artsia #001

Page 1

S I A IS

0 a  0

S I A stra a

aistr

stra ai

a r t s i a

aistr

ra

st

a a i saistr

t


projeto final de comunicação visual curadoria e editoração: Marina Lacanna orientação: Rita Maria Couto Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro edição 001 junho 2018


, s a n i men A r t s ia é u m p r oj e t o fe it o p or n ós p a r a n ós . É u m espaço de a p oi o e li b e r d a d e . É on de a gente p od e ou v ir , fa la r e c on h e c e r m a is s ob r e a r t is t a s q u e c ol oc a r a m n o m u n d o o r e s u lt ado de suas r e la ç õe s c om a a r t e p a r t in do de s u a s p r óp r ia s fo r ç a s e v iv ê n c ia s . Não há nada m a is g r a t if ic a n te que v e r n os s a c r ia t iv id a d e , n ã o im p or t a d e q u e fo r m a , t om a n d o v id a e c on q u is t a n d o e s p a ç os . A r t s ia é fo r ç a p r a m im e p r a v oc ê s .

Ma rin a


a t nes o ã ç edi

6

victoriga   an el

1


28

laila arêde

16

marian fonseca a

38

inspirações e influências escolhidos pelas artistas do mês


victor

nge


ria

Todo mundo que tá envolvido

com essa cena mais alternativa me dá motivação pra continuar com o meu processo e continuar fazendo

minhas coisas.

RIO DE JANEIRO , RJ DESIGNER GRÁFICO

el

ILUSTRADORA


Eu nunca tive muito co ntato com desenho. Desde o colégio e antes da facul dade eu ficava meio “ah, não sei desenhar” e até hoje eu sou assim. Se você me pedir pra desenhar eu não vou sabe r, porque no improviso é meio complicado.

8

i de Minha mãe nunca fo a desenhar comigo, el neco sempre desenhou bo el , a palito. Mesmo assim , de sempre me incentivou va que qualquer forma. Fala ar mesmo. eu tinha que desenh to Mas criança tem mui . contato com arte, né , quando Depois de um tempo a, fui ficando mais velh nt não tive mais ta o contato assim.


Mais recentemente, perto do Ensino Médio, voltei a desenhar um pouco, fazer um desenho em um ano inteiro. Eu sempre tinha um monte de coisa pra fazer, mas talvez eu só inventasse desculpas pra não fazer.

Meu padrasto pinta como hobby. Ele faz quadros de pintura à óleo e eu acho ele sensacional. Eu tenho mu ito contato com ele, mas co mo ele não mora comigo, é um apoio que vem mais esporadicamente. Quan do ele via alguma coisa ou minha mãe mostrava, ele sempre falava pra eu faz er mais, mas nunca senti ta nto o apoio assim. Não sei se , caso eles fizessem arte profissionalmente, isso seria diferente. Foi uma coisa que comecei a aflorar ma is quando eu tava sozinha e eu resolvi abrir um espaço pra isso.

9


10


Quando entrei pra faculdade de Design, comecei a ter um contato quase obrigatório com o desenho, principalmente porque os professores pediam pra desenhar o que você tava vendo e a gente tinha aula de desenho de observação. Mesmo assim eu nunca achei que tava no lugar certo. Eu tinha muita dificuldade em expressar o que eu tava pensando e o que eu via de uma forma hiper-realista, que era o que eu pensava que era desenho.

Faço muita ilustração de colagem experimental e pontilhismo. Pontilhismo pra mim é uma terapia. É um exercício de paciência que me ajuda muito a pensar, é um momento meu comigo. Sempre que eu to desenhando eu to na paz.

Eu gosto muito de desenhar super-heróis. Demais. Particularmente eu prefiro Na faculdade tive contato a DC Comics, mas eu sempre com outros tipos e formas desenho coisas da Marvel; de ilustração, até que comecei não sei explicar direito a me encontrar em técnicas qual é a minha preferência que tinha vontade de estética pelos personagens experimentar. Essa experiência da Marvel. Sempre desenho me ajudou a encontrar a o Deadpool, o Venom… linguagem e o material que Gosto muito desse universo eu me entendia mais. da cultura pop, digamos Se você me pedir pra fazer assim. É uma coisa que se uma aquarela, até faço, recebe muito feedback. mas não vai ser o tipo de Gosto muito também de coisa que vou me sentir , temas mais sombrios e macabros fazendo. confortável tipo estátuas e anjos. É um tema que pretendo abordar mais nos próximos trabalhos que eu fizer.

