Coope Notícia - Março 2016 - ED #38

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SANTA MARIA DE JETIBÁ ANO 7 Nº 39 ......................................

ABRIL 2016

Participe da 5ª Semana Tecnológica do Agronegócio 17 a 20 de agosto de 2016 Parque de Exposições de Santa Teresa-ES

UMA PUBLICAÇÃO DA COOPEAVI AGRONEGÓCIOS

Coopeavi apresenta resultado de 8,4 milhões e distribui 2,2 milhões de reais entre seus cooperados

VI Encontro Estadual de cafeicultores reúne mais de 100 produtores Leia mais na página 10

Cooperado em destaque na mídia regional, estadual, nacional e internacional Leia mais nas páginas 07, 08 e 09


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Por dentro da Coopeavi

Prezado cooperado, Estamos vivendo em um dos períodos mais conturbados da nossa história. Como já estava previsto, este será mais um ano de dificuldades e com muitos desafios pela frente. Temos que nos apoiar na nossa maior virtude: a união. O cooperativismo representa esse porto seguro, pois oferece participação de todos os envolvidos e, de forma democrática, busca soluções para impulsionar os negócios de seus cooperados. Acabamos de provar isto, o resultado da Coopeavi no ano passado é um dos motivos para continuar nosso trabalho firme e forte. A nossa cooperativa continua a crescer mesmo com tantas adversidades. Foram 5,4%, chegando ao faturamento de 351,3 milhões de reais, um número recorde. Como trabalhamos em conjunto, buscamos apresentar saídas para o cooperado e retribuir a fidelidade para com a cooperativa. Foram distribuídos 2,2 milhões de reais para nossos cooperados, sendo a metade deste valor disponível em crédito nas lojas e o restante depositado na conta capital. Caso você não utilize todo o valor do crédito, o dinheiro volta para a conta capital no final do ano. Temos que ficar atentos aos acontecimentos dentro e fora da cooperativa, mas não podemos ficar com medo diante das notícias ruins recebidas diariamente pela televisão, rádio e jornais. A única forma de superar esta crise é continuar a arregaçar as mangas da camisa e trabalharmos juntos no cooperativismo. Você lerá nas próximas páginas alguns exemplos de produtores em destaque na mídia, nossos eventos realizados no início deste ano, e uma entrevista esclarecedora do professor José Marcio de Carvalho, que esteve no VI Encontro Estadual do Conilon Descascado, sobre o mercado mundial de cafés.

Editorial - Informativo Bimestral da Coopeavi Santa Maria do Jetibá- (ES) - Ano VIII - Nº 39 Diretoria Executiva - Arno Potratz (Presidente), Denilson Potratz (Vice-Presidente) e Argêo Uliana (Diretor Administrativo Comercial). Conselho Vogal - Avelino Hell, Claúdio Novelli, Ederson Jacob, Edival Corteletti, Fábio Foesch e Willian Espíndula. Conselho Fiscal - Solimar Plaster, Josélio Kruger e Carlos Alberto Roldi Filho Gerência Executivas- Carlos A. Lima, Daniel Piazzini, Luís C. Brandt e Marcelino Bellardt. Diagramação - Thiara Nascimento Textos -Domicio Faustino Foto de Capa - Weverson Rocio e Felipe Amarelo Revisão - Domicio Faustino, Daniel Piazzini Fale Conosco - (27) 3263 4750 - ramal 4830 imprensa@coopeavi.coop.br

Tiragem: 3.000

Avenida Francisco Schwartz, nº 88, Centro, Santa Maria de Jetibá-ES CEP: 29645-000 www

Boa leitura.

ARNO POTRATZ

DENILSON POTRATZ

ARGÊO ULIANA

PRESIDENTE

VICE-PRESIDENTE

DIR.ADM.COMERCIAL

/CoopeaviAgronegócios /Coopeavi

Presidente da Coopeavi em destaque no ES O capixaba do ano! O presidente da Coopeavi, sr. Arno Potratz, foi indicado pelo jornal A Gazeta como um dos três empreendedores do ano de 2015. Em votação popular, o site Gazeta Online apurou ofereceu ao público escolher o destaque em cada categoria. Arno

.Coopeavi.coop.br

foi o único representante do setor cooperativista do Espírito Santo. Formado em contabilidade, o sócio fundador foi eleito em 2015 para o segundo mandato para presidir a Coopeavi. A primeira passagem na presidência da cooperativa foi de 2007 a 2010. Seu segundo mandato à frente da principal cooperativa do agronegócio capixaba iniciou em pleno ano de crise, mas mesmo assim, a Coopeavi gerou 230 novos empregos (140 efetivos + 90 terceirizados), expandiu sua área de atuação para municípios do norte capixaba (Barra de São Francisco e João Neiva) e leste mineiro (Inhapim), agregando cerca de 11 mil famílias rurais ao cooperativismo. Ele recebeu 28% dos votos e ficou em segundo colocado na categoria. “Representar o cooperativismo capixaba neste prêmio da Rede Gazeta é uma honra muito grande”, disse Potratz.

Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

A SIPAT 2016 (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) aconteceu em Santa Maria de Jetibá nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro. Seguindo a temática da cooperativa para este ano, foi realizada uma série de palestras com objetivo de conscientizar os colaboradores sobre a saúde e segurança no trabalho, além da prevenção de acidentes, criando assim

uma visão de prevenção a todo tempo. “É necessário que os colaboradores atuem de forma a reconhecer condições e práticas inseguras, para possibilitar a tomada de atitudes para evitar resultados indesejáveis quanto à saúde e segurança dos colaboradores”, explica Patrícia Canal, presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) Matriz.


Por dentro da Coopeavi

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Confira o calendário dos principais eventos para 2016

Os principais eventos de capacitação e reconhecimento para os produtores rurais da Coopeavi já têm datas pré-definidas, como Qualificaves, a V Semana Tecnológica do Agronegócio e Prêmio Pio Corteletti (Arábica e Conilon), além das ações do Dia C. O VI Encontro Conilon Descascado foi o primeiro a ser realizado neste ano. Outro destaque é a sequência dos programas Qualificaves, voltados para os produtores ligados a cadeia de produção de ovos. O programa de qualificação dos avicultores do Espírito Santo chega ao seu quarto ano, onde os produtores têm a oportunidade de debater, com reuniões mensais, os principais assuntos do setor avícola com especialistas de diversas partes do Brasil, sem sair de Santa Maria de Jetibá.

A principal mudança do Qualificaves deste ano será o local, antes realizado na Pousada Paraíso, agora o encontro acontecerá no Cerimonial do Majeski, em cima da Churrascaria Majeski. O início dos eventos permanece sempre às 18h30, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, a partir do mês de abril. No início do segundo semestre, dia 02 de julho, acontecerão as mobilizações do Dia C. A Coopeavi prepara diversas ações no interior de Santa Maria de Jetibá e Afonso Cláudio, por meio dos Núcleos Femininos. “O objetivo deste ano é levar informações para as pessoas e soluções para empreender superando a crise e gerando uma renda extra, além de contribuir com a vida social da cidade”, afirma Simone Holz Loose, integrante do Comitê de Jovens Lideranças Cooperativistas de Santa Maria de Jetibá.

Para o mês de agosto, a Coopeavi prepara a quinta edição da Semana Tecnológica do Agronegócio, que assim como no ano passado, acontecerá durante o mês de agosto, em Santa Teresa. São esperados mais de cinco mil produtores no evento e preços diferenciados para os produtores associados. Também na segunda

parte do ano está previsto a realização das premiações dos melhores cafés (arábica e conilon), trata-se do Prêmio Pio Corteletti. Além destes eventos, a cooperativa, por meio de suas unidades, realizará diversos eventos focados, como os Dias de Campo, para mostrar as boas práticas na agricultura e pecuária para os demais produtores.

Cronograma do Qualificaves em 2016 Local: Cerimonial do Majeski Horário: 18h30 07/04/16 - Controle Integrado de Pragas na Avicultura 12/05/16 - Zootecnia de precisão 09/06/16 - Cenário atual da Influenza Aviária no mundo Agosto (data a definir) – Especial Semana Tecnológica do Agronegócio 15/09/16 - Entendendo Gerações e Personalidades 06/10/16 - Especial Outubro Rosa – Autoestima feminina 10/11/16 - Palestra motivacional Cronograma do Qualificaves em 2016


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Lojas

Filial de Barra de São Francisco realiza reuniões com produtores

Cerca de 40 produtores participaram de uma reunião informativa da Coopeavi em Santo Antônio, distrito de Barra de São Francisco, e contou com presença de produtores de Nova Belém, Minas Gerais. O evento ocorreu no dia 04 de março, nas dependências da Igreja Católica Matriz da localidade. Boa parte dos produtores fazem parte da Associação de Produtores Rurais de Nova Belém. Já os agricultores de Córrego Pedra Branca, em Águia Branca, receberam a visita da equipe da Coopeavi no dia 03 de março. Em Vila Paulista,

distrito de Barra de São Francisco, a cooperativa se reuniu com os líderes da associação de produtores rurais do local, que conta com mais de 200 membros. “Essas reuniões são muito proveitosas, temos bastante participação dos produtores da região, que se mostraram interessados na proposta de trabalho da cooperativa e aproveitaram o momento para tirar muitas dúvidas e receios dos participantes sobre o sistema cooperativista”, afirma o coordenador da filial de Barra de São Francisco, Fredy Willians.

