Curso de Desenvolvimento Espiritual Integral á Luz dos Ensinamentos da Fé Bahá'í.

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Curso de Desenvolvimento Espiritual Integral à Luz dos Ensinamentos da Fé Bahá’í “E não é o objetivo de cada Revelação, entretanto, efetuar uma transformação em todo o caráter da humanidade – uma transformação que se manifeste tanto exterior como interiormente, que afete sua vida íntima bem como suas condições externas? Pois se o caráter da humanidade não for mudado, será evidente a futilidade dos Manifestantes universais de Deus.” (Bahá'u'lláh, Kitab-i-Iqán - O Livro da Certeza). “Dirigi-vos a Ele... Em verdade, Ele (Jesus) disse: "Segui a Mim e Eu vos farei pescadores de homens." Neste Dia, porém, dizemos: "Segui a Mim para que vos possamos fazer vivificadores da humanidade."” (A Proclamação de Bahá'u'lláh).

Buscador:___________________________________________________________________________________ O curso é livre e está disponível no site: www.bahai.org.br/curso


Catálogo da Literatura Bahá’í Usada no Curso Orações Bahá’ís - Guia de bolso contendo uma seleção de 295 orações reveladas por Bahá'u'lláh, o Báb e 'Abdu'l-Bahá. “Recitai os versículos sagrados em tal medida que vos não sobrevenha a prostração e o desânimo. Não sujeiteis vossas almas ao que lhes traz fadiga e abatimento, mas sim alívio e ânimo, para que se ergam nas asas dos versículos divinos rumo ao Nascente de Seus sinais manifestos. Assim vos aproximareis de Deus, se o apenas compreendêsseis.”(Bahá'u'lláh, O Kitáb-i-Aqdas).

As Palavras Ocultas – Este maravilhoso conjunto de 153 conselhos de Bahá’u’lláh é o manual perfeito para o ser humano iluminar seu espírito, salvaguardar seu bem-estar e trazer-lhe a felicidade. A Revelação Bahá’í – Compilação de 193 textos de Bahá’u’lláh e ‘Abdu’lBahá. Ë uma variada seleção de muitos de Seus Escritos que incluem entre outros: As Palavras Ocultas; Os Sete Vales; partes do Seleção dos Escritos Epístolas - Orações e Meditações - de Bahá’u’lláh; e Epístolas, Orações, Palestras e Cartas de ‘Abdu’l-Bahá. Palestras de ‘Abdu’l-Bahá em Paris – 1911 - Este volume contém palestras proferidas por ‘Abdu’l-Bahá durante Sua primeira estada em Paris, dirigidas informalmente a pequenos auditórios, de outubro a dezembro de 1911. São profundos aprendizados sobre as grandes questões da existência humana, sobre a alma e seu progresso neste mundo, onde nos encontramos em uma atmosfera de amor e felicidade e que deixará uma profunda impressão no íntimo de nossos corações, dando um novo colorido à vida. Chamado às Nações - Extratos de Escritos de Shoghi Effendi, selecionados pela Casa Universal de Justiça, oferecendo-as como uma luz e guia para toda a humanidade neste dificil período de nossa história — período esse, todavia, cujo horizonte distante resplandece com a promessa daquele mais glorioso de todos os dias, predito através de todos os tempos por profetas e videntes, e celebrado em verso por poetas — aquele dia que desponta agora, realmente, para os filhos dos homens em sua tribulação. Bahá’u’lláh e a Nova Era – É a obra bahá’í mais divulgada de todos os tempos, tendo vários de seus capítulos lidos e aprovados por ‘Abdu’l-Bahá. Trata de temas básicos da Fé Bahá’í, desde sua história, ensinamentos, administração e perspectivas futuras. Escrita por John Esslemont, uma das primeiras Mãos da Causa a ser nomeada por Shoghi Effendi. Imprescindível para quem quer conhecer a Fé Bahá’í.

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Introdução - Bem-vindo a este Curso!

