Aquisição de Dados e a Instrumentação para o Ensino de Física: entrada de microfone

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Sum´ ario 1 Resumo

3

2 Introdu¸c˜ ao

4

2.1

Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

2.2

Sistemas de Aquisi¸c˜ao de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

2.3

Queda Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

2.4

Movimento em Trˆes Dimens˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

8

2.5

Movimento em duas dimens˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

9

2.5.1

Movimento Horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10

2.5.2

Movimento Vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

11

2.5.3

Alcance de um Proj´etil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

12

2.6

Momento Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

13

2.7

Colis˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

14

2.7.1

Colis˜ao El´astica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

15

2.7.2

Colis˜ao Inel´astica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

16

2.7.3

Coeficiente de Restitui¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

17

3 Desenvolvimento 3.1

3.2

19

Sistema de Numera¸c˜ao Bin´ario e Conversores de Sinais . . . . . . . . . .

19

3.1.1

Sistema de Numera¸c˜ao Bin´ario

. . . . . . . . . . . . . . . . . . .

19

3.1.2

Conversores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

23

Convers˜ao de sinais anal´ogicos em frases bin´arias atrav´es da utiliza¸c˜ao de um conversor comercial ADC0804 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

24

3.2.1

Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

24

3.2.2

Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

25

3.2.3

Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

28


´ SUMARIO 3.2.4 3.3

3.4

3.5

3.6

2 Discuss˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

29

Constru¸c˜ao do Sistema de Aquisi¸c˜ao de Dados . . . . . . . . . . . . . . .

30

3.3.1

Informa¸c˜oes sobre o Computador . . . . . . . . . . . . . . . . . .

30

3.3.2

Placa de Som . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

31

3.3.3

Sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37

3.3.4

Cabo RCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

38

Determina¸c˜ao da Acelera¸c˜ao da Gravidade - Queda Livre . . . . . . . . .

39

3.4.1

Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

39

3.4.2

Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

40

3.4.3

Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

43

3.4.4

Discuss˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

47

Conserva¸c˜ao da Quantidade de Movimento Linear . . . . . . . . . . . . .

48

3.5.1

Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

48

3.5.2

Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

49

3.5.3

Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

52

3.5.4

Discuss˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

61

Lan¸camento Horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

62

3.6.1

Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

62

3.6.2

Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

63

3.6.3

Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

65

3.6.4

Discuss˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

70

4 Conclus˜ ao

72


Cap´ıtulo 1 Resumo

O principal interesse na constru¸c˜ao de um sistema did´atico de aquisi¸c˜ao de dados ´e para que o computador seja inserido no laborat´orio did´atico de f´ısica de forma a contribuir no processo de ensino e aprendizagem. Os computadores apresentam um papel fundamental na sociedade moderna em diversas ´areas de conhecimento e esse fato justifica nosso interesse. Dentre as diversas possibilidades para constru¸c˜ao de tal sistema, escolhemos a op¸c˜ao que apresenta maior facilidade e com um custo inferior aos demais sistemas dispon´ıveis no mercado. Nesse trabalho estaremos utilizando a entrada de microfone da placa de som do computador como interface para medir intervalos de tempo em experiˆencias de mecˆanica. Embora o m´etodo utilizado seja muito simples, se apresenta muito eficaz para efetuar medidas de diversas grandezas vari´aveis com o tempo. O sistema est´a baseado na utiliza¸c˜ao de sensores sens´ıveis a luz, acoplados diretamente na conex˜ao mic da placa de som. A coleta e an´alise dos sinais gerados pelo bloqueio e desbloqueio de incidˆencia de luz nos sensores ´e realizada por interm´edio de softwares dispon´ıveis gratuitamente na Internet. Estaremos apresentando trˆes propostas de experimentos em mecˆanica: Determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao de queda dos corpos - Verifica¸c˜ao da Lei de Conserva¸c˜ao do Momento Linear - Determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade atrav´es do Lan¸camento Horizontal.


Cap´ıtulo 2 Introdu¸c˜ ao 2.1

Objetivo

O principal objetivo desse trabalho est´a baseado em desenvolver um sistema did´atico de aquisi¸c˜ao de dados utilizando a entrada de microfone da placa de som do computador como interface para medir intervalos de tempo em experiˆencias de mecˆanica. Assim, possibilitando a inser¸c˜ao do computador no laborat´orio did´atico de f´ısica de forma a contribuir no processo de ensino e aprendizagem.

2.2

Sistemas de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

O computador ´e um ´otimo instrumento para ser utilizado no laborat´orio did´atico de f´ısica. Al´em de sua capacidade de aquisi¸c˜ao de dados em grandes quantidades, o computador pode ser utilizado facilmente como instrumento de medida, substituindo alguns instrumentos que dificilmente estariam dispon´ıveis nos laborat´orios de escolas de ensino m´edio. Por esse motivo muitos artigos foram publicados apontando diferentes m´etodos de inserir o computador no ensino de f´ısica.1

O GOPEF (Grupo de Pesquisa em Ensino de F´ısica) da PUC/SP vem trabalhando com novas Tecnologias no Ensino de F´ısica h´a algum tempo e tem oferecido cursos de capacita¸c˜ao docente e oficinas em reuni˜oes cient´ıficas.[1] 1

Diversos trabalhos relacionados ` a aquisi¸c˜ao de dados utilizando o computador est˜ao mencionados nas referˆencias bibliogr´ aficas.


2.2 Sistemas de Aquisi¸c˜ ao de Dados

5

O trabalho publicado por Sartori et.al.[2] , apresenta uma maneira de transformar a porta paralela2 de um micro PC em um digitalizador de at´e 8 canais utilizado como registrador ou at´e mesmo como um oscilosc´opio digital para aquisi¸c˜ao de dados em experimentos de f´ısica. A proposta consiste em utilizar um circuito eletrˆonico simples para transformar a porta paralela em um conversor de sinais anal´ogicos em digitais. O circuito eletrˆonico era composto pelo conversor anal´ogico-digital ADC0808 que necessita de uma base de tempo externa (clock ), uma tens˜ao de alimenta¸c˜ao de 5 volts (VCC) e uma tens˜ao de referˆencia (REF+5V), al´em de outros componentes eletrˆonicos. A interface descrita tinha in´ umeras possibilidades de utiliza¸c˜ao como, por exemplo, a verifica¸c˜ao e an´alise da lei de Ohm e o amortecimento em pˆendulos.[2] Atualmente, n˜ao podemos afirmar que a interface descrita seja vi´avel para inserir nas aulas de laborat´orio de f´ısica, pois apesar de in´ umeras possibilidades de utiliza¸c˜ao ´e necess´ario que o computador possua um dispositivo de interface paralela e esse dispositivo vem sendo substitu´ıdo pelos fabricantes de placas m˜ae pela interface USB3 que tende a se tornar um padr˜ao universal. Al´em disso, ´e necess´ario certo conhecimento em linguagem de programa¸c˜ao como Q-Basic, Turbo C ou Turbo Pascal, sendo os sinais de controle necess´arios para o funcionamento do conversor e a coleta de dados advinda do mesmo. Portanto, a implanta¸c˜ao de sistemas como este se torna praticamente invi´avel nas escolas de ensino m´edio, tendo em vista que a grande maioria dos professores n˜ao apresentam conhecimentos em programa¸c˜ao.

A referˆencia Montarroyos et.al.[3] apresenta um sistema de gera¸c˜ao e aquisi¸c˜ao de sinais eletrˆonicos que simula um gerador de fun¸c˜oes e um oscilosc´opio, utilizando a placa de som do computador (canal line-in) e alguns componentes eletrˆonicos, possibilitando a observa¸c˜ao em tempo real de formas de onda de sinais eletrˆonicos atrav´es de softwares gratuitos como Varifreq4 e Oscilloscope for Windows95.5

Ainda podemos citar outras duas referˆencias Aguiar et.al.[4] e Haag et.al.[5] , sendo 2

Utilizada para comunica¸c˜ ao com impressoras e scanners. Universal Serial Bus 4 Programa execut´ avel para gerar forma de onda quadrada com freq¨ uˆencia sintoniz´avel. Download gratuito em http://www.df.ufpe.br/ wcm 5 Programa para simular um oscilosc´opio digital e um analisador de espectro no ambiente Windows. Download em http://www.df.ufpe.br/ wcm 3


2.2 Sistemas de Aquisi¸c˜ ao de Dados

6

que ambos os trabalhos utilizam a placa de som do computador para aquisi¸c˜ao de dados no laborat´orio did´atico de f´ısica atrav´es da interface de jogos chamada de joystick. Uma diferen¸ca importante entre os trabalhos citados est´a na linguagem de programa¸c˜ao utilizada. A referˆencia [4] utiliza programas totalmente escritos em Logo na vers˜ao SuperLogo, produzido pelo N´ ucleo de Inform´atica Aplicada `a Educa¸c˜ao (NIED) da Unicamp6 , tendo os comandos em portuguˆes, e ´e distribu´ıda gratuitamente via Internet. Enquanto a referˆencia [5] utiliza para leitura e registro do sinal gerado em fun¸c˜ao do tempo, um programa escrito na linguagem QBasic e C. Essa u ´ltima referˆencia ainda introduz a id´eia de que a entrada e sa´ıda de ´audio da placa de som podem ser utilizadas para simular instrumentos de medida com o aux´ılio de softwares livres na Internet para a realiza¸c˜ao de diversos experimentos. As interfaces descritas apresentam vantagens e desvantagens que devem ser analisadas antes de sua aplica¸c˜ao. Uma das vantagens existentes nesse m´etodo ´e o fato de que a interface de jogos possui oito entradas que podem ser utilizadas para medir at´e oito grandezas f´ısicas simultaneamente. Outra vantagem est´a na simplicidade dos programas utilizados para leitura e coleta dos pulsos gerados pelos sensores e nas in´ umeras possibilidades de utiliza¸c˜ao. Por´em ´e necess´ario que o computador possua um dispositivo de interface de jogos da placa de som (joystick ) e esse dispositivo tem sido totalmente substitu´ıdo pelos fabricantes de placas-m˜ae pela interface USB, conforme j´a mencionado que tende a se tornar um padr˜ao universal. Portanto, nos computadores e placas de som fabricados recentemente n˜ao podemos encontrar esse tipo de interface.

Por u ´ltimo, podemos citar um trabalho internacional publicado pelo autor Marvin de Jong

[6]

que usa circuitos integrados, photogates da Pasco e linguagem PBASIC

como sistema de aquisi¸c˜ao de dados em diversos experimentos. E ainda, um trabalho publicado recentemente por Dion´ısio et.al.[7] que utiliza a interface de jogos da placa de som (joystick ) como conversor anal´ogico-digital de baixo custo e uma porta ´optica constru´ıda com fotosensores para determina¸c˜ao precisa de intervalos de tempo possibilitando in´ umeras aplica¸c˜oes em experimentos did´aticos. Para exemplificar a utiliza¸c˜ao do sistema, o autor utiliza uma montagem na qual foi poss´ıvel determinar a acelera¸c˜ao da gravidade local com excelente precis˜ao. O software 7 utilizado para coleta de intervalos 6 7

N´ ucleo de Inform´ atica Aplicada ` a Educa¸c˜ao, SuperLogo 3.0 http://www.nied.unicamp.br Software desenvolvido em Delphi para leitura da porta de jogos, o mesmo encontra-se dispon´ıvel na


2.3 Queda Livre

7

de tempo de queda livre de um objeto foi escrito em linguagem de programa¸c˜ao C e sua distribui¸c˜ao ´e livre para plataforma Windows.

2.3

Queda Livre

O termo queda livre se refere a queda de objetos no v´acuo, onde a resistˆencia do ar n˜ao afeta o movimento, e portanto, qualquer objeto independentemente de seu tamanho, → forma, massa e densidade caem com a mesma acelera¸c˜ao − g .[8] − Essa acelera¸c˜ao → g ´e constante e sua dire¸c˜ao e sentido para quaisquer que seja o ponto de referˆencia ´e sempre vertical “para baixo” . Por´em, sua intensidade pode sofrer varia¸c˜ao na superf´ıcie da Terra dependendo tamb´em da altitude. Seu valor para 45o de latitude e ao n´ıvel do mar ´e de aproximadamente 9.80665 m/s2 . Geralmente quando realizamos experimentos de queda livre nos laborat´orios did´aticos de f´ısica, os mesmos n˜ao s˜ao realizados no v´acuo e costumam fornecer resultados satisfat´orios. O movimento de um objeto sujeito a a¸c˜ao do Campo Gravitacional da Terra depende exclusivamente da for¸ca resultante que age sobre este corpo e de sua massa inercial. Neste caso, a for¸ca resultante ´e dada pela soma vetorial da atra¸c˜ao gravitacional denominada for¸ca peso e a resistˆencia do ar. Em circunstˆancias onde os objetos em queda s˜ao considerados densos e caem com baixa velocidade podemos desprezar a for¸ca de resistˆencia do ar, sendo que a mesma possui um valor muito pequeno quando comparada com a for¸ca peso. Nesse caso a for¸ca resultante que atua no corpo ´e dada pela for¸ca de atra¸c˜ao gravitacional e a acelera¸c˜ao do → corpo ´e dada pela acelera¸c˜ao da gravidade − g , portanto todos os objetos que se movem exclusivamente sobre a¸c˜ao de um determinado Campo Gravitacional s˜ao acelerados exatamente da mesma maneira.[8][9] Podemos utilizar as equa¸c˜oes da cinem´atica para descrever o movimento dos corpos → − em queda livre, apenas substituindo a acelera¸c˜ao − a pela acelera¸c˜ao da gravidade → g. Dessa forma, podemos determinar experimentalmente a intensidade do Campo Gravitacional de qualquer lugar observando a acelera¸c˜ao de corpos em queda livre. Internet no site http://if.ufrgs.br/cref/ntef/index.html


2.4 Movimento em Trˆ es Dimens˜ oes

8

Ao admitir que um corpo em queda livre est´a sujeito a uma acelera¸c˜ao constante e se assumirmos que a sua velocidade inicial ´e nula, ent˜ao a equa¸c˜ao que descreve o seu movimento ´e: S=

gt2 2

(2.1)

Tal express˜ao permite relacinar o tempo de queda (t) com o espa¸co percorrido pelo corpo (S) e a intensidade da acelera¸c˜ao da gravidade (g).

