Cartilha da Cidade - Volume 1

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Concepção e Coordenação Editorial Miguel Antônio Buzzar Autores Miguel Antônio Buzzar Ana Maria Beraldo Analee Torres Sasso Edimilson Rodrigues dos Santos Junior Mayara Vivian dos Prazeres Cruz Colaboradores Gabriela Possari Projeto Gráfico e Diagramação Ana Maria Beraldo

Cartilha da Cidade





Sumário Introdução............................................................. 9 Vegetação Urbana & Arborização...................... 12 Mobiliário Urbano................................................ 17 Energia Elétrica................................................... 18 Produção de Energia & Sistemas Elétricos......... 20 Iluminação Pública.............................................. 22 Impactos Ambientais........................................... 26 Mobilidade........................................................... 29 Resíduos Sólidos................................................. 34 Água na Cidade.................................................. 45 Drenagem Urbana............................................... 48 A água que vem dos rios.................................... 51 Conclusão........................................................... 57


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Introdução A maioria da população do país, 85% dos brasileiros, mora em cidades. Estas constituem os centros políticos, administrativos, econômicos, sociais e culturais do Brasil, mas mesmo assim, várias de suas características e do seu funcionamento são pouco conhecidos. Morar significa também trabalhar, se alimentar, estudar, circular, passear, consumir, divertir-se, ou seja, fazer uso das cidades de várias formas, para suprir nossas necessidades, materiais e sentimentais. Por vezes, fazemos uso da cidade de forma distraída, lembramos do seu funcionamento, quando um episódio negativo acontece, como uma enchente que causa prejuízos enormes aos moradores afetados. Eventos negativos podem ocorrer de forma constante, como congestionamentos, que afetam a mobilidade urbana das pessoas, ou ocasional, como um semáforo quebrado. Outros eventos podem ser ocasionais ou constantes, dependendo de fatores naturais, ou de um planejamento de infraestrutura mau feito, como os que geram falta d’água, ou de energia elétrica. Os problemas nos obrigam a pensar sobre esse território que habitamos, a cidade. Conhece-la em profundidade, bem como suas características, deveria ser algo inerente a nossa formação enquanto cidadãos, não dependendo da ocorrência de acontecimentos negativos. Assim, qual a diferença entre a rede de esgoto e a rede de capitação de águas pluviais? Como essas duas redes estão implantadas na cidade? Como funcionam no interior da cidade? Certamente, há algum conhecimento sobre esses assuntos por parte dos moradores da cidade.

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De modo análogo, será que compreendemos todo o sistema de coleta e destinação do lixo, a diferença entre usina de lixo e aterro sanitário e mesmo o método de varrição? Aliás, o que significa um sistema? Além desses assuntos e temas citados, a cidade, ou pelo menos, a cidade que almejamos, deve possuir iluminação pública, ruas e calçadas bem conservadas, rede de transporte funcionando e atendendo a população, rede de saúde, de ensino, áreas verdes e muitos outros, serviços, dispositivos e equipamentos. Mas, o que sabemos exatamente sobre esses assuntos. Como dito, há alguns temas, como a falta d’água, que ganhou uma nova denominação nos últimos tempos, crise hídrica, que todos conhecem, mas que talvez poucos compreendem o conjunto de questões a eles associados. Há outros assuntos que algumas pessoas conhecem bem, mas que, talvez, a grande maioria, apesar de viver e experimentar a cidade cotidianamente nas suas várias dimensões e problemas, possui uma noção vaga, imprecisa, incompleta e, principalmente, não encontra essas informações de uma forma simples (não especializada) e concentrada. A proposta da Cartilha da Cidade é a de tornar acessível esse conjunto de questões. A partir da vivência urbana, e de informações objetivas, pretende-se aperfeiçoar o conhecimento existente sobre a cidade, tendo como meta o incremento da cidadania. Com clareza, respondendo de forma direta, interpretativa e ilustrada as questões apresentadas, a Cartilha espera ser um guia didático do "funcionamento" e do "uso" da cidade, informando a população sobre o próprio "território construído" no qual habita, trabalha, estuda, circula e usa de várias outras formas.

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Vegetação Urbana & Arborização Muitas vezes sentimos a falta de árvores e de plantas na cidade. Elas compõem nosso imaginário de uma vida mais saudável, compartilhada com a natureza. Frutos, grãos e raízes estão presentes em nossa alimentação. O verde e as cores das flores nos alegram e com sua presença nos sentimos melhor. Talvez,

estejamos

muito

preocupados

com

as plantas porque nas nossas cidades, ruas arborizadas, praças e parques bem cuidados são raros. Lugares sem nenhuma, ou pouca e maltratada vegetação constituem a regra. Quando falamos das plantas na cidade, utilizamos as expressões vegetação urbana, espaços e áreas verdes, que possuem formas diferenciadas. Estes podem ser gramados, canteiros, praças e

CANTEIROS E GRAMADOS EM RUAS E AVENIDAS

parques, ter algumas ou muitas plantas e árvores de diferentes portes e origens.