Primeira Parte (Princípios Espirituais da Vida Pessoal do Individuo) 

Primeira Lição A Oração

Segunda Lição A Saúde do Corpo

Terceira Lição A Realidade do Homem

Quarta Lição

As Duas Naturezas do Homem

Quinta Lição

Vivência Espiritual Integral

Sexta Lição

Vivência Espiritual Integral

Sétima Lição

Vivência Espiritual Integral

Apêndice

O Mensageiro de Deus e Seu Intérprete Autorizado

Referências

Bibliografia

Segunda Parte (Princípios Espirituais da Ordem Social da Humanidade) 

Primeira Lição Nosso Lugar na História

Segunda Lição A Idade Áurea

Terceira Lição Os Princípios da Ordem Mundial

Quarta Lição

Os Princípios da Ordem Mundial

Quinta Lição

Os Princípios da Ordem Mundial

Sexta Lição

A Ordem Administrativa Bahá'í

Final

Esclarecimentos conclusivos

Referências

Bibliografia

Ingresso

Como se tornar um bahá'í

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INTRODUÇÃO Um dos problemas mais sérios que aflige particularmente cada ser humano nos dias atuais é a sua vida espiritual. Em especial, a estabilidade emocional e psicológica para poder enfrentar as dificuldades e incertezas da vida moderna. Em verdade, não há como fugir dos problemas que dia-a-dia todos enfrentamos problemas econômicos, sociais, e até de segurança pessoal nesta época realmente difícil e perigosa da vida humana. Tanto individual como coletivamente, todos temem o futuro incerto e lutam para sobreviver, para ganhar a vida e ter nervos de aço para suportar as agruras e frustrações da vida diária. Não há mais paz de espírito. Parece até que Deus abandonou Seus filhos à própria sorte. As religiões se esforçam para orientar seus crentes, mas pouco conseguem. Parecem ter perdido também elas, a força espiritual da qual seus seguidores tanto precisam para viver, confiantes em Deus, alegres, felizes e ativos participantes da vida de suas comunidades. Sem saber onde encontrar a solução, o indivíduo se desespera muitas vezes, sentindo aumentar dentro de si o vazio que existe no fundo da alma. Há esperança? Existirá uma solução? O que fazer? São perguntas que todos se fazem, ansiosos pelas respostas, que nem sempre encontram. Este curso tem essa finalidade: trazer paz e segurança espiritual àqueles que buscam sinceramente; mostrar que é possível e como é possível chegar ao entendimento interno, à compreensão dos problemas individuais e coletivos dos tempos atuais; e como palmilhar um novo caminho no qual, desde os primeiros momentos, a pessoa encontrará segurança e conforto, firmeza e estímulo para seguir avante com toda a força de sua alma, reencontrandose com o seu verdadeiro "eu", o espiritual, o ser interno de amor, sabedoria e paz. Medite sobre as lições e procure, desde logo, viver o que vai aprendendo aqui. Desde a primeira lição sentir-se-á bem e começará a viver uma nova vida. Estará iniciando uma nova era em sua existência. Começará a ver o mundo com outros olhos. Verá como as coisas irão tomando outro significado, vão mudando de aparência, passando a ver e viver num mundo novo e grandioso, que se desenvolve gradativamente rumo ao seu destino: o da perfeição da raça humana neste planeta. Comitê de Ensino Bahá'í via Internet | Home | Primeira Lição --> 4


Primeira Parte - Primeira Lição

A ORAÇÃO Conversando com Deus A oração, diz 'Abdu’l-Bahá, é a conversação com Deus. A fim de tornar conhecidas aos homens a Sua Mente e Vontade, Deus lhes deve falar numa linguagem que eles possam compreender, e isso Ele faz pela boca de Seus Santos Mensageiros. Enquanto fisicamente vivos esses Mensageiros Divinos conversam com os homens face a face, transmitindo-lhes a Mensagem de Deus. Depois de morrerem, Sua mensagem continua a penetrar na mente humana, através de Sua Palavra registrada e de Seus Escritos. 1 Não é essa, porém, a única maneira pela qual Deus lhes pode falar. Há uma "linguagem do espírito", que é independente da palavra falada ou escrita, pela qual Deus se comunica com aqueles cujos corações buscam a verdade, inspirando-lhes onde quer que se encontrem e qualquer que seja sua raça ou idioma. Devemos falar na linguagem do céu, do espírito, pois há uma linguagem do espírito e do coração. É a linguagem do espírito que fala a Deus. Quando nos momentos de oração nos libertamos de todas as coisas externas e nos voltamos para Deus então é como se no coração ouvíssemos a voz de Deus. Sem palavras, falamos. Comunicamo-nos e conversamos com Deus, e ouvimos Sua reposta... 'Abdu'l-Bahá (Filho de Bahá'u'lláh e Seu intérprete autorizado)2 Bahá'u'lláh - Profeta-Fundador da Fé Bahá’í e Manifestante de Deus para este Dia declara que as mais altas verdades espirituais só podem ser comunicadas por meio dessa linguagem espiritual. .

