Revista Umbanda nº 2 - Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde

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UMBANDA Escola Iniciรกtica do Caboclo Mata Verde

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Umbanda Neste segundo número, estamos recebendo a participação de colaboradores, alguns são membros do Núcleo Mata Verde. Queremos agradecer a todos os colaboradores, especialmente ao irmão e amigo Gilberto Pinheiro. Gilberto é um defensor dos animais, jornalista, palestrante e integrante da CPDA/OAB - Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro. Com toda certeza Gilberto terá sempre um espaço reservado nesta revista, pois não conseguimos entender a umbanda sem pensarmos no respeito a vida, seja ela vegetal, animal ou humana. A Umbanda tem no respeito à vida sua lei maior; o amor a natureza é uma das suas principais leis. E por falar em amor a natureza, incluímos nesta revista uma proposta de educação infantil umbandista, através da cartilha intitulada , onde seguindo orientação da , espiritualidade através da propomos que os primeiros ensinamentos às crianças umbandistas sejam sobre o respeito, cuidado e amor a natureza, templo sagrado dos nossos amados orixás. (iniciante), apresenta um Leandro, um texto bastante interessante sobre o meio ambiente e a umbanda. A umbanda iniciática é discutida através dos textos do Marcos Paulo e do Luiz Eduardo, textos que nos levam a uma reflexão sobre a real magnitude dos princípios iniciáticos umbandistas. Umbanda Uma Visão Sistêmica, é um texto que publicamos em 2005 onde propomos o respeito a todos os tipos de rituais umbandistas. Walkyria apresenta um artigo bastante interessante sobre a Empatia na umbanda que merece ser lido com toda a atenção. Aos poucos a revista vai tomando forma e queremos contar com sua participação. Envie suas sugestões, comentários e críticas. Saravá Umbanda! São Vicente, 01 de Fevereiro de2016 Manoel Lopes Dirigente do Núcleo Mata Verde

Uma publicação do Núcleo Mata Verde Editor Responsável Manoel Lopes

Luiz Eduardo Marcos Paulo Leandro Perez Gilberto Pinheiro Walkyria Cozzi Coimbra Os textos assinados pelos colaboradores são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores, e não representam necessariamente a opinião do Núcleo Mata Verde.

O disponibiliza desde 2006 um módulo de ensino a distância voltado a todos os umbandistas. Neste site você poderá fazer cursos específicos sobre a religião de Umbanda. Você inicia os cursos quando quiser e assiste as aulas nos dias e horários que achar mais conveniente. Visite o módulo de ensino a distância e comece a estudar agora mesmo. www.ead.mataverde.org

Durante o ano realizamos aqui no muitas palestras interessantes. Todas as palestras são filmadas e disponibilizadas na e na . Acompanhe pelos sites: www.tvmv.com.br - TV Mata Verde www.tvsu.com.br - TV Saravá Umbanda

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que são, entre outras coisas, a origem de toda a realidade material e espiritual. 3-Visão sistêmica de sua organização – Diversidade de Rituais umbandistas Vamos discutir neste artigo, de forma sucinta o item 3 – Visão sistêmica da organização umbandista, origem da diversidade de rituais existentes na umbanda. Este texto (Diversidade de rituais umbandistas) que apresentamos logo abaixo foi escrito pela primeira vez em 2005, depois em 2006 quando lançamos a RBU – Rede Brasileira de Umbanda ( www.rbu.com.br ) novamente tornamos a lembrar sobre a estrutura complexa da Umbanda e que a RBU tinha como uma das principais funções revelar esta complexidade da organização umbandista. Em 2007 quando lançamos o livro “

( aluna do curso EAD do Núcleo Mata Verde)

No Núcleo Mata Verde estudamos e ensinamos, uma doutrina umbandista, que tem como características principais: 1-Os Sete Reinos Sagrados – modelo que tem por origem a formação do planeta Terra; 2-Campo Estrutural – estruturas de natureza mental e emocional, mantidas pelos espíritos e

”, incluímos ao final do livro o capitulo “Nasce uma Rede”, chamando a atenção dos Umbandistas para a importância da RBU como uma nova rede social, e que teria entre outras características a finalidade de unir os umbandistas sem impor qualquer tipo de comando ou direcionamento doutrinário; pois devido a sua natureza complexa não admitia este tipo de comando único, centralizado. Continuamos a divulgar este conceito de organização em rede através dos cursos desenvolvidos no Núcleo Mata Verde e que estão a disposição dos interessados através da plataforma EAD ( www.ead.mataverde.org ). Muitos foram os alunos que passaram (e continuam a passar) pelos nossos cursos; alunos (Umbandistas ou não) de várias origens, dos mais diferentes tipos de Terreiros, Centros, Núcleos, Ilês, etc… e todos sem exceção ao estudarem a questão da


“ ” comentam sobre a estrutura em rede, que permitiu finalmente que pudessem entender esta diversidade. Adiciono abaixo alguns alunos:

comentários destes

Administração de Empresas, e da moderna idéia de Gestão. Desta forma, já conhecia o conceito, entretanto, nunca tinha ouvido falar sobre essa concepção aplicada à religião umbandista, mas confesso que achei a idéia muito interessante, já que possibilita explicar a diversidade existente nesse meio. Realmente, sem esse conceito de organização fica difícil compreender a liberdade que existe dentro da Umbanda, e que, por essa razão, deve-se divulgar cada vez mais a organização em rede, e suas características e conseqüências.”

“Este é um conceito que até então não conhecia, e me ajudou muito a entender a diversidade encontrada nos terreiros de Umbanda. Chamou minha atenção por ser abrangente, mostrando que a Umbanda é uma religião acolhedora e não preconceituosa, permitindo que cada um escolha a vertente “Achei muito esclarecedora a explicação dada com a qual se tenha maior afinidade.” sobre a organização em rede da umbanda. Já ouvi falar várias vezes que a Umbanda é uma “Este tipo de organização apresentada na religião desorganizada onde cada um à pratica Umbanda é maravilhosa, por ser aberta e de uma maneira. Assistindo a explicação abrangente. Nunca tinha tido contato com esta entendi perfeitamente o conceito da figura organizacional, mas foi exatamente sua organização em rede e concordo plenamente característica igualitária que me chamou com ela.”

atenção. Se Deus se encontra em tudo e todos, Deus está naqueles com quem nos afinamos , mas também nos diferentes. Avançar na vida “Já tive oportunidade de conhecer a trabalhando em mim este conceito é uma meta.” organização em rede por ocasião do curso Exu o Guardião do Templo.(Curso do Núcleo Mata Verde) “Concordo com esse sistema, aliás tive a oportunidade de ler a anos atrás o livro “A teia da vida” que foi indicado pelo Manoel. A rede faz com que não exista na Umbanda um poder único, ou seja, cada “ponto” dessa rede é importante no sistema todo. A rede permite que novos pontos sejam acrescentados sem comprometer a eficiência do todo além de não engessar a nossa religião.”

Concordo plenamente com o que é exposto nesta “rede”, pois tenho visitado vários terreiros e após ter conhecimento desta “rede” pude perceber que segue o que é exposto.”

