TGI II _ Memória do Povo _ Marisa Candido (IAU-USP)

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MEMÓRIA DO POVO

REQUALIFICAÇÃO DO ENTORNO DA ESTAÇÃO BARRACÃO

Comissão De Acompanhamento Permanente (Cap) Luciana Bongiovanni Martins Schenk Simone Helena Tanque Vizioli

Marisa Elisabete Ferreira Candido Trabalho de Graduação Integrado II Instituto de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo Julho | 2018



FOLHA DE APROVAÇÃO

Prof.a Dra. Luciana Bongiovanni Martins Schenk IAU - USP

Prof.a Dra. Simone Helena Tanque Vizioli IAU - USP

Convidado (a)

Conceito Final: Data:



AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer à minha família, sem o apoio e o amor deles eu não teria conquistado tudo que conquistei.Aos meus amigos, em especial a Giulia e Maria Rita, pelo apoio e pela ajuda todos esses anos, principalmente nessa etapa final. Agradeço também aos professores que me ajudaram a desenvolver esse trabalho, o qual me orgulho tanto. Joubert, Paulo, Luciana e Simone, obrigada por confiarem na minha capacidade, mesmo nos momentos difíceis. Gostaria de agradecer especialmente ao Leonardo pelo amor, pela paciência e pelo companherismo de todo dia, obrigada por estar sempre ao meu lado e pela confiança em mim. E por último, gostaria de agradecer à Dory, que mesmo sem uma palavra conseguia me acalmar nos momentos de angústia.


SUMÁRIO INQUIETAÇÕES

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O LUGAR HISTÓRIA

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ESCALAS DO PROJETO

54 72 78

LEITURAS ESCALA URBANA - CIRCUITO DE PARQUES ESCALA INTERMEDIÁRIA ESCALA DO CONJUNTO

PROJETO DE EDIFICAÇÕES

MUSEU BARRACÃO 110 CENTRO DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS 114 OFICINAS ARTÍSTICAS 118 BIBLIOTECA 124 APHRP 126 RESTAURANTE - BILHETERIA 130 AUDITÓRIO IPIRANGA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

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RESUMO No passado Ribeirão Preto foi uma das cidades que mais teve destaque no interior paulista, sua produção cafeeira, a ferrovia e seu crescimento atraiam imigrantes de diversas nacionalidades, transformando a cidade em um ambiente rico de cultura e história. Com o passar dos anos, e com a saída da ferrovia da cidade, essa importância começou a ser esquecida gradativamente, fazendo com que a história e a sua preservação material e imaterial fossem negligenciadas. Dessa forma, o trabalho a seguir tem como principal intuito revalorizar essa história que há muito tempo está perdida, usando para isso levantamentos e deficiências que a própria cidade apresenta, e atendendo as necessidades da população. Com a proposta de novos usos, e programas, espaços que anteriormente estavam abandonados podem se tornar espaços atrativos, de valorização histórica e cultural. As propostas a serem apresentadas para a requalificação do entorno na Estação Barracão, criam um diálogo entre a história, a cultura e os espaços livres da cidade, criando um conjunto que se qualifica e se fortalece com a valorização de cada elemento. Palavras-Chave: Patrimônio. Estação ferroviária. Equipamentos culturais. Requalificação.



1. INQUIETAÇÕES



PATRIMÔNIOS ABANDONADOS A cidade de Ribeirão Preto vem apresentando nos últimos anos um problema que pode ser encontrado em diversas cidades brasileiras, o crescimento do número de patrimônios tombados abandonados. O município, que tem uma história marcada pelo desenvolvimento cafeicultor, a atração de imigrantes de diversas nacionalidades, e diferentes exemplos de arquitetura, vem perdendo sua história gradativamente. Devido à falta de interesse, por parte do público e do município, alguns desses patrimônios, principalmente aqueles que não apresentam um uso bem estabelecido, são esquecidos, deteriorando-se gradativamente. Entre os edifícios tombados na cidade de Ribeirão que estão abandonados ou danificados, podemos citar dois grandes exemplos: a antiga Fábrica de cerveja da Antártica localizada no centro da cidade, e a Estação Barracão, no Bairro Ipiranga, um dos principais acessos de imigrantes na cidade no século XX.

Não faltam edifícios tombados em Ribeirão Preto fechados para o público, esse desinteresse resulta na fragilização da ligação entre as pessoas e seu passado.

“ONDE ESTÁ O MUSEU QUE ESTAVA AQUI?” Mesmo estando entre os 30 maiores municípios brasileiros, a cidade de Ribeirão Preto, com quase 700.000 mil habitantes, apresenta equipamentos culturais muito centralizados. Há alguns anos, historiadores e arquitetos da cidade começaram a se questionar “onde estariam os museus da cidade”, pois Ribeirão, tem poucos museus, e os mais antigos estão atualmente abandonados ou fechados. Um dos maiores exemplos disso é o antigo Museu do Café, localizado no Bairro Villa Monte Alegre, que era um grande exemplar no que dizia respeito a preservação da história do café e sua economia na cidade, e que agora, está abandonado e em ruínas.

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Ribeirão não deve perder sua história dessa forma, é uma cidade que teve grande importância no interior do estado de São Paulo, mas que parece crescer sem preservar seu vínculo com o passado. A necessidade de museus na cidade é muito importante, não só para preservar a história, mas para criar um vínculo entre o passado, a arte e a população, além disso a instalação de equipamentos culturais ajudam na dinamização da vivência da cidade.

ESTAÇÃO BARRACÃO - PATRIMÔNIO TOMBADO PELO MUNICÍPIO E PELO ESTADO - ATUALMENTE FECHADO E ABANDONADO. FONTE: ACERVO PESSOAL, 2017

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QUESTÃO PATRIMIONIAL A questão patrimonial das cidades brasileiras aparece cada vez mais em segundo plano, os recentes problemas que o IPHAN tem passado retratam o descaso que acontece com os órgãos dessa área, refletindo de certo modo a forma como a população se posiciona frente aos edifícios históricos. Parece não existir uma preocupação com o patrimônio tombado, que mesmo protegido por leis, acaba sendo esquecido pela comunidade, principalmente devido à falta de incentivo de uso desse local, e consequentemente a desvalorização do vínculo entre os moradores da cidade e a história da mesma. Uma das formas de preservar um edifício histórico é fazer com que ele se torne parte da comunidade que o cerca, sem esse encontro a tarefa se torna cada vez mais complicada. Viollet-le-Duc assim como Roberto Pane, dois nomes grandes da temática do restauro, destacavam que o edifício deveria ser usado, tornando-se parte integrante da sociedade, afirmando que esse contato auxiliaria na tutela dessas construções.

Porém, para uma melhor intervenção é necessário entender a história do lugar, da população, quais as questões consequentes dessa formação. A partir disso é possível destacar as necessidades dos habitantes dessa cidade, podendo propor usos que entrem em consonância com o patrimônio. Mas por que a história de Ribeirão Preto? Por que a Estação Barracão? Essas questões serão respondidas melhor posteriormente, mas no momento é valido destacar que a cidade tem uma história muito rica, com a economia do café, com os grandes produtores, com o advento da ferrovia, a chegada de imigrantes, entre outras passagens que são esquecidas ou desconhecidas pela população, e que caso fossem valorizadas ajudariam no fortalecimento da identidade da região, e da vontade de preservar essa história.

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Esse contato latente, essa troca de memórias provenientes da história local deve ser priorizado, pois ajuda a entender e a propor uma forma de integração entre espaços, pessoas e sentimentos. O povo, sua memória e suas necessidades devem guiar o projeto, pois a partir disso a intervenção será capaz de criar um espaço de proteção (do edifício) e de apropriação.

Ademais, o melhor meio para conservar um edifício é encontrar para ele uma destinação, é satisfazer tão bem todas as necessidades que exige essa destinação, que não haja modo de fazer modificações. (VIOLLET-LE-DUC, 2000)

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COMO É POSSIVEL APROXIMAR O PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE? QUAIS AS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO?

COMO TRANSFORMAR ESSE PATRIMÔNIO EM PARTE INTEGRANTE DA SOCIEDADE?


TRABALHADORES CARREGANDO UM VAGÃO COM SACOS DE CAFÉ. FONTE: APHRP

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2. O LUGAR



HISTÓRIA RIBEIRÃO PRETO E A FERROVIA Sem dúvidas a ferrovia foi um marco na história da sociedade moderna, tanto no que diz respeito no desenvolvimento dos transportes, tanto na questão de mudanças sociais. O trem foi um dos primeiros responsáveis por acelerar o tempo de transporte entre cidades, do deslocamento de produtos e pessoas ou seja, “encurtando” distâncias, modificando as relações sociais e econômicas já existentes. As primeiras propostas da instalação de ferroviária no Brasil começaram três anos depois da inauguração da primeira ferrovia do mundo, aproximadamente em 1828. Nesses anos iniciais o assunto foi arduamente discutido, porém, o primeiro trecho foi concluído apenas em 1854, ligando Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro, mas isso fez com que o incentivo a ferrovia se tornasse cada vez maior, no intuito de desenvolver cada vez mais a agronomia e a exportação.