Produtor de Caramuru adquire trator italiano O produtor Lucivaldo Zibell em Caramuru, interior de Santa Maria de Jetibá (ES), adquiriu na Coopeavi um trator da marca italiana Landini, um Mistral 55. O sócio fundador e diretor Administrativo Comercial, Argêo Uliana, acompanhou a entrega da nova máquina para o agricultor, que confessou que foi amor à primeira vista: “Desde quando vi pela primeira vez, eu gostei” afirma Zibell. O Landini Mistral possui grande agilidade e uma manobrabilidade

ideal para trabalhar em espaços estreitos como vinhedos, frutos, café e estufas ou para a manutenção de áreas verdes. Lucivaldo adquiriu o trator para facilitar o seu trabalho, principalmente, no meio das parreiras de chuchu. Quer saber mais sobre esta novidade? Procure em uma de nossas filiais e confira os modelos e preços do seu novo Trator Landini. Coopeavi é a representante oficial da Landini no Espírito Santo.


Por dentro da Coopeavi - Especial AGO

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Coopeavi cresce 5,4% e distribui 2,2 milhões de reais para seus cooperados

A Coopeavi reuniu os seus associados em Santa Maria de Jetibá, no dia 19 de março, para a Assembleia Geral Ordinária (AGO) e apresentou os resultados dos trabalhos exercidos em 2015. Mesmo com uma série de fatores prejudiciais à agropecuária, a cooperativa apresentou crescimento de 5,4% no faturamento bruto e um resultado de 8,4 milhões de reais. Além disso, foi aprovado por unanimidade o planejamento para 2016. Além dos produtores associados, diretoria e conselhos de administração e fiscal da Coopeavi, estiveram no evento o deputado federal, Evair de Melo; o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espirito Santo (Seag-ES), Octaciano Neto; o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF), José Maria de Abreu Júnior; o presidente do sistema OCB/Sescoop-ES, Esthério Sebastião Colnago; e o presidente do Sicoob Centro Serrano, Arno Kerckhoff. No último ano, a economia brasileira sofreu uma forte retração de 3,8% (IBGE) e a inflação alcançou a marca de 10,67% (IPCA). No Espírito Santo, além dos impactos econômicos nacionais, os agricultores sofreram com a falta de chuvas e restrições de uso da água em alguns municípios. Mesmo neste cenário de dificuldades, a Coopeavi continuou com o seu plano de estruturação e investimentos, o que deu sustentação para apresentar um resultado positivo. Foram investidos mais de 16 milhões de reais para inaugurar três filiais (João Neiva, Inhapim e Barra de São

Francisco), um Armazém para Café (Vila Valério), o Complexo Logístico (Ibiraçu) e outras obras de melhorias das atuais estruturas. Além disso, também houve a incorporação da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo (PRONOVA), em Venda Nova do Imigrante. Com estes investimentos, a Coopeavi fechou o último ano com 20 filiais e cinco armazéns para cafés. Outro marco foi a IV Semana Tecnológica do Agronegócio, evento que reuniu mais de 5 mil pessoas e faturou, em três dias, mais de 25 milhões de reais. Para 2016, o objetivo é alinhar e padronizar os processos internos para continuar a crescer. Já que diante do cenário de incertezas políticas e econômicas, o crédito disponível no mercado está mais escasso. “Em função da crise, o crédito está menor e por isso há pouca margem para investimentos mais robustos neste ano, além disso, a crise hídrica impactará muito na atual safra, reduzindo a produção nos empreendimentos rurais”, afirma o presidente da Coopeavi, Arno Potratz.

PAEX - Programa Parceiros para Excelência Presente no evento, o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, citou sobre a parceria do Governo do Estado e OCB/Sescoop-ES com a Fundação Dom Cabral para qualificar as cooperativas agropecuárias em gestão e governança. “Contratamos a quinta melhor escola de gestão do mundo para qualificar a gestão das cooperativas agropecuárias capixabas e estamos muito felizes porque a Coopeavi faz parte deste

conjunto de cooperativas que aderiram o PAEX (Programa Parceiros para Excelência)”, disse. Os trabalhos do programa já iniciaram dentro da Coopeavi. O principal objetivo do programa é capacitar dirigentes e gestores com foco em melhoria de resultados nas cooperativas agropecuárias para aprimoramento da gestão cooperativista e disseminação de boas práticas de governança. RECEBIMENTO – Em 2015, a Coopeavi comercializou 338 mil sacas de café e 483,2 mil caixas de ovos (30 dúzias cada). SOCIAL – Durante 2015 a Coopeavi promoveu e apoiou 142 eventos de capacitação para os cooperados, com o envolvimento de aproximadamente 9.427 participantes. A Coopeavi