2.4

Movimento em Trˆ es Dimens˜ oes

´ necess´ario um tratamento vetorial para localizar um objeto quando o movimento E ´e dado em trˆes dimens˜oes. Pode-se descrever a posi¸c˜ao, velocidade e acelera¸c˜ao de um objeto na linguagem vetorial.[8] A posi¸c˜ao de um objeto pode ser dada pelo vetor posi¸c˜ao: − → r = x~i + y~j + z~k

(2.2)

onde ~i, ~j e ~k s˜ao vetores unit´arios. As componentes podem adotar qualquer valor, seja ele positivo, negativo ou at´e mesmo zero. Quando z = 0, o movimento se encontra no plano xy e estaremos trabalhando em apenas duas dimens˜oes. A velocidade desse objeto pode ser fornecida pela derivada da posi¸c˜ao em rela¸c˜ao ao tempo: d~r − → v = dt

(2.3)

d − → v = (x~i + y~i + z~k) dt

(2.4)

dx dy dz − → v = ~i + ~j + ~k dt dt dt

(2.5)

− → v = vx~i + vy~j + vz~k

(2.6)


2.5 Movimento em duas dimens˜ oes

9

Em m´odulo, temos trˆes componentes do vetor velocidade: vx =

dx ,v dt y

=

dy dt

e vz =

dz . dt

Usando o mesmo racioc´ıcio para determinar a acelera¸c˜ao, temos: d~v − → a = dt

(2.7)

d − → a = (vx~i + vy~i + vz~k) dt

(2.8)

dvx~ dvy ~ dvz ~ − → a = k i+ j+ dt dt dt

(2.9)

− → a = ax~i + ay~j + az~k

(2.10)

As trˆes componentes da acelera¸c˜ao em m´odulo s˜ao: ax =

2.5

dvx , dt

ay =

dvy dt

dvz . dt

e az =

Movimento em duas dimens˜ oes

Pode-se descrever o movimento em duas dimes˜oes estudando o lan¸camento de proj´eteis. Desprezando a resistˆencia do ar e considerando que o corpo move-se pr´oximo a superf´ıcie da Terra, o mesmo tem uma acelera¸c˜ao constante e dirigida verticalmente para baixo, com o m´odulo da ordem de 9, 8 m/s2 .[9] Separando-se as componentes da velocidade do proj´etil em duas dimens˜oes, pode-se trabalhar com movimentos independentes um do outro, sendo uma componente para descrever o movimento horizontal e a outra componente para descrever o movimento vertical, tendo em comum a vari´avel do tempo. A fim de descrever tal movimento, adota-se como referˆencia uma origem fixa do plano cartesiano, conforme indicado na figura (2.1). Se o proj´etil for lan¸cado com uma velocidade vo formando um ˆangulo θ com a horizontal de acordo com a figura (2.1) pode-se decompor a velocidade inicial em: vox = vo cosθ

(2.11)

voy = vo senθ

(2.12)


2.5 Movimento em duas dimens˜ oes

10

Figura 2.1: Componentes da velocidade inicial de um proj´etil

Lembrando que no movimento horizontal o m´odulo da componente x da acelera¸c˜ao ´e igual a zero e a componente x da velocidade ´e constante, temos: vx = vox . Enquanto isso a componente y, sofre varia¸c˜ao de acordo com a express˜ao vy = voy − gt.[9] Assim, a velocidade inicial de um proj´etil ´e dada por: − → vo = vox~i + voy~j

(2.13)

− → vo = vo (cosθ~i + senθ~j)

(2.14)

onde ~i representa a dire¸c˜ao horizontal e ~j a dire¸c˜ao vertical.[10]

2.5.1

Movimento Horizontal

Para descrever o movimento horizontal de um proj´etil pode-se adotar como referˆencia o eixo x do sistema de coordenadas cartesianas. ´ importante salientar que no movimento horizontal a velocidade se mant´em consE tante ao longo da trajet´oria descrita pelo corpo (Movimento Uniforme), desprezando-se a a¸c˜ao do atrito ou interferˆencia do vento. Logo o m´odulo da acelera¸c˜ao ´e igual a zero. Logo, no movimento horizontal, temos: vx = constante

(2.15)

ax = 0

(2.16)

x − xo = (vo cosθ)t

(2.17)


2.5 Movimento em duas dimens˜ oes

2.5.2

11

Movimento Vertical

Para descrever o movimento vertical de um proj´etil pode-se adotar como referˆencia o eixo y do sistema de coordenadas cartesianas com a dire¸c˜ao vertical positiva orientada para cima. No movimento vertical a acelera¸c˜ao ´e diferente de zero, o movimento ´e uniformemente variado e a velocidade decresce at´e atingir o ponto mais alto da trajet´oria, e ent˜ao, tornase negativa com m´odulo crescente. Se trata de um movimento idˆentico ao de queda livre, onde a acelera¸c˜ao ´e constante e de intensidade g. Logo, no movimento vertical, temos: ay = −g

(2.18)

1 y − yo = (v0 senθ)t − gt2 2

(2.19)

vy = vo senθ − gt

(2.20)

vy2 = (vo senθ)2 − 2g(y − yo )

(2.21)

Ao considerar a posi¸c˜ao inicial do proj´etil na origem do plano cartesiano, ou seja, xo = yo = 0, pode-se reescrever as equa¸c˜oes (2.17) e (2.19) como: x = vox t

(2.22)

1 y = voy t − gt2 2

(2.23)

Substituindo (2.22) em (2.23) de maneira que se elimine o tempo, obtemos a equa¸c˜ao da trajet´oria de um proj´etil y=

voy 1 g 2 x− x 2 vox 2 vox

(2.24)

se trata de uma par´abola, portanto o objeto descreve uma trajet´oria parab´olica, conforme a figura (2.2)8 .

8

A figura 2.2 encontra-se na p´ agina 60 da referˆencia [10]


2.5 Movimento em duas dimens˜ oes

12

Figura 2.2: Trajet´oria parab´olica de um proj´etil sob o efeito da acelera¸c˜ao g da gravidade

2.5.3

Alcance de um Proj´ etil

O alcance horizontal de um proj´etil ´e a distˆancia horizontal percorrida pelo mesmo quando ele retorna ao n´ıvel de onde partiu. Para estudar o alcance horizontal de um proj´etil, iremos determinar alguns parˆametros, como: x − xo = R e y − yo = 0. Ent˜ao, o alcance horizontal est´a sendo chamado de R. Das equa¸c˜oes (2.17) e (2.19), obtemos: x − xo = (vo cosθ)t = R

(2.25)

1 y − yo = (v0 senθ)t − gt2 = 0 2

(2.26)

Substituindo (2.25) em (2.26) de modo que a vari´avel tempo seja eliminada, temos: R=

2vo2 senθcosθ g

(2.27)

Usando a rela¸c˜ao trigonom´etrica sen2θ = 2senθcosθ a equa¸c˜ao (2.27) pode ser reescrita na forma: vo2 R = sen2θ g

(2.28)

Da equa¸c˜ao (2.28) percebe-se que R ´e m´aximo quando 2θ = 90 ◦ , ou seja, θ = 45 ◦ .


2.6 Momento Linear

13

De acordo com a an´alise do movimento de um proj´etil, um corpo que cai de uma altura h acima do solo levar´a o mesmo tempo para atingir o solo que um outro corpo lan¸cado horizontalmente da mesma altura h.9[10]

Figura 2.3: Duas bolas s˜ao soltas do mesmo ponto. Uma das bolas tem velocidade inicial nula e a outra tem velocidade inicial na dire¸c˜ao horizontal. Em cada instante ambas as bolas est˜ao `a mesma altura, ou seja, a velocidade horizontal da bola n˜ao afeta seu movimento na vertical.

2.6

Momento Linear

A varia¸c˜ao da velocidade em um determinado corpo ´e produzida por uma for¸ca que atua em um certo intervalo de tempo, por´em essa varia¸c˜ao depende do corpo no qual a for¸ca est´a atuando, pois for¸cas de mesma intensidade aplicadas durante um mesmo intervalo de tempo em corpos de diferentes massas resultam em diferentes varia¸c˜oes de velocidades, o corpo de menor massa tem como consequˆencia uma maior varia¸c˜ao de velocidade. ´ muito mais dif´ıcil movimentar uma caixa contendo laranjas do que simplesmente E aplicar a mesma velocidade `a caixa quando a mesma encontra-se vazia. Este fato indica que tanto a massa quanto a velocidade est˜ao relacionadas na descri¸c˜ao do movimento. A quantidade de movimento ´e uma grandeza vetorial que indica a quantidade de mat´eria 9

A figura 2.3 encontra-se na p´ agina 60 da referˆencia [10]


2.7 Colis˜ oes

14

que se move com certa velocidade. A massa m e a velocidade v s˜ao diretamente proporcionais `a quantidade de movimento, tamb´em chamado de momento linear, expresso pela letra p. A dire¸c˜ao e o sentido do momento linear coincide com a dire¸c˜ao e sentido da velocidade e sua unidade no sistema internacional ´e o [kg.m/s]. − → → p =m×− v

(2.29)

O momento pode ser imaginado como a medida da dificuldade de levar a caixa at´e o repouso. Derivando a equa¸c˜ao (2.29) obtemos a Segunda Lei de Newton.[9]

→ → → d− p d(m− v) d− v → = =m = m− a dt dt dt − → → Substituindo o termo m− a pela for¸ca resultante FR , temos: − − → d→ p FR = dt

(2.30)

(2.31)

Ent˜ao, a for¸ca resultante ´e igual a taxa de varia¸c˜ao, no tempo, do momento linear. Se n˜ao houver uma for¸ca externa atuando sobre um sistema, o momento total do sistema se conserva. Este resultado ´e conhecido como a Lei de Conserva¸c˜ao do Momento: “Se a for¸ca externa resultante que atua sobre um sistema for nula, a velocidade do centro de massa do sistema ´e constante e o momento total do sistema se conserva, isto ´e, permanece constante.”[9] A conserva¸c˜ao do momento ´e muito importante nos estudos das colis˜oes.

2.7

Colis˜ oes

Colis˜ao ´e uma intera¸c˜ao entre dois ou mais corpos. Como exemplo, o choque entre duas bolas de sinuca. Em todas as colis˜oes, os corpos s´o interagem fortemente, um com o outro, durante o tempo da colis˜ao.

[9]


2.7 Colis˜ oes

15

No estudo das colis˜oes as for¸cas externas podem ser desprezadas, pois estas for¸cas s˜ao muito menores que as for¸cas de intera¸c˜ao durante a colis˜ao. Ent˜ao, o momento linear sempre se conserva porque as for¸cas envolvidas s˜ao todas for¸cas internas. Um corpo de massa m1 e velocidade inicial v01 se dirige em dire¸c˜ao a um segundo corpo com massa m2 que se movimenta com uma velocidade inicial v02 , sendo v02 < que v01 . Ap´os um certo instante, ocorre uma colis˜ao unidimensional entre os corpos 1 e 2, depois dessa colis˜ao os corpos adquirem velocidades v1 e v2 . A conserva¸c˜ao do momento nos fornece:[9]

m1 v1 + m2 v2 = m1 v01 + m2 v02

2.7.1

(2.32)

Colis˜ ao El´ astica

A colis˜ao el´astica ocorre quando h´a conserva¸c˜ao da energia cin´etica. Consideremos dois corpos de massas m1 e m2 sofrendo uma colis˜ao el´astica frontal. Todo o movimento, neste caso, tanto antes como depois da colis˜ao, ocorrer´a em uma u ´nica dire¸c˜ao. Suponha que o corpo 2, esteja em repouso antes da colis˜ao. Das Leis de Conserva¸c˜ao do Momento Linear e da Energia Cin´etica, obtˆem-se: m1 v1 + m2 v2 = m1 v01

(2.33)

1 1 1 2 m1 v12 + m2 v22 = m1 v01 2 2 2

(2.34)

Resolvendo o sistema das equa¸c˜oes (2.33) e (2.34), obtemos:

v1 =

m1 − m2 v01 m1 + m2

(2.35)

v2 =

2m1 v01 m1 + m2

(2.36)


2.7 Colis˜ oes

16

Pode-se observar que v2 sempre tem o mesmo sentido de v01 . Entretando, se m1 < m2 , o corpo 1 inverte o sentido da sua velocidade. Neste caso, o corpo 1 colide e volta. Se os corpos tiverem massas iguais, ou seja, m1 = m2 , teremos v1 = 0 e v2 = v1 , sendo que neste caso, o corpo 1 p´ara imediatamente ap´os a colis˜ao e transmite todo o seu movimento para o corpo 2.[10] Portanto para colis˜ao el´astica, temos trˆes rela¸c˜oes poss´ıveis entre m1 e m2 e o movimento dos corpos antes e depois da colis˜ao mostradas na figura (2.4).

