Coope Notícias - Ed. #41 - Especial V STA

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Edição

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Especial Edição 41 Ano 7 Setembro 2016 Santa Maria de Jetibá - ES

O jornal do cooperado da:

De pais para filhos: sucessão familiar pág. 3

Os melhores cafés foram premiados durante a V Semana Tecnológica do Agronegócio pág. 11

Pelo segundo ano a Coopeavi promove o Concurso de Qualidade de Ovos pág. 7

Mesa Redonda esclarece como são realizadas as previsões de Safra do Café no ES pág. 10


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Editorial Informativo Bimestral da Coopeavi Santa Maria de Jetibá - ES Ano VIII – Nº 41

Palavra da Diretoria

Temos muito que comemorar!

S

im, pode parecer estranho falar em comemoração em um momento como este que vivemos, onde a seca tem prejudicado imensamente o produtor rural e a crise econômica tem batido na porta para desvalorizar os nossos produtos. No entanto, acreditamos que sim, podemos falar em comemoração, pois mostramos mais uma vez que a união via o cooperativismo pode proporcionar mais para todos os envolvidos. A cooperativa chega aos seus 52 anos forte e bem estruturada para dar suporte ao cooperado. No dia 06 de setembro comemoramos o aniversário da Coopeavi, comemoramos por

ter tantas pessoas que trabalham e confiam dignamente junto com a cooperativa. Várias coisas mudaram. A rua que era de terra, hoje é asfaltada. A cooperativa que nascia,

No dia 6 de setembro comemoramos o aniversário da Coopeavi, comemoramos por ter tantas pessoas que trabalham e confiam dignamente junto com a cooperativa

hoje é considerada uma das mais importantes do Estado. Mas uma coisa não mudou, e não poderia mudar, o propósito de agregar valor ao negócio do cooperado, a união em favor de levar desenvolvimento ao homem do campo. Esse espírito pudemos sentir ao reunir produtores cooperados, de várias regiões do Espírito Santo e Minas Gerais, em Santa Teresa, nos dias 17 a 20 de agosto, na V Semana Tecnológica do Agronegócio. Vimos nos olhos de cada produtor a vontade de trabalhar conosco, fortalecendo ainda mais o cooperativismo. Por isso, dedicamos esta edição do Coope Notícia para contar um pouco

como foi a STA deste ano. Conseguimos entregar a melhor condição comercial, conhecimento, integração, lazer para toda a família e soluções para impulsionar o agronegócio de cada cooperado. Reconhecemos e premiamos os melhores cafés produzidos, tanto arábica quanto conilon, e o melhor ovo. São em momentos como a STA, que sentimos renovado o espírito cooperativista motivador da fundação da Coopeavi na década de 1960. Dizemos no início deste texto e reafirmamos: temos muito que comemorar! Boa Leitura!

Diretoria Executiva

Arno Potratz Presidente

Denilson Potratz Vice-Presidente

Argêo João Uliana Diretor Administrativo Comercial

Avelino Hell, Cláudio Novelli, Ederson Jacob, Edival Corteletti, Fábio Fösh e Willian Espíndula Conselho ADMINISTRATIVO

Carlos Alberto Roldi Filho, Josélio Kruger e Solimar Plaster Conselho Fiscal

Carlos A. Lima, Daniel Piazzini, Luís C. Brandt e Marcelino Bellardt Gerência Executivas

Fred Colnago Diagramação e projeto gráfico

Domicio Faustino Natália Zucolotto Textos

Domicio Faustino Revisão

GIRO RÁPIDO

Felipe Amarelo Fotos de Capa

Coopeavi participa de Encontro nos EUA A Syngenta reuniu uma equipe de elite do agronegócio nacional para participar do Encontro das Cooperativas Aliadas (ECOA), em Seattle, nos EUA, durante os dias 12 a 20 de agosto. A Coopeavi foi uma das cooperativas escolhidas para integrar a comitiva em busca de conteúdo de alta performance e gestão de talentos.

Cafés capixabas destacados no RIO A Coopeavi é a única cooperativa do ES com exposição de seus cafés no Espaço Arte do Café desde o início da Olimpíada. No dia 10, o nosso degustador Q-Grader-CQI Edevaldo Costalonga realizou rodadas de degustações e apresentações dos cafés capixabas na Casa Brasil.

Chegada do milho argentino no ES Chegou no Espírito Santo o milho comprado da Argentina e a Coopeavi foi uma das entidades ouvidas na matéria especial preparada pela TV Gazeta, para o Jornal do Campo. Além disso, o Governo do Estado prorrogou o benefício do ICMS até meados de 2017. Em breve chegarão mais cargas de milho vindo da Argentina .

Feira de Negócios em Caratinga Logo após a STA, a Coopeavi participou e levou condições comerciais diferenciadas para I Feira de Negócios Agropecuários em Caratinga, organizada pelo Sicoob Credcooper. O gerente executivo de marketing Daniel Piazzini foi um dos principais palestrantes do evento.

Tiragem: 3.000 Fale Conosco (27) 3263-4750 – ramal 4830 imprensa@coopeavi.coop.br

Rua Francisco Schwartz, 88 - Centro Santa Maria de Jetibá - ES CEP: 29.645-000 Fb.com/coopeaviagronegocios Twitter.com/Coopeavi www.coopeavi.coop.br

Casal mineiro viaja todos os anos para participar da STA

Jovelino e Meire já estão preparando para voltar ao ES para a próxima STA

“Quando termina a feira a gente já começa a juntar as ‘pratinhas’ e nos programar para a do ano que vem”. Essa é a fala de Jovelino Pereira de Oliveira, que junto de sua companheira, Meire Ney de Oliveira, visitaram todas as edições da Semana Tecnológica do Agronegócio. O casal de produtores rurais vive do café na cidade de Inhapim, Minas Gerais, e acompanha a feira desde sua primeira edição, há cinco anos,

quando ainda ocorria em Santa Maria de Jetibá. Juntos há 29 anos, Jovelino e Meire Ney são cooperados e não perdem uma palestra, com o objetivo de levar para o campo todas as informações coletadas por aqui. “Nas primeiras edições não tinham tantas palestras, workshops e estandes voltados para o plantio de café, mas hoje já têm muito. Está bom demais! A programação abre muito o nosso le-

que de opções para trabalhar no campo”, disse Meire Ney. “Não é fácil viver da roça, sabe? Se a gente não buscar informações e tentar se atualizar, fica complicado. Aqui a gente consegue tudo isso, sai daqui muito mais capacitado e ainda aproveito para passear com minha esposa por Santa Teresa”, disse Jovelino, que complementou: “se Deus nos der saúde, ano que vem estaremos aqui com certeza”.