encerrou o ano com 10.738 associados, atendidos por 578 funcionários efetivos, sem contar os colaboradores temporários e terceirizados. Com relação a geração de impostos, taxas e recolhimentos, a cooperativa registrou o montante de 20,3 milhões de reais. A renda gerada através de salários e pagamentos a terceiros totalizou 22 milhões de reais. Esse ano será devolvido aproximadamente 2,2 milhões de reais, referente ao resultado apurado do ano de 2015, sendo que 50% desse valor será integralizado na conta capital dos cooperados e o restante ficará disponível em créditos para os associados nas lojas, por um período de um ano. Após esse período, caso não seja usado, o valor é creditado na conta capital do mesmo.


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Por dentro da Coopeavi - Especial AGO


Negócio Café

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Nossos cooperados em destaque na mídia

Nos últimos meses a Coopeavi foi destaque na mídia estadual, nacional e até internacional. O Jornal do Campo, da TV Gazeta-ES, exibiu três matérias sobre o trabalho da cooperativa com os seus cooperados. A primeira deu destaque para o café Conilon campeão do Prêmio Dolce Gusto®, a reportagem visitou a propriedade do cooperado Juza Demuner, em São Roque do Canaã (ES), e mostrou o processo produtivo dele. A segunda e terceira matéria foram sobre os trabalhos desenvolvidos por mulheres no interior de Santa Maria de Jetibá e Afonso Cláudio (textos nas próximas páginas). Já o jornal norte americano The Wall Street Journal e o brasileiro Valor Econômico destacaram a situação do mercado internacional do café Conilon, fazendo um comparativo entre o Brasil e Vietnã, os maiores produtores de café robusta do mundo.

Além disso, o The Wall Street Journal, principal jornal econômico dos Estados Unidos, explicou em uma outra matéria sobre a expectativa de colheita na área de atuação da Coopeavi.

Cafeicultor capixaba é destaque em jornal nos EUA O produtor João Elvídio Galimberti foi um dos destaques de uma matéria publicada pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal. A reportagem expõe os diferentes impactos do dólar forte nos principais países produtores de café robusta (C onilon), Brasil e Vietnã. De acordo com a publicação a valorização do dólar beneficia os produtores brasileiros e faz os vietnamitas migrarem para outras culturas, deixando o café de lado. Assim como no Norte do Espírito

Santo (ES), a pimenta tem sido uma cultura atrativa para os cafeicultores vietnamitas, devido ao alto preço pago no mercado mundial. Já no ES, que bateu recorde de exportação de conilon no último ano, a ideia é ampliar a área plantada e continuar na atividade. Foi o que disse o capixaba ouvido pela reportagem. “Este ano estou replantando, como sempre, e estou também acrescentando mais pés de café. Nesse preço, é sustentável”, diz João Elvídio, produtor de café na

região de Santa Teresa e cooperado da Coopeavi. A matéria ainda explica que enquanto os vietnamitas estão estocando o café à espera de preços melhores, os agricultores brasileiros estão aproveitando o dólar alto para se desfazer do estoque, principalmente o antigo. E isso elevou as exportações brasileiras do ano passado em 21%. O conteúdo completo foi publicado na edição online e impressa do The Wall Street Journal e também no jornal Valor Econômico.


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Instituto Coopeavi

Mulheres empreendedoras inspiram e transformam Vila de Pontões, ES A alegria de estarem juntas cresce como cada conquista das agricultoras que formam o Grupo das Mulheres Empreendedoras de Vila Pontões (Núcleo Feminino Cooperativista). Elas perceberam que a união poderia ser transformadora e colaborar com o desenvolvimento da comunidade. E é assim que está sendo. Ao todo, 15% da população capixaba vive fora das cidades. O setor de agronegócio representa 30% do PIB do Espírito Santo. E o desenvolvimento da agricultura está diretamente ligado às mãos das mais de 285 mil mulheres que vivem na zona rural. Em Vila Pontões, uma comunidade de Afonso Cláudio conhecida pela produção de café de qualidade. E as mulheres possuem um papel importante nesse título. Há alguns anos, seis agricultoras fizeram um curso promovido pela Pronova (Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo, no