“Concordo com a organização, acredito sim na liberdade e na diversidade de cultos dentro da Umbanda, isso é o que torna a Umbanda tão encantadora, a liberdade que ela nos permite é o que nos faz escolhe-la como religião, com “Ainda não tinha conhecido este conceito, muito amor e muita dedicação.” achei bem realista e direto, raramente escutamos alguma explicação sobre o porquê dos diferentes terreiros no brasil. Mas está ai a resposta, de uma forma simples, e fácil de “A explicação da umbanda em rede veio ao encontro do que tenho adotado como postura absorver.” político-filosófica. Trabalhei como formadora em alguns trabalhos de responsabilidade social sob a ótica ecologista “Tendo em vista a minha formação na área de Marcos Reigota e outros, além de ser uma jurídica, bem como pelo fato de eu fazer pós- admiradora de Edgar Morin que escreveu sobre graduação em direito educacional, tenho a teoria da complexidade. professores que trabalham com a concepção de redes e sistemas, extraída inclusive da


Costumo referir-me à metáfora moriniana quando estou ensinando professores ou alunos “Achei muito interessante a organização da na escola onde trabalho, que diz: Umbanda em rede e ela explica o que vemos “Os fios compõem o tapete, mas esse só é tapete nos terreiros. Eu sempre achei muito estranho por causa dos fios”. que um terreiro diferenciava de outro na organização do congá, no uso ou não de Conseguir trazer esse conceito de rede, de imagens, na ritualística, nas roupas, nos termos sistema, para a umbanda foi muito bom, utilizados, e nunca soube o motivo dessa excelente! Uma lição da qual não me esquecerei diferenciação, o que nos foi explicado com essa e que possibilitou um passo meu a mais na aula. Tudo que sempre diziam é que era umbanda. Umbanda branca e que cada “cacique” decidia Estou sinceramente agradecida por estar a forma de trabalho em sua “casa”, hoje eu aprendendo com o Manoel Lopes. entendi perfeitamente bem as influências que a Poderia citar outras generalizações decorrentes Umbanda recebe de outras religiões e que essa desse conceito, mas acho que não é preciso por influência determinará o tipo de culto que será realizado naquele terreiro. ora. Obrigada Meu Pai Oxalá, por mais esta ajuda que veio através de um irmão, Manoel Lopes, que teve a ousadia de usar a internet para ensinar o que eu preciso aprender.”

“Não conhecia esse conceito e não entendia porque os terreiros de Umbanda eram tão diferentes uns dos outros. Isso me dava a impressão de desorganização e desconhecimento da religião. Também achava que dessa maneira alguns estavam certos e outros errados… mas agora entendi perfeitamente que a Umbanda, uma religião tipicamente brasileira, é tão missigenada quanto o próprio povo brasileiro e se um terreiro se aproxima mais dos orixás africanos, e outro se aproxima mais da doutrina Kardecista ou Católica elas não são necessariamente antagônicas ou excludentes. Todas elas trabalham num mesmo universo energético. Concordo plenamente com a organização em rede e acredito que por esse motivo, a Umbanda seja uma religião do futuro onde estamos todos interligados, conectados a uma rede maior, cada um de nós escolhe aquele ponto que mais se identifica. Essa explicação da organização em rede foi o ponto alto dessas quatro primeiras aulas. E, para mim, por enquanto já valeu o curso. Foi muito importante para mim tomar conhecimento deste conceito que deve mesmo ser aplicado em muitos outros aspectos da vida. Dá até para fazer uma relação com o “Caminho do Meio” indicado por Gautama Buda como o caminho da sabedoria.”

Eu sempre achei interessante as denominações e a ausência de porquês, tais como: aquele terreiro pratica a umbanda de caboclo, aquele outro pratica a umbanda de ciganos, outro a umbanda espírita. Sempre me questionava e a os outros: afinal Umbanda não é tudo Umbanda? Penso que todas essas indagações sem nenhuma resposta é que me levaram a desistir da Umbanda. Que bom que me foi dado pelo Universo esta possibilidade de esclarecimentos e entendimento.”

“Me foi de muita valia tal explicação. Não conhecia esta organização em rede e sempre vinha a dúvida, por que a Umbanda tem tantas diferenças nos rituais de uma casa para outra? Hoje a minha dúvida foi sanada, veja só, com tanto tempo de Umbanda, hoje é que me foi esclarecido o porquê dos diversos rituais. Estou convencido e aceito tal explicação sem dúvida.”

“A organização da umbanda em rede, é um conceito moderno e esclarecedor. Eu não conhecia até assistir o curso do Arapé. (técnica desenvolvida no Núcleo Mata Verde) Essa visão acaba com preconceitos entre os próprios umbandistas, nos ensina a entender porque existem vários rituais dentro da umbanda, nos ajuda a argumentar quando


ocorrem discussões umbandista.

sobre

a

diversidade religião organizada em redes, com unidades soberanas. Uma vez que não possuímos um poder unificado e cada célula do processo, no O conceito de rede faz parte do mundo nosso caso o terreiro, tem autonomia para se globalizado, onde todos estamos unidos. Na autogerir e coordenar suas formas de trabalho, umbanda estamos unidos em busca do com influencias externas, culturais, geográficas aperfeiçoamento moral, e da prática da e antropológicas, não vejo possibilidade de se caridade, não importa se sua casa é mais apresentar de forma diferente nossa Cultura africanizada, ou mais kardecista, o importante é Organizacional.” o ideal de prestar a caridade, aos mais necessitados. Seja para encarnados ou desencarnados. Com a organização em rede não há espaço para o preconceito nem para o julgamento, só fortalece e une os vários terreiros sobre a bandeira do respeito e do amor a essa religião brasileira.”

Temos centenas de depoimentos que nos foram passados pelos alunos do EAD Mata Verde ( www.ead.mataverde.org ), incluímos apenas alguns para mostrar a reação dos umbandistas em relação ao modelo proposto por nós, também achamos interessante incluirmos estes comentários pois cada um deles trouxe um “Boa tarde, eu ainda não conhecia esta pouco de sua experiência , o que nos ajuda a explicação da organização da umbanda em enriquecer o conteúdo deste artigo. rede, apenas conhecia o conceito de que a umbanda havia recebido influências do Passados mais de dez anos da publicação do catolicismo e do candomblé. texto inicial, estamos apresentando aos umbandistas, para reflexão e ponderação, Todavia, achei bem interessante e muito mais novamente o texto que mostra a estrutura lógica a explicação da organização em rede, complexa da formação umbandista. pois refletindo e analisado os terreiros que conheço começo a perceber o porquê das Citamos no Manifesto que fizemos para o diferenças entre métodos e rituais, por isso eu lançamento da RBU fatos históricos mostrando concordo e aceito a explicação sobre as que durante muitos anos, vários grupos influências que a umbanda recebe.” tentaram “codificar” a Umbanda e a história comprova que todas estas tentativas foram em vão. “Gostei muito da explicação sobre a organização em rede para a Umbanda, de fato prova os conjuntos de itens que a religião possui, as influencias, os rituais em si de cada terreiro/casa.