No estado de São Paulo, o surgimento de linhas férreas está diretamente relacionado à produção cafeeira na região, pois, o crescimento dessa economia demandava o transporte do produto até Santos, para que o mesmo fosse exportado (GERODETTI; CORNEJO,2003). A presença de linhas férreas iniciou-se em 1867, com o ramal Santos-Jundiaí, da Companhia São Paulo Railway. Entre as principais companhias ferroviárias podemos citar a Estrada de Ferro Norte (1869); Companhia Ituana (1870); Companhia Sorocabana (1871) e Companhia Mogiana (1872) entre outras. Dentro dessa produção, vinha gradativamente a importância da Ribeirão Preto, onde as plantações de potencializadas pelas terras férteis

crescendo cidade de café foram da região.

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ORIGEM DAS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO, INAUGURAÇÃO DAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS E EXPANSÃO CAFEEIRA, 1545 - 1959 FONTE: DAL POZZO, 2015

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Com o crescimento da produção era necessário o transporte mais rápido para exportação, e é nesse momento que a estrada de ferro é instalada. Devido a sua importância, a região tornou-se foco da disputa entre duas companhias ferroviárias, a Paulista e a Mogiana, sendo esta escolhida para construir e administrar os trilhos de Ribeirão Preto. Em 1882 e 1883 foram inaugurados dois trechos na região, o Casa Branca - São Simão e São Simão Ribeirão Preto. A primeira estação da cidade foi instalada provisoriamente na atual Avenida Caramuru. As principais transformações que ocorreram na cidade tiveram início com a instalação da Companhia Mogiana de Estrada Ferro em 1883, impulsionando o crescimento da cidade em direção ao Córrego do Ribeirão Preto. A cidade de Ribeirão Preto tem o crescimento guiado por dois pontos, num primeiro momento a hidrografia, que limitava o avanço em determinadas regiões, e a linha férrea, que auxiliou na superação dessas barreiras, povoando, com construção de pontes e passagens que superavam os obstáculos naturais. LINHAS DA COMPANHIA MOGIANA FONTE: APHRP

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MAPA COM AS LINHAS FÉRREAS DE RIBEIRÃO E AS ESTAÇÕES FONTE: SOUZA; SORIANI; ZAMPOLLO, 2012


Com a expansão da cidade era necessário a instalação de equipamentos que atendessem a esse aumento de demanda, e foi nesse momento que foram instalados equipamentos de infraestrutura, públicos, meios de comunicação, além disso, as mudanças ocorridas na cidade acabaram influenciando na arquitetura, que começa a ter um caráter mais próximos a culturas européias. Esse crescimento demandava muitos trabalhadores, que com o período de mão de obra livre foi suprido pela chegada de imigrantes, que se tornaram grandes formadores da população da cidade. Na tentativa de promover a ocupação do solo, foi criado em 1887 o Núcleo Colonial Antônio Prado (SILVA, 2006), responsável pelo povoamento dessas áreas. Essa região futuramente daria origem aos Bairros Ipiranga e Campos Elíseos, que antes eram conhecidos como Barracão de Cima e Barracão de Baixo, devido a importância de uma antiga estação próxima ao local.

Tendo em vista o objeto desse TGI destacamos o primeiro trecho, inaugurado em 1899, que prolongado duas vezes nos anos de 1906 e 1914. O início do ramal era marcado pela Estação Barracão, passando também pela Estação Iracema. A presença das ferrovias foi muito importante, pois, trouxe para o interior da cidade diversas industrias, comércios e equipamentos, fazendo com que as atividades se desenvolvessem, resultando na fixação de pessoas e a urbanização da cidade. Porém, com a decadência da ferrovia e a valorização da rodovia que se seguiram ao longo dos anos, as linhas que anteriormente estavam associadas ao progresso, passaram a ser consideradas como atraso sendo abandonadas gradativamente. A memória desse período pode ser encontrada nos remanescentes inoperantes da ferrovia espalhados pela cidade e nas nove estações ferroviárias ainda presentes em Ribeirão Preto.

Devido ao grande crescimento da região foi proposta a ramificação da linha tronco da Companhia Mogiana, propondo ramais no sentido oeste, entre eles o Ramal de Sertãozinho e o Ramal de Jataí-Guatapará. 23


COMPLEXO MOGIANA NA DÉCADA DE 1960 FONTE: APHRP

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ESTAÇÃO BARRACÃO Sendo a nona estação mais antiga da cidade, e uma das poucas que se mantem íntegra, a Estação Barracão foi uma das construções do patrimônio industrial mais marcantes de Ribeirão Preto. Inaugurada pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em 1 de Junho de 1900, a Estação Barracão foi um marco para o início da ramificação da linha tronco original da Mogiana, que anteriormente era disposta no sentido nortesul e que a partir de sua inauguração começou seu avanço para o oeste. É localizada no km 314.264 da linha principal e no km 0 do ramal Ribeirão Preto – Sertãozinho, anteriormente citado. Seu endereço atual equivale a esquina da Rua Rio Grande do Sul com a Avenida Dom Pedro I, limite do bairro Ipiranga. De acordo com alguns autores (SOUZA; SORIANI; ZAMPOLLO, 2012) há notícias de uma estação já em 1892, uma construção com caráter de simples, que servia para o desembarque e acolhimento de imigrantes que chegavam ao local. Esse local, conhecido como Barracão, o qual posteriormente deu o nome para estação e aos bairros próximos denominados Barracão de Cima (Ipiranga) e Barracão de Baixo (Campos Elíseos).

Localizado na parte conhecida como sede do Núcleo Colonial Antônio Prado, o Barracão funcionava como uma espécie de prefeitura e hospedaria, semelhante as que existiam em São Paulo. A região principal do núcleo era a única divisão que possuía dois equipamentos urbanos, o próprio Barracão e a Estação. Porém, no início do século XX o local foi incendiado, provocando a perda de diversos documentos e fotografias dos trabalhadores que passaram pela construção. As pessoas que chegavam na Estação podiam decidir entre duas opções, ou eram direcionadas para ofertas de trabalho em fazendas próximas, ou solicitavam um lote de terra para se fixar próximo ao local. As terras próximas eram vendidas para essa população, que trabalhando na cidade acabavam conseguindo dinheiro para pagar o terreno, adquirindo a propriedade. É valido destacar que parte das casas construídas nas proximidades estavam ligadas ao aos funcionários que trabalhavam nas ferrovias.

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Depois de funcionar durante anos como a principal porta de entrada dos imigrantes na cidade de Ribeirão Preto, a Estação Barracão foi desativada em 1964, pois o tronco da linha férrea da Mogiana que passava no local, acabou sendo transferida para fora da cidade, saindo da Estação Ribeirão Preto - Nova. A estação, que possui a arquitetura de caráter inglês, foi um equipamento marcante para a região, sendo considerada um edifício histórico. Por esse motivo, e na tentativa de salvaguardar a história do bairro que o Lions Clube Ribeirão Preto solicitou que o edifício fosse tombado em âmbito estadual pelo CONDEPHAAT, afirmando que tomaria as devidas precauções para a manutenção do mesmo, incluindo uma proposta de reuso museológico na estação, e é com isso que em 1982 ocorre o tombamento do edifício, garantindo sua existência até hoje. Contudo, esse tombamento não fez com que o local fosse utilizado, e está abandonado desde aquele período, mesmo com a proposta de instalação de equipamentos culturais.

SEDE URBANA E SEÇÕES DO NÚCLEO COLONIAL ANTÔNIO PRADO, 1887, NO ATUAL ESPAÇO URBANO FONTE: DAL POZZO, 2015

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Em relação a sua arquitetura, podemos notar que a estação foi implantada no alinhamento dos trilhos do trem, sobre uma plataforma que facilitava a entrada e saída do trem. Sua forma é regular, semelhante a outras estacoes da região, como a Estação do Alto, e foi concebida em três divisões, armazém, estação e residência do chefe. Foi construído com tijolos ingleses, que estão aparentes na fachada, além disso sua arquitetura tem forte influência inglesa. A cobertura é feita em estrutura de madeira, em duas águas, com prolongamentos nos dois lados de maior medida, sustentados por mãos francesas, a cobertura é feita com telhas francesas de ST. Henry Marseile. As esquadrias são em grande parte de madeira, com algumas poucas janelas com fechamento em vidro, feito em alterações posteriores. Essa arquitetura foi replicada em outras estações da cidade, mas a sua localização e seu funcionamento como primeira do ramal, destacam sua importância na cidade.

MAPA DAS CONSTRUÇÕES DO ANTIGO NÚCLEO COLONIAL ANTÔNIO PRADO - ESTAÇÃO BARRACÃO (07) FONTE: DAL POZZO, 2015

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ACESSOS, MÃO FRANCESA E PAREDE DE TIJOLO APARENTE FONTE: ACERVO PESSOAL, 2017.

COM O ABANDONO DA ESTAÇÃO, SEU TERRENO COMEÇA A SER UTILIZADO COMO ESTACIONAMENTO FONTE: ACERVO PESSOAL, 2017.

