Limite e derivada

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Limite e derivada Quando um estudo exige a taxa instantânea de variação de uma grandeza, como temperatura, velocidade, juros etc., o conceito de derivada está presente. A ideia central do Cálculo diferencial é a de taxa pontual de variação de uma função. Essa taxa, chamada de derivada, é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico dessa função, no ponto considerado.

Limite

Propriedades dos limites Se k, a, L1 e L2 são constantes reais e as funções f e g são tais que ​    lim ​f(x) 5 L1 e ​    lim ​g(x) 5 L2, valem as seguintes

Vizinhanças em V

p

a

a

q

No conjunto dos números reais, seja V(a) uma vizinhança completa qualquer de um número real a. Chama-se vizinhança reduzida de a, que indicamos por V (a), o conjunto V(a) 2 {a}. p

x p a

Definição de limite Seja f uma função real de variável real e seja a 9 V tal que exista pelo menos uma vizinhança reduzida de a contida no domínio de f. O limite dos valores f(x), para x tendendo ao número a, é igual a L se, e somente se, para qualquer vizinhança completa de L, V(L), existe alguma vizinhança reduzida de a, V (a), de modo que todo elemento x de V (a) possui imagem f(x) em V(L).

I. ​    lim ​k 5 k x p a

II. ​    lim ​[f(x) 1 g(x)] 5   ​ lim ​f(x) 1   ​ lim ​g(x) 5 L1 1 L2 x p a

x p a

x p a

III. ​    lim ​[f(x) 2 g(x)] 5   ​ lim ​f(x) 2   ​ lim ​g(x) 5 L1 2 L2 x p a

q

x p a

propriedades:

x p a

x p a

IV. ​    lim ​[f(x) 3 g(x)] 5   ​ lim ​f(x) 3   ​ lim ​g(x) 5 L1 3 L2 x p a

x p a

E  R

x p a

​    lim ​f(x) L1 f(x) x p a V. ​    lim ​​ ____ ​    ​  ​5 ________ ​     ​  5 __ ​    ​, desde que L2 % 0 x p a g(x) ​ lim ​g(x) L2   x p a

Se a 9 V e f e g são funções reais de variável real tal que existem f W g,   ​ lim ​g(x) e   ​ lim ​f(g(x)), então: x p a

x p a

​ lim ​g(x) R​ ​    lim ​f(g(x)) 5 f E​     x p a

x p a

Limite trigonométrico fundamental sen x ​    lim ​______ ​   ​   5 1 x p 0 x

y f V(L)

L

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

No conjunto dos números reais, chama-se vizinhança completa de um número real a, indicada por V(a), qualquer intervalo ]p, q[ tal que a 9 ]p, q[.

Função contínua

O

a

x

V.(a)

Seja f uma função real de variável real tal que existe uma vizinhança completa de um número real a contida no domínio de f. A função f é contínua em a se, e somente se:

Indicamos que o limite de f(x), para x tendendo a a, é igual a L por:

​ lim ​f(x) 5 f(a)

x p a

​    lim ​f(x) 5 L x p a

Teorema do confronto Limites laterais

Sejam:

Uma condição necessária e suficiente para a existência do limite L de uma função f(x), para x tendendo a um número real a, é que existam e sejam iguais a L os limites laterais de f(x), à esquerda e à direita de a, isto é:

• f, g e h funções reais de variável real; • um número real a tal que exista uma vizinhança reduzida de a, V (a), contida no domínio de cada uma dessas funções, e existam ​    lim ​g(x),   ​ lim ​h(x) e   ​ lim ​f(x). x p a

​ lim ​f(x) 5 L  [ ​ lim      ​f(x) 5   ​ lim ​f(x) 5 L

x p a

x p a2

x p a1

x p a

x p a

Se ​    lim ​g(x) 5   ​ lim ​h(x) 5 L e, para qualquer x pertencente a x p a

x p a

V (a), temos g(x) < f(x) < h(x), então   ​ lim ​f(x) 5 L. x p a

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MATEMÁTICA

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Derivada

Regras de derivação

Seja f uma função real de variável real e seja a um número real tal que existe uma vizinhança completa de a contida no f(x) 2 f(a) domínio de f. O limite   ​ lim ​__________ ​  x 2 a ​,    se existe, é chamado de x p a