Especial STA 2016

Informativo Bimestral da Coopeavi • Ano VIII • N. 41

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De pais para filhos: sucessão familiar Um dos grandes desafios da gestão rural é a passagem de bastão dos pais para os filhos continuarem o negócio da família om o tema “De pais C para filhos: sucessão familiar”, Helda Elaine

ministrou uma palestra motivacional para os cooperados que participaram do primeiro dia da Semana Tecnológica de Agronegócio. A palestrante falou sobre foco, iniciativa, percepção e valorização do potencial dos familiares dentro de suas residências para que o sucesso aliado a felicidade na vida rural sejam atingidos. Atuando há 5 anos como palestrante profissional, a paranaense Helda Elaine já proferiu centenas de palestras, e entre suas especializações estão as com foco no agronegócio e no cooperativismo. Com vídeos motivacionais mostrando a força da união entre os familiares, a palestra de Helda expôs a importância de pais e filhos trabalharem no campo juntos, com oportunidade

Com o tema “De pais para filhos: sucessão familiar”, Helda Elaine ministrou uma palestra motivacional no primeiro dia da V STA

de conviver juntos, compartilhar experiências e valorizar a produção que têm, sempre tentando crescer e melhorar seus produtos e serviços. A palestra, que durou cerca de uma hora, incitou as famílias que vivem do campo a perceberem a importância da união para o sucesso não só financeiro, mas em todas as áreas, quando o assunto é família.

“Às vezes fazemos parte de uma cooperativa, mas dentro de casa não somos de fato unidos. Isso não pode acontecer. A ideia é mostrar que cada um de vocês são empresários e precisam dar o seu melhor e, por isso, às vezes vale levar em consideração a inovação que as novas gerações da família são capazes de trazer. Entenda que os filhos podem ter

ideais novas e, mesmo com menos experiência, podem transformar e inovar o negócio familiar”, disse Helda. Inovação, foco e vontade de trabalhar, é a chave de sucesso para o crescimento, acrescentou Helda, que terminou a palestra sob uma salva de palmas, que segundo ela, era destinada a todos os cooperados presentes.

A ideia é mostrar que cada um de vocês são empresários e precisam dar o seu melhor e, por isso, às vezes vale levar em consideração a inovação que as novas gerações da família são capazes de trazer Helda Elaine


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O cuidado com a água começa em casa Fortlev apresentou biodigestor para tratamento de esgoto doméstico para evitar transferir poluição ao lençol freático

água é um dos temas A mais desafiadores para quem vive no cam-

po, e foi este o assunto central da primeira palestra da Semana Tecnológica do Agronegócio. Formas de usá-la sustentavelmente e apresentação de novos produtos no mercado que viabilizam o tratamento sanitário nas residências rurais foram os principais assuntos abordados na palestra “O cuidado com a água começa em sua casa”. No Brasil, mais de 90% dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos esgotos industriais não tratados são jogados em rios. No Espírito Santo, com a falta de água no campo, soluções e tec-

nologias são uma necessidade real dos produtores rurais. Uma novidade do mercado apresentada na palestra, por exemplo, foi o biodigestor lançado pela Fortlev, que além de substituir os fossos artesanais que concentram resíduos domésticos durante todo o ano, não transfere a poluição para o lençol freático. “Esse biodigestor é uma estação de tratamento de efluente doméstico. Esse equipamento trata os resíduos e reduz a quantidade de matéria orgânica que seria lançada em rios. Além disso, nos tradicionais fossos há a necessidade de contratar um caminhão limpa fossa, que geraria gastos, enquanto no biodigestor o próprio morador pode fazer essa limpeza. Além disso, parte da água do equipamento pode ser reutilizada em

O casal, Lindomar Garbrecht e Evelina Haase Garbrecht, aprovou a nova solução apresentada na STA

plantações como café”, explicou a engenheira. Entre os presentes na palestra estavam os produtores de café e inhame de Itarana, Linem números

Apenas 22%

da população rural tem acesso a serviços adequados de saneamento básico

domar Garbrecht, 32 anos e sua esposa Evelina Haase Garbrecht, 28, que estão preocupados com a seca dos últimos três anos e buscam alternativas eficientes para contornar a falta de água. “Certamente hoje no campo a maior preocupação é a água. Se chove, fica tudo bem, mas

Usar ou não usar a Água subterrânea? A pergunta foi tema de uma das palestras realizadas no terceiro dia da STA. Cooperados estavam em busca de respostas de como utilizar a água subterrânea em seus terrenos de forma regulamentada e sustentável. As dúvidas foram respondidas pela especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (Ana) Márcia Tereza Pantoja. “Sim, hoje os produtores rurais podem perfurar poços para abastecimento público, ou seja, para a utilização do uso humano e da irrigação. Isso foi aprovado em agosto de 2016 devido à escassez de água”, explicou Márcia. Em outubro de 2015 as escavações foram proibidas no Estado – exceto para uso huma-

no. Agora, apesar de ser permitido, a perfuração de poços tubulares fica condicionada à prévia autorização da Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo (AGERH), conforme prevê a instrução normativa nº 011/2016. “Mas vale lembrar que como estamos passando por momento de escassez hídrica, o cenário é de alerta ficou determinado que fica proibido, em todo o Estado, todo e qualquer uso de

Com a crise hídrica no Estado surgiu uma demanda nova e crescente pela água do subsolo. Anderson Gomes da Silva, agente de Desenvolvimento ambiental e de Recursos Hídricos da AGERH

Márcia Tereza Pantoja, da Agência Nacional de Águas (ANA) falou sobre o tema durante a STA 2016

água que não seja para animais e humanos no período 5h e 18 horas. Sejam os poços regulamentados ou não”, explicou a especialista. Regulamentação Na região de Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e de municípios vizinhos, apenas dez poços são regulamentados. Além da outorga dos poços na AGERH ser recente, os produtores rurais se mostraram ainda inseguros de se legalizar na agência e depois futuramente serem cobrados ou impedidos de usar a água. O agente de desenvolvimento ambiental e de recursos hídricos da AGERH Anderson Gomes da Silva explicou que o intuito da agência não é a cobrança ou punição, e sim do mapea-

nos últimos três anos a seca vem pegando a gente e eu e minha esposa viemos aqui nessa palestra para saber um pouco mais sobre essas tecnologias do mercado e ficar por dentro do que podemos fazer para manter uma boa quantidade de água em nosso terreno”, afirmou Lindomar.

mento da água subterrânea no Estado. “Com a crise hídrica no Estado surgiu uma demanda nova e crescente pela água no subsolo. Por isso, a agência precisa conhecer quem tem água para mapear e estudar a utilização desse recurso da forma mais sustentável possível”, disse.

