Nosso Tempo - 2ª prova

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NOSSO TEMPO QUÍMICOS DA UFPE DE 1968 a 1973



NOSSO TEMPO QUÍMICOS DA UFPE DE 1968 a 1973





SUMÁRIO CAP. 1 – CADA UM DE NÓS, 13 ENGENHEIROS QUÍMICOS 1968, 14 QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1968, 15 ARTUR RAIMUNDO DINIZ DE ANDRADE, 16 GENARO ALBUQUERQUE MELO FILHO, 17 GILSON NICÉAS DE ALMEIDA, 18 NILZO NERY DOS SANTOS, 19 JOSÉ ZAMIR CABRAL PORCIÚNCULA , 20 ALEXANDRE RICARDO PEREIRA SCHULER, 21 ANTÔNIO JOSÉ ACCIOLY MACIEL, 22 ROBERTO RIBEIRO CORRÊA DE OLIVEIRA ANDRADE, 23 ROBERTO KRAMER PINTO, 23 TELMA LÚCIA DE MENEZES VALENÇA, 24 ENGENHEIROS QUÍMICOS 1969, 26 QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1969, 26 ALBERTO TELES CORUMBA , 27 ANA MARIA DE FREITAS BARBOSA, 28 ARNALDO AZEVEDO PESSOA, 29 CARLOS ROBERTO DE ALBUQUERQUE CAMPOS, 30 JOSÉ AURÉLIO SILVESTRE BEZERRA, 30 JOSINETE SOUZA CAVALCANTE, 30 JOÃO SANTANA, 31 JUDITH COTTA PESSOA SANTOS NETA, 32 VICENTE DE PAULA BRAGA BARRETO, 32 WEIMAR DA COSTA ROLIM, 32 BARTOLOMEU GENTIL DE MEDEIROS, 33 CASSILDA MAGALHÃES LEAL, 34 LIGIA DE ARRUDA FALCÃO BRITO CAVALCANTI, 35 LILIANA BERNACCHI, 36 OSVALDO DE MACEDO FIGUEIREDO, 38 ROSA MARIA BARROS COELHO HERÉDIA, 39 ENGENHEIROS QUÍMICOS 1970, 40 QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1970, 41 GEORGE HENRIQUE DE ALMEIDA BARBOSA, 42 LUIZ FERNANDO CORREIA DO PRADO, 43 TACIANA ROBALINHO CAVALCANTE, 44 ANA HELENA MÉLO CAVALCANTE, 45


MARIA DA CONCEIÇÃO KLAUS VANDERLEY RAMOS, 46 MARCOS ANTONIO TAVARES MARINHO, 47 IRAJÁ BORGES DE SANTANA, 48 ENGENHEIROS QUÍMICOS 1971, 49 QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1971, 50 ALBERTO DE SOUZA, 51 ALBERTO ONOFRE DE AMORIM, 51 ALFREDO ARNOBIO DE SOUZA GAMA, 51 CARLOS ALFREDO SOUSA DE MELO, 53 HANNS HEINRICH WEBER, 54 IVAN MAURO FALCÃO QUARESMA, 56 ANTÔNIO CARLOS PRÍMOLA DE PAIVA (BEQUINHO), 57 BARBARA MELAZZI, 57 FRANCISCO MARLETTI, 58 TITO FLAVIO, 59 ZELYTA PINHEIRO DE FARO, 60 ENGENHEIROS QUÍMICOS 1972, 61 QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1972, 62 CLAUDIO LACERDA DE LARRAZÁBEL, 63 JOSÉ AUGUSTO DANTAS (GAGUINHO), 63 CARLOS ALBERTO PEDROSA, 64 FERNANDO GUILHOBEL ROSAS TRIGUEIRO, 66 MARIO LUGO VIEIRA, 67 NAIRA MARIA CARNEIRO BARRRETO CRUZ, 68 JOÃO BATISTA NUNES, 68 IVONE BATISTA MARINHO, 69 VANDICK MEDEIROS FERREIRA, 70 MILTON DIDIER LYRA, 71 ENGENHEIROS QUÍMICOS 1973, 72 QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1973, 73 CELSO PINTO DE MELO, 74 FERNANDO PAULO FREITAS DA SILVA, 75 DOMINGOS FERREIRA DA COSTA AZEVEDO, 76 ODUVALDO ARAUJO LYRA, 77 EXTEMPORANEOS, 78 FREDERICO JOSÉ DA COSTA MARTINS, 78 JOSE SIDNEY DE BARROS COELHO, 78


CAP. 2 – NOSSOS CAUSOS, 79 CAP. 3 – COLEGAS QUE PARTIRAM ANTES... , 89 CAP. 4 – NOSSOS MESTRES, 95 CAP. 5 – CONGRESSO DA UNE, 107 CAP. 6 – CULTURA DOS ANOS 60, 109 6.1 MÚSICAS, 110 6.2 FILMES, 110 6.3 OSCAR, 111 6.4 BEST SELLERS, 111

CAP. 7 – UFPE, 113 7.1 - A CRIAÇÃO DA ESCOLA E O DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO, 114 7.2 - O MOVIMENTO ESTUDANTIL, 118 7.3 - DIRETORIOS ACADEMICOS, 120 7.4 - ANTIGOS REITORES ANOS 60-70, 120 7.5 - ORADORES E SEUS DISCURSOS , 121 7.6 - LIVROS QUE USAMOS NA FACULDADE/CURSINHO, 127 7.7 - AULAS PRÁTICAS DOS CURSOS DE QUÍMICA DA UFPE: EVOLUÇÃO OU INVOLUÇÃO?, 129 7.8 - PRÉDIOS ONDE FUNCIONOU A ESCOLA DE QUÍMICA, 132

CAP. 8 – SINDICATO DOS QUÍMICOS, 133 CAP. 9 – FOTOS DAS TURMAS, 135 CAP. 10 – E-MAILS, 145



PREFÁCIO Que privilégio estar vivendo esse final do ano de 2018. A turma mais antiga de que trata o livro entrou na então Escola Superior de Química nos turbulentos anos de 1964 e saiu em 1968, está completando 50 anos de uma tão sonhada graduação de nível superior. Outros entraram em 1965 em diante e saíram até 1973. Para alguns a formatura foi o primeiro título dessa magnitude dentro da sua família. Muitos jovens deixaram o convívio familiar no interior ou mesmo em outras capitais e cidades do nordeste, para virem “buscar o anel de doutor” no Recife. Foram anos muito difíceis para uma grande maioria. Período muito turbulento por conta do regime militar. Alguns atuaram politicamente contra o regime instalado e pagaram um alto preço com prisões e punições até mesmo após formados, ao serem eliminados em processos seletivos por terem sido militantes em Diretórios Acadêmicos ou política estudantil. Vimos a marcha das “diretas já” e, finalmente, a saída do regime militar para o retorno à democracia, com eleições diretas. Presenciamos muita coisa na história recente do nosso país. Convivemos com governos militares, Atos Institucionais (a turma de 1968 se formou sob a égide do AI-5 de dezembro daquele mesmo ano), Senadores biônicos, eleições indiretas, explosão da bomba do Rio Centro.... presenciamos até o boato de que a barragem do rio Tapacurá havia estourado, Impeachment de 2 presidentes da república... ufa! Foi muita coisa. Dessas turmas saíram muitos professores de colégios, cursinhos pré-vestibulares, das nossas faculdades, muitos mestres, doutores, com destaques até no exterior, dirigentes dos Centros de Ciências, pró-reitores, colegas bem-sucedidos nas empresas privadas e empregados graduados de estatais. Outros nos deixaram tão cedo e não estão tendo este privilégio que temos agora. Mas seus nomes estão registrados nesse livro e em nossos corações. Diversos colegas namoraram com colegas contemporâneas da faculdade, se casaram, e constituíram famílias. Muitos voltaram para suas cidades natais e se estabeleceram por lá. Outros, viraram recifenses e pernambucanos e estão por aqui até hoje. Uns bagunceiros e cachaceiros, no dizer deles mesmos, frequentadores do bar da tripa e outros mais. Alguns guardam bem nas lembranças as dependências de matérias que fizeram na Escola. Alguns chegaram a começar o curso ou o Cursinho pré-vestibular na Escola de Química situada na rua Dom Bosco no bairro da Boa Vista e depois se mudaram para as instalações da Cidade Universitária em 1966. Os nossos professores... inesquecíveis. Uns ministravam suas aulas com tremenda elegância. Outros com muita competência, alguns muito “caxias”. Alguns já trazendo na bagagem intelectual o Mestrado e Doutorado e a experiencia de terem vivido e estudado em outro país. Uns poucos também bagunceiros, mas que conviviam conosco de maneira bem-humorada. Um ilustre mestre chegou a ter um “asteroide” com seu nome. Que privilégio o nosso, ter convivido com pessoas desse “quilate”. NOSSO TEMPO

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Nunca imaginamos que aqueles jovens simples, sonhadores, mas com alguns ideais na cabeça, estariam fazendo história na vida política e na Química da Universidade Federal de Pernambuco, ou mesmo do Brasil, com colegas ocupando cargos de destaque ou mesmo no mundo industrial dentro e fora do Estado. Alguns já passaram nos 70 anos, grande privilégio e outros estão chegando lá... Toda geração ao chegar em nossa idade, deve avaliar que viu muita coisa na vida. Mas acho que essa nossa geração viu, sem nem se aperceber no dia a dia, as imensas transformações que o mundo viveu. Tanto no mundo da ciência e da tecnologia, com a criação do computador, da Internet, sem os quais não tinha sido possível escrever um livro como esse com tantas informações vindas dos quatro cantos do país. Seja da modernização da Engenharia e da Química em particular, dos costumes como a revolução sexual, da música como o “rock and roll”, do mundo digital, das telecomunicações. Ficamos dependentes do Google e do Celular. Nos acostumamos com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e com o Ensino À Distância (EAD). Assistimos e nos beneficiamos com as maravilhas da Medicina, na Odontologia e demais áreas da saúde. Nos chocamos com mudanças drásticas e acontecimentos trágicos, como os assassinatos dos irmãos Kennedy e de Martin Luther King, quando estávamos em plenos dias de aula, a guerra do Vietnã bombando e cantávamos a música “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones / Girava o mundo sempre a cantar / As coisas lindas da América.” Vimos cair o muro de Berlim, a União Soviética, a eleição de um presidente americano negro, um presidente operário no Brasil, o homem pisar na Lua, a queda das torres gêmeas e assim por diante. Presenciamos muita coisa em tão pouco tempo de história. Repito, que privilégio! No dizer de um dos nossos colegas, tudo começou com um almoço dos contemporâneos dos alunos que ingressaram em 1964 e se formaram em 1973 e conversa vai conversa vem no WhattsApp, surgiu esse livro. Esse foi um período marcante em nossas vidas, foi o NOSSO TEMPO! Recife, novembro de 2018. CARLOS ALFREDO SOUSA DE MELO Turma de 1967

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CAPÍTULO 1

CADA UM DE NÓS


ENGENHEIROS QUÍMICOS 1968 Álvaro Alves da Silva Filho Antenor Araújo Junior Antonio Barreto de Oliveira Arthur Raimundo Diniz de Andrade Braz Antônio Finizola Carlos Alberto Coutinho Cordeiro Carlos Alberto Rodrigues de Lucena Carlos Fernando Pereira dos Santos (Sibite) Carlos Gonçalves Guerra Elpidio Ferraz Filho Francisco Nelson Coelho Maia Genaro Albuquerque de Melo Filho Gerson Darlan Perdigão Gilson Nicéas de Almeida Guilherme Ferreira Martins Ivan Figueiroa João Carlos Santos de Figueira João Tarcísio Cunha Rebouças Jose Felix Silva Junior Jose Pereira de Barros Jose Roberto Coelho Maia Jose Zamir Cabral Porciúncula Luciano Saboia Lopes Luiz Napoleão Vieira de Medeiros Marcos Fernando do Amaral Marcos Jose Silva Maria Áurea Bittencourt Silva Maria de Jesus Coutinho Lemos Maria Inez de Mello Barreto Campello Maviael Barreto Cavalcanti Nilzo Nery dos Santos Rene Cavalcanti Roberto Kramer Pinho Pinto Roberto Otavio Holder Silvino Jose Abdon Pinto Silvio Gurgel Valdir Guerreiro Vilar de Melo Vera Lucia Costa Alves da Silva Zenice Barbosa Chaves

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QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1968 Alexandre Ricardo Pereira Schuler Antônio José Accioly Maciel Emanuel Lopes de Albuquerque Everaldo Araújo de Castro Franklin Pereira da Silva João Gomes Marques de Sá Lúcia Maria Correia Cyreno Maria Antonieta Andrade de Souza Maria Sonia Pereira Marins Roberto Ribeiro Corrêa de Oliveira Andrade Telma Lúcia de Menezes Valença

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Ano de entrada na Escola – 1964

ARTUR RAIMUNDO DINIZ DE ANDRADE Eng. Químico - ESQUFP 1964 a 1968. Empregos: fevereiro/69 a julho/70 CAGEPA/PB; Agosto/70 a dezembro/76 COOPERATIVA PINDORAMA; janeiro/77 a dezembro/2004, UFPB professor no curso de engenharia de alimentos; Janeiro/2005 até o presente, Químico da Fábrica de Doces São José Ltda Funções exercidas: CAGEPA - controle de qualidade do tratamento de água; Pindorama - gerente industrial; UFPB - professor no curso de engenharia de alimentos e no de pós-graduação em tecnologia de alimentos; São José - controle de qualidade e desenvolvimento de produtos

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Ano de entrada na Escola – 1964

GENARO ALBUQUERQUE MELO FILHO Genaro Albuquerque Melo Filho, nascido em Recife, em 20/03/1944. Cursou o primário no extinto Grupo Escolar Manoel Borba, localizado no Pátio de Santa Cruz e o curso secundário completo no Colégio Salesiano do Sagrado Coração em Recife, na rua Dom Bosco. Ao concluir o ginásio, fiz um teste vocacional no próprio colégio e tive a indicação para quaisquer carreiras técnicas, geologia, engenharia nos vários ramos, etc. Quando entrei no chamado Curso Científico, tive a oportunidade de travar os primeiros contatos com a Química e foi “AMOR À PRIMEIRA VISTA”. No vestibular de 1963 fui reprovado na última prova (eram eliminatórias) e consegui aprovação em 1964 - Ano da Gloriosa. Como era vibrador, cheguei a montar um pequeno laboratório na garagem da minha casa e fazer algumas experiências junto com o colega Luiz Napoleão (já falecido) que também tinha um minilaboratório em casa. Durante o curso, estagiei no ITEP, no IPEANE e depois, já no 4º ano, estagiei na APM- Administração da Produção da Monazita, em julho de 1967, em São Paulo. Em março de 1968, o meu pai teve um AVC e ficou, com sequela, hemiplégico. Fiquei então limitado a estagiar próximo do meu genitor pois, tinha que acompanhá-lo quase que diuturnamente. Por sorte, o meu colega de turma Carlos “Farpado” havia desistido do estágio no DSE: Departamento de Saneamento do Estado, em Recife e os professores Clélio Lins da Cruz Gouveia e Edmundo Moura Leite indicaram o meu nome para suceder o colega. Iniciei então, o estágio no Saneamento, lá mesmo fiz o estágio curricular, no 2º semestre de 1968 e fui contratado como Engenheiro Químico a partir de janeiro de 1969. Foi meu primeiro e único emprego. O DSE foi extinto, veio o Sanepe - SaneaNOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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mento do Interior Pernambucano e, posteriormente a COMPESA, até a minha aposentadoria, em abril de 1998, após 30 anos de serviço. Em duas ocasiões, estive à disposição do órgão ambiental do Estado- CPRH, ocupando a Diretoria, entre 1979 e 1982 e entre 1995 e 1999. Após a aposentadoria, tive uma breve passagem na ARPE- Agência de Regulação de Pernambuco, tendo renunciado após seis meses de trabalho, por divergências com o presidente. Hoje, divido meu tempo entre Recife, no apartamento na Madalena e um gostoso sítio em Chã Grande, próximo de Gravatá, onde curto meus projetos de Bonsai. Já completei 49 anos de casado com a Lêda, temos 4 filhos e 3 netos, todos maravilhosos.

Ano de entrada na Escola – 1964

GILSON NICÉAS DE ALMEIDA Gilson Nicéas de Almeida. Nascido na Usina Cucau, Município de Rio Formoso em 01.09.1942. Divorciado, três filhos. Primeiro emprego: Panambra S.A na Rua Madre Deus, 300 como auxiliar de escritório. Primeiro Emprego como Eng. Químico foi no Laboratório Warner Ltda, Rio de Janeiro, em 1969. A partir de 1970 construí minha vida profissional em São Paulo, onde continuo até hoje. Aqui também fiz pós-graduação em Eng. Química e especialização em Eng. Sanitária, ambas na USP. Nos últimos anos trabalhei na Sabesp e Cetesb. Atualmente trabalho como Consultor Técnico.

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Ano de entrada na Escola – 1964

NILZO NERY DOS SANTOS Ingressei na Escola de Química em 1964 e me formei em engenharia química na turma de 1968. Nasci em Goiana, Pernambuco, em 1944. Sempre gostei muito de matemática e a minha tendência natural foi ir para a área de exatas. Ainda no segundo ano do curso científico, comecei um pré-vestibular para geologia. No ano seguinte fui selecionado para fazer o pré-vestibular de engenharia criado pela SUDENE. No curso, estimulado pelo professor Bulhões, aprofundei os meus conhecimentos de química, e na hora da inscrição para o vestibular decidi optar por engenharia química. Após o curso fui fazer pós-graduação na Coppe, mas antes do final de 1969 resolvi ingressar na vida profissional e fui contratado como engenheiro químico em uma Usina de Zinco, em Itaguai, no Rio de Janeiro, onde trabalhei no laboratório de análises e em um projeto para produção de cadmio. Em 1971 resolvi voltar para o Recife, abri um escritório de investimentos por um curto período. Também me associei com os colegas químicos Pedro Hamilton e Flávio Arola, para realização de análises químicas em água, em parceria com um laboratório de geologia que funcionava na Conde da Boa Vista. Depois trabalhei na Crefisul e em 1973, quando o BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) resolveu abrir um escritório no Recife, fui indicado para trabalhar lá por Romeu Boto. Em 1974 o banco realizou no Rio, um concurso público para engenheiro no qual passei e fui lotado para o Recife, onde trabalhei durante os 34 anos seguintes.

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Aposentadoria: Em 2008 me aposentei e, desde então, procuro o tempo para fazer o que quero e o que gosto. Porém como o tempo que “Eu Acho é Pouco” resolvi criar o “Eu Quero Mais”, bloco que desde 1990 desfila pelas ruas de Olinda e Recife. Tenho múltiplos interesses e muitos planos, especialmente para construção de um Brasil melhor, mas a ampla diversidade dificulta a obtenção do que chamo de resultados concretos. Paciência, o mais importante é a felicidade, e está sempre está comigo.

Ano de entrada na Escola – 1964

JOSÉ ZAMIR CABRAL PORCIÚNCULA José Zamir Cabral Porciúncula, nascido em 9/7/1944 em Recife. Decidi fazer Engenharia Química após conversar com a irmã de um amigo (Oscarina Godoy) que me falou sobre o campo de atuação dos engenheiros químicos. Meu primeiro emprego foi na Alba Nordeste em Abreu e Lima, onde trabalhei de outubro de 68 à outubro de 71 como Chefe de Produção. A Alba produzia Formol e Resinas Ureia-Formol Ainda em outubro de 71 fiz concurso e fui aprovado para Engenheiro Químico do Saner, onde ingressei em abril de 72. Em 74 o Saner, Sanepe e Compesa se fundiram em uma única empresa No Saner e Compesa trabalhei nas áreas de tratamento de água, tratamento de esgoto sanitário e controle de poluição hídrica, assim como dei treinamento interno nestas áreas, permanecendo na Compesa até à aposentadoria em dezembro de 95 Após a aposentadoria prestei consultoria em tratamento de água e realizei projetos de estações de tratamento de água e de resíduos industriais por cerca de 4 anos. 20


Ano de entrada na Escola – 1965

ALEXANDRE RICARDO PEREIRA SCHULER Alexandre Ricardo Pereira Schuler, nascido em 22/05/1945 em Recife; decidi fazer Química por duas razões: 1) influência do meu professor de Química do Colégio Marista do Recife, Lula “Meu Filho”; 2) sugestão do meu pai, que era fiscal do IAA e admirava um dos químicos de lá, que mais tarde seria meu professor e depois amigo, Manoel Otaviano Colaço Dias. Fiz o vestibular para a Escola Superior de Química da UR e iniciei o curso em 1965. Meu primeiro emprego foi no Colégio Nóbrega, levado por um colega, Antônio José Accioly Maciel. Fazer com que uma turma inteira de “Medicina” (área da Saúde) tirasse nota boa em Química, dispondo apenas de um semestre para ministrar todo o programa do terceiro ano colegial foi o estímulo que faltava para abraçar a carreira docente. Metade da turma passou no vestibular. A outra metade, ironicamente, foi reprovada porque tirou nota baixa em Biologia. Depois que me formei fui estimulado pelo professor Franklin Gomes Pinto a fazer o mestrado na UFRJ. Antes de concluir o mestrado recebi no Rio de Janeiro a visita do então reitor Marcionilo de Barros Lins, que insistiu para que eu concluísse o mais rápido possível, pois pretendia me contratar de imediato. Assim, em 1/3/1972 me tornei professor da Escola de Química da UFPE. Foi meu segundo e último emprego, me aposentando 43 anos depois como Professor Associado. “Gastei” 35 anos em atividades de gestão (coordenador de graduação, de pós-graduação, chefe de departamento e por último diretor do Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE). Depois de aposentado, fui convidado a estruturar uma Central Analítica no Instituto Nacional do Semiárido, em Campina Grande. Este é o meu trabalho atual. Minha maior experiência na área de pesquisa me permitiu escrever três livros, que atualmente estão sendo submetidos a duas editoras. Na vida pessoal, o que fiz de mais importante, além de uma infinidade de grandes amigos, foram oito filhos e atualmente estou esperando meu décimo neto. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1965

ANTÔNIO JOSÉ ACCIOLY MACIEL Antônio José Accioly Maciel, nascido em 02/06/1945 em Recife. Meu pai era comerciário em uma sapataria e a minha mãe dona de casa. Sempre disse que queria fazer engenharia sem saber bem porquê. Fiz o científico no Salesiano e passava diariamente na frente da Escola de Química. Ao fim do primeiro ano estava bastante encrencado e tive de estudar bastante para não ser reprovado. Tomei gosto pela química, e assim decidi fazer Química. Minha vida profissional começou antes do vestibular, pois já dava aulas de química. Fiz todo o curso dando aulas no cursinho do Diretório e em colégios, cursinhos e no CECINE. Ao terminar fiz prova de seleção para trabalhar na Trorion NE. Fiquei lá cinco anos e fui convidado para trabalhar na Construtora Loyo em Salvador. Fui eleito Diretor. O próximo passo foi trabalhar no Grupo Votorantim, onde fui gerente da fábrica de Soda Cáustica de Igarassu. Estava lá, quando, em 1982, fui convidado por um antigo professor, Antônio Gomes de Mattos, para trabalhar na Salgema em Alagoas. Lá fui assistente da Diretoria e, depois, transferido para a Bahia, em Camaçari, onde assumi a função de gerente da fábrica da CQR que usava a mesma tecnologia da Igarassu. Voltei a Maceió e passei um tempo como assessor da Diretoria da Salgema, depois mudei para assistente do Diretor Superintendente e, posteriormente, fui eleito Diretor Industrial, sucedendo Antônio Gomes de Mattos que se aposentara. Fui eleito diretor da Salgema e da CQR. Posteriormente, acumulei as funções de Diretor Industrial da Alclor e Diretor Adm./Financeiro da Cinal, ambas em Maceió. Neste meio tempo dei consultoria em uma fábrica no Uruguai. Fui subsecretário de Estado da Indústria e Comércio de Alagoas. Finalmente, decidi me dedicar ao comércio onde estou até hoje. Em 2015, decidi estudar Direito e hoje estou findando o sexto período.

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Ano de entrada na Escola – 1965

ROBERTO RIBEIRO CORRÊA DE OLIVEIRA ANDRADE Nascido em 29/08/1945 no Recife. Comecei a trabalhar como Químico Analista na Secretaria de Saúde da Prefeitura da Cidade do Recife. Trabalhei também como Professor em vários colégios estaduais. Fiz também exames para o Departamento de Química da UFRPE, onde fui aprovado, mas não classificado. Como professor do Estado fiquei à disposição daquele órgão, durante uns 3 anos aproximadamente. Hoje, ainda exerço a profissão, dando aulas de Reforço Escolar e preparatório para o ENEM no Curso Exponencial - Rua Virgínia Loreto, 87 - bairro do Parnamirim - Recife.

Ano de entrada na Escola – 1965

ROBERTO KRAMER PINTO Kramer à esquerda, ao lado de Nilzo Neri. Professor de Química desde os tempos de estudante universitário. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1965

TELMA LÚCIA DE MENEZES VALENÇA Telma Lúcia de Menezes Valença, nascida em Monteiro-PB, em 08/11/1946. Vivi em Monteiro até os 15 anos de idade e conclusão do curso Ginasial. Em Recife, estudei no Colégio Estadual de Pernambuco, antigo CEP, na Rua da Aurora, no período de 1962/64. Em 64 fiz o cursinho de pré-vestibular da Escola de Química, de onde saí para o Cursinho da Sudene, como aluna bolsista, coordenado pelo professor Franklin Gomes Pinto, na mesma Escola de Química na Rua Dom Bosco. Em 1965, fiz o vestibular e ingressei na Escola de Química da UFPE, na ocasião já na Cidade Universitária. O que me motivou a fazer Química, foi o interesse pela disciplina, ministrada no CEP pelo professor Souto Neto, e a observação que eu fazia com frequência, através das janelas da fábrica de refrigerantes Crush, que davam para a Rua da Aurora Gostava de observar a esteira de alimentação das garrafas de refrigerante, com seus movimentos tão precisos, e associei isto à química. Na verdade, o que eu via e me encantava, não era química, e sim a automação das máquinas de enchimento das garrafas. No final do curso fiz estágio curricular na TSAP, Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco S.A. Depois da Conclusão do curso em 1968 fui, no ano seguinte, fazer o curso de mestrado na COPPE – Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia, da UFRJ, voltando de lá no mesmo ano de 1969, sem iniciar os trabalhos de tese de mestrado. Após poucos meses de trabalho na Sintequímica do Brasil, no bairro de Peixinhos, em Recife, ingressei no ITEP - Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco, em janeiro de 1970, e lá permaneci até me aposentar proporcionalmente, em novembro de 1996. 24


Durante o período de trabalho no ITEP, voltei à mesma Escola de Química da UFPE, para fazer o curso de mestrado em Química, na ocasião sob a coordenação do amigo e colega de turma Alexandre Schuler, concluindo em 1983. Após a aposentadoria, abri uma microempresa para a produção de tintas e produtos auxiliares para pintura artística, fechando após 02 anos; envolvi-me com Teatro, Artes Plásticas e várias coisas mais. Na vida pessoal me sinto feliz e realizada. Sou mãe de 03 filhos (01 mulher e 02 homens) e 04 netos (02 meninas e 02 meninos). Telma foi agora a Monteiro, sua terra natal, onde tirou esta bela foto de mulher decidida e guerreira pela vida. (Bartolomeu)

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ENGENHEIROS QUÍMICOS 1969 Alberto Teles Corumba Ana Maria Ribeiro de Freitas Antônio Jose Ferreira Saraiva Arnaldo Azevedo Pessoa Augusto José Teixeira Luduvice Carlos Roberto de Albuquerque Campos Edivaldo Correia dos Passos Francisco da Costa Viana Gilberto de Alcântara Barbosa João Santana Jose Aurélio Silvestre Bezerra Josinete Souza Cavalcante Judith Cotta Pessoa Santos Neta Luciano Bompastor Borges Dias Marcilio Heitor de Araújo Fontes Luciano Moura Porto Vicente de Paula Braga Barreto Zélia Canuto Neto

QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1969 Abílio Jose Souza Leão de Sá Bartolomeu Gentil de Medeiros Cassilda Magalhães Leal Ligia de Arruda Falcão de Brito Cavalcanti Liliana Bernacchi Osvaldo Macedo de Figueiredo Rosa Maria Barros Coelho

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Ano de entrada na Escola – 1965

ALBERTO TELES CORUMBA Nascido em 22/04/1946 em Maruim – Se. Conclui o curso científico em 1963 onde também lecionava matemática em vários colégios do Estado. Em 1964, iniciei o curso de Ciências Econômicas, pela UFSe cancelando a matrícula em agosto/64 me transferindo para Recife onde fiz o cursinho como bolsista da SUDENE, na velha Escola de Química da Rua Dom Bosco, cujo coordenador foi Fernando Azevedo. Em 1965, iniciei o curso de Eng. Química concluindo-o em 1969, após vários estágios inclusive na COMPESA. Em 1970, fui trabalhar na Tintas Ypiranga (Esso), onde me especializei em tintas anticorrosivas, atuando em várias indústrias do Nordeste. Ali permaneci por 16 anos ocupando diversos cargos encerrando meus serviços como Gerente Regional de Vendas Norte Nordeste. Também fui químico responsável da Empresa Serra Grande (quem lembra?) durante os anos de 1973 a 1977. Por motivos familiares, voltei para Aracaju em 1986, onde atuei como comerciante no ramo de tintas e de livraria. Em 2005 resolvi me aposentar para ter uma qualidade de vida mais tranquila e menos corrida. Mas, ficar sem fazer nada, me provocou a fazer um MBA de Gestão de Negócios, pela FGV, onde passei a fazer consultoria administrativa e financeira além de elaborar projetos industriais. Atualmente só curtir os quatro netos e viajar moderadamente.