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GALPÕES DA ANTIGA USINA DA PEDRA A Usina da Pedra, conhecida atualmente como Pedra Agroindustrial S/A, é uma grande produtora de açúcar e outros produtos que teve participação no crescimento econômico de Ribeirão Preto. Sua presença está ligada a participação da família Biagi no comércio de açúcar do interior do estado de São Paulo, em especial na região da nossa cidade. Essa família, originalmente italiana, deu origem a diversos comércios na região, tendo seu nome lembrado em vias e parques. Originaria de Serrana, a empresa foi fundada em 1931 pela família Biagi, a fazenda São Joaquim da Pedra, comprada por Pedro Biagi, foi o local de início da produção de açúcar e pinga. A empresa nesse primeiro momento era conhecida como Pedro Biagi & Filhos. Dez anos depois, deu-se início a produção de álcool, que era equivalente a 2500 litros por dia. A produção de álcool acabou ocasionando a mudança da razão social da empresa, que passou a ser conhecia como Irmãos Biagi S/A – Açúcar e Álcool.

Seu funcionamento em Ribeirão Preto se deu a partir da implementação de depósitos localizados na Rua André Rebouças, nº16, localizado no mesmo quarteirão que a Estação Barracão. As construções presentes nessa área foram feitas em duas etapas, na primeira, executada em 1951, foram construídos dois edifícios voltados para a rua, cada um deles contava com 5 subdivisões, usadas para o armazenamento de açúcar. Também foi construído nesse ano um prédio administrativo e mais dois espaços de armazenamento, todas essas construções somavam uma área de aproximadamente 10891 m², projetada por Guilherme de Felipe (CREA 4116). Na segunda etapa, em 1956, foi construído um único edifício de caráter moderno, projetado por Hélio Foz Jordão (CREA 4874), com área equivalente a 300 m². Esse edifício localizado na entrada do terreno não será mantido no futuro projeto por se tratar de uma arquitetura diferente das restantes.

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O local teve seu uso interrompido por na dêcada de 90, desde então se encontra abandonado e fechado, sendo alvo de negociações para a reutilização do local. A importância do uso desse local para a intervenção de projeto se dá pela proximidade que o conjunto tem com a Estação Barracão, tendo fases de funcionamento contemporâneas ao uso da Estação. Além disso, ambos se encaixam em uma vertente do patrimônio muito trabalhada no estado de São Paulo, dos testemunhos industriais do século passado, seu valor, mesmo não sendo confirmado pelo tombamento, aparece na arquitetura, na organização do espaço e no antigo uso.

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FOTOS DAS FACHADAS QUE CONSTITUEM O CONJUNTO DE EDIFÍCIOS USADOS PARA O ARMAZENAMENTO DE AÇÚCAR. 1 - ENTRADA DO CONJUNTO. 2 - GALPÕES LOCALIZADOS NA RUA ANDRÉ REBOUÇAS. 3 - GALPÕES LOCALIZADOS NA RUA ACRE. 4 - FACHADA POSTERIOR DAS CONSTRUÇÕES DA FOTO 1.

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FONTE:

ACERVO

PESSOAL,

2017. 31


LEITURAS RIBEIRÃO PRETO

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A cidade de Ribeirão Preto, localizada no interior paulista, teve seu desenvolvimento ligado a valorização e crescimento da economia do café entre os séculos XIX e XX.

Ribeirão Preto, nesse segundo momento, até por volta de 1930, desenvolveu-se superando as barreiras físicas, com construções de estruturas que ultrapassaram a presença dos rios.

A região no momento de sua fundação, em 1856, era delimitado pelo entorno da Igreja Matriz, antigamente localizada na praça XV, mas com o avanço da economia do café, e com a necessidade do atendimento de demandas, ocorreu um crescimento em direção ao córrego do Bom Retiro, fazendo uso de uma malha quadriculada na estruturação da cidade. Ribeirão Preto teve alguns grandes momentos de crescimento, um por volta de 1874 em torno da Matriz e em direção do Córrego do Retiro e outro com a chegada da ferrovia em 1883.

Essa etapa de crescimento referente ao final do século XIX e início do XX está fortemente ligado a chegada de imigrantes na região e a atuação do Núcleo Antônio Prado, anteriormente citado, na recepção desses trabalhadores. Os levantamentos gerais da cidade que serão apresentados a seguir foram importantes para entender a realidade existente em Ribeirão Preto, suas necessidades, seus problemas e o desmazelo que algumas áreas sofrem frente ao poder público.

1790


ÁREA: 650,955 km² POPULAÇÃO: 666.323 (IBGE - 2015) 27º PIB BRASILEIRO (IBGE - 2015)

FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE SÃO SEBASTIÃO

1856 OCUPAÇÃO DA REGIÃO

1850

A FREGUESIA É PASSADA PARA VILA; RIBEIRÃO PRETO É DESASSOCIADO DE SÃO SIMÃO

1871 1870

CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO DE RIBEIRÃO PRETO

FUNDAÇÃO BARRACÃO

RETOMADA DO ANTIGO NOME

1890

1881

1879 O NOME SE ALTERAM PARA ENTRE-RIOS

1889

RIBEIRÃO PRETO É RECONHECIDA COMO CIDADE

1892

CRIAÇÃO DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO 33


Tendo em vista a importância que a ferrovia teve na região, foram feitos alguns levantamentos que relacionam a presença da linha férrea com o crescimento da cidade. No mapa da expansão urbana ao lado, notamos que a expansão da cidade, principalmente até meados do século XX, foi proporcionada pela instalação das linhas férreas, o próprio local que foi escolhido para a instalação do projeto, teve sua origem marcada pela origem da Estação Barracão.

MAPA DE EXPANSÃO URBANA E LINHAS FÉRREAS FONTE: DAL POZZO, 2015 - REPRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA

DE INTERVENÇÃO LINHAOPERANTE OPERANTE LINHA LINHA INOPERANTE LINHA INOPERANTE LINHA EXISTENTE LINHA EXISTENTE ESTAÇÕES EXISTENTES ESTAÇÕES EXISTENTES ESTAÇÃO BARRACÃO ESTAÇÃO BARRACÃO MANCHA MANCHA MANCHA MANCHA MANCHA

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MANCHA URBANA - 1874 URBANA - 1874 MANCHA URBANA - 1884 URBANA – 1884 MANCHA URBANA - 1930 URBANA – 1930 URBANA – 1975 MANCHA URBANA - 1975 URBANA - 2010 MANCHA URBANA - 2010


O segundo levantamento feito durante esse processo, é referente a densidade demográfica, relacionada com a expansão urbana apresentada anteriormente. As regiões que tiveram sua consolidação marcada até 1950 apresentam atualmente uma grande densidade demográfica, ocasionada pela chegada de trabalhadores na região. Nossa área de intervenção se localiza em um dos bairros mais populosos de Ribeirão, fazendo limite com outras regiões com grande índice demográfico. Isso mostra que a região abrange uma grande parcela da população, que precisa de equipamentos adequados para seu usufruto.

MAPA DE DENSIDADE DEMOGRÁFICA FONTE: PLANO DIRETOR DE RIBEIRÃO PRETO REPRODUZIDO PELA AUTORA

HAB/Ha << 11HAB/Ha DE 1 de 1A 19 a HAB/Ha 19 HAB/Ha DE 20 A 39 de 20 a HAB/Ha 39 HAB/Ha DE 40 A 59 HAB/Ha de 40 a 59 HAB/Ha DE 60 de 60A 79 a HAB/Ha 79 HAB/Ha DE 80 A 99 HAB/Ha de 80 a 99 HAB/Ha HAB/Ha >> 100 100 HAB/Ha 35


Podemos colocar juntamente com a leitura demográfica da cidade o mapa de renda de Ribeirão Preto, o qual mostra que a região oeste da cidade, que apresenta um índice demográfico elevado, apresenta renda inversamente proporcional, abrigando parte da população de classe média - baixa da cidade. Esse relação densidade-renda é acompanhada por outro agravante, a deficiência de equipamentos públicos de qualidade.

MAPA DE RENDA PER CAPITA DE RIBEIRÃO PRETO (2000) FONTE: CELARINO, 2013

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Nesse mapa, por exemplo, foi feito um levantamento de equipamentos educacionais, de saúde e culturais na cidade, juntamente com a existência de áreas verdes e parques que poderiam ser usados para o lazer na cidade de Ribeirão Preto. Nota-se, dessa forma, que a presença de equipamentos culturais se concentra na área central da cidade, sendo deficiente no restante das zonas, em especial a oeste. Mas, positivamente, a região oeste apresenta uma grande quantidade de equipamentos educacionais, e comerciais, destacando ainda mais a deficiência de equipamentos culturais. Outro ponto passível de ser analisado nesse mapa, é falta de parques na cidade, que mesmo com uma presença marcante de áreas verdes, não faz uso das mesmas como espaço de lazer, sendo tratadas como espaços residuais. MAPA DE EQUIPAMENTOS E ÁREAS VERDES FONTE: PLANO DIRETOR DE RIBEIRÃO PRETO REPRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO ÁREAS VERDES ÁREAS VERDES PRAÇAS / PRAÇAS PARQUES / PARQUES EQUIPAMENTOS EDUCACIONAIS EQUIPAMENTOS EDUCACIONAIS EQUIPAMENTOS DE SAÚDE EQUIPAMENTOS DE SAÚDE EQUIPAMENTOS CULTURAIS EQUIPAMENTOS CULTURAIS PRINCIPAIS MERCADOS PRINCIPAIS MERCADOS PRINCIPAIS CENTROSCENTROS DE CONSUMODE CONSUMO PRINCIPAIS 37


A partir desses levantamentos foi escolhido o primeiro recorte, de escala urbana, onde foram salientadas algumas informações trabalhadas posteriormente. Seguindo para a leitura desse primeiro recorte, salientamos algumas informações já apresentadas anteriormente, sendo mostradas de maneira mais aproximada. Como é possível notar no mapa, existe um circuito de parques formados por áreas verdes da região oeste de Ribeirão Preto, que darão origem a três parques trabalhados nesse projeto, nesses locais foram destacados os resquícios de linha férrea ainda presente, mostrando que a região contava com uma malha ferroviária, que tem uma parcela extinta. A parte ainda existente está presente ao longo de um dos parques, mostrando uma presença histórica marcante.