ano passado foi integrada a Coopeavi) sobre degustação de café. A participação fez com que elas percebessem o quão importante era a atuação delas. No final do curso, as seis decidiram que queriam continuar juntas, pensando em novos projetos. Elas não sabiam exatamente o caminho que queriam seguir, mas sabiam que queriam continuar aprendendo. A cooperativa apoiou e o sonho foi tomando forma. Assim, aos poucos, em 2012, surgiu o Grupo das Mulheres Empreendedoras de Vila Pontões. Elas começaram a promover encontros, cursos e palestras de autoestima. Hoje são 25 mulheres que estão formalizando uma agroindústria de produtos caseiros. E são muitos produtos: pães, biscoitos, doces. Elas fazem feiras, pegam encomendas e vendem para a comunidade. "Teve vez de a gente fazer aqui quase 200 kg, porque houve muita demanda da comunidade também. Todo mundo passou a sentir

o cheirinho do pão", contou Etelvina Aparecida Kiefer. A união não trouxe só mais uma renda para essas famílias, mas também mexeu com a energia dessas mulheres, que relatam estar mais alegres, mais motivadas. E muitas delas descobriram também novas habilidades. É o caso das artesãs, agricultoras que encontraram nas linhas e nas agulhas mais um talento. Talento que agora pode ser compartilhado para além dos muros das propriedades. Elas são mães, donas de casa, agricultoras, mulheres. Cumprem suas jornadas com uma força exemplar e sempre arrumam um tempinho para o projeto que criaram. "Eu levanto quatro horas da manhã, faço marmita para o marido ir para a roça, cuido do meu serviço e rapidinho acabo. E começo o crochê. Quando é época de café vou no terreiro mexer no café toda hora, pensando já na janta, na merenda do outro dia, que é quatro horas da manhã de novo. Assim, a vida é corrida. Aí de repente as mulheres mandam recado dizendo que vão reunir. Aí eu tenho que vir, não posso faltar, adoro vir", contou Zilma Davel Kutz.

Dando cor à comunidade No início do grupo, elas se reuniam na igreja da comunidade. Mas, há cinco meses, a prefeitura cedeu um posto de saúde desativado para que elas realizassem os encontros. Com o caixa que conseguiram fazer, estão arrumando sua própria sede e transformando o local. A cor rosa que tinge as paredes do

prédio foi feita por elas mesmas. E com um produto que não poderia ser mais natural: a terra da própria comunidade. Fruto de mais uma qualificação que elas fizeram. No final do ano passado, o Incaper ofereceu o curso “Cores da Terra”. Um método simples para se fazer tinta utilizando terra, cola e água. A agricultora Josane brinca que as pessoas passam e querem saber que tinta é aquela, tão bonita, ela conta que vale a pena. O custo utilizando tinta convencional de baixa qualidade seria de 450 reais e usando a técnica elas gastaram 120.

'Cores da Terra' O projeto “Cores da Terra” existe, no estado, desde 2007. É uma parceria entre o Incaper e a Universidade Federal de Viçosa. Em Vila Pontões, a autoestima parece ter melhorado mesmo. A comunidade gostou tanto da sede das mulheres que pediu para o Grupo colorir também outros pontos. Então, as mulheres estão organizando os canteiros com pneus coloridos e plantas e pintando o meio fio da Vila que andava desbotado. E, se depender da energia delas, não para por aí não. Elza Zambon, conhecida entre as mulheres pela sua alegria e por adorar contar piada, explica por que a mulher pode muito: “ela vai além, é só ela dar asa a imaginação e deixar acontecer. E não ter medo, porque quem tem medo treme. E nós não trememos, né?!”, finalizou. (Texto de Esther Radaelli/G1-ES)


Instituto Coopeavi

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Mulher mostra exemplo de coragem no comando de lavoura, no ES Como grande parte das mulheres agricultoras, Dilma Schumach Kuster, de 36 anos, nasceu e foi criada em meio as lavouras. Nascida em Santa Leopoldina, ainda pequena foi morar na região do Garrafão, em Santa Maria de Jetibá. Os pais, agricultores, plantavam inhame, verduras e criavam alguns animais. E quando Dilma cresceu e casou, continuou sua vida na terra. Esta é a segunda matéria da série sobre as histórias inspiradoras de mulheres do campo. No Domingo (06/03), o G1 contou a história de mulheres empreendedoras que transformam a Vila de Pontões, em Afonso Cláudio. Dilma e o marido Eurânico eram companheiros na lida com a lavoura. Juntos tocavam os 15 hectares de terra, cinco desses hectares em produção. “Um ensinava o outro. Tudo eu ajudava, só que as partes mais pesadas ficavam para eles”, conta a agricultora. Lá cultivavam inhame, morango e verduras. Assim foi ao longo dos 16 anos de união. No casamento, tiveram duas meninas. Luciane, de 16 anos, e Juliana, de 10 anos. Mas, ano passado, a vida de Dilma e de suas meninas tomou outro rumo: Eurânico morreu depois de um enfarto. "No início quase desanimei, não sabia se dava conta. Eu tinha minhas duas filhas e eu precisava continuar lutando, ensinar para elas também como é a vida

no campo", relembra Dilma. Nas suas duas meninas a agricultora encontrou forças para continuar. Ela aduba, colhe, entrega, vende, tudo sozinha. E, claro, cuida de suas filhas ensinando como é a vida campo. A filha mais velha estuda em uma escola do sistema de ensino da Escola Família Agrícola (EFA).

com orgulho e emoção da dedicação da mãe: "Não tem nem explicação do que é mais importante, ela é tudo na vida. Se não fosse ela hoje, quem eu seria agora? Não tem explicação de quem eu seria. Tudo que eu sou hoje é por causa dela", disse Luciane.

