TGI I . Memória do Povo . Marisa Candido

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“ Me lembro até hoje do meu irmão chegando da guerra lá na estação, eu, meus irmãos e toda a família fomos lá busca-lo. Meu pai colocou ele nos ombros e foi o caminho de volta pra casa levando ele , foi tanta alegria que não conseguimos nos conter” Alice Rivoiro Guioti

(bisavó da autora)



Trabalho De Graduação Integrado I Instituto De Arquitetura E Urbanismo - Usp Marisa Elisabete Ferreira Candido

Comissão De Acompanhamento Permanente (Cap)

David Moreno Sperling Joubert José Lancha Lúcia Zanin Shimbo Luciana Bongiovanni Martins Schenk

Coordenador Do Grupo Temático Paulo Yassuhide Fujioka São Carlos Junho/2017



Índice ------------- 8 PATRIMÔNO INDUSTRIAL ------ 10 HISTÓRIA ---------------- 14 LEVANTAMENTO ----------- 32 PROJETO ---------------- 46 BIBLIOGRAFIA ------------- 87 INQUIETAÇÕES


INQUIETAÇÕES A questão patrimonial das cidades brasileiras aparece cada vez mais em segundo plano, os recentes problemas que o IPHAN tem passado retratam o descaso que acontece com os orgão dessa área, refletindo de certo modo a forma como a população se posiciona frente aos edifícios históricos. Parece não existir uma preocupação com os edifícios tombados, que mesmo protegidos por leis, acabam sendo esquecidos pela população, a qual se sente a parte deles perdendo o interesse em protegelos. Uma das formas de preservar um edifício histórico é fazer com que ele se torne parte da comunidade que o cerca, sem esse encontro essa tarefa se torna cada vez mais complicada. Porém, para melhor intervenção é necessário entender a história do lugar, da população, quais as questões existentes e entender quais são as necessidades e como elas podem ser em consonância com as pessoas.

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Mas porque a história de Ribeirão Preto? Por que a Estação Barracão? Essas questões serão sanadas melhor posteriormente, mas no momento é valido destacar que a cidade tem uma história muito rica, com a economia do café, com os grandes produtores, com o advento da ferrovia, com a chegada de imigrantes, entre outras passagens. Ribeirão tem dentro de si, diversas expressões de cultura, exemplos de estilos arquitetônicos variados que muitas vezes passam desapercebidos na cidade. Isso de certa forma acaba provocando uma inquietação, pois grande parte da população não tem contato com essa história, não sabe o tanto que ela é rica. As pessoas por sua vez também tem histórias pra contar ligadas ao lugar e as suas vidas.


POR QUE EXISTE ESSA DISTÂNCIA ENTRE POPULAÇÃO E PATRIMÔNIO TOMBADO? Esse contato latente, essa troca de memórias deve ser priorizado, pois ajuda a entender e a propor uma forma de integração entre espaço, pessoas e sentimentos. O povo, as necessidades dele, sua memória, devem guiar o projeto, pois a partir disso a intervenção será capaz de criar um espaço de proteção (do edifício) e de apropriação.

O QUE AS PESSSOAS TEM PARA NOS CONTAR?

O QUE A CIDADE TEM PARA NOS CONTAR?

QUAIS AS NECESSIDADES DA COMUNIDADE?

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PATRIMÔNIO INDUSTRIAL Na história mundial, os acontecimentos que modificam o status quo existente, acabam sendo marcados e lembrados durante muitos séculos. Isso de fato isso ocorreu com o advento da Revolução Industrial, que foi responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias, novas formas mais dinâmicas de se viver, além de mudar a relação existente entre as pessoas. As mudanças que ocorreram nesse período provocaram diversas mudanças sociais, técnica e principalmente econômicas, pois tornaram a produção de materiais e objetos de venda muito mais rápida, transformando o anterior processo de manufatura em uma linha de produção em massa. Os exemplos que forma produzidos nessa época, tanto no que diz respeito a construções de apoio, a novas tecnologias, a modos de fazer, paisagem, devem ser conservados, de acordo com a conferencia do TICCIH (Comissão Internacional para a Conservação do Patrimônio Industrial) de 2003.

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Tendo em vista essas mudanças e uma serie de produções arquitetônicas e paisagísticas, podemos considerar como patrimônio industrial todos os “vestígios da cultura industrial que possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou cientifico” (TAGIL, 2003). Entre os exemplos arquitetônicos que podem ser englobados nesse proposta, podemos citar estações ferroviárias, armazéns, oficinas, fabricas, centro de produções, ou seja, todo que estiver relacionado com a índia de uma produção industrial, e as formas de transporte usadas por ela. O período considerado para a proteção desses exemplares não é apenas restrito a época da Revolução Industrial, nem ao território Europeu, mas engloba também produções mais recentes espalhadas por todo o mundo.


Tendo em vista a proposta desse TGI é importante destacar que dois elementos que serão utilizados estão relacionados com a proposta e preservação do patrimônio industrial. O primeiro, tombado em âmbito estatual pelo Condephaat, é a Estação Barracão, uma antiga estação de transição na linha férrea que ligava Ribeirão Preto a Sertãozinho, e outra de valor secundário pois não é tombado, mas possui valor arquitetônico, são os cinco galpões localizados próximo à estação, que eram utilizados para a armazenagem de açúcar produzido pela Usina da Pedra. Levando em consideração a Carta de Nizhny Tagil, escrita em 2003, foram levantados alguns pontos que mostram o valor do patrimônio industrial, entre eles afirma que “o patrimônio industrial reveste um valor social como parte do registro de vida dos homens e mulheres comuns e, como tal, confere-lhes um importante sentimento indenitário” (TAGIL, 2003).

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O TGI em quastão tem esse elemento como um dos objetivos, pois busca retomar o sentimento de aproximação e apropriação, fazendo com que a comunidade a qual o patrimônio está presente se relacione e se identifique com ela. Outro elemento que deve ser valorizado é a memória das pessoas que tiveram contato com o funcionamento ou que tralharam nesses ambientes, que devem ser preservadas, fazendo sempre um registro. Além disso é importante que essa forma de patrimônio seja integrado com o patrimônio cultural em geral.


MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO Entre as diretrizes propostas pela carta de Nizhny Tagil, existem propostas de como devem ser feira a manutenção e a conservação, a primeira faz referência a integridade da construção, que é um elemento crucial para a conservação da mesma, afirmando que as intervenções feitas devam mantem essa integridade. Em relação proposta de um novo uso a carta afirma que essa possibilidade é possível, desde que não altere o caráter geral da construção. Além disso é altamente recomendável, quando possível, que a construção retome sua antiga atividade. Em questão de sustentabilidade referente a utilização desses edifícios também merece destaque, pois, evitam o desperdício de material e energia, além disso, levando em consideração a questão econômica, propostas de reutilização demandam pequenas alterações, mais baratas que construções totalmente novas.

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Assim como apresentado no capitulo inquietações, uma das formas de preservar um patrimônio é fazê-lo se ponto de interesse, e foco de apreciação do público, fazendo com que eles compreendam que aquela construção os pertence, e que cabe a eles ajudar a proteger. Essa diretriz também é a presentada na carta citada anteriormente.

INTEGRIDADE REUTILIZAÇÃO PONTO DE INTERESSE


FOTO DA ANTIGA ESTAÇÃO DE GUATAPARÁ FONTE: APHRP - F159

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1. HISTÓRIA


RIBEIRÃO PRETO E A FERROVIA

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Sem dúvidas a ferrovia foi um marco na história da sociedade moderna, tanto no que diz respeito no desenvolvimento dos transportes, tanto na questão de mudanças sociais. O trem foi um dos primeiros responsáveis por acelerar o tempo de transporte entre cidades, do deslocamento de produtos e pessoas ou seja, foi responsável pelo “encurtamento de distancias”, modificando as relações principalmente sociais e econômicas já existente.

No estado de São Paulo, o surgimento de linhas férreas está diretamente relacionado com a produção cafeeira na região, pois, com o crescimento dessa economia era necessário transportar o produto até Santos, para que o mesmo fosse exportado (GERODETTI; CORNEJO,2003). A presença de linhas férreas nesse estado iniciou-se em 1867, com o ramal Santos-Jundiaí, da Companhia São Paulo Railway.

As primeiras propostas da instalação de ferroviária no Brasil começaram três anos depois da inauguração da primeira ferrovia do mundo, aproximadamente em 1828. Nesses anos iniciais o assunto foi arduamente discutido, porém, o primeiro trecho foi concluído apenas em 1854, ligando Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro, mas isso fez com que o incentivo a ferrovia se tornasse cada vez maior, no intuito de desenvolver cada vez mais a agronomia a exportação, permitindo o contato com regiões afastadas que posteriormente se tornaram grandes exportadoras de produtos.

Entre as principais companhias ferroviais podemos citar a Estrada de Ferro Norte (1869); Companhia Ituana (1870); Companhia Sorocabana (1871) e Companhia Mogiana (1872) entre outras. Em Ribeirão Preto o café estava diretamente ligado ao desenvolvimento, que era potencializado pela presença de terras férteis na região.


ORIGEM DAS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO, INAUGURAÇÃO DAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS E EXPANSÃO CAFEEIRA, 1545 - 1959 FONTE: DAL POZZO, 2015

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Devido a um bom clima, um bom relevo e uma boa terra, a produção cafeeira começou a crescer cada vez mais, tornando-se a economia principal nas fazendas do interior paulista. Com o crescimento da produção era necessário o transporte mais rápido para exportação, e é nesse momento que a estrada de ferro é instalada . A região tornou-se foco da disputa entre duas companhias, a Paulista e a Mogiana, porém a segunda, por decisão do poder público, foi escolhida para construir e administrar os trilhos de Ribeirão Preto. Em 1882 e 1883 foram inaugurados dois trechos na região o de Casa BrancaSão Simão e São Simão-Ribeirão Preto. A primeira estação da cidade foi instalada provisoriamente na atual Avenida Caramuru. As principais transformações que ocorreram na cidade tiveram início com a instalação da Companhia Mogiana de Estrada Ferro em 1883, impulsionando o crescimento da cidade em direção ao Córrego do Ribeirão Preto.

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Para a cidade a ferrovia significava “a sobreposição de sensações opostas, pavor e alegria, presentes no deslumbramento com o trem, o registro da estranheza da população diante daquela situação” (FARIA, 2003, p.127). Com a expansão da cidade era necessário a instalação de equipamentos que atendessem a esse aumento de demanda, e foi nesse momento que foram instalados equipamentos de infraestrutura, públicos, meios de comunicação, além disso, as mudanças ocorridas na cidade acabaram influenciando na arquitetura, que começa a ter um caráter mais próximos a culturas europeias. Esse crescimento demandava muitos trabalhadores, que com o período de mão de obra livre foi suprido pela chegada de imigrantes, que se tornaram grandes formadores da população da cidade.


LINHAS DA COMPANHIA MOGIANA FONTE: APHRP

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MAPA COM AS LINHAS FÉRREAS DE RIBEIRÃO E AS ESTAÇÕES FONTE: SOUZA; SORIANI; ZAMPOLLO, 2012


A cidade de Ribeirão Preto tem o crescimento guiado por dois pontos, num primeiro momento a hidrografia, que limitava o avanço em determinadas regiões, e a linha férrea, que auxiliou na superação dessas barreiras, pois, implicava no povoamento de novas áreas e a construção de pontes e passagens que superassem os obstáculos naturais. Na tentativa de promover a ocupação do solo, foi criado em 1887 o Núcleo Colonial Antônio Prado (SILVA, 2006), responsável pelo povoamento dessas áreas. Essa região futuramente daria origem aos Bairros Ipiranga e Campos Elíseos, que antes eram conhecidos como Barracão de Cima e Barracão de Baixo, devido a importância de uma antiga estação próxima ao local. Devido ao grande crescimento da região foi proposta a ramificação da linha tronco da Companhia Mogiana, propondo ramais no sentido oeste, entre eles o Ramal de Sertãozinho e o Ramal de Jataí-Guatapará. Tendo em vista o objeto desse TGI temos destacamos a presença do Ramal de Sertãozinho, inaugurado em 1899, que sofreu dois prolongamentos nos anos de 1906 e 1914. O início do ramal era marcado pela Estação Barracão, passando também pela Estação Iracema.

