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Aula 13 - O design no Brasil antes do design 1. Introdução
2.4 Registro de Marcas e Patentes
As informações a seguir foram extraídas do livro “Design brasileiro antes do design” que faz uma interessante abordagem da história do design gráfico no país tendo como marco a criação dos primeiros cursos de design, principalmente o da Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI, nos anos 60.
Com os primeiros sinais de evolução industrial no país surge a necessidade de registrar os novos produtos e suas marcas.
2. A evolução da indústria • Período de colonização e domínio português
Atividades industriais restritas, tratados internacionais obrigavam a importação, o que impedia o crescimento da indústria nacional.
• Fim do Pacto Colonial
Em 1808 D. João VI cria a imprensa Régia, a profissão de tipógrafo está liberada no Brasil e chegam os primeiros equipamentos.
• Desenvolvimento Industrial
No final do séc XIX, cafeicultura contribui com o desenvolvimento industrial. Surgem as primeiras escolas de engenharia no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O Rio de Janeiro recebe em 1816 a Missão Francesa, um grupo de artista liderados por Joachim Lebreton (1760 - 1819), iniciando assim o ensino das artes no pais. Em 1826 passa a funcionar a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Mais tarde, em1890, foi criado em São Paulo o primeiro Liceu de Artes e Ofícios.
O processo de registro na Junta Comercial teve início em 1809 (Patentes) e 1875 (Marcas). Os acordos de proteção internacional de marcas foram assinados a partir de 1876.
3. Rótulos e Litografia Entre os produtos da metade do séc XIX destacavam-se os derivados do setor agrícola, principalmente tabaco, bebidas, café e açúcar.
3.1 Litografia
A técnica criada por Alois Senefelder em 1796 disseminou-se rapidamente graças a obras didáticas publicadas pelo próprio inventor. O processo envolvia ajudantes e aprendizes, desenhistas ou litógrafos, impressores e cromista (no caso da cromolitografia). No final da década de 1820 litógrafos de várias nacionalidades começam a produzir no Brasil, influenciando nossa história gráfica.
A partir de 1930 a cafeicultura entra em crise e o governo passa a investir na indústria e esta se desenvolve consideravelmente. Porém após a II Guerra Mundial o governo brasileiro estabelece acordos com os EUA que prejudicam a indústria nacional. Rótulo criado pelo artista português Bordallo Pinheiro.
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Profª Mary Meürer - marymeurer@univali.br | Universidade do Vale do Itajaí | Curso de Design Gráfico No final da década de 1870 chegam ao Brasil as primeiras prensas litográficas a vapor, renovando o mercado de impressos.
4. A Fotografia nos impressos 1858 - Victor Frond foi o primeiro no Brasil a conceber e realizar uma obra impressa ilustrada a partir de fotografias. 1860 - a partir dessa década o uso da fotografia em impressos é difundido entre a elite brasileira. 1876 - são lançadas as publicações Revista Illustrada, de Angelo Agostini e Illustração do Brazil, de Charles F. de Vivaldi.
A partir de 1923 o projeto gráfico que era de Ivan (Manlius Mello) passa a ser desenvolvido por Andrés Guevara.
5.1 O artista gráfico J. Carlos Conhecido em sua época (início e meados de séc XX) como talentoso artísta gráfico, J. Carlos pode ser considerado um dos precursores do design gráfico no Brasil.
J. Carlos foi, em sua época, o melhor exemplo de um designer moderno, demonstrando uma capacidade de síntese e elegância impressionantes, mesmo para os parâmetros de hoje. (SOBRAL apud CARDOSO, 2005)
Ilustração litográfica de Rafael Bordallo Pinheiro a partir das fotos de J. A. Corrêa - 1877/78
1880 - novos sistemas de reprodução fotomecânica e de impressão chegaram ao Brasil.
5. O design editorial na década de 20 A revista ilustrada, A Maçã, lançada em 1922, no Rio de Janeiro, renovou o mercado editorial tendo o projeto gráfico diferenciado como uma de suas principais características. O conteúdo satírico era dirigido ao público masculino e apesar de ser considerada por alguns como atentado aos bons costumes, foi campeã de vendas em sua época.
Unia arte e tecnologia para projetar revistas, livros, cartazes e logotipos.
Para Todos, revista dedicada a cultura - 1927. Um dos trabalhos de J. Carlos no mercado editorial.
5.2 Capas de Livros A revolução do design das capas de livros inicia-se no Brasil em 1920, com: - Editora Monteiro Lobato; - Importação de máquinas; - Implantação de fábricas de papel (Melhoramentos e Klabin).
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Entre os que estudam a história do livro no Brasil há um senso comum de que teria sido Monteiro Lobato o primeiro editor a romper com o padrão então vigente de capas puramente tipográficas, introduzindo o uso das capas ilustradas em Capa de Wash Rodrigues sua editora. (CARDOSO, 2005) 5.3 Tomás Santa Rosa Paraibano nascido em 1909. Autodidata, estudou literatura, artes plásticas, música e teatro, tornandose crítico de arte na década de 1940.
6. Capas de Disco No início do séc. XX os discos eram acondicionados em envelopes simples que apenas identificavam as gravadoras. As primeiras capas personalizadas são produzidas no final da década de 1940, voltadas inicialmente ao público infantil. Em 1950 Di Cavalcanti ilustra a capa de um disco de Noel Rosa na voz de Aracy de Almeida. A partir da década de 50 as gravadoras começam a investir na criação das capas.
7. Conclusão
Capas de Livros Santa Rosa - 1953
5.4 Livraria do Globo Fundada em Porto Alegre no ano de 1883 e em atividade até os tempos atuais, consolidou-se em 1953 como empresa de porte, tendo filiais e representantes no Rio de Janeiro, São Paulo, Lisboa, Paris e Nova York.
Se existiram atividades projetuais em larga escala no Brasil entre 1870 e 1960, e se estas não tiveram como base uma linha única de pensamento, uma determinada doutrina ou estética, então a produção que delas resultou é representativa de uma tradição rica, variada e autenticamente brasileira, que terá assimilado e conciliado uma série de influências díspares. (CARDOSO, 2005) 8. Referências Bibliográficas CARDOSO, Rafael. O design brasileiro antes do design. São Paulo: Cosac Naify, 2005 NIEMEYER, Lucy. Design no Brasil: origens e instalação. Rio de Janeiro: 2AB, 2000.
Capa do primeiro livro de Érico Veríssimo – 1932
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