sido suficientemente despertado pelos três níveis anteriores, é dado pelo serviço, em letras ainda menores.

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VISTA FRONTAL

VISTA LATERAL ESQUEMÁTICA

ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

385

385

empastamento com cola branca

arte impressa em papel 120 gr/m2

cartão hörlle preto de 4,5 mm de espessura

medidas em mm desenhos sem escala


ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

ALTURAS RÉS DO CHÃO

ALTURAS RÉS DO CHÃO

SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

ALTURAS RÉS DO CHÃO SÃO PAULO DE CRISTIANO MASCARO fau usp 25.2 a 25.3.2013 seg-sex 8h-24h rua do lago 846 cidade universitária

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FOLHETO

A palavra “folheto”, que remete a uma folha de papel geralmente de baixa gramatura e dobrada, não descreve muito bem a peça gráfica que concebemos. De fato, trata-se de uma pequena chapa quadrada feita em cartão, com 3 mm de espessura e 15,4 cm de lado — volume que se assemelha ao de uma caixa de CD. Sobre uma das faces, vê-se uma fotografia da exposição; sobre a outra, a assinatura acrescida do local e da data do evento. Esse pequeno objeto será oferecido aos visitantes como uma lembrança da exposição. Graças a sua tridimensionalidade, a lembrança se estende do conteúdo exposto (as fotografias de Mascaro) aos elementos do ambiente expositivo (os caixotes). Além de condensar as características visuais e ambientais da exposição, essa “lajotinha” proporciona ao visitante uma nova aproximação do conteúdo exposto. Afinal, a mesma fotografia que ele pode ver no salão caramelo em dimensões monumentais chega a suas mãos em uma escala mais familiar e mais facilmente legível. Ao entrar em contato com a mesma imagem em tamanhos tão diversos, o próprio visitante poderá mensurar as conseqüências (óticas, sensoriais) dessa mudança de escala. Por fim, a lajota-lembrança lhe permitirá apropriar-se daquela imagem e fazer dela o que quiser.

FRENTE

VERSO

VISTA LATERAL ESQUEMÁTICA

empastamento com cola branca 154

154

medidas em mm desenhos sem escala

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frente e verso: arte impressa em papel 120 gr/m2

cartão hörlle preto de 3 mm de espessura


CATÁLOGO

O catálogo foi concebido como um livro-objeto. Ele proporciona uma lembrança da exposição, ao mesmo tempo que complementa o seu conteúdo. A lembrança se dá graças à reiteração da identidade visual: repetem-se a forma (paralelepípedo de base quadrada), a cor (“off-black”), o material (cartão hörlle), a assinatura, a linguagem das fotografias de Cristiano Mascaro, o desenho gráfico marcado pela ocupação integral do campo. Além disso, o catálogo proporciona uma lembrança da exposição porque contém todas as nove fotos expostas. Mas ele também traz complementos: vinte e três outras fotografias tiradas do mesmo ensaio e um texto da curadoria. O miolo do livro é composto por dezoito lâminas quadradas com espessura de 1,5 mm. Frente e verso de uma lâmina correspondem a duas páginas. Com exceção de duas lâminas reservadas ao título da publicação, às informações técnicas e ao texto da curadoria, as demais contêm apenas fotografias — uma por página. Cada lâmina, solta e independente das outras, é um pequeno objeto em si. Pode-se apoiá-la em uma estante ou mesmo enquadrá-la. Como não há numeração das páginas, as lâminas podem ser postas em qualquer ordem. Portanto, não se determinou uma seqüência para a visualização das imagens, ainda que se tenham definido os pares de fotos que figuram na frente e no verso de uma mesma lâmina. O conjunto das lâminas é envolvido por uma cinta, invólucro que faz as vezes de capa-do-livro e de caixa-do-brinquedo. A cinta tem a forma de um paralelepípedo, do qual apenas quatro faces são fechadas. O fato de as outras duas serem vazadas torna o livro-objeto mais convidativo à manipulação, já que é fácil (natural e quase inevitável) tirar as lâminas de dentro de seu invólucro. Por outro lado, a fragilidade que o conjunto adquire graças a essas aberturas reafirma sua qualidade de objeto que — mais do que os livros — exige um manuseio delicado. O tempo de leitura desse catálogo é um tempo de jogo, e não o de uma folheada rápida de quem faz correr as páginas de um livro sob o polegar. Assim como o folheto, as lâminas do catálogo permitem uma aproximação às fotografias de Mascaro em escala muito diferente daquela adotada na exposição. À diferença dos caixotes de proporções monumentais colocados no salão caramelo, sobre os quais é possível sentar-se ou caminhar, essas peças gráficas têm o tamanho das mãos e se adaptam a uma escala doméstica: apoiando uma das lâminas do catálogo sobre a cinta, pode-se criar uma miniatura de caixote para ter em casa.