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Ano de entrada na Escola – 1965

ANA MARIA DE FREITAS BARBOSA Nascida em Recife – PE em 24/09/42 Fiz o ensino fundamental (antigo primário e ginasial) em colégio particular do bairro onde morava, e o ensino básico (antigo científico) no Instituto de Educação de PE – IEP. O curso preparatório para o vestibular foi realizado através de um programa de bolsa de estudo da Sudene para formação de estudantes de nível superior no Nordeste, na própria Escola de Química, na rua Dom Bosco – Boa Vista – Recife, junto com a maioria dos colegas que concluíram o curso de engenharia química em 1969. Casei em 1971 com Gilberto de Alcântara Barbosa, também concluinte de 1969, falecido em outubro de 2000. Tenho dois filhos deste casamento, um rapaz Guilherme de Freitas Barbosa, engenheiro mecânico e uma moça Gabriela de Freitas Barbosa, arquiteta e urbanista, além de cinco netos. Meu primeiro emprego foi na SANBRA – Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, onde trabalhei no controle de alimentos. Em seguida fui para ASA – Alumínio SA Extrusão e Laminação, trabalhar com óleos minerais e transformação de folhas de alumínio. Finalmente entrei no ITEP – Instituto de Tecnologia de Pernambuco onde fiquei até me aposentar em 1995. Continuei trabalhando até 2007 num programa de reestruturação da instituição. No ITEP trabalhei com diferentes produtos de diversas áreas, tais como: minérios, minerais não metálicos, argilo minerais, produtos e resíduos industriais, além de um estudo de sedimentos estuarinos que proporcionou a apresentação de trabalhos em congressos internacionais. Atualmente estou curtindo os netos e vendo o tempo passar.

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Ano de entrada na Escola – 1965

ARNALDO AZEVEDO PESSOA Nasci em Parnaíba/Pi, em 05/08/1943. Fiz todo curso ginasial e parte do curso colegial em Teresina, sendo este último finalizado em Fortaleza, aonde eu deveria preparar-me para fazer vestibular em Medicina ou Engenharia como era desejo dos meus pais. Foi quando tomei conhecimento do curso de Química e decidi que faria Engenharia Química. Mas para isso era necessário que eu viesse morar em Recife, pois no Ceará ainda não havia este curso. Concluinte da turma de 1969, já no início de 1970 eu estava trabalhando na Coopero - Cia. Pernambucana de Borracha Sintética, atendendo ao convite feito pelo nosso saudoso Prof. Dr. Romeu Boto. Trabalhei no parque fabril até outubro de 1984, quando fui para assessoria da Presidência da Empresa. Com o término da construção da Cia. Alcoolquímica Nacional, subsidiaria da Coperbo, produtora de ácido acético e acetato de vinila monomero, fui transferido para São Paulo, em meados de1987 para cuidar da área comercial das duas empresas. Depois de várias mudanças no controle acionário das empresas de borracha sintéticas, chegamos ao final de 1993 como responsável pelas vendas no mercado nacional das tres empresas de borrachas sintéticas existentes no Brasil (Coperbo - Pe., Petroflex - RJ e Petroflex - RGS). Esta situação perdurou até minha aposentadoria em 1996, quando voltei para Recife. Durante minha vida profissional no Recife fiz os seguintes cursos: Especialização em Eng. Econômica na UNICAP em1978 e Especialização em Eng. de Produção na UFPE em 1979/80. Em São Paulo além de representar as Empresas nos órgãos de classe, como Abiquim, fui também presidente da ABTB - Assoc. Brasileira de Tecnologia de Borracha. De volta ao Recife, dentre os vários trabalhos que realizei, um que agradou bastante, foi ser plantador de flores tropicais em Camocim de São Felix. Ajudei a fundar a Assoc. dos Produtores de Flores Tropicais de Pernambuco, sendo seu primeiro presidente. Hoje, quando minha função principal é ser motorista dos netos, guardo no coração a alegria de ser seguido na profissão pela minha mulher e por duas das três filhas que tivemos. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1965

CARLOS ROBERTO DE ALBUQUERQUE CAMPOS Pernambucano, trabalhou toda a vida profissional na COPERBO. Aposentado.

Ano de entrada na Escola – 1965

JOSE AURÉLIO SILVESTRE BEZERRA Trabalhou na Amorim Primo (antigo Açúcar Estrela) na rua da Aurora, no Recife. Depois foi trabalhar no grupo açucareiro. Criou uma empresa de consultoria de alcance internacional de usina de açúcar.

Ano de entrada na Escola – 1965

JOSINETE SOUZA CAVALCANTE Fez o cursinho na antiga Escola de Química na rua D. Bosco, como tantos outros colegas. Estagiou na SIPOA, atualmente chamada de ANVISA. Trabalhou na Instituto Tecnológico do estado de Alagoas e depois na Usina Santa Clotilde. Atualmente é professora da Escola Técnica de Alagoas.

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Ano de entrada na Escola – 1965

JOÃO SANTANA Vida profissional – Empresas onde valeu a pena trabalhar 1 – USICODA –Pe 2 – Usina Caeté – Al 3 – Usina Roçadinho – Al 4 – Usina Aliança – Ba 5 – Usina Camaragibe – Al 6 – Unial – Ba 7 – CAN (ex JB) – Pe Trabalhando com vendas desde 2013. Experiencia com tanino oriundo da Argentina; idem com enzimas alfa-amilase e dxetranase da Sterenzyme-Alemanha. Idem com tanino da SETA-RGS. Com a situação política do Brasil, rezando para que meus netos convivam com políticos mais honestos – é uma esperança.

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1965

JUDITH COTTA PESSOA SANTOS NETA Judith Cotta Pessoa Santos Neta, nascida em Recife, 25/03/45. Minha amiga e colega, Zélia Canuto me levou para Salvador, onde fui selecionada pelo CEPED - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento, do Governo da Bahia, o qual enviou-me para especialização em Tecnologia de Alimentos, no ITAL, em Campinas- SP por 2 anos. De volta a Bahia, trabalhei com pesquisadores da FAO, realizando pesquisas na área de Alimentos. Após 20 anos, voltei a Recife fiz Mestrado em Ciência de Alimentos no Instituto de Nutrição, UFPE, e fui Professora Substituta por 2 anos na mesma Instituição. Dei consultoria em Desenvolvimento de Novos Produtos, numa indústria de sucos na Bahia, por 4 anos. Aposentada, gosto de viajar, ler, ouvir boa música, estar com minha família e amigos.

VICENTE DE PAULA BRAGA BARRETO Paraibano de Cajazeiras – PB. Foi trabalhar no grupo Votorantim e nas Linhas Correntes no Rio Grande do Norte e atualmente, trabalha nos Correios na área de Segurança Industrial.

WEIMAR DA COSTA ROLIM Natural do estado do Ceará. Foi trabalhar no seu Estado, na área de gorduras vegetais. Atualmente está no Maranhão como pecuarista.

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Ano de entrada na Escola – 1965

BARTOLOMEU GENTIL DE MEDEIROS Bartolomeu Gentil de Medeiros, nascido em 19/10/1946 em Campina Grande; decidi fazer Química aos quinze anos quando ganhei um livro da irmã “O futuro já começou”. Meu primeiro emprego foi na Cimepar, conseguido pelo colega Osvaldo. Depois que saí da Cimepar complementei EQ. Trabalhei mais em fábrica de alcatifas de sisal, COSIBRA, na Moura, Salgema e Promon. Após isso passei a trabalhar em projetos com firma montada por ex-colegas da Promon. Finalmente montei uma empresa própria (CPM Consultoria e Projetos Ltda) fazendo projetos para as empresas de gás no Nordeste. Desde 79 fui fazendeiro criando gado de corte e, algum tempo, gado de leite. Aposentado desde dezembro 2006. Sou assessor especializado para quebrar galhos burocráticos na empresa que meus filhos passaram a tocar (agora fazendo trabalhos de montagens e reformas em instalações comerciais). “Votorista” para netos e netas tendo já milhagem que desisti de contar quando passou dos cem mil quilômetros. Sou genealogista amador e administro a árvore genealógica da Família Medeiros de Santa Luzia com mais de 4800 nomes registrados desde agora até o ano de pouco mais de 1600.

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1966

CASSILDA MAGALHÃES LEAL Nasci em Recife em 19/01/1947. Decidi fazer Química por incentivo do meu pai, que trabalhava no laboratório Parker Davis. Meu primeiro emprego foi como professora do colégio Imaculado Coração de Maria (Olinda), enquanto ainda estava na faculdade. Quando me formei fui fazer mestrado. Logo no início fui convidada pelo professor Hugo Valpassos para lecionar na Unicap. Em seguida, fiz o concurso para a disciplina de Química Orgânica na UFRPE. Fiquei ministrando nas duas universidades, até que pedi dedicação exclusiva na UFRPE. Em 26/06/1998, me aposentei. Depois fiz concurso na UFRPE para professora substituta na mesma disciplina que ministrava antes, onde fiquei até 2002. Desempenhei alguns cargos administrativos, como supervisora de área e coordenadora do curso de Química. Tenho quatro filhos e oito netos. Sou professora quebra-galho dos netos, os quais são minha alegria. Também me atrevo nos trabalhos manuais. Gosto muito de ler e ir ao cinema, assim tenho os dias preenchidos.

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Ano de entrada na Escola – 1966

LIGIA DE ARRUDA FALCÃO BRITO CAVALCANTI Agora, Ligia Cavalcanti Andrade Melo, nascida em Recife em 24/07/1946. Fiz todo o estudo fundamental (antigo primário e ginasial) e também o ensino básico (antigo científico) no Colégio das Damas da Instituição Cristã. Não fiz curso preparatório e em 1965 ao termino do científico prestei o vestibular para a Escola de Química na UFPE. Comecei o curso em 1966 e me graduei em Química Industrial em 1969. Porque fui me aventurar a fazer Química? Quando ainda no ginasial, senti que minha área de atuação não poderia ser “humanas” e nem pedagógica. Optei então por fazer o científico e não o clássico, como era mais comum na época. Gostei logo das matérias exatas, Química, Física e Matemática, e comecei a me informar sobre o que seria esse curso de Química, gostei e fiz apenas este vestibular. Não me arrependi em nenhum momento. Durante o curso obtive uma bolsa de estudos do CNPQ para o estudo de localização e utilização de Tântalo e Nióbio e também fiz estágio de um ano na antiga Fábrica da Torre de tecidos em Recife. No terceiro ano fiz a opção por Química industrial e não Engenharia Química (na época tínhamos essa opção) e resolvi fazer um estágio no Hospital Pedro II em Análises Clínicas, pois queria seguir nesta área. Em 1970, meu primeiro emprego foi no Laboratório de Análises Clínicas de Marcelo Magalhães em Recife onde fiquei por um ano. No final deste mesmo ano casei com o médico Ricardo Lucena de Andrade Melo e viemos morar no Rio de Janeiro, pois ele estava fazendo residência médica no Hospital dos Servidores do Estado. Tivemos dois filhos, um rapaz Rogerio, economista especializado em finanças e uma moça Adriana que fez Desenho Industrial e é Diretora de Arte, além de uma neta, minha riqueza a Joana Renzi.

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Em 1971, fui trabalhar no Hospital da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro para o Laboratório de Análise Clínica como Química onde permaneci até 1995 e com a automação dos aparelhos de análises, assumi o cargo de Supervisora Técnica. Em 1996, fui trabalhar como supervisora do setor de Bioquímica no Laboratório Lâmina de Análises Clínica e em 1998 passei a Gerente Técnica deste laboratório. Em 2001, o Laboratório Lâmina foi incorporado a Empresa DASA (Diagnósticos da América SA) e passei a exercer o cargo de Gestora Técnica dos laboratórios dentro dos Hospitais no Rio de Janeiro, entre eles o Hospital Samaritano, o Pró-Cardíaco e a Clínica São Vicente. Em 2006 com o nascimento da minha neta resolvi me aposentar e curtir mais a família. A partir de então resolvi me aventurar em cursos e congressos para Investir da Bolsa de Valores como Home Broker, além de curtir o marido, os filhos, a neta e viajar quando possível, que é a nossa paixão, depois da família. Continuamos morando no Rio de Janeiro, sem nunca perder nossa ligação com Recife, indo pelo menos uma vez por ano.

Ano de entrada na Escola – 1966

LILIANA BERNACCHI Por que escolhi Química? não sei dizer ao certo. Talvez de tanto ouvir minha mãe dizer que Química era uma bela profissão para mulheres??? ou porque admirava muitíssimo Marie Curie1 (li tudo sobre ela). Depois fiz um Teste Vocacional no Colégio Damas, onde estudava, que não me deu respostas, mas me falaram que poderia fazer o que quisesse que daria certo e aí fiquei mais incerta ainda. Típico dos pisciamos... Fiz Química, mas pensando em outras opções no futuro. Só depois, na Escola, descobri que gostava mesmo de cálculo, e talvez tomasse esse rumo. Só que a vida nem sempre é o que se espera... 36


Fiz estágios no ITEP, no Instituto de Física Nuclear, na época sob a direção do Físico, doutor em Filosofia e Padre Carlo Borghi, italiano, junto com Mulatinho e Abílio (fui a primeira estagiária mulher lá). Posteriormente fui monitora do laboratório de Química Orgânica e trabalhei com o Prof. Hugo Valpassos, dando aulas e provas para o curso de Biomédicas. Aliás, ele foi o primeiro a me pagar um salário, através da UFPE. Era uma pessoa realmente fora de série. Trabalhei na Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro – Sanbra – com Dra. Maria José e fiz meu trabalho de graduação sobre óleos vegetais. Weimar foi meu colega na Sanbra, inclusive me ajudou muito porque tive de fazer uma cirurgia já no fim do ano e fiquei sem andar por quase um mês. Batalhei por uma vaga no Instituto Carlo Erba de Milão, pois queria me especializar lá, mas quando me aceitaram eu já estava casada com um filho pequeno e morava em SP. O físico e padre Borghi era muito estranho... gostava de dizer que éramos as únicas formas de vida do Universo, que UFOS não existiam, assim como não havia vida em outros planetas e era apenas um desejo do ser humano de ter outras espécies semelhantes espalhadas pela galáxia. Mas não quis dar nenhuma ajuda. financeira para os estagiários como havia prometido... Trabalhávamos até aos sábados... eu manuseava materiais radioativos sem proteção adequada. Depois soube que um físico de lá, cujo nome não lembro, teve câncer devido às radiações. Valeu pelas palestras de visitantes como César Lattes, um dos físicos brasileiros mais ilustres, que estudou com a minha mãe... outro famoso, Mario Schenberg (nasceu no Recife em 02/07/1914 e faleceu em 1990) e outros mais. Sai de lá e ele foi reclamar com meu pai que era do Consulado Italiano, que eu só queria saber do dinheiro, e não, da Física. Carreira profissional ... trabalhei em duas fábricas de óleo da família do meu marido como Química responsável, sendo uma em Prudente - SP e outra no Paraná. Me aposentei em 2009 e o valor que recebo não paga meu plano de saúde, que está um absurdo.

Marie Curie (1867-1934) foi uma cientista polonesa. Descobriu e isolou os elementos químicos, o polônio e o rádio, junto com Pierre Curie. Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física e a primeira mulher a lecionar na Sorbonne. Fonte Wikipedia.

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NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1966

OSVALDO DE MACEDO FIGUEIREDO Osvaldo de Macedo Figueiredo, nascido em João Pessoa PB em 15/12/1944, casado com Zilma Cavalcanti de Albuquerque Figueiredo, professora do Ministério da Defesa (Marinha do Brasil) tendo um filho, Valério Augusto, casado com Yanna Grace e uma neta Gabriella. Formado em Química Industrial pela Escola de Química da UFPE em 19/12/1969. Atividades profissionais: 1970 a 1973 na Kibon do Nordeste SA na função de químico chefe do controle de qualidade; 1973 a 1975 na Amorim Primo SA (Açúcar Estrela) como químico de processo; 1975 a 1981 na Indústria de Azulejos SA (Grupo Brennand) na função de químico chefe de produção; 1981 a 1994 em Amorim Primo SA (Açúcar Estrela) como químico de processo; 1994 a 1996 na Simcomel (Sistema de Inst.de Montagem e Com. Ltda.) na função de supervisor; 1996, aposentado por tempo de serviço; 2009 a 2015 na Gasil (Gases e Equipamentos Silton Ltda) como químico para apoio técnico na aplicação do ozônio na fabricação do açúcar em substituição do enxofre e tratamento com indutores eletromagnéticos. Usinas em que atuamos aplicando o ozônio; Usina Cosan, unidade Caarapo em Caarapo MS; Usina Coagro em Campos dos Goitacases, RJ; Usina Santa Lucia em Araras SP; Usina Cosan, Tarumã SP; Usina Monte Alegre em Mamanguape PB; Usina Guarany em Olímpia SP. Indústria Têxtil Santista PE aplicação dos indutores eletromagnéticos no tratamento das águas de todo processo Situação atual, aposentado.

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Ano de entrada na Escola – 1965

ROSA MARIA BARROS COELHO HERÉDIA Rosa Maria Barros Coelho Herédia, nasci em Recife, em 14/07/1947. Sou de uma família de químicos, começando por Ivan Leôncio, seguido por Deda (Sidney), Kekulé, Lito, e por ai vai! Meu primeiro emprego foi numa fábrica de tintas em Peixinhos! Assumi o lugar de Zélia Canuto. Fiquei o tempo suficiente para a turma anterior se formar, pois já estava aceita como aluna de mestrado na PUC/RJ, na área de Química Analítica. Após o mestrado, fui a Brasília e de Brasília fui aos Estados Unidos onde permaneci até 1981. De volta a Brasília, ingressei no Conselho Nacional de Petróleo, atual AGÊNCIA NACIONAL de PETRÓLEO – ANP. Em 1985 ingressei na Companhia Energética de Brasília onde trabalhei por 22 anos na engenharia de manutenção dos transformadores. Neste período lecionei por apenas um semestre na UnB! Amei lecionar, porém tive que interromper devido à falta de tempo! Sai do emprego através de um PDV (programa de demissão voluntária). Tenho três filhas biológicas e mais duas de coração. Netos tenho dois biológicos e mais cinco das enteadas. Moro em Brasília e de vez em quando também sou “votorista”. Amo muito minha família e minha vida. Trago meus colegas de infância e faculdade sempre na lembrança.

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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ENGENHEIROS QUÍMICOS 1970 Adauto Pereira da Silva Ana Cristina de Oliveira Glasner Aníbal Carnaúba da Costa Accioly Antônio Amaro Lopes Archanjo de Farias Antônio José Belo Cássia Seixas Barros Ednilson Gomes Bastos Fernando Joaquim de Lima Francisco de Carvalho Florêncio George Henrique de Almeida Barbosa Gustavo Henrique Queiroz Caldas Jean Oscar Wegelin José Cal Vidal Kátia Cisneiros Tavares Lucia Maria Kunz Valente Luiz Fernando Corrêa do Prado Manoel Mulatinho de Medeiros Correia Marcos César Clemente Maria do Carmo Mello Barreto Campello Nelson Luís Abdon Pinto Romero Guedes da Cunha Pires Taciana Robalinho Cavalcanti Vittorio Visani Wellington Mendes Gomes de Oliveira

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QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1970 Adeilda Vilela da Rocha Ana Helena Dutra Melo Ana Lúcia Cavalcanti de Carvalho Clea Maria de Oliveira Pinto Denis Novais Lopes Geraldo Nascimento de Aguiar Irajá Borges de Santana José Viana de Carvalho Marcia de Andrade Amaral Marcos Antônio Tavares Marinho Maria da Conceição Klaus Wanderley Maria das Graças Saldanha Ventura Naida de Oliveira Santos Ronaldo Malaquias de Queiroz Rui Costa Ramos de Andrade Lima

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Ano de entrada na Escola – 1966

GEORGE HENRIQUE DE ALMEIDA BARBOSA Especialista em gestão pragmática, metodologia de pesquisa em geral e de negócios, com comprovada capacidade de planejamento e de implementação de programas para identificação de objetivos organizacionais que maximizam o impacto, a longevidade, e a eficiência, eficácia e custo operacional. Altamente eficaz na otimização de processos para alcance de metas estabelecidas. excepcional capacidade para motivar e dirigir equipes durante o desenvolvimento de atividades de cooperação. Reconhecido pela capacidade de avaliação e de resolução de uma ampla gama de questões de organização e de gestão. Possui doutorado multidisciplinar, com especializações em Sistemas Internacionais de Extensão, Planejamento de Desenvolvimento e Gestão - University of Maryland College Park (1994). Tem experiência nas áreas de Engenharia Química e de Produção, ênfase em Engenharia de Celulose e Papel. (Texto informado pelo autor).

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Fonte: https://www.escavador.com/sobre/12022291/george-henrique-de-almeida-barbosa resumo do Lates.


Ano de entrada na Escola – 1966

LUIZ FERNANDO CORREIA DO PRADO Fiz cursinho 64 da Sudene com Telma, Ana, Vicente, Viana, Weimar (?) mas não passei no vestibular de 65. Professores eram Mauro Física, Agenor Química, Franklin coordenador. Em 65 estudei sem cursinho e comecei a dar aulas particulares de física e química. Entrei em 66. Fiquei em dependência com Martorelli. Durante o 5°ano fiz estágio curricular na Itapessoca, Cimento Nassau do Grupo João Santos. Naquela época a situação era boa. Tinha três possibilidades de emprego: Itapessoca, Matarazzo cimento Zebu e Açonorte. Acabei decidindo por Joao Santos e fui mandado para Portela. Assim, sem escolher, entrei na indústria de papel e só deixei 44 anos depois. Passei 18 anos em Joao Santos entre Pernambuco e Maranhão, depois 10 anos na Klabin em Goiana e finalmente 15 anos no Grupo da Ondunorte atendendo diversas fábricas. Em 2015 me aposentei de indústrias. Há uns 10 anos sou perito credenciado de RF para perícias em navios. Apesar de ter viajado muito sempre morei no Recife. Eu e Graça temos um filho médico, uma filha arquiteta e outra dentista todos no Recife, além de 3 netas e 1 neto.

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1966

TACIANA ROBALINHO CAVALCANTE Certamente o que me levou à Química foi uma curiosidade imensa a respeito de como é constituído o mundo, o universo, e sobre os processos que nele ocorrem em todos os campos: química, física, biologia, geologia, sociologia, psicologia, antropologia etc. Tanto assim que fui gradualmente orientando minha carreira para a área de meio ambiente na qual realizei meu doutorado e onde venho atuando nos últimos 25 anos, tendo a oportunidade de integrar conhecimentos de todas essas áreas. Que eu lembre fiz estágios na Rhodia Nordeste e no Instituto de Tecnologia de Alimentos em Campinas. No momento estou aposentada e aguardando uma melhoria na economia do país para retomar contatos visando retornar a fazer consultorias na área de meio ambiente, onde venho atuando nos últimos anos. Enquanto aguardo, tenho realizado cursos diversos nas áreas de filosofia e de terapias corporais através do movimento. O professor que mais me marcou foi Guilherme Martins, da cadeira de Química Orgânica II. Foi sobretudo sua forma de ensino e ênfase no mecanismo das reações dos compostos orgânico que me levaram a fazer Mestrado em Química Orgânica com especialidade em polímeros, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A minha formação é D Sc. Eng. Produção / Planejamento Energético e Ambiental, COPPE/UFRJ, 1999; Especialização em Planejamento Industrial/COPPE/ UFRJ, 1982; M Sc. Química Orgânica, UFRJ, 1976. Áreas de atuação: Licenciamento Ambiental de Empreendimentos; Planejamento e Gestão Ambiental; Avaliações e Diagnósticos Ambientais; Gerência de Projetos Ambientais; Desenvolvimento Institucional; Engenharia do Meio Ambiente Mais de quinze anos de experiência na área de meio ambiente, gerenciando, coordenando e desenvolvendo estudos e projetos diversos: PETROBRAS/CENPES, (2006-2015), ROBALINHO CAVALCANTI CONSULTORIA (2004-2008), ALCAN Alumínio do Brasil Ltda. (2002-2003), JAAKKO PÖYRY Engenharia Ltda (1994-2002), COPPE/UFRJ, PETROBRAS/SUSEMA (1990) e PETROBRAS MINERAÇÃO (19781990).