Sejam u e v funções deriváveis em um intervalo aberto I. Para todo x, com x 9 I, temos: •  f(x) 5 u(x) 1 v(x)  ]  fe(x) 5 ue(x) 1 ve(x) •  f(x) 5 u(x) 2 v(x)  ]  fe(x) 5 ue(x) 2 ve(x) •  f(x) 5 u(x) 3 v(x)  ]  fe(x) 5 ue(x) 3 v(x) 1 u(x) 3 ve(x)

derivada da função f no ponto de abscissa a. Indicamos essa derivada por fe(a), isto é: f(x) 2 f(a) fe(a) 5   ​ lim ​__________ ​  x 2 a ​

ue(x) 3 v(x) 2 u(x) 3 ve(x) u(x)  ​      , sendo •  f(x) 5 ____ ​   ​  ]  fe(x) 5 ​ ______________________ v(x) [v(x)]2 v(x) % 0

x p a

y

y r s f

f(x)

f

f(x) � f(a) f(a)

f(a) x�a

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a

α x

x

a

x

As retas que passam por (a, f(a)) e (x, f(x)) tendem à reta tangente r quando x tende a a.

Derivadas laterais Seja f uma função real de variável real e seja [a, b], com a , b, um intervalo fechado contido no domínio de f. A derivada de f para x tendendo a a pela direita, que se indica por fe1 (a), é: f(a 1 h) 2 f(a) ​ lim ​______________ ​        ​ fe1 (a) 5   h h p 0 1

Regra da cadeia: Sejam g: A p B e f: B p C funções reais de variável real tais que g(x) 5 u, f(u) 5 y, g é derivável no ponto de abscissa x e f é derivável no ponto de abscissa u. Nessas condições, a derivada da função composta é: (fog)e(x) 5 fe(u) 3 ge(x) Se f é contínua em um intervalo aberto I, com y 5 f(x), para x 9 I, g(y) % 0 e g derivável em y, a derivada da função inversa é: 1 fe(x) 5 ​ _____    ​  ge(y)

Valor máximo relativo e valor mínimo relativo Seja f uma função real de variável real e sejam xM e xm números do domínio de f. Dizemos que: f(xM) é valor máximo absoluto da função f se, e somente se: f(xM) > f(x), u x, com x 9 D(f ) y f(xM)

se, e somente se, esse limite existe e é finito. A derivada de f para x tendendo a b pela esquerda, que se indica por fe2 (b), é: f(b 1 h) 2 f(b) fe2 (b) 5   ​ lim ​______________ ​        ​ h h p 0

f

Valor máximo absoluto da função f D(f)

2

se, e somente se, esse limite existe e é finito.

Função derivada Seja a função f: A p V, com A - V, e seja E o subconjunto de A cujos elementos são todos os valores de x tal que existe fe(x). Chama-se função derivada de f a função fe: E p V tal que:

xM

0

x

Abscissa de ponto máximo absoluto de f

f(xm) é valor mínimo absoluto da função f se, e somente se: f(xm) < f(x), u x, com x 9 D(f ) y

f(x 1 h) 2 f(x) fe(x) 5   ​ lim ​______________ ​        ​ h h p 0

Derivadas fundamentais • f(x) 5 k  ]  fe(x) 5 0, sendo k uma constante real. • f(x) 5 xn  ]  fe(x) 5 nxn 2 1, sendo n um número real não nulo. • f(x) 5 sen x  ]  fe(x) 5 cos x • f(x) 5 cos x  ]  fe(x) 5 2sen x

Valor mínimo absoluto da função f

f

f(xm)

0

D(f) xm

x Abscissa de ponto mínimo absoluto de f Limite e derivada

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Valor máximo relativo e valor mínimo relativo

Se fe(x) , 0 para todo x pertencente a ]a, b[, então f é decrescente em ]a, b[.

Seja f uma função real de variável real e sejam xM e xm números do domínio de f. Dizemos que: O número f(xM) é chamado de valor máximo relativo (ou valor máximo local) da função f se, e somente se, existe uma vizinhança completa V(xM) tal que: f(xM) > f(x), u x, com x 9 V(xM) ) D(f ) Valor máximo y relativo da função f

Teste da primeira derivada Seja f uma função real de variável real, derivável em uma vizinhança completa V(a) de um número a. Se fe(a) 5 0 e fe(x) . 0, para todo x, com x 9 V(a) e x , a , ​                      ​  fe(x) , 0, para todo x, com x 9 V(a) e x . a então o número a é abscissa de um ponto máximo relativo de f, e f(a) é valor máximo relativo de f.

f

y

f(xM) r

s xM

0

f t

x

O número f(xm) é chamado de valor mínimo relativo (ou valor mínimo local) da função f se, e somente se, existe uma vizinhança completa V(xm) tal que:

0

f(xm) < f(x), u x, com x 9 V(xm) ) D(f )

Se fe(a) 5 0 e fe(x) , 0, para todo x, com x 9 V(a) e x , a , ​ ​                     ​ ​ fe(x) . 0, para todo x, com x 9 V(a) e x . a​ então o número a é abscissa de um ponto mínimo relativo de f, e f(a) é valor mínimo relativo de f.

