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Umbanda Estimados leitores, Estamos iniciando um novo ano. Desejamos a todos que este ano, seja de muita paz, amor e alegria. Estamos muito contentes em comunicar aos leitores que voltamos a publicar mensalmente a revista do Núcleo Mata Verde. Este primeiro número de 2017, traz vários artigos interessantes dos nossos colaboradores. Percebe-se em todos os artigos uma preocupação muito grande com o nosso planeta e o meio ambiente. Nós que somos umbandistas deveríamos ser os vanguardeiros na defesa do meio ambiente, pois é princípio da umbanda que a natureza é o “lar” dos Orixás. Eu tenho um sonho, eu tenho esperança de um dia poder ver todos os umbandistas preocupados com a nossa casa que é o planeta Terra. Espero sinceramente poder, ver um dia, umbandistas irem as regiões sagradas da natureza com todo respeito. Irem até a natureza para se integrarem com toda a vida planetária, com os sagrados orixás e não somente irem ao contato da natureza para fazerem despachos e entregas visando bens materiais ou outras trocas mundanas. Espero sinceramente que possamos cultuar a natureza, da mesma forma que cultuamos os orixás. O planeta pede a nossa ajuda. Vamos acordar enquanto é tempo. Já passou da hora de entendermos que não somos seres especiais, separados da natureza. Vivemos no mesmo planeta e somos todos irmãos espirituais, de uma grande família. A família do planeta Azul. Abraços a todos e um feliz 2017. Saravá Umbanda! São Vicente, 12 de Janeiro de 2017
Uma publicação do Núcleo Mata Verde Editor Responsável Manoel Lopes
Luiz Eduardo Marcos Paulo Leandro Perez Gilberto Pinheiro Fernando A. C. Ribeiro Walkyri Cozzi Coimbra Ribeiro Mônica
O disponibiliza desde 2006 um módulo de ensino a distância voltado a todos os umbandistas. Neste site você poderá fazer cursos específicos sobre a religião de Umbanda. Você inicia os cursos quando quiser e assiste as aulas nos dias e horários que achar mais conveniente. Visite o módulo de ensino a distância e comece a estudar agora mesmo. www.ead.mataverde.org
Durante o ano realizamos aqui no muitas palestras interessantes. Todas as palestras são filmadas e disponibilizadas na e na . Acompanhe pelos sites: www.tv.mataverde.org - TV Mata Verde www.tvsu.com.br - TV Saravá Umbanda
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A
doutrina seguida pelo Núcleo Mata Verde revela aspectos desconhecidos pelos não iniciados, ou seja, é um conhecimento esotérico (interno ao Templo) e que através da autorização de seus mentores aos poucos vem sendo revelada ao público.
alguma de suas vidas passadas, foram iniciados nos sagrados mistérios da A linguagem utilizada neste texto é simples e os termos usados para designar seus princípios são os mesmos utilizados na “versão” popular. Mas por trás de sua simplicidade os mentores revelam aos aprendizes uma enorme sabedoria. ensina a A simplicidade, humildade e caridade, e sua doutrina não poderia ser apresentada de outra forma, a não ser através de princípios simples e lógicos. Era costume nas grandes ordens iniciáticas da antiguidade, para esconderem seus verdadeiros princípios dos curiosos, dos não iniciados e da população em geral, criarem alegorias e fábulas, ou distorcerem conceitos, mas deixando nas entrelinhas a verdade.
É importante dizer, que embora sua divulgação seja recente, seus ensinamentos são milenares. Nesta época movimentada em que vivemos, as pessoas querem buscar o conhecimento esotérico ( interno ao templo, revelado somente aos iniciados) sem se submeterem aos processos iniciáticos, e na maioria das vezes buscam e encontram somente literaturas superficiais e que na sua essência são somente transcrições de textos antigos e populares, que nunca revelaram o conhecimento real dos verdadeiros mestres iniciados. Naturalmente que o conhecimento que agora se revela através da divulgação da , já está guardado no íntimo de todos aqueles, que em
O povo se contentava com estas alegorias, idolatrava e cultuava seus deuses, o que acabou criando enormes deformações do conhecimento original. As pessoas, de uma maneira geral, buscam estas verdades que os antigos mestres nos deixaram, mas acreditam que irão aprender os conceitos mais profundos da verdadeira sabedoria através das alegorias e lendas sem passarem por processos iniciáticos internos aos diversos templos existentes. Foi através destas interpretações alegóricas e manipuladas que as verdades continuaram, até os dias de hoje, incompreendidas pela grande maioria das pessoas. Os princípios desta sabedoria milenar, tão bem disfarçados durante milênios, tem suas raízes na formação do planeta, que é a origem do ser
humano e naturalmente conhecimento.
de
todo
seu
Iremos nas linhas seguintes iniciar o processo de revelação a todos aqueles que já estejam preparados para isso. A verdade já está no intimo daqueles que, em encarnações passadas, foram iniciados na e estas sabedoria da pessoas perceberão de imediato que algumas linhas são suficientes para fazer florescer do seu interior uma enorme quantidade de informações e respostas… Tornamos a repetir que a finalidade deste texto não é simplesmente transcrever regras mágicas, ocultas, esotéricas que são do conhecimento popular; você não irá encontrar neste estudo este conhecimento popular e sim respostas reais, concretas e que serão uma base sólida para sua compreensão do universo e da vida, das pessoas e de sua natureza intima.
Este processo inicial foi acompanhado e dirigido por que já tinham completado seu caminho evolutivo a bilhões de anos atrás em outras épocas, galaxias e regiões do espaço infinito. Estas inteligências que acompanharão e participarão do processo de formação do nosso planeta são conhecidos como .
Em todas as tradições antigas eles são citados e também conhecidos com diversos nomes, como por exemplo: espíritos de Deus, co-criadores do universo, engenheiros siderais etc…
Somos filhos do planeta Terra e como bons filhos, precisamos conhecer sua história e aí então compreenderemos também a nossa história. Há aproximadamente 4 a 5 bilhões de anos uma nuvem de poeira cósmica começou a se juntar e devido a força da gravidade foi se condensando mais e mais, até que em determinado momento formouse uma “esfera” incandescente. Este é o momento do Fiat lux do nosso planeta. Nesta fase inicial (que durou milhões de anos) a aparência do planeta era de uma “bola” de fogo, uma massa ígnea, uma massa de rocha líquida (Magma) de altíssima temperatura.
Para entendermos de forma simples este processo de formação planetária e suas implicações em nossa vida, iremos apresentar um modelo chamado de
Foi um momento de muita energia, muita luz, forças incríveis, irradiações de todas as naturezas se espalhando pelo universo a partir de nosso planeta, é neste momento que começaram a se fundir estruturas que seriam a sustentação da vida em nosso planeta.
Esta primeira fase evolutiva do planeta, devido a sua semelhança com o elemento fogo, é chamada de . Passados alguns milhões de anos, e com o resfriamento da superfície do planeta, começa-
se a formar em sua superfície a
Nesta nova fase, outras inteligências superiores (Orixás Primordiais) se apresentam para acompanharem a estruturação do planeta. É neste período que aparece em nosso planeta as rochas, as pedras, os cristais. Esta fase da evolução (elaboração) do planeta é .. chamada de Após milhões de anos, devido as atividades vulcânicas, forma-se ao redor do planeta a primeira ATMOSFERA; que era constituída de gases bem diferentes da atual atmosfera. Novamente outras inteligências superiores são encaminhadas para acompanharem este processo de evolução planetária e que pelas semelhanças com o elemento ar é chamada de
Passados alguns bilhões de anos e devido ao resfriamento da atmosfera houve a condensação do vapor d’água e fortes chuvas começaram a cair sobre a superfície do planeta. É nesta fase da evolução planetária que aparece em sua superfície a água, o mar, os rios… Pela semelhança com o elemento água esta fase evolutiva é chamada de , lembramos que foi neste reino que apareceu a no planeta; isso aconteceu há 3 bilhões de anos. Podemos afirmar sem sombra de dúvidas que a , este o motivo pelo
qual os Orixás ligados as águas (Iabás)são de alguma forma considerados Mães. (Iemanjá, Oxum, Nanã) . O tempo foi passando em nosso relógio cósmico e novas inteligências se apresentaram para acompanharem e fazerem sua parte na formação de mais um reino em nosso planeta.