Precisamos entender que a Umbanda possui características diferentes de outras religiões tradicionais e somente através de uma abordagem moderna e utilizando conceituação da teoria dos sistemas complexos conseguiremos produzir alterações nesta Foi a melhor explicação que ja ouvi, vem reafirmar a Diversidade Ritualística, o que nos estrutura. beneficia a encontrar um lugar que se Costuma-se dizer de um sistema complexo que identifique com nosso grau espiritual, com a “o todo é mais que a soma das partes”. nossa necessidade terrena, para que assim possamos trabalhar e praticar os dons que cada O texto escrito em linguagem simples, como sempre escrevemos, busca facilitar o um possui e nem sempre é igual.” entendimento de seu conteúdo por todo tipo de pessoas. “Já dominava esse conceito de sistemas de Exemplificamos com experiências pessoais de redes como cultura organizacional, uma vez nossa trajetória umbandista, também pela que possuo formação em gestão. Concordo em experiência nas listas de debates e todos os aspectos que a Umbanda eh uma


posteriormente nos entrechoques provocados Para aqueles que ainda não tiveram dentro da RBU. oportunidade de ler o texto “A Diversidade de Rituais Umbandistas”, segue abaixo a versão Falamos pela primeira vez (desconhecemos disponível na RBU e que provavelmente foi o outros textos anteriores ao nosso) sobre a artigo mais lido e comentado das páginas da organização hierárquica piramidal das religiões RBU. tradicionais e fizemos uma comparação com a estrutura em rede, mostrando as características dos diversos “nós”, mostrando através de gráficos a explicação desta rede complexa que é a umbanda. Um sistema aberto, complexo e em constante evolução e que mais do que nunca segue a máxima “o todo é mais que a soma das partes”. É muito comum ouvirmos de pessoas que não são umbandistas, que a umbanda é uma Lembramos no texto, que existem muitos grande confusão. fundamentos em sua origem, e exemplificamos com alguns dos principais fundamentos Algumas chegam a falar que a umbanda é “casa existentes em nossa religião (Africano, Católico, da mãe Joana”, onde cada um faz o que quer. Indígena, Espírita). Não conseguem entender o motivo de um Mostramos que cada Terreiro representado Terreiro não utilizar atabaques enquanto outros pelos “nós” desta rede seria uma casa de utilizam; outros usam roupas coloridas umbanda com fundamentos diferentes. enquanto outros usam somente o branco, outros não trabalham com exus, enquanto É possível entender claramente a existência de outros fazem questão de trabalharem, outros uma gama variada de casas umbandistas, com criticam com rigor o uso de sangue e sacrifícios liturgia e doutrinas diferenciadas, graças a de animais, enquanto outros utilizam estes amalgama dos fundamentos “básicos” ou elementos. “fundamentos raízes”. Chamamos isto de Diversidade de Rituais. Finalmente acho interessante mencionar que em nosso modesto ponto de vista não podemos Quando iniciamos nossa caminhada na de forma alguma falar em uma única doutrina umbanda na década de setenta, tivemos para a Umbanda, também consideramos oportunidade de visitarmos alguns terreiros e simplista falarmos em escolas umbandistas ; a naquela época já percebemos a grande não ser que aceitemos um número infinito de diferença existente entre os rituais de cada escolas umbandistas e aí recairíamos Terreiro. novamente num sistema complexo. Infelizmente existia naquela época um grande Acreditamos que a abordagem da natureza da preconceito, e eram comuns comentários de umbanda deve ser feita de forma sistêmica, que determinada casa não era de umbanda, holística, complexa e não de maneira linear. outros falavam que determinada casa era mais forte que a outra, o estudo era muito raro e na É necessário que entendamos que não é maioria das vezes desprezado pelos dirigentes. possível se falar em Umbanda certa ou Umbanda errada, assim como não se pode falar O tempo passou e por volta de 1997 em Umbanda branca, umbanda africana, começamos um trabalho de divulgação da umbanda amarela, umbanda esotérica, etc… umbanda pela internet através da lista de debates Saravá Umbanda. A Umbanda é uma só como demonstramos em nosso texto, o que precisamos entender é que a Foi a partir desta experiência que percebemos o liturgia, a ritualística, os fundamentos de cada grande preconceito existente entre os casa é que são diferenciados, e que não é umbandistas. possível querer impor limites a quantidade de “escolas” existentes.


A Internet veio facilitar o contato, o estudo e a Qual a diferença entre a Umbanda e as demais divulgação das várias formas de se trabalhar na religiões tradicionais? umbanda. O que é uma estrutura piramidal hierárquica A diversidade de rituais era desconhecida por autoritária? muitos, e tivemos oportunidade nestes 12 anos de presenciar terríveis disputas e choques entre umbandistas, cada um querendo afirmar que a Repare na figura abaixo: “sua” umbanda era a verdadeira umbanda. Em alguns momentos as agressões chegavam ao extremo, passando de agressões verbais para processos judiciais. Com o passar do tempo e com o convívio nas listas, algumas pessoas passaram a entender que a umbanda, embora seja única, não possui uma única doutrina. Que não existe umbanda melhor ou mais forte que outra. Estas pessoas começaram então a respeitar e entender a diversidade de rituais existentes em nossa religião. Várias organizações possuem como forma de organização e comando uma estrutura autoritária (centralizadora). Podemos citar como exemplo, a Igreja Católica que segue rigidamente as orientações de Roma, do Este pequeno texto tem a finalidade de mostrar Vaticano e que possui no Papa o chefe da igreja. para as pessoas de uma maneira simples e racional como que entendemos a Diversidade Outro exemplo é o dos militares (Forças Armadas), que possuem uma hierarquia rígida de Rituais existentes na umbanda. e um comando único. O conteúdo deste texto é apresentado no curso Podemos enquadrar dentro desta estrutura de doutrina umbandista “ ” que desenvolvemos de forma hierárquica autoritária aquelas religiões ou gratuita no Núcleo Mata Verde e agora através filosofias que possuem uma doutrina rígida. do portal EAD do Núcleo Mata Verde ( www.ead.mataverde.org ), no curso a distancia Normalmente seguem algum livro ou livros e é cobrada uma pequena taxa para ajudar na possuem muita dificuldade em fazer qualquer alteração doutrinária em função do modelo manutenção do site. hierárquico autoritário. Em 2006 criamos a RBU e é com tristeza que continuamos a verificar que a grande maioria das pessoas ainda desconhece esta realidade de nossa religião.