MAPA DAS LINHAS FÉRREAS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO LINHA FÉRREA EXTINTA LINHA FÉRREA EXISTENTE - INOPERANTE 38


Outro ponto que foi levantado refere-se a ciclovia, pois, o recorte urbano escolhido apresenta em um de seus “futuros parques” uma ciclovia projetada e construída pelo poder público, porém, como foi possível salientar após a leitura do plano diretor, houve o projeto de mais uma linha de ciclovia, que não foi aplicada, mas que passaria próxima a linha férrea inoperante. A existência da ciclovia nessa região também auxiliou na delimitação do recorte intermediário, que está localizado em uma das extremidades da ciclovia, onde há o encontro de dois parques.

MAPA DAS CICLOVIAS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO CICLOVIA CONSTRUÍDA CICLOVIA PROJETADA PELO PLANO DIRETOR - NÃO CONSTRUÍDA 39


Outro ponto importante da localização desses parques é a presença de ruas e avenidas com grande fluxo, que alguns casos delimitam a existência do parque, e em outros ajudam no acesso do mesmo. No mapa ao lado, notamos em vermelho algumas dessas vias, em especial a Av. Dom Pedro, que liga o Bairro ipiranga ao Planalto ver no sentido noroeste, a Av. Capitão Salomão que continua a via citada anteriormente em direção sudeste. Essas duas avenidas são responsáveis pela ligação entre os bairros da região passando pelo Planalto Verde, Ipiranga Campos Elíseos, Jardim Paulista entre outros. Também temos Avenida Eduardo Andréia Matarazzo que segue em direção nordeste, sendo uma das vias de acesso entre outros municípios e Ribeirão Preto.

MAPA DE FLUXOS E ACESSOS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO AVENIDAS PRINCIPAIS / FLUXO INTENSO ACESSO DA MALHA URBANA NO CIRCUITO DE ÁREAS VERDES 40


A partir dessa conformação do circuito de parques, que será trabalhado posteriormente, foi escolhido um segundo recorte, chamado de escala intermediária, referente ao ponto de encontro de dois parques, na parte sul dos mapas apresentados.

DEMARCAÇÃO DA ESCALA URBANA E DA ESCALA INTERMEDIÁRIA TRABALHADAS NO PRÓXIMO CAPÍTULO SOBRE O PROJETO. FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

RECORTE URBANO ZOOM DA REGIÃO LEVANTADA NA PROXIMA PARTE RECORTE INTERMEDIÁRIO 41


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A REGIÃO Nessa parte foram feitos levantamento que mostrassem relação do recorte intermediário com o restante da cidade, em especial com o centro da cidade, foco de equipamentos e de uma dinâmica de uso constante. Levando em consideração a questão patrimonial que impulsionou o início desse trabalho, foi feito um levantamento dos patrimônios tombados em Ribeirão Preto, grande parte originados da cultura do café, na região central (quadrilátero central) e parte da região oeste da cidade (local da intervenção). É possível observar que grande parte dos tombamentos, tanto pelo CONDEPHAAT quanto pelo CONPPAC (Ribeirão Preto) se encontram concentrados na região central.

MAPA DE PATRIMÔNIOS TOMBADOS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO CONDEPHAAT CONPAAC QUADRILÁTERO CENTRAL 42

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Grande parte desses edifícios centrais está em bom estado de conservação, mas, como o afastamento do centro as condições tendem a piorar, tanto na questão de uso, quanto estrutural/material. Dois desses patrimônios se encontram dentro ou próximos a área de interesse do projeto, mas se diferenciam quanto ao uso, pois a Cerâmica São Luís atualmente possui um uso voltado a comunidade, já a Estação Barracão está abandonada e fechada. Analisando os mapas do plano diretor, para um entendimento mais logico da cidade e da área de levantamento, nota-se que a região escolhida está em uma zona de consolidação urbana, de loteamentos residenciais, marcada por uma população de baixa e média renda ou assentamentos informais, com necessidade de instalação de equipamentos sociais e culturais e destinadas a recuperação urbanística. MAPA DA LEI COMPLEMENTAR 2157/07 - ÁREAS ESPECIAIS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO AQC: ÁREA ESPECIAL DO QUADRILÁTERO CENTRAL ÁREAS DE USO MISTO APU - ÁREA ESPECIAL PARA PARQUE URBANO AIS -1: ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL -TIPO 1 43


Em relação ao uso do solo, é válido destacar que a região central da cidade é marcada por um comércio forte e pela existência de vários tipos de equipamentos, tanto de caráter cultural, educacional e de saúde, tornando a região uma centralidade na cidade, um local de atração. O local de intervenção e marcado por uma via de comércios muito importante, que é uma centralidade no bairro, porém, é desvalorizada pela ausência de equipamentos, que melhorariam a qualidade do local, pois as pessoas não precisariam se deslocar para o centro, ou para áreas mais afastadas em busca de lazer.

MAPA DE USO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

ÁREA DE INTERVENÇÃO COMÉRCIAL RESIDÊNCIAL EQUIPAMENTO PRAÇAS 44


Com base nos levantamentos anteriores que mostram a região do início do Ipiranga, como uma região comercial e residencial, foi feito também um levantamento dos gabaritos dos quarteirões, a fim de fazer uma proposta de projeto adequada ao volume presente no local. Feito o levantamento foi possível notar que a região é marcada por um gabarito baixo, marcada pela horizontalidade diferente de outros bairros mais novos da cidade.

MAPA DE GABARITO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS 3 PAVIMENTOS 45


O relevo do Bairro Ipiranga em geral é acidentado, ao longo da Av. Dom Pedro I principalmente é possível notar que em direção ao Planalto Verde, a Avenida é configurada como apenas uma subida. Já a região onde serão propostas nossas intervenções, apresentam um declive acentuado em direção ao rio, isso acaba configurando espaços de planos e inclinados que trabalhados de maneira correta em conjunto com o programa.

MAPA DE RELEVO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

46


Em relação ao transporte público, a região tem boa ligação com restante da cidade passam pela Av. Dom Pedro cerca de 20 linhas de ônibus, além de contar com 7 pontos de ônibus próximos ao local. Isso auxilia no acesso aos parques e ao projeto que será trabalhado, que além de atender a população regional, pode ser considerada como ponto de atração para outras regiões da cidade.

MAPA DE LINHAS E PONTOS DE ÔNIBUS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

LINHAS DE ÔNIBUS PRINCIPAIS PONTOS DE ONIBUS 47


Por ser um bairro residencial as pessoas se orientam pela existência de determinados lugares e suas localizações, a seguir serão mostrados algum pontos de referência que ajudam na definição do recorte, sendo trabalhados em conjunto com o projeto. Três lugares merecem destaque nesse momento, entre eles, o Centro de Profissionalização, destinado a jovens e adultos que buscam uma melhor preparação para o mercado de trabalho. Outro centro educacional existente próximo a região é a Escola Estadual Alfeu Gasparini, que atende alunos do ensino fundamental e médio, sendo que no período noturno recebe aluno do EJA (Ensino para Jovens e Adultos), que movimentam a região no período noturno. Seguindo a linha de equipamentos educacionais, temos a Faculdade Anhanguera, na Avenida Eduardo Andréia Matarazzo, que cria um fluxo entre a instituição e as residências do início do bairro, passado pela área de projeto.

1 - SESI IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 2 - PRAÇA PEDRO BIAGI - POUCO UTILIZADA, CONSIDERADA PERIGOSA IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 3 - EMEFEM PROFº ALFEU LUIZ GASPARINI - ONDE FUNCIONA UM DOS NÚCLEOS DA EJA (EDUCAÇÃO D EJOVENS E ADULTOS) IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 4 - PRAÇA ANTÔNIO PRADO - MURADA E SEM ACESSO EXTERNO OU PELA ESCOLA (FOTO DA AUTORA, 2017) 5 - ESTAÇÃO BARRACÃO - BOM ESTADO DE CONSEVAÇÃO SEM USO (FOTO DA AUTORA, 2017) 6 - CENTRO DE QUALIFICAÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL LOCALIZADA EM UMA ALÇA DE ACESSO IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 7 - ANTIGA QUADRA ESPORTIVA ABANDONADA IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 8 - CARREFOUR IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 9 - GALPÕES ABANDONADOS DA ANTIGA USINA DA PEDRA (FOTO DA AUTORA, 2017)

MAPAS DOS PONTOS DE REFERÊNCIA FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

48

10 - FACULDADE ANHANGUERA


10

1 2 3

9 4

5

6 7

8 49


50

1

2

3

6

7

8


5

4

9

10 51



3. ESCALAS DO PROJETO


PARQUE

1

DESTAQUE: MATA CILIAR PRESERVADA

PARQUE

2

DESTAQUE: PRESENÇA DA CICLOVIA EM TODO O TRECHO

PARQUE

3

DESTAQUE: PRESENÇA DA LINHA FÉRREA PRESERVADA EM TODO O TRECHO


ESCALA URBANA - CIRCUITO DE PARQUES Com base na primeira parte dos levantamentos foi possível notar algumas características importantes na cidade de Ribeirão Preto, entre elas, notamos que a densidade populacional na região sudoeste da cidade apresenta valores populacionais elevados que são inversamente proporcionais a renda, isso acaba refletindo na falta de investimentos na região, não só em âmbito econômico, mas também na falta de espaços públicos qualificados na cidade. O mapa de equipamentos apresentado anteriormente mostra, que mesmo com uma quantidade boa de equipamentos educacionais, a necessidade de equipamentos culturais ainda é um elemento gritante, fazendo com que a população desse local tenha que fazer grandes deslocamentos para ter acesso a um centro de cultura.