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A presença das ferrovias foi muito importante, pois, trouxe para o interior da cidade diversas industrias, comércios e diversos tipos de equipamentos, isso fez com que as atividades se desenvolvessem, provocando a fixação de pessoas e a urbanização da cidade. Com o decadência da ferrovia e a valorização da rodovia, as linhas que anteriormente estavam associadas ao progresso, passaram a ser consideradas como atraso, e sendo abandonados gradativamente. Na cidade de Ribeirão Preto existem trechos que desapareceram completamente, e os que ainda estão bem conservados estão em grande maioria, ativos ainda. Porém, esses espaços próximos as linhas, muitas vezes deixados como vazios urbanos, tem um grande potencial, que podem ser usados para valorizar esse patrimônio. Na cidade de Ribeirão foram construídas dezenove estações, atualmente somente nove ainda se mantem, as outras dez foram destruídas.


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COMPLEXO MOGIANA NA DÉCADA DE 1960 FONTE: APHRP

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ESTAÇÃO BARRACÃO Sendo a nona estação mais antiga da cidade, e a segunda que ainda mantem-se integra, a Estação Barracão foi uma das construções do patrimônio industrial mais marcantes de Ribeirão Preto.

Esse local, conhecido como Barracão, posteriormente deu o nome para estação e aos bairros próximos denominados Barracão de Cima (Ipiranga) e Barracão de Baixo (Campos Elíseos).

Inaugurada pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em 1 de Junho de 1900, a Estação Barracão foi um marco para o início da ramificação da linha tronco original da Mogiana, que anteriormente era disposta no sentido nortesul e que a partir de sua inauguração começou seu avanço para o oeste. É localizada no km 314.264 da linha principal e no km 0 do ramal Ribeirão Preto – Sertãozinho, anteriormente citado. Seu endereço atual equivale a esquina da Rua Rio Grande do Sul com a Avenida Dom Pedro I, limite do bairro Ipiranga.

Localizado na parte conhecida como sede do Núcleo Colonial Antônio Prado, o Barracão funcionava como uma espécie de prefeitura e hospedaria, semelhante as que existiam em São Paulo. A região principal do núcleo era a única divisão que possuía dois equipamentos urbanos, o próprio barracão e a Estação. Porém, no início do século XX o local foi incendiado, provocando a perda de diversos documentos e fotografias da região.

De acordo com alguns autores (SOUZA; SORIANI; ZAMPOLLO, 2012) há notícias de uma estação já em 1892, uma construção com caráter de simples, que servia para o desembarque e acolhimento de imigrantes que chegavam ao local.

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ESTAÇÃO BARRACÃO FONTE: APHRP


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As pessoas que chegavam na Estação podiam decidir entre duas opções, ou eram direcionada para ofertas de trabalho em fazendas próximas, ou solicitavam um lote de terra para se fixar próximo ao local. As terras próximas eram vendidas para essa população, que trabalhando na cidade acabavam conseguindo dinheiro para pagar o terreno, adquirindo a propriedade. É valido destacar que parte das casas construídas nas proximidades estavam ligadas ao aos funcionários que trabalhavam nas ferrovias.

SEDE URBANA E SEÇÕES DO NÚCLEO COLONIAL ANTÔNIO PRADO, 1887, REPRESENTADOS EM PARCELA DO ATUAL ESPAÇO URBANO FONTE: DAL POZZO, 2015

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A estação, que possui a arquitetura de caráter inglês, foi um equipamento marcante para a região, sendo considerada um edifício histórico. Por esse motivo, e na tentativa de salvaguardar a história do bairro que o Lions Clube Ribeirão Preto solicitou que o edifício fosse tombado em âmbito estadual pelo CONDEPHAAT, afirmando que tomaria as devidas precauções para a manutenção do mesmo, incluindo uma proposta de reuso museológico na estação, e é com isso que em 1982 o edifício é tombado, garantindo sua existência até hoje. Contudo, esse tombamento não fez com que o local fosse utilizado, e está abandonado desde aquele período, mesmo com a proposta de instalação de equipamentos culturais.


ARQUITETURA DA ESTAÇÃO Em relação a sua arquitetura, podemos notar que a estação foi implantada no alinhamento dos trilhos do trem, sobre uma plataforma que facilitava a entrada e saída do trem. Sua forma é regular, semelhante a outras estacoes da região, como a Estação do Alto, e fi concebida em três divisões, armazém, estação e residência do chefe. Foi construído com tijolos ingleses, que estão aparentes na fachada, além disso sua arquitetura tem forte influência inglesa. A cobertura é feita em estrutura de madeira, em duas águas, com prolongamentos nos dois lados de maior medida, sustentados por mãos francesas, a cobertura é feita com telhas francesas de ST. Henry Marseile. Atualmente, não foi contado nenhuma grande alteração em relação a esses elementos, que se encontram em bom estado de conservação.

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Nas fachadas de menor dimensão podemos destacar a presença de frontões com alguns ornamentos de tijolo, e no centro há também um óculo, e pináculos nas extremidades, e no anexo, feito em 1910. As esquadrias foram são maioria em madeira, com algumas poucas janelas com fechamento em vidro, feito em alterações posteriores. Na facahda da Estação voltada para os trinlhos tambem podemos notar a presença de 4 portas de acesso, referente as varias divisões internas do edificio, a de maior largura se localiza na área do armazém, espado usado para a carga e descarga dos produtos exportados pela estação.


MAPA DAS CONSTRUÇÕES DO ANTIGO NÚCLEO COLONIAL ANTÔNIO PRADO - ESTAÇÃO BARRACÃO (07) FONTE: DAL POZZO, 2015

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PLANTA BAIXA ESTAÇÃO BARRACÃO ESCALA 1:200 FONTE: DOS SANTOS, 2016.

CORTE AA - ESTRUTURA DA ESTAÇÃO ESCALA 1:200 FONTE: DOS SANTOS, 2016.