Por exemplo, o “Espiritismo” popularmente de Kardecismo)

(chamado As redes, basicamente descritas como conjuntos de itens conectados entre si são observadas em inúmeras situações, desde o No ápice da Pirâmide está a “doutrina”, o nível subatômico até as mais complicadas Pentateuco Kardequiano, e que por condição estruturas sociais ou materiais concebidas pela dos próprios espíritos que apresentaram a humanidade. doutrina, não pode ser alterado em hipótese alguma sem a “concordância universal dos Átomos ligam-se a outros na formação de espíritos”. moléculas, seres vivos dependem de intrincadas redes de reações químicas e de interações A doutrina espírita é do século XIX ( 1857). protéicas. Vasos sangüíneos e neurônios Este autoritarismo doutrinário se reflete em formam redes essenciais para organismos várias situações. É do conhecimento público os complexos. Construções humanas como a vários autores espíritas que ficaram proibidos de distribuição de água, energia elétrica e publicarem suas obras por serem considerados telecomunicações podem ser vistas como redes, da mesma forma que estradas, rotas marítimas “não doutrinários”. e aéreas, percursos feitos para entrega de bens Espíritos foram taxados de enganadores e e serviços. Relações sociais e negócios conectam mistificadores e seus livros psicografados pessoas e organizações segundo os mais deixaram de ser considerados espíritas. Não variados padrões. Computadores, bancos de vamos citar os nomes, mas basta realizarem dados, páginas web, citações bibliográficas e uma pesquisa na Internet e encontrarão vários tantos outros elementos compõem suas redes cotidianamente. casos. O uso de recursos como cromoterapia, uso de cristais, incensos, banhos, equilíbrio dos chakras, magia, apometria, reiki, e muitos outros assuntos não são considerados “doutrinários”, portanto os Centros que utilizam alguns destes recursos não são casas espíritas, podendo no máximo serem chamados de centros espiritualistas.

O que é Estrutura em rede? Desde a década de 20, quando os ecologistas começaram a estudar teias alimentares,o padrão de rede foi reconhecido como o único padrão de organização comum a todos os sistemas vivos:”Sempre que olharmos para a vida, olhamos para redes” (Fritjof Capra – A Teia da Vida).

Foi a partir destes conceitos que criamos a RBU – Rede Brasileira de Umbanda. (www.rbu.com.br ) Se estudarmos com mais detalhes, verificaremos que a umbanda se organiza desta maneira, repare na figura abaixo:


Todos sabem que a umbanda possui vários fundamentos, entre eles: Fundamentos Africanos, Espíritas, Católicos, Indígenas, Teosóficos, Hinduístas, etc…

Vamos voltar nossa atenção para a imagem acima. Fizemos um desenho de uma rede plana e para ilustrar o que foi dito acima incluímos somente quatro fundamentos básicos de nossa religião: Africano, Católico, Espírita e Indígena. Reparem que existem alguns “pontinhos” escuros nesta rede, são os “nós” da rede e que representam os diversos Terreiros de Umbanda existentes. Cada “nó” ou Terreiro tem um conjunto diferente de fundamentos, o que acaba refletindo no ritual seguido pelo Templo. Por exemplo:

O Terreiro identificado por (1) tem uma forte influência Católica. São Terreiros que possuem no congá muitas imagens de Santos, Anjos, Arcanjos, Jesus, Espírito Santo, etc… É comum nestes Terreiros as procissões para São Jorge, Nossa Senhora Aparecida e demais Santos Católicos. Os Pontos Cantados sempre relacionam os Orixás aos Santos, e muitos chegam a afirmar que o Santo e o Orixá são a mesma coisa. As cerimônias são semelhantes aos da igreja católica: Batismo, Confirmação (Crisma), Casamento etc…

O Terreiro identificado como (2) está bem próximo dos fundamentos africanos, isto significa que naquele Terreiro os rituais africanos estão presentes de forma significativa. São Terreiros de umbanda que tem uma forte influência do Candomblé e do Culto Omoloko, alguns cultuam os Orixás de forma bem próxima ao do Candomblé, oferecem animais, usam inclusive sangue em alguns rituais, alguns chegam a afirmar que não são cristãos. Possuem rituais como: borí, deitada, mão de pemba, mão de faca, etc.. Exú é cultuado como um Orixá. O uso dos atabaques é imprescindível.

Os Terreiros identificados como (3) tem uma forte influência da doutrina espírita. A doutrina espírita é estudada pelos seus integrantes. Caboclos, Pretos Velhos, Baianos, Exús, etc… são considerados espíritos em evolução e que já estão libertos do ciclo reencarnatório. No congá não fazem uso do sincretismo religioso, ou seja, não existem imagens de Santos; normalmente Orixás são entendidos como espíritos de muita evolução, sendo considerados pura energia. Orixás nunca incorporam. De forma alguma aceitam o uso de sangue ou sacrifício de animais como oferenda para os Orixás. Nestes Terreiros utilizam somente roupa branca; rituais de origem africana são totalmente desconhecidos nestes Terreiros. Conceitos como mediunidade, passes, vibrações, obssessores são muito comuns. Em alguns os Caboclos e Pretos Velhos fazem uso do fumo.

Sempre lembrando as cerimônias católicas. Algumas casas não trabalham com Exú, algumas chegam a identificar o Exú ao demônio.

Nestes Terreiros a presença de rituais de origem indígena é muito forte. Normalmente Caboclos comandam todos os Trabalhos, é comum o uso de charutos para defumação ou pajelança.


Em alguns os nomes utilizados internamente são de origem Tupy antigo, e valorizam muito a tradição indígena brasileira.

Como podem verificar não esgotamos as possibilidades, os fundamentos existentes na umbanda são muitos e naturalmente que não se apresentam de forma única como descrevemos acima, eles se fundem em proporções diferentes e dão as características de cada Terreiro, a egrégora, a vida, o axé de cada casa. Não podemos de maneira alguma aceitar os absurdos que muitas vezes acabam na coluna policial dos jornais, mas precisamos neste momento em que existe uma grande intolerância para com a nossa religião nos unirmos e respeitarmos a maneira de trabalhar de cada Terreiro. Se estudarmos a história do Movimento Umbandista, verificaremos que embora os homens tenham insistido, durante vários anos, em enquadrar a Umbanda dentro de um sistema hierárquico autoritário (através de Federações, doutrinas, códigos etc…), ela sempre resistiu mantendo sua estrutura em rede. Precisamos entender que a Umbanda é uma religião nova, brasileira e que os Orixás nos presentearam com esta maravilhosa religião. Podemos afirmar categoricamente que a UMBANDA é uma religião do futuro. Uma religião que permite que cada um busque aquele Terreiro que fale mais alto ao seu coração sem deixar de ser umbandista. Se lembrarmos as palavras do Caboclo das 7 Encruzilhadas, veremos que os alicerces da , gerando as mesmas oportunidades para todas as Umbanda são a pessoas e espíritos virem trabalhar e evoluir.