Se aproximando das áreas verdes da cidade, notamos que a cidade apresenta poucos parques, e muitas áreas verdes pouco qualificadas próximas aos córregos, retornando ao mapa, notamos que a noroeste de Ribeirão existe um circuito de áreas verdes que se destaca, apresentando três possíveis parques lineares com características diferentes. Esse capítulo será destinado as diretrizes propostas para qualificar esses espaços. Cada um desses parques apresenta especificidades próprias, que direcionam a forma de atuação sobre eles. Além disso, os elementos destacados no mapa refletem a funcionalidade de cada um deles, e a forma como eles serão usufruídos pela comunidade.

55


CONEXÃO Fazendo uso de uma das pré-existências do local, referente à ciclovia, foi proposta a implantação dela em todos os parques. A ciclovia, anteriormente presente somente no Parque 2 será instalada nos outros parques, respeitando as especificidades de cada um deles. Essa ligação permite que a comunidade faça uso de um caminho seguro para ir as escola, trabalho, postos de saúde entre outros lugares, diversificando a locomoção que é feita majoritariamente por meio de veículos automotivos.

56


ATRAÇÃO Com a requalificação dessas áreas, as possibilidades de uso se multiplicam, a comunidade poderá fazer uso desses espaços para o lazer, aprendendo com a cidade e com história dela, por contar com elementos históricos e naturais da cidade. A região, que atualmente não possui nenhuma centralidade de grande porte, pode adotar esse circuito como um ponto central para a região dos bairros Ipiranga, Planalto Verde, José Sampaio, Sumarezinho entre outros. Com a ciclovia e com a futura instalação de equipamentos culturais, entre outras propostas de requalificação, o lugar será um ponto de atração para toda a comunidade, dentro e fora do conjunto.

PONTOS DE ATRAÇÃO INTERNA OU EXTERNA 57


PROPOSTAS REQUALIFICADORAS

Atualmente as áreas nas quais os parques estão localizados não são valorizadas, algumas até conformam espaços residuais de fundo de lote, ou barreiras físicas para o trânsito de pessoas, devido a presença de uma mata muito fechada ou a falta de passagens sobre o rio. Na tentativa de sanar esses problemas foram elaboradas uma serie de propostas que visam requalificar o espaço já existente, propondo melhorias na infraestrutura, conexões, mobiliários e instalações de uso educacional, entre outras.

58

1. INFRAESTRUTURA As árvores existentes serão mantidas, e quando necessário serão plantadas novas, proporcionando um caminho fresco e sombreado.

Serão propostos pontos de iluminação ao longo do parque e nas vias adjacentes, contribuindo para a segurança desses espaços.

2. CONEXÃO

Pontes de madeira para auxiliar na preservação do parque 1.

Pontes de concreto que permitem a ligação entre os lados do córrego.


3. ESPAÇOS

4. INSTALAÇÕES

Estares feitos em deck de madeira para permitir o respiro da vegetação sob a construção.

Murais ao longo do parque da memória que contam a história da ferrovia em Ribeirão Preto.

Espaços de estar com mobiliário urbano voltado a comunidade da região.

Vagões de trem instalados sobre a linha férrea, voltadas a diversos sentidos como audição, paladar e visão.

Arquibancadas que funcionam como mobiliário urbano e dinamizam o fundo de lote voltado ao parque.

Circuitos de corrida instalados ao longo do parque 2, utilizado para corridas e caminhadas ao longo do dia.

59


PARQUE 1 - PARQUE DA PRESERVAÇÃO Dando início a apresentação dos parques temos o Parque 1, que chamaremos de parque da preservação devido a existência de uma mata ciliar preservada. Seu entorno é configurado por residências em ambas as margens, mas que não tem acesso ao local, nem muitos pontos de passagem entre os lados. A iluminação dentro do parque é inexiste, mas nas ruas laterais há instalações que possibilitam o uso das redondezas. Pela proximidade com residências e pela falta de uso existem trechos que são usados como depósito de entulhos.

60


DIRETRIZES Preservação da vegetação existente; - Iluminação sob e sobre as copas das árvores para aumentar a segurança do local, estimulando seu uso; - Intensificação da iluminação nas ruas que possuem acessoS aos parques. - Propostas de pequenos estares elevados em deck que permitem o respiro da terra; - Estares localizados próximos as ruas que cruzam o parque, respeitando as clareiras existentes entre as árvores, evitando a retirada da vegetação; Pontes de madeira permitindo a ligação entre as margens do rio; - Caminhos e ciclovia projetados para promover a descoberta do parque; Ciclovia de piso intertravado para permitir a permeabilidade.

61


62


63


PARQUE 2 - PARQUE DO MOVIMENTO Dentre os parques o Parque do Movimento é o que mais se aproxima com a ideia de parque linear, a presença da ciclovia em quase toda sua extensão ajuda no translado de moradores de áreas mais afastadas da cidade para o centro, proporcionando um caminho tranquilo. Esse trecho se configura entre os dois sentidos da Avenida Eduardo Andréia Matarazzo, que é uma via expressa, que limita o acesso ao parque. Pela existência dessa avenida, que é uma via de entrada na cidade, não há muito contato entre esse espaço e as bordas, as quais apresentam um uso mais comercial e educacional. Os pontos de acesso a poucos cruzamentos a

64

são cada

limitados 900 m.


DIRETRIZES -Preservação da vegetação existente; - Iluminação sob e sobre as copas das árvores para aumentar a segurança do local, estimulando seu uso; - Preservação da ciclovia em toda sua extensão; - Proposta de poucos estares de pisos intertravados, já que o parque está mais voltado pelo movimentos proporcionado pelo ciclismo e pela caminhada; - Instalação de circuitos de corrida em pontos de alargamentos do canteiro central; - Pontes curvas de concreto que aumentam os pontos de ligação entre as margens, feitos anteriormente só nos cruzamentos; - Quando forem feitas novas construções as mesmas devem respeitar as seguintes diretrizes: calçada com a largura mínima de 5m, prédios com no máximo 5 pavimentos seguindo o pavimento baixo da região.

65


66


67


PARQUE 3 - PARQUE DA MEMÓRIA O parque da Memória, diferente dos apresentados anteriormente, não está localizado em áreas próximas aos rios, mas sim em terrenos que configuram fundos de lotes. São áreas residuais não construídas que possuem a ferrovia como elemento central. A presença da Estação Barracão, patrimônio tombando pelo município e pelo estado, dá destaque patrimonial que deve ser trabalhado. A região é marcada pelo uso residencial, a presença de algumas escolas e próximo a um eixo comercial consolidado. Devido ao abandono do local, existem vários trechos que foram usados como depósitos de entulho, entre outros problemas de segurança. Por se tratar de uma ferrovia, as laterais não apresentam muitas árvores, deixando o local com forte insolação por todo o dia.

68


DIRETRIZES Preservação da vegetação existente; - Arborização ao longo de toda a ferrovia, com árvores de porte médio, com copa larga, para promover o sombreamento dessas áreas; - Iluminação sob e sobre as copas das árvores para aumentar a segurança do local, estimulando seu uso; Intensificação da iluminação nas ruas que possuem acesso ao parque; - Estares espalhados na correspondência de cada quarteirão, para que a população residente nas redondezas seja atendida; - Instalações de mobiliário, painéis e vagões que qualificam o local, e promovem a educação patrimonial; - Continuação da ciclovia que fará a ligação entre o Parque 1 e Parque 2.

69


70


A estação ferroviária de Mariana tem diversos vagões intalados para propmover usos variados para os visitantes, esse ao lado representa o vagão oficina, mas também existem outros, como o vagão dos sentidos e o vagão restaurante. FONTE: http://tremdavale.santarosacultural.com.br/assets/img/vagao-cafe-mariana/caf_imagem10.JPG 71


ESCALA INTERMEDIÁRIA O segundo recorte escolhido para ser trabalhado equivale a uma escala mais aproximada, intermediária, que resulta do estudo apresentado na parte anterior. A área escolhida equivale ao ponto de encontro entre os parques 2 e 3, movimento e memória respectivamente, tentando manter a mescla das diretrizes já apresentadas. Além disso, esse ponto também se caracteriza como o espaço de chegada ao bairro, pois recebe, pela malha viária, os moradores que fazem o caminho entre o centro da cidade e a periferia todos os dias. A região, dessa forma, é vista como porta de entrada da zona oeste da cidade, sendo passagem obrigatória para o acesso a outros bairros.