Figura 2.4: Colis˜ao El´astica Frontal - possibilidades para a rela¸c˜ao entre as duas massas

2.7.2

Colis˜ ao Inel´ astica

Numa colis˜ao inel´astica, a energia mecˆanica final do sistema ´e diferente da energia mecˆanica inicial. Um tipo de colis˜ao frequente ´e quando dois corpos ficam ligados um ao outro ap´os o choque. Neste caso, v2 = v1 . Supondo que o corpo 2 esteja inicialmente em repouso e aplicando a conserva¸c˜ao do momento, temos:

m1 v01 = (m1 + m2 )v1

(2.37)


2.7 Colis˜ oes

17

v1 = v01

m1 (m1 + m2 )

onde a v1 dos corpos combinados ´e menor que a v01 do corpo incidente.

2.7.3

(2.38) [8]

Coeficiente de Restitui¸ c˜ ao

No caso de colis˜oes el´asticas, as energias cin´eticas inicial e final s˜ao iguais:

1 1 1 1 2 2 m1 v12 + m2 v22 = m1 v1o + m2 v2o 2 2 2 2

(2.39)

Utilizando-se um pouco de ´algebra, podemos reescrever a equa¸c˜ao (2.39) da seguinte maneira:

2 2 m1 v12 + m2 v22 = m1 v1o + m2 v2o

(2.40)

2 2 m2 (v22 − v2o ) = m1 (v1o − v12 )

(2.41)

m2 (v2 − v2o )(v2 + v2o ) = m1 (v1o − v1 )(v1o + v1 )

(2.42)

ou

Pela conserva¸c˜ao do momento linear sabemos que:

m1 v1 + m2 v2 = m1 v1o + m2 v2o

(2.43)

m2 (v2 − v2o ) = m1 (v1o − v1 )

(2.44)

De modo que:


2.7 Colis˜ oes

18

Dividindo a equa¸c˜ao (2.42) pela equa¸c˜ao (2.44) ficamos com:

v2 + v2o = v1o + v1

(2.45)

v2 − v1 = −(v2o − v1o )

(2.46)

ou

Onde a equa¸c˜ao (2.46) representa as velocidades relativas na colis˜ao el´astica. Se dois corpos colidem, v2o − v1o deve ser negativa, e a velocidade de aproxima¸c˜ao −(v2o − v1o ), positiva. Depois da colis˜ao, a velocidade de recess˜ao v2 − v1 ´e positiva. A equa¸c˜ao (2.46) afirma que: numa colis˜ao el´astica, a velocidade de recess˜ao ´e igual `a velocidade de aproxima¸c˜ao.[9]

Ainda podemos escrever a partir da equa¸c˜ao (2.46) que:

ε=

|v2 − v1 | vrec = |v02 − v01 | vap

(2.47)

Essa equa¸c˜ao (2.47) define o coeficiente de restitui¸c˜ao ε.

O coeficiente de restitui¸c˜ao ε mede, de certa forma, a elasticidade de uma colis˜ao e se define como a raz˜ao entre a velocidade relativa antes da colis˜ao e a velocidade relativa depois da colis˜ao.[9] Sendo em uma colis˜ao el´astica ε = 1 e em uma colis˜ao perfeitamente inel´astica ε = 0. Ent˜ao, podemos escrever:

ε=

|v2 − v1 | ≤1 |v02 − v01 |

(2.48)


Cap´ıtulo 3 Desenvolvimento 3.1

Sistema de Numera¸ c˜ ao Bin´ ario e Conversores de Sinais

A partir de uma pesquisa sobre o sistema de numera¸c˜ao bin´ario e conversores de sinais foi poss´ıvel a elabora¸c˜ao e produ¸c˜ao do material escrito nas sec¸c˜oes 3.1.1 e 3.1.2 que servir´a de apoio pedag´ogico para professores. Este material estar´a dispon´ıvel no site do GoPEF1 da PUC/SP. Parte deste material j´a vem sendo utilizado em oficinas de extens˜ao oferecidas pelo Departamento de F´ısica atrav´es da COGEAE.2

3.1.1

Sistema de Numera¸ c˜ ao Bin´ ario

O sistema de numera¸c˜ao mais utilizado ´e o sistema de numera¸c˜ao decimal, conseq¨ uentemente estamos mais habituados com esse sistema. Para simplificar o entendimento faz-se necess´ario observar uma caracter´ıstica importante do sistema de numera¸c˜ao decimal para posteriormente compar´a-lo com o sistema bin´ario. O sistema de numera¸c˜ao decimal tamb´em ´e chamado de sistema de base 10, denominado dessa forma porque tˆem em sua composi¸c˜ao 10 s´ımbolos diferentes: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 que podem ser expressos por interm´edio da potˆencia de dez para se obter um numeral. Uma caracter´ıstica importante do sistema de numera¸c˜ao decimal ´e o seu valor de posi¸c˜ao. Como exemplo considere o n´ umero decimal 285 onde o algarismo 5 encontra-se ocupando a posi¸c˜ao ou 1

http://www.cogeae.pucsp.br A oficina Novas Tecnologias no Ensino de F´ısica oferecida durante o 1o e 2o semestres de 2007 utilizou parte do texto sobre sistemas de convers˜ao de sinais anal´ogico-digitais. 2


3.1 Sistema de Numera¸c˜ ao Bin´ ario e Conversores de Sinais

20

casa decimal da unidade (5 × 1 = 5 × 100 = 5), o algarismo 8 est´a localizado na posi¸c˜ao das dezenas significando 80 unidades (8 × 10 = 8 × 101 = 80), j´a o algarismo 2 est´a localizado na posi¸c˜ao das centenas significando duas centenas totalizando 200 unidades (2 × 100 = 2 × 102 = 200). Logo, para se obter o n´ umero decimal total ´e necess´ario somar o valor correspondente das trˆes posi¸c˜oes 200 + 80 + 5 tendo como resultado o n´ umero 285. Sendo n o n´ umero de d´ıgitos da parte inteira, no exemplo mencionado n = 3, pode-se escrever o n´ umero 285 de outra maneira: 285 = 2 × 10n−1 + 8 × 10n−2 + 5 × 10n−3 . ´ importante observar que o algarismo 2 est´a localizado na extrema esquerda (3.a E casa decimal) tem peso 2 (n − 1 = 3 − 1 = 2), maior do que o d´ıgito 5 que est´a localizado na 1.a casa e o d´ıgito 8 que est´a localizado na 2.a casa (n − 2 = 3 − 2 = 1) e tem peso 1, ou seja, a posi¸c˜ao do algarismo com rela¸c˜ao ao ponto decimal determina seu peso, e ainda, o algarismo situado `a extrema esquerda do n´ umero est´a sendo multiplicado pela maior potˆencia de dez, e portanto, ´e considerado o d´ıgito mais significativo. O sistema de numera¸c˜ao bin´ario, comumente chamado de sistema de numera¸c˜ao de base 2, utiliza-se de apenas dois s´ımbolos (0 e 1). Cada d´ıgito bin´ario ´e chamado de bit (Binary Digit) e um conjunto de 4 bits ´e um byte. Esse sistema de numera¸c˜ao ´e extensivamente utilizado em processamento de dados digitais. A caracter´ıstica de valor de posi¸c˜ao mencionado no sistema de numera¸c˜ao decimal est´a presente em todos esses sistemas de numera¸c˜ao e pode ser utilizado em contagens. Assim, a cada posi¸c˜ao de cada algarismo de um n´ umero bin´ario corresponde uma potˆencia de 2, da mesma forma que em n´ umeros decimais correspondia uma potˆencia de 10. Ent˜ao, o princ´ıpio de posicionamento pode ser estendido a qualquer sistema num´erico independentemente de sua base podendo converter um n´ umero bin´ario para um n´ umero decimal.[11][12]

⇒ Exemplo 1 Convers˜ ao de um n´ umero bin´ ario para decimal:

N´ umero Bin´ario 1001 n=4 1001 = 1 × 2n−1 + 0 × 2n−2 + 0 × 2n−3 + 1 × 2n−4 1001 = 1 × 23 + 0 × 22 + 0 × 21 + 1 × 20 1001 = 1 × 8 + 0 × 4 + 0 × 2 + 1 × 1 = 8 + 0 + 0 + 1 = 9


3.1 Sistema de Numera¸c˜ ao Bin´ ario e Conversores de Sinais

21

O n´ umero bin´ario 1001 corresponde ao n´ umero 9 em decimal.

Assim como no sistema decimal, dependendo do posicionamento, o algarismo ou bit ter´a um peso, sendo o bit da extrema esquerda o mais significativo (MSB - most significant bit) e o da extrema direita o bit menos significativo (LSB - least significant bit). Tamb´em ´e poss´ıvel converter um n´ umero decimal em bin´ario, o m´etodo mais simples de se realizar essa opera¸c˜ao consiste em dividir sucessivamente o n´ umero decimal por 2 at´e se obter o quociente zero. Sendo que os restos dessas divis˜oes posicionados na ordem inversa correspondem ao n´ umero bin´ario, resultado da convers˜ao de decimal para bin´ario.

⇒ Exemplo 2 Convers˜ ao de um n´ umero decimal para bin´ ario: N´ umero Decimal 60

O n´ umero decimal 60 corresponde ao n´ umero bin´ario 111100.

O n´ umero 111100 ´e chamado de frase bin´aria de 6 bits, pois cada posi¸c˜ao dessa frase bin´aria ´e chamada de bit. Utilizando 6 bits ´e poss´ıvel se obter 64 combina¸c˜oes, ou seja, 64 frases bin´arias diferentes. Portanto, o n´ umero de frases poss´ıveis ´e dado por 2N onde N ´e o n´ umero de bits. Para facilitar o entendimento da convers˜ao de n´ umeros decimais fracion´arios para bin´ario ´e necess´ario dividir processo em duas etapas.

1.a ) Etapa: Convers˜ao da parte inteira Essa primeira etapa consiste no m´etodo conhecido anteriormente de convers˜ao do n´ umero decimal em bin´ario.


3.1 Sistema de Numera¸c˜ ao Bin´ ario e Conversores de Sinais

22

2.a ) Etapa: Convers˜ao da parte fracion´aria. Na segunda etapa deve ser efetuada multiplica¸c˜oes sucessivas do n´ umero fracion´ario por 2 at´e se obter como resultado fracion´ario do produto o n´ umero zero, caso contr´ario trata-se de uma d´ızima devendo ser definido o n´ umero de d´ıgitos ap´os a v´ırgula. Sendo o resultado bin´ario dessa convers˜ao `a parte inteira dos produtos efetuados.

⇒ Exemplo 3 Convers˜ ao de um n´ umero decimal fracion´ ario para bin´ ario: N´ umero Decimal Fracion´ario 5,625

1.a ) Etapa: 5

O n´ umero decimal 5 corresponde ao n´ umero bin´ario 101.

2.a ) Etapa: 0, 625

O n´ umero decimal fracion´ario 0, 625 corresponde ao n´ umero bin´ario fracion´ario 0, 101 A uni˜ao da parte inteira com a parte fracion´aria determina o resultado da convers˜ao, ou seja, o n´ umero decimal fracion´ario 5, 625 corresponde ao n´ umero bin´ario fracion´ario 101, 101.[11][12]


3.1 Sistema de Numera¸c˜ ao Bin´ ario e Conversores de Sinais

3.1.2

23

Conversores

A comunica¸c˜ao de dois sistemas que possuem ambientes diferentes ´e realizada atrav´es de interfaces. Um computador digital processa apenas sinais discretos (digitais) enquanto que o ambiente externo produz sinais no formato anal´ogico (sinais cont´ınuos). As grandezas anal´ogicas s˜ao aquelas cujas medidas podem assumir uma infinidade de valores. O mundo f´ısico apresenta diversos exemplos de grandezas anal´ogicas como: posi¸c˜ao, for¸ca, intensidade de corrente el´etrica, temperatura, intensidade sonora, tens˜ao, velocidade, intensidade de luz, press˜ao, etc. Para que ocorra intera¸c˜ao entre esses dois sistemas ´e necess´ario criar uma interface que transforme os tipos de sinais. Por isso foram criados os conversores que s˜ao utilizados em todos os campos de atividades em que se necessita de tal opera¸c˜ao. Os conversores podem ser do tipo A/D que realiza a convers˜ao do sinal anal´ogico em um sinal digital e D/A que efetua a opera¸c˜ao contr´aria, constituindo dois aspectos muito importantes do processamento de dados digital. A principal aplica¸c˜ao do conversor anal´ogico digital est´a na aquisi¸c˜ao de dados. O conversor ´e um circuito integrado que converte grandezas anal´ogicas externas em informa¸c˜oes digitais utilizando o sistema bin´ario para representar dois n´ıveis de tens˜ao, ALTO ou BAIXO, sendo um n´ıvel de tens˜ao alto representado pelo d´ıgito 1 e um n´ıvel de tens˜ao baixo ou zero volt representado pelo d´ıgito 0 (zero). Os principais fatores que determinam a precis˜ao da representa¸c˜ao dessas informa¸c˜oes digitais s˜ao a faixa de entrada e a resolu¸c˜ao. A resolu¸c˜ao ´e um fator que indica a menor varia¸c˜ao do sinal anal´ogico que o conversor consegue detectar, sendo a mesma expressa em termos de n´ umero de bits. O parˆametro “faixa de entrada” est´a associado `a resolu¸c˜ao; o mesmo informa a faixa de tens˜oes ou correntes que o conversor consegue representar numericamente, ou seja, se o sinal de entrada estiver fora desta faixa, ele n˜ao poder´a ser representado pelo conversor, ser´a necess´ario amplificar ou atenuar o sinal antes de conect´a-lo na entrada do mesmo. Como exemplo de aquisi¸c˜ao de dados utilizando um conversor anal´ogico digital, pode ser citada a convers˜ao de eventos e grandezas f´ısicas com o aux´ılio de sensores conforme o diagrama representado a seguir (Figura 3.1).[11][12]


3.2 Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804 24

Figura 3.1: Esquema de utiliza¸c˜ao do conversor ADC0804

3.2

Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804

A elabora¸c˜ao dos materiais descritos nas sec¸c˜oes 3.1.1 e 3.1.2 colaboraram com a montagem de um circuito did´atico de um conversor de sinais anal´ogico-digital que permite a visualiza¸c˜ao das diferentes frases bin´arias para cada entrada de sinal anal´ogico, sendo o circuito did´atico descrito e constru´ıdo pelo aluno Leandro C´esar Pereira Gomes Safra. Posteriormente foi realizado um procedimento experimental com o circuito mencionado acima possibilitando a aplica¸c˜ao de um determinado valor de tens˜ao cont´ınua em sua entrada e verificando numa seq¨ uˆencia de 08 leds a frase bin´aria atribu´ıda, fixando 5 Volts para a tens˜ao de referˆencia do ADC, sendo tal procedimento descrito com mais detalhes nesta sec¸c˜ao.