Há aproximadamente 350 milhões de anos começou a se formar na superfície do planeta as primeiras florestas. Foi neste reino, chamado de , que surgiram os insetos, as aves, os repteis, os mamíferos e demais animais. O tempo passou e as inteligências que acompanhavam o desenvolvimento do planeta elaboravam estruturas cada dia mais complexas. Aproximadamente há um milhão de anos surgiu na superfície do planeta os primeiros seres que seriam os antepassados mais longíquos do homem: Homo Habilis, Homo Erectus e finalmente o Homo Sapiens. A arqueologia confirma que os primeiros restos de fosseis que podem ser atribuídos com relativa segurança à nossa espécie, Homo Sapiens, têm em torno de 300.000 anos.
chamada , designando toda a VIDA ESPIRITUAL do planeta Terra. Resumindo podemos afirmar então que existem que fazem parte da nossa realidade material e espiritual e que cada um destes reinos tem sob sua supervisão inteligências superiores que são conhecidas por vários nomes, nas várias tradições existentes, e que nesta visão Umbandista foram apresentados como os Não conhecemos os “nomes” de todos estes Orixás Primordiais, mas a vida, a espiritualidade, e todos os conhecidos nos cultos de Nação são “filhos” destes Orixás e cada um destes Orixás Ancestrais está vinculado a um ou mais destes Em outra oportunidade nos aprofundaremos neste assunto, identificando as centenas de Orixás existentes e que no Candomblé são conhecidas como qualidades, também estudaremos pormenorizadamente e identificaremos, a partir destas sete vibrações primordiais, todas as de trabalho existentes na É desnecessário saber o “nome” africano destes sete Orixás Primordiais, o que necessitamos é entender e sentir a presença destes , destas , destas destas
Estaremos relacionando abaixo os nomes dos sete mais conhecidos na umbanda e que se identificam com as sete vibrações, são chamados de
Este período é chamado de pois é nesta fase que aparece na superfície do planeta o Homem. É desnecessário falar que outras inteligências superiores foram chamadas para acompanharem o nascimento da raça humana na superfície do planeta, lembramos que estas inteligências superiores são os chamados
As forças existentes em cada reino são conhecidas com nomes em Tupi antigo, pois é a língua que mais se identifica com nosso planeta e com a doutrina seguida pelo Núcleo Mata Verde.
Este assunto não será esgotado neste texto, estamos fazendo somente uma ligeira apresentação dos princípios básicos da doutrina. Em seguida uma breve descrição de cada um dos sete reinos sagrados.
A estas seis fases evolutivas do planeta, chamadas de , adicionamos mais uma
Velas e as cores Qualidade: Iniciativa, força, destruição Orixá: Ogum Força: Ígnea Nome tupi: Tatá Pyatã Elemento ritualístico: Velas e cores Cor: Vermelho
Mediuns, Cambones e Ogans Qualidade: Fraternidade, Fé Orixá: Oxalá Força: Hominal Nome tupi: Abá Pyatã Elemento ritualístico: Os médiuns, as pessoas Cor: Branco
Pedras e Pontos Riscados Qualidade: Estrutura, leis, regras, justiça Orixá: Xangô Força: Telúrica Nome tupi: Yby Pyatã Elemento ritualístico: pedras, cristais, pontos riscados Cor: Marrom
Espíritos, todas as falanges que trabalham na umbanda Qualidade: Espiritualidade, Transcendência Orixá: Omolu Força: Espiritual Nome tupi: Angá Pyatã Elemento ritualístico: Os espíritos (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças etc…) Cor: Preto
Incensos, essências e pontos cantados Qualidade: Expansão, comunicação Orixá: Iansã Força: eólica Nome tupi: Ybytu Pyatã Elemento ritualístico: Essências, defumação, pontos cantados Cor: Amarelo
Banhos e todos os líquidos Qualidade: adaptação, emoções, amor Orixá: Iemanjá Força: Hídrica Nome tupi: Y Pyatã Elemento ritualístico: Banhos, bebidas Cor: Azul Claro
Ervas, frutas e flores Qualidade: Individualidade, independência Orixá: Oxossi Força: Vegetal e Animal Nome tupi: Caá Pyatã Elemento ritualístico: ervas, flores, frutas, animais, aves Cor: Verde
Estas sete forças estão presentes em todos os lugares e em todas as pessoas, costumamos dizer que , pois suas forças estão presentes em todos os momentos, em todas as épocas e lugares do universo.
A vibração do , a força Tatá Pyatã, a presença da força do Orixá Ogum se manifesta no calor do nosso corpo. Sabemos que todos os seres humanos tem uma determinada temperatura ( aproximadamente 36,5 ºC ), é esta energia que pertence ao reino do fogo, qualquer alteração brusca na temperatura do corpo ou mesmo na temperatura do planeta levará a morte. são as estruturas, a força Yby Pyatã, a presença da força do Orixá Xangô, está O presente em tudo o que é sólido. No corpo são as estruturas do corpo humano, os ossos, os músculos. está presente no ar que respiramos; a força Ybytu Pyatã, a presença da força do O Orixá Iansã, já pensou em ficar sem respirar? Sem o ar não existe vida na Terra. , a força Y Pyatã, a presença da força do Orixá Iemanjá, está presente no corpo O humano na proporção de 75% (aproximadamente), sem água não existe a vida. O a força Caá Pyatã, a presença da força do Orixá Oxossi, está presente em nossa alimentação. Na mitologia africana Oxossi é o caçador, é aquele que vai buscar o alimento da tribo. É deste reino (das Matas) que provém toda a nossa alimentação: frutas, plantas, ervas, e até a carne animal. , a força Abá Pyatã, a presença da força do Orixá Oxalá, são as pessoas. É o relacionamento humano, o homem não pode viver isolado, ele é um ser social e é através deste processo social, que trocamos energias, fluídos e evoluímos espiritualmente. Este reino está presente em nossa vida através dos relacionamentos que fazemos: sociedades comerciais, casamento, namoro e demais vínculos familiares; é também a fé que possuímos. a força Angá Pyatã, a presença da força do Orixá Omolu, é o mundo espiritual que nos rodeia. Vivemos em constante contato com seres espirituais, algumas vezes com seres elevados como em nossos Terreiros com os Caboclos, Preto-Velhos e as Crianças; outras vezes com seres atrasados como os kiumbas, espíritos enganadores, obsessores. A todo momento estamos nos relacionando com a espiritualidade. O melhor exemplo da presença deste reino em nossa vida é o nosso próprio espírito que habita nosso corpo material. Somos espíritos encarnados. Perceba que todos os sete reinos estão presentes em nossa vida e que a vida humana (material e espiritual) é fruto deste processo evolutivo desenvolvido através dos sete reinos sagrados. Finalizando pedimos a você que leia e releia com atenção esta pequena apresentação da doutrina dops sete reinos sagrados, ela apresenta conceitos básicos importantes da doutrina seguida no
E
ducar é o lema para o ser humano entender que ele é filho da natureza e, portanto, precisa zelar por ela. Por isso, educação ambiental nas escolas é indispensável para o desenvolvimento ou aprimoramento da consciência de cada ser, afinal, a Terra e as manifestações de vida precisam ser preservadas para a nossa geração e gerações futuras. Portanto, desenvolvimento sustentável é a palavra de ordem e, a reboque, a preservação da fauna e flora em todo nosso país.
Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos - pena detenção de três meses a um ano e multa.
Na proclamação dos Direitos dos Animais pela UNESCO consta no artigo 1º - Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência. Mais adiante assevera que devem ser defendidos por leis em cada nação. Ora, isso deixa claro que a fauna precisa e deve ser respeitada por todos, assegurando-lhes direito à vida em plenitude. Mas, a realidade é outra, inversamente proporcional, uma vez um povo que não é educado para este fim, permanece estagnado na incompreensão e no desrespeito à vida. A proclamação tem apenas caráter normativo, instruções em amplo espectro, sem a força e contundência de leis. Mas, é a orientação prescrita que deve ser seguida pelos países signatários como o Brasil.
É imperioso que toda sociedade se conscientize que os animais, o meio ambiente precisam ser preservados e leis mais contundentes.
Curiosamente, a Constituição Federal assegura este direito e prerrogativa à toda fauna e flora existentes no Brasil, através do específico artigo 225 §1º / VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies e submetam os animais à crueldade. Além disso, há as leis infraconstitucionais e protetivas aos animais, como a Lei Federal 9605/98 ( Lei de Crimes Ambientais) artigo 32 animais que determina:
´Também, o Decreto 24645/34 ainda em vigor que assinala - todo animal é ser tutelado pelo estado. Ora, quando afirmo isso, respaldado neste apoio jurídico, entendo que todos os municípios e estados da Federação têm o dever de tutelar os animais, criando condições, órgãos governamentais para este fim. Mas, são pouquíssimos os estados e municípios que cumprem as determinações legais e protetivas à toda fauna.
Eu já afirmei reiteradas vezes que se o país quiser levar tais determinações e orientações legais à causa protetiva, tem que educar nas escolas. Assim, será evitado o abandono de animais nas ruas, a exploração nas sombras da tração animal e outras modalidades crueis consideradas erroneamente como "esportivas", no caso, rinhas de animais, rodeios, vaquejadas, etc. Se não educar, não iremos a lugar nenhum. Precisamos nos nivelar às nações mais civilizadas, mais educadas. Nos EUA por exemplo, há mais de 160 escolas de Direito ministrando a disciplina Direitos dos Animais. Aqui no Brasil somente a USP tem esta preocupação - curso de ética animal ou bioética.