72


DIRETRIZES LIGAÇÃO

As pontes sobre o rio facilitam a ligação entre as duas margens, possibilitando o acesso do pedestre aos parques, sem a necessidade de fazer desvios muito longos. 73


COMPARTILHAMENTO

Visando um uso voltado a priorização do pedestre foram implantadas duas ruas compartilhadas, uma referente a alça de acesso entre a Via Francisco Maggioni e a Av. Dom Pedro i e a outra em parte da Rua Rio Grande do Sul e a Rua André Rebouças. Essa alteração permite um fluxo maior no conjunto de edifícios propostos e no centro de profissionalização. 74


ESTARES

Para incentivar o uso do parque e do conjunto, foram propostos estares próximos as pontes de acesso, aos edifícios requalificados e construções novas, são áreas de parada e descanso, que permitem apreciar a paisagem histórica e natural. 75


IMPLANTAÇÃO e

1 - ANTIGA QUADRA ESPORTIVA ABANDONADA 2 - EDIFICIO DE APOIO 3 - CENTRO DE QUALIFICAÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL 4 - PRAÇA ANTÔNIO PRADO 5 - EMEFEM PROFº ALFEU LUIZ GASPARINI - ONDE FUNCIONA UM DOS NÚCLEOS DA EJA (EDUCAÇÃO DEJOVENS E ADULTOS) 6 - ESTAÇÃO BARRACÃO 7 - CENTRO DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS 8 - OFICINAS ARTÍSTICAS 9 - BIBLIOTECA 10 - PRÉDIO ADMINISTRATIVO DO ARQUIVO PÚBLICO E HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO (APHRP) 11 - ACERVO DO APHRP 12 - BILHETERIA 13 - RESTAURANTE/AUDITORIO/LOJAS 14 - ESTACIONAMENTO 76

a b c d e

-

AVENIDA DOM PEDRO I RUA RIO GRANDE DO SUL RUA ANDRÉ REBOUÇAS AVENIDA EDUARDO ANDRÉIA MATARAZZO VIA FRANCISCO MAGGIONI

AÇÃO APLICADA NAS EDIFICAÇÕES RESTAURADA REQUALIFICADA MANTIDA - SEM ALTERAÇÕES CONSTRUÇÃO NOVA

0 10 20

50

100


5

a

14

4

c

7

8

b

9

6

10 12

3

14

11

13

d 14 1

2

77


ESCALA DO CONJUNTO DIRETRIZES No último recorte desse projeto nos deparamos com a resolução de algumas questões levantadas ao longo do texto, a questão do patrimônio se torna ainda mais importante pela proximidade com a Estação Barracão, edifício tombado pelo município. Valorizando essa pré-existência e propondo uma revalorização dessa região, foram seguidas algumas diretrizes que auxiliaram no desenvolvimento de um conjunto cultural voltado para a população da cidade As propostas de conexão apresentadas anteriormente qualificam a presença desses edifícios, que funcionam como uma nova centralidade cultural na cidade, saindo do centro e buscando atender as áreas mais periféricas.

78


DEMOLIÇÃO

DEMOLIDOS MANTIDOS

4

2 1

5 3

6

A região próxima à Estação Barracão sofreu muitas alterações ao longo dos anos, entre elas, foram construídas casas no terreno adjacente ao lote histórico, além disso, a Praça Antônio Prado, localizada nas proximidades da Estação, foi murada e não possui contato com o ambiente externo. Dessa forma, foi proposta a demolição das residências (1), que serão realocadas para um terreno próximo, na Av. Eduardo Andréia Matarazzo. O muro que cercava a praça também foi retirado (2), voltando a antiga relação de explanada existente entre esse espaço livre e o Barracão. Dentre os edifícios do interior dos conjuntos dos galpões foram demolidos: o edifício mais recente (3), o conjunto de galpões na Rua Acre que já tinha sido descaracterizados (4), o anexo dos galpões administrativos (5), e o edifício que estava sem a cobertura e em ruínas (6).

79


1 FONTE: ACERVO PESSOAL

FONTE: ACERVO PESSOAL

2 FONTE: ACERVO PESSOAL

80

FONTE: ACERVO PESSOAL


3

5 FONTE: ACERVO PESSOAL

6

4 FONTE: ACERVO PESSOAL

81


USO DOS ESPAÇOS RESIDUAIS

RUAS FECHADAS

Na tentativa de ampliar a área verde na região do projeto, e solucionar o problema do uso das áreas residuais que ficariam entre o conjunto e o parque 2, optou-se por fechar parte da Avenida Rio Pardo e a alça de acesso. O fechamento não implica em grandes alterações pois existem outras alternativas para chegar aos pontos abastecidos por essa via.

82


AÇÕES DE REVITALIZAÇÃO RESTAURAÇÃO REQUALIFICAÇÃO CONSTRUÇÃO NOVA

Para revitalizar o local foram propostas 3 ações principais que atendem as especificidades de cada edifício. Para a Estação Barracão, que é tombada, foi proposta apenas obras de restauração, fazendo uso do edifício como se encontra. Já nas construções antigas, mas sem vínculo legislativo, foram aplicadas algumas propostas de requalificação, com tratamento da estrutura e instalação de anexos. As construções novas foram uma forma de modernizar o local, e atender outras necessidades que a população possui, que não conseguiriam ser atendidas apenas pelos edifícios existentes.

83


IMPLANTAÇÃO A implantação mostra diversos edifícios que compõe o conjunto histórico-cultural referente ao último recorte de projeto. Será apresentado a seguir uma série de edifícios e suas especificidades. No diálogo entre os materiais foi proposto a utilização de novas estruturas metálicas pintadas com cor de chumbo, com fechamento em painel de concreto pré moldado. Esses materiais ficam aparentes, assim como as paredes de tijolos e a estrutura de concreto das edificações pré-existentes. Em relação à escolha do programa, as análises ao longo do livro apontam possíveis equipamentos a serem instalados no local, para argumentar algumas escolhas foi feito um questionário com a população da cidade que está apresentado no ANEXO 2, no fim o caderno.

84

5 10

20

50

1 - PRAÇA ANTÔNIO PRADO 2 - ESTAÇÃO BARRACÃO 3 - CENTRO DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS 4 - BILHETERIA 5 - RESTAURANTE / AUDITÓRIO (SUBSOLO) 6 - LIVRARIA - CAFÉ - PAPELARIA 7 - OFICINAS ARTÍSTICAS 8 - BIBLIOTECA PÚBLICA 9 - PRÉDIO ADMINISTRATIVO DO ARQUIVO PÚBLICO E HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO 10 - ACERVO DO APHRP 11 - ESTACIONAMENTO


AVENIDA DOM PEDRO I

1

RUA RIO GR ANDE DO SU L

RUA ANDRÉ REBOUÇAS

RUA ACRE

+11,00

7 3 8 9

2

10

4

+7,00

5

AVENID

6

A EDUA RD

O ANDR ÉIA

0,00

11

MATAR

AZZO

-6,00


AÇÕES PROJETUAIS (PRÉ-EXISTÊNCIAS)

DESBASTAMENTO DA SUPERFÍCIE

Nas construções requalificadas optou-se pela do revestimento que cobre a superfície de concreto. Esse desbastamento permite que a se destaque, conversando com a estética da

retirada tijolos e estrutura Estação.

RETIRADA DAS PAREDES INTERNAS

Criando unidade entre os edifícios que conformam o Galpão Expositivo e a Biblioteca, foi proposta a retirada das paredes internas, preservando os pilares, criando um espaço mais amplo.

86


ANEXO INDEPENDENTE DA ESTRUTURA

Nas construções novas construídas no interior do edifício optou-se pela proposta de um anexo independente da cobertura pré-existente, Fazendo uso das paredes da extremidade somente quando necessário.

ILUMINAÇÃO ZENITAL

Por se tratar de construções com poucas aberturas ou com pequenas dimensões, foi proposta a aplicação da lógica da iluminação zenital nos edifícios, fazendo uso de materiais translúcidos na abertura.