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ELEVAÇÃO 01 - DESENHO DA FACHADA ESCALA 1:200 FONTE: DOS SANTOS, 2016.


Armazém Estação Residência do chefe

DETALHE DOS TIJOLOS E PINÁCULOS NA FACHADA FONTE: ACERVO PESSOAL.

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ACESSOS, MÃO FRANCESA E PAREDE DE TIJOLO APARENTE FONTE: ACERVO PESSOAL.



2. LEVANTAMENTO


RIBEIRÃO PRETO Ribeirão Preto teve alguns grandes momentos de crescimento, um por volta de 1874 em torno da Matriz e em direção do Córrego do Retiro e outro com a chegada da ferrovia em 1883, que provocou o crescimento da cidade em direção ao córrego Ribeirão Preto, nesse segundo momento, e por volta de 1930, houve a superação das barreiras fisicas, com as costruções de estruturas que ultrapassaram a presença dos rios.

A cidade de Ribeirão Preto, localizada no interior paulista, teve seu desenvolvimento ligado a valorização e crescimento da economia do café entre os séculos XIX e XX. A região no momento de sua fundação, em 1856, era delimitado pelo entorno da Igreja Matriz, antigamente localizada na praça XV, mas com o avanço da economia do café, e com a necessidade do atendimento de demandas, ocorreu um crescimento em direção ao córrego do bom retiro, fazendo uso de uma malha quadriculada para fazer a estruturação da cidade.

FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE SÃO SEBASTIÃO

1790

1856 OCUPAÇÃO DA REGIÃO

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1850

A FREGUESIA É PASSADA PARA VILA; RIBEIRÃO PRETO É DESASSOCIADO DE SÃO SIMÃO

1871 1870

CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO DE RIBEIRÃO PRETO

RETOMADA DO ANTIGO NOME

1881

1879 O NOME SE ALTERAM PARA ENTRE-RIOS

1889

RIBEIRÃO P É RECONHE COMO CIDA


FUNDAÇÃO BARRACÃO

1890 1892

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PRETO ECIDA ADE

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CRIAÇÃO DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO


Observando o mapa podemos notar que a cidade teve grande parte de seu crescimento acompahando a instalação da ferrovia, a existência do Núcleo Colonial Antônio Prado também auxiliou a permanência da população no local. A área central do mapa mostra como a região do antigo Núcleo foi um dos primeiros locais de consolidação da população, contando com alguns dos exemplares arquitetônicos mais antigos da cidade, principalmente no que diz respeito ao Bairro Ipiranga, local onde ser feita a intervenção.

ÁREA DE INTERVENÇÃO

RIBEIRÃO PRETO EXPANSÃO DA ÁREA URBANA 1884 - 2015. FONTE: DAL POZZO, 2015

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Levando em consideração a presença de construções antigas, e a sua importância arquitetônica, foram feitos levantamentos dos patrimônios tombados em Ribeirão Preto, na região central (quadrelátero central) e parte da região oeste da cidade (local da intervenção). É possivel observar que grande parte dos tombamentos, tanto pelo CONDEPHAAT quanto pelo CONPPAC (Ribeirão Preto) se encontram concentrados na região central. Grande parte desses edificios centrais está em bom estado de conservação, mas, como o afastamento do centro as condições tendem a piorar, tanto na questão de uso, quanto estrutural/material. ÁREA DE INTERVENÇÃO CONDEPHAAT CONPAAC QUADRILÁTERO CENTRAL MAPA DOS EDIFÍCIOS TOMBADOS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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Analisando os mapas do plano diretor, para um entendimento mais logico da cidade e da área de levantamento, notei que a região escolhida para desenvolver o projeto está em uma zona de consolidação urbana, de loteamentos residênciais, marcada por uma população de baixa e media renda ou assentamentos informais, com necessidade de instalação de equipamentos sociais e culturais e destinadas a recuperação urbanística. Esse tipo de proposta está presente também em grande parte envoltoria do centro.

ÁREA DE INTERVENÇÃO AQC: ÁREA ESPECIAL DO QUADRILÁTERO CENTRAL ÁREAS

DE

USO

APU - ÁREA PARA PARQUE

MISTO ESPECIAL URBANO

AIS -1: ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL -TIPO 1 MAPA LEI COMPLEMENTAR 2157/07 ÁREAS ESPECIAIS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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Em relação ao uso do solo, é válido destacar que a região central da cidade é marcada por um comércio forte e pela existência de varios tipos de equipamentos, tanto de carater cultural, educacional e de saúde, tornando a região uma centralidade na cidade, um local de atração. O local de intervenção e marcado por uma via de comércios muito importante, que é uma centralidade no bairro, porém, é desvalorizada pela ausência de equipamentos, que melhorariam a qualidade do local, pois as pessoas não precisariam se deslocar para o centro, ou para áreas mais afastadas em busca de lazer. COMÉRCIO RESIDÊNCIAL EQUIPAMENTO PRAÇAS ÁREA DE INTERVENÇÃO

MAPA DOS EDIFÍCIOS TOMBADOS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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O LUGAR Com os levantamentos feitos anteriormente foi possível notar que existe uma certa diferença dentro da cidade, no que diz respeito ao tratamento do patrimônio tombado, onde, no centro há uma valorização maior dessas construções, que são utilizadas com frequência pela populcação, atendendo a diversos usos, culturais, educacionais, de carater religioso. Porém, os edificios tombados mais afastados não foram acompanhados pela proposta de um uso, além disso, quanto mais distante do centro, menor a quantidade de equipamentos de apoio. Tendo em vista uma deteminada demanda no Bairro Ipiranga, marcado por poucos equipamentos, sendo que a maioria existente é educacional, foi proposta uma análise do local, um levantamento, afim de entender as necessidades da região, que possui grande potencial de para uma intervenção.