A atitude de devoção A fim de podermos atingir a condição espiritual em que se torna possível conversamos com Deus: Devemos nos esforçar a fim de atingirmos esta condição, separando-nos de tudo e do povo do mundo, e voltando-nos para Deus somente. Será preciso algum esforço da parte do homem para alcançar tal estado, mas ele deve trabalhar para isso, lutar por isso. É pensando e cuidando menos das coisas materiais, para pensar e cuidar mais das coisas espirituais, que irá atingi-lo. Quanto mais nos afastamos de uma, mais nos aproximamos da outra. A escolha é nossa. 3 Bahá'u'lláh, escreveu: Quem busca ao Bem-Amado, deve todos os dias ao alvorecer, comungar com Deus e de toda a sua alma, perseverar nessa busca. 4 Diz ainda Bahá'u'lláh: Libertai as vossas almas, ó povo, da prisão do ego, e purificai-as do apego a qualquer coisa senão a Mim. A Minha lembrança livra da corrupção todas as coisas. 5 5


Orações Recite diariamente as seguintes orações bahá’ís: 6 Entoa, ó meu Servo, os versículos de Deus que por ti foram recebidos... a fim de que a doçura de sua melodia acenda tua própria alma e atraia o coração de todos os homens. Se alguém, recluso em seus aposentos, recitar os versículos revelados por Deus, os anjos do Onipotente difundirão a fragrância das palavras emanadas de seus lábios. Bahá’u’lláh 7 De manhã cedo: Ó Deus, refresca e alegra meu espirito. Purifica meu coração. Ilumina meus poderes. Em Tuas mãos confio todos os meus interesses. És meu Guia e meu Refugio. Não mais se apossarão de mim a tristeza e a ansiedade, e sim, o contentamento e a alegria. Ó Deus, jamais me entregarei à aflição, nem permitirei que os desgostos me atormentem, ou as coisas desagradáveis da vida me inquietem. Ó Deus, és mais meu Amigo do que eu o sou de mim mesmo. Dedico-me a Ti, ó Senhor. 'Abdu’l-Bahá 8 Levantei-me esta manhã por Tua graça, ó meu Deus, e parto de minha casa com toda a confiança em ti e entregando-me a Teus cuidados. Faze descer sobre mim, pois, do céu de Tua misericórdia, uma benção de Tuas mãos, e deixa-me voltar para casa em segurança, assim, como me permitiste sair, sob Tua proteção, com meus pensamentos dirigidos constantemente a Ti. Não há outro Deus senão Tu - Uno, Incomparável, Onisciente, a Absoluta Sabedoria. Bahá’u’lláh Ao meio-dia: Dou testemunho, ó meu Deus, de que Tu me criaste para Te conhecer e adorar. Confesso, neste momento, minha incapacidade e Teu poder, minha pobreza e Tua riqueza. Não há outro Deus além de Ti, o Amparo no perigo, o que subsiste por Si Próprio. Bahá’u’lláh À noite: Ó Meu Deus, meu Mestre, Alvo de meu desejo! Este servo Teu quer dormir à sombra da Tua misericórdia e repousar sob o pálio da Tua graça, implorando o Teu cuidado e a Tua proteção. Suplico-te, ó meu Senhor, pelos Teus olhos insones, guardes os meus olhos para que nada vejam senão a Ti. Fortalece-lhes, pois a visão, para que discirnam os Teus sinais e contemplem o Horizonte da Tua Revelação. És aquele ante as manifestações de Cuja supremacia, tremeu a quintessência do poder. Nenhum Deus há senão Tu, o Onipotente, O que tudo domina, o Absoluto. Bahá’u’lláh <-- Introdução | Home | Segunda Lição -->

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Primeira Parte - Segunda Lição

A SAÚDE DO CORPO O corpo e a alma Segundo os ensinamentos da Fé Bahá’í, o corpo humano serve a um fim temporário no desenvolvimento da alma e depois de cumprir essa missão é posto de lado. O corpo físico, diz ‘Abdu’l-Bahá, é incapaz de atingir a imortalidade, pois é composto de átomos e moléculas e semelhante às demais coisas compostas, há de se decompor no devido tempo. Jamais deve o corpo ser o senhor da alma, mas sim, seu servo - leal, obediente e eficiente - devendo ser tratado com a consideração que um bom servidor merece. Sem o devido cuidado, virão as doenças, trazendo conseqüências prejudiciais, tanto ao senhor como ao servo.