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CINTA

33

202 18 lâminas de cartão hörlle preto de 1,5 mm de espessura

198

faces externas da cinta: empastamento da arte impressa em papel 120 gr/m2 cinta executada em cartão hörlle preto de 1,5 mm de espessura

LÂMINAS VISTA FRONTAL

VISTA LATERAL ESQUEMÁTICA

198

198

empastamento com cola branca

frente e verso: arte impressa em papel 120 gr/m2 cartão hörlle preto de 1,5 mm de espessura

medidas em mm desenhos sem escala


CONTEÚDO pares de imagens que figuram na frente e no verso de cada uma das dezoito lâminas do catálogo

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Do alt tripé o de um dividepara rec arranh aor Das a imag tar um céu, Cr alt em Suas uras ou em duquadradoistiano M surp compos do rés do as metadda paisaascaro res gem: ajusta outra a. Se ições pr chão, o es. no ho sua Ha algum ecisa fotó a es s parec rizon ss em co as imags e assegrafo no tab te, o elblad s mo entre ilidad rtiva ens so nt pico er e str s do Ja bre o “A cida ordenaé efême o risco sugerem produz a uma ragu Sã á Por ade é ção e o ra. Uma da perd uma co em para o Paulo es pa a do ns veze se labirinra ele caos. tensão emde prum trução xalmen inquietan um s su to an labirin imer til, ge Mas a de o imine geométr te misté te. sa nt ca ssas rio ica No pe na própralmente ro nos to de es cena e, denu e estáv e nc s qu e foto rcurso ria compcotidianencaminhpantos”, e es iando el, pr tão no que na pr grafia se ofission lexidadea e bana a revela disse o limite nd po l, de um ática do cristalizaal de Crist . uma o a fac eta Fe ins rreira cidad e por apren trume ensino ram em iano M e qu vezes Gulla as da nt su r. e de A ex der a ve o para fotogr as imag caro, os ixou crua, po afi po ver ques sição r. de se r o es a em esens de edcruzam AL ento paço ifíc co ver urba tionar a TURA s en urba las de ios e cid tre nis impo S RÉ no, Tridim ta. rtânc S DO ela éarquitetu ades, maarquitetu ia do CHÃO antes ra. Se s tam ra cara ensiona en me a tra bé um sino de ma lo semlizadas instru fotografi m da foz Cristian aé ment togr o a ate neira tãodeixar em gig de o pa afia an lug ra na fo volta à espa nção pa impetu ar para tescos rmaç FAUra a os ca Este ço que ela ão do USP gran a quan a indiferenixotes arquit para ça. Ela, as fo foto catálogo tem à de aber to é impe gr eto to of e da insafias qu complem erecer tura que tuoso o s ocup s habit am Nesta talação e fazem enta as à fotogr essa es olhar do o vã am o o liv salão afi cola fo de Sã s págin no salãoparte do nove im a. comp tógrafo re da FA as agen orta, . E ch U dess o Paulo espess carameensaio s expo para amam Lu as im ca lo, as o am agen bem en que sã as fo zes da stas co Cida to tre plo s-ob o de. m outra jetos as mã em si mes passam Da mo s vin como os. A sm aq te quise cada umas pequ ui a um nument e três alida r. a ou resta enos a lib objetos tra es de erdad ca , e de os retra la. se ap to ropr s iar


INTERVENÇÃO URBANA

A intervenção urbana foi pensada como uma extensão da exposição para a cidade, mais do que como um veículo de divulgação. Assim, ela consiste em um caixote semelhante àqueles que serão postos no salão caramelo, de 11 x 11 x 2,40 m, colocado no calçadão do Vale do Anhangabaú, próximo ao Viaduto do Chá. A escolha desse local não é aleatória: em primeiro lugar, ele já foi fotografado diversas vezes por Cristiano Mascaro. Em segundo lugar, está situado no centro de São Paulo e é freqüentado por um grande contingente de pessoas (em uma cidade relativamente pobre em arte pública, é generoso escolher locais de grande visibilidade para uma intervenção artística). Por fim, a situação do vale transposto pelo viaduto se aproxima da situação do vão livre do prédio da FAU transposto pelas rampas. No centro da cidade, de forma análoga ao que ocorrerá na FAU, será possível ver o caixote do alto do viaduto ou do nível da praça. A imagem escolhida para figurar sobre o caixote é uma fotografia aérea do próprio Viaduto do Chá, com os passantes que circulam por suas calçadas ininterruptamente. Nossa expectativa é de que os pedestres, apesar da pressa e da desatenção com que costumam passar pelo local, reconheçam a paisagem da foto e se vejam de certa forma retratados nela. Esperamos que isso possa instigar uma reflexão sobre a possibilidade de transformar em arte aquilo que se vê e se vive de forma banal no cotidiano. Em todo caso, acreditamos que essa aproximação entre retrato e espaço retratado é mais uma forma de explorar as interpenetrações entre fotografia e arquitetura, fotografia e cidade. Nas quatro faces laterais do caixote será aplicada a assinatura da exposição com o serviço. É o título ALTURAS RÉS DO CHÃO que sobressairá — pois o serviço só será legível para os curiosos que forem ver de perto.

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A CIDADE NA FOTOGRAFIA abaixo, fotografia aérea do Viaduto do Chá feita por Cristiano Mascaro A FOTOGRAFIA NA CIDADE ao lado, fotomontagem simulando o caixote de 11 x 11 x 2,4 m colocado no Vale do Anhangabaú; sobre sua face superior, figura a imagem abaixo




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