A

educação religiosa das crianças Ou seria melhor, iniciarmos falando que frequentam o Núcleo Mata sobre as linhas da umbanda, Caboclos e Verde sempre foi uma grande Pretos Velhos? preocupação. Talvez fosse melhor iniciarmos Há algum tempo que estavamos explicando a doutrina dos Sete Reinos dirigindo nossos esforços no sentido de Sagrados? organizarmos um método que fosse adequado ao ensino da umbanda para Embora aparentemente a questão “por onde iniciarmos os ensinamentos” os pequenos. pareça ser um assunto sem muita Fizemos uma reunião com os médiuns importância, durante a reunião a da casa e foi proposto logo no inicio da preocupação tomou conta de todos reunião a elaboração de um material nós, pois nossa intenção era fornecer escrito (Cartilha) que serviria de apoio ensinamentos confiáveis para crianças e para a “evangelização” das crianças. jovens umbandistas, para que a partir destes estudos pudessem formar uma Logo surgiu uma polêmica se o termo nova consciência e ética umbandista. correto seria evangelização, pois a proposta era de que este material Nossa proposta era preparar um pudesse servir para outras casas material que pudesse ser utilizado por umbandistas e nem todos os Terreiros qualquer Terreiro de umbanda de Umbanda possuem “transito livre” independente dos princípios existentes quando se fala em evangelização e naquela casa. também em umbanda cristã. Durante um bom tempo ficamos sem Também foi levantada a questão do respostas para estas dúvidas, quando termo ser muito utilizado pelos Centros comecei a sentir a presença de uma Espíritas, que seguem a doutrina trabalhadora umbandista que se codificada por Allan Kardec, e que identificou como estaríamos somente copiando e não desenvolvendo um material especifico Um ponto cantado sempre me vinha a mente. para a umbanda. Durante os debates houve a sugestão de chamarmos este novo material de “Ensino Religioso Umbandista para Crianças”, sendo mais amplo do que somente Evangelização Infantil. Outras dúvidas foram surgindo, por exemplo, por onde iniciaríamos nossos ensinamentos. Vamos começar falando sobre Deus? Vamos iniciar falando sobre Jesus, pois a intenção era evangelizar as crianças A espiritualidade estava presente e (naquele momento). agindo com energia sobre minha Vamos começar falando sobre os mente, minhas emoções e meu espírito. Orixás? Foi quando recebi a seguinte Vamos iniciar falando sobre os espíritos? mensagem:


Foi a partir desta mensagem inspirada pela Cabocla Jurema que resolvemos iniciar nosso projeto de desenvolver este material de ensino religioso, voltado aos jovens umbandistas e que serão o futuro da umbanda. Estamos a disposição de todos os interessados para quaisquer esclarecimentos e trocas de informação. Este material é distribuído gratuitamente pela Internet e pode ser utilizado por todos os interessados. O download pode ser feito pelo link: http://mataverde.org/download.php? c=4

Saravá Umbanda!


E

stou convencido que o amor ao próximo não deve se restringir apenas aos humanos, mas estender-se também às demais manifestações de vida, no caso os animais e o verde da natureza. O amor crístico é incondicional. E, por pensar assim, sou defensor dos animais, espírita, nascido na Umbanda Sagrada, jornalista, palestrando em escolas, universidades e escrevendo artigos que são publicados semanalmente no site da AMAERJ Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro que gentilmente cede-me espaço para publicação semanal, citando a causa dos animais, legislação e senciência. Tento sensibilizar magistrados e não é tarefa fácil. Mas, estou caminhando nessa estrada sob a luz de Deus e da alta espiritualidade. Na verdade, senciência é uma palavra nova, um verbete que ainda não consta nos principais dicionários da Língua Portuguesa, apenas, o adjetivo senciente, que significa " ter consciência, emoções e sentimentos". Hoje, temos absoluta certeza à luz das pesquisas científicas ou da neurociência que os animais também têm essas sensibilidades, antes atribuídas somente a nós, humanos.

Sabe-se hoje que os animais têm consciência, sentem tristeza, alegria, raiva, exatamente como nós, humanos. O luto animal, por exemplo, pode alterar o comportamento dele, provocando apatia e letargia. À luz dos fatos e cientes desta novidade, haverá, a partir de agora, imperiosa necessidade de vermos os animais com olhos diferenciados da bondade e do respeito. Infelizmente, durante milênios, os animais foram vistos como seres de quinta categoria, a serviço da Humanidade, através da alimentação e do esforço, sempre em benefício de todos nós.

No século XVII René Descartes, proeminente filósofo e matemático que cunhou a frase "Penso, Logo Existo", trazia consigo a concepção meramente radical e antropológica, ou seja, que os animais eram seres mecânicos, desprovidos de dor, portanto, amplamente favorável às pesquisas laboratoriais, como a prática da cruel vivissecção.

A senciência dos animais é fato comprovado cientificamente desde dezembro de 2012. Um grupo de neurocientistas canadenses, chefiados pelo proeminente doutor Philip Low, ao fazer estudos comparados, cotejando o cérebro humano ao de animais, concluiu e assinou um manifesto ao mundo científico que os animais têm consciência como todos nós. Inclusive, emoções, sentimentos, o que, na verdade, já se Na verdade, concepção reacionária, parcial, sabia empiricamente. discriminatória, paradoxal, haja vista sendo um Agora, há respaldo científico e Low citou homem inteligentíssimo, pai do pensamento também algo marcante e emblemático -"agora, cartesiano, não poderia pensar de forma tão perversa e facciosa, entendendo a vida animal a não poderemos mais dizer que não sabíamos." serviço do homem. Entendia-se, primeiramente, que o córtex cerebral na espécie humana, seria o responsável A mentalidade antropocêntrica não tem mais pela consciência. Mas, depois de reiterados valor nos dias atuais, quando estamos em pleno estudos, concluiu-se que as zonas cerebrais terceiro-milênio. responsáveis pela inteligência, memória, bondade, são as mesmas entre humanos e animais, descartando o córtex cerebral.


Mais tarde, ao final do século XIX, o fisiologista francês Claude Bernard, definiu-se amplamente favorável à utilização de animais para fins científicos, praticando a radical vivissecção, possuindo, inclusive, no sótão de sua casa, um biotério para tais fins. Sua esposa e filha não suportando mais os gritos e urros dos animais abandonaram-no, mudando-se de residência e criando a primeira instituição francesa na defesa dos animais. O século do conhecido "Iluminismo" teve lá suas distorções e precisamos entender que nem todo pensador ou pesquisador era assumidade ou reformador de paradigmas. Hoje, finalmente, sabemos que os animais começam a ser vistos com mais respeito, principalmente, por parte de nossa sociedade e, inclusive, a cada dia que passa, novos adeptos e simpatizantes da causa em sua defesa surgem, aumentando o contingente de humanos defensores dos animais. Os governantes, a partir de agora, terão que atender ao clamor popular a favor dos animais, defendendo, inclusive, leis mais rígidas em substituição à atual, tão incipiente, sem conteúdo punitivo para crimes de crueldade e maus-tratos.

jornalista, palestrante em escolas, universidades sobre a senciência dos animais, integrante da CPDA/OAB - Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro Colaborador da revista UMBANDA -A revista da escola Iniciática do Caboclo Mata Verde


A

doutrina dos Sete Reinos Sagrados é fundamentada nas transformações ocorridas no planeta Terra, em todos os processos pelos quais ela passou até chegar a este momento.