Cadastramento Os produtores que buscam informação e regulamentação dos poços podem acessar o site da AGERH (www. agerh.es.gov.br), ir na aba serviços, e clicar em “Cadastro Estadual de Águas Subterrâneas”. (www.agerh.es.gov.br/ cadastro-estadual-de-aguas-subterraneas).


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Mitos e verdades do manejo preventivo O manejo adequado é um dos grandes aliados para produzir com qualidade, mas há diversos mitos sobre o manejo preventivo

A

região Serrana do Espírito Santo é a principal produtora de hortaliças. Com a crescente procura por produtos saudáveis, o desafio de produzir com qualidade, sem deformidades e no padrão exigido pelo consumidor, cresce na mesma proporção. E para fazer o controle de pragas e doenças, o produtor tem recorrido a diversos métodos, um

deles é o manejo preventivo. O pesquisador do Incaper Hélcio Costa foi convidado para apresentar ao público da STA sobre os mitos e verdades do manejo preventivo de doenças de hortaliças. Um dos principais mitos é que todas as manchas e perfurações nas folhas são doenças, mas na verdade podem ter sido causadas por outros agentes. “Praga, deficiência nutricional, condições climáticas, insolação, falta d‘água e fatores fisiológicos podem causar sintomas nas plantas que

CONTROLE

Satisfação Os agricultores Dermival Tonn e Laudemiro Brun, que dividem uma propriedade em Alto Caldeirão, em Santa Teresa. “Nós ficamos muito satisfeitos com as informações dessa palestra de hortaliças. Plantamos berinjela e pepino, e hoje nossos maiores problemas são os nematóides e os fungos oídio e verticílio. Se não tomar conta a gente perde tudo”, disse Dermival

confunde o produtor”, disse o agrônomo da Coopeavi, Dr. José Roberto Gonçalves. Durante a palestra sobre o tema, o auditório ficou lotado e muitos produtores rurais mostraram interesse no assunto. Segundo o pesquisador do Incaper Hélcio Costa, as hortaliças requerem uma atenção no manejo muito maior do que uma cultura de café, por exemplo.

“O ideal para quem planta hortaliça é que um técnico acompanhe a produção de 15 em 15 dias, isso se não puder que essas visitas sejam semanais. São culturas muito delicadas e são preciso cuidados especiais”, explicou Hélcio, que disse ter ficado satisfeito com o interesse dos produtores: “Cinco agricultores pediram meu telefone para ajudá-los”. Na palestra, o pesqui-

sador apresentou cases de sucesso de produtores do ES, dicas de manejo, tipos de rotação de cultura adequado para cada plantação, entre outros assuntos. E frisou que o manejo preventivo é importante, mas deve ser realizado com a orientação de um profissional, como técnico agrícola ou agrônomo, para evitar diagnósticos equivocados e ter resultados satisfatórios.

Nematóides na lavoura: convivência ou extermínio

Um problema que vem crescendo no Brasil e que reduz a produtividade de várias culturas é a alta incidência de nematóides. No Espírito Santo, o assunto vem ganhando atenção de pesquisadores e produtores, que se reuniram em uma das palestras da Semana Tecnológica do Agronegócio: “Nematóides na lavoura: convivência ou extermínio”, ministrada pelo professor da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e especialista no assunto Marcelo Barreto da

Silva. De difícil identificação, os nematóides – que são pequenos vermes que vivem no solo e sugam as raízes das plantas - comprometem o sistema radicular e podem ocasionar perdas de 30% a 100% da plantação. Marcelo Barreto explicou que é praticamente impossível exterminá-los, mas há formas de reduzir a praga com um manejo inteligente. “O controle químico não resolve o problema, ajuda a resolver apenas uma parte. Hoje em dia

EXPERIÊNCIA

Na prática Os agricultores Orlando Seibel e Loral Jacob plantam inhame em Laranja da Terra e afirmaram que o nematoide é um problema na plantação. “Quando a planta está com essa doença ela não produz. Como o professor disse, a rotação de cultura

ajuda, já faço a rotação de inhame, capim e quero começar com milho. ”, disse Orlando.

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uma ótima opção para os agricultores é o controle biológico, com a utilização das bactérias pasteuria, pochoria e do fungo trichoderna, organismos que se alimentam de nematoides e reduzem a reprodução”, disse Barreto. O professor deu dicas

para os cooperados afim minimizar os problemas com nematoides. Entre as orientações estavam: evitar solos arenosos, controlar a erosão, manter adubação equilibrada e plantio de crotralaria spectabilis e Mucuna preta, plantas que são má hospedeiras

e não permitem a multiplicação de nematóides. “Além disso, é importante a adição de matéria orgânica no solo, destruir as plantas doentes de forma adequada, eliminar plantas daninhas hospedeiras e fazer a rotação de culturas”, disse.


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Pesquisadores da Embrapa e APTA explica o assunto aos produtores rurais durante a Semana Tecnológica do Agronegócio

Sigatoka Negra e Amarela preocupam produtores de banana Cooperados recebem dicas para evitar a proliferação destas doenças que estão cada vez mais perto das regiões produtoras

oenças mais coD muns, formas de prevenção e de trata-

mento na produção de bananas e boas práticas de manejo foram os assuntos debatidos com especialistas nacionalmente renomados em uma das palestras no segundo dia da STA 2016, em Santa Teresa. Os pesquisadores Miguel Rodríguez, da Embrapa e Wilson da Silva, da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) falaram sobre a Sigatoka Negra e Amarela, doenças causadas por fungos e que são problemas em bananais de todo o

mundo. “Pesquisamos durante anos a proliferação desse fungo e observamos que em épocas mais chuvosas a transmissão acontece mais fácil. É preciso tomar medidas preventivas e depois medidas curativas, que são as aplicações de fungicidas”, disse Wilson. Uma das orientações do pesquisador da APTA foi a desfolha sanitária, que nada mais é do que a retirada das folhas secas – que é uma das origens da proliferação da doença. “Todas as folhas secas retiradas devem ser reunidas em um monte e o produtor precisa jogar ureia, pois há nitrogênio e em 72 horas ocorre a decomposição e a matéria orgânica volta para a terra sem perigo de contaminação”, disse.

Doença cada vez mais perto O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou no primeiro semestre desse ano que vai anular a Instrução Normativa que reconhece o Espírito Santo como área livre da Sigatoka Negra. O fungo foi encontrado em 2015 e no início deste ano em propriedades rurais de São Mateus, Pinheiros e Linhares. Na prática, a revogação impede ou dificulta a comercialização da banana capixaba com

os demais estados onde não há registro da doença. Segundo estimativa do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), 80% da banana produzida no Espírito Santo (276 mil toneladas por ano) é vendida para outras regiões do país. em números

80% da produção do Espírito Santo é vendida para outros estados

SANTA TERESA

Bananais abandonados são transmissores Durante a palestra, Gean Carlos Cerchi, 19 anos, anotou todas as novas informações sobre a doença. Ele e sua mãe, Maura Totola, 53, têm uma plantação de banana em Nova Lom-

bardia, em Santa Teresa. “Quase todo mundo que planta banana tem problema com a sigatoka amarela, mas a negra ainda não tínhamos tantas informações. Achei interessante

ele lembrar que os bananais abandonados devem ser exterminados, pois são transmissores. Hoje o que mais tem por aí é bananal abandonado”, disse Gean.