Escola Família Agrícola (EFA)

Outro apoio para se fortalecer ainda mais depois dos momentos difíceis, a agricultora encontrou no Núcleo Feminino da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi). A cooperativa tem quatro núcleos femininos. Dois integrados por mulheres da área da cafeicultura, um - o que Dilma participa - de mulheres da área do hortifrúti e outro de avicultores e mulheres que têm alguns negócios na cidade. Marcela Takiguti, coordenadora dos núcleos, explica que a ideia da cooperativa é ser referência em sustentabilidade, o que engloba aspectos sociais, econômicos e ambientais. Esses núcleos são uma forma de trabalhar esses pilares e, principalmente, fazer com que as mulheres saibam e reconheçam sua importância para o campo. Nesses grupos as agricultoras participam de cursos diversos como: culinária, maquiagem, pintura em panos. Aprendem também temas importantes para o campo como

O Espírito Santo foi pioneiro no Brasil na Escola Família Agrícola, sistema conhecido como pedagogia da alternância. A primeira EFA do estado tem 47 anos. Atualmente, são 18 escolas desse tipo no estado e, em média, 300 no Brasil. Os estudantes passam uma semana na escola e outra no campo para colocar em prática o que é aprendido. Na escola, os alunos têm disciplinas comum e também disciplinas técnicas que tratam de atividades rurais. "Quando o papai era vivo eu não fazia quase nada, ajudava pouco na roça. Mas depois que ele faleceu e eu tive que ajudar mais a mamãe eu fui aprendendo mais coisa na escola, foi mais fácil nas matérias que eram mais técnicas, foi mais fácil de estudar", contou a filha de Dilma, Luciane Kuster. A menor também ajuda, porém mais como uma brincadeira. A três se apoiam uma na outra e a filha mais velha fala

Núcleo Feminino da Coopeavi de Garrafão

diversificar a cultura, lidar com situações adversas - como as mudanças climáticas -, e o caminho para se tornarem líderes. Elas têm ainda, em sua reunião mensal, a oportunidade de conversarem, compartilharem experiências. O Núcleo Feminino de Garrafão é composto por 12 mulheres. Dilma lembra de outra atividade que realizam, as viagens. "As mulheres gostam demais de viajar. Fica direto na roça e quanto sai é uma maravilha", brinca a agricultora. A coordenadora explica que é feito um levantamento em cada núcleo para entender as necessidades de cada um. Em Garrafão chegou a pensar que o núcleo iria acabar. Percebia as mulheres desanimadas, tristes com sua realidade. Mas depois das atividades desenvolvidas e da maneira como estreitaram os laços entre elas, não existe mais essa possibilidade. Dilma mesmo ficou desanimada um tempo, deixou de ir as reuniões. Agora nem pensa mais nisso, "isso mudou muito a vida da mulher no campo, porque elas são mais valorizadas", fala a agricultora. De um grupo que antes não estava tão empenhado, agora se vê animo para seguir em frente. "O retorno é a mulher feliz, a mulher valorizada. É a mulher com vontade e com orgulho de dizer que é produtora rural", concluiu a coordenadora Marcela. (Texto de Esther Radaelli/G1-ES)


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Negócio Café

Encontro Estadual de cafeicultores reúne mais de 100 produtores

A Coopeavi realizou no dia 04 de março a sexta edição do Encontro Estadual do Conilon Descascado, em Santa Maria de Jetibá. Mais de 100 pessoas ligadas a cadeia cafeeira estiveram no evento, que tratou sobre os caminhos da qualidade do café robusta e o motivo por não participarmos do mercado de cafés especiais. O professor doutor José Márcio Carvalho, apresentou no evento o seu artigo oriundo de uma pesquisa realizada no exterior e dentro do Brasil sobre os hábitos de consumo da bebida. Durante uma manhã inteira os cafeicultores tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as ações realizadas pela Coopeavi para elevar a qualidade dos cafés colhidos no Espírito Santo. Também se informaram um pouco mais sobre a experiência obtida com a comercialização do café arábica especial pela Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo (Pronova), incorporada em 2015 pela Coopeavi. Outro destaque do evento foi a exposição dos detalhes do Prêmio Colheita Premiada, realizado pela Nestlé no último ano e conquistado pela cooperativa com cafés de dez produtores capixabas associados. A atual fase dos trabalhos de melhorias no núcleo de cafeicultores ligados a Unidade 4C – Coopeavi também foi apresentada aos agricultores presentes no evento, assim como as próximas ações. Os produtores com a Verificação 4C levaram para casa um fichário