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Localizada na região Oeste de Ribeirão Preto, no Bairro Ipiranga, antigo Barracão de Cima, a região da Estação Barracão foi escolhida para a intervenção de projeto por diversos motivos, entre eles, a história do bairro, que é um dos mais antigos da cidade; a importância que a região teve para a chegada dos imigrantes, seu acolhimento, e fixação dessas pessoas; o ótimo estado de conservação da contrução; a necessidade de dar uso ao local e a atender as demandas do bairro. Além disso, foram levantadas dois elementos importantes no que diz respeito a educação de jovens e adultos, a primeira é uma das sedes no EJA (educação para jovens e adultos) e um Centro de Qualificação Social e Profissional, que podem trabalhar em conjunto, para promover uma educação melhor para a população da área, tanto em nivel escolar, quanto profissional.


Com base nos levantamentos anteriores que mostram a região do incio do Ipiranga, como uma região comercial e residêncial, foi feito também um levantamento dos gabaritos dos quarteirões, afim de fazer uma proposta de projeto adequada a região. Feito o levantamento foi possivel notar que a região é marcada por um gabarito baixo, predominantemente 1 pavimento, com poucos exemplos diferentes.

1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS 3 PAVIMENTOS ÁREA DE INTERVENÇÃO MAPA DE GABARTITO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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Tendo em vista a analise de fluxos, pontos de conflito e barreiras, e observando a região de intervenção, é possivel notar que a mesma é limitada por duas vias de fluxo intenso, a Av. Dom Pedro I em direção noroeste e a Rua Eduardo Andréia Matarazzo, em direção nordeste. Também passa pela região duas ruas de fluxo baixo, a Rua Rio grande do sul e a Rua André Rebouças. Além disso, próximo da região existe um cruzamento, que mesmo sinalizado, é ponto de acidentes frequentes. Outro ponto importante da região é a “barreira fisica” provocada pela ferrovia, que não permite a ligação das áreas, a não ser pelo traçado de ruas. FLUXO INTENSO FLUXO MODERADO FLUXO BAIXO PONTO CONFLITO ÁREA DE INTERVEÇÃO BARREIRA FÍSICA - FERROVIA MAPA DE FLUXOS FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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O relevo do Bairro Ipiranga em geral é acidentado, ao longo da Av. Dom Pedro I principalmente é possivel notar que em direção ao Planalto Verde, a Av. é apenas uma subida. Porém, na região da intervenção não ha uma variação gritante, pois mesmo considerando a região dos galpões, há um desnível de 6m ao longo de 126 m. A parte mais plana, considerando exatamente a presença da linha férrea, é a área da Estação, que necessitava dessa conformação para a instalação dos trilhos. MAPA RELEVO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

Em relação ao transporte público, a região tem boa ligação com restante da cidade. Passam pela Av. Dom Pedro cerca de 20 linhas de ônibus, além de contar com 3 pontos de ônibus. PONTOS DE ÔNIBUS AV. DOM PEDRO I ÁREA DE INTERVEÇÃO MAPA TRANSPORTE PÚBLICO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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MAPA DE RECONHECIMENTO DA ÁREA FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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1 - ESTAÇÃO BARRACÃO - BOM ESTADO DE CONSEVAÇÃO SEM USO (FOTO DA AUTORA) 2 - CASAS DE APARÊNCIA RECENTE PRÓXIMAS A ESTAÇÃO INTERFEREM NA LEITURA DO LOCAL (FOTO DA AUTORA)

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3 - GALPÕES ABANDONADOS DA ANTIGA USINA DA PEDRA (FOTO DA AUTORA) 4 - PRAÇA ANTÔNIO PRADO - MURADA E SEM ACESSO EXTERNO OU PELA ESCOLA (FOTO DA AUTORA) 5 - EMEFEM PROFº ALFEU LUIZ GASPARINI - ONDE FUNCIONA UM DOS NÚCLEOS DA EJA (EDUCAÇÃO D EJOVENS E ADULTOS) - IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 6 - PRAÇA PEDRO BIAGI - POUCO UTILIZADA, CONSIDERADA PERIGOSA - IMAGEM GOOGLE STREET VIEW

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7 - COMÉRCIO NA AV. DOM PEDRO I - IMAGEM GOOGLE STREET VIEW 8 - CRUZAMENTO PERIGOSO DA AV. DOM PEDRO I COM A A RUA RIO GRANDE DO SUL (FOTO DA AUTORA)

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9 - CENTRO DE QUALIFICAÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL LOCALIZADA EM UMA ALÇA DE ACESSO, QUE DIFICULTA A UTILIZAÇÃO DELA IMAGEM GOOGLE STREET VIEW

A partir do levantamento feito na cidade e no entorno da área de intervenção, e depois do destaque feito a algumas construções próximas ao local, será desenvolvido uma projeto que tente atender as necessidades sociais (de lazer), históricas (de reuso de patrimônio abandonado e retomada da memória ) e educacionais (voltados para uma preparaçãpo da população para o mercado de trabalho.



3. PROJETO


REFERÊNCIAS O Centro Cultural de Araras é atuelmente um dos melhores exemplos de intervenção em patrimônio ferroviario do estado de São Paulo. A intervenção consiste em restaurar e requalificar uma estação ferroviaria abandonada, dando novos usos as construções existentes. Essa imagem foi escolhida pois mostra uma ala expositiva, que é usada como referêrencia no programa museográfico do Barracão, em especial a área do Armazem. CENTRO CULTURAL DE ARARAS FONTE: https://concursosdeprojeto.org/2009/10/28/centro-cultural-de-araras-sao-paulo/

No estado de Minas Gerais, que também é marcado pela presença de muitas estações e linhas ferreas, foi proposta a requalificação de diversas estações, que foram readequadas para divesos usos, principalmente de carater museologico. Nessa imagem posemos observar uma outra configuração de ala expositiva, na qual foram expostos objetos de um passado histórico da construção. Na tentativa de propor uma exposição variavel, essas duas formas de exposição parecem ser aplicadas ao espaço.

