ESTARREJA SENSORIAL
A exposição aqui apresentada resulta de três dias de oficinas com diferentes grupos da comunidade de Estarreja e arredores.
Durante os dias 13, 14 e 15 de Setembro, explorámos a cidade e desfrutámos do que o ESTAU tem para oferecer - um museu a céu aberto que alimenta a alma.
Em cada dia propusemo-nos a experienciar a cidade de uma forma sensorialmente activa. Prestar atenção ao que nos rodeava, observar a cidade, escutar o que ela nos diz, saborear, tocar a cidade e deixar que ela nos tocasse de volta.
Os resultados foram muito diversos e as conversas partilhadas extremamente enriquecedoras.
A todas as pessoas que proporcionaram esta viagem,
Obrigada!
Marta Pombeiro
viagem começa aqui →
A
Na página oposta encontras uma colagem digital feita a partir de elementos dos desenhos do grupo da CERCIESTA.
Aqui foram aplicados sobre uma fotografia da parede de uma casa próxima da estação dos comboios.
Simbolicamente representa o mural da CERCIESTA no ESTAU’22.
Na exposição, podes encontrá-lo dentro da caixa preta, na mesa do lado direito.
Não tenhas vergonha e espreita por lá.
trabalho de campo 3 de setembro, 2022
recolhas de um dia de feira
um campo de milho?
17h40
Terminei o trabalho por hoje. Parou de chover e quero ainda aproveitar a cidade. Produzimos imensas coisas com a CERCIESTA. Que grupo bonito e que conversa bonita com tantas partilhas de memórias da cidade. Esta cidade é tantas coisas diferentes.
18h00
Caminhei até à Fábrica de Histórias. Ao chegar encontrei um pedaço de telha no chão. Olhei para cima e a telha era da mercearia da Dona Ilda. Apanhei um bocadinho dela e guardei-o com cuidado. Há tanta história aqui. Talvez volte cá para recolher a telha.
13 de setembro, 2022
13 de setembro, 2022
Subi à Capela da Nossa Sra. do Monte em Salreu.
A capela estava aberta. Parecia que alguém a tinha preparado para o ESTAU. Toda ela era luz verde.
Tinha havido um casamento dias antes. Na rua, o chão estava cheio de arroz. Pensei que já não se podia lançar arroz por causa dos pombos.
No horizonte vi a ria ao longe. Que lugar bonito.
18h47 13 de setembro, 2022
14 de setembro, 2022
fez sol e pudemos finalmente, caminhar.
A Tatiana e a Paula falaram de um papagaio que assobiava a quem passava. Assobiámos-lhe a ver se assobiava de volta. Não aconteceu. Talvez já não exista. Talvez seja só imaginação.
Recolhemos algumas texturas, apanhámos castanhas e captámos sons do Antuã. Encontrámos uma rã bebé pelo caminho e devolvemo-la ao seu lugar.
há muitas destas castanhas.
minha avó Rosa deixava-as nas gavetas para afastar as traças.
Hoje
14h29 14h47 14 de setembro, 2022 Cá
A
Encontrámos o Mário Afonso a trabalhar. Ele explicou-nos como podemos escutar o que os azulejos nos dizem.
Descarrega a app Layer_Estarreja_ESTAU na PlayStore e aponta a câmara do teu dispositivo para os azulejos.
15h55 14 de setembro, 2022
Encontrei um folhelho* de milho na estrada a caminho do hotel.
Parei o carro mais à frente e fui buscá-lo. Já não tinha a maçaroca lá dentro. Alguém deve tê-la apanhado antes.
Vai ficar bem com o campo de milho que o Joaquim desenhou.
*folhelho: nome masculino
1. Película que envolve frutos ou sementes, como o bago da uva ou o grão da ervilha ou da fava, por exemplo.
2. Folha esbranquiçada e fina que envolve a espiga de milho.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
19h01 14 de setembro, 2022
ouvido no restaurante Tropical
Passei na estação para apanhar os comboios. Aqui ouvem-se os comboios em qualquer parte da cidade. É impressionante.
Quando cheguei, estava um senhor a fotografar o mural que as estudantes fizeram com ajuda da Pitanga.
Segui para a plataforma e o senhor abordou-me. Perguntou-me se andava a documentar o festival. Expliquei-lhe o que fazia. Ele apontou para a locomotiva que estava parada na linha a trabalhar. Disse que era das antigas, a gasóleo e que andava a fazer manutenção da linha.
Depois ouvimos o anúncio do comboio que se aproximava. Despedimo-nos e ele foi esperar quem chegava.
Fiquei por ali mais um pouco. É uma vida solitária, esta.
18h26 14 de setembro, 2022
15 de setembro, 2022
Almocei sozinha. O grupo é tão divertido. Descobrimos imensas coisas em comum. Logo à tarde vamos sair para caminhar. Espero que não chova.
13h03 15 de setembro, 2022
Vanessa Silva
Vanessa Silva
Passámos na mercearia da Dona Ilda. Falámos da telha resgatada e do trabalho delicado da Camilla Watson. Que homenagem bonita.
Tivemos as melhores guias, as irmãs Lourdes & Lúcia. Que dupla!
15 de setembro, 2022
14h59
Vanessa Silva
Conversámos com a Dona Maria José. Disse-nos que adorava ter a fachada da casa enfeitada. 15h08 15 de setembro, 2022
Vanessa Silva
Vanessa Silva
A Inês trouxe umas folhas preparadas para fazer cianotipia. Por momentos achámos que não ia acontecer. Não havia sol com sombra.
Até que chegámos à estação e o sol apareceu quente e brilhante!
Ficámos encantadas com todo o processo. Que experiência bonita.
15h43 15 de setembro, 2022
Vanessa Silva
Depois a Inês usou a água que estava no chão da plataforma para fixar as imagens e parar a revelação.
Nesse momento passou um comboio de mercadoria. Apitou quando passava a toda a velocidade. Achámos que era para nós e rimo-nos.
15h45 15 de setembro, 2022
Recomendaram-me a sandes de carne assada da Dona São do café da Estação.
Passei lá à tarde para encomendar uma para a noite. Era realmente boa. No fim da noite a Dona São falou-me dos naprons. Foram-lhe oferecidos por um conhecido. Terão mais de 100 anos.
19h35 15 de setembro, 2022
E agora?
Agora?
A viagem continua
Contigo
Marta Pombeiro Setembro, 2022
Marta Pombeiro