Consumidor cada vez mais exigente O consumidor está exigente e não aceita mais qualquer produto nas prateleiras dos supermercados. Por sua vez, estes estabelecimentos cobram eficiência e qualidade da produção dos agricultores. Essa relação entre produtor rural, supermercado e consumidor final poder ser facilitada através da tecnologia. No workshop “Rastreabilidade e qualidade para a cultura do tomate” foi

apresentado pela empresa PariPassu soluções de modernização do produtor

A rastreabilidade ajuda ao consumidor a ter uma ligação direta com o produtor do tomate Guilherme Reis Fumagalhi Filho, consultor da PariPassu

através de aplicativos de celular. “Hoje o produtor rural pode estar interligado através de aplicativos de celular tanto com o supermercado quanto com o consumidor. Caso o cliente compre o tomate, por exemplo, e não goste, com a rastreabilidade é possível que esse cliente converse diretamente com o agricultor no campo”, disse Guilherme Reis Fumagalli Filho, consultor da PariPassu.


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O agronegócio é um mundo de oportunidades para os jovens Mais de 200 estudantes do ensino superior participam do primeiro dia da V Semana Tecnológica do Agronegócio

e importador de D alimentos até meados da década de 1970,

o Brasil se transformou nos últimos 25 anos em uma das maiores potências agrícolas mundiais. A tecnologia, que potencializa desde estudos de desenvolvimentos de sementes até maquinário, elevou a produtividade agrícola e hoje, o agronegócio é um dos principais mercados dos país. Mas mesmo com um mercado tão promissor, como manter e atrair as novas gerações para oportuni-

Temos muita coisa que permeia o agronegócio que pode ser vista como oportunidade

Daniel Piazzini, gerente executivo de Marketing da Coopeavi

Estudantes apresentam seus trabalhos científicos durante a STA

dades no campo? Essa questão foi debatida na palestra “O agro que dá negócio”, liderada pelo gerente executivo de marketing da Coopeavi, Daniel Piazzini, que mostrou oportunidades em diversos ramos, e espaço para crescimento no campo, para cerca de 200 universitários dos cursos de administração e contabilidade das faculdades Esfa e Farese. A palavra mais dita por Piazzini durante a palestra foi mesmo “oportunidade”. Segundo ele, a região que agrega Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e municípios próximos sofrem ainda com uma escassez de mão de obra especializada, e instigou: “Tem muita coisa que permeia o agronegócio que pode ser vista como oportunidade. Os drones hoje em dia já são fabricados especificamente para pulverização de produtos fitossanitários em lavouras. Como seria aqui? Os jovens têm gás para pensar em novas soluções? Temos espaço para isso”, disse Piazzini. Filha de cooperados produtores de ovos, em Santa Maria de Jetibá, e cursando administração na Farese, Estefani Holz, 22 anos, não pensa em

NOVA GERAÇÃO

Jovens estudantes já pensam no futuro Estudantes de Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa tiveram um momento especial dentro da programação da STA e conheceram um pouco mais sobre as diversas

sair do município e acredita que no interior ainda tem espaço no mercado de trabalho. “O convívio familiar, o clima da minha cidade e outros fatores fazem eu querer continuar em casa e ajudar meus pais, mas, é claro, pensando em formas inovadoras”, disse. Já Heitor de Sousa, 23,

oportunidades oferecidas pelo agronegócio, o único segmento da economia que cresce em meio à crise econômica. Entre os estudantes da ESFA e FARESE que estiveram no evento,

que mora em Santa Maria de Jetibá, pensa em trabalhar com agronegócio mesmo não tendo pais que trabalhem no ramo. “Acho que é um setor que realmente tem muitas chances de crescer e achei a palestra muito interessante”, disse o jovem que estuda contabilidade. O que mais chama

Estefani Holz, Heitor de Sousa e Giliard Shulz saíram do evento com outra visão sobre o potencial de crescimento na zona rural e já pensam em oportunidades futuras.

atenção do universitário Gilliard Schulz, 34, é o potencial de crescimento no turismo. “Nossa região é muito bonita, mas acho que é mal aproveitada nesse setor. O agroturismo traz preservação, renda, lazer, mas é preciso muito investimento, não só privado, mas do Estado”.

Geração de conteúdo científico Uma das novidades da V Semana Tecnológica do Agronegócio deste ano foi a apresentação de painéis com trabalhos técnicos/científicos, produzidos por estudantes, pesquisadores e profissionais atuantes no campo. A organização da feira recebeu diversos trabalhos e classificou onze para serem apresentados durante o evento. “Essa é uma iniciativa para

aproximar o conteúdo acadêmico do homem do campo, com uma linguagem mais simples estamos compartilhando conhecimento”, afirma o presidente da Comissão Científica da STA, o Dr. José Roberto Gonçalves. Além disso, a STA contou com a presença dos estudantes do Ifes, que apresentaram os trabalhos desenvolvidos pela empresa júnior Agrifes.

Estudantes do Ifes - campus de Santa Teresa também participaram da STA


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Palestra apresenta benefícios dos ovos para a saúde humana O ovo é um dos alimentos mais completos para o ser humano, pois é rico em nutrientes, vitaminas e proteína

or muitos anos se P acreditava que o ovo era o vilão para o coles-

terol. Depois de inúmeras pesquisas por todo o mundo, já se sabe que ele está entre os alimentos mais ricos em nutrientes e é uma ótima fonte para quem busca uma vida saudável. A importância do ovo na saúde humana foi o assunto da palestra ministrada pela Lucia Endriukaite, consultora do Instituto Ovos Brasil. “Fiz uma abordagem geral sobre como o ovo é um alimento importante no nosso dia a dia. Ele tem proteína, inúmeros nutrientes, tem vitaminas, carotenóides, então tudo isso causa inúmeros

benefícios para o funcionamento celular do nosso organismo”, disse. Durante a palestra, Lucia foi questionada sobre a má fama do ovo em relação ao colesterol e explicou: “Acho que o preconceito em relação ao colesterol do ovo é passado, estamos em outra fase. Já foram feitos inúmeros estudos científicos desde a década de 70 até agora, e já está mais que provado que ele não é o vilão do colesterol e não faz mal à saúde, se consumido com equilíbrio, assim como qualquer alimento”. crescimento A cada ano o consumo de ovos pelos brasileiros vem crescendo:

182 ovos

191 ovos

2014

2015

Fonte: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

MUDANÇA NA DIETA

“Hoje me sinto até mais disposta” Na casa de Nereida de Cássia o que não falta é ovo na alimentação. Ela, que é de Santa Rita do Itueto, em Minas Gerais, participou da palestra para conhecer ainda mais os benefícios desse alimento. “Na minha casa somos

em três pessoas e consumimos cerca de 60 ovos por mês. Comecei me interessar sobre os benefícios desse alimento, e pode acreditar, depois que passei a comer mais ovos eu curei minha rosácea (doença de pele), melhorei mi-

Impacto da Influenza à cadeia avícola O mercado capixaba de ovos e frango é forte e muito promissor. O Estado representou 10% de toda a produção de ovos no Brasil em 2015, e o país ainda pode expandir seu mercado para fora, já que exporta apenas 1% da produção brasileira. Mas para que esse mercado não pare de crescer e expanda suas

fronteiras, alguns cuidados para evitar doenças são necessários e uma das que mais preocupa a cadeia avícola é a influenza aviária. Popularmente conhecida como gripe aviária, a doença vem causando ao longo dos anos pandemias mundiais. O assunto foi apresentado aos avicultores cooperados no Qualifi-

Qualificaves especial realizado durante a STA abordou um o tema que é uma das principais preocupações do setor

caves pelo médico veterinário Dr. Paulo César Martins, diretor técnico da Biocamp Laboratórios e que por 40 anos trabalhou com manejo e patologia de aves no Brasil e América Latina. Especialista no assunto, Martins explicou que a origem da doença vem das aves selvagens migratórias, que são consideradas reserva-

tórios do vírus na natureza, e o Brasil recebe essas aves anualmente, por isso, há a preocupação real. “Já houve surtos na Ásia, Europa e bem perto de nós, aqui no Chile. A Influenza Aviária é hoje um temor dos avicultores, e como é uma doença silenciosa, o ideal é sempre fazer exames quando o lote de aves vai para o abate. Só assim o produtor saberá se sua granja segue segura”, disse. Martins apresentou um cálculo caso o Brasil sofra uma pandemia de gripe aviária. Levando em consideração o último PIB, com um lapso na avicultura, o PIB cairia 0,33%.

O Vietnã sofreu muito mais, porque não possuia um plano de contingência estruturado como o Japão Dr. Paulo César Martins, diretor técnico da Biocamp

nha visão e tudo isso sem ter ganho de peso. Hoje me sinto até mais disposta”, comemora. Neireide contou ainda que aprendeu sobre o armazenamento correto do ovo e sobre não poder lavar a sua casca.

Laboratórios patológicos para aves no Espírito Santo No Brasil há pouquíssimos laboratórios especializados e os produtores de Santa Maria de Jetibá não têm acesso fácil a exames que identificam a influenza. “Para se ter uma noção, a maioria dos lotes de abate nos Estados Unidos fazem exames patológicos. Em 2015, o país realizou dois milhões de exames, enquanto no Brasil foram feitos apenas 13 mil. Isso é preocupante, pois o vírus pode estar se desenvolvendo e a gente não sabe”, explicou Martins. O alerta de Paulo César Martins teve como objetivo sugerir que os avicultores comecem a analisar a importância de o Espírito Santo possuir um laboratório credenciado para análises desse tipo, visto que Santa Maria de Jetibá é a segunda maior produtora de ovos do Brasil.


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O II Concurso de Qualidade de Ovos no ES ganhou a avaliação de um time de jurados qualificados

Avaliação dos ovos no II Concurso de Qualidade de Ovos da Coopeavi Pelo segundo ano consecutivo foi realizada a premiação do melhor ovo produzido no Espírito Santo, durante a STA

avaliação do II ConA curso de Qualidade de Ovos da Coopeavi

aconteceu dia 18, no segundo dia da Semana Tecnológica do Agronegócio (STA). Ao todo, a produção de 24 produtores de ovos de Santa

Maria de Jetibá foi avaliada por sete jurados especializados no assunto. O médico veterinário e integrante da comissão organizadora do concurso, Nielton Cezar Ton, disse que os ovos apresentaram boa qua-

Jurados foram minuciosos na avaliação dos ovos

lidade e estavam dentro das expectativas. “Era o que a gente estava esperando, os ovos estão apresentando ótima qualidade”, disse. Ele ainda explica os critérios que levaram os jurados a escolherem os melhores ovos. “Avaliamos a parte externa e interna do ovo, como a uniformidade de tamanho, defeito no formato, defeito na textura, sujidades, centralização da gema, resistência e espessura da casca, entre outros quesitos”. Nielton explica que quando os ovos conseguem se adequar a todos esses parâmetros significa que os produtores têm um manejo e nutrição adequada com suas aves.

Fábio Fösch ganha o Concurso de Qualidade

O título de melhor ovo produzido em terras capixabas já tem novo dono, o avicultor Fábio Fösch, de Santa Maria de Jetibá. A divulgação do resultado final do II Concurso de Qualidade de Ovos no Espírito Santo, realizado pela Coopeavi com apoio da Associação de Avicultores do Espírito Santo (AVES), aconteceu no último dia (20) da V STA, em Santa Teresa. O vencedor ganhou uma premiação de dois mil reais. Depois de realizar todas

as análises, o vencedor foi anunciado no dia 20 de agosto, em Santa Teresa, durante a STA. O avicultor Fábio Fösch, de São Sebastião do Belém, Santa Maria de Jetibá, ganhou a premiação máxima da competição. “Essa premiação mostra a importância do trabalho em família, no dia da inscrição eu não estava em casa e quem inscreveu a minha granja foi a minha esposa, se não fosse ela, eu não estaria aqui recebendo este prêmio”,

comentou Fösch após a premiação. Além de Fábio, outros dois avicultores foram premiados: Laurentino Kruger e Marciel Guering. No total, foram distribuídos 4,5 mil reais em premiação para os três melhores. “Estamos criando uma identidade e um padrão de qualidade dos ovos produzidos em Santa Maria de Jetibá, este concurso contribui muito para isso”, disse o diretor executivo da AVES, Nélio Hand.