3.2.1

Equipamentos

• 1 ADC0804 Intersil • 1 Soquete para conex˜ao do ADC • 8 Resistˆencias de 330 Ω • 1 Resistˆencia de 10 kΩ • 1 Capacitor eletrol´ıtico de 10 mF


3.2 Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804 25

• 1 Capacitor cerˆamico de 150 pF • 3 Capacitores de poli´ester de 10 nF • 1 Potenciˆometro de 100 kΩ • 8 LEDs • 1 Chave normalmente aberta • 3 Garras tipo jacar´e • 1 Conector para o terminal de alimenta¸c˜ao da fonte • 1 Protoboard EIC 106 • 1 Sistema de Alimenta¸c˜ao - Fonte de celular de 5,2 V DC de sa´ıda Kyocera modelo TXTVL10044 • Fios de liga¸c˜ao • 1 Mult´ımetro - Minipa ET-2042

3.2.2

Metodologia

Inicialmente foi utilizado o conversor Anal´ogico Digital comercial ADC0804 de 8 bits, lembrando de que 28 = 256, isso significa que na sa´ıda ´e poss´ıvel se obter 256 frases bin´arias diferentes que podem ser utilizadas para demonstra¸c˜ao de convers˜ao de um sinal anal´ogico como tens˜ao de entrada em sua respectiva frase bin´aria. O conversor ADC0804 opera com uma fonte de alimenta¸c˜ao de 5 V e pode ser utilizada na entrada anal´ogica uma faixa de tens˜ao de 0 a 5 V. A resolu¸c˜ao foi obtida atrav´es da tens˜ao m´axima de opera¸c˜ao dividida pelo n´ umero de frases poss´ıveis, ou seja, 5 V /256 = 0, 0195 V ou 19,5 mV. Seu tempo de convers˜ao ´e menor do que 100 µs, sendo poss´ıvel realizar mais de 5000 convers˜oes por segundo, o mesmo possui um gerador de sinal para sua base de tempo (clock ) que necessita apenas de um resistor e de um capacitor externo. Os pinos dos circuitos integrados s˜ao dispostos em um padr˜ao definido, sendo a partir do entalhe, numerados no sentido anti-hor´ario conforme a Figura (3.2)3 .[13][1][14] 3

A figura 3.2 encontra-se dispon´ıvel na referˆencia [15].


3.2 Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804 26

Figura 3.2: Mapeamento dos terminais do conversor ADC0804[15] .

O ADC0804 foi fixado no protoboard possibilitando sua conex˜ao com os outros componentes do circuito esquematizado na Figura (3.3), montado para comprovar o estudo das frases bin´arias.

Figura 3.3: Diagrama completo do teste do conversor

A tens˜ao na faixa de 0 a 5 V fornecida para o teste da utiliza¸c˜ao do conversor foi controlada por um potenciˆometro e a alimenta¸c˜ao do conversor fornecida por uma fonte estabilizadora.


3.2 Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804 27

Os diodos emissores de luz (LEDs - light emitting diodes) foram posicionados de forma que o catodo permaneceu ligado na terra e por meio de resistores limitadores de corrente de aproximadamente 330 Ω. Lembrando que existem algumas dicas simples para diferenciar o terminal anodo do catodo: 1. verificando o chanfro no encapsulamento, sendo que o mesmo se encontra do lado do catodo - 2. observando o terminal mais longo que normalmente ´e do anodo - 3. verificando a bandeira que pertence ao terminal catodo.4[11]

Figura 3.4: Dicas para diferenciar o terminal anodo do terminal catodo de um LED

A fonte de alimenta¸c˜ao foi devidamente controlada por um volt´ımetro e desligada antes de remover ou inserir os circuitos integrados, tendo em vista que uma tens˜ao alta pode danificar o mesmo.

A visualiza¸c˜ao da frase bin´aria ´e fornecida pelos LEDs de acordo com a tens˜ao fornecida na entrada anal´ogica do conversor, lembrando que a escala digital deste conversor vai de 00000000 a 11111111 com 256 valores poss´ıveis.

Figura 3.5: Visualiza¸c˜ao da frase bin´aria fornecida pelos LEDs quando submetidos `a tens˜ao m´ınima e m´axima, respectivamente, sendo que os LEDs apagados correspondem ao bit 0 e os LEDs quando acesos correspondem ao bit 1.

4

A Figura 3.4 encontra-se na p´ agina 51 da referˆencia [11]


3.2 Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804 28

3.2.3

Resultados

Para demonstrar a convers˜ao de um sinal anal´ogico em frase bin´aria, foi fornecido ao circuito, atrav´es de uma fonte estabilizada de celular, uma tens˜ao que pode variar de 0 a 5 V. A mesma pode ser controlada por um mult´ımetro e um potenciˆometro, sendo poss´ıvel obter as frases bin´arias visualizadas atrav´es dos LEDs em intervalos de tens˜ao da ordem de 0,20 V em 0,20 V. Deve-se lembrar que para escrever a frase bin´aria, ´e necess´ario iniciar a leitura pelo algarismo mais significativo.

As frases foram anotadas convertidas em n´ umero decimal, conforme a Tabela (3.1), sendo poss´ıvel comparar as leituras efetuadas pelo mult´ımetro e os valores de tens˜ao fornecidos pelas respectivas frases bin´arias visualizadas.

Figura 3.6: Gr´afico que mostra a linearidade entre as tens˜oes lidas no mult´ımetro e o correspondente valor bin´ario.


3.2 Convers˜ ao de sinais anal´ ogicos em frases bin´ arias atrav´ es da utiliza¸ c˜ ao de um conversor comercial ADC0804 29

Tabela 3.1: Tabela de dados referentes `a convers˜ao de sinal anal´ogico em frases bin´arias

3.2.4

Discuss˜ ao

De acordo com os resultados obtidos na Tabela (3.1), podemos observar que as convers˜oes de sinais anal´ogicos em frases bin´arias efetuadas pelo conversor ADC0804 fornecem resultados de tens˜ao aproximados dos valores medidos pelo mult´ımetro digital. Portanto, o conversor pode ser utilizado como instrumento de medida, neste caso, como volt´ımetro.


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

30

Os erros verificados atrav´es da tabela para valores de tens˜ao aproximadamente entre 0,20 V e 1,80 V podem estar associados a ru´ıdos eletrˆonicos, devido a ausˆencia de blindagem, dificultando medidas com pequenos valores de tens˜ao. A placa de som do computador pode ser considerada um conversor, assim como o ADC utilizado. Ela converte grandezas anal´ogicas externas em informa¸c˜oes digitais utilizando o sistema bin´ario para representar dois n´ıveis de tens˜ao, ALTO ou BAIXO, sendo um n´ıvel de tens˜ao alto representado pelo d´ıgito 1 e um n´ıvel de tens˜ao baixo ou zero volt representado pelo d´ıgito 0 (zero). As placas de som normalmente utilizadas apresentam em geral pelo menos 16 bits e taxas de aquisi¸c˜ao que variam de 20 a 44 kHz, o que torna o computador um instrumento de medida bastante poderoso em laborat´orios did´aticos de F´ısica.

3.3

Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

Para a constru¸c˜ao do sistema de aquisi¸c˜ao de dados proposto e desenvolvido nesse trabalho, as exigˆencias s˜ao m´ınimas.

3.3.1

Informa¸ c˜ oes sobre o Computador

O componente b´asico do nosso sistema ´e o computador que precisa estar com a placa de som devidamente instalada. Atualmente, devido aos baixos custos do sistema de multim´ıdia (placa de som, CD-ROM e alto-falantes) a maioria dos computadores j´a vem com essas facilidades incorporadas ao pr´oprio equipamento.[3] Caso o computador n˜ao tenha placa de som incorporada, ´e necess´ario instalar a mesma, sendo posicionada e encaixada em um dos slots da placa m˜ae do computador, al´em de ser devidamente configurada com drivers de controle que acompanham o hardware. Uma configura¸c˜ao m´ınima do computador ´e exigida para o funcionamento do sistema de aquisi¸c˜ao de dados, como um processador AT486 ou superior, 8Mbytes de mem´oria RAM, menos de 1Mbyte de mem´oria de disco r´ıgido do computador (para instala¸c˜ao dos


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

31

softwares exigidos).[3] Em n´ıvel de software, ´e necess´ario que o computador esteja funcionando com a plataforma Windows e os drivers da placa de som estejam instalados e devidamente configurados. Al´em disso, ´e necess´ario efetuar o download do software de Edi¸c˜ao Sonora Audacity5 ou Cool Edit6 , ambos dispon´ıveis gratuitamente na Internet, conforme indicado. Esses softwares de edi¸c˜ao de ´audio permitem um maior controle sobre o sinal a ser armazenado e propiciam outros recursos, como convers˜ao do sinal armazenado para v´arios formatos (WAV, MP3, etc).

3.3.2

Placa de Som

´ uma interface encaixada A placa de som ´e um dos componentes da multim´ıdia. E em conector de expans˜ao do microcomputador, com a fun¸c˜ao de processar digitalmente o som.[16] As placas de som s˜ao constitu´ıdas por dispositivos com um ou mais chips respons´aveis pelo processamento e emiss˜ao do ´audio gerado pelas aplica¸c˜oes. Para que isso seja ´ neste poss´ıvel nos computadores, ´e necess´ario trabalhar com sinais sonoros digitais. E ponto que entra em cena os conversores denominados ADC (Conversor Anal´ogico - Digital) e DAC (Conversor Digital - Anal´ogico). Ao ADC (tamb´em conhecido como Conversor A/D) cabe a tarefa de digitaliza¸c˜ao dos sinais sonoros. A placa de som recebe esses sinais de um dispositivo externo, por exemplo, um microfone ou um instrumento musical. O som oriundo desses dispositivos ´e disponibilizado por sinais anal´ogicos. Todavia, os computadores s´o trabalham com informa¸c˜oes digitais, sendo necess´ario, portanto, fazer uma convers˜ao de anal´ogico para ´ exatamente isso que o ADC faz. Para ouvirmos o som emitido pelos comdigital. E putadores, conectamos `a placa de som caixas ac´ usticas ou fones de ouvido. Para o ´audio chegar at´e os nossos ouvidos por esses dispositivos, ´e necess´ario fazer outra convers˜ao: a de sinais digitais (isto ´e, os sinais trabalhados pela m´aquina) para sinais anal´ogicos. 5

P´agina em que se pode efetuar o download do software de edi¸c˜ao sonora Audacity (freeware): http://audacity.sourceforge.net/download/ (acesso em 11/10/2007) 6 P´agina em que se pode efetuar o download do software de edi¸c˜ao sonora Cool Edit (shareware): http://baixaki.ig.com.br/download/Cool-Edit-2000-1-1.htm (acesso em 11/10/2007)


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

32

´ claro, que h´a Essa tarefa ´e feita pelo DAC (tamb´em conhecido por Conversor D/A). E situa¸c˜oes em que se ´e necess´ario trabalhar com ambos os conversores ao mesmo tempo. Isso ´e poss´ıvel na maioria das placas de som, em um recurso denominado fullduplex.[17] Atualmente, a placa de som vem integrada na placa m˜ae (onboard) e suas principais caracter´ısticas t´ecnicas s˜ao: resolu¸c˜ao (n´ umero de bits que a placa manipula), taxa de amostragem, rela¸c˜ao sinal/ru´ıdo e sintetizador que ser˜ao brevemente discutidos nesta sec¸c˜ao.