Segundo informações e publicação do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica divulgadas recentemente enfatiza que o Brasil entre 2014 e 2015 desmatou mais de 18 433 hectares deste tipo de floresta natural. Para termos melhor ideia, quando o Brasil foi descoberto, Cabral encontrou em 1500 a Mata Atlântica preservada, com cerca de 1,3 milhões de Km do território nacional. Hoje, restam cerca de 163 mil km, pouco mais de 12% da floresta original e preservada. Isso é muito preocupante.
A Baía de Guanabara, lamentavelmente, virou local de despejo de esgoto domiciliar - são milhões de litros despejados diariamente e, além disso, as águas oferecem risco de iminente contaminação por vírus causadores de doenças graves e os testes científicos comprovam que estão presentes em níveis até 1,7 milhão de vezes acima do que seria considerado "alarmante" , por exemplo, nas praias no sul da Califórnia. Tais afirmações são do biólogo marinho do Instituto Independente do sul da Califórnia. Portanto, o verbo a ser conjugado é educar. Não há outro caminho, preparar a geração atual para quando na idade adulta respeitar, defender o meio ambiente, a fauna e flora, afinal, somos todos inquilinos na grande casa que é o planeta Terra. E se não houver mudanças, toda geração futura estará comprometida. Meio ambiente é questão séria, prioridade, como Português e Matemática nas escolas. Se levarmos em consideração que o Brasil possui a maior reserva biológica do planeta, com mais de 55 mil espécies de plantas, 524 espécies de mamíferos além de milhares de espécies animais que vivem nos rios e mares, estamos muito atrasados na educação ambiental ou direitos dos animais. Aliás, não se pode tecer comentários sobre meio ambiente alienando a espécie animal. Tudo está interligado.
A questão dos seminários sobre o respectivo assunto ainda é embrionário ou incipiente em
todo o país. Eu lido com isso, com palestras e participei em maio passado, de Simpósio Urgência na Defesa dos Animais - nas dependências da EMERJ - Escola de Magistratura e recebi um diploma pela participação. Precisamos criar este sadio hábito em instituições sérias no âmbito jurídico e também nas prefeituras, escolas, universidades. Não há razão para não levar este conhecimento à sociedade brasileira.
Está na hora de as escolas e faculdades no Brasil abraçarem a disciplina a senciência e direitos dos animais, o que tanto defendo com ardor, entusiasmo e, acredito, modéstia à parte com proficiência e muita honra.
A
Umbanda é uma religião brasileira
humanos, tais como a fraternidade, o respeito
que teve início com a fundação do
ao próximo e a caridade, que é uma máxima
primeiro Templo de Umbanda, a
encontrada
em O
todas
aos
manifestações
Tenda Espirita Nossa Senhora da Piedade,
existentes.
onde surgiu, de fato, uma liturgia, um ritual e
manifestações divinas em que cada Orixá
uma estrutura para que pudesse ser praticada.
controla e se confunde com um elemento da
Tudo isso foi realizado por Zélio Fernandino de
natureza
Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
personalidade humana, em suas necessidades
do
culto
as
planeta
ou
Orixás
da
como
própria
e construções de vida e sobrevivência. A manifestação dos Guias para exercer o trabalho
espiritual
incorporado
em
seus
médiuns ou "aparelhos", também chamados de "cavalos". O médium é o aparelho que propicia o contato entre o mundo físico e o espiritual, manifestado de diferentes formas.
Cada terreiro possui uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos.
Na Umbanda existe a crença na imortalidade da alma, a crença na reencarnação e nas leis cármicas. Não se trata apenas de uma religião A Umbanda possui fundamentos, entre os
afro-brasileira.
quais a existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Zambi.
É uma religião que tem raízes não só na África,
Algumas das entidades, quando incorporadas,
mas também no catolicismo, no espiritismo de
podem nomeá-lo de outra forma, como por
Kardec e na religião indígena brasileira.
exemplo, Tupã para Caboclos, entre outros, mas todos são o mesmo Deus. A Umbanda
Essa
breve
introdução
já
demonstra
a
obedece aos ensinamentos básicos dos valores
importância do estudo para aquele que quer
seguir os caminhos da Umbanda, seja ele um
consultas, não se faz trabalhos para prejudicar
estudioso das religiões, um mero admirador,
ninguém.
um cambone ou médium.
Na verdadeira Umbanda, animais não são sacrificados e o meio ambiente não é poluído,
Em suma, para poder se falar de qualquer coisa
destruído ou degradado.
ou apenas entender alguma coisa é necessário Na verdadeira Umbanda, temos como base os
estudar.
caboclos e pretos velhos, além dos Guias Em geral, os estudos são importantes, pois com
representantes das linhas de cada Orixá, tais
eles adquirimos conhecimentos, cultura, e
como Ogum, Xangô, Iansã, Iemanjá, Oxóssi,
traçamos objetivos na vida. Através dos
Oxalá e Omulu, com algumas variações.
estudos
Temos,
nós
convivemos
com
pessoas
também,
Boiadeiros,
Baianos
e,
diferentes, de educação diferente daquela que
logicamente, as Crianças. Temos sim, Exus e
recebemos em casa e na nossa escola.
Pomba Giras, que são nossos guardiões e não espíritos maléficos que querem fazer o mal em
O estudo nos permite compreender os motivos
troca de banquetes ou presentes dos mais
pelos quais as coisas são como são e na
diversos.
Umbanda não é diferente. Muitas pessoas confundem Umbanda com outras religiões,
Quem sou eu para falar tantas coisas sobre a
tais como o Candomblé, o Tambor de Mina,
verdadeira Umbanda?
Batuque, Pajelança, etc. Sou um humilde servo de Deus que busca o Tanto é verdade que volta e meia vemos na
conhecimento
da
forma
mais
óbvia:
imprensa casos diversos, onde espertalhões
estudando. Tenho muito a aprender, mas o
tentam iludir as pessoas, prometendo trazer de
básico eu já sei e posso ajudar a difundir.
volta a pessoa amada, realizar amarrações, realizar trabalhos de magia negra com
Não peço para que creiam na Umbanda, nos
matança de animais e até mesmo de seres
Guias ou nos Orixás. Cada qual tem suas
humanos. Depois que são presos, ao serem
crenças, seus dogmas, seus pontos de vista..
entrevistados,
tais
indivíduos
dizem
Só peço uma coisa: não confundam a
umbandistas
e
os
por
verdadeira Umbanda com outros cultos.
se
repórteres,
desconhecimento, publicam assim mesmo.
Antes de dizer qualquer coisa sobre o assunto, estude.
Na verdadeira na Umbanda é praticada a caridade, é difundida a fé para que haja sempre esperança em dias melhores. Na verdadeira Umbanda não se cobra por
Em essência somos todos iguais, independente das divisões que criamos, seja ela cultural, religiosa, financeira, seja relacionada à cor ou ao sexo, enfim, é tudo uma grande aparência, ilusão. A medida que olhamos a nossa volta e percebemos que somos muito mais do que a realidade na qual estamos inseridos, que a nossa capacidade e valores são infinitamente superiores aos que a sociedade nos imprime, começamos a observar o mundo de forma diferente, não temos mais a referência que nos guiou até então, novos valores se formam, e dessa vez, construídos por nós mesmos. Acordamos certo dia com diversas perguntas que se multiplicam incessantemente e despertam em nós a necessidade de respostas, tais como: Quem somos? Qual o sentido da vida? Qual a nossa relação com o planeta? O que há além do que podemos ver ou sentir? Você não sabe se as descobrirá dentro de si, em algum livro, religião ou filosofia. Não sabe
até onde terá de andar e nem qual o caminho certo a seguir, só sabe de uma coisa: você não é quem imaginava ser, porque aquelas "verdades" não lhe fazem mais sentido. Mas também não faz a menor ideia de quem seja, da onde veio e nem para onde irá. É ai que a busca começa. Muitos dirão com convicção saber a resposta, outros falarão que ela não existe. Alguns falsos santos lhe dirão com voz suave qual o caminho seguir, outros o farão através de gritos. Muitos matam para impor suas verdades e outros, para que elas nunca sejam ditas. Você nunca terá uma fórmula, um GPS ou equipamento qualquer capaz de lhe guiar por esses caminhos, terá de fazê-los com os pés descalços, aprenderá a sentir com a alma, passará a enxergar lugares ainda não vistos, conhecerá novas verdades, desenvolverá sua capacidade de compreender a realidade à sua volta.
Você estará cada vez mais próximo de si mesmo, seu julgamento será baseado em seus aprendizados e não mais através do que lhe impuseram durante toda a sua vida. Nessa viagem você conhecerá muitas pessoas boas também, que partilharão suas experiências, será sempre uma felicidade encontrá-las, mas saiba que o seu caminho é você quem deve percorrer. Você desenvolverá um respeito muito maior por quem está se tornando e por todos a sua volta, porque entende que todos estamos aqui por um propósito, mesmo que você ainda não saiba qual é, compreende também que nem todos tem a lucidez necessária, nem mesmo você. Mas sente em seu coração que algo desperta aos poucos, um ar novo entra em seus pulmões, uma necessidade de desbravar novos caminhos, de adquirir novos conhecimentos consomem o seu ser. Se um dia você vai descobrir as respostas que tanto busca, se vai chegar no lugar que desejas, eu não faço a menor ideia. Mas assim como você, eu acredito que nada mais é como antes e eu sou imensamente grato por isso. Seja bem vindo viajante!