11


Durante meu processo de criação eu ouço música. É um campo da arte que não vivo sem. Eu ouço todo dia e toda hora. Gosto muito de post-hardcore e metalcore, mas tem muita coisa que é meio porradão demais. O que é completamente contraditório se eu to dizendo que é um exercício de paz e calma.

12


13 Aí eu acabo ouvindo todo o tipo de música pra desenhar, desde pop e Jonas Brothers, músicas de 2009 até Marilyn Manson. A música que ouço na hora de desenhar acaba dependendo muito da temática do que eu to fazendo.


14

Uma das principais coisas que me motiva dentro da arte independente é ver minhas amigas próximas conquistando o espaço dentro dessa cena. Todo mundo que tá envolvido com essa cena mais alternativa me dá motivação pra continuar com o meu processo e continuar fazendo minhas coisas. Por mais que às vezes eu faça só por mim, é bom ter apoio. Todo mundo se ajuda. É uma micro-rede que acaba crescendo com o tempo.

es grandes nom A gente tem que tão de mulheres ito agora. crescendo mu o v e m ga n h a n d o m is in m fe O ço. bastante espa muita força e vantando A galera tá le r m que levanta bandeira e te nte já se sente mesmo. A ge oprimido extremamente s, pos diferente em vários cam te na arte. principalmen ante que a Acho import esse espaço. • gente cultive



mariana fonseca rio de jane iro, rj maquiadora efeitos epeciais



18


aprender e d r a r a p u Nunca vo ra domino o g a “ e u q r ou dize Acho que . ” e t r a a s s e iagem é u q a m e d o m o ra em fim. s o d a z i d n e um apr


Cresci muito ligada ao mundo das artes, pesquisava bastante. Até uns 14 anos eu era uma pessoa zero vaidosa, não usava um pingo de maquiagem, para nenhuma ocasião. Comecei a me interessar mais quando me apaixonei por teatro een tem Acho que Hallow (apaixonar é pouco, enorme no uma influência porque foi um vício lo fato que eu faço, pe mesmo) e conheci mais em que de ser um dia deste universo. a coisa você pode por que você mais grotesca ndo vai tiver e todo mu do ano eu achar legal. To diferente planejava algo perimental. e novo para ex Tentava imitar e gostava, personagens qu adores os mais assust re fui possíveis. Semp filme de fascinada por palmente e tudo terror, princi Aprendi quas nas istindo dos que tem ce sozinha, ass u e a muita ndo o que grotescas. Tinh mo vídeos e usa ade em saber co Comecei id . a os s a ri c cu m e a tinh . ue tinha tudo funcionava a entender q i u F coisa. jeito para a s conhecimento testando os rante o em amigos du ue é a minha Halloween (q ida do ano), época prefer , uma fantasia ajudando em maquiagem de fazendo uma m foi. zumbi e assi

20


21


Quando eu percebi que conseguia fazer certas coisas, isso me motivou de uma maneira absurda. Ver gente como a gente testando modos diferentes de produzir um mesmo resultado me fez explorar esse lado mais façavocê-mesmo que eu gosto bastante.

Por exemplo, quando vou fazer sangue falso ou algum tipo de tĂŠcnica de queimadura. Em vez de comprar as coisas prontas, eu consigo, com materiais caseiros, chegar ao mesmo lugar.


Obviamente, nã o consigo subs tituir 100% produtos indust rializados. Te nto fazer uma mistura entre produtos de be le za, produtos de efeitos espe ciais e objeto s encontrados casa. Meu maio em r objetivo é te ntar passar qu se procurar, vo e, cê não precisa do produto mais caro, do pincel mais caro para fazer um bom trabalho. Ajud a, mas penso qu e o quanto eu puder simplific ar para tornar o trabalho mais acessível a qu alquer um, melh or.


Trabalho mais com maquiagem de efeito especial mesmo. Meus pais acham legal até, curtem bastante alguns trabalhos que eu faço, mas nunca me apoiaram como carreira. Sempre enxergaram como algum hobby. Falam que eu preciso de um diploma para ser alguém, que ninguém vive só de arte. Gostaria de ter feito alguns cursos, mas aqui no Rio de Janeiro não são muitos lugares que se especializam em maquiagem para efeitos. Passei a trabalhar em peça de teatro e com isso aprender com gente do ramo. Curiosamente, uma menina que também trabalhava lá, como fotógrafa, me chamou para fazer um filme com ela. Aceitei e só depois fui descobrir que era um curta de terror e que eu teria que fazer coisas que nunca tinha tentado. Mesmo assim, não recusei e tentei fazer o meu melhor. A partir daí, comecei a trabalhar mais e mais com filmes do mesmo gênero, e mais trabalhos com efeito surgiram.