Presentes em toda a cidade, a arborização e canteiros são de grande importância para disseminação da vegetação por toda a cidade.

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QUINTAIS E JARDINS PARQUES, PRAÇAS E JARDINS A vegetação presente em propriedades particulares faz parte dos espaços

São espaços destinados ao convívio social e

verdes da cidade e também são de

de livre utilização pela população. Constituem

interesse público.

espaços privilegiados que enriquecem a vida na cidade.

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A ausência de vegetação colabora para criar ilhas de calor nas cidades, que por sua vez, criam ambientes desagradáveis e contribuem para a aceleração do aquecimento global. Para que tenhamos espaços e ambientes agráveis, as plantas e conjuntos arborizados necessitam ser projetados, cuidados e tratados.

Vegetação Remanescente São espaços da natureza que se mantiveram apesar da formação da cidade e do seu crescimento. Por isso, sua preservação é importante: - pelas suas características hídricas (lagos, nascentes, riachos e umidade); - pela flora e fauna (vegetação e animais) que abrigam; - por possibilitarem, mesmo na cidade, um contato com a natureza nativa e é essencial para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Esses lugares podem ser: Áreas de Preservação Permanente (APP) com vegetação nativa ou recomposta como em regiões de nascentes de rios e matas ciliares, reserva natural e floresta nativa (mesmo que de pequeno porte) compostas por vegetação natural, entre outros.

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As plantas são seres vivos e compartilham conosco a cidade, um ambiente artificial. Lugares com pouca ou nenhuma vegetação constituem ambientes pouco convidativos e nos dias quentes, menos ainda. Quando passamos por ruas arborizadas, imediatamente nos sentimos melhor.

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Já no caso das árvores existentes nas calçadas, o tipo de árvore plantada deve ser condizente com o tamanho da calçada, o volume de pessoas que passam por ela, a relação com os automóveis que transitam na rua, a fiação, os postes de sinalização e o mobiliário existente. Quando possível, deveriam ter um espaço próprio que permitisse o seu desenvolvimento. Como isso poucas vezes acontece, o que vemos são árvores que sofrem todo tipo de mal tratos , calçadas destruídas pela falta de espaço para as raízes se desenvolverem e fiações comprometidas pelos galhos.

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Mobiliário Urbano Bancos, floreiras, lixeiras, postes de luz e de sinalização. Certamente, já vimos alguns desses objetos e outros do mesmo tipo. Nas ruas, nas praças e parques, ou em qualquer espaço público urbano. Eles podem passar desapercebidos na nossa imagem de cidade, mas no dia a dia são muito utilizados. Eles formam

o

que

denominamos

mobiliário

urbano. Assim mobiliário urbano é formado por um conjunto de objetos, equipamentos e dispositivos de diferentes escalas e tipos distribuídos no espaço urbano, que compõem a paisagem da cidade e possuem várias funções, desde proporcionar

conforto

(bancos),

auxiliar

na

orientação e segurança dos usuários da cidade (placas de sinalização e abrigos de ônibus), até servir de suporte das redes de serviços (postes de luz e telefonia), dentre outros.

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Energia Elétrica

Consumimos energia elétrica para várias atividades e necessidades individuais, familiares, profissionais e públicas em geral.

Dependemos da energia elétrica para

utilizarmos

celular,

aparelhos

geladeiras,

computadores,

de

televisores,

elevadores

e

tantas outras coisas comuns no nosso cotidiano.

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Se à

a

energia

sociedade

elétrica

é

necessária

contemporânea,

ela

é

fundamental às cidades. Um simples semáforo “queimado” gera um grande transtorno, vários semáforos apagados podem gerar uma situação caótica. Quanto maior e complexa a cidade, piores serão os danos causados pela falta de energia.

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Produção de Energia & Sistemas Elétricos Existem vários tipos de produção de energia elétrica que podem ser de fontes: não renováveis – petróleo e seus derivados, carvão mineral, nuclear, etc. – ou renováveis –hidráulica, eólica, solar, biomassa, etc. No Brasil, pelo grande número de rios, a fonte hidráulica é a mais utilizada para produção de energia elétrica. As usinas hidrelétricas possuem enormes turbinas, parecidas com ventiladores gigantes, que rodam com a passagem da água e acionam geradores que produzem a energia.

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Para que a energia seja adequada ao uso nas casas, no trabalho e nas atividades

públicas

ela

necessita

ter sua tensão rebaixada através de dispositivos, conhecidos como transformadores.