Resolu¸ c˜ ao das placas de som

´ comum encontrar nas especifica¸c˜oes das placas de som indica¸c˜oes que sugerem que E o dispositivo trabalha a 32, 64 ou 128 bits. Na verdade, a maioria das placas sonoras trabalha com resolu¸c˜oes de 16 bits (as mais antigas trabalhavam apenas com 8 bits), com exce¸c˜ao para alguns modelos mais sofisticados, que podem trabalhar com mais bits. Os n´ umeros superiores a 16 informados nas especifica¸c˜oes, geralmente indicam a quantidade de tons simultˆaneos que a placa pode trabalhar (polifonia). Os tradicionais 16 bits s˜ao suficientes para reproduzir com alta qualidade sonora os sons que somos capazes de ouvir, por isso n˜ao h´a a necessidade de trabalhar com mais bits. As placas que possuem 20 bits (ou mais) geralmente s˜ao usadas para evitar perda de qualidade em certas aplica¸c˜oes. Isso significa que possuem alta fidelidade sonora, embora nem sempre notemos a diferen¸ca.[17]

Taxa de amostragem

Taxa de amostragem ´e a quantidade de pontos por segundo que ´e capturada ou reproduzida pela placa de som.[16] Muitas das placas de som atuais trabalham com uma taxa de amostragem de at´e 100 kHz (aproximadamente) e, dependendo do modelo, esse valor pode ser muito superior. Mas, o que isso quer dizer? Para entender, observe o gr´afico de onda representado na Figura (3.7)7[17] . 7

As figuras 3.7 e 3.8 foram modificadas e encontram-se originalmente dispon´ıveis no site mencionado na referˆencia [16].


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

33

Figura 3.7: Representa¸c˜ao anal´ogica do som.

A ilustra¸c˜ao representa um som na forma anal´ogica. Como o computador trabalha apenas com sinais digitais, ´e necess´ario fazer uma convers˜ao, todavia, n˜ao ´e poss´ıvel “capturar” todos os pontos do sinal. A freq¨ uˆencia determina o intervalo entre cada 2 pontos capturados. Quanto mais pontos, mais fiel ser´a o ´audio. Veja um comparativo entre os gr´aficos abaixo na Figura (3.8). Note que, com 11 kHz, a captura ser´a menor que com 44 kHz, indicando que a qualidade do ´audio ser´a inferior[17] :

Figura 3.8: Observe que, com 44 kHz, o sinal digital (em vermelho) ´e muito fiel ao sinal anal´ogico (em azul), indicando boa qualidade de ´audio. No entanto, com 11 kHz, o sinal digital acaba n˜ao sendo fiel ao sinal anal´ogico, causando perda de qualidade do ´audio[17] .


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

34

A maioria das placas de som trabalham com uma taxa m´axima de 44.100 Hz, a mesma qualidade do CD de ´audio. Diversas placas de som conseguem trabalhar com uma taxa de amostragem maior, em geral 48 kHz.[16]

Resposta de freq¨ uˆ encia

A resposta de freq¨ uˆencia indica a faixa de freq¨ uˆencias que a placa de som pode oferecer. Nos dispositivos mais comuns, esse intervalo fica entre 20 Hz e 20 kHz, que ´e a faixa de freq¨ uˆencia que o ouvido humano ´e capaz de escutar. Dependendo da freq¨ uˆencia, pode haver desvios, isto ´e, perdas ou ganhos. Esse parˆametro ´e medido em decib´eis (dB). Placas que possuem esse desvio numa taxa inferior a 1 dB (para mais ou para menos) s˜ao indicadas para se obter uma boa qualidade de ´audio nos mais diversos tons.[17]

Rela¸ c˜ ao sinal/ru´ıdo

Essa caracter´ıstica mede o n´ıvel de ru´ıdo gerado pela placa de som (uma esp´ecie de interferˆencia). A maioria das placas de som possui uma p´essima rela¸c˜ao sinal/ru´ıdo, n˜ao sendo indicadas para o uso de ´audio profissinal. Por esse motivo, a maioria dos fabricantes omite essa caracter´ıstica na rela¸c˜ao de especifica¸c˜oes t´ecnicas da placa de som. Esse indicativo ´e medido em decib´eis. Placas de boa qualidade geralmente tˆem SNR8 acima de 90 dB.[16]

Sintetizadores e MIDI

Quando um som ´e gerado no computador, o arquivo final costuma ficar muito grande, fazendo com que seja necess´ario usar formatos de compacta¸c˜ao de ´audio (como MP3 e Ogg Vorbis) e, principalmente, sintetizadores. Estes s˜ao “orientados” por um padr˜ao conhecido como MIDI (Musical Instrument Data Interface). 8

A rela¸c˜ ao sinal/ru´ıdo pode ser encontrada em algumas referˆencias como SNR (Signal to Noise Ratio)[17]


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

35

Os arquivos MIDI s˜ao muito pequenos, se comparados aos formatos de ´audio tradicionais. Isso se deve ao fato desse formato conter, na verdade, seq¨ uˆencias de notas musicais. Assim, cabe aos sintetizadores a tarefa de seguir essas seq¨ uˆencias para gerar o ´audio. O sintetizador FM (Freq¨ uˆencia Modulada) ´e um dos mais comuns, j´a que permite a gera¸c˜ao de ´audio na placa de som sem a necessidade de usar ´audio digitalizado. Os efeitos sonoros existentes em jogos, por exemplo, podem ser gerados dessa forma. Para garantir um ´audio mais real, as placas de som tamb´em podem utilizar um tipo de sintetizador conhecido como Wave Table. Por meio dele, ´e poss´ıvel constituir ´audio atrav´es de amostras oriundas de instrumentos sonoros reais. Neste caso, as amostras podem ficar gravadas em uma mem´oria pr´opria da placa de som. Esse sintetizador tamb´em pode ser emulado por software.[17]

Conex˜ oes da Placa de Som

As placas de som podem ter v´arios tipos de conex˜oes, tudo depende do modelo e da finalidade de uso do dispositivo. A lista abaixo mostra os tipos de conex˜ao mais comuns[17] : • MIC: entrada para microfone; • Line-In: entrada para conectar aparelhos sonoros, como um r´adio, por exemplo; • Line-Out: entrada para conectar caixas de som ou fone de ouvido; • Speaker: nesta entrada, pode-se ligar caixas de som sem amplifica¸c˜ao; • Joystick/MIDI: entrada para ligar joystick (controle para jogos) ou instrumentos MIDI; • SPDIF: entrada para conex˜ao de aparelhos externos. No caso da conex˜ao SPDIF (Sony/Philips Digital Interface), cabe uma observa¸c˜ao: esse padr˜ao, na verdade, ´e composto por v´arios tipos de conex˜ao; uma delas serve para conectar um drive de CD/DVD `a placa de som, fazendo com que esta tenha a tarefa de


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

36

Figura 3.9: Representa¸c˜ao da placa de som e seus respectivos conectores.[16]

converter os sinais digitais para anal´ogicos do ´audio de CDs de m´ usica. Al´em disso, o SPDIF tamb´em pode usar conectores ´opticos e coaxiais, onde pode-se ligar, por exemplo, um home theater.[17] Como mostra a Tabela (3.2)9 , convencionou-se aplicar cores para cada conex˜ao. Essas cores podem ser aplicadas nos dispositivos a serem encaixados, assim fica mais f´acil localizar qual a entrada correta para cada um.[17] Os conectores ficam localizados na parte traseira do gabinete do computador.

Tabela 3.2: Tabela de cores de conex˜oes da placa de som.[16]

Em nosso sistema experimental de aquisi¸c˜ao de dados utilizamos o conector MIC da placa de som. 9

A Tabela 3.2 e a Figura 3.9 encontram-se dispon´ıveis no site da referˆencia [16].


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

37

Quando a placa de som ´e utilizada para gravar um sinal anal´ogico, o mesmo ´e amplificado e passa por um misturador anal´ogico (mixer); logo ap´os esse processo, o sinal ´e convertido pelo conversor A/D em um sinal digital o qual ´e lido pelo processador do computador. Quando queremos transformar um sinal digital em anal´ogico, temos o caminho inverso. A Figura (3.10) 10 mostra um diagrama simplificado de funcionamento das principais entradas e sa´ıdas de ´audio da placa de som[5] .

Figura 3.10: Diagrama que representa o funcionamento de uma interface de ´audio existente na placa de som do computador.

A convers˜ao geralmente ´e feita em 16 bits e com uma taxa de amostragem de 44,1 kHz. E o limite de funcionamento das placas comuns est´a na faixa de frequˆencia de 20 Hz at´e aproximadamente 20 kHz. Uma desvantagem desta forma de aquisi¸c˜ao ´e que n˜ao podemos trabalhar com sinais de corrente cont´ınua, pois as sa´ıdas de ´audio e a entrada de microfone da placa de som possuem capacitores ligados em s´erie, portanto, as experiˆencias devem ser realizadas com sinais vari´aveis no tempo.[5]

3.3.3

Sensores

Os transdutores como termopares, LDR’s11 e potenciˆometros s˜ao elementos de resistˆencia vari´avel e podem ser utilizados como sensores.[2] O sensor utilizado para recep¸c˜ao do sinal no sistema de aquisi¸c˜ao de dados proposto neste trabalho, ´e o fototransistor. 10 11

A figura encontra-se dispon´ıvel na p´agina 178 da referˆencia [5]. LDR light dependent resistor


3.3 Constru¸c˜ ao do Sistema de Aquisi¸ c˜ ao de Dados

38

O fototransistor ´e um transistor com a jun¸c˜ao coletor-base exposta `a luz; ´e usado como detector, funcionando como um resistor vari´avel cuja impedˆancia muda em fun¸c˜ao da intensidade de luz detectada pelo receptor. Fototransistores s˜ao bem mais sens´ıveis que fotodiodos12 , gerando correntes da ordem de mA quando iluminados a 1 mW/cm2 .[4] Um fototransistor com ganho suficientemente alto pode ser conectado diretamente na entrada de microfone da placa de som, caso contr´ario ´e necess´ario um circuito para amplificar o sinal. Quando a incidˆencia de luz no sensor receptor ´e interrompida atrav´es de um bloqueio no emissor, o fototransistor fica polarizado inversamente enquanto n˜ao for iluminado pelo emissor, comportando-se ent˜ao como uma chave aberta no circuito, pois sua resistˆencia el´etrica ´e elevada, de forma que a corrente na linha digital permanece em 5 mA e o bit no estado 1 (alto). No instante em que o feixe de luz ´e desbloqueado e, portanto, o receptor ´e iluminado pelo emissor, o circuito ´e fechado e uma corrente el´etrica da ordem de 1 mA ´e coletada na placa de som, sendo que o bit muda para o estado zero (baixo) quando a corrente for inferior a 4 mA. Assim, essa caracter´ıstica de detec¸c˜ao bin´aria pode ser usada como um medidor de intervalos de tempo, o que se torna u ´til em diversos experimentos no laborat´orio did´atico de f´ısica.

3.3.4

[7]

Cabo RCA

O cabo RCA possui em uma de suas extremidades um pino P2 est´ereo tamb´em conhecido como conector Jack e na outra, dois “jacar´es” que servem para capturar o sinal recebido pelos sensores. Neste caso, os sensores utilizados s˜ao os fototransistores que, dependendo do arranjo experimental, s˜ao associados em s´erie com uma bateria e um resistor. S˜ao esses sensores que captam o sinal e o enviam atrav´es do cabo mencionado conectado na entrada de microfone do computador, permitindo a an´alise desses impulsos em softwares de som por meio da visualiza¸c˜ao tanto em componentes de freq¨ uˆencia quanto em amplitude x tempo.

12

As corrente obtidas com um fotodiodo s˜ao geralmente baixas, menores que 100 micro `ampere, n˜ao sendo poss´ıvel conectar um fotodiodo diretamente nos conectores da placa de som


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

39

Figura 3.11: Pino P2 est´ereo

Figura 3.12: Cabo RCA

3.4

Determina¸c˜ ao da Acelera¸ c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

O experimento que permite a determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade utiliza um u ´nico fototransistor acoplado diretamente `a entrada de microfone da placa de som do computador. Neste experimento uma placa de acr´ılico transparente com fitas opacas de mesma largura e em distˆancias conhecidas foi lan¸cada de maneira que a passagem da placa no sensor ocasionou um bloqueio e desbloqueio sucessivo da luz emitida por uma ponteira laser gerando uma seq¨ uˆencia de pulsos captados pela entrada de microfone e analisados atrav´es do software Audacity (freeware) dispon´ıvel na Internet

3.4.1

13

.

Equipamentos

• Ponteira Laser • Fototransistor • Cabo RCA 13

http://audacity.sourceforge.net/download/ - o download do software de edi¸c˜ao sonora utilizado pode ser efetuado atrav´es do endere¸co mencionado (acesso em 11/10/2007).


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

40

• Placa de Acr´ılico • Fitas Opacas • Computador • Software Audacity • Fios de Liga¸c˜ao • Suporte Universal • R´egua

3.4.2

Metodologia

Primeiramente deve-se preparar a placa de acr´ılico utilizada no experimento, para isso, deve-se efetuar a colagem da fita adesiva opaca na placa de acr´ılico transparente conforme ilustra a Figura (3.13), mantendo aproximadamente a mesma distˆancia entre uma fita e outra.

Figura 3.13: Esbo¸co da placa de acr´ılico preparada para o experimento de determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade.

Placas como esta, s˜ao conhecidas como picket fence. Podem tamb´em ser adquiridas comercialmente atrav´es da Pasco Scientific

14

.