Terra é um planeta de provas e expiações, onde todos os encarnados sofrem, tanto os que estão em um trono como os de extrema miséria, mas as provas bem suportadas podem conduzir o homem ao reino de Deus.
A
molde como o diamante, para multiplicarmos os nossos valores.
É preciso ter coragem para enfrentar as provas, onde a prece é sustentação para a alma mas não é suficiente, é preciso uma fé viva na bondade de Deus. Jesus vos disse muitas vezes que não se colocava um fardo pesado sobre ombros fracos, e sim que o fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem.
Aquele que suporta as provações da vida com Firmeza, Brandura e Alegria é como o diamante lapidado e valioso, onde o seu brilho é notado por todos.
A recompensa será tão mais generosa quanto mais difícil tiver sido a aflição. Mas é preciso merecer a recompensa e é por isso que a vida está cheia de tribulações. Quando vos atinge um motivo de dor ou de contrariedade, esforçai-vos para superar isso, e quando chegardes a dominar os ataques da impaciência, da raiva ou do desespero, podeis dizer com uma justa satisfação: “Fui o mais forte”. pode traduzir-se assim: Bem-aventurados aqueles que têm a ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão cem vezes a alegria que lhes falta na Terra, e depois do trabalho virá o Descanso.
Fazer parte da escola iniciática do Caboclo Mata Verde é aceitar que a vida nos prove, nos
E quando chegar a hora de partir deste plano terreno, nos apresentemos perante ao Pai muito mais valiosos do que quando chegamos.
Fonte: Instruções dos Espíritos BEM E MAL SOFRER Lacordaire - Havre, 1863
Qual o orixá regente de 2017? Manoel Lopes
E
stamos chegando ao final de mais um ano e nesta época é comum as pessoas se preocuparem em saber qual ou quais os orixás regentes do próximo ano(Texto escrito dia 24/12/2016). Este é um assunto bastante polêmico e quando fazemos uma busca pela internet percebemos que nem sempre as opiniões dos estudiosos são iguais. Os métodos para se chegar a resposta a esta pergunta, são muito variados e diferentes.
Aprendemos que sete são os reinos sagrados, as hierarquias espirituais, as forças primordiais, as linhas da umbanda e os orixás regentes. Destas sete forças sagradas, manifestações diretas de Deus, se formam as sete linhas da umbanda, e tudo o que existe sobre o planeta está sobre a influencia destas sete forças espirituais ou sete orixás regentes. Os sete reinos sagrados são, pela ordem, conhecidos como:
De um modo geral a Umbanda identifica a regência dos Orixás de forma diferente do Candomblé. No Candomblé, geralmente se recorre ao jogo de búzios e o resultado deve ser alafiado (confirmado). Na Umbanda existem muitas formas diferentes de se chegar a esta resposta. Pode por exemplo, ser uma resposta dada pelo Guia responsável pelo Terreiro, através do jogo de búzios, pelo dia da semana ou ainda de forma semelhante a astrologia pelo planeta regente do ano etc…
Para determinados assuntos fazemos uso da numerologia sagrada, que relaciona os sete reinos a sete números. É uma numerologia setenária, diferente da numerologia tradicional conhecida como numerologia pitagórica. Recentemente realizamos um curso presencial , onde nos no aprofundamos nos estudos da Numerologia Setenária.
Embora não exista a preocupação em saber qual o orixá que regerá o ano novo, vários estudos são desenvolvidos a partir da doutrina seguida pelo Núcleo Mata Verde, inclusive para determinarmos as vibrações primordiais regentes do ano.
A doutrina dos Sete Reinos Sagrados que pode ser conhecida e estudada através desta revista e das publicações no site www.mataverde.org, oferece uma gama enorme de conhecimentos sobre a espiritualidade umbandista.
Este curso está disponível no portal de ensino a distância do www.ead.mataverde.org . Entre as varias possibilidades, podemos através dos números estudar as vibrações que estarão vibrando com maior intensidade no próximo ano. É importante lembrar que mas sim as vibrações primordiais que estarão em evidência durante o ano.
Embora não seja um estudo para determinarmos o orixá regente do ano, podemos de forma indireta, devido as afinidades vibratórias existentes entre os reinos e os orixás, falar sobre os orixás regentes no novo ano.
Como será 2017? 2017 é um número que vibra na vibração do 1, ou seja, é o início de um novo ciclo.
Vamos demonstrar o processo. Vamos primeiro falar sobre 2016 e depois passaremos para o ano de 2017.
E qual o dia da semana, que começa 2017? Começa num domingo que é o primeiro dia da semana, outro número 1.
O processo é muito simples. Através da numerologia setenária se reduz o ano para a base 7, e depois verifica-se qual o dia da semana que o ano começa.
Então 2017 é um ano que começa no primeiro dia da semana e possui regência dupla do número 1. Por afinidade vibracional o orixá regente do reino do fogo é Ogum. Ogum não dividirá a regência do ano com nenhum outro orixá.
Fazendo-se os cálculos, 2016 é um numero que vibra na vibração do 7, que é o número do último reino, sua força é a
O primeiro reino, o , regido pelo orixá
, da força ..
Teremos em 2017 um ano totalmente de O último reino é o , regido , o senhor da Calunga. por É um reino espiritual, ligado a morte, as coisas ocultas, aos lugares sombrios, as prisões, é o sétimo e o último reino. O primeiro dia do ano de 2016 começou na sexta-feira (6) que corresponde ao sexto reino, , que é regido por Pai Oxalá. O reino da humanidade é ligado as atividades humanas, a sociedade e as relações entre as pessoas, inclusive sobre a política e demais atividades sociais. Então 2016 foi regido pelos números 6 e 7, vibrações que por afinidade seriam os orixás . É importante destacar que neste ano que se encerra tivemos a descoberta de muitas atividades ocultas , corrupção, deterioração de regras sociais, varias prisões de políticos e empresários, e outras características destes dois reinos. O reino das Almas (número 7) é o último reino, é o final de um ciclo, o encerramento de um período. Então podemos afirmar com toda certeza que 2016 encerra um ciclo muito importante na história do nosso país.
Se 2016 deixa a impressão de ser um ano longo, devido as vibrações do 7 (o mais lento dos números) e do 6 que é um número passivo, 2017 será bem diferente. 2017 regido pelo 1 será rápido, atuante, ligeiro; a impressão que ficará será de um ano que passou rápido e deixou marcas profundas. , é a energia responsável A energia pela execução do carma, da violência, da justiça divina. É a força espiritual vinculada aos Guerreiros, as Guerras, ao exército. A sua cor é o vermelho. Um ano para iniciarmos novos empreendimentos, novas lideranças deverão aparecer no cenário político, mas também poderemos ver ainda muita luta, guerras, violências e desentendimentos pelo planeta. Será um ano intenso! Como estaremos iniciando um novo ciclo aproveite para iniciar novos projetos, novos empreendimentos, pois as vibrações estarão ao seu lado. Saravá Umbanda!
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oite de primavera na aldeia Cheyenne e Ă guia Vermelha estava em prece, agradecendo a
Iemanjá emanjá, no yoruba Yèyé omo ejá; Yemojá na Nigéria, Yemaya em Cuba, ou ainda Yemanjá ou Yemonjá no Brasil, é o orixá africano do povo Egba, divindade originalmente associada aos rios e desembocaduras (águas doces e salgadas), seu culto principal situava-se em Abeokuta e outros povoados na beira do rio Ògùn de onde manifesta-se em qualquer outro corpo de água. Iemanja manifesta-se em iniciados em
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ocasiões como duas manifestações do mesmo princípio compartilhando atributos mas ambivalentes em arquétipo, lhe sendo associado um papel primordial na criação. É devido a estreita relação com Olokun juntamente a perda do culto à esta no processo de diáspora africana o motivo para a associação de Iemanjá aos mares no novo mundo. Iemanjá, segundo D. M. Zenicola, "representa o poder progenitor feminino; é ela
seus mistérios (eleguns) ou médiuns através de possessão ou transe, ato em que os orixás nas palavras de R. S. Barbara: "vem para dançar e mostrar os seus poderes, representando em gestos suas ações míticas".
que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal, a Mãe do Mundo". O nome Iemanjá deriva da contração da expressão em yoruba Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes") ou simplesmente Yemojá em referência a um rio homônimo cultuado nos primórdios do culto deste orixá. Na Nigéria Yemojá pronuncia-se com o som de "djá" na última sílaba. A versão lusófona amplamente mais aceita no âmbito acadêmico é Iemanjá, por vezes também assume a grafia de Yemanjá
Na mitologia yoruba, ela é filha de Olokun soberana dos mares. Em Cuba, Iemanjá confunde-se com o culto de Olokun ao ponto de serem postas em algumas
onde a letra inicial alude a origem do nome. Isso também observa-se no caso de Yemaya na Santeria em Cuba.