A unidade de toda a vida A unidade essencial de todas as miríades de formas e graus da vida é um dos ensinamentos fundamentais de Bahá’u’lláh. A nossa saúde física é tão ligada à nossa saúde mental, moral e espiritual, e também à saúde individual e social de nossos semelhantes ainda mais, à vida dos animais e das plantas - que cada um destes é afetado pelos outros em um grau maior do que geralmente se compreende.

A vida simples Entre os ensinamentos da Fé Bahá’í para a saúde do corpo, este é dos mais importantes: Diz 'Abdu’l-Bahá: A economia é a base da prosperidade humana. O pródigo está sempre em embaraços. Gastar em excesso é um pecado imperdoável. E nunca devemos viver à custa alheia, como uma planta parasita. Cada pessoa deve ter uma profissão... e deve ter uma vida limpa, digna, honesta, sendo um exemplo de pureza digno de ser imitado pelos outros... O homem contente tem o espírito sempre em paz e o coração tranquilo. 8 O alimento animal não é proibido, mas ‘Abdu’l-Bahá diz: Frutos e cereais serão os alimentos do futuro. Tempo virá em que o homem não mais comerá carne. A ciência médica está ainda na infância, porém, já demonstrou que nosso alimento natural é aquele que vem da terra. 9

Álcool e narcóticos O uso de narcóticos de qualquer espécie é estritamente proibido por Bahá’u’lláh, a não ser quando aplicados como remédio em caso de doença.

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Divertimento sadio Os ensinamentos de Bahá’u’lláh baseiam-se na moderação e não no ascetismo. Apreciar as boas e belas coisas da vida, tanto materiais como espirituais, é recomendado, e até ordenado. Diz o Fundador da Fé Bahá’í: Não vos priveis daquilo que foi criado para vós, e é vosso dever mostrar na face alegria e contentamento. 10

O asseio São palavras de Bahá’u’lláh: Sede a essência do asseio entre a humanidade... sejam delicados vossos modos sob todas as circunstâncias. Não deixais traço algum de sujeira aparecer em vossas roupas... Imergi-vos em água pura. 11 Diz 'Abdu’l-Bahá que a limpeza do corpo ajuda também na purificação da alma. São suas palavras: O asseio externo, embora apenas uma coisa física, concorre muito para a espiritualidade... O fato de se ter um corpo puro e limpo, exerce uma certa influência sobre o espírito do homem. 12

A cura das doenças Diz 'Abdu’l-Bahá: Ó tu que buscas a verdade. Há dois meios de curar doenças, o material e o espiritual. O primeiro é pelo uso de remédios; o segundo consiste em se dirigir a Deus e Lhe suplicar. Ambos os métodos devem ser usados e praticados... Além disso, eles não são incompatíveis. Deveis aceitar o remédio como vindo da misericórdia e favor de Deus, pois Ele revelou o conhecimento médico de modo que os Seus servos pudessem tirar proveito também deste método de tratamento. 13 Bahá'u'lláh recomenda que consultemos os médicos, em caso de doença: Não descuideis do tratamento médico quando este for necessário. Mas abandonai-o logo que a saúde estiver recuperada. Tratai a doença por meio de dieta, preferivelmente, abstendo-vos de usar drogas, e se encontrardes em uma simples erva o que vos for preciso, não recorrais a um medicamento composto... Abstende-vos de drogas quando estiverdes com boa saúde, usando-as quando houver necessidade. 14

