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HISTÓRIA DA USINA CUCAÚ

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APÊNDICES

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Acervo Usina Cucaú

A cana-de-açúcar é plantada na Zona da Mata de Pernambuco, na chamada Zona Canavieira há quase cinco séculos. A área cultivada era estratégica e situada próxima ao oceano Atlântico, onde não há ameaças de secas e os rios são perenes. No início, os engenhos de açúcar eram movidos à tração humana. Depois evoluíram para a tração animal e para os engenhos d`água. Só a partir do século XIX, é que seriam introduzidos em Pernambuco os engenhos movidos à vapor e houve uma revolução no comércio e na indústria do açúcar.

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Manoel Correa de Andrade, na sua obra História das Usinas de Açúcar de Pernambuco, afirma que nas últimas décadas do século XIX, alguns proprietários mais ricos e empreendedores, melhoraram as condições técnicas dos seus engenhos, com a implantação de máquinas para a produção do açúcar cristal. Esses engenhos modernos passaram a ser chamados de engenhos centrais e usinas. Os engenhos centrais não tinham diferença do ponto de vista técnico das usinas, mas sim do ponto de vista econômico: geralmente pertenciam a uma sociedade, não possuíam ter-

ras e não desenvolviam atividades agrícolas.

A partir de 1871, houve uma mudança gradual na Indústria Açucareira de Pernambuco, com a decadência dos antigos engenhos banguês, que produziam o açúcar mascavo, e sua substituição pelos engenhos centrais e usinas. Foram poucos os engenhos banguês que conseguiram sobreviver até a segunda metade do século XX.

Os engenhos centrais instalados em Pernambuco a partir de 1884 tiveram pequena duração. Muitos deles foram vendidos a usineiros, sobretudo após a Proclamação da República, face ao poder político regional (Andrade, 2001). O processo de extinção dos engenhos banguês e a sua substituição por usinas e engenhos centrais foi lento e gradual, em 1914 já existiam cerca de 56 usinas no Estado.

A história da Usina Cucaú remonta ao século XIX, quando uma equipe de franceses chegou ao Brasil, em 1891, para construir estradas de ferro. Nesse período foi criada a Companhia Geral de Melhoramentos que construiu a Usina Cucaú, onde se localizava o Engenho Cocaupe.

“O engenho Cocaupe, depois Cucau era movido à água e possuía uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Penha de França. Suas terras ficam localizadas na margem direita do Córrego Lava Mão ou Rio Dois Braços, a três milhas em direção às matas, ao oeste do engenho Camaragibe; sob a jurisdição da Vila Formosa de Serinhaém. Tinha cerca de uma milha de terra, da qual a maior parte eram matas. As várzeas estavam plantadas com canas e podia produzir 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar, pagando duas arrobas de branco por milhar, depois de dizimado; sua moenda era movida com água de um açude razoável, mas muitas vezes faltava água de modo que o engenho não pode moer. No inverno dificilmente os açúcares podiam ser transportados, porque as estradas ficavam intransitáveis; pagando de recognição 02 arrobas em cada mil. A casa de purgar e a casa das caldeiras eram de taipa.” (Texto do blog Engenhos de Pernambuco).

Em 1944, a Companhia Geral de Melhoramentos foi adquirida pelo empresário Armando de Queiroz Monteiro que passou a ser responsável pela Usina. Os filhos Armando, Rômulo e Múcio contribuíram significativamente para a diversificação do Parque Industrial, hoje Usina Cucaú. Os filhos do patriarca, cada um no seu tempo e de sua forma, fizeram o sonho crescer e ampliar. Entre os anos de 1960 e 1990, o primogênito Armando de Queiroz Monteiro Filho liderou a diversificação dos negócios do Grupo.

Hoje, Eduardo de Queiroz Monteiro dá continuidade aos sonhos do seu avô (Armando Monteiro), do seu pai (Armando Monteiro Filho) e de seus tios Múcio e Rômulo, quando no ano 2000 adquiriu a condição de controlador acionário da empresa e criou o Grupo EQM.

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