A energia elétrica é gerada em alta tensão seguindo por quilômetros de fios da rede de transmissão, nesse percurso muita energia se perde na

As casas e os locais de trabalho possuem um

forma de calor.

instrumento, o "relógio", utilizado para medir o

Essas

usinas,

em

geral

estão

localizadas em regiões distantes das cidades, com isso são necessárias grandes extensões de linhas de transmissão para distribuir a energia até elas.

consumo mensal de energia. Ao conectar um equipamento na tomada ou ligar o interruptor de luz, você estará usando a energia elétrica. Quanto maior a potência do seu equipamento e quanto mais tempo ele permanecer em funcionamento, mais carga ele utilizará da rede e maior será o consumo de energia.

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Iluminação Pública As transformações sociais e técnicas alteraram as relações das pessoas com os ciclos naturais. O convívio e o trabalho noturno antes da iluminação elétrica eram muito restritos. Hoje a iluminação pública tornou-se essencial à vida nos centros urbanos, ampliando o tempo de todas as atividades, do trabalho ao lazer. O serviço de operação e manutenção da iluminação pública lâmpadas, postes e demais componentes - é de responsabilidade de companhias públicas ou de concessionárias do serviço público. As luminárias dos postes são acesas por meio de sensores conhecidos como fotocélulas, dispositivos sensíveis a mudanças de luz, que detectam o momento em que a luminosidade do Sol não é mais suficiente para permitir atividades. Quando amanhece, a fotocélula detecta os primeiros raios de luz e “avisa” o sistema que as lâmpadas já podem ser apagadas.

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A iluminação das ruas passou por evoluções e melhoramentos ao longo da história. Até a metade do século XIX, a maioria das

A partir de 1883, a energia elétrica e as

cidades brasileiras não possuía iluminação

lâmpadas

pública.

às ruas das cidades brasileiras, mas o

incandescentes

chegaram

acendimento ainda era manual, por meio de chaves que ligavam de 20 a 40 postes.

Em 1872 apareceram os primeiros lampiões a gás, acesos manualmente, um de cada vez no centro de São Paulo.

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Entre os anos 1950 e 1960, surgiram os

primeiros

“relés”,

equipamento

responsável por permitir o acendimento automático dos postes, permitindo que o acendimento passasse de

A partir de 1989, surgiram as lâmpadas de sódio, mais eficientes e que são usadas até hoje.

manual para automático. Em 1966 as lâmpadas de vapor de mercúrio, de luz mais forte e branca, vieram pra substituir as incandescentes.

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Impactos Ambientais

Todas as formas de produção de energia causam algum impacto ao meio ambiente e à sociedade. O petróleo e seus derivados, por exemplo, podem ocasionar uma série de danos ao ambiente, desde a perfuração de poços, até a queima de seus derivados, como a gasolina, que libera gases de efeito estufa, contribuindo tanto para a poluição da atmosfera, quanto para alterações climáticas em microrregiões.

Sedimento

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Aquífero


Vale ressaltar que energias renováveis também causam sérios impactos ambientais, como os de usinas hidrelétricas. Para sua instalação é necessário o alagamento de uma vasta região, expulsando a população local e afetando a fauna e a flora. Isso pode causar não apenas a redução da biodiversidade, mas também a destruição de patrimônios culturais e históricos.

Exemplos de alguns impactos ambientais causados pelas hidrelétricas • • • • • • • • • • • •

Inundação de áreas agricultáveis; Perda de vegetação e da fauna terrestres; Interferência na migração dos peixes; Alterações na fauna do rio; Interferências no transporte de sedimentos; Aumento da distribuição geográfica de doenças de veiculação hídrica; Perdas de heranças históricas e culturais; Alterações em atividades econômicas e usos tradicionais da terra; Problemas de saúde pública, devido à deterioração ambiental; Problemas geofísicos diante da acumulação de água; Perda da biodiversidade, terrestre e aquática; Dificuldades de reassentamento da população atingida por barragens.

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Mobilidade Você já parou para pensar porque os carros andam na rua e as pessoas na calçada? Ou porque em algumas ruas os carros só podem andar em um sentido? Ou porque temos os semáforos? Faixa de pedestre, pontos de ônibus, ciclovia, placas de trânsito... São muitas coisas só para organizar como as pessoas se movem dentro da cidade. Seja a pé, de carro, de ônibus, de caminhão, de moto, para que todos esses meios ou modos de transporte, sirvam para deslocar pessoas de um local a outro e todos consigam chegar a seus destinos de forma mais rápida e segura possível, há necessidade de estruturar procedimentos, condutas e regras. A tudo isso, damos o nome de Mobilidade Urbana, ou seja, tudo que permite que as pessoas e coisas consigam se mover dentro da cidade. Mas e quando ocorrem congestionamentos, ou quando não tem ônibus ou demora mais de uma hora para passar, ou quando o ônibus está tão cheio que não dá nem pra entrar, ou quando o carro para na faixa de pedestres, ou a bicicleta transita na calçada? Ou ainda, afora os citados, existem outros meios de transporte?

