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ertamente você já conheceu (ou até mesmo vivenciou) alguém com câncer que, após a realização de cirurgia, teve que se submeter a algumas sessões de quimioterapia. A quimioterapia é um método que utiliza compostos químicos chamados de quimioterápicos, que busca, na maioria dos casos, esterilizar células residuais tumorais após a realização de uma cirurgia curativa, diminuindo ou eliminando a ocorrência de metástases. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns da sua aplicação incluem: queda de cabelo e pelos do corpo, enjoos e vômitos, fraqueza, falta de apetite, entre outros. Por ser um método bastante invasivo, os pesquisadores buscam constantemente novas técnicas que possam substitui-lo, garantindo uma qualidade de vida melhor ao paciente em tratamento. Agora, após a realização do maior estudo sobre tratamento do câncer de mama do mundo, pesquisadores dos Estados Unidos demonstraram que tratamentos hormonais podem ser tão eficazes quanto a quimioterapia em muitos dos casos de câncer de mama, um dos cânceres mais comuns entre as mulheres do Brasil e do mundo. A pesquisa publicada no dia 31 de maio, desse ano, demonstrou que a maioria dos pacientes com risco intermediário e baixo de recorrência do câncer, podem evitar a quimioterapia e os efeitos colaterais debilitantes provocados por ela. Estes grupos, nos Estados Unidos, representam cerca de 70% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Uma grande quantidade, não acham? Isto é possível porque o câncer em questão é causado por hormônios e não
Especial ial
Novas (e boas) descobertas sobre o
Ed.165 | 0utubro/2018
câncer de mama
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se espalha pelos gânglios linfáticos. De acordo com os cientistas, depois que os pacientes realizam a cirurgia, recebem um tipo de terapia endócrina/ hormonal que bloqueia os efeitos estimulantes do câncer provocado por hormônios. O estudo foi realizado para que os médicos pudessem diagnosticar com mais precisão o tratamento ideal para cânceres de mama e foi realizado com o auxílio de um teste que examina a atividade de 21 genes capazes de prever riscos de recorrência do câncer de mama por 10 anos. Pacientes com câncer de mama no estágio inicial já haviam sido “liberadas” da quimioterapia, desde 2006, após a realização do teste genômico. 12 anos depois, pacientes com cânceres de mama em estágio intermediário também foram liberadas depois da cirurgia, da realização da terapia endócrina e após anos de acompanhamento. O afastamento da quimioterapia tem sido um assunto de muita discussão entre os profissionais da saúde e pesquisadores. O estudo em questão recebeu apoio financeiro do governo federal americano porque as indústrias farmacêuticas não têm interesse em patrocinar uma pesquisa como esta, que gera uma redução de tratamento e consumo de algumas de suas drogas. Os pesquisadores ainda ressaltam que o objetivo não é deixar de tratar com quimioterapia, mas descartá-las em casos desnecessários e aplicá-la de maneira aumentada em cânceres mais agressivos. Nem mais, nem menos. Na medida certa! Fonte: The New England Journal of Medicine, INCA.•