Entendemos que estamos todos interligados com o planeta, nossos corpos são parte do planeta, tudo aqui está em constante transformação. Em cada uma dessas fases, ou seja, transformações pelas quais a Terra passou, atuaram e atuam forças específicas que mantém vivo e em harmonia o nosso planeta, desde a mais ínfima folha até a maior das montanhas, cada molécula, cada elétron, cada energia presente, seja uma pedra ou um grande mamífero, seja uma placa fria de metal ou a chama da mais violenta labareda, tudo é natureza, tudo está em tudo, e um dia dará forma a outra estrutura, tudo é movimento. Quanto mais voltamos nossa percepção para algo, maior se torna o universo presente em um único ser e quanto mais intercorrelacionamos tudo a nossa volta, tão mais desenvolveremos a capacidade de enxergar o planeta como sendo um único grande organismo. Entenda, tudo está em tudo e a natureza busca sempre o equilíbrio, não importa como esteja, onde esteja, tudo sempre busca o equilíbrio. Seu Manoel Lopes sempre nos lembra da importância do respeito à natureza, ela é a chave para tudo, todos os grandes sábios, anciãos sempre buscam as respostas na natureza e com a Umbanda não é diferente, observe nas linhas de trabalho, todas elas, utilizam-se da natureza como seu principal recurso, seja através de chás, de banhos, defumações, cantos, pedras, líquidos ... O planeta é quem nos mantém vivos, seja através dos alimentos, do ar, da água e de energias que nem suspeitamos que existam. Nossas emoções estão arraigadas no planeta, a Terra é a morada do nosso nível consciencial. O umbandista tem a natureza como seu templo, assim como o faz com seu Terreiro, por isso, não faz sentido poluir os mares, os rios, as matas, devemos praticar nossa religião com consciência, não fazemos mal a quem amamos... Quando agredimos a Terra estamos nos agredindo, quando cuidamos e respeitamos a natureza, assim estamos fazendo à nós mesmos. Vamos promover a preservação de nossa casa, vamos cuidar do nosso imenso e maravilhoso jardim, jamais esqueçamos que somos todos filhos da Terra.

É membro do Núcleo Mata Verde Abá Guassú


A

credito que os irmãos umbandistas desejam sempre melhorar nos seus afazeres, no seu compromisso de ser umbandista. Eu não consigo enxergar um umbandista, sem uma característica que considero fundamental, independente de fé, mas dependente de querer ser melhor como pessoa na vida de outras pessoas, a empatia. A palavra empatia tem origem no termo em , que significava "paixão", ela grego pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos. para sentir A empatia é a o que sentiria a outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Ter empatia significa , procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. A empatia é uma característica que faz com que as pessoas ajudem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar. Quando uma pessoa consegue sentir a dor ou o sofrimento de outra pessoa ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de A ajudar e de agir seguindo capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, que se desenvolve através da empatia, ajuda a compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como a outra pessoa toma as decisões. Ser empático é ter afinidades e se identificar com o outro. É saber ouvir as pessoas, compreender os seus problemas e emoções. Quando dizemos “houve uma empatia imediata entre nós”, isso significa que houve um grande envolvimento, uma identificação imediata. O contato com o outro gerou prazer, alegria e satisfação. Houve compatibilidade. Diante desta assertiva, a empatia pode ser considerada o oposto de antipatia. A empatia é uma fusão emotiva, diferente da simpatia que é uma resposta intelectual. Enquanto a simpatia indica uma vontade de

estar na presença de outra pessoa e de agradála, a empatia faz brotar uma vontade de compreender e conhecer outra pessoa. Na psicanálise, por exemplo, a empatia significa a capacidade de um terapeuta de se identificar com o seu paciente, havendo uma conexão afetiva e intuitiva. Na umbanda, dentro do Núcleo de Estudos Mata Verde, temos a oportunidade de desenvolver a empatia, por diversas razões: a) Como cambones, vivenciamos frequentemente os consulentes e os guias espirituais que estão na consulta conversarem e ainda que involuntariamente, podemos ouvir o problema do outro e nos colocarmos no lugar do outro emocionalmente. Obviamente sendo Cambone, somos imparciais e não julgamos, porém é fato que brota a empatia quando ouvimos o relato do consulente sobre determinado problema pelo qual está passando; b) Sendo praticantes da cura através do Arapé (caminho da luz) temos que entrevistar os consulentes, classificar os sintomas, doar o Arapé e quando o consulente retorna, temos que novamente saber como ele vem reagindo à aplicação e como se sente; c) Antes de iniciarmos a gira de caboclos ou de preto velhos, ouvimos uma gravação que traz diariamente, diferentes reflexões sobre os fatos de vida dos seres da Terra e qual a mensagem que este diz vem nos transmitir, muitas vezes através de casos reais, relatados pelos guias espirituais ou intuídos pelos médiuns de psicografia; d) Em nossas reuniões semanais internas, sempre nosso dirigente abre espaço para que coloquemos questões que temos dúvidas ou casos em que passamos, para que tenhamos a conclusão correta de como


devemos nos comportar diante deste ou daquele inusitado fato. Vejamos que, existem ao menos quatro oportunidades de desenvolvermos a empatia, ainda que não a tenhamos de imediato. Todos nós temos esta capacidade. A empatia é necessária, para que tenhamos um bom desempenho nos relacionamentos ao longo de nosso caminho e ela também contribui para que sejamos umbandistas melhores centrados, melhores aguçados emocionalmente, uma vez que, se soubermos nos colocar no lugar de um irmão nosso, sabemos como respeitá-lo. E respeito nutrido pelo amor, nos dá a caridade, que é o verdadeiro sentindo da prática da Umbanda.

vir a tona as mudanças de valores e a reforma íntima. Assim, o neófito é posto à provas. Seus valores são testados, os aspectos inferiores da sua natureza são evidenciados para serem transmutados. Se falhar nas primeiras provas, faz parte do aprendizado e adaptação, mas a medida que progride nos graus e conhece a proposta do grupo e espiritualidade, entra em harmonia com a egrégora. A caminhada não é fácil, porém é gratificante ter a oportunidade de evoluir espiritualmente e se modificar interiormente, dentro da escola iniciática do caboclo Mata Verde.

Nosso dirigente, pai Manoel Lopes, costuma dizer que somos batizados pelo fogo, na Iniciação ao 1º Grau (Reino do Fogo). A medida que o Neófito progride e avança nos graus iniciáticos, vai se fortalecendo e É membro do Núcleo Mata Verde modificando valores. Sua consciência vai se elevando de acordo com a proposta da Abá Guassu egrégora do grupo, caso contrário, deixa a senda. Nesta caminhada à Luz, o aprendiz terá oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar 7 virtudes:

É importante todos saberem que a Umbanda só faz o bem e não interfere no livre arbítrio das pessoas. Portanto, usar o branco traz a lembrança de pureza, almejando que todos tenham o coração e mente mais purificados.