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Sim. Existem inúmeros meios de transporte

são táxis, que possuem permissão do poder

e diferentes naturezas quanto aos meios.

público para transportarem outras pessoas,

Automóveis, caminhões, vans, bicicletas, moto

que não os seus proprietários, prestando

e, mesmo, helicóptero, são alguns meios de

assim um serviço público. Vans, de forma

transporte privados e particulares, utilizados

assemelhada, também podem prestar serviço

apenas por seus proprietários, ou por pessoas

coletivo de transporte, desde que devidamente

por eles autorizadas e existem os meios

autorizadas pelo poder público.

coletivos como ônibus, metrô, trem, vlt, balsa, dentre outros que são públicos ou, mesmo que

Cada um destes meios tem sua própria via:

o equipamento seja de propriedade privada,

a ciclovia para as bicicletas, a calçada para

sua utilização passa por uma concessão do

os pedestres a rua para os carros, motos e

poder público e devendo servir a população

caminhões, a faixa de ônibus, essas vias são os

de forma indiscriminada. Há automóveis que

elementos estruturadores da mobilidade, pois

ciclovia

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faixa para

faixa para

estacionar

trafegar

faixa para VLT

faixa para trafegar

faixa de ônibus mobiliário


eles definem como serão os deslocamentos.

aos ciclistas e poucas vias adequadas ao

Por isso é importante que sejam muito bem

transporte com bicicleta. Talvez o mais grave

planejados, respeitados e constantemente

seja, na maioria das cidades, o descaso

conservados, para garantir a boa mobilidade

com o transporte coletivo, pois além dos

na cidade.

problemas com os ônibus, a prioridade do transporte individual, fez com que outros

Cotidianamente congestionamentos,

enfrentamos ônibus

cheios,

sua

demora ou, pior ainda, sua falta. Além disso,

meios de transporte coletivos - metrô, vlt, bondes, monotrilhos, etc. - fossem exceções nas nossas cidades.

presenciamos desrespeito às regras com carros parados nas faixas de pedestres,

Mas o que garante que a mobilidade vai ser

ocupando faixas de ônibus, e estacionados

boa para a população e para a cidade?

em calçadas. Vemos também o desrespeito

ônibus, carros mobiliário e bicicletas na

faixa para estacionar

mesma faixa

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Pensar a mobilidade urbana é, portanto, pensar sobre como se organizam os usos e a ocupação da cidade e a melhor forma de garantir o acesso das pessoas e bens ao que a cidade oferece (locais de emprego, escolas, hospitais, praças e áreas de lazer) não apenas pensar os meios de transporte e o trânsito. (retirado da cartilha de mobilidade) O que garante isso são as políticas de mobilidade urbana, feitas pelo poder público e que dão origem a um plano de mobilidade. Este deve garantir o acesso das pessoas para resolver suas necessidades na cidade e ao que de melhor oferece. O plano vai definir parâmetros para que a mobilidade, especialmente o transporte público coletivo, seja de qualidade e atenda as necessidades de deslocamento da população pela cidade, para que tenham fácil acesso à cultura, lazer, trabalho, saúde e educação. Para isso é fundamental que o plano de mobilidade seja construído de forma participativa, ou seja, que a população da cidade discuta e opine. Afinal o plano define os investimentos em transporte coletivo, a tarifa cobrada, itinerários, formas de transportes, e que regras a(s) empresa(s) concessionária(s) terão de cumprir para que o transporte seja democrático e de qualidade.

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Você já ouviu falar de tarifa zero? Hoje na cidade de São Paulo cerca de 2 milhões de pessoas não pagam passagem de ônibus, são as pessoas aposentadas ou com 60 (ou mais) anos, pessoas com algum tipo de deficiência física, estudantes de baixa renda e pessoas desempregadas. Mas em algumas cidades no mundo ninguém paga ônibus. Como em Changning na China, em Baltimore nos Estados Unidos e em Sidney na Austrália, são ao todo 86 cidades em 24 países. No Brasil hoje são 12 cidades que usam a política de tarifa zero em ônibus. A medida exige um grande investimento por parte do governo, mas o retorno para a população não está só em circular pela cidade sem gastar nada, a cidade como um todo é beneficiada, aumentando o acesso ao trabalho, à cultura, à educação, à saúde, ao lazer e causando a diminuição no uso de transporte privado, diminuindo congestionamentos e a poluição do ar, resultando em uma melhor condição de vida urbana. 33