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A de vestido branco

Ano de entrada na Escola – 1967

ANA HELENA MÉLO CAVALCANTE Nasci em 15/01/1949 em Recife, e tive um irmão e uma irmã. Sempre moramos no bairro do Cordeiro e, apesar das dificuldades, meus pais me proporcionaram a melhor educação possível na época. Estudei no Colégio Regina Pacis, hoje extinto, que funcionava próximo ao Clube Internacional do Recife, e conclui o ensino médio no Colégio Nossa Senhora do Carmo. Sempre gostei de ciências exatas e decidi estudar Química para tentar compreender a natureza e o mundo ao meu redor, o macro, a partir do micro, o átomo. Fiz o curso pré-vestibular na rua Dom Bosco, onde antes funcionava a Escola de Química, que era o único existente na cidade. Passei no primeiro vestibular e me entusiasmei com o curso, era tudo que esperava. Na faculdade, minhas melhores notas foram em Química Orgânica e fiz o estágio curricular na Fábrica Torre. Após a conclusão do curso, casei com o Engenheiro Químico RENÉ CAVALCANTE e fui morar em Pesqueira, onde não havia emprego disponível para mim, como Química, porque o meu marido trabalhava em uma indústria alimentícia e eu não poderia exercer cargo semelhante em uma indústria concorrente ou na mesma fábrica que ele. Na cidade, conhecida como a terra do doce e da renda, só havia industrias de alimento. Fiquei 2 anos sem trabalhar. Quando fomos morar em Bonito, recebi um convite para lecionar Biologia no curso de magistério em uma escola local. Jamais pensei em ensinar, mas encarei o desafio e me apaixonei por esse novo caminho que se apresentava na minha vida. Após alguns anos, em Belo Jardim, fiz o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na faculdade local. Passei no concurso local e me tornei professora efetiva de Química na Faculdade de Belo Jardim. Em 2003 iniciei o mestrado em Bioquímica, na UFPE e me encantei com esse ramo da Química que estuda as moléculas da vida. Finalmente eu começava a compreender a natureza e o mundo, a partir do micro entendi os misNOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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térios do macro. Voltei a Belo Jardim como professora de Química e Bioquímica nos cursos de Ciências Biológicas, Pedagogia e Enfermagem. Ensinar era mais que uma vocação, era uma enorme paixão. Em 2011 me preparava para fazer o doutorado em Nutrição quando o destino cruel atropelou os meus sonhos e um câncer interrompeu minha carreira profissional e alterou drasticamente minha vida pessoal. Tive um casal de filhos, e, em 2014, um câncer tirou a vida de meu filho apenas 6 meses após a morte do meu marido. Apesar dos duros golpes, me alegro com a linda neta que meu filho me deixou e jamais tive depressão. Em abril de 2017 me aposentei e estou residindo em Olinda, buscando forças no mar azul e infinito para continuar em frente, lutando contra essa doença cruel e traiçoeira. Hoje penso em fazer o curso de Jornalismo, para entender como a maneira de narrar um fato causa as mais diversas reações nas pessoas. No entanto, a paixão pela Ciência permanece e, quando a tristeza se aproxima, busco os meus livros de Bioquímica e me envolvo nos maravilhosos caminhos das reações que formam o que chamamos de vida. Também comecei a escrever um livro, uma biografia, enfatizando as dificuldades e o preconceito sobre os portadores de câncer. Sou feliz, a Química me fez compreender os mistérios da natureza e da vida. anahelenameloc@hotmail.com

Ano de entrada na Escola – 1967

MARIA DA CONCEIÇÃO KLAUS VANDERLEY RAMOS Concluiu o doutorado em Química Orgânica no Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ/UFRJ) em dezembro de 2005. Atualmente é professora adjunta do departamento de Química Orgânica do IQ/UFRJ. Atua na área de Química Orgânica com ênfase em cromatografia gasosa de alta resolução aplicada à separação de enantiômeros de compostos orgânicos voláteis, por fases estacionárias quirais baseadas em ciclodextrinas. (Lattes)

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Ano de entrada na Escola – 1967

MARCOS ANTONIO TAVARES MARINHO Nascido em 13.09.1947 em Surubim – Pernambuco, criado em Recife desde sempre. Filho de Antônio Cavalcante Marinho da Costa (pequeno comerciante) e Creuza Tavares Marinho da Costa (dona de casa). Estudou no Colégio Experimental e depois no Salesiano. Em 1967 ingressou na Escola de Química da UFPE, depois de um polêmico vestibular, como “RECUPERAVEL”. Travou-se uma grande luta e mobilização na UFPE, pelo reconhecimento dos “RECUPERAVEIS”, como alunos regulares. Foi montado um acampamento em frente à Reitoria, que culminou com sua invasão. Este processo, arrastou-se por longo tempo, exigindo que além das tarefas da Universidade, mantivéssemos a mobilização. Fiz parte do grupo que se negou a realizar teste para validar a matricula na Universidade. Advogados foram contratados e nossa escola vivia a efervescência dos acontecimentos políticos locais e internacionais. A Escola de Química era o “cadinho”, que transformava seus alunos em homens engajados nos diversos processos de transformação social. Não lembro exatamente, quando vencemos o embate. Um belo dia, todos os “RECUPERAVEIS”, tornaram-se alunos regulares. Neste momento, nossos problemas eram outros. Muitos de nós, viramos “IRRECUPERAVEIS”, agora aos olhos de um sistema que em dado momento edita o AI-5. Como presidente do diretório da escola, fui eleito representante da Química para o congresso da UNE, em Ibiúna - SP, onde fomos presos e posteriormente liberados em Recife, na praça do Derbi. Após Ibiúna, muitos estudantes foram perseguidos e suas trajetórias profissionais ameaçadas. A Petrobras, através de seu sistema de informações, monitorava os “IRRECUPERAVEIS DO PAÍS”. No meu caso, após ingresso no Polo Petroquímico de Camaçari, como Chefe de laboratório, chega à empresa, memorando do Sistema de Informações da Petrobras, recomendando minha não contratação. Este documento só foi recebido pela empresa, após minha contraNOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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tação e quando já participava de treinamento no Japão visando a montagem e partida da planta petroquímica, para a qual fui contratado. Resolve a Empresa, em função de sua precipitação, manter minha contratação (sou monitorado por anos, até cair no esquecimento, o meu envolvimento em política estudantil). Nesta empresa permaneci até aposentadoria por tempo de trabalho, sendo promovido a chefe do Departamento de Controle de Qualidade e posteriormente à Gerência de P&D. Nossa equipe inovou no desenvolvimento de novos materiais, estando alguns patenteados como “inovações industriais”. Desenvolvemos também muitos projetos em parceria com o CENPES, Universidade Federal de São Carlos, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal de Campinas... entre outras.

Ano de entrada na Escola – 1967

IRAJÁ BORGES DE SANTANA Em 71 por concurso entrei na UFPE como professor adjunto para cadeira de Físico Química II, Escola de Química e CECINE. Após um ano fui para ICOASA (Projeto de implantação de um fábrica de óleos vegetais) passei quatro anos. Depois na Irodusa/Algoper (Fábricas de óleos vegetais em Rancharia/SP e Limoeiro PE). Dois anos depois para uma fábrica de produtos químicos PA Carlo Erba/Farmitália, Rio de Janeiro.Voltando um ano e meio depois para a ICOASA até 78 quando fui para CAII, fábrica de cloro/soda do Votorantim até minha aposentadoria. Após aposentado exerci funções de relevante serviços sem remuneração, Membro do Conselho de Curadores da UFPE, Vice-Presidente do CRQ 1, Conselheiro do Codema (Conselho Estadual de Meio Ambiente), Presidente da FNPQ (Federação Nacional dos Profissionais da Química). Casado com Betânia (1975) com três filhos; Gustavo, Henrique e Irajá Jr. 48


ENGENHEIROS QUÍMICOS 1971 Alberto de Souza Alberto Onofre de Amorim Alfredo Arnobio de Souza Gama Antônio Vicente Marrocos de Andrade Carlos Alfredo Souza de Melo Carlos Fernando de Moraes Carlos Hipólito Lopes Silva Edi Kahan Vainer Eugenia Maria Mariz de Borba Maranhão Flavio Madeira de Arola Francisco de Souza Francisco Vital Guerra de Luna Freire Hans Heinrich Weber Ivan Mauro Falcão Quaresma Jano Almenon Ferreira da Silva Lucia Helena Aguiar de Souza Maria Luiza Porto de Figueiredo Cabral Ricardo Teodoro Turenko Ronaldo de Castro Maia Severino Cavalcanti de Lucena Silvia Maria Carvalho Dias Tarcísio Jose Calábria Veiga Telma Alves Pinheiro Umberto Juarez Escorel de Araújo

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QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1971 Antônio Carlos Primola Paiva Barbara Maria Melazzi Barbosa Edna Vanderlei Dantas Elnathan Barbosa Gomes Francisco Enoc Gonçalves de Lucena Francisco Marletti Geraldo Pinto Santos Hamilton Henrique Cavalcanti de Lima James Maranhão Waquim Jose Cesar de Souza Maria Luiza Rodrigues Soares de Azevedo Marisa Nadja Neiva Costa Silvio Machado Gomes de Mattos Tito Flavio Paes Bezerra Zelyta Pinheiro de Faro

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Ano de entrada na Escola – 1967

ALBERTO DE SOUZA Trabalhou na PAFISA em Igarassu por muitos anos. Atualmente é Gerente Geral na Technocoat Ltda – Araucária – PR.

Ano de entrada na Escola – 1967

ALBERTO ONOFRE DE AMORIM Mestrado em Física – apresentou sua Dissertação sobre Orbitais Ligantes e Antiligantes em Li2 e Li2+. 1979. 0f. Universidade Federal de Pernambuco. Orientador: Ricardo de Carvalho Ferreira.

Ano de entrada na Escola – 1967

ALFREDO ARNOBIO DE SOUZA GAMA Minha disciplina preferida antes de ingressar no curso científico (atualmente ensino médio) era matemática, porém quando comecei a estudar física e química gostei e encontrei muita facilidade. Meu pai era Engenheiro Químico e dividia o tempo entre a Escola de Engenharia, onde ensinava química, e a indústria do álcool. Eu frequentava os laboratórios e depois montei um laboratório em casa. Conheci Hamilton (da turma de 71) no Marista e junto com outros colegas formamos um Clube de Ciências que teve como primeiro projeto um foguete, e os combustíveis eram testados nos nossos laboratórios. Isso nos levou ao CECINE e ganhamos o primeiro prêmio numa feira de ciências. Hamilton queria fazer Física Nuclear e fomos conhecer o Centro de Energia Nuclear. Mas não havia essa opção aqui. Eu estava entre fazer Física ou Química, que NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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também não existiam como opção. Então achamos que Engenharia Química seria a opção melhor relacionada, porque teria Física, Química e Físico-Química. Nunca me interessei em fazer um estágio, mas era obrigatório e fui para a CAENE (Companhia de Águas e Esgotos do Nordeste). Acabei fazendo um projeto completo para uma estação de tratamento de água para uma cidade escolhida, usando as informações disponíveis na empresa. Na verdade, meu interesse era acadêmico e estimulado por Hanns (turma de 71) fui ensinar Física no ESUDA. Por indicação do professor Euler Maia fui ensinar Química Industrial e Operações Unitárias na Universidade Católica. Meu pai queria que eu fosse fazer pós-graduação na França, onde ele havia ido estudar sobre polímeros para o projeto da COPERBO, mas Ricardo Ferreira havia retornado de um período nos Estados Unidos e participava da implantação de um mestrado em Química na UFPE. Ingressei no mestrado e inicialmente pensei trabalhar com Carlos Edison Lopes, que me havia ensinado matemática, e seria um projeto de engenharia química (reatores). Mas com um ano o programa de mestrado começou a apresentar algumas fragilidades e Ricardo decidiu ir embora, até já tinha saído no Diário Oficial do Estado de São Paulo sua contratação pela UNICAMP. Nesse momento estava sendo implantada uma pós-graduação em Física, com mestrado e doutorado, liderada pelo Professor Sérgio Rezende, trazido da PUC do Rio de Janeiro e fizeram o convite para Ricardo se juntar à equipe e liderar a formação de um grupo de pesquisa em Física Atômica e Molecular. Ricardo reuniu os alunos do mestrado e disse que estava indo para a Física e quem quisesse acompanhá-lo seria aceito pelo programa de pós-graduação em física. Defendi o mestrado em Química sob a orientação de Ricardo e ingressei no doutorado em física para ser orientado por Gilberto Sá, químico inorgânico com doutorado pela USP. Ingressei por concurso no Departamento de Física em 1985, ensinei Física Geral 1,2, 3 e 4, Estrutura da Matéria 1 e 2. Mecânica Quântica 1 e 2 e Física Atômica e Molecular e coordenei a graduação em física. Em dezembro de 1982 criamos o Departamento de Química Fundamental. Passei dois anos na Califórnia (CALTECH) e ao retornar mudei de departamento e assumi a chefia deste. Na química ensinei Química Geral 1 e 2, Físico-Química 13 e 14, Química Inorgânica 11 e 12, Química e Teoria de Grupos, Química Quântica, Química Inorgânica Avançada, Tópicos de Química Moderna, Química Inorgânica L1 e História da Química. Em 1989 implantamos um novo programa de pós-graduação, com mestrado e doutorado. Conseguimos trazer para o departamento financiamentos de grande porte que permitiram conduzir esta pós-graduação ao reconhecimento do padrão internacional pela CAPES. Durante minha carreira fui ainda coordenador da pós-graduação, vice-diretor do centro, pró-reitor acadêmico, diretor científico da FACEPE, coordenador da área de química da CAPES, membro do comitê assessor do CNPq e coordenador da graduação em engenharia biomédica, curso que criamos em 2002. Formei três mestres e três doutores, publiquei trinta e oito artigos, três deles bastante citados na literatura internacional. Hoje estou sem fazer nenhuma atividade remunerada. 52


Ano de entrada na Escola – 1967

CARLOS ALFREDO SOUSA DE MELO Sou natural de Natal – RN, mas vim morar no Recife aos 2 anos de idade. Estudei no Ginásio Bandeirantes em Casa Amarela e Colégio Americano Batista. Fiz o cursinho da Escola de Química no ano de 1966 na rua Dom Bosco, tendo como professores Kramer, Jason Dorta, Abílio. Desde cedo senti uma atração pela Química, pelas transformações que ela proporcionava e lia muitos livros paradidáticos relacionados ao assunto. Meu primeiro emprego foi na Elekeiroz em Igarassu, onde fiz o estágio curricular obrigatório, onde Darlan e Adauto eram empregados. Depois trabalhei na PETROBRAS no Departamento de Engenharia, na Ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini em Canoas - RS, construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe, Lubrificantes de Fortaleza e construções do Polo de Guamaré - RN. Após minha aposentadoria trabalhei em Suape, inicialmente em obras da TRANSPETRO e depois na construção da Refinaria Abreu e Lima. Fiz formação em Coaching, que também lida com transformações, e atualmente trabalho nessa área, atendendo estudantes, profissionais e aposentados. Meus hobbies prediletos são fotografia e escrever, principalmente crônicas.

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Ano de entrada na Escola – 1967

HANNS HEINRICH WEBER Nascido em Recife, em 13 de junho de 1947. Gostava de experimentos químicos, mas não de estudar química, por acha-la, muito decorativa. Nesta época estava me preparando para o vestibular de Medicina. No início do terceiro ano, houve uma troca de professor de Química e, praticamente abandonei todo um colegial feito especificamente para Medicina e enfrentei a Matemática, a Física de Engenharia e pedi à proteção divina, pois tinha que enfrentar uma tal de Geometria Descritiva. Praticamente, tudo novo. O professor de Química em questão era o hoje Urologista, Dr. José Aureliano, que frequentava o Cecine de manhã e nos dava aula no turno da tarde, trazendo um monte de novidades como Modelo Orbital, Ligações Sigmas e Pi, Ressonância, etc... que ele professor tinha acabado de aprender. Mas, para mim a química deixava de ser só decoreba. Fiz o cursinho da Escola Superior de Química no ano de 1966 na Rua Dom Bosco, tendo como professores, entre tantos, Arnaldo, Jason, Abílio e Kramer em Química Orgânica, que passou a ser, a melhor parte da Química, sendo, no entanto, para muitos uma disciplina extremamente decorativa. Mas eu criava mecanismos de reações e interpretações para determinadas situações. Com a amizade com Kramer, fui convidado pelo mesmo, para ser monitor no Curso ESUDA onde ele lecionava. Eu dava práticas de reações químicas aos sábados à tarde, Kramer, no ano seguinte foi para o União Curso quando passei a substituí-lo Em 1967, prestamos o vestibular. Toda estrutura dos vestibulares anteriores tinha se modificado. Agora as questões eram de múltipla escolha. Prova tipo teste. Nosso treinamento foi na base da boa vontade dos professores e de uma verdadeira peregrinação por diversos cursos de inúmeros professores. Prof. Gesteira de Geometria Descritiva esta fundamental. Tinha o Curso de Bulhões de Química, Araújo de Matemática, Elzo de Física, etc... Recebemos a denominação de REMANEJÁVEIS 54


devido as reprovações no vestibular, que exigia nota mínima por disciplina, 4,0 e média geral de 5,0. Só 9 alunos passaram direto, para os cursos de química. Mas conseguimos passar pelos 5 anos do curso de Engenharia Química, formando-me em 1971. Eu tinha adquirido o vírus de lecionar. Realização para mim era estar numa sala de aula com alunos pré-vestibulandos. E isso eu faço desde então apenas com uma pequena interrupção, nos anos 1979/80 quando recebi uma Bolsa de Estudos da CARL DUISBERG GESSELSCHAFT para uma pós-graduação na Alemanha, no INSTITUT FÜR FILM UND BILD IN WISSENCHAFT UND UNTERRICHT, em Produção de Recursos Audiovisuais em Educação. Professor, Coordenador, Sócio de diversos colégios e cursos pré-vestibulares, autor de inúmeras apostilas e coleções de químicas.

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Ano de entrada na Escola – 1967

IVAN MAURO FALCÃO QUARESMA Eng. Químico da turma formada em 1971. Paraibano de J. pessoa, estudei nos Colégios Santa Catarina, Anchieta e Nóbrega do Recife. Experiência profissional e Colegas Engºs. Químicos/Químicos Industriais no exercício da profissão: Fiz estágios no ITEP da Av. Conde da Boa Vista com Eng. Suzana Martorelli, juntamente com o colega Hamilton Lima e na ELEKEIROZ NORDESTE com os químicos Gerson Darlan, Adauto Pereira e Carlos Alfredo Melo. Na PAFISA com os colegas Carlos Hipólito Selva e Alberto de Souza. Em seguida, Alimonda Irmãos. O gerente era Armando Cantinho e os companheiros de trabalho, Silvio Gomes de Matos e Francisco Vital Guerra Luna Freire. Naquela ocasião, fui convidado para trabalhar na FIAT LUX com Roberto Queiroz Carneiro de Albuquerque. Trenei para meu lugar o colega Tarcísio Calábria Veiga. Ingressei na Indústria Votorantim em 1977, mais precisamente, na Companhia de Cimento Portland de Sergipe, cujos diretores industriais eram Inaldo Gueiros Leite, depois, Marcelo Aguiar e o diretor técnico, Euzébio Munhoz Shoeen. Trabalhei por aproximadamente 20 anos e participei de todas as Coligada Nordeste: Aracaju (CCPS), Sobral - CE (CCCP), Caaporã - PB (CIPASA) e Paulista - PE (CCPP) POTY, quando me aposentei. Após aposentadoria, trabalhei para Cimento Brasil no Cabo de Santo Agostinho. Em seguida, abri uma firma de Engenharia Química e prestei serviços para algumas fábricas aqui na região. Tenho três filhos, Adriana (médica), Andrea (Advogada) e Mauro falecido quando estudava no último ano do curso da Ciência da Computação na UFPE. Minhas netas são: Maria Luiza e Maria Clara.

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Ano de entrada na Escola – 1966

ANTÔNIO CARLOS PRÍMOLA DE PAIVA (BEQUINHO) Praticamente durante toda a minha vida profissional trabalhei com representações de produtos químicos para o setor de açúcar e álcool. Hoje estou aposentado, Nadjane minha mulher é arquiteta e trabalha na prefeitura do Recife e tem escritório. Moro há mais de 40 anos em Boa Viagem. Tenho 02 filhos e 02 netos.

Ano de entrada na Escola – 1968

BARBARA MELAZZI Como estudante, fiz estágio na fábrica de tecidos Senhor do Bonfim em Estância SE, no Instituto do Açúcar e do Álcool em São Paulo capital e em Alimonda Irmãos S/A em Recife – PE. Ensinei Química em todo o curso profissionalizante do Estado de Pernambuco. O que me levou a fazer química foi o fascínio por laboratório. Profissionalmente fui Gerente da Sintetisa LTDA, Analista de projetos industriais da SUDENE e representante da SUDENE como coordenadora no Estado da Bahia. E hoje sou sócia / diretora da Caso a Caso consultoria na BA. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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Ano de entrada na Escola – 1967

FRANCISCO MARLETTI Nascido em 28/09/44 em Recife. Formado em Química Industrial em dezembro de 1971. Estágios: INSTITUTO DE ENERGIA ATOMICA/ Divisão de Engenharia Química; SINTEQUIMICA DO BRASIL LTDA; INSTITUTO DE ANTIBIOTICOS Trabalho: SINTEQUIMICA DO BRASIL LTDA / Gerente de Produção; COMPANHIA GERAL DE MELHORAMENTOS EM PERNAMBUCO / Gerente; UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO / Professor Colaborador; PERNAMBUCO QUÍMICA S/A / Químico Industrial; QUIMICOM INDUSTRIAS LTDA. / Químico Responsável. BOLSISTA: CENTRO DE STUDIO PER LA CHIMICA DEI RICETTORI E DELE MOLECULE BIOLOGICAMENTE ATTIVE / Via dela Pinetta Sacchetti 644 – 00168 - ROMA TRABALHOS: (+) Epicatechin from Palmae - Phytochemistry,15,443(1976); Coumarins do Hortia Arbolrea (Rutaceae): Hortiline and Hortiolone - Gazzetta Chimica Italiana.106,681(1976); Diterpenoid Quinone of Hytia Fructicosa(Labiatae) Gazzetta Chmica Italiana, 106, 119 (1976); Isolation and Structure of Longistilines A.B.C and D new Prenylated Stilbenies from Lonchocarpos Lloydia, 40, 201(1977).

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Ano de entrada na Escola – 1967

TITO FLAVIO Entrei na Escola de Química em 1967 e saí em 1971, comecei a trabalhar na indústria de azulejos (Grupo Brennand), onde encontrei Aníbal Carnaúba que trabalhava no controle de qualidade, e eu na produção; nesta época começou a produção de pisos cerâmicos no Brasil, em substituição aos tradicionais mosaicos. Saindo da Brennand, fui para Exxon Chemical, onde fiquei 16 anos trabalhando com solventes para indústria de tintas, thinner, extração de óleos vegetais, diluentes de reação, aditivos para óleos industriais, entre outros, atendendo toda área norte e nordeste do país, e só saí quando a Exxon deixou o Brasil. Junto com o pessoal da Norcola (fábrica de colas e tintas em Camaragibe), montamos uma torre de destilação para óleo de fuzel aproveitando o álcool isamílico e uma mistura de álcoois para produção de acetato, para indústria de tintas e vernizes. Após a Norcola, montei a primeira fábrica de argamassa do Norte e Nordeste e hoje trabalhamos com aditivos químicos para fabricantes de argamassa cimentícia e gesso e temos um laboratório para ajudar nossos clientes na formulação dos produtos e acompanhamento de performance.

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Ano de entrada na Escola – 1968

ZELYTA PINHEIRO DE FARO Sou da turma de químicos industriais que colou grau em 1971. O que me levou a me diplomar em Química foi gostar de trabalho de laboratório. Estagiei no Cotonifício Capibaribe. Trabalhei na Fundação de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) no laboratório de Bromatologia de setembro de 1972 a dezembro de 1974. De 1975 a agosto de 2006 trabalhei como docente no Departamento de Nutrição da UFPE no Campus Recife. Continuo trabalhando como docente na mesma instituição desde agosto de 2006, lotada no Núcleo de Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão.

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ENGENHEIROS QUÍMICOS 1972 Aureliano Leôncio de Albuquerque Filho Benedito Bezerra de Alencar Carlos Alberto Pedrosa Celio de Correa Mendes Clodoardo Gomes da Silva Fernando Guilhobel Rosas Trigueiro Francisco de Assis Brito Gilberto Camelo de Siqueira Gildo dos Santos Lima João Batista Nunes Jose Augusto Gomes Dantas Jose Cesar de Souza Jose Joaquim Dias Fernandes Jose Olímpio de Resende Pereira Jose Urbano da Costa Carvalho Luiz Carlos Guedes Pereira Marco Antônio de Siqueira Alves Marcos Ademar Siqueira Margarida Maria dos Anjos Magalhães Maria Pia Marques de Souza Mario Lugo Vieira Naira Maria Carneiro Barreto Cruz Odil de Azevedo Dantas Paulo Fernando Correia de Araújo Almeida Raimundo Jose Pantaleão Câmara Sebastião Jose de Oliveira Teodoro Tocantins Tito Luiz da Costa Evaristo Monteiro Zilda Luís Maria

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QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1972 Ana Rosa Dias Martins Maria Ângela Pacheco de Vasconcelos Claudio Lacerda de Larrazabal Milton Didier Lyra Gilvanete Machado de Souza Nelia Freire Caldas Gloria Maria de Souza Vera Soares de Avelar Ivone Batista Marinho Vandick Medeiros Ferreira Ligia Maria Vilar Campos Zélia Maria Gadelha Costa

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Ano de entrada na Escola – 1969

CLAUDIO LACERDA DE LARRAZÁBEL Formado em Química Industrial em 1972. Fiz estágio na Agroindustrial de Igarassu. Trabalhei no Grupo Votorantim, Grupo Klabin, Grupo João Santos Atualmente química da Valença Produtos Químicos e Moinho Petinho. Solteiro.

Ano de entrada na Escola – 1968

JOSÉ AUGUSTO DANTAS (GAGUINHO) Segundo filho de pais que migraram do interior do Rio Grande do Norte para Recife na década de 40, foi nessa cidade que nasci 08/01/1949, na antiga maternidade do Derby. Cursei o ginásio no Colégio Moderno no Bairro de Afogados, finalizando o curso em 1964. Posteriormente cursei o científico no Colégio Salesiano finalizando em 1967. Em 1968 prestei exame vestibular para Engª Química da UFPE sendo aprovado, após recurso, para preenchimento das vagas. Em 1972 colei grau no GERALDÃO (colação coletiva para todos os cursos da UFPE) onde ficamos com nossos pais nas NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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arquibancadas do estádio (não podia ter sido pior). Durante o curso de Engª Química fiz estágios no Instituto de Antibióticos da UFPE, IPEANE, Usina Barão de Suassuna, Refinaria Landulpho Alves e por último na Elekeiroz do Nordeste. Nesse período, através de bolsa de trabalho, trabalhei na antiga SANER na Estação de Tratamento D´Água do Alto do Céu em Beberibe - Recife. Como profissional, exerci a função de Chefe de Turno (1973 a 1974) na Elekeiroz do Nordeste Ind. Químicas S.A., posteriormente me transferi para a Salgema Ind. Químicas (1974 a 1977) onde exerci as funções de Supervisor de Operação e Chefe de Setor. De 1977 a 1978 na Aracruz Celulose exerci a função de Assistente do Gerente das Plantas Químicas. Em 1978 retornei para a Salgema onde permaneci até o ano de 1994, nesse período exerci as funções de Engº de Processo, Chefe de Operação e Gerente Industrial. Nesse período exerci também a função de Superintendente Industrial da ALCLOR (empresa controlada pela Salgema). Desde o ano de 1994 até a presente data, venho exercendo atividades de consultoria através da minha empresa Celsius Engª Ltda (sou Eng. químico até hoje). Nas horas vagas ando de bicicleta na bela orla de Maceió, e leio bastante sobre as guerras, ficção cientifica e artigos sobre o entendimento do tempo e física das partículas. Nos fins de semana, não dispenso a ingestão de derivados alcoólicos (qualquer um). Casado há 40 anos com Izadora, e pai de Ana Luiza, Ana Cecilia e Guilherme, residindo há 43 anos em Maceió - Al. Deixo meus agradecimentos aos eternos colegas da Escola de Química da UFPE que me ajudaram durante o curso.