com material explicativo sobre as normas do programa e certificado de participação no evento. Já o professor Dr. José Márcio Carvalho

fez uma exposição de sua pesquisa, que identificou o interesse dos grandes mercados consumidores de cafés, como Portugal, Espanha, Inglaterra,

Suécia e Brasil, por grãos de cafés com mais qualidade. “Está havendo uma mudança estrutural de grande porte no conilon, o mercado internacional está sendo mais ocupado por um (país) produtor que não é o Brasil, no caso é o Vietnã, que tem uma política bastante agressiva de crescimento de produção”, explica. De acordo com o professor, há necessidade de os produtores fazerem uma força-tarefa para pressionar as agências públicas e representantes políticos para criar uma política específica de apoio a produção e na conquista de novos mercados estrangeiros. “Este (Vietnã) é um competidor bastante agressivo na questão de custos e caso não consigamos reverter esta situação, o Brasil terá uma participação decrescente no mercado internacional de conilon”, ressalta. No final do Encontro os produtores tiveram a oportunidade de participar de um bate papo com o professor Carvalho e os demais palestrantes do evento. Além dos colaboradores e diretores da Coopeavi, o evento contou com as presenças dos secretários municipais de Agricultura Manfredo Kruger (Santa Maria de Jetibá) e Paulo Ross (Ibiraçu), o deputado federal Evair de Melo, a analista de projetos do Sebrae Karla Cardoso, o analista de projetos da OCB/SescoopES, o superintendente do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento no Espírito Santo, Dimmy Herllen Silveira, e representantes do Instituto AEQUITAS.


Negócio Café

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Entrevista com o Professor Doutor José Márcio de Carvalho Qual o objetivo principal de sua pesquisa? O motivo principal foi, exatamente, buscar alternativas de mercado para a produção de cafés especiais no Brasil. O foco do trabalho foi estudar mercado para cafés especiais e cafés de qualidade. Mais do que isso, estudar mercado para descobrir nichos de mercados específicos e como este nicho de mercado funciona no que diz respeito sua comercialização. O que eu noto, como pesquisador que estuda comércio internacional, é que as organizações brasileiras, tanto na produção quanto na industrialização, têm uma dificuldade muito grande no que diz respeito a mercado internacional. Elas são muito passivas e estão muito nas mãos de intermediários comerciais, que muitas vezes poderiam agregar mais do que eles agregam. Então a pesquisa teve o objetivo de descobrir alternativas de comercialização para mercado de nicho para cafés. Durante o levantamento, quantos países o senhor visitou? Eu visitei quatro países. Foram dois mercados em início de transição para um sistema de comercialização mais avançado, que foram Portugal e Espanha. Em Portugal, as duas principais cidades: Lisboa e Porto. Na

Espanha, as três principais cidades: Madri, Barcelona e Valência. Visitei também a Inglaterra, que já é um mercado mais avançado no que se diz respeito a consumo de café. Na Inglaterra a cidade foi Londres. Visitei também a Suécia, nas duas principais cidades: Estocolmo e Gotemburgo. Esta primeira fase da pesquisa foi principalmente levantada informações especificamente do mercado europeu. A pesquisa terá outras fases? Sim, a fase agora é estudar os sistemas de comercialização aqui no Brasil, até porque consegui levantar dados dos principais importadores lá e nome de algumas empresas que exportam aqui no Brasil, então está próxima fase será aqui no Brasil. E no futuro o mercado norte-americano, os Estados Unidos principalmente. E existe a possibilidade, isto não está coberto pelo financiamento das agências ainda, de mercados na Ásia. Nestes países já visitados, há uma grande diferença entre eles? Principalmente sobre a percepção do robusta, mais especificamente. Tem uma diferença muito grande. Portugal e Espanha, eu acredito que isto vale para todos os países do mediterrâneo, eles ainda estão evoluindo em termos de consumo de café. Então, eles consomem ainda e procuram pelo café de commoditie e a preocupação deles ainda é preço mais baixo. Mas, por exemplo, em Lisboa, eu já descobri um importador, uma cafeteria, preocupado em consumir robusta de melhor qualidade. E em Londres há uma cafeteria e um distribuidor preocupados em importar robusta de melhor qualidade também. Agora Inglaterra e Suécia estão bem mais avançadas porque as cafeterias lá estão começando a oferecer ao consumidor café de acordo com a demanda específica que eles querem. Estou falando de cafeterias independentes, não estou falando de redes de cafeterias. Então este mercado existe, certo? Como que o café brasileiro está posicionado lá, com as pessoas veem o café brasileiro? Lá existe uma competição muito grande pelo café, então o