Oração de cura A seguinte oração, de Bahá'u'lláh, pode ser feita em proveito próprio e também por outras pessoas, em caso de doenças: Teu nome é minha cura, ó meu Deus, e a lembrança de Ti, meu remédio. Aproximarme de Ti, é minha esperança, e meu amor por Ti, meu companheiro. Tua misericórdia por mim é minha cura e meu socorro, tanto neste mundo como no vindouro. Tu, em verdade, és o Todo Generoso, o Onisciente, a Suprema Sabedoria. 15 <-- Primeira Lição | Home | Terceira Lição -->

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Primeira Parte - Terceira Lição

A REALIDADE DO HOMEM Bahá'u'lláh, definitivamente, esclarece ser o homem um ser espiritual, de vida eterna. Revelou um livro chamado As Palavras Ocultas que dá ensinamentos sobre a verdadeira natureza do ser humano, a par de conselhos de perfeição, para que a vida humana seja harmonizada de forma integral com sua verdadeira natureza espiritual - a realidade do homem. Vejamos alguns desses ensinamentos. Tais palavras são ditas como se o próprio Deus -- Criador Supremo -- estivesse se dirigindo ao homem: Ó Filho do Homem! Velado em Meu ser imemorial e na eternidade antiga de Minha Essência, conheci Meu amor por ti e assim te criei, gravando em ti Minha imagem e revelando-te Minha Beleza. Ó Filho do Ser! Tu és Minha lâmpada, e Minha Luz está em ti. Que obtenhas dela o teu esplendor e não aspires a outro senão a Mim; pois Eu te criei rico e generosamente derramei sobre ti as Minhas graças. Ó Filho do Ser! Com as mãos do poder, Eu te fiz; com os dedos da firmeza, Eu te criei; e dentro de ti coloquei a essência de Minha Luz. Que estejas contente com isto e nada mais busques, pois é perfeita Minha obra e inexorável Meu mandamento. Não questiones, nem alimentes dúvidas sobre isto. Ó Filho do Espírito! Eu te criei rico, por que te empobreces? Nobre te fiz; por que te rebaixas? Da essência da sabedoria, Eu te concedi a existência; por que buscas iluminação de outro, senão de Mim? Da argila do amor, te moldei; como é que te ocupas com outro? Volta teus olhos a ti mesmo, a fim de que, dentro de ti, Me possas encontrar, forte, poderoso, O que subsiste por Si próprio. Ó Filho do Homem! Tu és meu Domínio, e Meu domínio não perece; por que temes perecer? És Minha Luz, e Minha Luz jamais se extinguirá; por que receias extinção? És Minha glória, e Minha glória não se esvaece; És Minha vestimenta, e Minha vestimenta jamais se desgastará. Permanece firme, pois, em teu amor por Mim, a fim de Me encontrares no Reino da Glória. Ó Filho da Visão Maravilhosa! Insuflei em ti um sopro de Meu próprio Espírito, a fim de que Me pudesses amar. Por que Me abandonaste e quiseste outro, senão a Mim, como teu bem-amado? 9


Ó Filho do Trono! Teu ouvido é Meu ouvido; que ouças com ele. Tua vista é Minha vista; com ela deves tu ver, para que, no íntimo de tua alma, possas testemunhar Minha santidade sublime e Eu, dentro de Mim Mesmo, possa te conceder uma posição excelsa. Ó Filho do Ser! Teu coração é Meu lar; santifica-o para Minha descida. Teu espírito é a sede de Minha Revelação; purifica-o, para que nele Eu possa Me manifestar. Ó Filho do Homem! Minha eternidade é Minha criação; a ti a destinei. Faze-a vestimenta de teu templo. Minha unidade é obra de Minhas mãos; elaborei-a para teu bem. Adorna-te com ela, a fim de que sejas, por toda a eternidade, a revelação de Meu ser imortal. 16 No entanto, apesar da grandiosidade espiritual do homem, nunca deverá ele deixar de ser humilde e de reconhecer sua total dependência de Deus, o Criador Supremo. Bahá’u’lláh adverte: Ó Filhos dos Homens! Não sabeis por que Nós vos criamos a todos do mesmo pó? A fim de que ninguém se enaltecesse acima dos outros. Ponderai no coração, em todos os tempos, de que modo fostes criados. Desde que vos tenhamos criado a todos da mesma substância, deveis ser como uma só alma, andando com os mesmos pés, alimentando-vos com a mesma boca e habitando na mesma Terra, a fim de que, do íntimo de vosso ser, através de vossas ações, se manifestem os sinais da unidade e a essência do desprendimento. É este o Meu conselho a vós, ó assembléia da luz! Atendei a este conselho para que possais obter, da árvore de glória maravilhosa, o fruto da santidade. 17