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ESPAÇO UFOP - ESTAÇÃO DE MARIANA FONTE: http://tremdavale.santarosacultural.com.br/estacao-mariana/index.html


Outra esração da iniciativa citada anteriormente controi espaços de valorização da memória e registro da mesma. Na imagem em questão obsevamos uma sala de gravação de depoimentos de moradores da cidade, que tem alguma história para contar sobre o local. Essa sala está inclusão em um ambiente chamado “Vagão da Memória” que também propõe outros espaços de contato com a historia do local, fazendo uma troca entre local e população. VAGÃO DA MEMÓRIA - ESTAÇÃO OURO PRETO FONTE: http://tremdavale.santarosacultural.com.br/estacao-ouro-preto/index.html

Pensando na relação do novo e do antigo, um projeto usado como refenrÊncia é o Conjunto KKKK projetado pelo escritório Brasil Arquitetura. A nova construção tenta manter uma relção de respeito e ao mesmo tempo de independência em relação a contrução antiga, mas, mesmo com essas qualidade, o conjunto ainda consegue mantem o carater de algo unido,.

CONJUNTO KKKK E PARQUE BEIRA RIO FONTE:http://brasilarquitetura.com/projetos/conjunto-kkkk-e-parque-beira-rio/

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A Biblioteca Parque Villa-Lobos tem uma implantação que valoriza muito seu uso, e isso de fato se refelete também em seu inteiror. A proposta de uma planta com áreas mais livres , que possibilitam ações diversas, influênciaram na elaboração do projeto da biblioteca, pois é deixado um ambiente livre com essa propsta, alem de espaços de leituras passiveis de variação. Mesmo com um pé direito reduzido, esse espaco de entrada poderá ser usado como uma área para diversas intervenções. BIBLIOTECA PARQUE VILLA - LOBOS - HALL DE ENTRADA FONTE: http://www.bvl.org.br

Outro elemento existente na biblioteca que é ressaltado no desenvolvimento do projeto, é a contrução de um deck que pode ter usos variados. Isso é retomado ao longo do desenvolvimento do projeto, pois o deck localizado na frente do café pode ser utilizado de varias formas, como passagem, como estar, como espera. É um espaço livre e um ponto de encontro de todos os usuarios dos equipamentos propostos.

BIBLIOTECA PARQUE VILLA - LOBOS - DECK DE USO LIVRE FONTE: http://www.bvl.org.br

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Em relação a intervenções em edificios pré existentes, e a intervenção do projeto em galpões que armazenavam açucar, foi tomada como principal referência os galpões do SESC Pompeia. Esse projeto trabalha com maestria a conformação visual do galpão, propondo intervenções que valorizem as formas do local. O uso de paredes com altura mais baixa, permite que haja uma segregação espacial, mas sem fechar demais o galpão. É possivel dessa forma propor uma seria de espaços independente, em uma grande área liberada. Esse proejeto também influênciou na forma como foram projetados os banheiros, pois, assim como nesse galpoes, a parede do banheiro não foi elevada até a altura máxima dos galpões, mas manteve uma lógica de baixa altura presente nós outros espaços.

SESC POMPEIA - ESPAÇO DE OFICINAS FONTE:https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA

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PROGRAMA A região escolhida para a intervenção de projeto tem uma serie de potencialidades, que ja foram citadas rapidamente ao longo do texto. É possivel notar que a presença de dois grandes edificios, que marcam a esquina, atrai para a região olhares, e possibilidades de reutilização desse edicicios. O programa do local pensa uma proposta que vise trazer cultura e edação para a população que tem poucos equipamentos proximos, são propostas que devem ser vistas juntas, poiis, com a ideia de educação a região passa a ter um uso, e a apartir desse uso o local, é valorizado, fazendo com que a população se aproprie dele, se enteresse e aprenda com sua historia. Visando essa proposta, destaca-se dois edificos de preferencial reutilização, a Estação Barracão e os Galpôes da antiga Usina da Pedra.

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A proposta para a reutilização dos galpões esta diretamente ligada a dois elementos presentes no local, a presença da EJA e do Centro de Profissionalização. Visando essa proposta ja existente da educação para jovens e adultos e na tentativa de preparalos pra o mercado de trabalho, proposta a transferencia do centro profissionalizante para os galpões, na tentativa de facilitar o acesso, pois a antiga construção estava em uma alça de acesso, além de criar uma ligação rapida com a proposta educacional daquela região. O potencial historico do barracao, um edificio tombado pelo estado, é revertido em uma proposta de uso cultural, que faz com que a memória latente presente no local seja reativada, a partir de um uso museologico.


EDUCAÇÃO CULTURAL RELAÇÃO DE PROPOSTA DE PROGRAMA FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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MARCENARIA

ELÉTRICA BÁSICA

CORTE E COSTURA

ARTESANATO

INFORMÁTICA

BELEZA E ESTÉTICA

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

GALPÕES

EDIFÍCOS NOVOS

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MUSEU DA MEMÓRIA DA FERROVIA

ESTAÇÃO BARRACÃO

EDIFÍCOS NOVOS

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PROPOSTA Desde propostas mais antigas desse projeto, foram pensadas ações que qualificariam a região e auxiliariam para a melhor forma de propor novas contruções e valorizar as antigas. Levando em consideração o levantamento anterior, e foi proposta a demolição dos muros que isolavam a Praça Antonio Prado, que atualmente não possui nenhum contato com a rua e nem com a escola. Outro elemento importante, que será detalhado mais adiante, é a proposta do fechamento da rua, que funciona na solução de alguns problemas, entre eles, a possibilidade de diminuição da quantidade de acidadentes que acontecem no cruzamento proximo a Estação Barracão, que ocorrem devido a vontade dos motoristas em acessar a Rua Rio Grande do sul. Além disso, o fechamento dela retomará a ligação entre Barracão e praça.

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A retirada de casas talvez seja o elemento mais drastico do local, mas é necessario, pois, a atual implantação das mesmas altera a forma como a estação é lida. As pessoas que estavam morando no local serão tranferidas para terrenos livres localizados na Rua Matogrosso. Um problema atual da região é o estacionamento “improvisado” no local. Os carros, alem de serem um perigo iminente ao local, tambem impedem um levantamento mais aprofundado do edificio. Outra proposta consiste no uso dos galpões, que atualmente estão abandonados, e que proporcionam uma grande área para diferentes propostas. Por ultimo, é uma ressalva para o desenho de projeto, que visa manter a linha marcada pelos trilhos livre, e com os edificios respeitando o alinhamento.