Ano de entrada na Escola – 1968

CARLOS ALBERTO PEDROSA Recifense, nascido em 17 de maio de 1948, casado com Roséli, Médica. Namoramos desde às 11:45h do dia 28/10/1966 e pai de Daniela Moraes Pedrosa. Fiz curso de Tecnologia do Açúcar na Escola de Química da UFPE. Pedrosa Consultoria Açucareira Ltda. Em 30/11/1999 criamos a Pedrosa Consultoria Açucareira Ltda., para a execução de Projetos, Consultoria e Assessoria no Setor Sucroalcooleiro, inicialmente com sede em Recife, Pernambuco e em 2003 nos transferimos para a Cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Temos e continuamos Assessorando e Executado Projetos em cerca de 120 Clientes em todo Brasil e nos Países: México, Guatemala, Panamá, Venezuela, Nicarágua, Colômbia, Bolívia, El Salvador. 64


Temos ministrado Cursos e Palestras no Brasil e no Exterior. No Brasil participamos como Palestrante nas Usinas e principalmente na STAB, UDOP, SINATUB PROCANA, GEGIS, etc. Trabalhei nas seguintes empresas/grupos: Grupo Othon Bezerra de Mello - Superintendente de Produção; Usina Central Barreiros S/A - Barreiros – Pe; Usina Santo André do Rio Una - Rio Formoso – Pe; Cia. Açucareira Norte de Alagoas - Porto Calvo – Al; Usina Trapiche - Gerente de Produção - Sirinhaém – Pe; Refinaria de Açúcar do Norte - Superintendente Industrial - Prazeres; Destilaria R.S. - Superintendente Industrial - Sidrolândia - Mato Grosso do Sul; Grupo Votorantim - Gerente Geral / Gerente Industrial Usina São José Igarassu – Pe; Grupo João Santos - Superintendente Industrial; Usina Santa Teresa S.A. Goiana – Pe; Usina Itajubara S.A. - Coelho Neto – Ma; Usina Trapiche S.A. Sirinhaém – Pe; Usina Santa Teresa S.A. - Goiana – Pe; Usina Petribú S.A. - Lagoa de Itaenga – Pe; Colégio Técnico Professor Agamemnon Magalhães - Professor de Química e Desenho - Recife - Liquid Carbonic Indústrias S.A. - Desenhista – Recife.

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Ano de entrada na Escola – 1968

FERNANDO GUILHOBEL ROSAS TRIGUEIRO Nascido em 26 de novembro de 1949 em Recife -Pernambuco. Estudei no Grupo Escolar Maciel Pinheiro, Leão XIII e no Colégio Nobrega. Graduação em Engenharia química na turma de 1972. Enquanto estudava, lecionava matemática no Colégio do Hipódromo. Fiz meu primeiro estágio na Apromom em São Paulo, posteriormente na Elekeiroz do Nordeste (indústria petroquímica), onde ao final do curso fui contratado como Engenheiro de turno. Posteriormente fui para a Tintas Coral do Nordeste onde exerci o cargo de Gerente de resinas e posteriormente Gerente de produção, permanecendo até 1976, de onde sai para fazer o curso de Formação de CONSULTORES pela Dauphine Université Paris. Posteriormente fui para o NAI - Núcleo de Assessoria Industrial de Pernambuco (hoje SEBRAE) onde exerci vários cargos, até fundar minha própria empresa em 19-06-1989. Me especializei em Supply Chain Management pela Nottingham Business School, fiz o mestrado na UAM - Universidade Autônoma de Madri em Planejamento e Gestão Organizacional com foco na área de Logística e Gestão empresarial. Em 1986 fiz o concurso da FESP, hoje UPE, onde assumi o cargo de Professor assistente lecionando as disciplinas de Administração de materiais, Gestão da produção e Gestão da Qualidade nos cursos de Administração (Graduação) e Pós-graduação. Atualmente coordeno o MBA em Logística empresarial da FCAP/UPE. Tenho como hobbies prediletos colecionar miniaturas de carros e curtir meus netos. Minha empresa, a Focus Consultoria e Treinamento tem como missão proporcionar o desenvolvimento e a prosperidade das organizações através de ações de Consultoria e Treinamento. 66


Ano de entrada na Escola – 1968 MARIO LUGO VIEIRA Gostei da química quando fiz o científico. Cheguei a cursar o curso de Licenciatura em Matemática na Universidade Católica de Pernambuco até o terceiro ano, mas não me formei, porque passei no concurso da Petrobras. Sempre gostei de informática também (fiz concurso IBM). Ao longo da carreira incentivei ao extremo seu uso. Trinta e cinco anos de experiência em engenharia de processo de petróleo, incluindo planejamento e programação da produção de refinaria de petróleo. Experiência inclui, também, gerenciamento dos departamentos de tecnologia dos processos, gerenciamento do departamento de Programação da produção, gerenciamento do departamento de elaboração e controle orçamentário, tecnologia da Informação e avaliação de desempenho das refinarias da área de refino da PETROBRAS. Gerente Geral de uma refinaria com capacidade de processamento de petróleo de 300.000 barris/dia e 32 produtos durante quatro anos. Diretor Técnico/EPC para instalação de uma termoelétrica de cogeração em Ciclo Combinado de 190 MW através de um contrato de EPC durante cinco anos. Experiencia de cerca de 10 anos no gerenciamento do planejamento Empresarial da Companhia de Gás da Bahia – BAHIAGAS. Atualmente estou aposentado e residindo na Bahia.

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Ano de entrada na Escola – 1968

NAIRA MARIA CARNEIRO BARRRETO CRUZ Casada com Luciano, passando a se chamar Naira Maria Alves Pinto. Formada em Engenharia Química na turma de 1972. Trabalhei como professora no Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco, lecionando as disciplinas de Química Analítica Quantitativa e Química Experimental para os diversos cursos da referida Universidade. Casada desde março de 1973, tive 03 filhos: Rodrigo, médico Oncologista Clínico, Christiano, cirurgião dentista, com especialização em Implantes dentários e Carolina, formada em Administração de Empresas, com especialização em gestão pública. Trabalho na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de PE.

Eng. Química, turma 1972

JOÃO BATISTA NUNES Trabalhei durante 30 anos no Polo Petroquímico de Camaçari, última empresa Petrobras. Fiz ainda Economia, Eng. de Segurança e pós-graduação em gestão empresarial, marketing e gestão de pessoas. Sou casado com a mesma mulher desde 1973, 05 filhos (3 mulheres - 01 dentista,02 advogadas, 02 homens - 01 engenheiro e o outro Major do Exército). Estive a trabalho nos Estados Unidos, México, Medellín na Colômbia e no Japão, entre outros.

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Ano de entrada na Escola – 1969

IVONE BATISTA MARINHO Nasci e vivi sempre em Recife. Como sempre me identifiquei com a área de exatas decidi fazer química. Logo que terminei o curso em 1972 fui indicada por um professor da faculdade para uma fábrica em Belo Jardim interior de Pernambuco, não a Acumuladores Moura, mas sim uma outra indústria de um primo da Moura, que me propôs trabalhar nas duas fábricas, iniciei em janeiro/73, mas dois meses depois fui contratada somente pela Moura e fiquei lá até me aposentar com os vinte e cinco anos. Durante o tempo que estive na Moura fiz vários cursos de graduação, como engenheira econômica e quando estava para me aposentar fiz um curso de pós-graduação em comércio exterior. Logo que fui aposentada fui convidada pela diretoria a montar um escritório para trabalhar para eles nessa área. Criei uma empresa Marinho Consultores, exclusivamente, para fornecer serviços a Moura e fui despachante aduaneiro durante dez anos. Em 2004 deixei a empresa com meus sobrinhos e viajei como voluntária para Moçambique na África como missionária. Passei dois anos em uma missão em uma zona rural, onde havia colégio e dei aulas de informática. Depois voltei ao Brasil e retornei em 2008 também para Moçambique onde permaneci até novembro/2010. Atualmente moro em Gravatá, mas faço um trabalho voluntário na Província Carmelitana Pernambucana na área financeira.

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Ano de entrada na Escola – 1967

VANDICK MEDEIROS FERREIRA Natural de Santa Luzia – PB. Nascido em 05 de agosto de 1944. Casado com Ligia, médica pediatra. Tenho uma filha chamada Sandra, formada em História e Direito, casada com Mateus. Dessa união nasceram meus netos: Carlos Eduardo com 10 anos e Anna Ligia com 8. Fiz química por curiosidade e queria saber como e porque aconteciam certas transformações. Fiz estágios na Escola de Química da UFPE no Laboratório de análises com prof. João Pedro, na Coca Cola no Recife e na SAGON extração de óleo de coco em João Pessoa. Estagiei também no Centro de Energia Nuclear com o prof. Machado fazendo análises radio químicas da água (8 meses). Trabalhei na POLINOR (Matarazzo), com fio e fibra de poliéster em J. Pessoa - PB, no Laboratório de Análises Minerais da UFPB em Campina Grande, como professor de Química Analítica para os alunos de Eng. de Minas da UFCG. Cursei Mestrado em Geologia de Minas e fui professor orientador do curso de Eng. de Minas no tocante a Química Analítica Mineral. Fui Químico do laboratório GENOR – gemas do nordeste da UFCG. Em 2014 fui aposentado e me tornei um vagabundo profissional. Foi o meu pior emprego.

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Ano de entrada na Escola – 1964

MILTON DIDIER LYRA Natural de São José da Lage Alagoas. Local de nascimento Usina Serra Grande. onde o pai Dr. Aryl Pontes Lyra era químico industrial. Nascido em 08.04.1941. Estudou o curso primário na Usina Serra Grande. Secundário em São José da Lage Científico no Colégio Salesiano e no Carneiro Leão. Formou se em Química industrial pela UFPE em 1973. Casado com a médica patologista Maria da Conceição Aguiar Lyra. Pai de dois filhos Aryl Pontes Lyra Neto e Isabela de Aguiar Lyra (falecida). Estagiou como estudante de Química no ITEP e na ASTEP. Contratado pela CPRH no ano de 1975 como químico industrial trabalhando nos setores de Laboratório de Águas e Resíduos Industriais e posteriormente na Fiscalização e Controle Ambiental das Indústrias de PE. Nesse período participou de vários trabalhos científicos na área de poluição atmosférica provocada por veículos automotores orientado pelo eminente Professor da UFPE Dr. Adauto Teixeira, publicados em revistas periódicas. No ano de 2005 aposentou se afim de poder exercer atividades particulares agropecuárias.

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ENGENHEIROS QUÍMICOS 1973 Alberto Falcone Filho Ângelo Mario de As Bomfim Antônio Florêncio de Melo Celso Pinto de Melo Cicero Inácio da Silva Divanildo de Oliveira Ramos Djalma Sodré da Mora Filho Domingos Ferreira da Costa Azevedo Eduardo Doria Silva Edvaldo de Lemos Araújo Geraldo Sampaio Morais Holmes Vicenzi Junior Ideildo Rezende de Luna João de Andrade Barbosa Jose Airton Andrade Feitosa Jose Clementino de Melo Jose Gomes de Freitas Filho Jose Ivan Dutra Jose Silvio de Araújo Almeida Josimary Vital de Araújo Kezia de Carvalho Monteiro Laura Maria Acioly de Lucena Lucia Gonçalves de Carvalho Luciano M Valença Luiz Carlos de Lima Manoel Joaquim C de Barros Marcos Otavio de Borja Castro Maria Cândida Portela Ferreira da Costa Maria da Conceição A. de Siqueira Maria Neise Maia Urbano Mario Fernando de A Pinto Mario Maranhão Pessoa Nadya Maria Coelho Tavares Oduvaldo Araújo de Lira Paulo Clebert Costa Ricardo Ubertino Rosso Ronaldo Hamilton Ramos e Silva Valdirio Pedro da Silva Vanildo Neves de Araújo Walter Rocha da Silva 72


QUÍMICOS INDUSTRIAIS 1973 Ana Helena Leobaldo C. Pessoa Ana Lucia Pereira Resende Benedito Marcolino da Silva Clécio Renato Rios Ribeiro Doraci Muniz Ramos da Rocha Dulce Maria Ribeiro de Brito Eleonora Maria Beltrão Pereira Eliane da Silva Morais Eudenir Veras de Carvalho Evine Maria Silva Fernandes Fernando Paulo Freitas da Silva Helena de Souza Leal Helena Rocha T. de Albuquerque Jose Bento de Oliveira Filho Lucio Flavio Vieira Costa Magnólia Cavalcanti de C. Lima Maria Amélia Ribeiro Costa Maria das Graças Paes Vieira Maria de Fatima S. Ventura Maria Izabel Paes de M Costa Maria Jose de Oliveira Maria Olímpia Medeiros da Silva Naércio da Costa Maciel Neire Rossiter Chaves Pedro Hamilton Pacheco Romeu Manoel de Araújo Roustaing Regadas de Carvalho Vera Maria Soares

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Ano de entrada na Escola – 1970

CELSO PINTO DE MELO Doutor em Física (1980) pela Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, mestre em Física (1975) e graduado em Engenharia Química (1973), ambos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pós-Doutorado – Massachuse tts Institute of Technology, MIT, Estados Unidos. No ano de 1986-1987 foi Fulbright Senior Visiting Scholar junto ao Departamento de Ciência de Materiais do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge, EUA. Professor Titular da UFPE e Pesquisador 1-A do CNPq, em seu grupo de pesquisas desenvolve linhas de trabalhos experimentais voltadas para a preparação de amostras de polímeros condutores e multicamadas orgânicas, e medida de propriedades de transporte de filmes poliméricos e sua caracterização espectroscópica. Recebeu da Presidência da República do Brasil a Comenda (2002) e a Grã-Cruz (2009) da Ordem Nacional do Mérito Científico, por suas contribuições nas Ciências Físicas e, em 2007, a Comenda da Ordem de Rio Branco.

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Ano de entrada na Escola – 1970

FERNANDO PAULO FREITAS DA SILVA Fernando Paulo Freitas da Silva, 67 anos, nascido em Recife, Pe, em 01/04/1950, casado, três filhos, quatro netos. Formado químico industrial pela Escola de química da UFPE em 1973. Trabalhei nos setores sucroalcooleiros, tratamento de água e de efluentes industriais e sanitários, atuei também no magistério. Atualmente aposentado de direito, mas não de fato, exerço a superintendência do núcleo de resíduos sólidos do consórcio Portal sul, que abrange os municípios do litoral sul de Pernambuco. Ocupo a cadeira de número cinco da academia pernambucana de química (APQ), cujo patrono é o professor Clélio Gouveia. Tenho curso de pós-graduação em Comércio Exterior.

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Ano de entrada na Escola – 1970

DOMINGOS FERREIRA DA COSTA AZEVEDO O que me motivou cursar Engenharia Química decorreu de, quando na minha infância e adolescência, passar as férias em uma usina de açúcar, cujos sócios eram o meu pai e seus seis irmãos, e quando eu entrava na indústria, ficava empolgado com a grandiosidade e complexidade dos equipamentos, e do processo entre a matéria prima e o produto acabado. Formei-me em 1973. Durante parte do período da Faculdade, fiz estagio no laboratório de análises químicas do Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco – ITEP, e na Refinaria de Petróleo, Presidente Bernardes, em Cubatão –SP. No ano em que me formei, fiz o curso opcional anual de “Tecnologia de Açúcar”, com os nossos professores Raymundo Falcão, e Sebastião Beltrão de Castro, tendo nas férias de julho, feito estágio na maior produtora de açúcar do país, a Usina da Barra, em São Paulo. Fiz também o Estágio Semestral Curricular Final, na Usina Jaboatão, cujo Diretor Presidente, era o Dr. Guilherme Martins de Albuquerque Filho, Professor e Diretor da nossa Escola de Química, que me contratou em sequência ao estágio, tendo lá exercido as funções de Químico Auxiliar, Químico Responsável, e Gerente Industrial. Em seguida, trabalhei na Usina São José, como Gerente Industrial, e depois na Usina Trapiche, como Diretor Gerente, quando adquiri uma área rural (bruta), no Estado do Piauí, para implantação de atividade de pecuária e caju-cultura. Em 1985, herdei do meu pai, uma propriedade rural em Nazaré da Mata, PE, época em que parei a minha atividade como químico, para gerir as atividades rurais próprias, aqui e no Piauí, tendo também iniciado uma atividade de comercialização de açúcar de usinas de Pernambuco, para os Estados do Nordeste e Pará, encerrando essa atividade no final de 2011.

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Ano de entrada na Escola – 1969

ODUVALDO ARAUJO LYRA Sempre gostei de ver os processos industriais, onde se parte de uma matéria prima e conclui no final com a geração de produtos. Em 1968, quando estava concluindo o curso científico e Curso de Química era a menos concorrida no vestibular para se testar como experiencia, fui aprovado e conclui meu curso em 1973. Estágios no tempo da Escola – Refinaria do açúcar Estrela na rua da Aurora, Laboratório de raçoes para criação de aves de Carpina, Usina Capricho em Alagoas, cursou Tecnologia de Açúcar, com prof. Beltrão e Raimundo Nonato. Nas atividades profissionais fui Químico de produção de açúcar na Usina Frei Caneca, em Maraial – PE, Usina Ouricuri em Alagoas, Usina São José em Igarassu, Usina Velha, participou da montagem da usina nova... usina Caeté, em Alagoas, em Miguel dos Campos, onde cresceu na vida profissional. Passou a ser gerente industrial por um período e iniciou a elaboração de projetos nas ampliações das unidades da Usina Cachoeira. Fiz o projeto da Fábrica de açúcar na Destilaria Marituba, em Igreja Nova - AL. Fui fazer o projeto da nova Fábrica de Açúcar e Álcool em Conceição das Alagoas em Minas Gerais. Neste projeto iniciamos do zero em uma área de terra acidentada cuja ideia inicial era um projeto para moer 3 milhões de toneladas de cana na safra final determinando as áreas do leiaute nas dimensões exatas para iniciar uma pequena destilaria e no futuro o crescimento da produção do álcool e instalação do processo de açúcar com geração de energia para uso próprio e venda a concessionaria. Ao final da instalação da refinaria e sua produção, tive problema de saúde onde tive que me afastar. Após essa experiência, passei uma safra e meia dando assistência à Destilaria Roteiro e Usina Peixe em Alagoas. Infelizmente devido a problema de saúde tive que parar como Químico de Usina e fui administrar uma franquia dos Correios em Maceió, durante 13 anos. Tenho um filho que é Eng. Químico trabalhando no grupo Caeté em Paulicéia – SP e tenho uma neta paulistana. Atualmente vivendo de aposentadoria. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 1

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EXTERMPORANEOS FREDERICO JOSÉ DA COSTA MARTINS Formado no ano de 1974 em Engenharia Química. Fez estágios na Lonex lonas de freios, Usina Nossa Senhora do Carmo, Usina Cupim Estado do Rio, Usina Petribu. Profissional da Usina Sta. Tereza, Usina Estreliana, ITS empresa de certificação, responsável de Alagoas ao Rio Grande do Norte, Usina Laranjeiras em Vicência PE e Usina Olho d’água. Casado, tem 3 filhos Rodrigo, Bruno e Maria Eduarda e 3 netos Rafael, Henrique e Lara.

JOSE SIDNEY DE BARROS COELHO Sidney concluiu seu curso em 1958. Natural de Recife, irmão da nossa colega Rosa, queria fazer Engenharia, mas por influência do Ivan Leôncio, seu primo, resolveu fazer química. Foi a primeira turma de Eng. Química. Teve como professores Washington Amorim, Newton Maia, Dóris Loureiro, Celia Salgado, Eleumar Martoreli, Gondim, José Norberto, Ricardo Ferreira, Guilherme Martins, cujo assistente era Mario Gesteira, Mario Tavares, Luís Freire, cujo assistente era Sidrack Cordeiro, Jose Otamar, Jacirema Bandeira, Maria Helena, Rafael Sener, Ivan Leôncio de Química Orgânica, Paulo Osório, Paulo Duarte e Vicente entre outros. Foi presidente do Diretório Acadêmico. Estagiou nos Estados Unidos como estudante e na Itália já como pesquisador. Nessa época a Escola de Química era na rua Dom Bosco. Foi pesquisador Instituto de Antibióticos no tempo de Osvaldo Gonçalves de Lima. Trabalhou lá por 35 anos.

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CAPÍTULO 2

NOSSOS CAUSOS


“Certa vez fui “obrigado” a aprontar uma com o mestre Gesteira. Estávamos numa prova de Química Orgânica II, conduzida por um dos seus assistentes e Gesteira entrou na sala de aula com um molhe de capim, e nos ofereceu. Eu aproveitei uma piada conhecida na época e falei sem pestanejar: Isso foi o que sobrou, professor? A turma deu uma boa gargalhada. Ele perguntou quem disse e eu não me denunciei. Até hoje os colegas que estavam na sala comentam aquele momento”, narrou Carlos Alfredo, que, durante a preparação para o vestibular assistiu aulas de Geometria Descritiva com o filho dele, arquiteto Nelson Gesteira, muito competente por sinal. A piada muito conhecida era a cena em que um professor fazia prova oral com um aluno e em determinado momento falou para o bedel: “Traz um molhe de capim aqui”. Prontamente o aluno falou: “e pra mim, um cafezinho”! Liliana disse que “no vestibular perguntaram para mim e outra colega se éramos filhas de Fulano de Tal. Isso na hora da prova. Lógico que não era, mas a que era realmente, passou na segunda chamada e se formou comigo. Esse negócio do vestibular sempre me revoltou. Minha amiga, era colega de ginásio e colegial, formou-se em Química pela UNICAP. O nome dela é Cleide, não sei se conheceu. Ela também foi confundida com a tal que foi protegida. Ela também trabalhou no Instituto de Física e saiu de lá com problemas de anemia.” Bartolomeu diz: “tenho na memória alguns casos que testemunhei... “No vestibular, na prova de Orgânica, fomos recolhidos às salas enquanto os professores faziam outra prova. As provas originais foram queimadas sob as nossas vistas. Quando da segunda época da dependência de Guilherme, chegam alguns colegas no apartamento onde eu morava com uma cópia da prova. Resolvemos as questões e fomos fazer a prova. Como eu tirei oito, Robalinho, que estava fazendo a oral, viu minha nota e resolveu repeti-la para ganhar tempo. No quarto ano aconteceu o “casamento” de Cholinha e Castelo Preto com o testemunho da turma que assistia aula de Clélio. Essa história da prova queimada teve um detalhe engraçado. Guilherme Martins queimou e mandou fazer outra porque os símbolos de alguns elementos estavam com as duas letras maiúsculas. Nós já estávamos dentro da sala (onde teríamos aula de desenho futuramente) e vimos os papéis sendo queimados na frente do atual auditório. O sem vergonha do Manivela, que estava do lado de fora da sala, disse que foi porque tinham pego um bizu. Teve gente que chorou. Kkkkkkkkkkk. Foi uma espera angustiante. Como eu estava muito ansioso pela prova de Orgânica, os veteranos disseram que as notas de Orgânica tinham sido divulgadas. Respondi duas das quatro questões e entreguei a prova. Como resultado, passei em orgânica e fiquei em Desenho.” Schuler disse que “na prova de desenho, Cristina começou a chorar. Ela estava atrás de mim. Aí eu pedi licença a José Norberto e me virei pra acalma-la. Então ele me disse: deixe que eu falo com ela. Sentou numa banca vazia do lado dela e ajudou-a 80


bastante. Depois ele se levantou e disse em voz alta: não se preocupem com nota. Eu vou ajudar vocês. Mas aqui dentro eu vou elevar o nível de vocês. Eu era um zero à esquerda em desenho. Mas no fim do ano passei com média dez. O velho era bom mesmo.” Barbara comenta: “Relembro do enterro do padre Antônio Henrique Pereira Neto, ocorrido em maio de 1969. Ele era auxiliar dom Helder o qual era “persona non grata” na época da ditadura. Padre Henrique foi vítima dos agentes de repressão. O enterro seguia em direção ao Cemitério da Várzea e os que caminhavam a pé foram impedidos de prosseguir, por uma barreira policial. Diante do impasse, os caminhantes cantaram o Hino Nacional e, dessa forma, conseguiram continuar e realizar o sepultamento. Hoje tem uma estátua em sua homenagem na Praça de Parnamirim, na Zona Norte do Recife. Isso foi possível graças a uma iniciativa da Prefeitura do Recife e da Comissão Estadual da Memória e Verdade. O Padre atuava junto à juventude estudantil pernambucana.” Carlos Alfredo lembra que Carlos Roberto de Albuquerque Campos, por não filar nem receber fila era chamado de Carlos “filão”. Schuler lembra que “A gente chamava Josinete de “seno de 30º”, porque ela era baixinha. Mas naquela época não existia a palavra bullying. Gente de primeira. Gosto muito de Jojó.” Schuler: Mais complicado foi Manivela, que “pertenceu” a um bocado de turma. Aurea: Kkkkkkk Manivela entrou conosco, em 1964, teve uma grande briga com Pádua. O Diretor Gondim, que tinha uma briga de família com ele, deu 90 dias de suspensão, motivo de ter perdido o ano e voltado no ano seguinte!!! Schuler: Isso foi com alguém que tinha o apelido de cachorrão ou algo assim. ZB chamou pelo apelido e ele não gostou. Aí o sem-vergonha disse: prometo não chamar mais. Afinal, não é por uma bobagem dessa que eu vou perder um amigo desse “quilate”, que soou como “que late”. Fernando Paulo diz que “ZB foi um aluno muito conhecido da Escola nos anos 60. Não o conheci, mas um contemporâneo dele, Zanoni, amigo e colega de trabalho na CPRH me contou várias tiradas engraçadas dele quando na Escola.” Acioly complementa: “O nome dele era Franklin. ZB está no diminutivo do apelido que era Zé Bostinha. Muito inteligente, de raciocínio muito rápido, espirituoso e gozador.” Accioly, diz Fernando: “das histórias de ZB, eu ouvi várias contadas por Zanoni e Zacharias quando trabalhei na CPRH. Outra figura com histórias engraçadas era Pinduca, amigo comum, com quem convivi bastante.” Irajá lembra que quando ZB o encontrava perguntava: “você irá já?’ “ZB passou um tempo afastado da Escola e quando retornou, o fez na minha turma. Terminou o curso, comigo”, disse Acioly. Irajá complementa:” Ele era diretor técnico da CAGEPA (Companhia de águas e NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 2

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esgotos da Paraíba). Fomos lá para tratar assuntos técnicos do uso de cloro. Após o almoço, ao entrar na CAGEPA viu uns funcionários comendo uma jaca, ele desceu do carro e foi para onde os seus subordinados se deliciavam.” Ele chegou e disse “depois limpem, para não chamarem a Cia. de CAJACA.” Corumba falou: “Bebemos algumas cervejas nos botecos da vida. E lembrei, parte, das músicas, que fazia com os professores! Schuler: Eu me encontrei com ele num bar em João Pessoa. Foi quando eu soube que tinha tirado o primeiro lugar num concurso de MPB. Ele estava com um carrão. Eu perguntei onde estava trabalhando e ele disse: tô na merda (sic). Eu disse: que nada. Com um carrão desse. Diz onde está. Aí ele disse: na CAGEPA. O E é de esgoto. Zamir: Essa foi em ligação com Gláucio que era boa gente, mas muito sério e rígido, e se refere ao apelido do mesmo, que era Cachorrinho de Mucambo. Ele detestava o apelido e o tolerava com relutância e Franklin cometeu o deslize de chamá-lo assim na frente de algumas moças que estavam visitando a Escola de Química. Em função disto Gláucio queria romper relações com Zb que lhe retrucou que não gostaria de perder um amigo deste “quilate” (ou da forma que pronunciou deste “qui late”); Franklin era um mestre na arte dos trocadilhos Artur Raimundo: Tínhamos um colega de turma, Gerson Darlan e ZB ao dirigir-se a ele chamou-o Carneiro. Indagado porque, respondeu: porque quem “dar a lã” (sic) é carneiro! Zamir: Franklin trabalhou na área de esgoto na CAGEPA e, ao ser questionado sobre isso respondeu que viver da merda não era ruim, o ruim era viver na merda (sic). Milton lembrou que durante uma campanha eleitoral, um dos candidatos era Boto. ZB disse: NÃO VOTEM EM BRANCO. VOTEM EM BOTO (sic). kkkkk Irajá: Boto negativo. Raimundo, irmão de Romeu, candidato a vereador. ZB sugeriu para Raimundo. Artur Raimundo: Zamir, em Desenho Técnico fomos criadores do traçado das linhas de sujo. Zamir: As quais dominavam a página. Aurea: E ainda teve o Castelo Preto, marido da Xolinha!!! Bartolomeu: Áurea, me traduza Castelo Preto e Xolinha; Xolinha lembro que era uma cadelinha que vivia ao redor de nós enquanto aguardávamos a aula. Aconteceu um fato inusitado com ela durante uma aula de Clélio. Aurea: Ela mesmo! Castelo Preto (CP) era o vira-lata pretinho, que foi atropelado, levamos para operá-lo na Universidade Rural e ficou no DA, até noite que o CCC invadiu, destruiu tudo do DA, inclusive os livros que pegávamos em consignação na Livraria Imperatriz, e mataram nosso CP.