O seu nome na cultura popular Dona Janaína tem origem mais complicada, diversas fontes o associam a uma origem indígena, mas não a identificam. O dicionário Houaiss registra a explicação da composição do nome por Olga Cacciatore como de origem yoruba: iya "mãe" + naa "que" + iyin "honra". M. C. Costa em um artigo referente localiza sua origem no diminutivo de Jana, expressão portuguesa para Anjana ser mitológico ligado as Xanas das Astúrias, uma espécie de fada ou ninfa da mitologia asturiana dotada de uma beleza extraordinária que vive nos rios, fontes, cascatas e bosques que têm cursos de água cristalina. As Xanas são fadas da água doce que possuem morfologia humana e que habitam as zonas do litoral norte da Espanha, no Principado de Astúrias (habitado desde os tempos imemoriais por astures, povo celta). Vivem em pequenos rios da montanha asturiana, assim como em fontes e grutas. Ao lado, na Cantábria são conhecidas como "Janas". As Xanas são parentes próximas das fadas irlandesas, escocesas e bretãs. Mas, apesar de serem muito parecidas com as ninfas da mitologia clássica, apresentam uma série de particularidades que as tornam diferentes. Elas parecem ser uma mescla da Deusa Diana romana com outras Deusas Aquáticas anteriores. São consideradas Guardiãs da Fonte da Eterna Juventude. A descrição física das Xanas são muito poéticas: aparecem nuas ou cobertas por véus e gases transparentes, seus cabelos são longos e brilhantes, possuindo uma beleza excepcional "tão bonitas e graciosas como um raio de luz ao amanhecer". Para outros autores, elas são pequenas como os gnomos saxões, vaporosas como a nevoa, lindas e envoltas em prateadas túnicas. Muitas são as Xanas que vigiam tesouros infinitos, tendo por costume jogar bolas de ouro finamente talhadas, sobre os prados nas manhãs de São João. Aurélio de Llano prefere descrever as Xanas como uma espécie de ninfas pequeninas (40 cm aproximadamente), de extraordinária beleza, que têm um cabelo comprido, vestem o traje típico do país e são
cristãs. As Xanas vestem roupas brancas ou floreadas e aparecem em grutas ou fontes de água cristalina, rodeadas de tesouros, sendo tudo o que possuem de ouro. Sua paixão preferida é fiar meadas de ouro finíssimo e sem nós, ou dançar em corro com suas companheiras, pulando alegres e contentes enquanto cantam (o que apaixona os pastores ou todo aquele que as escutem). O ato de fiar está tão relacionado com as fadas, que deu origem a conhecia expressão "mãos de fadas", aplicada às mulheres que sejam ágeis em trabalhos com agulhas.
No Algarve, pronuncia-se "Jãs" ou "Jans", e também se crê que se se colocar um pedaço de linho juntamente com um bolo, ao pé de uma lareira, no dia seguinte o linho estará tão fino como um fio de cabelo. Além de fiar, as Xanas possuem galinhas que colocam ovos de ouro e muitos calderões onde guardam muitos tesouros, podendo tornar ricas as pessoas que as desencantem.
"Jana" pode ser também referência Guarani de Jara, pronúncia correta de Iara, significa segundo M. A. Sampaio, "senhor, senhora, dono, dona, proprietário, proprietária. Não quer dizer "senhora das águas". Para esse termo seria Y-jara: Y- água; jára, senhor ou senhora." Tal alusão à figura mitológica brasileira de Iara justificaria dois títulos em comum, Mãe d'Água e Sereia, e sua origem apresenta o porquê ser mencionada como "Dona". Essa associação é observável já no início do século XX conforme verifica P. Iwashita em menções à Arthur Ramos, sendo ainda frequente nos cultos na atualidade, como apresentado nas pesquisas de A. Vallado. Inaê é segundo Édison Carneiro, aférese de Janaína, com mais um "ê" eufônico.
A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”. De acordo com algumas versões da lenda, quando está fora das águas, Iara se transforma numa linda mulher, perdendo seus poderes.
A "rainha das águas" como também é conhecida Iara, possui o poder de enfeitiçar os homens que olham diretamente em seus olhos.
O poeta Olavo Bilac compôs o poema A Iara em que descreve a sereia:
segunda metade do século XX um consenso entre autores de que Iemanjá é filha da divindade soberana dos mares e oceanos Olokun (esta última uma divindade feminina em Ifé e masculina no Benim), sendo esse vínculo celebrado na cidade de Ifé, considerado como berço da civilização yoruba. R. Ogunleye alude sua origem também a partir de Olorun (Olodumaré), divindade do orun. Se constata então como filha da união mitológica conturbada de Olokun e Olorun e irmã de Ajê Salugá. Olokun pelo caráter instável e destrutivo foi atada ao fundo do oceano em seus domínios após uma tentativa de dilúvio frustrada por Olorun, E. L. Nascimento menciona ao referir-se ao temor aos aspectos anti-sociais ou negativos dos Orixás femininos, "Iemanjá, igualmente, representa em seu aspecto perigoso a ira do mar, a esterilidade e a loucura".
Iemanjá em seu culto original é um orixá associado aos rios e desembocaduras, à fertilidade feminina, à maternidade e primordialmente ao processo de gênese do Àiyé (mundo) e a continuidade da vida (emi). Também é regente da pesca, e do plantio e colheita de inhames. P. Verger, em seu livro Dieux d'Afrique, registra: "é o orixá das águas doces e salgadas dos Egba, uma nação yoruba estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yem já. As guerras entre nações yorubas levaram os Egba a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. (...)O rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá."
Os principais relatos mitológicos de Iemanjá se desenrolam com os orixás primordiais da criação yoruba do mundo. Evidenciou-se na
Na cosmologia e gênese de A. B. Ellis influenciada por P. Baudin é filha da união de Obatalá com Oduduwa numa manifestação feminina. P. Verger aponta sua primeira união com Orunmilá, o orixá dos segredos (essa união é amplamente celebrada no culto de ifá afro-cubano com diferentes itans registrados por L. Cabrera, mas é negada por W. Abimb la), relação que pouco durou uma vez que Orumilá a expulsa e acusa de quebrar o ewo que proíbe o acesso de mulheres aos Odus e o manuseio dos objetos sagrados de Ifá. L. Cabrera registra: "Orunmilá teve de assistir a uma reunião de dezesseis awós, convocada por Olofi. Ela ficou em casa e a todos que iam consultar seu marido, em vez de dizer-lhes que esperassem sua volta, ela fazia passar adiante e adivinhava para eles. (...)quando este voltou, todos lhe pediam quem Iemanjá olhasse para eles. Orunmilá explicava que as mulheres não podem jogar Ifá. Eles iam embora... e não voltavam mais". Posteriormente, Iemanjá foi casada com Olofin Oduduwa criador do mundo e rei de Ifé, com a qual teve dez filhos. Alguns dos nomes enigmáticos de seus filhos parecem corresponder a orixás, Verger apresenta dois exemplos: "Òsùmàrè ègò béjirìn fonná diwó" (o arco íris que se desloca com a chuva e guarda o fogo nos seus punhos), e "Arìrà gàgàgà tí í béjirìn túmò eji" (o trovão que se desloca com a chuva e revela seus segredos). Iemanjá
cansada da vivência na cidade de Ilê Ifé governada pelo marido decide-se fugir para o Oeste, para a "terra do entardecer". Antes de viver no mundo Iemanjá recebera de Olokun, sempre precavida pois "não se sabe jamais o que pode acontecer amanhã", uma vasilha contendo um preparado mágico com a recomendação que se algum caso extremo se sucedesse, Iemanjá o quebrasse no chão. Iemanjá que já havia se instalado no entardecer da Terra foi surpreendida pelo exército de Olofin Oduduwa que estava a sua procura, longe de se deixar capturar, quebrou a vasilha com o preparado conforme as indicações que recebera. O preparado mágico ao tocar o chão fez nascer no mesmo lugar um rio que levou Iemanjá novamente para okun, os oceanos de Olokun onde foi acolhida. Outro mito sugere que foi casada com Okere, rei de Xaki, cidade localizada ao norte de Abeokuta. Este mito parece complementar suas andanças após a fuga de seu casamento com Olofin Oduduwa. Iemanjá que "continuava muito bonita", despertou o desejo de Okere que lhe propôs casamento. A união se sucedeu com a condição que Okere em nenhuma situação expusesse o tamanho da imensidão de seus seios ao ridículo. Mas Okere certo dia bêbado retorna para casa e tropeça em Iemanjá que o recrimina, e este não tendo controle das faculdades ou emoções, grita ridicularizando-lhe os seios. Iemanjá foge em disparada ofendida com o feito de Okere, que lhe persegue. Em sua fuga, Iemanjá tropeça quebrando a vasilha que lhe foi entregue e dela nasce o rio que lhe ajudará a chegar até o mar. Okere não querendo permitir a fuga da mulher se transforma numa colina que lhe barra o caminho para qualquer direção. Iemanjá uma vez com sua rota até o oceano bloqueada, clama pelo mais poderoso de seus filhos, Xangô. P. Verger relata: “Chegou Xangô com seu raio. Ouviu-se então: Kakara rá rá rá ... Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere. Ela abriu-se em duas e, suichchchch ... Iemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokun. E aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em Terra". Seu atributo de Mãe de todos os orixás é oriundo do relato de sua união com Aganju, da qual teria surgido o orixá Orungã, este último atraído pela mãe teria tentado possuí-la em um momento de ausência do pai. Da mera tentativa de incesto, sucedeu-se uma fuga da