Nutrição e manejo adequados são essenciais. Para ter um ovo de qualidade é importante ter uma atenção especial na nutrição das aves, como explica o zootecnista da Copeavi, Felipe Petrucci. “A nutrição influencia diretamente em alguns requisitos avaliados, como resistência da casca, coloração da gema, presença de trincas e Unidade Hor”, disse Petrucci. Já o manejo impacta no resultado de todos os requisitos avaliados. “Uma prática equivocada no período de recria da pintainha pode influenciar em todo o ciclo produtivo da ave, assim como um manejo equivocado no dia-a-dia

pode influenciar no volume e na qualidade produzido pelas galinhas”, comenta Nielton. Depois da avaliação dos jurados e da DET 6000 (Digital Egg Test), a comissão organizadora do II Concurso de Qualidade de Ovos divulgou os 10 avicultores finalistas. os finalistas

Alverino Zution de Souza Dalmiro Ponath Denerson Tesch Fábio Foesch Florisvaldo Biche Joelma Schultz Laurentino Krüger Maciel Gering Romério Mauri Waldecyr Lemke Obs.: Finalistas em ordem alfabética


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Informativo Bimestral da Coopeavi • Ano VIII • N. 41

Estamos tomando como base dados desatualizados e isso acaba comprometendo a previsão de safra Romário Ferrão, pesquisador do Incaper

Censo desatualizado: grande problema das previsões de Safra “Ninguém foi na minha propriedade saber quanto produzi de café, como vou acreditar nas previsões?” s previsões sobre A a safra do café são divulgadas anualmente

e têm grande importância para o planejamento, tanto da iniciativa pública quanto privada, e influenciam diretamente as decisões estratégicas. No entanto, apesar das modernizações metodológicas dessas previsões, produtores e empresas privadas ainda questionam os números apresentados. Com o objetivo de esclarecer como são mensurados a previsão da safra, representantes da Secretaria Estadual de Agricultura do Espírito Santo, Coopeavi, Conab, IBGE, Incaper, OCB-ES, Abic, Sindicafé entre outras entidades participaram de uma mesa redonda com produtores rurais de di-

versas culturas – especialmente de café – para esclarecer quais são as metodologias utilizadas, mostrando com transparência os desafios encontrados pelos órgãos e o que é preciso melhorar. Questionamento “Ninguém foi na minha propriedade saber quanto produzi de café, como vou acreditar nas previsões?”. Essa era a pergunta da maioria que estava participando do encontro, que foi respondida pelos representantes do IBGE, Lionório Lisboa e Mauro César Guimarães. “É oneroso e inviável ir em cada propriedade fazer essa pesquisa, assim como a análise por amostragem não identificaria ao certo os resul-

tados. Por isso, fazemos pesquisas subjetivas como a PPA (Prognóstico da Produção Agrícola) e o LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola)”, apontou Mauro César. O analista do IBGE explica que são montadas comissões municipais e regionais com representantes ligados à agricultura local, que fazem uma prévia levando em

consideração a produção do último ano, as peculiaridades regionais, entre os aspectos. Os resultados dessas reuniões municipais são analisados a nível estadual e nacional. “Ou seja, não é uma aposta, são pessoas que conhecem o cenário local que ajudam em uma parte da previsão, e quando algum dado é muito discrepante, esse resultado

A mesa redonda sobre o assunto reuniu representantes do IBGE, CONAB, Incaper, OCB-ES, Abic, Sindicafé, Seag, entre outras.

volta para a comissão fazer uma reavaliação”. Esses dados ajudam a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) fazer o levantamento da safra de café, que tem parceiros na maioria dos Estados produtores e os agentes que prestam as informações em nível estadual e o resultado final é de responsabilidade da Conab. A periodicidade é quadrimestral.


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Cafeicultores de arábica premiados com as famílias

Os melhores micro lotes de cafés são premiados na STA O primeiro Concurso de micro lotes Single Origin recebeu 174 amostras e premiou os melhores cafés arábica e conilon colheita dos cafés A especiais acontece em diversas etapas, vi-

sando colher somente os maduros. Na cata o produtor seleciona os melhores grãos e cuida especialmente deles, pois é o primeiro resultado do trabalho árduo de um ano. Para premiar os melhores cafés desta primeira seleção, a Coopeavi criou o concurso de micro lotes de cafés especiais (Single Origin). Cada produtor pôde selecionar uma saca de café para concorrer ao prêmio máximo, de 1,8 mil reais na saca do melhor arábica e mil reais

na saca do melhor conilon. Para a surpresa da organização do concurso, a primeira edição da premiação recebeu 174 amostras. Tiveram cafés de diversas localidades do Espírito Santo e Leste de Minas Gerais. “A quantidade de cafés inscritos foi uma grande surpresa, devido ao período que ocorreu o concurso, não esperávamos essa quantidade de amostras”, comemora o gerente do negócio café da Coopeavi, Giliarde Cardoso. A escolha do primeiro colocado aconteceu depois de três degustações: uma para definir os finalistas, outra para selecionar os 22 melhores (12 arábicas e 10 conilon) e uma última para ranquear e definir o vencedor. Essa últi-

ma degustação ocorreu no palco principal da V Semana Tecnológica do Agronegócio, no Parque de Exposições de Santa Teresa (ES). O resultado final apontou o café arábica do agricultor Silvanius Kutz, de Alto Barra Encoberta,

Buscamos premiar os melhores micro lotes, pois são os primeiros a serem colhidos e por isso é selecionado pelo produtor

Giliarde Cardoso, gerente do Negócio Café da Coopeavi

em Itarana, como o melhor com nota de 90,25. “A emoção é grande, a gente capricha e a recompensa vem”, disse Kutz visivelmente emocionado. “Eu ainda estou colhendo, esse café foi da primeira cata que fiz, pois, os cafés na minha região amadurece aos poucos. No mês que vem volto para colher o restante”, comenta. Já a origem do melhor café conilon não foi surpresa, e mais uma vez o vencedor foi o cafeicultor João Delpupo, de Afonso Claudio, com nota 88,50. Nos últimos anos, ele ganhou oito concursos de qualidade de café em primeiro lugar. Para ele “o grande segredo é gostar do que se faz e o cuidado na colheita e pós-colheita”.

Já o melhor Conilon é de Afonso Claudio

Campeão da variedade arábica é de Itarana campeões do arábica

Silvanius Kutz

campeões do conilon

Itarana

João Delpupo

Afonso Claudio

Antônio Carlos Delpupo

Afonso Claudio

Adolfo Delpupo

Afonso Claudio

Sydnei Grunewaldt

Itarana

Maycom Tonoli

Venda Nova do Imigrante

Luciano Pimenta

Afonso Claudio

Luciano Tonoli

Afonso Claudio

Wendel Becalli Casagrande

Itaguaçu

Edilson Brandt

Afonso Claudio

Para saber mais, acesse: www.yarabrasil.com.br


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Ração de qualidade é opção para aumentar produção de leite Entre as orientações que Menegucci apresentou a importância de a ração ter probióticos – microrganismos vivos que ajudam da digestão. boa nutrição das vaA cas está diretamente ligada ao aumento da