{

f

Valor mínimo relativo da função f xm

0

x

y

Abscissa de ponto mínimo relativo de f

Extremo e extremante

t r

Se a é a abscissa de um ponto máximo ou mínimo (local ou absoluto) de uma função f, então os números a e f(a) são chamados de extremante e extremo da função f, respectivamente.

s

y f(c)

b

0

a

c

x

Se fe(a) 5 0 e para alguma vizinhança reduzida de a, V (a), fe(x) não mudar de sinal, ux com x 9 V (a), então o ponto P(a, f(a)) é chamado ponto de inflexão horizontal de f.

f(a) f(b)

f

y 0

f

V(a)

f

f(d) Extremos de f

x

c

V(a)

y f(xm)

b a

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Abscissa de ponto máximo relativo de f

a

b

c

d

x

Extremantes de f

y

r

s

P

t

f r

s P

t

Função crescente e função decrescente Sendo f uma função real de variável real, derivável em ]a, b[, temos: Se fe(x) . 0 para todo x pertencente a ]a, b[, então f é crescente em ]a, b[;

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0

b

a V(a)

c

x

0

b a c

x

V(a)

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Limite e derivada

No Vestibular x23 ______ 1. (UEL-PR) O valor do limite   ​lim   ​​     ​  é: 1 x 1 __ ​   ​  2

Exercício 1

x p 2

5 a) 2​ __ ​  2 3 b) 2​ __ ​  2

3

2 e) 2​ __ ​  5

Exercício 2

2 d) 2​ __ ​

Como a função y 5 x3 é derivável no ponto (1, 1) e ye 5 3x2, temos que o coeficiente angular da reta tangente no ponto (1, 1) é: ye(1) 5 3 3 (1)2 5 3 Alternativa c.

Exercício 3

c) 1

Como a função f(x) 5 22x5 1 4x3 1 3x 2 6 é derivável no ponto de abscissa x0 5 21 e f e(x) 5 210x4 1 12x2 1 3, temos: f e(21) 5 210(21)4 1 12(21)2 1 3 5 5 Alternativa d.

2. (Cesgranrio-RJ) A tangente à curva y 5 x3 no ponto (1, 1) tem coeficiente angular igual a: a) 1 c) 3 d) 4

3. (UEL-PR) A derivada da função f, de V em V, definida por f(x) 5 22x5 1 4x3 1 3x 2 6, no ponto de abscissa x0 5 21, é igual a: a) 25

Exercício 4

e) 5

b) 19

u ​.  Como u(x) é derivável Sejam u(x) 5 7 2 x e f(u) 5 d​ ll no ponto de abscissa 22 e f(u) é derivável no ponto de abscissa 3, temos, pela regra da cadeia: 1 1 1    ​  ​     ​ 3 (21) 5 2​ ________ (fog)e(x) 5 f e(u) 3 ue(x) 5 __ ​   ​  3 ___ 2 ​dll 2​dlllll 7 2 x ​  u ​  1 1    ​  5 2​ __ ​  Portanto: (fog)e(22) 5 2​ __________ 2​dllllllll 7 2 (22) ​  6 Alternativa b.

c) 9 d) 5 e) 3

4. (PUC-MG) O valor da derivada da função f(x) 5 ​dlllll 7 2 x ​,  no ponto (22, 3), é: 1 a) 2​ __  ​ 2 1 b) 2​ __ ​  6

Exercício 5

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) 2

2 x 2 3 _____ 223 ​    lim ​ ​ _____     ​ 5 ​   ​ 5 2​ __ ​  5 1 1 __ __ x 1 ​   ​  2 1 ​   ​  2 2 Alternativa e.

x p 2

t3 Como y 5 ​ __ ​  1 2t é derivável no ponto de abscissa 3 e 3 3t2 ___ ye 5 ​   ​ 1 2 5 t2 1 2, temos: 3 ye(3) 5 32 1 2 5 11 Alternativa b.

1 c) ​ __  ​ 6 d) 2 e) 3 3

t 5. (UEL-PR) A equação horária de um móvel é y 5 __ ​   ​  1 2t, 3

sendo y sua altura em relação ao solo, medida em metros, e t o número de segundos transcorridos após sua partida. Sabe-se que a velocidade do móvel no instante t 5 3 s é dada por ye(3), ou seja, a derivada calculada em 3. Essa velocidade é igual a: a) 6 m/s b) 11 m/s c) 15 m/s d) 27 m/s e) 29 m/s Limite e derivada

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NO VESTIBULAR

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