Isso permite obter-se valores discretos para a contagem do tempo de queda, o que equivale a medir as posi¸c˜oes instantˆaneas de queda do objeto.[7] Em seguida podem-se utilizar dois suportes universais para posicionar o sensor de maneira que possa incidir sobre ele a luz de uma ponteira laser. O fototransistor (sensor) deve ser conectado na entrada de microfone do microcomputador por interm´edio do cabo RCA constru´ıdo na sec¸c˜ao 3.3.4. 14

Pasco Picket fence http://www.pasco.com/products/groups/53-351-1.html (acesso em 11/10/2007).


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

41

Figura 3.14: Esquema da montagem experimental para determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade.

A placa de acr´ılico deve ser lan¸cada entre a ponteira laser e o sensor, ocasionando um bloqueio e desbloqueio de incidˆencia de luz no sensor, j´a que a placa de acr´ılico ´e transparente permitindo a passagem de luz; por´em onde h´a segmentos de fita adesiva opaca a luz ´e bloqueada. Com a incidˆencia de luz o fototransistor encontra-se conduzindo, portanto, ao bloquear e desbloquear a incidˆencia de luz, pulsos de tens˜ao s˜ao gerados e captados pela entrada de microfone. A coleta de dados ´e realizada via software, que permite que os instantes de bloqueio e desbloqueio de incidˆencia de luz no sensor sejam adquiridos por interm´edio da posi¸c˜ao do cursor. Assim, pode-se construir uma curva s x t, j´a que os espa¸cos entre as fitas adesivas bem como as espessuras correspondentes, s˜ao conhecidos e podem ser medidos facilmente com uma r´egua. A Figura (3.15)15 mostra a rela¸c˜ao entre cada instante observado atrav´es do software de analise sonora e os espa¸cos de bloqueio e desbloqueio da placa de lan¸camento, a partir da qual a tabela de posi¸c˜ao versus tempo pode ser facilmente obtida.[18]

Atrav´es da curva obtida (polinˆomio de segundo grau)a partir de um software gr´afico, ´e poss´ıvel determinar, em m´odulo, o valor da acelera¸c˜ao da gravidade g: como a equa¸c˜ao do gr´afico ´e do tipo: y = ax2 + bx + c, comparado com a express˜ao S = So + Vo t + 12 at2 , pode-se verificar que a acelera¸c˜ao gravitacional ser´a duas vezes o valor de a.

15

A Figura (3.15) encontra-se dispon´ıvel na referˆencia [18].


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

42

Figura 3.15: Rela¸c˜ao entre o sinal obtido atrav´es do software de edi¸c˜ao sonora e os intervalos de bloqueio de desbloqueio da placa de lan¸camento.

Figura 3.16: Fotografia do arranjo experimental de queda livre


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

3.4.3

43

Resultados

Para verificar a reprodutibilidade do sistema e ter uma boa estatistica no resultado obtido realizamos cerca de 100 lan¸camentos da placa bloqueadora. Os ensaios foram realizados mantendo as mesmas condi¸c˜oes experimentais durante todo o tempo. As seq¨ uˆencias de pulsos captados pela entrada de microfone a cada ensaio realizado foram cuidadosamente analisadas no software Audacity, o mesmo nos permite obter o tempo de cada bloqueio e desbloqueio do sinal conforme ilustra¸c˜ao da Figura (3.17) que mostra um “print screen” da ´area de trabalho do software utilizado.

´ Figura 3.17: Area de trabalho do software Audacity mostrando um exemplo da seq¨ uˆencia de pulsos gerados em um u ´nico ensaio onde a posi¸c˜ao do cursor indica o instante de tempo de cada bloqueio e desbloqueio do sinal.

A an´alise do sinal no software indicado conforme a Figura (3.15) permite que se obtenha uma tabela com os parˆametros espa¸co (cm) e tempo (s) conforme o exemplo visualizado na Tabela (3.3)


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

44

Tabela 3.3: Exemplo de tabela obtida pela rela¸c˜ao dos pulsos visualizados no software em um u ´nico ensaio e o tempo de bloqueio e desbloqueio do sinal.

De acordo com os resultados obtidos na Tabela (3.3), foi poss´ıvel a constru¸c˜ao da curva s x t conforme a Figura (3.18).

16

Conforme a metodologia proposta, o valor da acelera¸c˜ao da gravidade determinada a partir do Gr´afico (3.18) resulta em g = (979 ± 25) cm/s2 .

16

Todos os gr´ aficos obtidos, para cada ensaio realizado, est˜ao dispon´ıveis no Apˆendice 1.


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

45

Figura 3.18: Exemplo de gr´afico obtido a partir do lan¸camento da placa conhecida como picket fence respons´avel pelo bloqueio e desbloqueio da luz incidente no fototransistor acoplado atrav´es do cabo RCA na entrada mic da placa de som.

A Tabela (3.4) mostra todos os resultados de acelera¸c˜ao da gravidade obtidos com a metodologia proposta com seus respectivos desvios. ´ importante mencionar que os desvios apresentados na Tabela (3.4) s˜ao provenientes E das curvas tra¸cadas pelos m´etodos dos m´ınimos quadrados17 , portanto, s˜ao adquiridos por interm´edio do software gr´afico utilizado Origin. Logo, estamos trabalhando com desvios estat´ısticos.

Obtendo-se como o valor m´edio da acelera¸c˜ao da gravidade local para os 101 ensaios experimentais realizados g = (980 ± 13) cm/s2 .

17

O software mencionado mostra os desvios estat´ısticos de todos os parˆametros fornecidos ao ajustar uma curva polinˆ omial, podemos visualizar esses desvios atrav´es de uma esp´ecie de “quadro” inserido em cada gr´ afico.


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

46

Tabela 3.4: Tabela de resultados da acelera¸c˜ao da gravidade obtidos experimentalmente de acordo com o m´etodo proposto.


3.4 Determina¸c˜ ao da Acelera¸c˜ ao da Gravidade - Queda Livre

3.4.4

47

Discuss˜ ao

De acordo com os resultados obtidos individualmente, ou seja, para cada ensaio realizado dispon´ıvel na Tabela (3.4), ou ainda, pela m´edia de todos os ensaios realizados para tal experimento obtendo-se o valor de g = (980 ± 13) cm/s2 , podemos verificar que, ambos os resultados s˜ao satisfat´orios, tendo em vista que a acelera¸c˜ao da gravidade na cidade de S˜ao Paulo, segundo fonte fornecida pela esta¸c˜ao gravim´etrica do IAG-USP, localizado na Cidade Universit´aria no bairro do Butant˜a, ´e de g = 9, 7864137 m/s2 ou g = 978, 64137 cm/s2 . Portanto, o valor m´edio da acelera¸c˜ao da gravidade obtido experimentalmente pelo m´etodo proposto, apresenta uma exatid˜ao de aproximadamente 0,14 %, ou seja, a proposta experimental sugerida ´e totalmente confi´avel para determinar o valor da acelera¸c˜ao da gravidade local. Por´em, para se obter um resultado eficaz s˜ao necess´arios alguns cuidados tanto na constru¸c˜ao do arranjo experimental como na an´alise dos dados coletados. A placa de acr´ılico preparada, conforme a sec¸c˜ao (3.4.2), deve apresentar as fitas adesivas igualmente espa¸cadas, lembrando que quanto mais fitas forem anexadas `a placa, maior ser´a a amostra, ou seja, maior ser´a o n´ umero de pontos obtidos experimentalmente, ´ importante mencionar que, na diminuindo a incerteza no resultado experimental. E an´alise dos dados obtidos, todas as distˆancias envolvidas podem ser consideradas. O sensor utilizado deve apresentar um ganho suficientemente alto para ser conectado diretamente na entrada de microfone da placa de som, caso contr´ario ser´a necess´aria a utiliza¸c˜ao de um circuito para amplificar o sinal. Quanto `a an´alise dos dados coletados via software dos instantes de bloqueios e desbloqueios da incidˆencia de luz no fotosensor, deve-se tomar certo cuidado no posicionamento do cursor, sendo este respons´avel pelas informa¸c˜oes dos tempos. O erro associado ao parˆametro tempo ´e insignificante18 , pois o software fornece essa medida na faixa de milisegundos. A visualiza¸c˜ao do sinal atrav´es da ´area de trabalho do software conforme mostrada na sec¸c˜ao (3.4.3) permite que seja observado o comportamento da velocidade de queda dos corpos (movimento uniformemente acelerado), pois ´e vis´ıvel a diminui¸c˜ao nos intervalos 18

ver apˆendice B


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

48

entre os sinais gerados indicando uma diminui¸c˜ao nos intervalos de tempo, portanto um aumento na velocidade de queda do corpo, j´a que os espa¸camentos entre uma fita e outra, bem como a largura da fita adesiva, s˜ao um parˆametro fixo neste experimento. A visualiza¸c˜ao do sinal gerado torna a proposta muito did´atica. Concluindo a discuss˜ao apresentada para o m´etodo utilizado na determina¸c˜ao da acelera¸ca˜o da gravidade local, pode-se dizer que a placa de som do computador pode ser utilizada como interface com total eficiˆencia, pois a mesma efetua a coleta de dados em intervalos muito pequenos de tempo, permitindo que todos os bloqueios e desbloqueios da incidˆencia de luz no sensor utilizado sejam captados atrav´es do software sugerido, obtendo-se um resultado excelente.

3.5

Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

Na proposta experimental da verifica¸c˜ao da Conserva¸c˜ao do Momento Linear, duas esferas que se movimentam sobre um trilho efetuam uma colis˜ao unidimensional e dois a sensores posicionados ao longo do trilho captam o intervalo de tempo de passagem de cada esfera.

3.5.1

Equipamentos

• 2 Ponteiras Laser • 2 sensores (Fototransistor) • Cabo RCA • 2 Bolas de Bilhar com diˆametros diferentes • Trilho • Computador • Software Audacity • Fios de Liga¸c˜ao


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

49

• 4 suportes universais • Bateria de 9 V • Resistor • Paqu´ımetro Digital • Balan¸ca Anal´ogica

3.5.2

Metodologia

Os suportes universais devem ser utilizados para posicionar as ponteiras laser de maneira que possam incidir luz diretamente nos sensores (fototransistor). O arranjo deve ser montado de maneira que a incidˆencia de luz esteja posicionada mais pr´oxima poss´ıvel do centro de cada bola de bilhar de maneira que a luz seja bloqueada durante a passagem da bola de bilhar em frente ao sensor. Os diˆametros das bolas de bilhar s˜ao determinados com o aux´ılio de um paqu´ımetro, possibilitando determinar o espa¸co em que a luz ´e bloqueada em cada caso. Os sinais s˜ao captados da mesma maneira que no procedimento anterior (3.4), a u ´nica diferen¸ca ´e um circuito composto por uma bateria de 9 V e um resistor de 600 Ω ligado em s´erie com os sensores; esse circuito ´e utilizado para diminuir o ru´ıdo do sinal.

Figura 3.19: Circuito utilizado para diminuir o ru´ıdo do sinal; `a esquerda - vista superior, no centro - vista lateral e `a direita - vista inferior da placa.

A esfera incidente I (cor verde) ´e lan¸cada19 sobre um trilho horizontal e sua velocidade inicial pode ser determinada a partir da medida do tempo de bloqueio no sensor 1. A esfera alvo A (cor branca) encontra-se em repouso antes da colis˜ao. 19

ver Figura 3.20


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

50

Figura 3.20: Esquema da montagem experimental antes da colis˜ao: a esfera alvo encontra-se em repouso posicionada entre os sensores 1 e 2. A esfera incidente ´e lan¸cada bloqueando inicialmente o sensor 1.

Ap´os o impacto a velocidade da esfera alvo A pode ser determinada pelo tempo de bloqueio no sensor 2. Devido a diferen¸ca de massas existentes entre as esferas, ocorre o rec´ uo da esfera incidente e um novo tempo de bloqueio no sensor 1 pode ser determinado fornecendo a velocidade da esfera incidente I ap´os a colis˜ao.

Figura 3.21: Esquema da montagem experimental ap´os a colis˜ao onde a esfera alvo bloqueia o sensor 2 e a esfera incidente recua bloqueando novamente o sensor 1.

A partir destes resultados ´e poss´ıvel determinar o momento linear antes e depois da colis˜ao e desse modo verificar o principio de conserva¸c˜ao da quantidade de movi-


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

51

mento (tendo em vista que se trata de uma colis˜ao unidimensional). Tamb´em ´e poss´ıvel determinar o coeficiente de restitui¸c˜ao verificando se a colis˜ao ´e el´astica ou inel´astica.

Figura 3.22: Fotografia do arranjo experimental de colis˜ao unidimensional. Antes da colis˜ao a esfera alvo encontra-se em repouso entre os sensores 1 e 2.

Figura 3.23: Fotografia do arranjo experimental de colis˜ao unidimensional. Bloqueio do sensor 1 ocasionado pela passagem da esfera incidente.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

3.5.3

52

Resultados

Com o paqu´ımetro digital e uma balan¸ca anal´ogica, foi poss´ıvel determinar, respectivamente, os diˆametros e as massas das duas bolas de bilhar utilizadas para a realiza¸c˜ao do experimento, conforme Tabela (3.5).