produtividade de leite, mas em época de estiagem, manter uma alimentação de qualidade no pasto é um desafio para produtores rurais. Na palestra “Aditivos em rações: quanto eles podem nos ajudar na nutrição da vaca”, o médico veterinário da empresa CHR Hanser, Paulo Menegucci palestrou sobre a necessidade de nutrição da vaca de acordo com cada período de sua vida. “No período de transição do animal, que é entre as três semanas que antecede o parto da vaca e três semanas depois do nascimento do bezerro, o animal precisa se alimentar com a melhor

ração e aditivos, pois é fundamental para que haja maior produção de leite nos próximos meses”, explicou o veterinário. Entre as orientações que Menegucci apresentou foi a importância de a ração ter probióticos – microrganismos vivos que ajudam da digestão. No encontro, além das dicas de nutrição foi apresentada a ração Coope Cow Pró-Pasto com aditivos probiótico que melhora a digestabilidade de amido, ou seja, o animal tem aproveitamento completo dos nutrientes da ração e não elimina pelas fezes. Além disso, há um aumento na produção do rebanho leiteiro. A ração também aumenta o aproveitamento do milho e do sorgo; melhora perfil metabólico; reduz gastos de medicamentos com doenças metabólicas como Cetose e há maior produção de proteína e gordura no animal.

EXPERIÊNCIA

Alimentar bem mesmo na seca O produtor de leite Pablo Augusto Schimelpfenig sabe a importância de priorizar uma boa alimentação de suas vacas para aumentar a produção. Ele, que veio de Aimorés, em Minas Gerais, para participar da STA,

conta que a estiagem está dificultando a criação e que uma boa ração é a chance de não ter mais prejuízos. “Eu estou tirando muito mais dinheiro do bolso para manter minhas vacas vivas. Essa seca não está

fácil, por isso a gente precisa vir em busca de informação. Gostei muito da palestra, é a primeira vez que participo do evento aqui em Santa Teresa. Certamente ano que vem estarei aqui de novo”.

Exposição de vacas leiteiras e genética durante a STA Uma das principais novidades da V Semana Tecnológica do Agronegócio deste ano foi a presença mais abrangente do segmento da pecuária de leite. Uma

parceria da Coopeavi com o Grupo Corteletti Fiore possibilitou a realização da exposição de animais durante a feira. O Grupo Corteletti Fiore tem mais de 50

anos de seleção e tradição no mercado de pecuária leiteira e recentemente superou a marca de 17 mil litros/ dia. Com isso entrou no grupo dos 30 maio-

No estande da Fiore os produtores tiveram oportunidade de ver de perto as melhores vacas leiteiras do Grupo Corteletti Fiore

res produtores de leite do Brasil. Além do melhoramento genético realizado, o cooperado e responsável pelo grupo Marcos Corteletti explica que as rações produzidas pela cooperativa têm feito toda a diferença na nutrição de suas vacas. “Tenho trabalhado com a Coopeavi há algum tempo e um dos motivos por ter alcançado esta marca é o padrão de qualidade das rações entregues pela cooperativa. A nutrição completa do meu gado, desde as bezerras até as vacas leiteiras, é feita com as rações Coopeavi, todos os concentrados possuem o mesmo padrão de qualidade. Eu estou muito satisfeito por trabalhar e contar com o apoio da cooperativa”, afirma Corteletti. Durante a STA os visi-

Tenho trabalhado com a Coopeavi há algum tempo e um dos motivos por ter alcançado esta marca é o padrão de qualidade das rações entregues pela cooperativa Marcos Corteletti, cooperado e responsável pelo Grupo Corteletti Fiore

tantes puderam ver de perto as melhores vacas leiteiras do Grupo Corteletti Fiore, adquirir material genético e produtos oriundos do leite, como queijos, iogurtes, entre outros.


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Metódos para indicar erros na silagem As fezes do seu animal pode indicar erros na silagem. Cuidados no momento do preparo é essencial para não ter prejuízos

SECA Silagem é uma opção para alimentação João Albino de Oliveira é produtor de leite de Goiabeira, em Minas Gerais, e percorreu 200 quilômetros para aprender mais sobre silagem na STA. Ele, que começou nesse ramo produzindo 50 litros por dia e hoje aumentou para 300, conta que está tendo que comprar silagem de outros estados, devido à estiagem em Minas Gerais. “Isso aumenta ainda mais os custos, que já não são baixos. Antes a gente produzia silagem na própria região. De qualquer forma, achei importante aprender um pouco mais sobre como esse alimento precisa ser preparado e armazenado. De fato, isso faz diferença no resultado da produção”.

á três anos passando H por períodos longos de estiagem, os produ-

tores rurais – especialmente os de leite – estão preocupados em produzir alimento volumoso de boa qualidade para o rebanho. A utilização de silagem de milho e sorgo vem crescendo, mas para que a produção de leite aumente, esse alimento precisa ser planejado com muitos cuidados. Todas as informações sobre a escolha correta da planta, da produção, do manejo e da estocagem da silagem foram apresentadas pelo médico veterinário e consultor em nutrição de ruminantes Luís Eduardo Zampar. O especialista afirmou que as fezes dos animais e os números da produção de leite podem indicar se a silagem que estão comendo é de boa qualidade ou não. Por exemplo, quando há milho nas fezes significa que a digestabilidade não está boa. “Um saco de milho hoje está em entre R$ 40 e

R$ 60 e o grão é um dos principais ingredientes da alimentação da vaca. Não podemos permitir que ele não seja aproveitado na digestão! Faço consultoria em muitas propriedades para descobrir o porquê da queda na produção de leite e vejo que o problema está na nutrição e normalmente na qualidade da silagem”, disse Zampar. O especialista explica que numa produção de leite, cerca de 60% dos

custos são para alimentação, entretanto se a silagem de milho for de alta qualidade a produção aumenta, há melhora no escore corporal, e no caso do gado de corte,

Um saco de milho hoje está em entre R$ 40 e R$ 60. Não podemos permitir que ele não seja aproveitado na digestão Luís Eduardo Zampar, médico veterinário

o aumento de ganho de peso e o acabamento da carcaça do animal fica em níveis comerciais satisfatórios. “O maior desafio da pecuária leiteira é o custo de produção. Os produtores estão pressionados por causa do alto custo, aí entra outro problema: muitos pecuaristas perdem a silagem por erro de armazenamento ou antecipação na colheita do milho”. Na palestra, o consul-

tor explicou que a silagem precisa ser muito bem compactada para que não ter oxigênio no alimento, o que causa um apodrecimento. Outro erro é colher o milho antecipadamente. Segundo ele, o grão leitoso não é bom, é necessário que esteja maduro. “Entretanto, saiba escolher o tipo do milho. O grão duro não é bom para a silagem, é difícil de ser triturado pelas máquinas e pelos animais”.