Resíduos Sólidos Uma característica comum à vida nas cidades atuais é o ritmo de consumo intenso, que por vez resulta na sobra, no desperdício e no descarte de uma série de materiais, comumente chamados lixo. Imagine o quão agradável seria às pessoas se todo o “lixo” fosse descartado adequadamente e que sua quantidade fosse drasticamente reduzida. No entanto, a realidade das cidades está um pouco distante disso, e presenciamos um aumento de sua quantidade, diversidade e descarte inadequado. Para onde vai essa imensa variedade de “lixos”, mais adequadamente chamados de resíduos sólidos, e quais as alternativas atuais? Os resíduos sólidos podem seguir rotas diversas nas cidades envolvendo acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, que devem ser realizadas regularmente. O acondicionamento é feito nos locais de produção de resíduos, como nos cestos de lixo de nossas casas, enquanto não os direcionamos para os “caminhões de lixo” da coleta regular ou aos serviços de reciclagem, da coleta seletiva. O mesmo vale para os resíduos produzidos pelas indústrias, escolas, ou hospitais, isto é, eles devem ser armazenados de forma adequada até serem encaminhados à coleta e tratamento. Para ambos os casos, os resíduos precisam ser transportados até os locais aonde serão tratados ou depositados. Esses lugares podem ser lixões, aterros controlados ou aterros sanitários, além da reciclagem, que aproveita os materiais coletados de acordo com seu tipo, como papel, plástico ou papelão, por exemplo.

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Lixões

Os lixões constituem uma das formas mais inadequadas de dispor os resíduos produzidos pela sociedade. Eles são grandes áreas irregulares e costumam ser instalados próximos de comunidades, áreas verdes e até rios, acarretando prejuízos ambientais. Nessas áreas é depositado todo tipo de resíduo sem o menor cuidado com o ambiente e com as pessoas. Neles os resíduos permanecem indefinidamente, produzindo chorume e contaminando o solo, o ar e a água.

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Nos lixões existem muitas pessoas que trabalham tentando recuperar materiais para reciclagem, ou mesmo alimentos, em meio a urubus e roedores. Assim, o risco de contaminação é muito elevado, através da propagação de doenças e disseminação de poluentes, além disso, causam prejuízos sociais através exploração das pessoas que trabalham em condições extremamente vulneráveis nesses locais.

Lixo à céu aberto

Pessoas trabalhando em Contaminação da água subterrânea

situação irregular e precária

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Aterro Controlado

Aterros controlados são parecidos com lixões, ou seja, também são inadequados e altamente contaminantes, com a diferença de serem cobertos de terra no final de cada dia. Dessa forma, o lixo não fica exposto e o cheiro não fica tão forte, evitando também a presença de pessoas e animais no local. Nos dois casos, as áreas utilizadas no limite das suas capacidades, até não caberem mais resíduos e, em geral, não há nenhum tipo de tratamento à região após o encerramento das atividades.

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A coleta e o transporte dos resíduos que são produzidos em nossas casas, pequenos estabelecimentos públicos ou comerciais são de responsabilidade do órgão municipal de limpeza. Já os grandes geradores de resíduos, como indústrias ou hospitais, devem contratar empresas autorizadas e especializadas para isso.

Camada de solo para confinamento

Célula de lixo

Lixo compactado e Contaminação da água subterrânea

confinado Contaminação do solo

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Aterro Sanitário

Os aterros sanitários são uma forma mais adequada de evitar danos à saúde das pessoas e à sua segurança, pois consideram as formas dos recursos naturais da região, como rios e florestas, e observam a ocupação do território pelas comunidades. Além disso, o tempo de utilização do aterro também deve ser previsto em projeto, bem como um plano de encerramento, indicando o uso da área após o término de sua vida útil.

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Quando muitos tipos de resíduos sólidos concentramse em algum local como um aterro sanitário, iniciase o processo de decomposição de todo material. Dessa forma, são produzidos muitos gases e líquidos poluidores, carregados de bactérias e materiais contaminantes. Para evitar que esses poluentes atinjam o ambiente, os aterros sanitários possuem alguns sistemas de controle, que buscam proteger o local e

Drenagem

as comunidades próximas. Por tudo isso, os aterros

da água da

sanitários são mais recomendados e viáveis para o bem

chuva

estar das pessoas do que lixões e aterros controlados.

Camada impermeabilizante

Cercamento da área, com isolamento

Sistema de

visual

drenagem de

Sistema de drenagem e

Monitoramento

tratamento do

das águas

chorume

subterrâneas

gases

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FASE 1 Colocar resíduos orgânicos misturando e cobrindo completamente com matéria vegetal seca, até encher o recipiente. (Cerca de 1 mês)

FASE 2 Deixar descansar pelo menos 1 mês, enquanto a compostagem acontece e as minhocas transformam os resíduos orgânicos em húmus.

LÍQUIDO

Compostagem A compostagem é uma alternativa de tratar os restos de alimentos. Feita através de pequenas áreas cercadas, chamadas leiras, nas quais os restos são misturados e decompostos naturalmente, transformados em adubo. Ela não produz odores, não dissemina doenças e não contamina o ambiente, podendo ser muito útil à população, pois podemos reutilizar os restos alimentares na nossa própria casa, não sobrecarregando os aterros sanitários.

Ao longo de todo o processo, os resíduos orgânicos liberam um líquido rico em nutrientes que se diluído com água é um excelente fertilizante natural para as plantas.