87


0

5

10

20



0

5

10

20





0

5

10

20


99





0 101

5

10

20




102


103


104


105


106


107



4.PROJETO DE EDIFICAÇÕES


MUSEU BARRACÃO Levando em consideração que a Estação Barracão é um edifício tombado, e que isso implica em uma serie de cuidados em relação a sua estrutura e construção, foi proposto um uso que dialogasse que com a conformação pré-existente, sendo escolhido um programa museológico. No espaço onde anteriormente se localizava o armazém, foi convertido em espaço de exposições, devido a flexibilidade de montagens. O restante da estação foi dividido em 3 partes, a primeira é uma proposta museológica da memória do trem, onde será mantida a conformação anterior, mostrando como funcionava a parte pública da estação. Outra parte manterá a configuração de “casa do chefe” já existente, mostrando, a partir de móveis da época, como os moradores utilizavam esse espaço. A última parte, será usada como um pequeno acervo, apenas para a manutenção periódica. Esse espaço de exposição terá um uso mais voltado para a história da ferrovia. Sua administração feita em conjunto com o Centro de Exposições temporárias. 110


ARMAZÉM ESTAÇÃO RESIDÊNCIA DO CHEFE

2 1

5 3

+7,00

5

5

8

8

4

2

1

7

10

6

1 - ÁREA DE EXPOSIÇÃO 2 - SALA DE ESPERA 3 - ENTRADA DA ESTAÇÃO 4 - BILHETERIA E ESCRITÓRIO

5 - DORMITÓRIO 6 - SALA DE ESTAR 7 - HALL DE ENTRADA 8 - ACERVO 111


112


113


CENTRO DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS A característica do edifício, que tem grandes dimensões, tem uma divisão original feita em 5 galpões, a qual auxiliou na divisão dos espaços, com 3 áreas expositivas, com os anexos novos de serviços localizados nas laterais. O edifício original possuía todas as aberturas superiores fechadas. Na altura do pedestre existem 10 portas de correr (5 voltadas para a rua e 5 para o interior do conjunto). Optou-se por instalar esquadrias nas aberturas superiores, para permitir a ventilação e a iluminação. As portas foram mantidas e pintadas com a cor chumbo, remetendo a estrutura metálica dos anexos. Apenas 4 portas se mantiveram abertas, localizadas na parte central, criando uma circulação que liga a rua com o interior do conjunto. A escolha do programa foi direcionada pelo questionamento feito com os moradores de Ribeirão, apresentados no ANEXO 2, que destacaram o centro de exposições como um ambiente que funcionaria na cidade de Ribeirão Preto. 114

1

5

10

1 - ARQUIBANCADA 2 - BANHEIRO PARA O PÚBLICO 3 - ESPAÇO EXPOSITIVO 4 - COPA 5 - DISPENSA 6 - ACERVO 7 - BANHEIRO DOS FÚNCIONARIOS 8 - SALA DE REUNIÃO 9 - ADMINISTRAÇÃO


9 +9,50

1

8

2

7 3 5 6

+11,00

+10,50

+10,00

4

115


CIRCULAÇÃO

CIRCULAÇÃO PROVENIENTE ABERTURA DAS PORTAS

1

5

ANEXOS

DA

NOVOS ESPAÇOS CONSTRUÍDOS

10 ESQUEMA DE ILUMINAÇÃO ZENITAL NO EDIFÍCIO

116


117


OFICINAS ARTÍSTICAS Seguindo o mesmo questionário usado na decisão do programa anterior, (ANEXO 2) a necessidade de oficinas artísticas foi o elemento mais solicitado pelos participantes. Em Ribeirão Preto são poucas instituições que oferecem esse tipo de curso, e grande parte delas é particular. Na tentativa de atender a essa demanda foram propostas 3 oficinas artísticas, uma de escultura, onde foram instalados os equipamentos necessários, como fornos, pias e espaço de secagem, e uma sala para as oficinas de desenho e pintura. A estrutura metálica com painéis de concreto aparente marcam o edifício como uma construção nova, o uso de sheds foi proposto para aumentar a luminosidade no interior das salas.

118


4

3

5

2

6

+10,00

1

7

8

1 - HALL DE ENTRADA 2 - ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA 3 - BANHEIRO PARA O PÚBLICO 4 - BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS 5 - ADMINISTRAÇÃO 6 -SALA DE REUNIÃO 7 - OFICINA DE ESCULTURA 8 - OFICINA DE PINTURA E DESENHO

1

5

10

119


BIBLIOTECA PÚBLICA A escolha desse programa está relacionada com a proximidade que o local possui com escolas, em especial com a Escola Estadual Alfeu Gasparini, SESI entre outras pequenas escolas particulares que podem ser atendidas pelo equipamento. A construção da Biblioteca Pública será feita da mesma forma que o Centro de exposições temporárias, utilizando uma construção existente, fazendo intervenções desvinculadas da cobertura, para atender as necessidades do local. Entre esses novos anexos temos a sala de estudo individual e em grupo, o banheiro e área administrativa. As aberturas que foram fechadas serão abertas novamente, e serão instaladas novas janelas na fachada oeste e leste. A iluminação zenital também foi um recurso usado nessa construção, pois com a instalação do edifício de entrada, mais baixo que os galpões, foi possível colocar entradas de luz pelo átrio central.

120

BIBLIOTECA PÚBLICA 1 - HALL DE ENTRADA/RECEPÇÃO 2 - GUARDA VOLUME 3 - ESPAÇO DE ESTUDO 4 - ESPAÇO DOS COMPUTADORES 5 - ACERVO AUDIOVISUAL 6 - NICHOS AUDIOVISUAIS 7 - ESPAÇO KIDS 8 - ACERVO E CONSULTA 9 - SALA DE ESTUDOS INDIVIDUAIS 10 - SALA DE ESTUDOS EM GRUPO 11 - ESPAÇO DE LEITURA 12 - BANHEIRO PARA O PÚBLICO 13 - BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS 14 - SALA DE CATALOGAÇÃO 15 - ACERVO PARA CATALOGAÇÃO 16 - ADMINISTRAÇÃO 17 - DEPÓSITO 18 - SALA DE REUNIÃO

5

6

7


5

1

11

3

4

13

14

15

+9,00

1 10

16 2

12

9

16

7

8

10

5

17

18

121


ANEXOS

EDIFÍCIO NOVO EDIFÍCIO PRÉ-EXISTENTE

1

122

5

10

ESQUEMA DE ILUMINAÇÃO ZENITAL NO EDIFÍCIO


123


ACERVO PÚBLICO E HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO Essa construção vem com o intuito de solucionar um problema recorrente no atual Acervo Público e Histórico de Ribeirão Preto a alguns anos. Localizado em um edifício alugado no centro da cidade existe uma necessidade do arquivo ganhar um ambiente próprio para preservar a história da cidade de maneira correta, dessa forma o município se prontificou a transferi-lo para o futuro MIS (Museu de Imagem e Som), há mais de dois anos o local está fechado, nunca sendo inaugurado.

ANEXOS

EDIFÍCIO NOVO

Considerando a importância histórica da região do projeto, e a problemática apresentada, foi instalado o APHRP no local, trabalhando um conjunto de edifício antigo e novo. O atual acervo será instalado no edifício antigo que sofrerá poucas alterações em seu interior.

1 124

EDIFÍCIO PRÉ-EXISTENTE

5

10

1 - HALL DE ENTRADA/RECEPÇÃO 2 - SALA DE REUNIÃO 3 - ADMINISTRAÇÃO 4 - BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS 5 - SALA DOS FUNCIONÁROS 6 - ESPAÇO DE CONSULTA 7 -SALA DE ENTREVISTAS 8 - BANHEIRO PARA O PÚBLICO 9 - SALA DE PEQUENOS RESTAUROS 10 - ACERVO ESPECIAL 11 - ACERVO DE PERIÓDICOS 12 - ACERVO DE DOCUMENTOS


7 1

2

3

4

5

8

9

10

6 +8,00

11

11

12

125


RESTAURANTE - BILHETERIA A Bilheteria foi instalada no eixo central, e além contar com o local para venda de ingresso, também é o local de acesso do auditório, por meio das escadas laterais e dos elevadores. Ela se encontra no encontro entre eixos criados pelas construções do conjunto, além disso os fluxos laterais, ajudam na disposição da escada, voltada para os lados, de maneira simétrica.

+8,00

1

2

1 - BILHETERIA 2 - DEPÓSITO 1 126

5

10


O espaço do mirante pode ser considerado um marco do eixo central do projeto, que além de contar com a presença do teatro no subsolo, também conta com um restaurante voltado para vista, que atende os visitantes do local.

+7,00

Com capacidade para 264 pessoas, o restaurante se localiza no centro de dois eixos de circulação, próximo a ciclovia e os pontos de acesso do conjunto. O seu programa foi escolhido para promover a maior permanência dos visitantes no local.

6

5

4 3 2

1

1

5

10

1 - ADMINISTRAÇÃO 2 - COZINHA 3 - BAR 4 - DISPENSA FRIA 5 - DISPENSA 6 - BANHEIROS 127


128


129


AUDITÓRIO IPIRANGA - LOJAS A escolha do auditório como programa vem acrescentar mais uma opção de equipamento para a população, que não conta com espaços grandes para apresentações e palestras. Os teatros da cidade são localizados na região central de Ribeirão Preto, e na tentativa de transformar o conjunto em uma centralidade para os bairros periféricos foi feita essa construção. O desnível do terreno ajudou na inserção do edifício, que cria com a sua volumetria um espaço usado como mirante. Com capacidade para 700 pessoas, o auditório conta com um hall de entrada, que recebe as pessoas que descem pela escada e pelo elevador. Voltado para a Avenida Eduardo Andréia Matarazzo foram instalados 3 lojas que atenderão fluxo proveniente da Faculdade Anhanguera. A escolha das funções dessas lojas se adequam as necessidades dos estudantes.

130

+5,00-

1

5

10

1 - HALL DE ENTRADA 2 - FOYER 3 - SALA DE SOM E ILUMINAÇÃO 4 -BANHEIRO 5 - COPA 6 - GUARDA VOLUMES 7 - PLATEIA 8 - CAMARIM 9 - PALCO 10 - DEPOSITO 11 - PAPELARIA 12 - CAFÉ 13 - LIVRARIA


6

5

10 13

+1,00

0,00 -1,00

1

3

2

7

9

12

11 4 8

131


2

1

2

1

2

1

5

10 2O PAVIMENTO LOJAS

1 - DEPÓSITO 2 - BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS 132

1

Por se tratar de um auditório, a estrutura interna da parte da platéia não pode contar com o embasamento de pilares, desta forma, a solução escolhida para resolver esse problema foi a instalação de uma estrutura em grelha, fazendo uso de vigas e vigotas metálicas. A viga principal, que tem ligação direta com os pilares, tem 2m de altura. A altura do teatro foi pensada para que essa dimensão não ficasse tão agressiva, além disso o uso de forro acústico disfarça a presença da mesma.