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Fernando: Ceiça pergunta se Milton lembra do episódio do sumiço que eu dei no calendário do prof. Washington Amorim. Milton: Fernando, Milton perguntou se era Fernando Pindoba. Ele disse que se lembra do sumiço do calendário. Realmente esse professor foi um PESADELO na vida de Milton. Se fosse hoje seria bulling. A vida dá muitas voltas; ele teve câncer de próstata e me reconheceu no Hospital perguntou por Milton, etc... Vocês acreditam que Milton ficou triste quando ele morreu? Realmente meu marido é uma pessoa especial, Conceição. Schuler: Cromossomo também sofreu. Abandonou o curso. Fernando: Sim, depois junto com Pinduca encontrei com ele, trabalhava acho que no INSS. Accioly: E alguém lembra da prática da cristalização do Hidrogênio? Artur Raimundo: Certa vez fazíamos uma prática de Orgânica I, com Zé Gonçalves, quando Braz e Silvana fizeram um trabalho extra prática que deu um pipoco forte. Foi o bastante pra todos correrem inclusive, atropelando Alvinho. Rosa Coelho: Um colega já falecido me deixou numa saia justa enorme. Levou minha prova de Matemática da cadeira de Dr. Newton Maia. Tive que solicitar ao professor Newton uma folha rubricada e refazer toda a prova! Dr. Newton tinha a maior consideração por mim uma vez que eu era boa aluna dele. Ainda bem que ele não notou. Rosa Coelho: Eu, juntamente com alguns colegas colamos grau na secretaria da Escola. Depois de tomarmos umas oxidrilas naquele bar embaixo do Instituto de Química, onde de vez em quando também almoçávamos! Vicente: Você estava acompanhada de Vicente, Bartolomeu e Viana; em determinado instante o Cerimonial de colação foi interrompido, visto alguém, dos participantes, não acatava o Cerimonial em não elevar o braço no juramento. Tudo devido as oxidrilas, evidentemente. Artur Raimundo: No Instituto de Química onde tínhamos práticas de Orgânica I e Físico-química II. Bartolomeu: O velho Vietname, estas oxidrilas citadas por Rosa tiveram lugar lá. O almoço foi na cantina. Rosa: eu sei quem foi, ele fez isso comigo também, mais de uma vez. Liliana: Numa dessas ocasiões o professor quase percebeu, mas eu fingi que estava me abanando com a folha... esse nosso colega era inteligente, não precisava fazer isso. Liliana: Tivemos prova anulada porque a maior nota foi 1, lembra Rosa? até hoje penso que não me sai tão mal nela e não tenho explicação para o que aconteceu. O fato é que ninguém passou por média. Dr. Ricardo usava aqueles livros do CECINE,

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 2

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americanizados e que Dr. Mario Gesteira tanto criticava. Accioly: Para tirar Gesteira do sério, bastava falar do Náutico. Liliana: Vocês lembram como Mario Gesteira pedia café para os bedéis? Rosa Coelho: Quem foi a colega que abriu um guarda-chuva enquanto o Dr. Mario Tavares dava aula? Ele, o professor, soltava perdigoto para todos os lados... Telma: Não sei quem foi, mas essas coisas têm a cara de Zélia Canuto! Ela também penteava o cabelo longo, preto, para a frente e ficava parecendo que estava de costas. Desenhava um canário debaixo do braço de Rilso, professor de mineralogia, que usava camisas “volta ao mundo” e ficava amarelo em baixo do braço, devido ao suor. Desenhava na hora da aula... kkkkkk. Telma: Fazia essas coisas na hora da aula!! Muito engraçada, alegre e extrovertida, Zélia. Corumba: Uma historinha pra lembrar Franklin ZB! Fomos a um barzinho na Praça Maciel Pinheiro de nome Bar Quitéria (o nome da dona)! Depois de algumas cervejas, ele foi ao banheiro e retornou com uma proposta: “Com um banheiro imundo desse, vamos mudar o nome do bar para: BACTÉRIA! Coisas de ZB e seus trocadilhos! Luiz Prado: Passagens com ZB. Numa aula prática de Microbiologia estávamos estudando algas. Preparei uma lâmina muito malfeita e não conseguia identificar nada no microscópio. Chamei ZB, ao meu lado, pedi que ele olhasse a lâmina com as algas e perguntei: O que vc vê? Respondeu: Pra mim isso é uma algazarra... kkk. Telma: Kkkk. Quase não precisou mudar o nome! Boa também, como todas. Bartolomeu: tem também uma história: foi o castigo que levamos (no vestibular) na prova de Química Orgânica, quando nós ficamos mais de uma hora trancados, aguardando que uma nova prova fosse elaborada e mimeografada. Corumba: Houve um erro de português do cantor, mas posso mudar! O sambinha está conforme letra e música de ZB, apenas acrescentei o refrão pra animar um pouco. Já a salsa, entenda como uma brincadeira de 52 anos depois. É que a neta, Larissa, que você conhece, disse que o samba era cafona e sugeriu um ritmo mais atual! E vô....kkk Corumba: Viu a recuperação do sambinha dele? Irajai: De quem é a letra? Corumba: ZB. O cantor é um forrozeiro amigo! Por isso, a falha do plural! Schuler: Eu faço parte de quatro grupos de WhatsApp de ex-alunos. Um dele enviou a mesma gravação. Eu perguntei quem era o cantor, mas ele não sabe. Eu perguntei quem enviou para ele. Estou aguardando a resposta. Corumba: Veja mesmo! É muito interessante que outros tenham lembrança,

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Schuler: Sabia que ele ganhou um concurso de música na Paraíba? Corumba: Não!!! Mas, que bom! A propósito, vi um dia desses, um frevo canção com letra de Nilzo! Achei maravilhoso. Schuler: E aí, Nilzo? Vai nos apresentar em dezembro? Alguém conhece essa música? Abílio, talvez? Schuler: Eu não conheço. Só sei que aconteceu. Corumba: Telma, salvo engano, postou no Facebook! Fernando: Nilzo é um grande folião, sempre o encontro nas prévias carnavalescas. Zamir também é outro folião. Telma: Nilzo fundou um bloco lírico, Eu Quero Mais, que está famoso. Há quase 30 anos. E compôs a música. Mas vou deixar pra ele mesmo contar a história. E já tem muita história!!! Zamir é o árabe mais famoso de Olinda. Também bote anos nisso!! Kkk Aurea: Eu estava na fundação e assinei a ata!!!! Nilzo Neri: Sobre a minha música, a que Corumba se referiu, ela foi compartilhada na minha página no Facebook. Ela pode ser encontrada no YouTube pelo seu nome: “Canta Toinho”. Quem canta é o vocal do Eu Quero Mais, bloco que fundei em 1992. Roberto Ribeiro: Gostava muito das aulas de Washington Amorim. Tanto é que fiquei em dependência, e repeti a cadeira de Físico-Química I (1966 -1967). Fernando: Também. Raro encontrar na Escola de Química do nosso tempo quem não tenha repetido Washington Amorim, Guilherme Martins e Martorelli. Roberto Ribeiro: Relembrando os velhos tempos - Dia 04/12/1968 - um sábado, prova final (oral) com Dr. Euler Maia na cadeira de Física Industrial I. Eu já tinha passado em todas as matérias do 4º ano; só faltava a cadeira de Dr. Euler (que eu estava fazendo como dependência). Fiz uma razoável prova escrita, e tinha que tirar no mínimo quatro na prova oral. Dr. Euler, começou fazendo perguntas, e eu respondendo “torando um aço” da gota serena. Depois de algum tempo, ele falou: “PASSOU”. PUTZ GRILLA. Deu uma vibração da gota serena. Estava concluído meu curso de Química Industrial. Tirei exatamente quatro, o que precisava para passar. Depois saímos para comemorar: Eu, Lito e Manivela (é uma pena que já tenha partido). Fomos “bebiricar” pelos bares de Campo Grande (perto de onde Lito morava). Bebemos, acho que até umas quatro da tarde. Voltei para casa de táxi, e caí na cama direto. Nesse dia, “queimei” o “expediente” com uma namorada que eu tinha na época. No dia seguinte (um domingo), fui para a casa dela, no bairro do Monteiro, tomar banho de piscina. Tomei uma “BRONCA” daquelas. Mas o pai dela, que gostava muito de mim, veio parabenizar-me. Aí tome mais whisky, o dia todo. Depois foi só esperar o dia da nossa formatura: dia 17/12/1968 - uma terça-feira. Durante uma prova de Química Orgânica II (cadeira de Mário Gesteira), o assistente, Telmo Novaes ficou em sala de NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 2

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aula, fiscalizando a prova. AO (por onde anda ele hein?), preparou uma fila com umas 15 folhas de papel ofício. Começou a prova, e Telmo viu aquele “volume” imenso na prova de AO, foi lá e tomou a fila. Aí ficou comentando: “Mas esse rapaz, se deu a esse trabalho todo para preparar essa “fila”, e de que adiantou? Dava muito menos trabalho estudar.” KKKKKKKK. Liliana: No meu tempo o próprio Dr. Mario invadia a sala e dava cola, ele mesmo para os alunos. Dava cola da sua prova, era surreal, meus colegas devem lembrar. Muitas vezes a cola era incompreensível ... Roberto Ribeiro: Mário Gesteira, sempre foi uma figura extraordinária. Lembro-me que em sala de aula ele ficava “mangando” dos orbitais moleculares nas aulas de Guilherme Martins (Química Orgânica I). Ele dizia assim: “É setinha para cima, setinha para baixo”... O próprio Guilherme Martins ria das brincadeiras dele.” KKKKKK. Irajá: Uma vez Mário Gesteira disse para uma das meninas como seria a prova, falou como seria ou quais as perguntas. Poucos minutos antes da prova e foi aquele corre-corre, todo mundo fazendo anotações. A prova começou com atraso de alguns minutos, até todos estarem preparados. Ainda dizia: se tiver nota baixa tem que fazer alguma coisa. Liliana: É verdade. Ele odiava aqueles livros americanos. Acho que eram do CECINE, usados por Arnaldo Azevedo, assistente de Ricardo Ferreira. Dizia que era tudo invenção. Liliana: ele fazia isso mesmo. Os assistentes ficavam sem graça e faziam cara de paisagem. Corumba: Lá vai mais uma de ZB: numa prova de Orgânica, de Prof. Guilherme Martins, sobre “Oses”, e ele com as pernas enroladas de fila, foi surpreendido com a pergunta: “Seu Franklin, o Sr. está com filariose?” Respondeu: “não, professor, pra ser direito, estou com fila de oses”! João Batista Nunes narrou os causos a seguir: no primeiro ano, comprei um bilhete de uma rifa e fui sorteado com o nº 85, um manual de Eng. Química. E a galera do 5º. ano queria comprar, porém, de “birra”, não vendi. Também no 1º ano cheguei à Escola montado a cavalo. Queriam que entrasse na sala de aula, mas entrei.” E citou outras resenhas... foi durante aula do prof. João Pedro, ele já todo suado, mais ou menos às 18:30 horas, iluminação ruim, calor arretado, o quadro negro cheio de formulações químicas, ninguém entendendo porra nenhuma, e eu falei: “professor? “ele”, pois não !!, “eu”- “não é melhor o Sr. apagar tudo e começar de novo”? Ele de costas para a turma falou aos berros: atenção!! “Quem foi?” Levantei o braço, e disse, “fui eu professor.” Ele falou em voz alta, quase gritando, “saia da sala agoora!!! SAIA !!Todos ficaram rindo e ele me reprovou na prova final. Ah, velhos tempos que não voltam mais. Tenho outras estórias, mas, vou deixar para a segunda edição. Contam do prof. Rafael... Devarrrda, Presidente vitalício do CRQ. O do preci86


pitado amarelo azulecido!! Sulfato de goiabada, era porque assinava como Químico responsável de uma marca de goiabada do Recife. Artur Raimundo conta que “o prof. Rafael lecionava a minha turma. Com aquele porte de gigante balançava um tubo de ensaio com uma mistura liquida quando Jesus, uma colega minha surge sob o tubo. Nesta ocasião ele adverte: Dona Jesus eu já avisei que é perigoso ficar em baixo de um tubo de ensaio, o que despertou risos discretos em quem estava por perto.” Tem a história do relógio que o prof. Washington colocava do lado de fora para marcar o tempo das provas; fechava as portas e deixava um bedel, sr. Marques, meio fortão, tomando conta. Quando o despertador tocava, era uma loucura. Fernando conta que “Acho que foi ele, o bedel Marques, quem me entregou, quando dei sumiço ao calendário de dr. Washington, o que me custou caro. Nosso professor era muito “caxias”, disciplinado, com horários e dizia “em 30 anos de aula, nunca faltei...” Sempre se falou na Escola que suas anotações e exercícios de Físico-química eram os mesmos de anos anteriores. Rosa informou que foi monitora de Washington Amorim Numa prática de Qualitativa, Rene lavou o tubo de ensaio, colocou água e adicionou os reagentes, na presença do Dr. Pedro. Não aconteceu nada, é lógico. O Pedro que acompanhava Rene, conferiu no caderno qual os reagentes que havia colocado. Como não estava batendo nada, disse que Rene deveria desenvolver seus instintos e ver que havia uma reação. A prova era um ruído como psiuuuuu. Daí ficou o Pedro fogueteiro e o sobrinho Psiu. Uma vez ele falou para um colega, achando que ia agradar: “você é número 22 na chamada, dois patinhos na lagoa;” ele respondeu que não tinha achado graça e até hoje continuo não achando.

NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 2

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CAPÍTULO 3

COLEGAS QUE PARTIRAM ANTES...


DEIXAMOS AQUI NOSSA HOMENAGEM AOS COLEGAS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS. DEIXARAM SAUDADES. 1) ADAUTO PEREIRA DA SILVA – foi casado com Cassia. Trabalhou com Carlos Alfredo, Fernando Trigueiro e José Augusto Dantas na Elekeiroz do Nordeste. Por muito tempo esteve trabalhando na Bahia. Tornou-se pastor evangélico e faleceu na Bahia. 2) ALVARO ALVES DA SILVA FILHO - Alvinho. 3) ANA CRISTINA DE OLIVEIRA GLASNER - Tentar escrever sobre você é um pouco difícil porque você era realmente uma pessoa diferente, estudiosa, dedicada, culta e segura nas suas opiniões, até taquigrafia você usava para anotar todas as aulas importantes, coisa inédita para mim adepta da escrita convencional.... Sem esquecer a música, o piano que você tocava tão bem! Falando na música me lembrei das inúmeras vezes que brincamos de adivinhar. Compositores e outras personalidades, eu sempre adivinhava e você intrigada quis me testar com Rinsky Korsakov, compositor russo meio difícil e mal sabia você que eu o conhecia porque cresci ouvindo boa música clássica, inclusive russa. Foi depois desse episódio que você realmente me considerou amiga de verdade porque eu sei, você não era de amizades fáceis, mas de amizades que agregassem. Se eu falar que foi você que me ensinou a tragar? Você não fumava, mas via seus irmãos. E eu fumava, mas não tragava, ai você foi me mostrar e até hoje não consegui deixar o cigarro, só que não trago mais. Essas são lembranças, você sempre estudiosa, eu nem tanto, você minuciosa e eu mais atirada, mas formávamos uma boa dupla de estudos, ajudamos muitos colegas, e conquistamos nosso espaço. Saudades, Ana, muitas saudades daquele tempo, lembranças de seu Pai Dr. Jorge, seus irmãos, Otto e Jorge, que conheci e, sobretudo de você que muito me ajudou naquele percurso. Onde quer que você esteja agora, minha eterna lembrança. Ana minha amiga querida desde o Colégio Damas, que faleceu no Rio de Janeiro em 2015. Estivemos muito presentes na vida uma da outra, sempre. Esse é apenas um pequeno texto sobre Ana Glasner. Uma pequena homenagem. Texto escrito por Liliane. 4) ANA LUCIA CAVALCANTE DE CARVALHO – trabalhou pouco tempo como Química. Dedicou-se ao comércio. Faleceu vítima de um acidente automobilístico em Olinda. 5) ANTONIO JOSÉ FERREIA SARAIVA – turma de 1969. Maranhense. Fazia Química e no segundo transferiu-se para Escola de Química. Começou a trabalhar na PETROBRAS em Salvador. Foi superintendente da COPERBO no Cabo. Após 90


dois anos retornou a Salvador como executivo da BRASKEN. Foi professor de Tecnologia da Universidade da Bahia. Faleceu há uns dois anos. 6) AUGUSTO JOSÉ LUDUVICE – da turma de 1969. Natural de Aracaju. Veio da sua cidade natal par a Escola de Química com uma bolsa da SUDENE no dia 20/08/64, juntamente com Corumba, Luciano Porto e Joao Santana. Fez curso de especialização em Cana de Açúcar, em Cuba, 1970. Faleceu em viagem de automóvel no trecho Maceió – Aracaju. Começou a trabalhar em Usina de açúcar em Alagoas, 7) CARLOS GONÇALVES GUERRA – da turma de 1968 8) CLEA MARIA DE OLIVEIRA PINTO – da turma de 1970. Foi esposa de Kramer. Faleceu muito jovem, com câncer de mama. 9) DJALMA SODRÉ DA MORA FILHO – da turma de 1973. Trabalhou na Petrobras. 10) EDI KAHAN VAINER – da turma de 1971. Aluno brilhante, falava francês fluente com curso na Aliança Francesa. Trabalhou na Amorim Primo no Recife e também na França. Faleceu muito jovem. 11) EDVALDO CORREIA DOS PASSOS (Pinduca) – da turma de 1969. Pernambucano. Segundo Schuler, “ele morreu já faz tempo. Foi num acidente de carro em 1994, no estado de Sergipe, quando vinha da Bahia pra Recife. Roberto Ribeiro diz: “Tenho uma história engraçada com ele. Qualquer dia, eu coloco aqui. É uma pena que o “Pinduca” tenha falecido”. Depois enfatizou “Ele era “fanático” pela Física, e principalmente pela Teoria de Einstein”. Costumava dizer que: “Tudo na vida é relativo, isto é, depende do Referencial adotado”. Lembro-me bem dele.” 12) ELNATHAN BARBOSA GOMES – da turma de 1971. Ensinava Química em Colégios e cursinhos pré-vestibulares. Era evangélico e pertencia à Igreja Batista do Cordeiro. Faleceu pouco tempo depois de formado com câncer. 13) FLAVIO MADEIRA DE AROLA- da turma de 1971. Ainda como estudante trabalhou no ITEP, quando era na Av. Conde da Boa Vista. Após de formar, fez mestrado em Tecnologia dos alimentos no ITAL em Campinas. Veio em seguida ser professor na UFPB. Faleceu em 15/04/2016. 14) FRANCISCO DA COSTA VIANA - da turma de 1969. Natural de Cajazeiras – PB. Trabalhou no grupo Votorantim em Igarassu e também na SALGEMA em Maceió, e na Bahia na CQR. Tornou-se empresário no ramo de acessórios automobilísticos. Faleceu há dois anos atrás. 15) GERALDO AGUIAR – da turma de 1970. “Faleceu, faz uns 15 anos. Morava na Rua do Futuro, perto de meu prédio”, informa Irajá. Ele sofreu um enfarte violento. 16) GERSON DARLAN PERDIGÃO COSTA – da turma de 1968. Trabalhou na Elekeiroz do Nordeste Industria Química S.A. ao lado de Adauto, Carlos Alfredo, NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 3

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José Augusto Dantas e Fernando Trigueiro. Foi gerente do Laboratório e Chefe da Produção. Participou do trote dos calouros de 1968... 17) GILBERTO DE ALCANTARA BARBOSA da turma de 1969. 18) HOLMES VICENZI JUNIOR – da turma de 1973. Fernando Paulo informa que “Holmes faleceu num acidente no Polo Petroquímico da Bahia. Nessa ocasião trabalhava na Petrobras.” 19) HUMBERTO JUAREZ ESCOREL DE ARAUJO – da turma de 1971. Fernando Paulo lembra que “trabalhou na usina Roçadinho em 1976 com Humberto.” 20) IVAN FIGUEIROA – da turma de 1968. “Falecido em 05/12/68, motivo pelo qual cancelamos a formatura programada para o Teatro Santa Izabel, seguida por baile no Clube Internacional. Colamos grau no dia 17/12, na própria Escola de Química. Segundo depoimento dos colegas, foi muito triste mesmo. O acidente ocorreu num sábado (02/12/68). Ele tinha um jipe vermelho e morava na Encruzilhada. Dr. Guilherme Martins, por ocasião da colação de grau, referiu-se a ele. Segundo Aurea, “ele havia saído de uma reunião com o prof. Eleumar Martorelli, no escritório dele, com Carlos Guerra, René e outros alunos que haviam sido deixados na segunda época, como era de praxe Martorelli fazer com os concluintes. Quase todos deixados como dependentes da cadeira, que era do 4o. Ano. Ivan deixou os colegas e ia para sua casa, pela Av. Norte, por volta da hora do almoço. Um taxi avançou o sinal do Rosarinho, em alta velocidade, bateu no jipe, que capotou. Ivan foi lançado longe, teve esmagamento da medula cerebral. Foi operado pelo médico Manoel Caetano, famoso neurocirurgião à época, mas só resistiu até o dia 05. Ainda hoje, passa como um filme, para mim,” descreveu Aurea... Félix e ela eram muito amigos dele... Telma foi ao sepultamento dele, na cidade de Vertentes, onde a família dele morava. Schuler lembra que “uns foram no ônibus, talvez da Escola de Química. Outros, como ele e Cassilda, fomos de carona na Kombi do professor Fernando Azevedo. Na volta pararam pra jantar, inhame com cerveja. Ainda hoje, passa como um filme, para mim...” “Félix e eu éramos muito amigos dele...” Afirmou Aurea. 21) IVAN LEÔNCIO D ÁLBUQUERQUE, que foi meu professor de Análise Orgânica, irmão de Lito afirma Schuler. 22) JOÃO CARLOS FIGUEIRA – da turma de 1968. 23) JOSÉ FELIX SILVA JUNIOR - da turma de 1968. Carlos Alberto Pedrosa diz que “Ele era respeitado e considerado uma das mentes brilhantes no setor sucroalcooleiro. Tive o prazer de conhecê-lo no seu início na Copersucar onde iniciou em 1972 e ter assistido muitas de suas magníficas palestras. Querido por todos com quem conviveu, pela sua simplicidade.” Fernando Paulo relembra que “o conheceu nos anos 70 na Copersucar.” Para a Escola de Química foi um orgulho ter José Félix como seu aluno. Em 26/05/2016, o setor Sucroalcooleiro ficou de luto. 92


24) JOSE PEREIRA DE BARROS 25) LÚCIA HELENA AGUIAR DE SOUZA – da turma de 1971. Era envolvida com o Diretório Acadêmico, ficou paraplégica após uma cirurgia. Faltam detalhes. Schuler: No nosso encontro te conto detalhes dessa malfadada cirurgia. Schuler afirma “Lúcia, minha querida amiga. Na véspera daquela maldita cirurgia eu e Cassilda, a pedido de Olímpia, ainda tentamos demovê-la de fazer, mas não tivemos êxito.” 26) LUCIA MARIA CORREIA CYRENO 27) LUIZ NAPOLEÃO VIEIRA DE MEDEIROS – da turma de 1968. Disse Aurea: “Foi da minha turma! Muito excêntrico. Sempre! Ainda quando a Escola de Química era na rua Dom Bosco, matava gato de choque para gravar os miados! Fazia isso junto com Ciro Oliveira, que terminou em 64. Trabalhou na da Usina Utinga Leão, em Alagoas, até falecer lá, há muitos anos atrás. Esse foi Luiz Napoleão.” Fernando Paulo informa que “Napoleão foi casado com uma colega sua de turma no Colégio Americano Batista no Recife.” Josinete lembra que “o viu quando ela trabalhava na Usina Santa Clotilde e ele, na Usina Leão.” 28) MARCÍLIO HEITOR DE ARAUJO FONTES – da turma de 1969 – conhecido como Manivela, faleceu já faz bastante tempo. Pouco tempo após o prêmio da loteca. Acho que Zanoni sabe.... Segundo Acioly, Beto foi ao enterro de Manivela. Ele faleceu no Hospital Osvaldo Cruz por falência generalizada dos órgãos decorrente de insuficiência hepática. Milton e Conceição estávamos viajando, mas soube através da minha amiga e colega Raimunda Maranhão que foi esposa dele, na época da sua morte, já separada.” Segundo Raimunda, “durante o enterro apenas Lito estava presente.” Segundo Schuler, “Lito, Telma, ele, Roberto Psiu, ela, o filho e a esposa do filho. O sepultamento ocorreu no cemitério da Várzea.” “Zanoni foi ao hospital Osvaldo Cruz e lá na enfermaria perguntaram se Zanoni conhecia ele ou a família para avisar que o quadro era grave. Não encontramos nenhum parente dele. Só não sei se ainda estava lá quando voltou da fatídica viagem,” disse Schuler. Accioly afirma que quando esteve internado em Recife, Beto o visitou várias vezes e lhe disse que havia ido ao enterro de Manivela. 29) MARCOS OTAVIO DE BORJA CASTRO – da turma de 1973. 30) PAULO CLEBERT COSTA – da turma de 1973. 31) RENÊ CAVALCANTI – da turma de 1968 - Nasceu em 27/08/1938 na cidade de Vertentes, sendo o terceiro dos 7 filhos de um fazendeiro da região. Adolescente, morou em Caruaru para que ele e os irmãos tivessem uma escola de melhor qualidade. Mais tarde a família mudou-se para o Recife, estabelecendo residência no bairro de Espinheiro. Concluiu o ensino médio no Ginásio Pernambucano e pensou em se tornar agrônomo. Por algum motivo, resolveu fazer o vestibular para Química. Na segunda tentativa, passou e iniciou os estudos. Estagiou em Minas Gerais no Laticínios Cândido Tostes e fez o estágio curricular na Usina NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 3

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Aliança. Após a graduação em Engenharia Química foi trabalhar como Químico responsável nas Indústrias Alimentícias Carlos de Brito S/A, Fábrica Peixe, em Pesqueira, PE. Em 1973 exerceu a mesma função na Maguary, em Bonito, PE. No ano de 1976 voltou para a Peixe, agora como Gerente geral e Químico responsável. Fez especialização em Tecnologia dos Alimentos em Campinas, SP. Em 1982 transferiu-se para as Indústrias Palmeiron em Belo Jardim, na época pertencente ao grupo Paes Mendonça, até a sua aposentadoria. Durante a graduação, todos os anos no mês de outubro, a faculdade realizava a Semana de Química, para divulgar o curso nas escolas de ensino médio. Em 1967, conheceu, durante a referida Semana, uma aluna do terceiro ano do ensino médio e pré-vestibulanda ANA HELENA DUTRA MÉLO, com quem casou-se em 1971. Tiveram um casal de filhos e uma neta. Faleceu em 22/02/2014 por complicações devido ao tabagismo. (Escrito por Ana Helena Dutra Melo). 32) RICARDO TEODORO TURENKO – da turma de 1971. Turenko faleceu em 05/04/2013, aos 67 anos em Manaus. Ele foi um dos primeiros engenheiros químicos a atuar no Estado nas empresas do Polo Industrial de Manaus. Ele também era o atual presidente do Conselho Regional de Química da 14ª Região (CRQ14), foi um dos fundadores do Conselho de Química em Manaus. Por ocasião do seu falecimento, o representante do Conselho Federal de Química no Amazonas, o conselheiro federal Avelino Cuvêlo, lamentou a morte do químico e destacou a sua atuação na área no desenvolvimento da área do Amazonas. “Queremos prestar nossa homenagem ao Dr. Turenko, como ele era conhecido, pelo grande homem que ele foi e pelas grandes ações no desenvolvimento da área da química no nosso Estado”, disse. Também trabalhou no SEBRAE-AM. Publicado no site http://www.acritica.com/channels/ cotidiano/news/morre-pioneiro-da-engenharia-quimica-em-manaus. 33) ROMERO GUEDES DA CUNHA PIRES 34) TARCISIO JOSÉ CALABRIA DA VEIGA – da turma de 1971 35) WELLINGTON MENDES GOMES DE OLIVEIRA - da turma de 1970. 36) ZELIA GADELHA - da turma de 1972. 37) ZÉLIA NETO CANUTO da turma de 1969 38) ZENICE BARBOSA CHAVES – da turma de 1968, foi casada com Silvino.