FASE 1

FASE 2

LÍQUIDO 42

RECIPIENTES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS

RECIPIENTES DE COMPOSTO LÍQUIDO


Reciclagem

Pós Consumo

Existe ainda a Reciclagem, que é o

Além dessas destinações, não podemos esquecer os modelos de

reaproveitamento de materiais diversos

pós-consumo aplicados a certos produtos, como lâmpadas, baterias,

separados de acordo com seu tipo,

pilhas e outros resíduos eletroeletrônicos. Esse tipo de resíduo

como garrafas PET e latinhas de

é constituído por uma série de materiais que não são facilmente

alumínio. Ela consiste na transformação

assimilados pelo ambiente ou são grandes poluidores. Assim, eles

dos materiais coletados em matéria

podem gerar graves problemas se não destinados adequadamente.

prima,

em

Metais pesados podem se acumular ao longo das cadeias alimentares

novos produtos. Existem empresas

e atingir as populações humanas, provocando doenças diversas.

e

de

Dessa forma, deve-se atentar às indicações dos fabricantes e

fazem

distribuidores sobre a destinação desses produtos, uma vez que eles

esse trabalho através de usinas que

têm a responsabilidade compartilhada com o consumidor sobre os

comercializam os materiais reciclados.

impactos gerados e devem prever a melhor forma de tratá-los.

para

sua

cooperativas

equipamentos

reutilização que

para

dispõe

isso

e

descarte

indústria de transformação

descarte

indústria recicladora

triagem

coleta seletiva destino adequado

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Água na Cidade Ao longo da história os povoados e cidades concentraram-se próximos aos rios, sobretudo, para a irrigação de plantações, o comércio portuário, o transporte de mercadorias e abastecimento público, que é fundamental para a vida nas cidades, como em geral. Apesar disso, muitas vezes não sabemos responder a algumas perguntas simples, como: de onde vem a água que chega até nossas casas? Ela recebe algum tipo de tratamento? Todos têm acesso à água? Para onde vai a água que desce pelo ralo do banheiro ou da pia? O nosso esgoto vai para o mesmo lugar que a água da chuva? Enfim... Toda a água que chega às moradias, às indústrias, às plantações, ou que seja disponível à sociedade de alguma maneira, constitui os recursos hídricos. Trata-se das águas superficiais e subterrâneas entendidas como um bem de domínio público, um recurso natural limitado e dotado de valor econômico. No ambiente, a forma de administrar e cuidar desse recurso se dá através da conformação do relevo, que fisicamente delimita as bacias hidrográficas, que por sua vez, dão origem as unidades básicas de gestão. Assim, a unidades são determinadas pelos pontos mais altos do relevo no entorno de um rio e seus afluentes, delimitando o local para o qual a água escoa.

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No ambiente, a água pode estar disposta de

Parte dessa água pode infiltrar e se acumular nos

diferentes formas, como em um rio, no qual a

solos e, ao longo de muitos anos, formar aquíferos

encontramos no estado líquido, ou mesmo no ar,

subterrâneos, que têm sido cada vez mais

onde ela está na forma de vapor. Isso se deve ao fato

utilizados para abastecimento humano. De acordo

dela realizar um ciclo que envolve a evaporação da

com o relevo, a água subterrânea pode aflorar,

água superficial, em oceanos, rios, mares, plantas e

constituindo as nascentes e formando rios. Assim,

até animais, formando nuvens. Quando as nuvens

fecha-se um ciclo contínuo que pode demorar muito

sobrecarregam-se de água acontecem as chuvas,

tempo para se completar e que pode sofrer muitas

que atingem as superfícies como florestas, cidades,

interferências humanas, das quais grande parte

plantações e os próprios rios e mares.

delas se relaciona com a presença de cidades.

condensação

evaporação

movimentação de vapor d´água gelo/neve

precipitação

evaporação

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escoamento subterrâneo


O Brasil é o país mais rico do mundo em reservas hídricas e detém cerca de 12% da reserva de água doce do planeta.

Alguns exemplos de usos da água: Abastecimento humano

Abastecimento industrial

Este uso é considerado o mais prioritário,

Usos nos processos industriais.

relacionado às necessidades básicas da população; Geração de energia elétrica

Mineração

Uso da água nas usinas hidrelétricas, de

Utilização

produção de energia.

extração de minerais.

Irrigação

Recreação

Uso na agricultura. Representa mais de 70%

Possibilidade de uso da água

do consumo de água total.

para recreação das pessoas,

da

como a natação.