parte de Iemanjá, que horrorizada cai sobre a terra e de seus seios rasgados surgem dois lagos e sucede-se assim o parto coletivo de diversos orixás, juntamente do Sol e da Lua, porém este relato possui sérias inconsistências inclusive a menção a Olokun como o primeiro a nascer desse parto sendo que a sequência de nascimentos varia de um autor par a outro, e os desígnios dos orixás citados. Outro atributo que lhe foi associado foi o poder sobre as cabeças e, portanto, sobre o destino. S. Epega defende o culto de Iemanjá como Iyá Ori (ori significa cabeça) justificando o porquê dessa atribuição, ela relata: "Quando Yemoja veio do orun [mundo ancestral] para o aiye [planeta Terra], ao chegar descobriu que cada Òrìsà já tinha seu domínio na terra dos homens, e nada havia sobrado para ela. Queixou-se a Olodumare [deus criador], que disse a ela ser seu dever cuidar da casa de seu marido Obàtálá [rei das roupas brancas], de sua comida, de sua roupa, de seus filhos. Yemoja se revoltou. Ela não tinha vindo do Orun para o aiye para ser dona de casa e doméstica. E tanto falou, tanto reclamou, que Obàtálá foi ficando perturbado, até que finalmente enlouqueceu. Ao ver seu marido nesse estado, Yemoja pensou na atitude que Olodumare iria ter com ela quando chegasse do Orun. E procurou os melhores frutos, o óleo mais claro e encorpado, o peixe mais fresco, o iyan mais bem pilado, um arroz bem branco, os maiores pombos brancos, o obi mais novo, o melhor atare, ekuru acabado de cozinhar, ori muito bom, os igbin mais claros, orógbó macio, água muito fria, e com isso tratou a cabeça de Obàtálá. Ele foi melhorando com os ebós, e um dia ficou completamente curado. Olodumare chegou do Orun para visitar Obàtálá. Falou à Yemoja que havia visto tudo o que acontecera, e deu-lhe os parabéns por ter curado tão bem a cabeça de seu marido. Dali para frente, Yemoja iria ajudar os homens que fizessem más escolhas de ori [destino, força vital], a melhorar suas cabeças, com uma oferenda determinada pelo oráculo de Ifá, através de Orunmilá [deus do destino dos homens] ”. Em Cuba, onde não há referência a posse desse atributo por Iemanjá, L. Cabrera consegue resgatar o seguinte mito: "No começo do mundo, os Orixás e homens confabularam contra Iemanjá, que entrava na
terra, a varria continuamente com suas ondas e a todos impunha respeito. Olorun disse a Obatalá: 'Vá ver de que acusam Iemanjá.' Eleguá, que ouviu a ordem recebida por Obatalá, disse a Iemanjá: 'Consulte-se com Ifá para que você confunda todos os seus inimigos.' Iemanjá seguiu o conselho de Eleguá, consultou Ifá e este indicou que ela fizesse um ebó (sacrifício) de carneiro. Obatalá chegou a Ilê Ifé, a aldeia dos orixás e dos homens e, enquanto todos falavam, Iemanjá saiu do mar e avançou até o grande Orixá, mostrando-lhe a cabeça do carneiro. Obatalá pensou: 'É a única que tem cabeça!',e confirmou seu poder e grandeza." Noutra versão, Iemanjá se encontra com Olorun na reunião por ele imposta aos Orixás e lhe presenteia com a cabeça de um carneiro e este ao perceber que ela era a única dos presentes a homenageá-lo diz: "Awoyó Orí dorí e". "Cabeça você traz, cabeça você será". A justificativa do mito seria que Iemanjá é "cabeça que pensa por si mesmo" e a autora não apresenta maiores justificativas para entendermos a simbologia nele expressa, no entanto R. Prandi e A. Vallado justificam esse relato como referência da tutela dos oris por parte de Iemanjá. L. Cabrera ao escrever sobre um mito que menciona Iemanjá novamente casada com Aganju evidencia Obatalá como dono das cabeças, atributo que Aganju sem sucesso teria tentado tomar para si. Olukunmi Omikemi Egbalade sumo sarcedote do culto a Iemanjá em Ibadan em entrevista afirma não só a função do orixá em formar as cabeças juntamente a Obatalá, como seu papel de levar água para cuidar dos recémnascidos modelados pelo último. A. Apter ao explorar o aspecto político de seu culto em Ayede, em especial quanto a descrição do ritual da cabaça realizado pela sua alta sacerdotisa, escreve: "Yemoja frutificando a cabaça representa o útero da maternidade, a cabeça do bom destino, a coroa do rei, a integridade da cidade, mesmo o encerramento cosmológico do céu e da terra", o que não é discrepante com a afirmativa de S. Epega, "(...)no ritual de bori [bo ori - louvar a cabeça], Yemoja sempre é saudada com a cantiga; 'Ori ori ire, Yemoja ori orire, Yemoja' (Cabeça cabeça boa, Yemoja coloca boa sorte na
cabeça, Yemoja)", ficando evidente algum aspecto do orixá quanto a cabeça. Outro atributo ou símbolo muito utilizado e presente na interpretação de Iemanjá é a lua. R. Prandi relata que Iemanjá teria criado a lua para salvar o sol de extinguir-se, ele registra: "Orum, o Sol andava exausto. Desde a criação do mundo ele não tinha dormido nunca. Brilhava sobre a Terra dia e noite. Orum já estava a ponto de exaurir-se, de apagar-se. Com seu brilho eterno, Orum maltratava a Terra. Ele queimava dia após dia. Já quase tudo estava calcinado e os humanos já morriam todos. Os Orixás estavam preocupados e reuniram-se para encontrar uma saída. Foi Iemanjá quem trouxe a solução. Ela guardara sob a saia alguns raios de Sol. Ela projetou sobre a Terra os raios que guardara e mandou que o Sol fosse descansar, para depois brilhar de novo. Os fracos raios de luz formaram um outro astro. O Sol descansaria para recuperar suas forças e enquanto isso reinaria Oxu, a Lua. Sua lua fria refrescaria a Terra e os seres humanos não pereceriam no calor. Assim, graças a Iemanjá, o Sol pode dormir. À noite, as estrelas velam por seu sono, até que a madrugada traga outro dia." Em sua associação aos mares, Iemanjá através da lua e suas fases juntamente com a força do vento, que agita as águas, controlaria as marés. P. Iwashita ao discutir o arquétipo da maternidade e feminino afirma que "Por sua vez o mais importante símbolo para a Anima é a lua, por causa da relação entre as suas diferentes fases e o ciclo menstrual na mulher." Azevedo Filho em uma análise, justifica que pelas suas "diversas fases, que descrevem o ciclo contínuo de aniquilamento/regeneração, a lua se tornou, sem dúvida, o símbolo maior das variações no (do) tempo(...) Correlacionada portanto com Iemanjá, a lua representa ainda a zona noturna, inconsciente, obscura da psique humana, pulsões adormecidas, mas que revivem nos sonhos, nas fantasias e no desejo impossível, ao contrário do sol(...)." Essa analogia entre a lua e os ciclos com aniquilamento/regeneração, é notável no mito registrado por L. Cabrera que relata a vingança de Iemanjá contra a humanidade que teria conspirado contra o seu primogênito, que foi sentenciado a morte e executado. Iemanjá tomada de ira teria destruído a primeira
humanidade, habitando nesse mito o contraste entre origem e destruição. Em alguns mitos Iemanjá teria sido mulher de Ogum, acompanhando-o em suas inúmeras campanhas de guerra com porte do facão (obé), mas insatisfeita com seu casamento com o orixá da guerra quis livrar-se dele. O mito registrado por L. Cabrera se inicia com a afirmativa que naqueles tempos quando Ikú, a Morte, levava a vida de alguém não lhe sepultavam o corpo, e Iemanjá sabendo disso planejou tirar proveito. Fingiu tão bem as características e a rigidez da morte, que foi amortalhada pelo marido que a levou aos pés de Iroko, a grande árvore, conforme os costumes. Mal Ogum retira-se do local em luto, o amante de Iemanjá surge para libertá-la das amarras da mortalha, e ambos fogem juntos. Passado algum tempo, Iemanjá voltou a vender seus bolos, olelé e ekrú no mercado ao qual estava habituada. Achamadina, sua filha com Ogum, ao visitar o mercado em certa ocasião para comprar produtos vê sua mãe vendendo suas frituras como se estivesse viva, tomada pelo espanto corre até o pai em sua casa que não dá credibilidade alguma ao seu relato, dizendo: "Sua mãe é Egungun". Passados alguns dias, Achamadina retorna novamente ao mercado, enquanto Iemanjá estava distraída com as tarefas sua filha observou-a bem e dessa vez ficou totalmente convencida, sua mãe estava viva, não tratavase de um Egum. Indo novamente ao mercado, desta vez acompanhada do pai Ogum que, entre surpresa e fúria ao se deparar com Iemanjá viva, arrasta-lhe pelo braço até a presença de Olorun, que ordenou que daquele dia em diante os mortos seriam sepultados no seio da terra. Há outro relato de infidelidade de Iemanjá quando casada com Ogum na santeria, tendo por amante Obaluayê. O envolvimento amoroso de ambos teria sido descoberto pelos cães de Ogum, sempre fiéis. Noutras menções ambos são também casados. No Brasil, evidenciou-se um vínculo maternal entre Iemanjá e Obaluayê, orixá das doenças e da cura, que teria sido criado como filho adotivo por ela após este ter sido abandonado por sua mãe Nanã, por ter nascido com o corpo coberto de feridas. Obaluaiyê perdoaria a mãe biológica mais tarde, mas sem jamais abandonar Iemanjá que o criou.