O

Núcleo Mata Verde, como escola Iniciática oferece aos filhos a oportunidade de estudar, aprender e servir. A partir do momento em que o candidato passa a ser um Abá Guassú começa a sua trajetória espiritual. Tudo o que ele vivenciou nesta vida e em vidas anteriores, ficou gravado em seu períspirito, assim como em seus chakras, seus medos, angústias, traumas, virão a tona para serem transmutados. Nesse momento o neófito deverá ter força de vontade e confiar em seus guias e protetores. O “velho eu” lutará para permanecer e não deixar

Marcos Paulo É membro do Núcleo Mata Verde Abaré Tatá (1ºGrau)


T

oda ritualística que existe em uma Escola Iniciática, ou em qualquer outro Templo de uma instituição séria, tem como objetivo o aperfeiçoamento do indivíduo, é a busca do "Eu Superior". É uma espécie de "sacerdócio"... Aperfeiçoar a sua forma de raciocínio, aperfeiçoar o seu corpo etérico para aumentar a sua vitalidade, limpar o seu corpo astral. Todos estão constantemente sendo observados, e sendo colocados a prova. E quanto maior for o grau iniciático, maior responsabilidade, maior será a cobrança. Os guias espirituais estão a todo momento olhando nossas dificuldades e nossas vitórias, dentro dessas provas. Por muitas vezes, achamos que pequenas provações não possuem grande valor. Ledo engano, pois para a egrégora, são as maiores provas! Quem sou eu para apontar os vícios e fraquezas do meu irmão, se eu possuo outros e não consigo corrigi-los? Orar é fácil, mas vigiar... Alô?! Mas me diga... Quem regou as sementes? Além de você mesmo e das suas escolhas, é alguém que olha muito por você caro leitor, e lhe quer muito bem! Após um tempo frequentando o templo sagrado, as sementes "regadas" tendem a germinar e dar bons frutos ... Os neofitos, já vestindo branco, terão à partir de agora, um ciclo de aproximadamente sete anos, dos quais é dividido em sete graus iniciáticos. E cada grau, do primeiro ao sétimo, corresponde ao entendimento das qualidades e características de cada um dos Sete Reinos Sagrados; e como eles também podem influenciar diretamente, no desenvolvimento do nosso "Eu Superior". Após ser iniciado no primeiro grau, o neófito passa a ser um Abaré-Tatá (Sacerdote do Fogo). É o renascimento dentro de uma nova jornada. É o aceitar com coragem o que o nosso "Eu Superior" orientou como um novo caminho a ser seguido, em busca desse aperfeiçoamento como seres humanos. É aquilo que está dentro do

nosso coração, pulsando mais intensamente, e que mesmo diante de todas as dificuldades encontradas, iremos persistir como fortes guerreiros até o fim. Serão as provas de Fogo! Em termos psicológicos, o segundo grau, AbaréYby (Sacerdote da Terra), representará a nossa firmeza naquilo que nos propomos à seguir, dentro de todas as regras impostas. É o conhecimento da lei, não apenas dos Homens, mas da Lei de Umbanda. É quando passamos a entender mais, e a dominar a Doutrina, buscando o equilíbrio de nossas ações, procurando fazer as coisas mais com os pés no chão. Serão as provas da Terra! O terceiro grau, Abaré-Ybitú (Sacerdote do Ar), representará a sintonia fina das leis aprendidas e a sua expansão, pois instrumento musical desafinado não produz boa música, nem alegria. Então teremos que voltar a nossa mente, a procurar esse bom tom, para que possamos vencer as provas do Ar. No quarto grau, Abaré-Y (Sacerdote da Água), iremos compreender como lidar com as emoções que nos viram a cabeça de ponta pra baixo, e como nos auto-superarmos, colocando essas emoções nos devidos lugares, sem reprimilas. É como dominar as ondas que estão dentro de nós mesmos, muitas vezes num mar revolto que nós mesmos criamos. Será a fase da adaptação, o meio do caminho. Serão as provas da Água. O quinto grau, Abaré-Caá (Sacerdote das Matas). É quando o iniciado atinge um certo grau de independência, de conhecimento das leis e da doutrina, sendo capaz de discernir e escolher quais trilhas das florestas da vida irá abrir, descobrir novos caminhos, e seguir adiante para prover o seu sustento e de sua família, não apenas material, mas espiritual. Irá encontrar grandes clareiras, jardins floridos, e verá que até numa bela rosa, poderá encontrar espinhos; e que os animais por mais belos que sejam, às vezes são ferozes ou venenosos. Mas, acima de tudo, saberá cuidar e respeitar todas as espécies sem distinção! Será como um índio, que sabe que uma espécie de sapo tem


veneno, mas desse líquido pode se obter um remédio para outros males. Serão as provas das Matas! O sexto grau, Abaré-Abá (Sacerdote dos Homens). Talvez seja o mais difícil de todos. É quando o iniciado, dentro do seu lívre-arbítrio, consegue ter a clareza do aperfeiçoamento e desenvolvimento desse seu "Eu Superior", dentro e fora da Escola Iniciática. É quando ele se depara com todos os problemas da humanidade, inclusive os seus, e como ele irá lidar com tudo isso ao mesmo tempo, de forma bem sensata, sem prejudicar o seu semelhante, transmitindo paz para si, e à todos que estão a sua volta! Terá que ser tolerante muitas vezes diante da ingratidão dos Homens. E não deverá confundir que ser tolerante, é permitir bagunças, pois se assim o for vira anarquia. É ser paciente, aprender com os erros, e procurar corrigi-los! Terá que compreender o significado do perdão e da caridade em sua essência mais pura. É o amadurecimento da sua fé e dos princípios que regem o evangelho de Jesus. São as provas da Humanidade! E finalmente, o sétimo grau, Abaré-Anga (Sacerdote das Almas). É o período em que o sacerdote se recolhe e avalia de forma responsável todo o conteúdo aprendido, assim como fazem os anciãos, que sabem o momento certo de agir e aconselham os mais jovens em suas dúvidas. É também um período de resignação, de transformação, ou seja, é o momento da sabedoria em sua essência! É quando temos a capacidade plena de compreender esse "Eu Superior", e toda essa simbologia envolvida na Escola Iniciática, que nos provoca estados diferenciados em nosso sub-consciente. Convém

lembrar que todo símbolo para ser eficaz, possui uma alta carga espiritual. Quando nos dedicamos a finco nesse simbolismo iniciático, trazemos para nós a purificação de nosso corpo, mente e espírito. O iniciado irá compreender que existe um universo muito maior sobre ele, agindo, olhando, orientando, e que ele tem a tendência de errar menos, de ser mais prudente em suas ações, já que é agora um conhecedor da Doutrina dos Sete Reinos Sagrados! Não é o fim, é apenas o recomeço com novas perspectivas. São as provas das Almas, da espiritualidade. O iniciado - sacerdote, deve compreender que não existe perfeição em lugar algum além de Deus, e nem fórmula mágica, pois os verdadeiros mistérios e segredos não estão escritos. Por essa razão, dentro da Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde, o indivíduo tem a oportunidade de vivenciá-los, no intuito de ir desenvolvendo e aprimorando esse "Eu Superior", completando a cada sete anos, um ciclo de aprendizado, e reiniciando outro em seguida, com outros olhares e percepções, e assim sucessivamente; contribuindo para sua evolução física, moral e espiritual.