água

para

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Drenagem Urbana Quando chove, a água escoa das partes mais altas às mais baixas. Em terrenos naturais, nos quais a vegetação está preservada e os solos não estão impermeabilizados, esse escoamento é desacelerado, uma vez que ele é barrado pelos arbustos e árvores e a água pode infiltrar no solo ou percorrer vários caminhos. Nas ruas das cidades, entretanto, a água pode escoar mais rápido e em maior quantidade, já que não pode infiltrar nos pisos asfaltados e cimentados e há pouca vegetação. Isso pode intensificar as inundações periódicas, pois os córregos e rios recebem um maior volume de água em um tempo menor do que podem escoar. Além disso, a qualidade da água pode ser prejudicada, pois as águas das chuvas acabam por carregar para os rios tudo que está nas ruas, sujeiras, lixo, areias, pedras e outros materiais sólidos. Os projetos de drenagem, em geral, baseiamse na retificação dos rios e em sua canalização, direcionando o escoamento superficial o mais rápido possível para fora da região de captação. No entanto, esse tipo de projeto tem causado inundações das regiões mais baixas do curso de um rio, que por vezes ainda se encontra dentro da cidade.

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As cidades possuem sistemas de drenagem pluvial, que realizam a coleta, o transporte e a destinação final das águas pluviais, isto é, a água da chuva. Esses sistemas são constituídos por uma série de componentes, como sarjetas, bocas-de-lobo, galerias pluviais, córregos e rios. Eles podem ser subterrâneos ou superficiais, considerando as formas de relevo de cada região, os tipos de solos e outras características. Muitas vezes, a expansão desordenada das zonas urbanas, impulsionando a criação de bairros em áreas ambiental e socialmente frágeis pode intensificar os problemas decorrentes da drenagem. Isso porque muitas cidades têm avançado na direção das áreas de mananciais (represas), responsáveis pelo abastecimento de água da população, sem as precauções necessárias à preservação ambiental. Com esse tipo de expansão, vem o desmatamento, a degradação dos recursos naturais, a supressão de comunidades tradicionais e a diminuição da qualidade de vida da população urbana e mesmo a rural. Assim, a maioria dos problemas, relacionados à drenagem são decorrentes, tanto do tipo de sistema de drenagem tradicional, como do tipo de uso e ocupação do solo, isto é, da forma como as cidades foram construídas, pavimentando as ruas, cimentando os quintais, impermeabilizando grandes áreas.

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Contrariamente ao modelo tradicional de urbanização e de drenagem urbana, algumas cidades têm priorizado a revitalização dos rios, recuperando suas características naturais, como as matas-ciliares e a vegetação nativa, além de ampliar as áreas verdes e livres das cidades. Contribuindo assim, para a retenção e desaceleração das águas em períodos de chuva, conformando soluções mais adequadas à drenagem urbana. Os sistemas de drenagem, portanto, envolvem uma série de características importantes às cidades e tudo o que as compõem. Eles devem considerar não apenas as propriedades urbanas, mas também os aspectos socioambientais, como os rios, vegetações, regime de chuvas e de cheias, cultura regional, ocupação do solo.

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Alguns problemas, como a falta de água nas residências da população, são comuns em muitas cidades brasileiras e estão relacionados à gestão dos recursos hídricos e à

A água que vem dos rios

sua disponibilidade. Uma grande questão associada à gestão é a degradação dos mananciais, que são as fontes de água doce utilizada para consumo humano. Em algumas cidades ocorre o lançamento de esgotos nos reservatórios, somado com a ocupação inadequada do solo e ao avanço das cidades às áreas ambientalmente mais frágeis, causando a contaminação de águas subterrâneas e superficiais. Uma condição para o consumo da água é a sua qualidade, determinada por parâmetros físicos e químicos que indicam sua potabilidade. As águas de chuva ou que provém diretamente de rios, por exemplo, podem apresentar características que não são saudáveis às pessoas, e por isso elas devem passar por algum tipo de tratamento, tornando-a potável.

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2 Tratamento inicial. Envolve a retirada de sujeiras maiores e a eliminação do mau cheiro da água. Essa etapa pode variar de acordo

3 Coagulação e floculação da

com a qualidade das águas

água.

do manancial.

Nessa etapa, são adicionados produtos

químicos

que

fazem as impurezas maiores presentes na água formarem 1

Captação

mananciais, rios,

da

como

barragens,

ou

água

flocos mais pesados.

de

represas, poços

e

bombeamento dela às Estações de Tratamento de Água. De onde é captada água na sua cidade?

4 Sedimentação.

Abastecimento de Água

Aqui, sujeiras

os

flocos

presentes

de na

água afundam.

Assim, as águas que chegam às nossas torneiras,

A distribuição da água também é um fator que deve ser

chuveiros ou vasos sanitários, passam por longos

considerado pela gestão dos recursos hídricos. Algumas

caminhos, partindo da retirada da natureza, tratamento

regiões possuem muito mais água do que outras, o que

e transporte até o fornecimento propriamente dito.

pode gerar conflitos ou dificuldades para administrar esse recurso natural. Com o aumento da população,

Cada uma dessas etapas apresenta características

grandes cidades buscam água em outras regiões, às

específicas que podem ser realizadas de diferentes

vezes bastantes distantes. Dessa forma, as distâncias

formas em estações de tratamento de água, de acordo

até os mananciais ficam maiores e o tratamento da água

com as necessidades e recursos disponíveis.

fica mais difícil.