Tabela 3.5: Tabela que mostra caracter´ısticas como massa e diˆametro das duas bolas de bilhar utilizadas no experimento com suas respectivas incertezas. Representa¸c˜ao: mv massa da bola verde, mb - massa da bola branca, ∆Sv - diˆametro da bola verde e ∆Sb - diˆametro da bola branca

Atrav´es do comando “print screen” ´e poss´ıvel anexar um exemplo do sinal visualizado atrav´es do software Audacity para demonstrar como os bloqueios e desbloqueios dos sensores podem ser analisados atrav´es desse software de som.

Figura 3.24: 1 - Bloqueio do sensor 1 ocasionado pela passagem da esfera incidente antes da colis˜ao. 2 - Bloqueio do sensor 2 ocasionado pela passagem da esfera alvo ap´os a colis˜ao. 3 - Bloqueio do sensor 1 ocasionado pelo rec´ uo da esfera incidente ap´os a colis˜ao.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

53

Figura 3.25: Sinal visualizado atrav´es do Software Audacity. Onde: ∆tv ´e o tempo de bloqueio de incidˆencia de luz no sensor 1 ocasionado pela passagem da esfera incidente antes da colis˜ao - ∆tb ´e o tempo de bloqueio de incidˆencia de luz no sensor 2 ocasionado pela passagem da esfera alvo antes da colis˜ao - ∆tv (rec´ uo) ´e o tempo de bloqueio ocasionado pela passagem da esfera incidente pelo sensor 1 depois da colis˜ao.

Para verificar a reprodutibilidade do sistema e ter uma boa estatistica no resultado obtido realizamos 84 ensaios experimentais e as tabelas a seguir mostram os resultados obtidos para a conserva¸c˜ao do momento linear com seus respectivos desvios.

Os ensaios foram realizados mantendo as mesmas condi¸c˜oes experimentais durante todo o tempo.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

54

Tabela 3.6: Tabela que exibe os resultados obtidos em todos os ensaios realizados. Onde: ∆tv ´e o intervalo de tempo de bloqueio da incidˆencia de luz no sensor 1 ocasionado pela passagem da esfera incidente antes da colis˜ao - pantes ´e o momento linear da esfera incidente antes da colis˜ao.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

55

Tabela 3.7: Tabela que exibe os resultados obtidos em parte dos ensaios realizados. Onde: ∆tb ´e o intervalo de tempo de bloqueio da incidˆencia de luz no sensor 2 ocasionado pela passagem da esfera alvo depois da colis˜ao - pb ´e o momento linear da esfera alvo depois da colis˜ao - ∆tv ´e o intervalo de tempo de bloqueio da incidˆencia de luz no sensor 1 ocasionado pela passagem da esfera incidente depois da colis˜ao - pv ´e o momento linear da esfera incidente depois da colis˜ao - pT ´e o momento total depois da colis˜ao.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

56

Tabela 3.8: Tabela que exibe os resultados obtidos em parte dos ensaios realizados. Onde: ∆tb ´e o intervalo de tempo de bloqueio da incidˆencia de luz no sensor 2 ocasionado pela passagem da esfera alvo depois da colis˜ao - pb ´e o momento linear da esfera alvo depois da colis˜ao - ∆tv ´e o intervalo de tempo de bloqueio da incidˆencia de luz no sensor 1 ocasionado pela passagem da esfera incidente depois da colis˜ao - pv ´e o momento linear da esfera incidente depois da colis˜ao - pT ´e o momento total depois da colis˜ao.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

57

Tabela 3.9: Tabela que exibe a conserva¸c˜ao do momento linear com os respectivos erros percentuais para parte dos ensaios realizados.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

58

Tabela 3.10: Tabela que exibe a conserva¸c˜ao do momento linear com os respectivos erros percentuais para parte dos ensaios realizados.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

59

Tabela 3.11: Tabela que exibe os parˆametros necess´arios para obten¸c˜ao do coeficiente de restitui¸c˜ao em parte dos ensaios realizados.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

60

Tabela 3.12: Tabela que exibe os parˆametros necess´arios para obten¸c˜ao do coeficiente de restitui¸c˜ao em parte dos ensaios realizados.


3.5 Conserva¸c˜ ao da Quantidade de Movimento Linear

3.5.4

61

Discuss˜ ao

Atrav´es dos resultados obtidos nas Tabelas (3.9) e (3.10), pode-se verificar que os desvios obtidos para o momento linear antes da colis˜ao e depois da colis˜ao, em rela¸c˜ao ao valor esperado, s˜ao inferiores a 5 %, sugerindo portanto confiabilidade na verifica¸c˜ao da Lei da conserva¸c˜ao do momento linear. De acordo com as Tabelas (3.11) e (3.12) podemos assegurar ainda mais a confiabilidade do m´etodo, j´a que o valores obtidos para o coeficiente de restitui¸c˜ao apresentam uma pequena flutua¸c˜ao e um erro estat´ıstico reduzido. Os cuidados que devem ser tomados para a realiza¸c˜ao desse experimento, em partes, s˜ao os mesmos mencionados para o experimento anterior (Queda livre), no que diz respeito ao tipo de sensores utilizados, os suportes de sustenta¸c˜ao dos mesmos e ao posicionamento do cursor para obten¸c˜ao das informa¸c˜oes de intervalos de tempo dos bloqueios e desbloqueios da incidˆencia de luz nos fotosensores devido `a passagem das esferas. Por´em, ´e necess´ario um cuidado adicional a todos esses mencionados quanto ao posicionamento dos sensores. Como s˜ao necess´arios dois sensores ligados em s´erie para a realiza¸c˜ao do experimento, esses mesmos precisam estar posicionados de forma a manter uma distˆancia segura um do outro para que n˜ao ocorra uma superposi¸c˜ao dos sinais captados pela placa de som, impossibilitando a determina¸c˜ao dos intervalos de tempo dos bloqueios. ´ interessante observar a visualiza¸c˜ao do sinal atrav´es da ´area de trabalho do softE ware conforme mostrada na sec¸c˜ao (3.5.3), pois essa observa¸c˜ao permite comprovar o comportamento de rec´ uo da esfera incidente, sendo vis´ıvel atrav´es do sinal que o intervalo de tempo em que essa esfera bloqueia a incidˆencia de luz no sensor 1 ´e bem maior do que os outros dois intervalos de tempos visualizados, isso indica que a velocidade de rec´ uo ´e menor, fato esperado em virtude da rela¸c˜ao entre as massas das esferas. Tamb´em ´e importante ressaltar que os desvios inferiores a 5% tamb´em se devem a parte mecˆanica da montagem do equipamento utilizado, o atrito entre a esfera e o trilho deve ser o menor poss´ıvel. Associando uma montagem que possui tais caracter´ısticas, com um sistema de aquisi¸c˜ao que utiliza a placa de som do computador com um tempo de resolu¸c˜ao t˜ao pequeno quanto 23µs (para taxas de amostragem de 44 kHz)[19] , conseguimos resultados com uma excelente precis˜ao.


3.6 Lan¸camento Horizontal

62

Concluindo a discuss˜ao apresentada para o m´etodo utilizado na verifica¸c˜ao da lei de conserva¸c˜ao da quantidade de movimento, pode-se dizer que a placa de som do computador pode ser utilizada como interface com total eficiˆencia, pois a mesma efetua a coleta de dados em intervalos muito pequenos de tempo, permitindo que todos os bloqueios e desbloqueios da incidˆencia de luz no sensor utilizado sejam captados atrav´es do software sugerido, obtendo-se um resultado satisfat´orio.

3.6

Lan¸camento Horizontal

O experimento permite determinar a acelera¸c˜ao da gravidade local atrav´es do lan¸camento horizontal de uma esfera sobre um trilho e a utiliza¸c˜ao de um u ´nico fototransistor acoplado diretamente na entrada de microfone.

3.6.1

Equipamentos

• 1 Ponteiras Laser • 1 sensor (Fototransistor) • Cabo RCA • 1 Bola de Bilhar • 1 Esfera de a¸co • Trilho • Computador • Software Audacity • Fios de Liga¸c˜ao • 2 suportes universais • Caixa com areia


3.6 Lan¸camento Horizontal

63

• Trena • Paqu´ımetro

3.6.2

Metodologia

Os suportes universais devem ser posicionados na sa´ıda do trilho, de maneira que a luz da ponteira laser possa incidir diretamente no fototransistor. O sensor (fototransistor) deve ser diretamente acoplado na entrada de microfone por interm´edio do cabo RCA constru´ıdo na sec¸c˜ao 3.3. A esfera deve ser lan¸cada horizontalmente sobre o trilho ocasionando o bloqueio de incidˆencia de luz no receptor na sa´ıda do trilho. Um detalhe importante no posicionamento do receptor (fototransistor) e do emissor (caneta laser ) baseia-se no fato de que a incidˆencia de luz proveniente da ponteira laser deve incidir o mais pr´oximo poss´ıvel do centro da esfera. Dessa forma, o diˆametro da esfera coincide com o espa¸co em que o sensor permaneceu bloqueado. O tempo de bloqueio de incidˆencia de luz no fototransistor ´e determinado atrav´es do software de edi¸c˜ao sonora como nos demais experimentos, possibilitando determinar a velocidade da esfera na sa´ıda do trilho. Ao abandonar o trilho, a esfera descreve um movimento parab´olico conforme o esbo¸co experimental mostrado na Figura (3.26), sendo assim, podemos analisar o movimento como sendo um lan¸camento de proj´etil, conforme a sec¸c˜ao 2.5 da introdu¸c˜ao te´orica.

Uma caixa contendo areia deve ser posicionada um n´ıvel abaixo do trilho, assim, quando a esfera abandonar o trilho e atingir a caixa, a mesma ir´a marcar a posi¸c˜ao do alcance horizontal (x), podendo-se medir esse parˆametro com o aux´ılio de uma trena. Todos os parˆametros medidos experimentalmente foram devidamente tabelados, para que fosse poss´ıvel determinar o valor da acelera¸c˜ao da gravidade. De acordo com as equa¸c˜oes (2.22) e (2.23) da sec¸c˜ao 2.5.2. da introdu¸c˜ao te´orica e considerando voy igual a zero na sa´ıda do trilho, temos:

y=

gx2 2 2vox

(3.1)


3.6 Lan¸camento Horizontal

64

Figura 3.26: Esquema experimental do lan¸camento horizontal. A figura da esfera de cor cinza representa o movimento vertical (a¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade) e a figura da esfera de cor verde representa o movimento horizontal (velocidade constante).

Onde y ´e a altura (h) de onde a esfera ´e abandonada at´e atingir a caixa de areia. A Equa¸c˜ao (3.1) nos permite determinar a acelera¸c˜ao da gravidade local, j´a que os demais parˆametros s˜ao conhecidos ou determinados experimentalmente. As Tabelas (3.13) e (3.14) em anexo na sec¸c˜ao (3.6.3) apresentam dois parˆametros determinados experimentalmente: o alcance horizontal, que estamos representando pela letra x e ´e medido com o aux´ılio de uma trena e o intervalo de tempo de bloqueio da incidˆencia de luz determinado atrav´es do software de edi¸c˜ao sonora. Ambos os parˆametros possibilitam determinar a velocidade da esfera na sa´ıda do trilho, sendo v = xt , onde o intervalo de tempo ´e representado pela letra t. De acordo com a Equa¸c˜ao (3.1) podemos verificar que existe uma rela¸c˜ao linear entre a velocidade e o alcance horizontal, sendo os demais parˆametros constantes. Ent˜ao, podemos utilizar tal rela¸c˜ao para determinar a acelera¸c˜ao da gravidade graficamente. Utilizando-se do software Origin, foi poss´ıvel tra¸car uma curva da velocidade versus alcance horizontal, sendo ajustada uma polinomial de primeira ordem, onde o quadrado do coeficiente angular da reta fornecido pelo gr´afico, com seu respectivo erro estat´ıstico, multiplicado por duas vezes a altura da sa´ıda do trilho at´e a caixa de areia, nos fornece o valor da acelera¸c˜ao da gravidade, conforme a Equa¸c˜ao (3.1). O experimento foi realizado com duas esferas de dimens˜oes diferentes para eventuais compara¸c˜oes.


3.6 Lan¸camento Horizontal

3.6.3

65

Resultados

O procedimento experimental foi repetido para duas esferas com diˆametros diferentes. Sendo, uma bola de bilhar com diˆametro m´edio e desvio padr˜ao de aproximadamente (5, 647 ± 0, 002)cm e uma esfera de a¸co com um diˆametro menor de aproximadamente (1, 900 ± 0, 005)cm. A altura da sa´ıda do trilho at´e a caixa de areia foi medida com o aux´ılio de uma trena e representada pela letra h, sendo h = (82, 00 ± 0, 05)cm. A Figura (3.27) mostra um exemplo do sinal visualizado na ´area de trabalho do software utilizado.

Figura 3.27: O sinal mostra o tempo de bloqueio de incidˆencia de luz no sensor acoplado na entrada mic da placa de som, bloqueio esse ocasionado pela passagem da bola de bilhar de diˆametro (5, 647 ± 0, 002)cm na sa´ıda do trilho.

A Tabela (3.13) mostra os parˆametros obtidos experimentalmente de acordo com a sec¸c˜ao (3.6.2) para o lan¸camento horizontal da bola de bilhar, sendo que foram efetuados 50 ensaios mantendo as condi¸c˜oes experimentais. A incerteza do parˆametro alcance representado pela letra x foi considerada como sendo a metade do raio da bola de bilhar, ou seja, σx = 1, 4 cm.