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CAPÍTULO 4

NOSSOS MESTRES


1) ALBERTO MOREIRA – professor de Química Analítica Qualitativa. 2) ALENCAR – deu umas aulas sobre fabricação de ácido sulfúrico. Depois pediu demissão e foi ganhar a vida em Goiás. 3) ANTONIO DE PÁDUA – Aurea falou “descobri depois uma pessoa maravilhosa! Tocador de cavaquinho, boêmio e grande amigo!” 4) ARLINDO - Higiene Industrial 5) ARNALDO CARVALHO – trabalhava no CECINE - Dissertação (Mestrado em Física) - Orbitais f, g e h equivalentes. UFPE - Orientador: Ricardo de Carvalho Ferreira. 6) ARSENIO GOMES DE MORAIS – prof. de Tecnologia Orgânica. Arsênio era chefe do Laboratório do antigo SIPOA (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal). Ficava no cais do Porto do Recife. Josinete fez o estágio curricular com ele. Josinete ainda disse: “Com ele eu aprendi tudo o que era de Alimentos e Bebidas. Ele fiscalizava tudo de Alimentos e Bebidas. É a atual ANVISA”. Ele pronuncia a palavra manteiga como “Mantchega”. 7) BOLIVAR MOURA AMORIM 8) CARLOS ALBERTO DIDIER LYRA - junto com José Norberto ensinava Desenho Técnico. Ele é irmão do colega Milton Didier. Ele dizia “está sentindo a peça?” Aurea firmou: Didier dizia que minhas paralelas se encontravam na primeira esquina! 9) CELIA QUEIROZ – professora de Química Analítica Qualitativa (GOSGOLINA). 10) CID BARTOLOMEU DE ARAUJO - Monitor do professor Romulo Maciel, que resolvia problemas de Física II na sala de aula. 11) CLÉLIO LEMOS DA CRUZ GOUVEIA – Prof. de Química Analítica Aplicada? Foi presidente da CECPA – ATUAL CPRH. parece que foi um secretário do Estado de PE. 12) DORIS LOUREIRO – professora de Química Analítica II – era muito competente e possuía um laboratório de análises. Corumba informou que Dóris Loureiro foi homenageada na turma de 69! Artur Raimundo falou que a Professora Dóris, competentíssima, foi uma que abriu minha cabeça para interpretação das análises químicas. Milton comentou que Dra. Dóris Loureiro morreu há mais de 15 anos de uma pneumonia por fungos (criptococose) provocada por pássaros, pombos etc. Era mãe de minha grande amiga e colega da Faculdade de Ciências Médicas da UPE Paula Loureiro, médica e engenheira química. 13) ED PASCHOAL CARRAZZONI – tem 79 anos de idade e a maior parte desses anos (52 para ser preciso), foi e está sendo dedicada à Universidade Católica de Pernambuco. A ligação do professor de Química, Carrazzoni, com a Unicap começou quando ele ainda era aluno, em 1957. Em 1966, Carrazzoni ingressou

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como professor. Em mais de meio de século de serviços prestados à Universidade, ele já foi coordenador de curso, diretor de Centro e Pró-reitor Administrativo. Carrazzoni já está com material suficiente para publicar livros nos próximos anos. E olhe que ele já é autor de outros 32. Apesar da respeitável bibliografia, não gosta de ser intitulado escritor. Há 4 anos assumiu uma das cadeiras da Academia Pernambucana de Química. Casado, pai de quatro filhos e avô de seis netos. Na Federal (UFPE) foi professor da Escola de Química e do Departamento de Bioquímica. Lá também foi diretor da Divisão de Currículos e Programas durante oito anos e fui chefe do Laboratório de Fitoquímica. 14) EDGAR GONÇALVES – 15) EDMUNDO MOURA LEITE - assistente do professor Clelio. 16) ELEUMAR MARTORELI - Texto a seguir escrito pelo Advogado João Martorelli, filho do prof. Eleumar Martorelli. Meu pai nasceu em 28 de maio de 1928. Segundo filho em uma família de classe média baixa, bem modesta, ele me contou que lia à noite à luz de velas para não encarecer a conta de energia da casa. Teve, porém, por cuidado providencial e produto do esforço espartano de seus pais, educação esmerada, pois estudou no Colégio Marista, célebre por congregar os filhos das pessoas abastadas de Recife e pelo alto nível de ensino. Ele e meu tio, Eleuberto, foram notabilizados nas revistas do Marista como estudantes dedicadíssimos, sempre entre os primeiros da classe, meu pai também se notabilizando como excelente goleiro, em uma foto dele, desviando bola certa ao gol, estampando-se uma legenda imortal para nós: Martorelli, o gato das traves. Dedicou-se muito cedo à matemática, sua grande paixão intelectual, impressionava-nos como, em fração de segundos, multiplicava na cabeça 10.834.535 por 27.875.346.987, é isso mesmo, nós, os filhos, ficávamos embasbacados, e ele, sério ao dizer o resultado, ria em seguida, dizendo ser muito simples, bastava praticar números. Gostava de ensinar e, ainda jovem, tornou-se professor da escola de engenharia, cujas bancas abrilhantara também como extraordinário aluno. Professor de concreto armado e de resistência dos materiais, era muito exigente com seus pupilos, mas deles se tornava amigo facilmente, tanto que foi paraninfo de diversas turmas, e me emociona ainda hoje encontrar ex-alunos, companheiros de docência, empresários e profissionais da engenharia comentando sua argúcia, precisão e dedicação profissional, como professor e como engenheiro calculista, dono de uma das maiores firmas de cálculo estrutural da região, mas também, e principalmente, sua seriedade e ética. Cantava muito NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 4

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bem e tocava gaita, apreciando um bom uísque, bebida de que era exímio conhecedor. Culto, lia todos os gêneros, com maior interesse nos romances e teatro, possuía vasta literatura política, com inclinação à esquerda, amava viajar e conhecer o mundo, aprendeu e foi fluente em oito línguas. Apossei-me de sua biblioteca como quem recebe um tesouro, foi uma de suas heranças para mim. Também, claro, o grande amor pelo Sport. A principal, porém, foi seu exemplo de vida, de homem sério no trato pessoal e nos negócios, comprometido com a família, intransigente com os desvios, fazedor de amigos, e cheio de amor. Era um homem inteligentíssimo, fascinante, bonito, elegante, educado. Morreu em 9 de agosto de 1996, próximo ao dia dos pais, este ano coincidindo as datas. Queria erguer-lhe um monumento, mas só posso deixar este curto elogio de uma crônica despretensiosa, na esperança de perpetuar sua memória. Que termina com uma lágrima de saudade por, enfim, dedicar a ele, meu paizinho querido, esta coluna às vezes tão impessoal. Feliz dia dos pais, leitor. Transcrito de http:// revistasera.ne10.uol.com.br/eleumar-martorelli-joao-humberto-martorelli/

18) ERASTO JOSÉ COSTA – professor de Química Geral. 19) EULER DA SILVA MAIA – professor de Hidráulica e Transmissão de calor. Fumava muito na sala de aula. Filho do professor Newton Maia e irmão do professor Mauricio Maia. 20) FERDINANDO PEREIRA REGO – professor de Higiene Industrial. 21) FERNANDO RAMALHO - assistente do professor Euler Maia. 22) FERNANDO SOARES DE AZEVEDO – professor assistente de Orgânica I, esteve nos outros encontros da turma. No de 25 anos, ele lastimava muito porque a filha iria voltar para Londres com as 2 netas. “Cegueta”, como era chamado devido a usar óculos com lentes muito fortes, que tinha um laboratório de análises clínicas no bairro da Encruzilhada. 23) FRANCISCO JOSÉ GONDIM COUTINHO – Foi diretor da Escola, ensinava Tecnologia Inorgânica. 24) FRANKLIN GOMES PINTO – professor de Operações Unitárias em 1970 havia 98


chegado de doutorado na Escócia. Ministrou aula sobre Ciclones e na prova deu uma questão sobre o dito cujo e o número de cada aluno deveria ser o diâmetro do equipamento. Deu a maior confusão!!! Ele atuou no Departamento de Engenharia Química (DEQ) por 29 anos, até se aposentar em 1996. Faleceu em janeiro de 2012 e tinha 81 anos. 25) GERALDO PESSOA – professor assistente de Euler Maia. 26) GILBERTO MOTA - Economia Industrial. O nosso colega Geraldo Pinho Santos, casou com uma filha dele. 27) GILVAN DE SOUZA NOBLAT - Química Geral - tocava teclado e órgão. 28) GUILHERME MARTINS DE ALBUQUERQUE FILHO – professor de Orgânica II - conhecido como competente, elegante e usineiro (Usina Jaboatão). Foi diretor da Escola, depois de Gondim. 29) GUILHERME, o bedel homenageado da 64-68! Grande amigo. 30) HUGO VALPASSOS VIEIRA - Foi assistente de Washington, na cadeira de Físico Química I, faleceu muito jovem ainda. 31) JOÃO PEDRO DOS SANTOS OLIVEIRA FILHO – professor de Química Analítica Qualitativa, parecia um coronel do interior, usava uns ternos de cor clara, sempre falava “precipitado cor de carne”. Também ensinava na Católica de Pernambuco. 32) JOÃO WANDERLEY DE SIQUEIRA NETO – professor Auxiliar de Orgânica II. Era chamado de “Zorro”, por possuir umas olheiras e tinha um carro Aero Willys prateado. Dizíamos que era o cavalo de prata. 33) JORGE GLASNER – professor de Higiene Industrial. Era o único professor a usar um cavanhaque. 34) JOSE GONÇALVES DA COSTA – professor Assistente de Orgânica I. gente muito boa e era chamado de Zé lezeira pelos alunos. 35) JOSÉ NORBERTO DE SOUSA LEÃO CASTRO E SILVA – Professor de Desenho técnico. Moreno, alto, de bigode. Falava muito em Perspectiva Cavaleira. 36) JOSÉ OTAMAR FALCAO DE MORAES – professor de Microbiologia Industrial. 37) JOSE SOUTO DE MELO – professor auxiliar de Físico Química I. 38) LAERTE CAMPOS DE SOUSA – professor de Química Geral 39) LÉLIO JOFFILY PEREIRA DA COSTA - professor de Química Analítica Quantitativa 40) LUIS MONTENEGRO FILHO – professor de Operações Unitárias II – simpático, comunicativo. Deu aula sobre Correias Transportadoras. 41) LUIZ GONZAGA PINTO DA CARVALHEIRA – Professor assistente de João Pedro. Era chamado de Dom ratinho e formava o trio maravilhoso de gás sulfídrico de Química Analítica Qualitativa junto com Pedro Correa (Fogueteiro) e

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professor Rafael, chamado de sulfato de goiabada. 42) MANOEL ANTONIO PEREIRA BORBA, neto do Manoel Borba. Tem uma rua no Recife que levou seu nome. 43) MANOEL HELENO RODRIGUES DOS SANTOS – professor de Matemática II. Também ensinava no Colégio Estadual, tinha uma respiração longa. Era conhecido por ter boa didática. Ensinava matrizes como ninguém.... 44) MANOEL OTAVIANO COLAÇO DIAS – professor de Tecnologia Orgânica. Foi químico do Instituto do Açúcar e do Álcool. 45) MANUEL FRANCISCO JAYME GALVÃO – professor de Orgânica 4. 46) MARIA BEZERRA DE ALCANTARA (Naná) – professora de Mineralogia. Fernando Paulo disse que tinha uma estante na sala, e que a Prof. Naná pedia para identificar as rochas que tinham lá. Fazíamos também uma excursão na praia para ver areia... era uma festa. 47) MARIA DULCE SIQUEIRA - professora de Química Geral. 48) MARIA HELENA DALIA MAIA – professora de Microbiologia, esposa de Euler Maia. 49) MARIA OSCARINA GODOY – assistente do prof. Washington Amorim, ficava mais com a parte prática. Trabalhava no CECINE, também e ensinava também na Universidade Católica. 50) MARIO ALCOFORADO GESTEIRA – professor de Química Orgânica II - Creio que quando foi nosso professor, o prof. Mario não bebia mais. Ele contava que chegou a beber álcool puro na fase pior da doença, mas se recuperou. Era uma pessoa muito culta apesar de toda aquela aparência e do deboche que gostava de fazer, só para provocar. Andava com roupas simples e não era respeitado por quase ninguém; distribuía revistas para as alunas. Não dava aulas, nem tomava conta das provas, se deixassem, dava fila para as meninas. Tinha vários assistentes. Fernando Paulo comentou que “o Prof. Mário Gesteira, grande figura, foi homenageado pelos seus 50 anos de formado, quando fui presidente do clube dos químicos. Como professor era a irreverência em pessoa, não reprovava ninguém.” 51) MARIO GOMES TAVARES – professor de Físico-química II, falava muito em Eletroquímica. Lembrava muito o Chacrinha, grande sucesso da televisão da época. Ensinou Estudos de Problemas Brasileiros – EPB, que iniciou em 1969 e foi até 2005. Essa matéria, imposta pelo regime militar, visava a reforçar ainda mais o patriotismo e mais moralismo, além de atacar obstáculos ao desenvolvimento econômico brasileiro, questões de segurança nacional etc. 52) MAURICIO DA SILVA MAIA – professor de Cálculo juntamente com pai Newton Maia. Era irmão de Euler e era seu costume, chamar os alunos de “jovem”. Muito calmo e tranquilo. 53) MAURO CARNEIRO ASSIS DO REGO, professor de Fisica I, auxiliar de Sidrack

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Cordeiro. Faleceu recentemente. Juntamente com Sidrack foi autor de livros. 54) MOACIR professor de Mecânica e Resistencia dos Materiais, era assistente de Eleumar Martorelli. 55) NEWTON DA SILVA MAIA - professor de Cálculo I. Ministrava aula elegantemente com seu jaleco branco e faleceu em 1967. 56) PAULO JOSÉ DUARTE - era professor de Tecnologia Inorgânica. Foi descobridor da fosforita. Só andava de branco, era conhecido como Omo total. 57) PEDRO CORREIA DE OLIVEIRA ANDRADE – chamado de Pedro fogueteiro. 58) RAFAEL SENNER DE ARAUJO – professor de Química Analítica Qualitativa 59) RICARDO ANTONIO DE CARLI – professor de Química Analítica Quantitativa. 60) RICARDO DE CARVALHO FERREIRA – professor de Química Geral e Inorgânica - Graduado em Química pela Universidade Católica de Pernambuco em 1952, tornou-se livre-docente da Universidade Federal de Pernambuco em 1957 e professor titular em 1962. Aposentou-se em 1994, foi agraciado com a Ordem Nacional do Mérito Científico e recebeu o Prêmio Almirante Álvaro Alberto. Durante sua carreira acadêmica, Ricardo esteve associado a diversas instituições de pesquisa e ensino nacionais e internacionais: California Institute of Technology, Indiana University, Columbia University e Earlham College nos Estados Unidos, Universidade de Genebra e Oxford University na Europa e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, a Universidade de São Paulo, a Universidade Federal de São Carlos e a Universidade Federal de Pernambuco no Brasil. Em julho de 2012 o asteroide 2002 FR1 foi denominado 158520 Ricardoferreira em sua homenagem. Era tido como um professor top, pois tinha sido assistente de LINUS PAULING prêmio Nobel de Química. Acioly comentou “Trabalhei com Ricardo no CECINE. Um orgulho que tenho. Um dos grandes teóricos brasileiros.” 61) RILSON RODRIGUES DA SILVA – professor de Mineralogia. Foi diretor do Centro de Tecnologia e Geociências. 62) ROMEU BOTO DANTAS - nasceu em Maruim (Sergipe), no dia 12 de fevereiro de 1927 e Faleceu em Recife (Pernambuco), em 2009. Graduou-se como Químico Industrial pela Escola Superior de Química de Pernambuco – UFPE em 1950 e como Engenheiro Químico pela mesma instituição em 1956. Atuou como professor de Operações Unitárias da Universidade Federal de Pernambuco de 1959 a 1970. Ainda em sua vida acadêmica foi Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ (São Paulo) durante o ano de 1975. Dentre suas inúmeras atividades profissionais, destacam-se as de Químico das Usinas São Simeão e Bititinga, em Alagoas e Santa Adelaide, em São Paulo (1951 – 1956); Chefe do Departamento de Engenharia da R. S. Hall Ltda. de São Paulo (1956 – 1959); Superintendente de Produção da Usina Catende (1960 – 1963). Projetou-se mundialmente como Diretor Técnico e depois Diretor SupeNOSSO TEMPO - CAPÍTULO 4

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rintendente da Companhia Pernambucana de Borracha Sintética de Pernambuco (Coperbo) durante 26 anos. Foi membro do Conselho Diretor do International Institute of Synthetic Rubber Polymer (IISRP) de 1969 a 1973; membro da Financiadora de Estudos e Projeto (Finep) do Ministério de Ciência e Tecnologia de 1996 a 1997; membro do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP); membro da Sociedade de Técnicos Açucareiros do Brasil (STAB); membro da Asociación de Tecnicos Azucareros de Cuba (ATAC) e da International Society of Sugar Cane Technology (ISSCT). Foi também Consultor da Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos (CPRH) de 1986 a 1989 e Consultor do Programa de Alcoolquímica do Governo de Cuba de 1988 a 1989. Foi o primeiro Presidente da Agência de Regulamentação de Pernambuco (ARPE) de 2000 a 2003. Participou de dezenas de eventos nacionais e internacionais e publicou vinte e oito trabalhos científicos. Em 1975 foi agraciado com a Medalha de Mérito Empresarial Conde da Boa Vista; em 1982 foi agraciado com a Medalha de Mérito Industrial pela FIEP e em 1986 com o Prêmio General Award da IISRP. No que pesem as inúmeras atividades técnicas, que exigiram muitos afastamentos do estado e do país, ainda foi Membro Titular Fundador da Academia Pernambucana de Química (APQ) em 2006, tendo sido o primeiro ocupante da Cadeira no 24, cujo patrono é Sebastião Simões Filho. 63) RÔMULO MACIEL – professor de FISICA II (Eletricidade e ótica). muito elegante sua postura. 64) RUI ROBALINHO – professor de Tecnologia Orgânica. Era pai de Taciana Robalinho, que concluiu seu curso em 1970. 65) SEBASTIÃO BARRETO CAMPELO – professor de Termodinâmica e Máquinas Térmica que ministrava as aulas com muita elegância. Carlos Alfredo lembra que certa aula dele sobre Maquinas Térmicas, no Anfiteatro da Escola de Engenharia, o colega Hamilton, fez-lhe uma pergunta, como se soubesse mais que o professor. O Barreto Campelo, falou humildemente que era formado em Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica. Foi um silencio geral. Dirigiu desde 1993 o Movimento Pró Criança, projeto social da Igreja Católica no bairro dos Coelhos, do qual foi fundador. Em outubro de 2016 recebeu Medalha José Mariano da Câmara dos Vereadores do Recife. Completou 89 anos em janeiro último.

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66) SEBASTIÃO BELTRÃO DE CASTRO – professor de Tecnologia do Açúcar. 67) SIDRACK DE HOLANDA CORDEIRO – professor de Física I - Formado em Química pela UFPE em 1947 e em Matemática pela U. Católica de Pernambuco, onde também foi professor. Doido de jogar pedra, usava uma expressão, “mas rapaz!”. Foi professor de Física de Carlos Alfredo no Colégio Americano Batista. Gostava muito de ensinar utilizando gráficos. Ainda hoje faço a conversão de escalas termométricas usando o método que aprendi com ele, disse Carlos Alfredo. Os seus filhos são Gauss (foi um matemático, astrônomo e físico alemão que contribuiu muito em diversas áreas da ciência), e Dirac (físico teórico inglês, fez contribuições fundamentais para o desenvolvimento da Mecânica Quântica e Eletrodinâmica Quântica). Por que será? Lançou junto com o prof. Mauro Rego, livro de Mecânica com problemas resolvidos para o vestibular. Em 2010, o professor Gauss Cordeiro, filho do prof. Sidrack doou 756 livros do acervo pessoal e da biblioteca que pertencia ao seu pai, inclusive obras raras. Sidrack ensinou Física na UFPE por 35 anos. A seguir transcrevo texto escrito pelo filho dele, prof. Gauss M. Cordeiro. PROFESSOR SIDRACK - Gauss M. Cordeiro* - Sinto, neste momento uma grande dificuldade e certo constrangimento para falar sobre o meu pai, pois tenho que guardar certo comedimento e uma justa medida de expressão que, procurando ser a mais verdadeira, não se mostre muito exagerada pela condição de ser seu filho, nem menos fiel pelo receio de o ser. Prof. Sidrack (de Holanda Cordeiro), que faleceu no último dia 11 de setembro, era uma pessoa dócil, super afável, única, mágica, de grande inteligência e surpreendente. Eu jamais conheci alguém como ele, meu exemplo e referencial de tudo que tenho de bom e decente. Era meu grande amigo. Aliás, amigo é a melhor palavra que define meu pai, pois nossa amizade me marcou para sempre. Ele me ensinou a ter um grande amor pela ciência, a ousar, a ler livros e buscar por conta própria minhas respostas, meus questionamentos mais profundos. Prof. Sidrack nasceu em Arcoverde, no sertão pernambucano, no dia 22 de novembro de 1924. Formou-se em Química Industrial pela Universidade de Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e em Matemática pela Universidade Católica de Pernambuco. Exerceu por muito pouco tempo a sua formação de químico industrial e desde cedo se dedicou ao ensino da física e matemática, inicialmente lecionando no secundário de colégios do Recife (Padre Félix, Salesiano e Americano Batista, entre outros) e, posteriormente, na UFPE. Quem conviveu com ele, nunca deixava de notar sua enorme inteligência e o apetite insaciável com o qual atacava de tudo, desde problemas de física e matemática até os romances clássicos e religião, passando pela astronomia, economia e filosofia. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 4

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Ele se destacou desde cedo pelo seu talento para o aprendizado. Durante a adolescência, distinguiu-se dos demais colegas pelas altas notas em matemática, e mais tarde, no decurso de sua carreira de educador, pelo autodidatismo e resolução de problemas complexos de física e matemática. Seu lado mais visível é o de uma pessoa que escrevia regularmente em jornais sobre a realidade brasileira, e se mostrava, dentre tantos observadores, o mais lúcido e o de melhor prosa. Tinha uma inteligência fascinante que crescia em múltiplas dimensões em várias áreas do conhecimento. A tentativa de resumir em poucas linhas a atuação acadêmica do professor Sidrack, como professor e educador, notável por sua amplitude e efeito multiplicador, é uma tarefa árdua. Além de formar inúmeras gerações de estudantes no Colégio Americano Batista e na Escola de Engenharia da UFPE, possuía uma vasta cultura em Física e Matemática. Durante 30 anos, entre 1959 e 1989, ele ensinou Física na UFPE a milhares de engenheiros. Rigoroso na conduta, ele tinha uma visão humanista da sociedade, uma natureza democrática e sempre aberta ao diálogo, à colaboração e ao entendimento. Sempre foi profundamente engajado na defesa dos direitos do homem e nas ações pela cidadania. Era presença constante no mundo intelectual de Pernambuco e no meio da física básica do País. Prof. Sidrack tinha um talento imbatível como professor, que dominava como poucos a arte de transmitir com clareza e perfeição os conceitos da física, seja através da linguagem matemática ou de exemplos descritos na experimentação popular. A sua preocupação principal como docente era ensinar os métodos matemáticos aos alunos para que eles pudessem modelar de maneira rigorosa os problemas da física e, então, fundamentar com rigor científico as suas conclusões. Quando eu era garoto presenciei vários físicos importantes do País e do exterior a frequentar nossa casa. Recordo-me de alguns deles: Tore Nils Olof Folmer Johnson, Dalton Gonçalves, Beatriz Alvarenga e Pierre Lucie. Meu pai gostava de trocar ideias com eles sobre o ensino e avanços da Física. Tinha uma enorme paixão pelos livros e um grande conhecimento de física fundamental - que certamente o coloca na posição dos maiores conhecedores dessa área do Brasil. Admirador nato dos grandes físicos e matemáticos, ele homenageou Gauss e Dirac dando seus nomes a seus dois filhos homens. Gostava de escrever sobre ciência e religião no Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco de Recife e em outros jornais do País, pois dominava com maestria ambos os assuntos. Por ser um ávido leitor nas mais diversas áreas do conhecimento, explica-se o impacto dos seus artigos publicados, nas últimas décadas, nesses jornais. Escreveu vários livros didáticos, pois seu maior interesse de vida era transmitir seus conhecimentos aos alunos.