VIGA - ALTURA 2M RESPONSÁVEL POR VENCER O VAO DE 30 METROS DO AUDITÓRIO

VIGA - 60 CM - REFORÇA A ESTRUTURA, SUPERANDO O VÃO DE 7M VIGOTA - 30 CM - REFORÇA A ESTRUTURA, SUPERANDO O VÃO DE 5,5 M

ESQUEMA VIGA - PILAR DO EDIFÍCIO DO AUDITÓRIO - GRELHA DE VIGAS METÁLICAS DESTACADAS

133


134


135





5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRANDI, Ed. di

Cesare. storia

Teoria del restauro. e letteratura, 1963.

CARTA DE NIZHNY TAGIL. Sobre o patrimônio industrial. 17 de julho de 2003. Tradução de Cristina Meneguello. Puccamp: Revista Óculum Ensaios. CASTRIOTA, L B. Patrimônio Cultural: conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: IEDS, 2009. CHOAY, F. A Alegoria do Patrimônio. 1925. 3 ed. –tradução de Luciano Vieira Machado-. São Paulo: Estação Liberdade. UNESP. 2006 DAL POZZO, Clayton Ferreira. Fragmentação Socioespacial em cidades médias paulistas. Os territórios do consumo segmentado de Ribeirão Preto e Presidente Prudente, 2015. DOS SANTOS, Michele Devicaro. Revitalização na Estação Ferroviária Barracão. Ribeirão Preto: Projeto de pesquisa para obtenção do titulo de bacharel em arquitetura e urbanismo, 2016.

140

KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização: problemas teóricos de restauro. Atelie Editorial, 2009. PANE, nuova.

Roberto. Città Scientifiche

antiche, Italiane,

edilizia 1959.

SARILHO, Sarah Borin. Revitalização da antiga estação ferroviária Barracão. Ribeirão Preto: Projeto de pesquisa para obtenção do titulo de bacharel em arquitetura e urbanismo, 2013. SILVA, Adriana Capretz Borges da. Campos Elíseos e Ipiranga: memórias do antigo Barracão.1.ed. Editora COC: Ribeirão Preto, 2006, SOUZA, C.V.F, SORIANI, M.B., ZAMPOLLO, M.S. – Pare, Olhe e Escute – Patrimônio Ferroviário de Ribeirão Preto, 2012. Ed. Fundação Instituto do Livro de Ribeirão Preto-2012.


TOMAZ, P. C. – Artigo - A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E SUA TRAJETÓRIA NO BRASILUniversidade Presbiteriana Mackenzie, agosto 2010. VIOLLET-LE-DUC, Eugène-Emmanuel. Ateliê Editorial, 2000

Restauração.

CELARINO, AndrÉ. Ribeirão Preto-SP de 2000 a 2010: Poucas mudanças. 2013. Disponível em: <https:// ometafisico.wordpress.com/2013/04/22/ribeiraopreto-sp-de-2000-a-2010-poucas-mudancas/>. Acesso em: 08 jun. 2018.

SITES https://concursosdeprojeto.org/2009/10/28/centro-culturalde-araras-sao-paulo/ https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRI ATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA http://brasilarquitetura.com/projetos/conjunto-kkkk-e-parquebeira-rio/ http://www.bvl.org.br https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_ http://tremdavale.santarosacultural.com.br/estacao-mariana/ index.html http://tremdavale.santarosacultural.com.br/estacao-ouropreto/index.html.

141



6. ANEXOS


ANEXO 1 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

FREARSON, Amy. Lina Bo Bardi’s architecture honoured in new photography series by Leonardo Finotti. 2014. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2014/10/14/ lina-bo-bardi-leonardo-finotti-photography-series/>. Acesso em: 19 jun. 2018.

ROBSON Square. 2011. Disponível em: <http://bjalstudio.ca/robson-square/>. Acesso em: 10 jun. 2018.

SESC POMPÉIA

ROBSON SQUARE

A estrutura em concreto e tijolo é destacada no interior e no exterior do edificio, a verdade dos materiais, ajuda a trabalhar a estetica histórica do local. Os volumes independentes da cobertura original também são referências para esse projeto.

A escada é entendida como elemento arquitetonico no espaço livre, fazendo uso de rampas para tornar a transição entre alturas mais acessível.

SÃO PAULO - LINA BO BARDI

144

VANCOUVER - ARTHUR ERICKSON


COOPERATIVA ARCHEOLOGIA (Itália). Cooperativa Arqueologiva. Panificio della Caserma Santa Marta a Verona. Il restauro di Cooperativa Archeologia. 2015. Disponível em: <https://www.archeologia.it/2015/12/panifico-della-casermasanta-marta-a-verona-il-restauro-di-cooperativa-archeologia/>. Acesso em: 15 jun. 2018.

SERAPIÃO, Fernando. Aflalo & Gasperini Arquitetos: Parque da Juventude: Prédios institucionais marcam fase final do parque da juventude. Projeto Design, São Paulo, n. 344, p.1-1, 31 out. 2008. Mensal. Disponível em: <https://www.arcoweb. com.br/projetodesign/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-parquesao-31-10-2008>. Acesso em: 15 jun. 2018.

CASERNA SANTA MARTA

PARQUE DA JUVENTUDE

O restauro da Caserna de Santa Marta fez uso de uma instalação de vidro para aumentar a iluminação no interior do edificio. Em construções pré-existentes com poucas aberturas, essa solução é recorrente e torna o local mais agradável.

A marquise feita em aço e concreto é usada para dar conforto aos pedestres que uso o local. Além de fundionarem como passagem, esse espaço também funciona como um estar coberto para os usuários.

VERONA - MASSIMO CARNASSI

SÃO PAULO - AFLALO & GASPERINI ARQUITETOS

145


ANEXO 2 QUESTIONÁRIO Na tentativa de entender as necessidades e as opiniões da população de Ribeirão Preto sobre os espaços públicos da cidade, e sobre os equipamentos e suas deficiências.

1 Sente - VOCÊfalta SENTEdeFALTA DE espaços ESPAÇOS PÚBLICOS NA SUA públicos na sua cidade? CIDADE?

Foi montado para isso um questionário com uma série de perguntas sobre a qualidade dos espaços, a freqüência com que eles são usados, etc. A partir do resultado foi possível definir dois dos programas apresentados nesse projeto, entre eles o edifício de oficinas artísticas, e o centro de exposições temporárias, os mais votados dentre as opções. A seguir serão resultados, que do conjunto e

25%

públicos?

30% 70%

75%

Qual a frequência de SIM NÃO uso? 3 - COM QUAL FREQUÊNCIA? Qual a frequência de uso? 3%

apresentados alguns dos justificam a implantação dos edifícios do local

67%

NÃO

esses ESSES 4 - Considera VOCÊ CONSIDERA espaçosADEQUADOS? adequados? ESPAÇOS

30%

67%

37% 63%

NUNCA COM FREQUÊNCIA/NOS FINS DE SEMANA

COM FREQUÊNCIA/NOS FINS DE SEMANA SEMPRE

SEMPRE

SIM

30% 3%

NUNCA

146

2 - VOCÊ FAZ USO DOS Faz usoPÚBLICOS? dos espaços ESPAÇOS

SIM

NÃO


5 - Espaços ESSES livres ESPAÇOS SÃO ACOMPANHADOS DE acompanhados de EQUIPAMENTOS CULTURAIS QUE OSEquipamentos QUALIFIQUEM? culturais?

Quais principais problemas destes espaços? 7 - QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DESSES ESPAÇOS? 9 8

NÃO ACOMPANHA OS DESEJOS DA COMUNIDADE

NÃO SÃO ATRATIVOS MANUTENÇÃO

30

10%

ESTRUTURA

28

31

SEGURANÇA

quePROCURA procura EM emUMumESPAÇO espaço livre? 8 - O QUE O VOCÊ LIVRE?

90%

17

SIM

NÃO

20 LOCAL DE ENCONTRO

Espaços livres

20

6 -acompanhados ESSES ESPAÇOS de SÃO ACOMPANHADOS DE Equipamentos EQUIPAMENTOS EDUCACIONAIS QUE OS QUALIFIQUEM? educacionais?

7%

ATIVIDADES ESPORTIVAS

EVENTOS 25 CONTEMPLAÇÃO/BELAS VISTAS 29 DESCANSO

equipamento funcionaria melhor na 9 - QUALQual O EQUIPAMENTO FUNCIONARIA MELHOR NA SUA CIDADE? sua cidade? 17 CENTRO PROFISSIONALIZANTE 5

ESCOLA 19 TEATRO

93%

22 CENTRO DE EXPOSIÇÃO DE ARTE 27 OFICINAS ARTÍSTICAS

SIM

NÃO

12 MUSEU 13 BIBLIOTECA PÚBLICA

147



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