R. Prandi relata um mito que justificaria o título de Obaluaiyê como Senhor das Pérolas (Jeholu) e a posse sobre este tesouro como presente de Iemanjá ao filho. É também relatada uma união de Iemanjá com Erinlé (Odé Inlé), orixá caçador de elefantes considerado andrógino, que segundo Verger é cultuado num rio homônimo em Ijexá. Como no Brasil Erinlé confunde-se com Oxóssi, como manifestações de um mesmo princípio e este último é considerado filho de Iemanjá o assunto parece tabu, até verificarmos que Oxóssi ou Odé é de fato filho de Iyá Apáoká, a jaqueira, e não da primeira. Segundo R. Fonseca o trato dos mitos yorubas na concepção de arquétipo pode nos auxiliar na interpretação dos modelos sociais, históricos ou místicos, que neles evidenciam-se. Na visão de Omari-Tunkara, "muitos traços de personalidades das deusas estão em conformidade com os atributos míticos de Yemanjá e suas variantes e, portanto, Yemanjá pode ser considerada um arquétipo." Esse conceito evidencia-se fortemente na análise dos atributos de Iemanjá por P. Iwashita, em sua comparação com outros símbolos maternos. S. Poli, focando nos padrões de comportamento faz uma comparativa do código moral de Yeyemowo com Iemanjá, e conclui que não é possível negar que pode-se observar "(...)que vemos muito de mulheres que conhecemos ou mesmo de nossas mães neste mito", sendo que "Muito provavelmente por esse motivo tenha se tornado tão popular e amado entre nós na diáspora." Para A. Vallado, Iemanjá representa o arquétipo da mulher zelosa e generosa. Na interpretação de R. Fonseca, "Iemanjá nos fala de um precioso arquétipo feminino: o da mulher-mãe, daquela que concebe, alimenta e abriga os seus filhos. Esta mulher é fecunda e por ser condescendente e conciliadora, ela é sistematicamente usurpada". Numa análise mais analítica expôe: "A relação de Iemanjá com os homens, nas lendas mais antigas, é a de distância física. Ela está sempre farta dos esposos, sempre fugindo deles ou, no mínimo, eles estão ausentes. Não há relatos ancestrais de amores ardentes e sensuais e seus companheiros aparecem apenas como os pais materiais de seus filhos, embora ela habitualmente conceba sozinha a sua prole. A relação de Iemanjá com os seus
companheiros é de a parceria, de amizade, de comunhão e não de amor sexual. (...)Quanto ao último elemento das lendas de Iemanjá, podemos dizer que os seios da mulher contêm um duplo simbolismo. Primeiramente eles representam o princípio feminino, inequivocamente, a mãe, personificada em Iemanjá. Por outro lado, os seios femininos também materializam a proteção, o refúgio, o lugar de repouso. Na ideologia mortuária iorubá, morrer nas águas significa regressar à origem, ao conforto e abrigo do corpo sagrado da Mãe. Durante os duros séculos de escravidão moderna, a imagem da mãe, à qual os nagô imaginavam regressar após a morte, era a da Mãe África, o berço da cultura iorubá." Essa primeira interpretação dos orixás a partir da psicologia analítica credita-se a P. Verger, que explora a ligação do povo de santo a uma identidade cultural definida por seres ancestrais, essa ligação ocorre, de acordo com R. Prandi, porque "Os iorubás acreditam que homens e mulheres descendem dos orixás, não tendo, pois, uma origem única e comum, como no cristianismo. Cada um herda do orixá de que provém suas marcas e características, propensões e desejos, tudo como está relatado nos mitos. Os orixás vivem em luta uns contra os outros, defendem seus governos e procuram ampliar seus domínios, valendo-se de todos os artifícios e artimanhas, da intriga dissimulada à guerra aberta e sangrenta, da conquista amorosa à traição. Os orixás alegram-se e sofrem, vencem e perdem, conquistam e são conquistados, amam e odeiam. Os humanos são apenas cópias esmaecidas dos orixás dos quais descendem." Nas palavras de Omari-Tunkara, "O retrato composto de Yemanjá é de uma pessoa que é obstinado alternadamente, produtiva, inflexível, adaptativa, protetora, apaixonada, corajosa, altiva, e às vezes arrogante; possui um grande senso de posição e hierarquia de comando e respeito; é justa, mas formal; é uma amiga dedicada e freqüentemente coloca amizades para teste; acha difícil perdoar uma ofensa e raramente esquece o erro. (...)É preocupada com os outros, é maternal, e séria. Apesar do fato de que a vaidade não é um traço saliente caracterizando Yemanjá, seus iniciados [filhos] amam o luxo, ostentação têxteis azul-e-branco ou verde-mar, e jóias caras. Eles preferem
estilos de vida suntuosos mesmo em suas circunstâncias cotidianas não permitem-lhes tal luxo."
É também conhecida no Brasil por Iyá Ori, Mãe d'água, Rainha do Mar, Sereia, Inaê, Aiucá, ou Maria princesa do Aioká sendo por vezes confundida com o Nkisi Ndanda Lunda e a entidade Mami Wata, ou conhecida popularmente como Dona Janaína. Mami Wata é um panteão de espíritos ou divindades da água, adorados na África Ocidental, África Central, e África Austral e na diáspora africana, nas Caraíbas e partes da América do Norte e América do Sul. (Alguns devotos e iniciados têm relatado a antropólogos que Mami Wata é normalmente descrita em excessos. Ela possui uma beleza não humana, cabelos longos não naturais, e uma tez mais leve do que o normal.) A orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por membros de religiões distintas. Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até o templo mor, localizado no bairro Rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de fevereiro. Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro e em todo litoral brasileiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar, oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional "banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à orixá. Na umbanda, é considerada a divindade do mar. Em Angola existe a crença na divindade que se chama Kianda, equivalente a Iemanja protetora dos pescadores e rainha das aguas. Faz-se todo ano a Festa da Kianda em Luanda em outros bairros praianos de Luanda, na provincia de Bengo na lagoa do Ibendoa. Conta-se que a Kianda vivia perto da Praia do
Bispo, em Luanda. Um dia, viu um homem pobre e triste que andava sozinho à beira-mar. Num ato de bondade ela ofereceu-lhe o acesso a um tesouro escondido que só ela conhecia. O homem enriqueceu logo e ao mesmo tempo que ele enriquecia tornou-se egoísta e ganancioso, só usava o dinheiro para o seu próprio interesse. A Kianda, que ia observando o homem, ficou dececionada com o que viu e decidiu dar-lhe uma lição, fazendo desaparecer o tesouro e deixando o pescador sem nada dum dia para o outro. Por vezes, também dizem que a Kianda enfeitiçava o homem, retendo-o prisoneiro no fundo do mar para sempre.