AÇÕES DE PROJETO FONTE: PRODUZIDO PELA AUTORA

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IMPLANTAÇÃO

AV

.D

1 - ESTAÇÃO BARRACÃO - MUSEU 2 - PRÉDIO ADMINISTRATIVO MUSEU 3 - BIBLIOTECA 4 - CAFÉ E INFORMAÇÕES 5 - CENTRO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 6 - DECK DO CAFÉ 7 - PRAÇA ANTONIO PRADO 8 - RUA COMPARTILHADA 9 - ESTACIONAMENTO

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OM

PE

DR

O

I


5

RU

A

AN

DR

É

RE

BO

UU

4

ÇA

S

6

3 7 L

E ND

DO

SU

2

A

UA

RIO

GR

R

8

1 9 1m 5m 10m 20m

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50m


LINHAS VISUAIS

LINHA FERREA FACHADA DOS GALPÕES ALINHAMENTO DA ESTAÇÃO

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ALINHAMENTOS

ALINHAMENTO DOS GALPÕES ALINHAMENTO BARRACÃO

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PROPOSTA DE USOS

EIXO CULTURAL EIXO EDUCACIONAL ESPAÇO MISTO


AÇÕES

OCUPAR SEM MODIFICAR OCUPAR COM POUCAS MODIFICAÇÕES PROPOSTA DO NOVO

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ÁREAS VERDES

RETOMADA DA ESPLANADA PONTO DE ENCONTRO DOS ACESSOS ÁREA VERDE

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CAMINHOS E ACESSOS

CAMINHO PEDONÁVEL ACESSO


PLANTA Levando em consideração asn ecessidades dos programas propostos para região, foram projetados 3 novos edificios que funcionam como apoio e qualificação do projeto. Notamos nessa implantação a presença de um edificio administrativo para o museu localizado na Estação Barracão; um biblioteca que funciona como equipamento de apoio para a pesquisa histórica do local e para o desenvolvimento da educação; o café, que funciona como um ponto de encontro e de pausa para as pessoas que usam os equipamentos. E valido destcar que a planta do edifico dos galpões, influência na forma como a biblioteca foi apresentada, pois o eixo de circulação central do edificio maior, leva diretamente a parte central e principal da biblioteca.

1 - ESTAÇÃO BARRACÃO - MUSEU 2 - PRÉDIO ADMINISTRATIVO MUSEU 3 - BIBLIOTECA 4 - CAFÉ E INFORMAÇÕES 5 - CENTRO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

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B

5

4

A

3

B C 2

1

C A

65

1m 5m 10m 20m

50m


1 . MUSEU E S T A Ç Ã O BARRACÃO Levando em consideração que a Estação Barracão é um edificio tombado, e que isso implica em uma serie de cuidados em relação a sua estrutura e contrução, foi proposto um uso que dialogasse que com a conformação preexistente. Para isso, o espaco onde anteriormente se localizava o armazem, foi convertido em espaço de exposições, devido a flexibilidade de montagens, e a possibilidade de apresentação de temas variados. O restante da estação foi dividido em 3 partes, a primeira é uma proposta museologica da memória do trem, onde será mantida a conformação anterior, mostrando como funcionava a parte publica da estação. Outra parte manterá a configuração de “casa do chefe” já existente, mostrando, a partir de móveis da época, como os moradores utilizavam esse espaço. A última parte, devido a facilidade de acesso já projetada na implantação, sera usada como aceervo, das exposições dos outros espaços.

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1 1 - ÁREA DE EXPOSIÇÃO VÁRIAVEL 2 - SALA DE ESPERA 3 - ENTRADA DA ESTAÇÃO 4 - BILHETERIA E ESCRITÓRIO

5 6 7 8

-

DORMITÓRIO SALA DE ESTAR HALL DE ENTRADA ACERVO


Área de exposição livre Mémoria do Trem Mémoria dos moradores Acervo

2

2

3 4

5

7

5

6

8

1m

67

8

2m

5m

10m


2 . EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO DO BARRACÃO Devido ao uso restritamente museologico da estação foi necessario propor a construção de um edifício administrativo, que funciona-se como local de apoio para o museu da estação. Nessa nova construção foram colocados os banheiros, para os visitantes, uma administração para a solução de possiveis problemas, uma copra e uma area destinada ao funcionários e um deposito para material de limpeza. Também foi proposta uma ala para a preservação e a difusão da educação patrimonial, que consiste em uma grande sala para oficinas patrimoniais, uma sala de informatica para o contato e produções direcionadas a pesquisa do património, e uma sala para conversas e registro da memória oral, que é muito importante para o projeto, principalmente devido as histórias que a população possui sobre o local, ou do bairro, e que são esquecidadas. É necessário dessa forma, mostrar que o local apresenta a história do barracão mas tambem quer apresnder com a historia da população.

68

1 - BANHEIROS 2 - ADMINISTRAÇÃO 3 - DEPOSITO DE MATERIAIS 4 - COPA 5 - SALA DOS FUNCIONARIOS 6 - SALA DE OFICINAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 7 - FOYER 8 - SALA DE INFORMATICA 9 - SALA DE ENTREVISTAS E CONVERSAS SOBRE A MEMÓRIA

2 1 1 3

4


Área Administrativa Educação patrimonial Registro de Mémoria Oral

6 7

8

9

5

1m

69

2m

5m

10m


3.

BIBLIOTECA

A biblioteca funciona como uma mescla dos usos propostos no local, ela se encontra no ponto de convergencia das linhas formadas pela fachada dos edificio dos galpoes, e do alinhamento criado pela Estação Barracão. O edificio funciona como polo de atração da implantação, dividindo duas áreas livres, a do encontro dos acessos, localizado na frente do café, e uma área verde livre que pode ser usada como espaco de estar, além de ter um potencial paisagistico aproveitado pelas aberturas propostas no edificio. Ele é dividido em 3 partes principais, uma ala administrativa, um pequeno auditorio de 40 lugares, e a biblioteca propropriamente dita. A biblioteca em si foi pensada como um espaco aberto e livre, que pode receber diferentes formas de intervencoes, como a Biblioteca Villa Lobos em São Paulo. A iluminação natural é potencializada por um “rasgo” de vidro na transição dos edificios, criando um corredor iluminado.