3.6 Lan¸camento Horizontal

66

Tabela 3.13: Tabela obtida a partir do lan¸camento horizontal de uma bola de bilhar de diˆametro (5, 647 ± 0, 002)cm sobre um trilho, respons´avel pelo bloqueio e desbloqueio da luz incidente no fototransistor acoplado atrav´es do cabo RCA na entrada mic da placa de som.


3.6 Lan¸camento Horizontal

67

O Gr´afico (3.28) foi obtido atrav´es do software gr´afico Origin a partir dos resultados encontrados na Tabela (3.13) para o lan¸camento horizontal da bola de bilhar chamada no gr´afico de esfera de diˆametro maior.

Figura 3.28: Gr´afico obtido a partir do lan¸camento horizontal de uma bola de bilhar de diˆametro (5, 647 ± 0, 002)cm sobre um trilho, respons´avel pelo bloqueio e desbloqueio da luz incidente no fototransistor acoplado atrav´es do cabo RCA na entrada mic da placa de som.

O resultado do coeficiente angular da reta encontrado a partir do ajuste polinomial de primeira ordem para a esfera de diˆametro maior conforme o Gr´afico (3.28) ´e de (2, 40030 ± 0, 02955), o que nos fornece um resultado de acelera¸c˜ao da gravidade igual a g = (945 ± 23)cm/s2 .

A Tabela (3.14) mostra os parˆametros obtidos experimentalmente de acordo com a sec¸c˜ao (3.6.2) para o lan¸camento horizontal da esfera de a¸co, sendo efetuados 24 ensaios mantendo as condi¸c˜oes experimentais.


3.6 Lan¸camento Horizontal

68

A incerteza do parˆametro alcance ´e representada pelo s´ımbolo σx e foi considerada como sendo a metade do raio da esfera de a¸co, ou seja, σx = 0, 48cm.

Tabela 3.14: Tabela obtida a partir do lan¸camento horizontal de uma esfera de a¸co pequena com diˆametro de aproximadamente (1, 900±0, 005)cm sobre um trilho, respons´avel pelo bloqueio e desbloqueio da luz incidente no fototransistor acoplado atrav´es do cabo RCA na entrada mic da placa de som.


3.6 Lan¸camento Horizontal

69

O Gr´afico (3.29) foi obtido atrav´es do software gr´afico Origin a partir dos resultados encontrados na Tabela (3.14) para o lan¸camento horizontal da esfera de a¸co chamada no gr´afico de esfera pequena.

Figura 3.29: Gr´afico obtido a partir do lan¸camento horizontal de uma esfera de a¸co pequena com diˆametro de aproximadamente (1, 900±0, 005)cm sobre um trilho, respons´avel pelo bloqueio e desbloqueio da luz incidente no fototransistor acoplado atrav´es do cabo RCA na entrada mic da placa de som.

O resultado do coeficiente angular da reta encontrado a partir do ajuste polinomial de primeira ordem para a esfera de diˆametro menor conforme o Gr´afico (3.29) ´e de (2, 42259 ± 0, 0687), o que nos fornece um resultado de acelera¸c˜ao da gravidade igual a g = (963 ± 55)cm/s2 .


3.6 Lan¸camento Horizontal

3.6.4

70

Discuss˜ ao

Os resultados obtidos para acelera¸c˜ao da gravidade local utilizando-se a metodologia proposta na sec¸c˜ao (3.6) apresentam um desvio em rela¸c˜ao ao valor esperado de 3,6 % para a esfera de diˆametro maior e de 1,7 % para a esfera de diˆametro menor, ou seja, a proposta experimental sugerida tamb´em pode ser considerada confi´avel para determinar a acelera¸c˜ao da gravidade. Por´em, ao analisar os resultados da acelera¸c˜ao da gravidade obtidos a partir dos Gr´aficos (3.28) e (3.29), podemos perceber que, para a esfera de diˆametro menor encontramos um valor para o m´odulo de g igual a (963 ± 55)cm/s2 sendo que considerando o desvio estat´ıstico, este resultado encontra-se dentro do esperado para a acelera¸c˜ao da gravidade na cidade de S˜ao Paulo citado anteriormente na sec¸c˜ao (3.4.4). Para a esfera de diˆametro maior encontramos um valor para o m´odulo de g igual a (945 ± 23)cm/s2 mesmo considerando o desvio estat´ıstico o valor chega pr´oximo de 968 cm/s2 , um pouco abaixo do valor esperado. Podemos explicar o fato mencionado acima observando a Equa¸c˜ao (3.1) onde os parˆametros velocidade v e alcance horizontal x s˜ao elevados ao quadrado. Como existe certa imprecis˜ao para determinar o alcance horizontal da esfera, essa imprecis˜ao ´e tanto maior quando consideramos que o termo se encontra ao quadrado na express˜ao mencionada. Quanto maior o diˆametro da esfera, mais dif´ıcil ´e determinar o alcance, por isso ´e aconselh´avel utilizar uma esfera de diˆametro menor. Em termos da velocidade, ´e coerente dizer que a mesma pode contribuir consideravelmente para o erro obtido. Pois, embora o software utilizado para a leitura dos intervalos de tempo de bloqueio de incidˆencia de luz no sensor apresente trˆes casas decimais depois da v´ırgula, ou seja, a leitura do tempo ´e da ordem de milisegundos e os diˆametros das esferas possam ser determinados com uma boa precis˜ao, ´e importante considerar a dificuldade em posicionar o feixe de luz proveniente da caneta laser exatamente no centro da esfera, o que justifica a contribui¸c˜ao da velocidade no poss´ıvel erro sistem´atico induzido pelo observador. Os cuidados que devem ser tomados para a realiza¸c˜ao desse experimento, no que diz respeito ao tipo de sensor utilizado e ao posicionamento do cursor para obten¸c˜ao das informa¸c˜oes de intervalos de tempo do bloqueio e desbloqueio da incidˆencia de luz


3.6 Lan¸camento Horizontal

71

no fotosensor devido `a passagem da esfera, s˜ao os mesmos cuidados j´a mencionados anteriormente na sec¸c˜ao (3.4.4). Por´em, precisamos mencionar um cuidado adicional que diz respeito ao posicionamento do feixe de luz proveniente do laser, sendo que o mesmo deve incidir o mais pr´oximo poss´ıvel do centro da esfera, para que possa ser evitado um erro sistem´atico induzido pelo observador no parˆametro velocidade. Tamb´em ´e importante ressaltar, a influˆencia do arranjo experimental e do m´etodo de medi¸c˜ao dos parˆametros h e x. A principal dificuldade encontrada para medi¸c˜ao de tais parˆametros encontra-se no fato, de que o arranjo experimental n˜ao possui um acoplamento fixo, ou seja, pode ocorrer um deslizamento na caixa de areia modificando a medida do alcance; a altura tamb´em n˜ao pode ser determinada com tanta precis˜ao na montagem utilizada e a incerteza do alcance ´e considerada como a metade do raio, devido a` dificuldade em localizar o centro da esfera demarcada na areia, com a trena. Por´em, para verificar a precis˜ao no m´etodo utilizado, devemos levar em considera¸c˜ao a incerteza padr˜ao, em forma de porcentagem, dos valores determinados experimentalmente, 5,7% e 2,4%, respectivamente, para as esferas de diˆametros menor e maior. Concluindo a discuss˜ao apresentada para o m´etodo utilizado na determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade atrav´es do lan¸camento horizontal, pode-se dizer que a placa de som do computador pode ser utilizada como interface para aquisi¸c˜ao de dados, sendo os resultados obtidos satisfat´orios de acordo com as incertezas determinadas atrav´es do m´etodo proposto. Para um pr´oximo trabalho, est´a sendo estudado um melhor arranjo experimental que permita uma varia¸c˜ao na altura h e ainda alguns ajustes na montagem para obten¸c˜ao de melhores resultados.


Cap´ıtulo 4 Conclus˜ ao

Nesse trabalho mostramos como ´e poss´ıvel utilizar a entrada de microfone da placa de som do computador como interface para medir intervalos de tempo em experiˆencias de mecˆanica. Dentre as diversas possibilidades para constru¸c˜ao de um sistema de aquisi¸c˜ao de dados, escolhemos a op¸c˜ao que apresenta maior facilidade em implementa¸c˜ao e com um custo inferior aos demais sistemas dispon´ıveis no mercado. O sistema proposto tem as seguintes caracter´ısticas:

• Pode ser montado sem fazer modifica¸c˜oes no computador, j´a que as configura¸c˜oes exigidas para a m´aquina s˜ao m´ınimas e as placas de som geralmente s˜ao incorporadas na placa m˜ae do computador (onboard). • Utiliza arranjos experimentais simples, montados com equipamentos f´aceis de encontrar. • Existe a possibilidade de ser usado em muitos experimentos diferentes. • Tem um custo insignificante se o computador j´a estiver dispon´ıvel, comparado com outras interfaces dispon´ıveis no mercado. • N˜ao ´e necess´ario nenhum conhecimento em linguagem de programa¸c˜ao, tendo em vista que a maioria dos usu´arios e professores n˜ao apresentam tal conhecimento. • Utiliza a entrada de microfone da placa de som do computador, portanto, n˜ao necessita de nenhum dispositivo de interface que tenha sido totalmente substitu´ıdo


73

pelos fabricantes de placa m˜ae pela interface USB, que conforme j´a mencionado, tende a se tornar um padr˜ao universal. • Os softwares utilizados para a aquisi¸c˜ao de dados s˜ao f´aceis de manusear, al´em de serem encontrados dispon´ıveis na Internet em vers˜oes freeware e shareware, n˜ao representando nenhum custo adicional ao sistema. • Apresenta alta precis˜ao nos resultados obtidos alcan¸cando resolu¸c˜oes temporais da ordem de milisegundos.

O sistema pode ser usado em laborat´orios did´aticos do ensino m´edio, em condi¸c˜oes tais que tanto alunos quanto professores s˜ao capazes de compreender e controlar todas as etapas do processo de aquisi¸c˜ao e an´alise dos dados. A aquisi¸c˜ao de dados pelo m´etodo proposto, obviamente n˜ao ´e a u ´nica forma de inserir o computador no laborat´orio did´atico de f´ısica; existem in´ umeras propostas com diferentes graus de dificuldades em implementa¸c˜ao conforme citado na sec¸c˜ao (2.2). Por´em, em todas as propostas citadas apresenta-se a id´eia de que o computador contribui no processo de ensino e aprendizagem, j´a que os mesmos apresentam um papel fundamental na sociedade moderna em diversas ´areas do conhecimento. Al´em do mais, o computador permite adquirir uma maior quantidade de dados rapidamente. Conseguimos apresentar trˆes propostas de experimentos em mecˆanica: Determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao de queda dos corpos - Verifica¸c˜ao da Lei de Conserva¸c˜ao do Momento Linear - Determina¸c˜ao da acelera¸c˜ao da gravidade atrav´es do Lan¸camento Horizontal. E comprovamos atrav´es dos resultados obtidos para tais experimentos que embora o m´etodo utilizado seja muito simples, se apresenta muito eficaz para efetuar medidas de diversas grandezas vari´aveis com o tempo. Conclui-se que, dentre diversos sistemas de aquisi¸c˜ao de dados dispon´ıveis no mercado, o sistema proposto apresenta um melhor custo benef´ıcio. Procuramos atrav´es deste trabalho apontar aspectos relevantes para inserir o computador no laborat´orio did´atico de f´ısica. Acreditamos que o mesmo contribui no processo de ensino e aprendizagem, pelo fato de que com ele podemos realizar experiˆencias importantes que n˜ao seriam vi´aveis em um laborat´orio convencional de f´ısica do ensino m´edio.


Referˆ encias Bibliogr´ aficas [1] CAVALCANTE, MARISA A., TAVOLARO, CRISTIANE R.C., Cuidados na utiliza¸c˜ao de sistemas de aquisi¸c˜ao de dados no ensino de f´ısica, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 22, n. 2, p. 247-258, 2000. [2] SOUSA, D. F., SARTORI, J., BELL, M. J. V., NUNES, L. A. O., Aquisi¸c˜ao de Dados e Aplica¸c˜oes simples usando a Porta Paralela do Micro PC, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 20, n. 4, p. 413-422, 1998. [3] MONTARROYOS, E., MAGNO, WICTOR C., Aquisi¸c˜ao de Dados com a Placa de Som do Computador, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 23, n. 1, p. 57-62, 2001. [4] AGUIAR, C. E., LAUDARES, F., Aquisi¸c˜ao de Dados Usando Logo e a Porta de Jogos do PC, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 23, n. 4, p. 371-380, 2001. [5] HAAG, R., Utilizando a Placa de Som do Micro PC no Laborat´orio Did´atico de F´ısica, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 23, n. 2, p. 176-183, 2001. [6] JONG, MARVIN DE, Interfacing Microcomputers Back to the Future, The Physics Teacher, v. 40, n. 6, p. 360-367, 2002. [7] DION´ISIO, G., MAGNO, WICTOR C., Photogate de baixo custo com a porta de jogos do PC, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 29, n. 2, p. 287-293, 2007. [8] HALLIDAY, D., RESNICK R., MERRILL J., Fundamentos de F´ısica 1, Rio de Janeiro, LTC Livros T´ecnicos e Cient´ıficos Editora Ltda, 1991. [9] TIPLER, PAUL A., F´ısica para Cientistas e Engenheiros, Volume 1, 3.a Edi¸c˜ao, Rio de Janeiro, LTC Livros T´ecnicos e Cient´ıficos Editora Ltda, 1995.


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