Se Iemanja é a mãe dágua, a fertilidade, o início, a maternidade universal, cada ser deste planeta deve pensar o que deve fazer para estar em comunhão com este orixá. Ao poluirmos os rios, fontes, lagos, fontes, cachoeiras, represas, mares, estamos prejudicando não só a divindade, bem como a energia da água, da criação, da fertilização, do ressurgimento da natureza que dela depende. Cada vez que viajamos, e como turistas (ou não) em outras cidades, deixamos nas águas, objetos plásticos, embalagens, ou mesmo oferendas destinadas a Iemanjá no final do ano com madeira, vidro, espelho, estamos nos distanciando do sagrado poder desta energia e violando o ambiente da mãe dágua. Toda indústria, hidroeletrica, e empresa, que nao tenha no seu código de ética, medidas de segurança e saúde, para conter desvios de produtos químicos, para evitar acidentes ecológicos e a poluição de represas, rios e todos os terrenos que sejam ligados a água, estão do mesmo modo, estragando a energia desta linha e prejudicando o planeta, bem como entristecendo nossa mãe. Temos diversos exemplos de violação, tais como: despejo de lixo dos navios, descarte de embalagens, materiais utilizados nas praias, oferendas, deterioração das águas marinhas, vazamentos de petroleiros, experiências nucleares, lixo, esgotos, poluição do mar, poluição marinha, poluição marítima; contaminação de rios por indústrias de metais pesados, vazamentos de outros químicos, etc; alto índice de coliformes fecais ou produtos químicos nas represas; contaminação de
cachoeiras por dejetos deixados por visitantes. Cada vez que rios ou praias são aterrados pela ganância da construçao civil, para novos “resorts”, pousadas, novos terrenos são tomados clandestinamente e sobre eles, são construídas casas, cuja construçao comprometa o caminho da água, diminuimos o caminho das águas para beneficio próprio. De que adianta cultuar todo final de ano, pular sete ondas, rezar para Iemanja, entoar os cânticos, compor músicas, enquanto os habitantes do planeta ensejarem direta ou indiretamente através de financiamentos de empresas que causem danos nas águas ou os próprios habitantes poluirem as águas. É comum não entendermos algumas razões de manifestos da natureza, e ficarmos estarrecidos com grandes enchentes, chuvas devastadoras com desabamentos e tsunamis. Pensamos como o criador pode permitir isto, não é mesmo? Por questão de empatia, pensemos na importancia da água para a nação, para o crescimento e desenvolvimento da terra, do planeta e de todos os seres vivos. Precisamos refletir melhor sobre, e assim, honrarmos verdadeiramente o culto genuíno à Iemanja. Espero que a reflexão começe já. Imagens: 1 - Estátua de Iemanjá, Galeria Nacional de Arte, Nigeria.
2 – Iemanjá amamento os Ibejis, início séc XX, Museu Afro Brasil
5 – Mami Wata
6 – Kianda 3 – Xana das Astúrias
Fonte: https://nossaavenida.wordpress.com/2014/11 /28/a-lenda-da-kianda-mitologia-angolana/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Iemanj%C3%A1 https://en.wikipedia.org/wiki/Mami_Wata 4 – Iara
https://www.facebook.com/AlmaCeltadeNim ue
EAD Mata Verde www.ead.mataverde.org Estude em sua casa nos dias e horários que achar melhor. Todos os cursos estão disponíveis e podem ser iniciados na hora que você preferir. Cursos disponíveis: 1)Umbanda Os Sete Reinos Sagrados 2)Exu o Guardião do Templo 3)A evolução espiritual e os sete reinos sagrados 4)Baralho Cigano - Noções Básicas 5)Mediunidade sob a ótica umbandista 6)Baralho Cigano - Avançado (módulo II) 7)Fitoenergética e os Sete Reinos Sagrados - Curso Básico 8)Fitoenergética e os Sete Reinos Sagrados - Curso Avançado 9)Os Elementais e os Sete Reinos Sagrados 10)TVAD - Tratamento Vibracional a Distância 11)Oferendas na Umbanda - conforme princípios dos Sete Reinos Sagrados 12)Introdução aos Pontos Riscados - conforme princípios dos Sete Reinos Sagrados 13)Sincretismo Religioso - 500 anos de história 14)Numerologia Sagrada e Magia do Tempo - Curso Básico
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Querido amigo e irmão umbandista! Você não pode perder este curso! As inscrições estão abertas, comece agora mesmo. Assista as aulas nos dias e horários que achar mais interessante. , conhecer melhor a você e as pessoas que Aprenda a calcular e interpretar seu estão ao seu redor. Neste início de ano, aproveite e aprenda a escolher tão almejado através da atividades e
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Na parte avançada do curso você aprenderá a escolher a melhor profissão ou área de atuação para você ou seus filhos. Qual a melhor profissão? Qual a parte de seu corpo mais sensível e que poderá desenvolver alguma doença, aprendendo a se prevenir. Como se relacionar com seu chefe ou seu empregado. Aprendendo a conhecer melhor seu companheiro(a) evitando discussões e desentimentos que não levam a nada. , você aprenderá a se conhecer melhor. Através do conhecimento do seu Aprenderá a desenvolver seus pontos fortes e a controlar seus pontos fracos e desta maneira sendo cada dia mais feliz e bem sucedido. Como se proteger ou fortalecer as energias necessárias para seu bem estar. E muito mais!!! Comece a estudar agora mesmo!
A primeira parte do curso já está disponível! Pré-requisito para fazer a segunda parte do curso chamada de Avançada. Facilitador:Manoel Lopes (Dirigente do Núcleo Mata Verde) Conteúdo: 17 videoaulas 4 apostilas 17 audiolivros com o conteúdo do curso Conteúdo programático: Numerologia Sagrada e a Magia do Tempo é um curso que desvenda o mistério dos números na umbanda. No módulo avançado deste curso você irá aprender a escolher o momento certo para suas atividades e desta forma ter o máximo aproveitamento das sete vibrações primordiais.
Um curso especialmente desenvolvido para umbandistas.
1)Introdução 2)Reflexão para os umbandistas 3)Diversidade de Ritos 4)A Umbanda Iniciática 5)O início da Umbanda – Zélio de Moraes 6)A Tenda Mirim e os Sete Graus de Iniciação 7)Primeiro Congresso de Umbanda e os sete graus de iniciação 8)O Primado de Umbanda e os Graus Iniciáticos 9)Os Sete Graus do Núcleo Mata Verde 10)O Rito de Iniciação no Núcleo Mata Verde 11)A Hierarquia do Terreiro 12)Princípios Fundamentais “ Deus, Orixás e Guias” 13)Os Orixás Primordiais e os Orixás Ancestrais Históricos 14)Os Sete Reinos Sagrados Fogo, Terra, Ar, Água, Matas, Humanidade e Almas (Um processo evolutivo) 15)Numerologia 16)Origem da Numerologia 17)A Numerologia Pitagórica 18)Numerologia Sagrada (Setenária) 19)O Significado de cada número na visão dos sete reinos sagrados 20)Aprendendo a calcular na base 7 (Os quatro métodos) 21)Tabela das décadas 22)Tabela dos números 23)O Padrão Vibratório 24)O Padrão Vibratório Individual ou de uma empresa 24)Exercícios: Padrão Vibratório de Lula, Trump, Hillary, Obama Na parte referente a Umbanda estudaremos o início da umbanda com Zélio de Moraes. Veremos também o surgimento de Tenda Mirim, do Primado de Umbanda e a origem do Núcleo Mata Verde. O curso compreende: 17 videoaulas 4 apostilas 17 audiolivros com o conteúdo do curso Comece agora mesmo no módulo de ensino a distância do Núcleo Mata Verde : www.ead.mataverde.org
Mônica Duran
compartilhar com esse “VELHO” costume. Não demora já sentirá seu intestino trabalhando com menos desgaste, logo mais outros orgãos estarão sorrindo por essa “NOVA” escolha.
(Paulo Coelho) Ano Novo, Vida Nova! É o que a maioria pensa….mas….será que vale só pensar? Acredito que no mínimo, necessita acrescentar ao pensamento, uma porção bem servida de crença, uma outra de amor próprio, outra talvez de sal (que é o que se usa para não estragar os alimentos não é?)... ...esse sal pode vir de uma lagrimazinha, ou do próprio suor. Concluo então que a “Vida Nova” há de vir com pensamentos firmes e uma lutinha diária para mantermos esse foco! Nas primeiras edições dessa revista busquei a sutileza para esse assunto tão delicado que é alimentação saudável, mas chegou o momento de evidenciar a grande proposta: - descondicionar o cardápio - diminuir o industrializados
consumo
de
produtos
- criar hábitos saudáveis - comer produtos frescos - tomar pelo menos 2 litros de água por dia - fazer alguma atividade física ( vale brincar com filhos, netos, bichos, lavar o carro...)
Olhe para o seu animal de estimação... Observe aquela peça de filet mignon, picanha, alcatra embalada a vácuo naquela prateleira do supermercado, lembre que aquele pedaço de carne veio de um animal vivo, que muitas vezes você curte no facebook solto na natureza no pasto verdinho...olhe que chacina...busque no seu coração forças para descondicionar...experimentar um “NOVO” conceito de se alimentar...tenho certeza que se sentirá no mínimo mais feliz por não
As energias mais sutis estarão mais sublimes....liberta daquelas que carregam naquele ingênuo churrasco, você nem quer se lembrar do abate para não estragar o apetite, acha que está livre desse desconforto? Será mesmo que você tem esse poder de esquecer momentaneamente da maneira que são comercializados esse tipo de alimento? E o que faz com esse seu próprio sentimento escondido? Experimente usar sua churrasqueira com batatas, , faça molhos especiais da alquimia da sua imaginação, use ervas para temperar, vai ser incrível poder participar dessa reunião sem culpa, e certamente deliciosa! Estarei encorajando suas escolhas e dando dicas para essa maravilhosa aventura! Bom apetite!