Há 3 anos ac hava que não conseguiria maquiar uma pessoa difer ente de mim. Hoje já faço coisas que nem imag inava. Já fiz tripas pa ra um filme, um braço cor tado para outro. Sinto que, a cada filme, vou ad quirindo mai s experiência e com isso ficando melho r no que eu faço. Já fiz maquiagem para filme, p ara set de foto, para f ormatura e casamento. A cho que é um jeito úni co de você conseguir tr ansmitir alg o da sua imagi nação para o seu próprio rosto/corpo. Nunca vou parar de aprender ou dizer que “agora domino essa arte”. Acho que o ramo de maquiagem é um aprendizado sem fim. Sempre vai ter uma cena que você não entenderá como fizeram, ou algo novo para testar. É um universo lotado de possibilidades e de artistas fantásticos. Você sempre poderá aprender algo novo com eles.


26


Me inspiro em três mul heres incríveis. Duas gringa s e uma brasile ira. A maio r delas vem d e uma moça de um canal no youtube, qu e eu acompanh o mais ou m enos desde o iní cio. Ela se chama Mykie. Foi vendedora d a MAC, também aprendeu tu do sozinha, fe z propagand a da NYX (que é uma das mai ores empresas de maquiagem d os EUA). De um a maneira q uase controvérsi a, ela cons e guiu se transfor mar em deze nas de monstros a partir de materiais q ue não são difíceis de encontrar. Outra que eu gosto bastante é a Elli que é uma maquiadora de efeitos sueca, que cai mais ou menos na mesma linha da primeira. As duas eu diria que são meu combo perfeito. Gosto MUITO de uma menina brasileira, chamada Isabela Costa, que foi aluna da Academia Internacional de Cinema (AIC) e que estuda maquiagem sozinha produzindo, dirigindo e maquiando em seus próprios filmes. É uma mulher cheia de talento que tem uma criatividade absurda.•

27


LAILA I

I

AREDE


E

niterรณi, rjrj niterรณi, ilustradora ilustradora designer grรกfico grรกfico designer


Po r t r á s d m u i t o e s f e t o d a a r te te m or ç o e es tu p a r te d o a r ti s ta . Q d o p or u a lq u e r um pode d c o r re r a t e s e n h a r, b a s t a rás, se d e d icar e jamais de s i s t i r.


Sou ilustradora/designer freelancer, colunista criativa do Design Culture e estou a caminho para ser quadrinista (amém). Sou a louca da cultura pop asiática, mas também não abro mão de um bom blockbuster com pipoca amanteigada. Amo maratonar, amo falar, amo amar e sou metida a besta em filosofar. E também rimar.

31

Nasci em 1996 em Paraíba do Sul - RJ e aos 4 anos me mudei pra Muriaé - MG, onde vivi por 13 anos, e aos 17 me mudei pra Niterói - RJ. Hoje, prestes a fazer 22 anos em Julho, trabalho como ilustradora freelancer e designer, sendo que já atuei como social media por 2 anos.


Amo me expressar e comunicar, adoro criar e produzir, desde roteiros até fotografias. Sintome feliz e orgulhosa de mim mesma quando produzo algo. Com o desenho não seria diferente. Cada vez que desenho, mostro para mim mesma que é possível alcançar meus sonhos. Comecei a desenhar muito recentemente, diferente da grande maioria que começou a desenhar na infância ou adolescência. Comecei a ter interesse por desenhar aos 18 anos. Aos 19 anos, comecei a ter interesse por ilustração digital. Antes dos 18, jamais imaginaria que chegaria aos 20 anos sendo ilustradora freelancer (risos).


Desenhar é sinônimo de superação para mim. Eu vivi a minha vida acreditando que desenho não era para mim só porque não nasci com o “dom”. Descobri que “dom” não cai do céu ou surge repentinamente. Por trás de toda arte tem muito esforço e estudo por parte do artista. Qualquer um pode desenhar, basta correr atrás, se dedicar e jamais desistir.