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Sustentabilidade e otimismo com Carlos Alberto Júlio Professor Carlos Júlio falou sobre a “teoria do cedro” para exemplificar como deve ser o desenvolvimento sustentável onsiderado um dos C maiores palestrantes do Brasil, segundo

as revistas Veja e Exame, o professor Carlos Alberto Júlio marcou presença na quinta edição da Semana Tecnológica do Agronegócio. Formado em administração com habilitação em comércio exterior e mestrado em marketing estratégico em Harvard, nos Estados Unidos, Carlos Alberto palestrou sobre sustentabilidade no mundo de hoje, seja na vida rural ou urbana. O palestrante falou sobre a importância do planejamento do futuro criando uma base consolidada no presente. Para exemplificar, iniciou sua fala com uma metáfora do “Cedro do Líbano”, uma árvore que nos primeiros dez anos de vida cresce em média 20 cm para fora da terra e cerca de um metro para baixo. Após os dez primeiros anos, quando a raiz da planta está firme, aí sim começa a crescer mais para fora da terra.

Na principal palestra do penúltimo dia da STA o público teve a oportunidade de ouvir um dos princpais palestrante do país

“É uma lição maravilhosa que a natureza pode nos dar. Essa planta trabalha os seus dez primeiros anos para encontrar água, nutrientes e sais minerais para se fixar na terra, e só depois que isso está garantido ela começa a subir. Isso pode ser exemplo para nós, primeiro consolidamos o que temos, depois a gente usufrui”, disse ele, que tem um livro chamado “A economia do cedro”. Cinco princípios Carlos Alberto mostrou a importância de se viver economicamente

No nosso país ainda temos muito o que construir em questão de infraestrutura. Os jovens têm um país inteiro para levantar, e olhando para frente vejo muitas oportunidades. O que temos que fazer agora é passar por essa crise, criar musculatura para daqui pouco tempo alavancar novamente nossa economia Professor Carlos Alberto Júlio, palestrante do terceiro dia da STA

sustentável, e não só no meio ambiente, mas vida social, afetiva e econômica. “Defino cinco desafios que precisamos desenvolver. A primeira é como conseguir prosperidade sendo sustentável. A segunda é ter geração de riqueza no mundo, mas com distribuição de renda justa, e aqui acrescento a importância do cooperativismo. A terceira é a geração de resultados positivos com qualidade de vida no trabalho”. O palestrante falou sobre a importância da concorrência, mas levando em conta os va-

lores e princípios, sem ter o concorrente como inimigo. Por fim, ele falou que os empreendedores precisam aprender que não existem mais empresas em que alguns pensam e outros executam. “Isso precisa ser integrado, só assim o negócio vai para a frente, com a valorização colaboradores”. Cenário otimista O palestrante termina sua fala com um ar otimista afirmando que mesmo com a crise o Brasil ainda tem de 20 a 30 anos de prosperidade.


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O comediante Zezinho Gasolina faz a alegria dos produtores rurais presentes no fechamento da V Semana Tecnológica do Agronegócio

STA bate recorde de público e tem presença de senadores O evento contou com palestras, workshops, exposição de animais, paineis científicos e presença de produtores de várias regiões

om recorde de púC blico de quase seis mil visitantes e mais de

18 milhões de reais em negócios fechados, a V Semana Tecnológica do Agronegócio (STA) se consolida como uma das principais feiras do setor no Espírito Santo. Durante quatro dias, o evento movimentou o município de Santa Teresa e fortaleceu ainda mais o cooperativismo rural, levando tecnolo-

gia e informação para produtores capixabas e mineiros. Nas mais de 20 palestras e workshops, cooperados puderam trocar experiência com profissionais nacionalmente reconhecidos que apresentaram novidades tecnológicas, de manejo animal, técnicas para potencializar a produção na pecuária e agricultura, além de atualização do cenário econômico nacional. Os produtores encontraram em um só espaço máquinas, caminhões, defensivos agrícolas, sementes e outros produtos, e puderem nego-

Arno Potratz, presidente da Coopeavi

ciar crédito e concluir financiamentos com o banco Sicoob priorizando a agilidade e juros especiais. O senador Álvaro Dias foi o palestrante principal do último dia da STA e reforçou a importância do homem do campo. “Durante muitos anos a economia do Brasil foi carregada pela agricultura, é preciso parabenizar os agricultores pelo desempenho, mesmo com a crise e o cenário de recessão. Mas ainda falta muito. Precisamos melhorar questões fiscais, de infraestrutura e políticas públicas”, disse o senador.

Secretário de Estado da Agricultura

Deputado Federal Evair de Melo

A STA mostra a importância de nos unir em busca de novas soluções e reforça o papel do cooperativismo no desenvolvimento rural

Diante uma crise econômica, política e hídrica que estamos passando, nós mostramos que o cooperativismo tem sim muita força Denilson Potratz, vice-presidente da Coopeavi

MOMENTOS

Senador paranaense Álvaro Dias

O senador parabenizou a Coopeavi, afirmou que o cooperativismo é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos produtores e de grande importância econômica para a arrecadação.

Representante do ES no Senado Federal

Um dos representantes do ES no Senado Federal, Ricardo Ferraço, também marcou presença na V STA e parabenizou a Coopeavi pelo trabalho desenvolvido no agronegócio do ES e MG.

O secretário Octaciano Neto acompanhou o fechamento do evento ao lado das demais autoridades e falou sobre a situação de seca vivida no ES, além de anunciar medidas tomadas pelo Governo.

A força do cooperativismo para o desenvolvimento rural, principalmente das agricultura familiar, foi o destaque da fala do deputado federal Evair Vieira de Melo no evento.

Presidente da OCB/Sescoop-ES

O presidente Esthério Colnago reforçou a importância da união dos produtores rurais por meio do cooperativismo para agregar valor e superar o momento de dificuldade da economia brasileira.


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Especial STA 2016

Informativo Bimestral da Coopeavi • Ano VIII • N. 41

Foi muito bom você ter vindo.

Nos vemos em 2017!

A Semana Tecnológica do agronegócio 2016, já em sua quinta edição, mostrou mais uma vez que é o maior evento do agronegócio cooperativista do estado do Espírito Santo. Neste ano, foram gerados mais de R$ 18 milhões em negócios. Mais do que isso: o produtor rural e sua família compareceram ao evento e tiveram acesso a muita informação, entretenimento e as novidades que fazem parte deste incrível mundo agro. Agradeçemos o comprometimento de colaboradores e parceiros além da presença e confiança dos cooperados. Nos vemos em 2017!

Realização

Patrocínio

FERTILIZANTES

I H ARA HERINGER

Agricultura

é a nossa vida

R$ 18,7 milhões em negócios gerados 5.303 presenças sendo 63% de cooperados e suas famílas


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