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Tinha uma preocupação máxima com o trabalho incessante e costumava sempre repetir: “trabalhe com afinco, pois a natureza não dá nada de graça a ninguém”. Quando dormíamos demais, dizia: ”Nunca o sol encontrou Rui Barbosa na cama”. Durante minha estada em Londres - onde fiz meu doutoramento entre 1979 e 1982 -, fomos visitar vários lugares e ele, sempre me impressionava, ao relatar com precisão fatos históricos desses locais relacionando-os com acontecimentos na linha do tempo da ciência. Várias estórias permearam a vida deste grande educador, persistem na comunidade acadêmica e o tempo não apaga. Certa vez encontrou um grupo de alunos da Escola de Engenharia que queriam que ele resolvesse de imediato um problema complicado de física. Depois de alguns minutos cercado pelos alunos, perguntou a eles, sem sequer notar a posição do carro: “Eu vim de lá ou vim de cá?”. Com a pronta resposta, “o senhor veio de cá”, ele concluiu: “então eu já almocei”. Sem sombra de dúvidas, prof. Sidrack foi um dos maiores educadores de física do Brasil. * PhD em Estatística pela Universidade de Londres e professor da UFRPE e UFPE

68) TELMO NOVAES – professor de Orgânica I. Segundo Aurea, “todo engomadinho.” 69) VICENTE BARRETO DA COSTA PEREIRA – professor de Tecnologia Orgânica. O velho querido Cultura de Sovaco! Liliana lembra que o prof. Vicente tinha criação de bode. Que lembrança tosca! kkkk. 70) WASHINGTON MOURA DE AMORIM – professor de Fisico Química I

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CAPÍTULO 5

CONGRESSO DA UNE


TODOS PRESOS - Cerca de mil estudantes que participavam do XXX Congresso da UNE, iniciado clandestinamente num sitio, em Ibiúna, no Sul do Estado, foram presos ontem de manhã por soldados da Força Pública e policiais do DOPS. Estes chegaram sem serem pressentidos e não encontraram resistência. Toda a liderança do movimento universitário foi presa: José Dirceu, presidente da UEE, Luís Travassos, presidente da UNE, Vladimir Palmeira, presidente da União Metropolitana de Estudantes, e Antônio Guilherme Ribeiro Ribas, presidente da União Paulista de Estudantes Secundários, entre outros. Eles foram levados diretamente ao DOPS. Os demais estão recolhidos ao presidio Tiradentes. Desde segunda-feira os habitantes de Ibiuna notaram a presença de jovens desconhecidos, que iam à cidade comprar pão, carne, escovas e pasta de dentes, despertando suspeitas ao adquirir mais de NCr$200 de pão de uma só vez. Essas informações foram transmitidas ao DOPS e à Força Pública, que desde quinta-feira já conheciam segundo afirmaram — o local exato do Congresso. A denúncia de um caboclo, que fora barrado ao tentar chegar até o sitio Muduru, onde estavam os estudantes, fortaleceu a convicção da Polícia de que o Congresso seria realizado ali. Depois de avançar alguns quilômetros de carro e outro trecho a pé, por causa da lama da estrada, 215 policiais chegaram ao local às 7h15 de ontem, organizaram o cerco aos estudantes e dispararam algumas rajadas de metralhadora para o ar, para intimidá-los. Sem resistir, os congressistas foram colocados em fila e levados aos ônibus requisitados para transportá-los para a capital. O governador Abreu Sodré, ao ser homenageado por trabalhadores do DAE, no Horto Florestal, referiu-se ao episódio e reafirmou sua disposição de “manter a paz e a tranquilidade para a população que deseja trabalhar”. E acrescentou, referindo-se à prisão dos participantes do congresso da UNE: “Agi com energia para reprimir a agitação e a subversão quando determinei, após horas de angustia e apreensão, a prisão de estudantes subversivos que participavam do congresso da UNE. Publicado na Folha de S. Paulo em 13/10/68. http://almanaque.folha.uol.com.br/brasil_13out1968.htm 108


CAPÍTULO 6

CULTURA DOS ANOS 60


MÚSICAS Quais as músicas que eram cantadas e dançada naquela época? Eis algumas, por ano em que fizeram sucesso: 1963 - Twist and shout, Mas que nada; 1964 - Want to hold your hand, The house of the rise sun; 1965 - Arrastão, Quero que vá tudo pro inferno, Festa de arromba; 1966 - California Dream, Gatinha manhosa, A banda, Monday Monday, Esqueça; 1967 - Como é grande o meu amor por você, Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rollings Stones, San Francisco; 1968 - Alegria alegria, Se você pensa; 1969 - Sugar sugar, Aquele abraço. Porém tem uma que merece destaque: SAMBA DIA DO QUIMICO Autoria: Franklin Pereira da Silva, colega nosso, concluinte em 1968 Chegou a famosa Escola de Química Escola que não tem rival Pelo som da vidraria Até parece uma destilaria Existem duas coisas no mundo Que fazem o estudante tremer Uma prova de Newton Maia E ver Mario Gesteira beber Eta que bom, eta que legal Dia do químico levantar o seu astral

FILMES Muitos dos filmes dos anos 60 foram inesquecíveis. Lembram desses? 8 ½, A bela da tarde, A doce vida, A noviça rebelde, Bonnie e Clyde, Doutor Jivago, Fahrenheit 451, Irma la Dulce, Juramento em Nuremberg, Lawrence da Arábia, Lolita, O sol é para todos, Os pássaros, Psicose, Rocco e seus irmãos, Se meu apartamento falasse e Spartacus foram os mais importantes.

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OSCAR E os ganhadores do Oscar dos anos 60 / início dos anos 70? Eram aguardados com ansiedade a escolha deles. Lembrando... 1964 – Tom Jones; 1965 – My fair lady; 1966 - A noviça rebelde; 1967 – O homem que não vendeu sua alma; 1968 – No calor da noite; 1969 – Oliver; 1970 – Perdidos na noite; 1971 – Patton – rebelde ou herói? 1972 – Operação França; 1973 – O poderoso chefão.

BEST SELLERS Anos 60 - Para os que liam muito, os mais vendidos eram um sucesso... 2001 – Uma odisseia no espaço, A fantástica fábrica de chocolate, Cem anos de solidão, Laranja mecânica, O poderoso chefão, O sol é para todos, Um estranho no ninho. ANOS 70 - Farda, Fardão, Camisola de Dormir - Jorge Amado; Gabriela, cravo e canela – Jorge Amado; Love Story.

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CAPÍTULO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


A CRIAÇÃO DA ESCOLA E O DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO Numa conversa digital, Fernando Paulo esclarece que o curso de Química Industrial nasceu em 1920 como um anexo da Escola de Engenharia. Em 1923 formou o primeiro químico do Estado, Aníbal Ramos Mattos. Funcionou naquela Escola até 1940. Depois deste ano até 1947, na Universidade Rural. De 1948 até 1964 à rua Dom Bosco, no bairro da Boa Vista, onde hoje funciona um Quartel da Polícia Militar. Daí até hoje, na cidade universitária. Irajá complementa que o Dr. Paulo Duarte narrava que os primeiros professores eram ingleses, italianos e franceses. Bartolomeu informa que “no fim do século XIX veio trabalhar na usina Serra Grande um químico alemão. O meu bisavô, do alto sertão Paraibano, mandou os filhos estudarem Agronomia e Farmácia no Rio, Direito em Minas e um em Olinda para ser padre (pulou fora antes de terminar o curso). Os usineiros devem ter sido os que estavam por trás deste avanço tecnológico em Pernambuco. Por volta dos anos quarenta, além dos engenhos e tecelagens deviam existir cerâmica bruta, curtumes, descaroçadoras de algodão, etc. Em algum instante chegaram a Sanbra (ou alguma processadora de óleo local), fábricas de cimento, fundição, etc. Trabalhei na Moura e sei da visão e bravura de Dr. Edson Moura de construir ali aquela fábrica. O pai dele (tinha uma fábrica de doce onde ele trabalhava) me contou que ele era frustrado, pois fazia “mariola” que qualquer cozinheira fazia melhor que ele. Um motorista que fazia as entregas da fábrica, de quem Dr. Edson era amigo de infância, perguntou-lhe porque ele não fazia bateria. Daí nasceu a Moura com a ajuda da Sudene e a grande capacidade dele e de sua esposa Conceição, uma mulher muito inteligente. Gente como ele, Boto, (que ajudou a importar a fábrica e que auxiliou a colocar Pernambuco em um novo patamar), e outros da mesma época trabalhando na Brennand, Nassau, Poti, Torre, e tantas outras. Não esqueçamos o ITEP e o Instituto de Antibióticos. Nós, na nossa época, fizemos o que foi possível, já com um campo de trabalho muito maior, abrangendo o Nordeste e o Brasil.” Liliana diz: “A Escola de Química nasceu, creio que nos anos 40 e funcionou antes na Profertil Companhia de Adubos. Dr. Ubertino foi um dos fundadores, seus filhos Roberto e Ricardo também estudaram na Escola. Dr. Ubertino era italiano. Eu conheci ele e seus filhos”. Irajá esclarece que “o Professor Paulo Duarte foi o maior incentivador e grande estudioso do fosfato em Pernambuco. Olinda tem a maior jazida de fosfato. Dizem que para barrar sua exploração, houve liberação de recursos para construir um bairro (hoje Ouro Preto).” Bartolomeu continua: “Ricardo Rosso trabalhava na Coperbo. Não sei dele. O Roberto Rosso não conheci. Os fugidos da guerra, também tiveram um papel impor114


tante nos primórdios da industrialização do Brasil, incluindo também Miguel Vita (da famosa Fratelli Vita), Renda Priori (balas Priori), talvez Brennand. Em escala nacional, Matarazzo (deve ter chegado ainda por volta de 1880). Muito bem lembrado. Quem não lembra da Fosforita? E acrescenta que pode considerar que até 1947 estávamos atrelados a uma visão industrial vinculada à cana de açúcar, que era o ramo principal da economia. A partir daí suposição minha, começou-se a olhar outros ramos da indústria. Talvez aí venha a entrada da Profértil.” Bartolomeu ressalta a importância desse assunto, porque “a maioria de nós trabalhou em indústrias criadas por gente como Dr. Edson Moura, João Santos, Ermírio de Morais e muitos outros. Por volta de 1978, com os preços elevados do petróleo, foi criado o Proálcool para permitir a alcoolquímica, que falhou por considerar a produção de eteno a partir do etanol. Nesta transformação, perde-se 18 g em 46 g, subvertendo o objetivo maior da indústria que é entrar com a matéria prima e acrescentar mais material para obter o produto. Na época em que eu trabalhava na Salgema, diz Bartolomeu, li um trabalho sobre isso dizendo que se devia perseguir a obtenção de polímeros oxigenados. A última vez que falei com Luduvice, ele, que trabalhava na usina Triunfo, falou-me que os usineiros tinham interesse em perseguir esta rota. Pouco depois disso ele faleceu.” Liliana acrescenta que “a Profertil era também dos Renda Priori, inclusive que Leonardo Renda também era químico. Sei disso porque minha mãe trabalhou na Profertil e Ubertino Rosso não veio fugido, mas sim por problemas familiares. Riccardo era da minha idade, mas formou-se bem depois.” Bartolomeu lembra que “uma das visitas que fez, no tempo da Escola, apesar de não lembrar em qual disciplina, foi à Profértil. Eles têm ou tinham uma unidade em Alagoas.” Fernando ressalta que “conheceu bem a Profertil no Ibura, onde funcionou até início dos anos 70. O gerente industrial era Hercílio Auto, Químico de 1947, pai de um colega da escola. Na época trabalhavam lá Marcos Amaral e Pinduca (Passos).” Bartolomeu pergunta se “Marcos Amaral era Engenheiro de Minas ou era Químico também. Sei que trabalhou lá um geólogo, chamado Ezequias.” Liliana esclarece que “ele era sim, mas não sabe o que lecionava. Depois houve um problema com o diploma dele e ele se desligou. Quem sabia bem era minha mãe, mas parece que Alimonda, do óleo (da SAMBRA), também era um dos donos da Profertil. Uma das filhas de Ubertino era casada com Ênio, também químico, e faleceu nos Estados Unidos ao dar à luz ao primeiro filho deles. Ênio estava estudando lá.” Zamir informa que “Marcos Amaral (Marquinhos) é Engenheiro Químico, da turma dele, que entrou na Escola em 1964.” Bartolomeu diz para Marletti, “tenho interesse em entender como foi implantada a Escola até ela tornar a química uma ciência livre de amarras que, provavelmente

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a Escola de Engenharia ou Agronomia estabeleciam. A maioria dos alunos, foi trabalhar em empresas como as que já citei. O então governador e Químico Cid Sampaio lançou o Bônus BS (espécie de selos recebidos das lojas por ocasião das compras, em função do valor pago, os quais eram trocados por cupons) com sorteios e tendo como resultado a instalação da Coperbo. Por trás disso estava o Eng. Químico e professor da Escola de Química Romeu Boto, como também a criação da Alcoolquímica. A Moura é um exemplo de sucesso pela persistência de Dr. Edson. O pai dele me disse que ele foi para um bar nas vizinhanças da Fábrica de baterias Saturnia, localizada em S. Paulo até conhecer operários que ele levou para Belo Jardim. Provavelmente nestas usinas, os alunos da Escola iam implantando melhorias. “ Schuler contribuiu com o grupo dizendo que “além de um simples encontro para matar a saudade, que já seria muito, agora o grupo está se transformando em algo muito maior.” Bartolomeu acha que “Marletti tem um documento que pode ser o ponto de partida.” Schuler esclarece que “1965 foi o ano em que o curso de Eng. Química foi reconhecido pelo MEC, o que foi confirmado por Bartolomeu. Já o de Química Industrial o foi 1949. Esse documento encontra-se no arquivo do curso. A turma de Ramos de Mattos foi a primeira e só ele se formou. O curso durava três anos. Olhe aí uma informação importante. O pai de Milton, Dr. Aryl Pontes Lyra, já se formou como Químico Industrial. Quando foi que essa denominação começou?” Conceição, esposa de Milton informa que “o marido pediu a ela para fotografar o quadro de formatura de Dr. Aryl Pontes Lyra, pai dele e de Carlos Alberto. Tenho muito orgulho de ter esse quadro de formatura, pois foi Dr. Aryl Lyra que me presenteou. A formatura dos primeiros Químicos Industriais foi em 1927. A turma teve 6 alunos. Em 1932 Dr. Aryl foi ser Químico da Usina Serra Grande, do tio dele Carlos Pereira de Lyra, irmão de Dr. Zacarias Lyra. Segundo Milton, a Usina Serra Grande era muito desenvolvida, fabricando até combustível, o chamado Usina Serra Grande Alagoas - USGA. Realmente Dr. Aryl Lyra foi avançado para o seu tempo.” Conceição diz “estar impressionada com a memória temporal e fotográfica de alguns de vocês, lembrando de detalhes de há muito ocorridos. Schuler informa que “são dois pernambucanos (Britto Passos já ouvi falar), um alagoano e um potiguar. Milton afirma: “Fotografei mais de perto a primeira turma de químicos. Ano 1927. Jose Brito P. Passos (Maranhão), José A. Pimentel (PE), Gilberto de Brito e Silva (PE), Alberto C. Góes (Rio Grande do Norte), Aryl Pontes Lyra (Alagoas) e João Trajano (PE).” Fernando Paulo esclarece que “a lei que criou os CRQ’s e CFQ é de 18/06/56. mas desde 1934 que a CLT já estabelecia a profissão de Químico. Aliás, é a única profissão mencionada. Quando presidente do clube dos químicos, o falecido Manoel 116


Jayme Francisco Galvão me deu um livro que tinha os químicos formados de 1923 a 1940. Esse livro eu perdi. Irajá informa que “tem um trabalho do Dr. Paulo Duarte, que foi escrito em torno dos anos 1980 - A Química em Pernambuco, 50 anos.” Fernando Paulo diz que “desde a primeira turma (1923), que o curso já era de Químico Industrial. Aliás só Rio, São Paulo e Pernambuco formavam químicos. Eu conheci Aníbal Ramos de Mattos, que foi professor na Escola de Engenharia e Químico do Instituto do Açúcar e do álcool (IAA). Ainda alcancei Brito Passos como consultor do Açúcar Sublime. E quanto a José Pimentel, joguei sinuca com ele e com Otávio Carvalheira, na casa do professor Luiz Carvalheira.” Schuler diz que “em breve teremos o volume I da história da Escola de Química de Pernambuco. E de um tempo que não voltará nunca mais. Comecei a ensinar em 72 e me aposentei ano passado. E só vi deterioração em todos os sentidos. Inclusive da união que mantemos até hoje. Da maneira que o pessoal tá saindo hoje, ele se lembra de menos coisa do semestre passado do que a gente de coisas cinquentenárias.” Accioly diz para Schuler: “lembro que te visitei um dia na Escola, e me espantei com o livro que estavam usando lá. Comentei com você que aquele livro, você e eu, não usávamos no Colégio Nóbrega por ser muito fraco.” Schuler concorda. “Sim. Ricardo Feltre. O professor era Telmo. Um dia ele entrou na minha sala com um aluno pra tirar uma dúvida. Ele estava errado. Aí ele disse: mas tá no livro. Eu expliquei porque o livro estava errado. Então ele se virou para o aluno e disse: É, você tinha razão.” Bartolomeu informa que “Agenor, professor do cursinho, deve ter se formado em 66 (turma de Raimundo Bôto e Zanoni).” Rosa Coelho diz também que “Agenor foi seu professor de cursinho em 1964, na antiga Escola de Química.” Bartolomeu lembra que “por volta de 77/78 fiz uma visita à Refinaria Landulfo Alves (RLAM) e o Holmes (concluinte de 1973) me falou que ele trabalhava por lá. Nunca mais soube dele.” Rosa Coelho soube que o Agenor era Químico importante na Petrobras! Telma confirma que “Agenor formou-se em 1965, mesmo ano que entrou na Escola. Muito bom professor de inorgânica, no cursinho.” Rosa Coelho destaca que “Meu irmão José Sidney é Engenheiro Químico, formado em 1958. Foi a primeira turma do curso de Engenharia Química! Antes só existia o curso de Química Industrial. Schuler lembra que “a carga horária de Química Industrial era tão grande que o CRQ escrevia na carteira: natureza do currículo: Engenharia Química.” Fernando Paulo lembra também que “as resoluções 26 e 36 do CFQ, estabe-

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lecem, mediantes condições, que Químicos Industriais tenham as 16 atribuições do curriculum de Engenharia Química.” Irajá destaca que “em 1920 foram criados sete cursos de Química Industrial no Brasil, um destes em Pernambuco, que ficou anexo à tradicional Escola de Engenharia de Pernambuco (fundada em 1895). Em 1923 foi diplomado o primeiro Químico Industrial, Aníbal Ramos de Mattos. De 1923 até 1934 foram formados 43 profissionais da Química em Pernambuco. A maioria se dedicou à indústria do açúcar e do álcool.” Bartolomeu pergunta para Irajá, se “nesta fonte discrimina, entre estes 43 formados, quantos eram mulheres.” Irajá afirma que “segundo a palestra de Dr. Paulo Duarte em 28/09/1984, não consta se houve mulheres.”

O MOVIMENTO ESTUDANTIL Mais uma conversa entre vários colegas. Aurea lembra: “Entramos na Escola de Química em 1964, com a ditadura!!!” Liliana complementa: “Eram 2 Florencios, Chico e Antônio, sendo que o da frente era o Boitatá lembra? O outro, perdeu alguns anos por problemas políticos. Lembra? Relativo aos anos de chumbo, lembro vários episódios interessantes que vivenciei e de colegas envolvidos, pertencentes aos dois lados, inclusive. Tivemos militares infiltrados como alunos, que assistiam aulas, colegas como Geraldo, assistindo aulas acompanhado por um soldado. Tenho até a foto deles. Quem lembra do Sineiro? Bartolomeu pergunta: “Como era mesmo o nome do Sineiro? GERALDO..... Por volta dos anos oitenta, ele passou por aqui em Maceió e estava em Goiás ou por ali criando gado e plantando, o que, não sei.” Liliana responde: “Não lembro o nome dele, mas eu estava lá na Igreja da rua Nova escondida quando aconteceu o fato, até me lembro dele saindo de lá.” Bartolomeu recorda: “Na nossa turma tinha um aluno que sumiu depois que se viu a carteira militar dele. Era o Lívio Alberto Silva”. Liliana esclarece “Eles eram infiltrados na nossa turma, soube de dois que também sumiram depois.” Liliana acrescenta que “tem um episódio com o professor Paulo Osório de Cerqueira, também relativo a essa época de repressão.” Zamir se coloca: “Desconheço a existência de agentes infiltrados na minha turma (que entrou na Escola de Química em 1964), mesmo porque até 1964 as turmas eram de número reduzido de alunos (a turma que antecedeu à minha era de 13 alunos, se bem me recordo) e com um bom percentual de filhos de empresários ou de executivos de indústrias. Isto se refletia na composição dos diretórios que tinham uma linha de centro-direita. Mesmo ao nível estadual o presidente do União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) na época de minha entrada na universidade ou até pouco antes era Marco Maciel, que foi 118


Governador e Senador por Pernambuco e também vice-presidente da República”. A situação na Escola de Química mudou após a entrada de minha turma e turmas subsequentes, inclusive com a eleição em 1965 de uma chapa de centro-esquerda para o Diretório com Gilson Testinha como presidente e Genaro como vice-presidente Aurea afirma que “Tinha, sim!!!!!!!” Liliana se prontificou: “Vou procurar a foto em que eles aparecem e postar. Tenho certeza porque conhecia uma pessoa ligada a um deles, que era filho de um major e essa pessoa me alertou a respeito.” Liliana lembra que também havia alunos ligados ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC)... e segundo Aurea, foram responsáveis pela destruição do Diretório Acadêmico (DA), em 1967!!!! Sendo que um deles, da nossa turma 64-68! Coisas impossíveis de esquecer!!!” Bartolomeu comemora: “O mais importante é que vivemos um período difícil e estamos vivos. São inesquecíveis, mas deixemo-las guardadas no baú da memória.” Aurea ressalta que “são lembranças, também, que construíram nossa história. Não precisamos citar os nomes aqui. Quem quiser saber, pode recorrer aos arquivos da Comissão da Verdade/PE. Não somente de alunos, como também de professores e funcionários(as).” Fernando Paulo lembra que “de 64 a 79 o clima foi de desconfiança e medo, sem dúvida. Mas escapamos e estamos aqui contando as histórias. Eu mesmo em 74, na pós-graduação na COPPE/UFRJ, me envolvi em conselho de alunos e acabei atrapalhando minha pós. A barra pesou.” Bartolomeu confirma: “E como eu sei disso, Áurea.” Liliana acrescenta: “Eu também em 1969 não compareci à Escola por doença na família e fui avisada a não faltar à noite, porque senão seria indiciada. O motivo? A visita do Rockfeller ao nosso país a qual provocou greves e protestos. Quem estava lá na mesma situação que a minha vai lembrar e lembrar também que o nosso professor não queria dar as presenças, tão necessárias para nós naquele momento.” Aurea recorda que “em 1969, graças ao plano de Rômulo Maciel para implantar um polo de semicondutores no Recife, utilizando o nióbio recém descoberto no Nordeste, eu e Félix estávamos na PUC/Rio, com Sérgio Resende como orientador. Corumba intervêm: “Apenas para esclarecer, em 1966 fui eleito e acho que com a maioria dos votos dos que participam do grupo, Presidente do DA, tendo como vice o comunista (kkkkkk), imagine (!) Genaro! Acho, que meu adversário foi Epaminondas! Aliás, o primeiro DA de esquerda! Arnaldo Pessoa era meu teleguiado! Kkkkk. Esse fato consta na minha ficha do SNI !!!!! Kkkkkk Schuler pergunta: “Eu era o secretário, não?” Aurea confirma: “Kkk Lembro bem, Corumba! Fui caba eleitoral (sic) da chapa!”

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Aurea confirma: “Isso! Em 65 foi Raimundo x Zé Maria, não foi?” Fernando Paulo recorda que “depois descobri a editora MIR de Moscou (ficava na galeria ITA, na Barão de Itapeninga, em São Paulo). Os livros eram baratos. Os professores Sidrack Cordeiro e Washington Amorim implicavam comigo, dizendo que era coisa de comunista. Rss.” e complementa: “Nós que vivemos a ditadura, sabemos bem o que foi. A melhor das ditaduras, nunca será melhor que a pior das democracias.” Zamir confirma isso: “Sem dúvida, Fernando.” Zamir complementa: “Aliás, não vejo que avanços uma ditadura traga que não possa ser obtida numa democracia responsável.” Bartolomeu diz: “É o destino ou são os desígnios de Deus. Lúcia Helena participava muito dos movimentos estudantis. Conheci duas irmãs dela, Inês e Ester que também participavam.” Conceição / Milton esclarece que “Inês é médica psiquiatra e Ester é advogada. Todas participaram em movimentos estudantis da época. Aliás, a família Aguiar do meu pai e da mãe dela era muito atuante. Eu e Lúcia Helena estudamos juntas no Colégio da Sagrada Família em Casa Forte. Só nos separamos para fazermos o 3º ano científico e cursinhos específicos. Ela química e eu, medicina. Perda irreparável irreversível e por incompetência médica.”

DIRETORIOS ACADÊMICOS Em 1965 foi presidente o Epaminondas. Já no ano de 1966 foi eleita a primeira chama da “esquerda” – Corumba, tendo como vice o Genaro. Foram lembrados vários militantes como Bartolomeu, Vicente Barreto, Viana, Marcos Marinho, que entrou na Escola em 1967, José Florêncio, Antônio Florêncio, atualmente auditor da Secretaria da Fazenda do Estado de Sergipe, Telma, Rosa, Nilzo, Pinduca, Liliana, Turenko, Nancy e muitos outros. Havia muito envolvimento na política estudantil e, a depender da situação, na partidária. Arnaldo Pessoa, atuou no ano de 1967. Muito discreto, pois na época fazia CPOR. Em 1968 foi a vez de Gilberto Barbosa

ANTIGOS REITORES ANOS 60-70 João Alfredo Gonçalves da Costa Lima – agosto de 1959 a junho de 1964 Newton Maia – julho de 1964 a agosto de 1964 Murilo Humberto de Barros Guimarães – agosto de 1964 a agosto de 1971 Marcionilo de Barros Lins – agosto de 1971 a agosto de 1975 120


ORADORES E SEUS DISCURSOS Discurso do orador Silvio Gurgel. Conduzidos pela sinfonia do coração, da amizade acrisolada por um lustro de convivência, meus prezados colegas escolheram-me para interprete – nesta memorável noite – de nossos pensamentos, de nossos anseios, de nossas esperanças. Indizível alegria não poderia deixar de produzir em meu espirito esse inequívoco testemunho de afeição e confiança. A eles, portanto, quero dedicar minhas primeiras palavras, que traduzem o meu mais sincero agradecimento. Fácil e sem mérito seria o desempenho de minha tarefa, se desconhecesse o valor da assertiva de GOETHE: “quando faltam ideias, surgem palavras sonoras”. Aqui não estou, pois para um discurso de filigranas literárias. Antes de tudo, cumpro o dever de expor nossas convicções. Sacrificar não podia, ainda que o quisesse, a franqueza e lealdade de minhas palavras, na análise da paisagem aos nossos olhos e às nossas inteligências claramente vista. Se, no momento, as ideias que aceitamos não evidencia uma viva mensagem de otimismo e de largas esperanças, mercê de DEUS, elas também não nos embotam a vontade, o entusiasmo e a certeza de que dias melhores e mais felizes nos aguardam. Malgrado a eloquência dos dados, não obstante a rudeza da verdade, não nos deixamos envenenar pelo pessimismo estéril e negativista. Muito ao contrário, a chama ardente do desejo firme de construir, nos animar e as energias indormidas de uma mocidade que sabe querer nos impulsionaram. Vacilações não temos, quando afirmamos que pretendemos nos integrar no esforço que a nação desenvolve para alcançar seus legítimos destinos. Impõe-se, contudo, uma atitude realista, objetiva. Passemos aos dados. Na verdade, inquietam-nos as estatísticas. Elas comprovam o estado de subdesenvolvimento em que mergulhados estamos. Os mais sérios e abalizados estudos atestam que a educação é o mais importante fator de expansão e desenvolvimento. Sua participação no crescimento econômico, no primeiro terço do século, for de 11%, no terço imediato, atingiu as proporções de 23%. Hoje – meus senhores – é ainda maior. É-nos doloroso reconhecer que 50% de nossa população maior de sete anos é analfabeta. Que anualmente 3,6 milhões de crianças não transpõem o curso primário; que 40 mil jovens concluintes do ensino colegial sobram nos vestibulares; que nossas universidades possuem apenas duzentos mil alunos; que nos últimos dez anos o Brasil não preparou, sequer, trinta mil engenheiros, enquanto os Estados Unidos se exasperam por não poder formar cem mil, todos os anos, para fazer frente aos índices duas vezes superior da União Soviética. Nos últimos tempos, feriram nossa sensibilidade os argumentos contundentes e