70

2

1

1

4

3

6

5

1 - BANHEIROS 2 - DEPOSITO DE MATERIAIS 3 - SALA DE PEQUENOS RESTAUROS E REPAROS 4 - ADMINISTRAÇÃO 5 - ACERVO 6 - BALCÃO DE INFORMAÇÕES E RETIRADA DE LIVROS 7 - SALA DE ESPERA 8 - ÁREA DE USO LIVRE 9 - AUDITÓRIO (40 LUGARES) 10 - ÁRMARIOS 11 - ÁREA DE LEITURA 12 - ESTANTE DE LIVROS 13 - MIDEATECA 14 - PESQUISA DE ACERVO ESPECIAL


9

+2,00

8 7

10 13

12 11

+1,00

14

12

1m

71

2m

5m

10m


72


LINHAS IMPORTANTES

Linha referente a circulação central do edificio dos galpões Corredor de luz - cobertura de vidro

SETORIZAÇÃO

Área administrativa e apoio Auditório Biblioteca

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4. CAFÉ E INFORMAÇÕES

Ocafé foi construido em uma região que funciona como ponto de encontro de 2 edifícios, o Centro de Qualificação Profissional, localizado nos galpõe, e a biblioteca. O ambiente se cnfigura como um ambiente de divisão de fluxos de acessos, podendo ser considerado um ponto crucial para a implantação. Foi proposta uma area de aliemntação, para atender os visitantes da área, com algumas mesas e um deck na frente que pode ser usado como permanência e passagem, dependendo da necessidade. Foi proposto também um centro de informações e de distribição de panfletos com programação de cursos e eventos no local.

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Centro de Qualificação Café e Informações Biblioteca Esquema de Fluxos 1 - COZINHA 2 - DEPÓSITO DE ALIMENTOS 3 - CAFÉ - PEDIDO E RETIRADA 4 - ÁREA DAS MESAS 5 - SALA DE INFORMAÇÃO 6 - DEPOSITO DE MATERIAL PARA A DESTRIBUIÇÃO

1m

2m

5m

10m


5 1

2

75

3

+3,00

4

6


5. CENTRO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Esse edifício é o maior em área e altura na região, antigamente usado para armazenagem de açucar de uma fábrica, mas que a muitos anos está abandonado. Foi construido em meados de 1960, pode ser considerado um patrimônio industrial, mas não é tombado nem pelo municipio, e nem pelo estado, o que permite uma maior liberdade de ações dentro do edificio. Porém, na tentativa de manter a ideia de galpão, um ambiente grande e de pé direito alto, foram propostas poucas divisoões feitas a partir da construção de paredes a meia altura (2m), seguindo as divisorias propostas nos galpões do SESC POMPEIA em São Paulo. Na tentativa de resolver o problema de iluminação e ventilação foram proposta pequenas aberturas, utilizando o desenho original na fachada, que é repetida na outra fachada paralela.

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1 1 - OFICINA DE MARCENARIA 2 - ALA DAS MAQUINAS 3 - ALA DAS MAQUINAS MENORES 4 - MESAS DE TRABALHO 5 - DEPÓSITO DE RESTO DE MATERIAL 6 - OFICINA DE ELÉTRICA BASICA 7 - OFICINA DE GASTRONOMIA 8 - OFICINA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 9 - DEPOSITO DE MATERIAIS PARA AS OFICINAS 10 - SALA DE INFORMATICA 11 - OFICINA DE CORTE E COSTURA 12 - OFICINA DE ESTETICA 13 - OFICIA DE BALEZA (CABELO E MARQUIAGEM 14 - OFICINA DE ARTESANATO 15 - ESPAÇO DE DESCANSO E ESPERA 16 - ADMINISTRAÇÃO 17 - SALA DOS FUNCIONÁRIOS 18 - COPA 19 - BANHEIROS 20 - SALA DE AULA - USO LIVRE

2

3

+5,00

5

4


19

12

18 6

10

8

17

15

13

16 +3,00

+4,00

7

9

11

14

20

1m 2m

77

5m

10m


ABERTURAS

Aberturas existentes Saída de emergência/Entrada e saída de material Saída de emergência

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Acesso principal e circulação central Aberturas propostas


ESQUEMAS DE ABERTURAS

79


CORTES

80


CORTE AA 1m

5m

10m

20m

CORTE BB 1m

81

5m

10m

20m


RUA COMPARTILHADA A rua compartilhada foi escolhida como forma de solucionar o fechamento de parte da Rua Rio Grande do Sul e da Rua Andre Rebouças. Para que as oficinas e o cafe tenham acessoa a fornecimento de material, e pra que a liberdade dos moradores não seja drasticamente alterada, alguns veículos poderam ter acesso a rua, mas somente mediante a autorização.

82

A rua também retoma uma ideia que ja foi descrita anteriormente, a de retomar a ideia de “esplanada” que antigamente já existia no local. Para o pedestre a circulação serpa livre, e possibilitará a criação de uma ligação direta entre a Escola Municipal, que vai ter parcela do muro demolido, com os edificios da área de intervenção.


CORTE CC 1m

83

5m

10m

20m


84


85


BIBLIOGRAFIA BRANDI, Ed. di

Cesare. storia

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KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização: problemas teóricos de restauro. Atelie Editorial, 2009. SARILHO, Sarah Borin. Revitalização da estação ferroviária Barracão. Ribeirão Projeto de pesquisa para obtenção do de bacharel em arquitetura e urbanismo,

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SILVA, Adriana Capretz Borges da. Campos Elíseos e Ipiranga: memórias do antigo Barracão.1.ed. Editora COC: Ribeirão Preto, 2006, SOUZA, C.V.F, SORIANI, M.B., ZAMPOLLO, M.S. – Pare, Olhe e Escute – Patrimônio Ferroviário de Ribeirão Preto, 2012. Ed. Fundação Instituto do Livro de Ribeirão Preto-2012. TOMAZ, P. C. – Artigo - A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E SUA TRAJETÓRIA NO BRASILUniversidade Presbiteriana Mackenzie, agosto 2010. VIOLLET-LE-DUC, Restauração.

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