52


5 Filtração. A água passa por um filtro com várias camadas, responsável pela

retirada

menores.

de

sujeiras

6 Desinfecção. São adicionadas substâncias químicas responsáveis por eliminar bactérias e fungos que possam estar presentes na água.

7 Distribuição Após água

o é

tratamento, conduzida

a

para

reservatórios e, em seguida, para a rede de distribuição, chegando

finalmente

às

moradias da população.

53


2 Gradeamento mecânico Os elementos sólidos grandes presentes

nos

esgotos,

como pedras, até galhos de árvores, são retidos antes de o esgoto chegar à estação de tratamento.

3 Desarenação Os elementos sólidos pequenos, como areias

1 . Rede coletora de esgotos Dutos que

e conduzem

encanamentos os

e pequenas pedras são removidos.

esgotos

produzidos até as estações de tratamento de esgoto.

Esgotamento Sanitário Uma das funções de diversos rios atualmente é a absorção e transporte de poluentes, que vem das cidades e plantações. A água que escoa pelos ralos ou vai embora quando damos descarga segue para a rede de coleta de esgotos. Essa rede é muito importante à saúde pública, uma vez que a água, se contaminada, pode veicular doenças, como diarreia, febres, micoses e hepatite. Dessa forma, o esgoto coletado deve passar

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por algum tratamento antes de atingir rios e lagos.


Entendemos como esgoto doméstico o conjunto

antes de atingirem a rede de drenagem e rios.

de dejetos e líquidos resultantes de atividades humanas, como a água suja que dispensamos

O esgotamento sanitário é composto por uma rede

pelos ralos, juntamente com urina, fezes ou sujeiras

de tubulações e equipamentos cuja finalidade é

diversas.

coletar, transportar, armazenar e encaminhar o esgoto para uma disposição adequada, causando

Existem

também

os

efluentes

industriais,

o mínimo de prejuízos ambientais à população.

procedentes da indústria de metais, alimentos, cerâmica, etc. Tanto quanto os esgotos domésticos,

O esgoto que sai da nossa moradia é composto

esses efluentes devem ser tratados adequadamente

principalmente por água. Se não for tratado, e for diretamente lançado em algum rio, por exemplo,

4 Tanques de aeração

a fauna e a flora local podem correr muitos

Adição de oxigênio ao esgoto para

riscos. Isso se deve à grande quantidade de

possibilitar o aumento de organismos que

consumam

a

matéria

nutrientes disponíveis nos esgotos, possibilitando

orgânica

dissolvida. Dessa forma, contribui-se

o

desenvolvimento

de

microorganismos

que

para a despoluição do esgoto.

diminuem a qualidade das águas e causam desiquilíbrios ambientais. 7

Lançamento

do

esgoto

tratado no rio Após o tratamento de todo o esgoto, ele é lançado no rio. Uma série de critérios 5 Decantadores

técnicos de qualidade devem

Os materiais sólidos em

ser obedecidos para isso.

suspensão líquido

afundam.

que

sai

O

dessa

etapa apresenta-se sem grande parte da poluição que recebeu.

6 Adensadores do lodo O do é

lodo,

material

tratamento acumulado

do por

resultante esgoto, meio

de

processos físicos e é enviado a aterros sanitários.

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56


Conclusão E então? A Cartilha contribuiu para a compreensão de alguns aspectos do funcionamento da cidade? Conhecendo, é fácil perceber que a rede de captação de águas pluviais é diferente da rede de coleta e destinação de esgoto sanitário e, ambas, diferem da rede de abastecimento de água, que juntas compõem o sistema de saneamento. Outros sistemas, redes de serviços e dispositivos foram apresentados e explicados. Compreender e exercitar o saber sobre o mundo que vivenciamos são condições fundamentais para termos um relacionamento ativo com esse (nosso) próprio mundo. Como afirmado na Apresentação da Cartilha, 85% da população do Brasil vive atualmente nas cidades. As redes de cidades preenchem em grande parte o território nacional. Conhecer e compreender a cidade nos seus aspectos técnicos e suas estruturas de serviços, é conhecer uma parte importante do mundo em que vivemos e como fomos socialmente nos organizando no território de forma concentrada (as cidades) e como resolvemos essa concentração. Disso resulta que a cidade é uma formação coletiva. Enquanto coletivo, a cidade deve servir ao coletivo dos seus moradores. A energia elétrica deve chegar ao conjunto dos lares e o transporte coletivo deve permitir a todos o acesso ao trabalho, às escolas e à circulação por toda a cidade. As redes e serviços que fazem a cidade funcionar, devem contribuir para o aprimoramento da qualidade de vida dos cidadãos. Não são privilégios, são direitos. Sua existência e funcionamento não devem ser segredo de especialistas. Podem e necessitam ser do conhecimento comum, o que a Cartilha espera ter proporcionado sobre os temas apresentados.

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