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até agora não contestados de Jean-Jaques Serven-Schreiber, expostos no seu livro O Desafio Americano. E os trabalhos de renomados e idôneos conhecidos da problemática nacional vem corroborar as suas indiscutíveis conclusões. Constata-se o fosso que nos separa dos países avançados. E este fosso só poderá desaparecer com nosso trabalho, nosso talento criador e poder de organização. São palavras de Schreiber:” nem os exércitos, nem as matérias-primas, nem os capitais continuam a ser marcos e instrumentos de poderio. As próprias fábricas são apenas um sinal exterior. A força moderna é a capacidade de inventar, ou seja, a pesquisa; e a capacidade de inserir inovações nos produtos, ou seja, a tecnologia. As reservas que devemos explorar não estão nem na terra, nem nos números, nem nas máquinas – estão no espirito. Mais precisamente, na aptidão do homem para refletir e criar.” Portanto, a inovação é a moderna forma de concorrência, é a principal fonte liquida de lucros da empresa moderna. O relatório Denison denuncia: as empresas químicas dos Estados Unidos consideram situação normal, doravante, aquela em que pelo menos metade do volume de negócio se baseia em produtos inexistentes dez anos antes. E, para conservar este ritmo, aquela nação aplica na pesquisa 3.61% do seu Produto Nacional Bruto; a Europa, 2,01%. As cifras que invertemos não serão conhecidas, ou melhor, divulgadas. Sabe-se, contudo, que não diminutas no tocante a este esforço decisivo e necessário. Urge modificar o panorama nacional. Difícil pesquisar, inovar, desenvolver rapidamente nossa tecnologia, se, ao lado dos reduzidos créditos destinados a este mister, carregamos ainda o peso de elites bacharelescas e literárias. Atente-se para o significativo fato de que as faculdades de Filosofia absorvem um quarto das matriculas das universidades brasileiras guindem-se os institutos de pesquisa cientifica e tecnológica ao pináculo do sistema universitário, incrementem-se as verbas destinadas a estes órgãos, para formar o nosso próprio “know how” técnico. Desejamos e esperamos que a Reforma Universitária, atualmente em vias de execução, seja condizente com a realidade brasileira e atenda os imperativos ditados pelos tempos atuais. Impõe-se, urgentemente, a atuação do Ministério da Ciência e de Tecnologia. Ministério que torne a si o encargo de estimular a formação e o aperfeiçoamento de técnicos e pesquisadores; para assegurar aos cientistas e tecnólogos meios e condições de trabalho, compatíveis com as suas atribuições. Ministério que formule uma política de integração Universidade – Industria, que planeje a investigação cientifica, organize a gerência nacional e regional; enfim, que comande as mudanças econômicas, tecnológicas, e políticas de todo o organismo social. Só assim avançaremos. Só então ficaremos livre das asfixiantes remessas de “royalties” e de dividendos ao capital estrangeiro. O binômio industrial-intelectual não pode ser apenas uma rima. Porventura, os industriais e empresários não tem responsabilidade no que concerne à educação no 122


Brasil? Cabe-lhes sem dúvida, o dever de cooperar, financeiramente, para os programas de pesquisa; de criar estágios temporários ou permanentes, de conceder bolsas de estudo para aperfeiçoamento no País e no exterior; de promover a realização de cursos em colaboração com as universidades; de participar na elaboração dos currículos, tendo em vista suas necessidades especificas e, mais, assistir aos estudantes, assegurando-lhes, após habilitados, participação no desenvolvimento nacional. Dos fatos que acabo de apresentar, podeis deduzir, senhores, a importância da Engenharia Química e da Química Industrial no progresso da humanidade. Longo seria enumerar todas as áreas que devemos ativar: - Manipular a matéria prima; - Acompanhar o seu desdobramento; - Transformá-la em produtos utilizáveis; - Apurar sua qualidade; E ainda: - Diminuir o custo; - Aumentar a produtividade; - Pesquisar novos produtos, novos métodos, novos equipamentos; - Criar mercados; - Aproveitar o inaproveitado; - Analisar, simplificar, modernizar, descobrir, organizar, dirigir, liderar, ... eis, senhores, uma parcela do que temos a fazer. Sr. Ministro, não foi sem propósito que escolhemos o nome honrado e cheio de méritos de Vossa Excelência, para paraninfo de nossa turma. Tínhamos a certeza de que um homem de sua estirpe, nascido nas glebas duras, secas, ensolaradas e heroicas do Nordeste, estava talhado para entender as nossas aspirações, sentir o nosso entusiasmo e sustentar as nossas esperanças, guindado a um dos postos mais importantes da nação, não deixe, Vossa Excelência, que sejam vãos nossos anseios, que conjunturas sinistras desmoronem a nossa fé na grandeza deste país. Não permita que forças estranhas arrefeçam nosso idealismo e nossos propósitos. O término do currículo universitário significa apenas um degrau vencido na escalada do conhecimento. No estudo constante e bem orientado, procuraremos assegurar nossa competência profissional. Aceitamos nossas responsabilidades. No conceito de Exupéry, “ser homem é precisamente ser responsável.” E entendemos com responsabilidade o dever de permanecer alerta, de ter presentes os problemas sócio econômicos da Pátria e dos povos, de lutar por um sistema social, político e econômico que limite o poder abusivo tanto dos homens quanto dos governos, dever de preparar o porvir dos que depois de nós virão, perpetuando a família humana. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 7

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Aos mestres, nossa sincera gratidão por seus esforços, pela dedicação e experiencia que recebemos. Aos nossos pais oferecemos as alegrias da jornada hoje vencida. Colegas, honremos nosso juramento. Mesmo na impossibilidade de conseguirmos o ótimo, não deixemos de realizar o melhor que for possível. Saibamos tirar dos nossos erros, sabedoria; dos nossos desenganos, coragem; pensar e agir; sonhar, mas não viver de sonhos somente. Firmemos nosso credo no AMOR e na BONDADE; no ESTUDO e no TRABALHO; na RETIDÃO e na obediência à ONIPOTENCIA DIVINA. Obediência à ONIPOTENCIA DIVINA, que nos dá a conformação diante da perda irreparável do colega e amigo IVAN FIGUEIROA. Aqui fiamos, caro IVAN, experimentando o mais amargo ressaibo da saudade. Que DEUS te receba como um dos seus eleitos. Obrigado! Silvio Gurgel Discurso do orador da turma de 1969 Alberto Corumba, cuja cerimônia foi realizada no Instituto do Açúcar e do Álcool em Casa Forte AUTORIDADES PRESENTES, MINHAS SENHORAS, MEUS SENHORES, PREZADOS COLEGAS Formamo-nos, HOJE, quando o Nordeste, auspiciosamente, comemora a década da implantação da SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE – SUDENE – marco promissor do progresso tecnológico de nossa sofrida região. Permitam-me senhores, nessa nossa saudação inicial, exaltar esta obra dos pioneiros, que acreditaram no povo nordestino, que estruturaram a nossa Agencia para o desenvolvimento e souberam de uma maneira brilhante conduzi-la nos seus passos iniciais. A SUDENE na sua origem teve duas preocupações básicas e fundamentais: A primeira, a de ingressar o Nordeste na ERA do desenvolvimento e da tecnologia; A segunda, meta prioritária, a de promoção de nossa comunidade. Hoje, ao lançarmos um olhar retrospectivo ao passado, vislumbramos pesarosamente, que os ideais dos pioneiros não foram ainda conseguidos. De uma análise da realidade industrial nordestina, concluímos que houve um substancial avanço na tecnologia, mas, entristecidos, notamos que, paralelamente, não existiu um progresso nas conquistas do povo, na sua promoção humana.

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Se isto observamos na área urbana, mais ainda estarrecidos contemplamos na área problemática e programática do campo, onde persistem estruturas falidas que dia a dia, exploram, aniquilam e destroem todas as nossas tentativas para o desenvolvimento. Exemplo típico é o da área da agroindústria nordestina, onde não se apagou ainda a figura do senhor feudal, indiferente até aos apelos evangélicos do “Amai-vos uns aos outros.” Ao nosso lado de nossa Agência para o desenvolvimento, cresceu e progrediu nossa ainda embrionária Universidade, que hoje desempenha um papel histórico em nossa região, na luta diária e constante, no sentido do rompimento das cadeias que nos prendem, evitando que possamos dar aquele passo para a conquista do desenvolvimento. Foi assim que a mocidade estudantil de nossa região, ao lado dos nossos mestres em todas as horas, procurou criar uma imagem diferente de nossa Universidade. Uma Universidade com perspectivas amplas, dentro de uma nova dimensão. Os universitários não admitem uma Universidade que não se preocupe com a mudança das estruturas desumanas e que não tenha coragem de tomar posição firme diante do “conservantismo” e do “progressismo.” Os estudantes de nossa região não creem mais numa Universidade que viva a serviço da economia exploradora e envolvida numa nebulosa onda de pragmatismo e imediatismo. Universidade de promover os seus membros no sentido de ser mais e não simplesmente ter mais. A Universidade hoje, meus senhores, tem uma missão histórica em nossa região. É a tarefa de consolidar as bases de nossa comunidade, bases econômicas, sociais e político-culturais, denunciar a alienação da nossa cultura e lutar pela afirmação dos nossos valores. E dentro deste contexto social, qual seria a missão do engenheiro e químico industrial? Acreditamos que o desenvolvimento somente interessa quando for justo. E justo é o desenvolvimento humanizado, isto é, o desenvolvimento que favoreça em primeiro lugar, o homem e não apenas, alguns homens. Pois, que adiantam as grandes fábricas e as modernas usinas, se ao lado destas, vegeta uma população esfomeada, doente e analfabeta? É, justamente, dentro desta perspectiva que desejamos situar o engenheiro e o químico. Devemos, prezados colegas, colocar nossa sabedoria e nossas habilidades técnicas a serviço daquilo que poderíamos chamar de “promoção” do homem. O homem promovido significa o homem liberto de todas as formas de escravi-

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dão, desde a econômica até a escravidão política e espiritual. O homem promovido será o homem plenamente realizado, através de todas as dimensões. Por isso, prezados colegas, deve ser grandiosa nossa missão. Temos um grande desafio a nossa frente – o de colocar a técnica a serviço de uma sociedade justa, mais livre e mais humanitária. Nossa ação deve estar engajada à de todas as categorias funcionais e ao lado de todos os trabalhadores nos vários setores de suas atividades. UMA AÇÃO que se traduz em defesa do direito e da justiça; Uma ação em favor de toda a coletividade, na sua luta para obtenção das reformas estruturais que tanto necessitamos. Uma ação em favor da união de todas as forças vivas de nossa nacionalidade, na defesa dos nossos direitos fundamentais. Uma ação contra os empresários desinteressados de nossa realidade social; Uma ação visando educar nossa comunidade para o pleno desenvolvimento da personalidade do povo nordestino; Uma ação procurando uma aproximação entre o empresário e o operário, instituindo a tolerância e a amizade reciprocas. Agora, aos nos desligarmos materialmente da Escola de Química, pois lá ficarão sempre presentes e imperecíveis nossos espíritos, neste colóquio por demais feliz e que nos traz tanta satisfação, queremos fazer mais algumas rápidas considerações. De nossa Escola não levamos, simplesmente, aqueles conhecimentos técnicos que nos ajudarão na vida prática e em nossas conquistas no futuro e, sobretudo, na elevação de nossa comunidade. Não; em nossa Escola aprendemos muito mais e demos, também, a nossa contribuição imensurável pela reestruturação do curriculum, adequando-o à realidade social e industrial nordestina. Recebemos a incompreensão de muitos, a compreensão de poucos e a indiferença de alguns, mas dos dissabores não levamos mágoas, pois tudo isto é o resultado de choque de gerações e da patente afirmação da nova e dinâmica geração do século XX; Finalmente, queremos prestar uma saudação especial aos nossos homenageados, mestres que na nossa longa passagem pela Escola de Química, souberam com dedicação conduzir-nos a caminho da ciência. Que fique aqui o nosso reconhecimento aos ilustres mestres Ricardo Ferreira, atualmente radicado nos Estados Unidos, ao professor Paulo Osório, tecnologista da SUDENE, à profa. Dóris Loureiro, ao prof. Mauricio Maia, ao prof. Fernando Azevedo a ao nosso paraninfo, prof. Romeu Boto.

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A estes mestres queremos dizer que ficamos profundamente reconhecidos pelo apoio que sempre deram à representação estudantil, quando ombreados lutávamos pelas modificações dos métodos de ensino e curriculum mais adequados. Entenderam eles que o curriculum é feito para o aluno e é exatamente pelo diálogo que poderemos conseguir o progresso no campo da ciência. Sabemos o quanto foi difícil a nossa luta na Escola, contra aqueles mestres com ideias imutáveis, que divorciados da classe estudantil, traçam nos seus escritórios, cercados de aparelhos de ar condicionados, planos e currículos inadequados e divorciados de nossa realidade; traçam normas antiquadas e individualistas que não atendem os anseios estudantis e cujo objetivo é isolar o estudante das realizações e inovações introduzidas na universidade. Deixamos aos nossos colegas que lá continuarão, a tarefa de prosseguir na luta que encetamos, a fim de que a Escola de Química possa realmente servir à comunidade brasileira e continue sendo centro de ensino equiparados aos maiores de nosso esse nosso grandioso BRASIL. Muito obrigado. Alberto Corumba Recife, 9 de dezembro de 1969 Discurso do Paraninfo prof. Romeu Boto - Anexo 2 1971 – Alfredo Arnobio, cuja cerimônia foi realizada no Teatro Valdemar de Oliveira; 1972 - A formatura foi no GERALDÃO! Foram todas as turmas da UFPE de 1972 que se formaram naquele dia 19 de dezembro. O orador foi de outra faculdade, representando a todos.

LIVROS QUE USAMOS NA FACULDADE/ CURSINHO ADEMAR FONSECA - Curso de Mecânica ARTUR VOGEL – Qualitativa e Quantitativa BLACKWOOD – FISICA NA ESCOLA SECUNDÁRIA - MEC BRUCE MAHAN – University Chemistry CBA – Chemical Bond Approuch Project DALTON GONÇALVES - Física

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HALLIDAY E RESNICK – Física KERN, Donald – Process Heat Transfer MORRISON E BOYD – Quimica Organica PERRY – HANDBOOK OF CHEMISTRY SIENKO E PLANE - Química TIMOSHENKO - Resistência dos materiais ARNALDO E AYMAR SORIANO - Química CBA – cursos ministrados no CECINE BLACKWOOD - Física na escola secundária ADEMAR FONSECA - Curso de Mecanica TIMOSHENKO - Resistência dos materiais BRUCE MAHAN – University Chemistry

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AULAS PRÁTICAS DOS CURSOS DE QUÍMICA DA UFPE: EVOLUÇÃO OU INVOLUÇÃO? Alexandre Ricardo Pereira Schuler* Muito se tem falado sobre a evolução do mundo. O avanço tecnológico é inegável. A formação de técnicos especializados é o caminho e, portanto, a qualidade dos cursos regulares, seja de graduação ou de pós-graduação, é de suma importância, não há como negar. Como consequência, podemos afirmar que a qualidade do ensino dos cursos técnicos melhorou. Correto? Vamos analisar. Entrei no Curso de Química Industrial na preexistente Escola Superior de Química da Universidade do Recife. Quando estava no terceiro ano, a denominação da instituição mudou para Escola de Química da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1968, ano de minha formatura, foi estabelecida uma ampla reforma administrativa e acadêmica nas universidades brasileiras. Esse decreto extinguiu o conceito de cátedras como unidade de ensino, criando os departamentos, estes agrupados em centros. Nesse contexto, por volta de 1973, a UFPE (tardiamente) implantou a sua reforma. No que concerne aos cursos de química, ocorreu o seguinte: • Inicialmente a Escola de Química foi desmembrada em Departamento de Química (responsável pelas disciplinas básicas e lotado no recém-criado Centro de Ciências Exatas e da Natureza, juntamente com os departamentos de Matemática, de Física e de Estatística e Informática ) e Departamento de Engenharia Química e Química Industrial (responsável pelas disciplinas do ciclo profissional e lotado no novo Centro de Tecnologia e Geociências, juntamente com os departamentos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Cartográfica e Engenharia de Minas, oriundos da antiga Escola de Engenharia, Engenharia de Produção, Engenharia Biomédica, Geologia, da antiga Escola de Geologia, Energia Nuclear, do antigo Centro de Energia Nuclear e Oceanografia, do antigo Laboratório de Ciências do Mar). • Posteriormente, o Departamento de Química foi desmembrado em Departamento de Química Fundamental, que é o atual responsável pelos cursos de Licenciatura e Bacharelado e permanece no CCEN, e Departamento de Química Aplicada, que foi lotado no CTG. • Finalmente ocorreu a fusão do departamento de Química Aplicada com o departamento de Engenharia Química e Química Industrial, com a denominação de Departamento de Engenharia Química, com a responsabilidade pelos cursos de Engenharia Química e Química Industrial. NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 7

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A minha turma foi a primeira a ter aulas integralmente no que hoje se denomina Campus Joaquim Amazonas, em homenagem ao primeiro reitor. De fato, a obra (da então Escola Superior de Química) foi entregue em janeiro de 1965, ao mesmo tempo em que eram realizadas as provas do vestibular de que participei. Naquela época não havia linha de ônibus para a Cidade Universitária, mas a universidade disponibilizava ônibus oficial para nos transportar desde a rua da Aurora, em frente ao prédio dos Correios, às 06h20, posto que as aulas começavam às 7 h. No final da tarde éramos conduzidos de volta ao centro do Recife (avenida Guararapes) pelo saudoso motorista Abílio, covardemente assassinado na altura da antiga fábrica da Tacaruna, num trecho ainda em obras da avenida Agamenon Magalhães (nas horas vagas ele trabalhava como taxista). Passávamos o dia inteiro na universidade e trabalho não faltava. Os trabalhos práticos da disciplina Química Analítica Qualitativa, por exemplo, ocupavam todo o nosso tempo livre. E havia material (vidraria e reagentes) suficiente para a realização de trabalhos individuais. Praticamente morávamos nesse laboratório. O mesmo acontecia nos demais laboratórios, como o de Química Analítica Quantitativa, de Química Orgânica, Físico-Química, além dos laboratórios de Tecnologia Química. Retornei à UFPE, após o mestrado, e fui contratado como Professor Assistente. E comecei a descobrir uma nova realidade: • Os trabalhos práticos deixaram de ser individuais; o professor organizava trabalhos em grupos de cinco ou mais alunos. • Depois o professor passou a fazer uma “demonstração”: ele fazia a prática e os alunos assistiam. • Em 1975 eu dividi a verba daquele ano pelo número de alunos e concluí que só dava para comprar um tubo de ensaio por aluno (sem reagente para colocar dentro do tubo de ensaio!). Coincidiu que assumi a chefia do departamento e consegui convencer a administração central a modificar a equação empregada para distribuir a verba do MEC entre os departamentos. Antes o valor da cota era proporcional ao número de alunos, simplesmente. Depois foram empregados fatores (era o modelo da UFMG): peso 1 para aulas teóricas, peso 2 para aulas práticas de equipamentos e peso 3 para aulas práticas com reagentes. Passamos a ter o segundo maior orçamento da UFPE. Mas sobreveio uma reforma acadêmica descabida que diminuiu a carga horária das disciplinas com aulas práticas. Por exemplo, as duas disciplinas de Química Analítica (Qualitativa e Quantitativa) foram unificadas, mas sem somar as suas cargas horárias. O mesmo ocorreu com a Química Orgânica, etc. Os docentes que ministravam as disciplinas de tecnologia foram aposentados e os novos aboliram as visitas de campo. Motivo mais plausível: doutores sem nenhuma experiência profissional, que não deram valor a essa atividade. Contribuiu para isso a falta de recursos para o transporte dos alunos.

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Como resultado (esperado) desses fatos, os novos profissionais formados pela universidade estão indo para o mercado de trabalho sem a necessária experiência prática. Por outro lado, muitos professores, obrigados por lei a fazer pesquisa, paradoxalmente não recebendo recursos para tal, foram atrás de convênios, conseguindo, afinal, uma certa modernização dos laboratórios da Escola de Química. Foi criado o curso de Engenharia de Alimentos, o que contribuiu para recebermos mais recursos do MEC. Mas a inovação foi mais em relação ao instrumental. Ainda faltam recursos (a tal contrapartida da universidade) para fazer esses instrumentos funcionarem a contento. Falta gás para os cromatógrafos, houve uma grande contenção (racionamento, não racionalização) no consumo de energia elétrica, etc. Em outras palavras, o ensino prático (e a Química é uma ciência essencialmente experimental) continua carente. Uma solução que surgiu nos últimos anos (a Iniciação Científica) na realidade trouxe um problema: dividiu os estudantes em duas classes. A classe A é a elite (menos de 10%), que tem na Iniciação Científica uma certa complementação de sua formação. A classe B ficou de fora. Quando eu fiz vestibular, havia 60 vagas e 90 candidatos. Só passaram 15. Então deram outra chance e passaram mais 11, num total de 26 alunos. Descobri meses depois porque não arredondaram para trinta. Só havia 26 pranchetas e 26 hachuriadores na Escola. Ou seja, só podia ser dado um bom ensino para 26 pessoas. Hoje isso não seria possível, pois o vestibular é classificatório. Temos que preencher as vagas. Maravilhosa a tese de oferecer um ensino superior para todos os brasileiros. Mas se esqueceram de que tinha que ser um ensino de qualidade. Então, concluo esses pensamentos com o título do texto: Evolução ou Involução? *Alexandre Ricardo Pereira Schuler

Químico Industrial pela UFPE, Engenheiro Químico pelos critérios do CFQ, Mestre em Química Orgânica pela UFRJ, Doutor em Engenharia Química pela UFPE, Professor Associado da UFPE, 43 anos de magistério, Aposentado compulsoriamente desde 2015.

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PRÉDIOS ONDE FUNCIONOU A ESCOLA DE QUÍMICA

O prédio onde o curso funcionou até 1965 era à rua Dom Bosco no bairro da Boa Vista, onde hoje funciona um Quartel da Radio Patrulha. A turma que entrou na faculdade em 1967 fez cursinho lá. O coordenador era Arnaldo e tínhamos como professores Kramer, Jason Dória, Carlos, que era jogador de hóquei em patins, entre outros.


CAPÍTULO 8

SINDICATO DOS QUÍMICOS


Aníbal Ramos de Matos foi seu primeiro presidente e Oswaldo Gonçalves de Lima o secretário. Somente em 1920 é que foram criados 7 cursos de Química Industrial no pais. Em todo o Nordeste um destes Cursos ficou anexo à tradicional Escola de Engenharia de Pernambuco, fundada em 1895. Em 1923 diploma-se o primeiro químico Industrial Aníbal Ramos de Matos e desde então, até a criação do Sindicato haviam sido formados 43 profissionais de Química em Pernambuco dos quais a maioria se dedicou à indústria do açúcar e do álcool. A 20/04/1936 o Ministério do trabalho envia circular com as instruções para eliminar do quadro social os elementos que professassem ideias extremista. Com o fim da segunda grande guerra mundial, os químicos se voltaram para a restauração do seu órgão de classe. Por este Sindicato passaram antigos professores nossos como Washington Amorim, Raphael Senner de Araújo, Arnóbio Marques da Gama (pai do nosso colega Alfredo Arnóbio, formado em 1971), Augusto Gondim, Romeu Boto, José Norberto e outros. Nos anos 50 foram pronunciadas palestras tais como: Energia – Mario Tavares, Poluição dos rios – Raphael Senner, Fosforita no litoral de Pernambuco – Paulo José Duarte, Pasteurização do leite no Recife – Augusto Gondim. Passaram pela Diretoria do Sindicato, Raphael Senner, Augusto Gondim, José Norberto, Mario Tavares, Ivan Leôncio, Laerte Campos de Oliveira, Antônio de Pádua de Araújo, Luiz Gonzaga Carvalheira, Gilvan Noblat, Maria Dulce Siqueira de Almeida Farias, Irajá Santana, Francisco Vital, Ronaldo Malaquias entre outros. Algumas curiosidades constam naquele documento, tais como Rilson Rodrigues e Guilherme Martins foram indicados para serem condecorados com a Retorta de Ouro de 1978, alta distinção do Sindicato dos Químicos do Rio de Janeiro. Havia na Regional Brasileira de Química um grupo intitulado de História e Filosofia da Química. Dados do discurso de Paulo José Duarte por ocasião do cinquentenário do Sindicato dos Químicos de Pernambuco.

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CAPÍTULO 9

FOTOS DAS TURMAS


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TURMA DE 1968


TURMA DE 1969 NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 9

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TURMA DE 1970


TURMA DE 1970 NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 9

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TURMA DE 1970


TURMA DE 1971 NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 9

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TURMA DE 1972


NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 9

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TURMA DE 1973 ALMOÇO DO ENCONTRO DO ANO DE 2017


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TURMA DE 1973 ENCONTRO DE 2018


CAPÍTULO 10

E-MAILS

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E-MAILS: ABÍLIO SOUZA LEÃO <abiliosouzaleao@gmail.com> ALBERTO FALCONE <alberto.falcone@hotmail.com> ALBERTO Teles CORUMBA <albertocorumba@gmail.com> ALEXANDRE SCHULER <aschuler@ufpe.br> ALFREDO ARNOBIO GAMA <aarnobiodagama@gmail.com> ANA F. BARBOSA <anabarbosa@gmail.com.br> <amfbarbosa@googlemail.com> ANA HELENA <anahelenameloc@hotmail.com> ANTONIO BELO <ajbelo@hotmail.com> ANTÔNIO CARLOS PRÍMOLA DE PAIVA (BEQUINHO)<bequinhop@terra.com. br> <antonio.melo@sefaz.se.gov.br> ARNALDO QUÍMICO <halos@uol.com.br> ARTUR RAIMUNDO <arturraimundo@bol.com.br> AUREA <aurea2005@gmail.com> BARBARA MELAZZI Barbosa < barbara@casoacaso.com> BARTOLOMEU GENTIL DE MEDEIROS <bartolomeugentil@uol.com.br> BENEDITO BEZERRA ALENCAR <beneditobezerra@superig.com.br> CARLOS ALBERTO PEDROSA <carlos@pedrosaconsultoria.com.br> CARLOS ALFREDO Sousa DE MELO <carlosalfredomelo@gmail.com> CLAUDIO Lacerda de LARRAZABEL <claudiolarrazabal60@gmail.com> DOMINGOS Ferreira da Costa AZEVEDO <domingos.domina@hotmail.com> EMANOEL ALBUQUERQUE <emanoelito18@gmail.com> FERNANDO GUILHOBEL TRIGUEIRO <trigueiro@focustrigueiro.com.br> FERNANDO PINDOBA <fpconsulte@bol.com.br> Francisco MARLETTI <francisco.marletti@gmail.com> FREDERICO JOSE DA COSTA MARTINS <martins.fjc@hotmail.com> GENARO Melo Filho <genaro.melo@hotmail.com><genaro.melo20@gmail.com> GILDO DOS SANTOS LIMA <gildo@gmc.com.br> GILSON NICEAS <gilsonniceasalmeida@gmail.com> HANNS Heinrich Weber <hannsweber@terra.com.br> IRAJA BORGES de Santana <irajaborges@uol.com.br><iraja@nb.com.br> Ivan MAURO Falcão QUARESMA <i.mauroquaresma@hotmail.com>; IVONE Batista MARINHO <ivonebmarinho@hotmail.com> JOSE AUGUSTO DANTAS <jaugustodantas@uol.com.br> JOSE AURELIO SILVESTRE BEZERRA <abtech@terra.com.br > JOSE JOAQUIM DIAS FERNANDES <joaquim@hotlink.com.br> JOSINETE Souza Cavalcante <josinete-cavalcante@bol.com.br> JU BRITTO <ju__britto@hotmail.com> JUDITH COTTA PESSOA SANTOS NETA <judithcotta@yahoo.com.br> KIRITO GAMER <albertocorumba@gmail.com>

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NOSSO TEMPO - CAPÍTULO 10

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TUDO COMEÇOU NO ANO DE 2017 quando formamos um grupo de WhatsApp incluindo os químicos que se formaram nos anos de 1968 a 1973. Em dezembro último, nos encontramos num almoço de confraternização e na ocasião foi lançado o pequeno livro “Cada um de nós” pelo colega Bartolomeu Medeiros, o qual deu origem ao presente livro. Esse grupo foi trocando ideias, contando “causos”, lembrando de apelidos de alunos e professores, músicas criadas, quem comandava o diretório estudantil da Escola de Química etc. Enfim, tudo que um grupo de ex-alunos de qualquer faculdade é capaz de produzir com imensa criatividade. Esse livro foi elaborado por mais de sessenta mãos, cada um de nós com seu estilo, seu perfil, visão da vida e do mundo. No final, produziu um bom caldo. Relata sob vários ângulos um pequeno trecho da História da Química em Pernambuco, em particular na UFPE, na qual tivemos a honra de estudar. Nossos votos são que esse livro possa ser uma semente de obras semelhantes, em outras faculdades, para não deixar morrer a história de tantas pessoas e eventos, pois convivemos com professores e alunos brilhantes que engrandeceram e ainda agigantam a Química da nossa região.

Recife, novembro de 2018


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