Tantas coisas me inspiram... seja Deus, família, amigos e artistas consagrados que admiro. Sejam animações japonesas, dramas coreanos ou filmes/séries ilustres que amo. Basicamente, tudo ao meu redor e todo produto midiático que consumo me inspira de certa forma. As vezes, é surreal pensar que a Laila de cinco anos atrás nem sonhava que a arte pudesse ganhar tamanha proporção em sua vida. Certamente, o desenho me influencia a ter mais perseverança e fé. Me influencia a ser uma pessoa mais agradecida pelo que tenho conquistado e alcançado.

Em geral, sou apaixonada por character design e visual development, amo criar universos oníricos e abstratos, personagens badass e estilosos — uma inspiração forte na moda japonesa e sul-coreana. Gosto de pensar que minha arte é uma espécie de universo paralelo em que cartoons dos anos 30 se encontram com ilustrações japonesas, também amo misturar streetwear com mundos lúdicos.


Admiro muito a trajetória e evolução da Loish, Janice Sung e Victo Ngai. Das brasileiras, admiro Isadora Zeferino, Michele Massagli e Natália Lima (Sapo Lendário).

35


Infelizmente no Brasil, ainda fazem pouco caso do ilustrador. A ilustração é bem subestimada no mercado, pois aparenta ser mais “fácil” e “simples” se comparada com outras profissões. As pessoas, em sua grande maioria, acham caro demais quando expomos o preço de nossas obras ou o valor de nossas ilustrações. Muitos esquecem que ficamos horas, dias e até semanas para compor determinada ilustração e que nós mesmos pagamos pelos nossos materiais de trabalho.


A dica para quem quer entrar nesse ramo é se jogar na internet (participar de grupos do facebook e fóruns), expor seus trabalhos e fazer contatos (seja com a galera que se interessa pelo seu trabalho ou a galera que trabalha com ilustração). Se você quiser ser ilustrador freelancer, recomendo criar e manter vínculos com outros ilustradores. O bom do mercado da ilustração, por ser pequeno, é que todo mundo praticamente se conhece e a maioria dos profissionais são super receptivos e acolhedores com a galera que tá começando.


e s e õ ç a inspir s a i c n ê u l f in

las e p s ido h l o c es o mês d s a t s arti

mykie P h i l ad e l p h i a , EUA M a q u i ag e m E fe itos es pe c i a is

re lam and Go Youtube: G : mykie I n s t ag r a m ore lam_and_g g : r e t t i makeup w T amandgore l g : k o o b e Fac


ELLI

Su ĂŠc ia Ma qu iage m Efeitos es pe ci ais

Youtube: macsmoser Instagra m: ellimacs SFX Twitter: ellimacSFX Facebook : ellimacs tv

isabela da costa NiterĂł i, RJ Ma qu iage m Efeitos es pe ci ais

Youtube: Isabela Costa Instagra m: isabelad acosta Twitter: isabelad acosta Facebook : isabelac ostamake up


loish Hola nd a Il us tr aç ão

Web site: loish. net Ins tag ram : loisvb Twitter: loishh Fac ebook: loish. fan s

victo NGAI Ho ng Ko ng Il us tr aç ão

We bs ite: vi cto- ngai .c om In stag ra m: vi cton ga i Twitter: vi cton ga i Fa ce book : vi cton ga ia rt


janice ung s To ro nto, Ca nada Il us tr aรง รฃo Desi gn gr รกf ic o

We bs ite: ja ni cesu ng .c om In stag ra m: ja ni cesu ng Be ha nc e: ja ni cesu ng Fa ce book : ja ni cesu ng ar t


isadora ferino ze Ri o de Ja ne ir o, RJ Il us tr aç ão Desi gn gr áf ic o

Be ha nc e: im ze feri no In stag ra m: im ze feri no Twitter: im ze feri no Tu mb lr : im ze feri no

michel mas

Sã o Pa ul o, Il us tr aç ão

: miche B e ha n c e am: mi I n s t ag r michel Tumblr:


le ssagli

SP o

e le v m ss ag l i c h e le m a li le m ass ag

natália lima Caruar u, Pe Ilustr ação D es i g n Gráfic o

Be ha nc e: sa pole nd ar io In stag ra m: sa pole nd ar io Tu mb lr : sa pole nd ar io Fa ce book : sa pole nd ar io 0


S I A S

T S I A stra a r t s i a

tra

t ISTRA a a i s a tr st

ai

tra s i a

a r t s

ra

i sai

2018Š Todos os direitos reservados.

a

t


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.