A natureza da alma Bahá’u’lláh esclarece o seguinte: Tu me perguntaste sobre a natureza da alma. Deveis saber, em verdade, que a alma é um sinal de Deus, uma jóia celestial cuja realidade nem os mais sábios dentre os homens tem podido compreender, e cujo mistério, mente alguma, nem a mais atilada, jamais poderá esperar desvendar. Dentre todas as coisas criadas, é a primeira a declarar a excelcitude de Seu Criador, a primeira a reconhecer Sua glória, aderir à Sua verdade, e curvar-se em adoração em Sua presença. Se for fiel a Deus, refletirá Sua Luz e para ele, finalmente, se voltará. Se falhar em lealdade ao Criador, porém, tornar-se-á vítima do ego e da paixão, em cujas profundidades haverá, por fim, de se submergir. 18

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Primeira Parte - Quarta Lição

AS DUAS NATUREZAS DO HOMEM Sendo o homem espiritual, por que não é perfeito também em sua conduta, em seu relacionamento com os semelhantes e também consigo mesmo? Por que pensa de uma forma e age de outra? Por que não reflete exteriormente as qualidades internas de pureza, amor, sabedoria e perfeição que Deus concedeu à sua alma? 'Abdu'l-Bahá, filho de Bahá'u'lláh e por Este designado Seu intérprete autorizado e continuador de Sua obra na terra, dá-nos a resposta num discurso feito em Paris, em 1911: O homem possui duas naturezas, a natureza espiritual ou superior, e a material ou inferior. Numa, ele se aproxima de Deus; na outra, vive só para o mundo. De ambas se encontram sinais no homem. Em seu aspecto material ele expressa falsidade, crueldade e injustiça. Tudo isso é resultado de sua natureza inferior. Os atributos da natureza divina manifestam-se em amor, misericórdia, bondade, veracidade, justiça - sendo todas estas qualidades expressões de sua natureza mais elevada. Todo bom hábito, toda qualidade nobre, pertence à natureza espiritual do homem, enquanto que todas as suas imperfeições, todos os seus pecados, derivam de sua natureza material. Quando a natureza divina domina a humana, temos um santo. O homem tem o poder de fazer tanto o bem como o mal. Quando o poder para o bem predomina, e as inclinações para fazer o mal são superadas, então o homem merece, em verdade, ser chamado de santo. Quando porém, ao contrário, ele rejeita as coisas de Deus e permite que as más paixões o dominem, ele é até pior que um animal. Santos são os homens que tem se livrado do mundo da matéria e vencido o pecado. Vivem no mundo, mas não são deste mundo, estando seus pensamentos sempre no mundo do espírito. Suas vidas são dedicadas à santidade e seus atos demonstram amor, justiça e piedade. Recebem iluminação do alto, sendo assim, como lâmpadas brilhantes, espalhando luz nos tenebrosos recintos da terra. São estes os santos de Deus. 19

Pode-se transformar a natureza humana? A religião, bem como a educação, baseia-se na hipótese de ser possível transformar a natureza humana. De fato, basta pouca investigação para mostrar que nada pode ser afirmado com maior certeza, com relação aos seres vivos. Sem mudança não pode haver vida. Mesmo o mineral não pode resistir à modificação e, quanto mais subirmos na escala da existência, mais variadas, complexas e maravilhosas as transformações se tornam. Bahá'u'lláh declara que, assim como os seres inferiores têm épocas de emergências repentinas para uma vida nova e mais ampla, também para a humanidade há um "estado crítico", um tempo de "renascimento", e que está próximo. Então os modos de viver que vêm persistindo desde os primórdios da história serão rápida e irrevogavelmente alterados, e a humanidade atingirá uma nova fase de vida, tão diferente da antiga como é a borboleta da larva, ou o pássaro do ovo. A humanidade atingirá uma nova visão da verdade, assim como um país inteiro é iluminado ao nascer do sol, de modo que todos possam ver, claramente, onde uma hora antes, tudo estava escuro e sombrio. Este é um novo ciclo do poder humano, diz 'Abdu'l-Bahá. Todos os horizontes do mundo estão iluminados, e o mundo se tornará, de fato, um jardim de rosas, um paraíso. 20