Brasil tem uma tradição muito grande da comercialização de café commoditie e eles falam muito de “café Santos”. Então, quando eles falam isso, estão querendo discriminar o café brasileiro e buscar um preço mais baixo de negociação. Mas os verdadeiros traders sabem que o Brasil é um país muito grande, sabem que o Brasil tem uma diversidade muito grande de cafés, sabem que o Brasil tem cafés de excelentes qualidades e sabem que o Brasil está mais avançado no que diz respeito a tecnologia, tanto de logística quando de processamento de pós colheita e que o Brasil também tem uma grande capacidade de desenvolver volume. Então no fundo eles sabem que o Brasil é muito competitivo. Mas como qualquer comprador, eles querem jogar o preço mais baixo. Então o exportador e produtor brasileiro têm que estar consciente disso para buscar os traders que realmente vão valorizar o seu café.

estão fazendo um esforço de Marketing, um esforço de registrar seu produto de acordo com o nicho de comercialização, que são vários: pode ser café especial, café orgânico, fair trade, robusta especial. Ele ao promover o seu produto e ao trazer informações ao seu produto, ele consegue uma colocação melhor de mercado. Não estou dizendo que é algo que irá resolver todos os problemas, estou dizendo que é algo que precisa de ser resolvido, caso a região ou a cooperativa ou o produtor queira ter uma margem de preço melhor.

O que percebemos é que hoje participamos muito pouco deste mercado de cafés especiais. O senhor identificou quais países são nossos principais concorrentes neste nicho de cafés especiais? O que é comum é ter um trader que vai em um país da América Central, Colômbia, África, do Caribe... e chega com o café lá e vai promover o café dele e desfazer do café que já é tradicional, no caso o café brasileiro. Então esta é a origem da discriminação. O que precisamos de fazer é ter um café que tenha uma identidade clara, uma denominação de origem, uma indicação de procedência, com atributos claros e com todo o esforço de promover este produto junto a estes traders, para que eles possam promover o café dizendo que não é “café Santos” e sim um café de uma determinada região: café do Caparaó, café da Mantiqueira, café do Serrado, café das Matas de Minas, café do Norte Pioneiro do Paraná, e frisar que não é o “café Santos”, e sim um café de uma região com características específicas, tipo de tecnologia e identificar que este produto é bom. E quem produz e comercializa tem que promover o seu produto, não é quem usa que vai promover o seu produto. Fazer um trabalho mudar a percepção e mostrar que no Brasil há cafés finos, não só o café de Santos.

A pesquisa foi abrangente para o café em geral, arábica e robusta, certo? A prioridade foi o café arábica, mas no levantamento da pesquisa eu pude perceber que há nicho para o robusta também. Isto foi uma surpresa para mim. O projeto original era somente o arábica, mas encontrei nicho para o robusta também.

Quais suas conclusões sobre a pesquisa. O que eu pude perceber é que aquelas cooperativas, aquelas associações que

Temos exemplos a serem seguidos aqui no Brasil? Sim, temos o café do Cerrado que está mais avançado. Tem diversas empresas na Mantiqueira, que já estão mais avançadas neste tipo de comercialização. São aquelas que claramente investem na produção para ter uma certificação e que investe no marketing do seu produto e da região.

Perguntei isto porque os exemplos que o senhor deu no Brasil são de regiões produtoras de cafés Arábica. E no Conilon, o senhor ver algum trabalho sendo feito para a promoção do café? Então, não. Não vi aqui no Brasil, mas vi lá fora. Uma cafeteria em Lisboa que já comercializa o café robusta, mas com a indicação de origem. E um trader em Londres vendendo robusta especial com origem da Índia, considerado um dos melhores robustas do mundo. Mas aí tem uma questão, o trader de lá vai promover o produto que lhe convém, se o robusta brasileiro não se promove, não conquista certificações necessárias, ele vai ser discriminado. Perdendo espaço para os outros. A história recente de comercialização do café brasileiro mostra uma negligência muito grande com o conilon. As políticas para o arábica são adequadas, mas precisa de políticas públicas para o robusta também, principalmente, porque os nichos de mercados lá fora estão sendo ocupados pelo robusta do Vietnã. É um escândalo que o Brasil ainda não conseguiu reagir para isso, não tem uma política para o conilon. Falta isso.


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