Luiz Eduardo É membro do Núcleo Mata Verde Abaré Anga (7ºGrau)


Caboclos Bugres no Núcleo Mata Verde Por Manoel Lopes

D

ia 22 de janeiro iniciamos os trabalhos espirituais de atendimento ao público no Núcleo Mata Verde. Foi um trabalho muito importante para todos os membros do Terreiro, pois além de ser o primeiro trabalho do ano, realizamos uma homenagem ao orixá Oxossi. O Núcleo Mata Verde é uma casa de umbanda comandada pelo Caboclo Mata Verde e que está sob a vibração do Orixá Oxossi. O Núcleo Mata Verde é uma casa de Oxossi o caçador das almas. Após o recesso de final de ano procuramos iniciar nossos trabalhos, sempre numa data próxima ao dia de São Sebastião (20/01), o santo católico sincretizado com o orixá Oxossi na umbanda. No último dia 22/01 a casa ficou lotada, muitos filhos vieram buscar a força de Pai Oxossi e de seus Caboclos. Neste dia o atendimento foi feito de forma diferente. Na primeira parte dos trabalhos recebemos a corrente de trabalho do Núcleo Mata Verde, corrente comanda pelo Caboclo Mata Verde.

Todos os presentes são atendidos, o atendimento é individual e cada pessoa ao passar pelo Caboclo recebe orientações espirituais e o descarrego (passe). Mas o que chama a atenção são as oferendas que fazemos dentro do Templo. Neste dia cada filho faz a sua oferenda utilizando frutas, flores e velas. Na linguagem interna do Núcleo Mata Verde fazemos a imantação da energia, axé dos elementos do quinto reino – força Caá Pyatã. A intenção é imantar a força dos orixás dentro do Templo, este é o principal motivo de fazermos as oferendas sempre dentro do Templo. Caso tenha interesse em conhecer quais os princípios destas imantações recomendamos que faça o curso “ ” que está disponível na plataforma de ensino a distância do Núcleo Mata Verde www.ead.mataverde.org O Terreiro fica todo iluminado pela luz das velas, o perfume das flores e das frutas envolve todo Terreiro, a energia cresce no trabalho e todos se envolvem naqueles instantes que recebemos os enviados da espiritualidade.


Mas o ponto alto do trabalho é na segunda parte da reunião.

olho de boi, olho de cabra), charutos, maracás e coités com mel.

Nesta parte dos trabalhos recebemos no Terreiro uma linha especial de Caboclos. São os Caboclos Bugres. Somente neste dia é que dão passagem em seus médiuns. São Caboclos muito fortes, enérgicos, rudes e possuem dentro do terreiro a função de trabalharem contra as demandas e na limpeza espiritual da casa. Não são Caboclos para darem consultas, não falam o português, sua linguagem é muito confusa e normalmente os cambones demoram vários trabalhos para aprenderem a se comunicar com eles. São guerreiros, mas não são caboclos de ogum. Trago esta linha comigo desde quando iniciei meu desenvolvimento mediúnico e raramente encontrei outras casas que trabalhavam com este tipo de linha. Hoje “puxamos” esta linha nos novos médiuns que iniciam seu desenvolvimento no Núcleo Mata Verde, mas nem todos conseguem dar passagem a estes Caboclos Bugres. São os únicos Caboclos autorizados a usarem “Guias” de capiau com enfeites (dentes, penas,

Quando chegam bradam alto e depois sentam no chão e seguindo a ordem do chefe da falange formam um circulo e dentro são colocadas cestas com frutas. As frutas são consagradas por eles e depois distribuídas na assistência. Trazem muita energia para a casa e para os médiuns. Embora trabalhe com esta linha há quarenta anos, sempre tive muita dificuldade de encontrar algum material sobre eles, tudo o que sei sobre eles aprendi diretamente com eles e com o Caboclo Mata Verde.



Recentemente estava navegando na internet e encontramos um texto bastante interessante e que tem uma grande similitude com os conhecimentos que possuímos sobre esta linha.

A literatura que fala dos Caboclos Bugres na Umbanda é escassa, creio que quase inexiste. Fui pesquisar a respeito. Originalmente este termo “Bugre” foi uma denominação dada pelos colonizadores portugueses aos índios não “catequizados”, ou seja, aos silvícolas mais aguerridos, muitas vezes fugitivos perseguidos pelos capitães do mato, que se recusavam peremptoriamente a se submeterem a uma “conversão” religiosa imposta. Em verdade foi um “apelido” pejorativo, adaptado para a língua portuguesa da palavra francesa bougre. Afinal, a França estava na “moda” na época, pois era o berço do sistema etnocêntrico europeu que se impunha ao mundo. Originalmente esta palavra significava herege. O termo capitão do mato passou a incluir aqueles que, moradores da cidade ou dos interiores das províncias, capturavam fugitivos para depois entregá-los aos seus senhores mediante prêmio. Há que se falar um pouco sobre estes capitães do mato, que gozavam de pouquíssimo prestígio social, seja entre os cativos escravos que tinham neles os seus inimigos naturais, seja na sociedade escravocrata, que os considerava inferiores até aos rasos praças de polícia, e os suspeitava de sequestrar escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga para depois devolvê-los contra recompensa. Os mais sangrentos e assassinos capitães do mato foram alguns “alforriados”, que tinham a benesse dos senhores dos engenhos de cana e cafezais por escravos trazidos vivos ou mortos – geralmente eram capturados e assassinados para servirem de exemplo aos demais, desanimando-os de tentativas de fuga. Então, os índios, ditos popularmente como Caboclos Bugres, eram os mais difíceis de serem capturados e obtiveram a fama de serem mais esquivos e aguerridos do que as próprias onças brasileiras, matando muitos capitães do mato que por sua vez acabaram desistindo de os perseguirem, o que fez o ciclo escravocrata se concentrar nos africanos, mais “dóceis” e fáceis

de adaptarem-se às propriedades agrícolas, por não serem nômades extrativistas como os índios. A minha experiência com os Caboclos Bugres é que estas entidades ou linha de trabalho são espíritos sim, aguerridos, mas não no sentido pejorativo. São os Capangueiros de Jurema, os que fazem a “tocaia” e prendem os inimigos nas demandas astrais. Aproximam-se de OGUM como guerreiros, mas são originalmente enfeixados na vibração de Oxossi. São exímios nas tocaias, esperam pacientemente e quando atacam o fazem com precisão de um esmerado arqueiro, utilizando-se de dardos soníferos que são assoprados em espécie de “rifles” de bambu (falta-me nomenclatura mais adequada), assim “neutralizando” certeiramente os inimigos. NP. NOTA: Bugre é uma denominação dada aos indígenas de diversos grupos do Brasil por serem considerados não cristãos pelos europeus. A origem da palavra, no português brasileiro, vem do francês bougre, que, de acordo com o Dicionário Houaiss, possui o primeiro registro no ano de 1172, significando “herético”, que, por sua vez, vem do latim medieval (século VI) bulgárus. Como membros da Igreja Ortodoxa Grega, os búlgaros foram considerados heréticos pelos católicos inquisitoriais. Desta forma, o vocábulo passou a ser aplicado, também, para denotar o indígena, no sentido de “inculto”, “selvático”, “estrangeiro”, “pagão”, e “não cristão” – uma noção de forte valor pejorativo. Este texto foi encontrado no link:

http://www.umbandadochico.com.br/blog/20 15/01/07/caboclos-bugres/


Fevereiro 2016 Segunda

Terรงa

Quarta

Quinta

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Sรกbado

Domingo


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