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A necessidade de um mediador Esclarece 'Abdu'l-Bahá que: Um mediador se nos apresenta necessário entre os homens e o Criador, alguém que receba a plena luz do Esplendor e a irradie sobre a humanidade, do mesmo modo que a atmosfera da Terra recebe e difunde o calor dos raios solares. 21 A menos que o Espírito Santo se torne o intermediário, não podemos receber diretamente as graças de Deus. Não deixeis de considerar a verdade óbvia, pois é evidente "per si", que uma criança não pode ser instruída sem o auxílio de um professor, embora seja o saber, uma das graças divinas. O solo não se cobre de verdura e vegetação sem a chuva das nuvens. Por conseguinte, a nuvem é a intermediária entre a graça divina e o solo... A luz tem um centro, e se alguém desejar procurá-la de outro modo que não seja do seu centro, jamais a atingirá... Volta a tua atenção para os dias de Cristo; algumas pessoas julgavam que sem a emanação Messiânica, fosse possível atingir a verdade, mas foi precisamente essa idéia que se tornou a causa de sua privação. 22 Se desejamos orar, devemos ter algum objeto em que nos concentrarmos. Se nos voltarmos para Deus, devemos dirigir nosso coração a algum centro... Se alguém deseja conhecer a Deus, deve encontrá-Lo no espelho perfeito, Cristo ou Bahá'u’'lláh. Em qualquer destes espelhos poderá ver refletido o Sol Divino. Do mesmo modo que conhecemos o sol físico pelo seu brilho, pela sua luz e calor, assim também conhecemos a Deus, o Sol Espiritual, quando Ele se irradia no templo de Seu Manifestante, pelos Seus atributos de perfeição, pela beleza de Suas qualidades e pelo esplendor de Sua luz. 23 Um homem que tenta adorar a Deus sem se dirigir a Seu Manifestante, é como um homem numa masmorra, tentando, através de sua imaginação, gozar as glórias da luz do sol.

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Primeira Parte - Quinta Lição

VIVÊNCIA ESPIRITUAL INTEGRAL Bahá’í - um modo de vida Disse uma vez Herbert Spencer que por nenhuma alquimia política é possível extrair de instintos de chumbo uma conduta áurea, e é também verdade que por nenhuma alquimia política é possível haver uma sociedade áurea composta de indivíduos de chumbo. Bahá'u'lláh, como todos os Manifestantes de Deus que O precederam, proclamou esta verdade e disse que, a fim de estabelecer o Reino de Deus na Terra, primeiro era preciso fazê-lo no coração dos homens. Um modo de vida alegre, feliz, sadia, espiritual, foi o que Bahá'u'lláh trouxe para a humanidade, e que nos legou mais de cem livros revelados. Nestas duas próximas lições, veremos alguns aspectos do que significa ser bahá'í viver os ensinamentos de Bahá'u'lláh e a transformação que tal vivência trará ao nosso caráter, ao nosso coração, a alegria que decorrerá de tal transformação, a iluminação interna que sentiremos, o novo ser que veremos surgir dentro de nós, o nosso verdadeiro "eu", iluminado pela luz do Sol da Realidade, o Mensageiro de Deus para os dias atuais Bahá'u'lláh, que significa A Glória de Deus.

A vida bahá'í Tendo alguém perguntado a 'Abdu'l-Bahá, certa ocasião: Que é um bahá'í? Ele deu a seguinte resposta: “Ser bahá’í significa simplesmente ter amor a todos; amar a humanidade e esforçar-se por serví-la, trabalhar pela paz e fraternidade universais.” Em outra ocasião, definiu um bahá'í como sendo uma pessoa dotada de todas as perfeições humanas em ação. Num de Seus discursos em Londres, disse que uma pessoa podia ser bahá’í mesmo que nunca tivesse ouvido falar o nome de Bahá'u'lláh. Disse ainda: O homem que leva a vida de acordo com os ensinamentos de Bahá’u’lláh já é bahá'í. Por outro lado, um homem pode se chamar de bahá’í durante cinquenta anos, mas se não viver de acordo com os ensinamentos, não será bahá’í. Um homem feio pode se chamar bonito, mas não engana a ninguém. 24 Quem não conhece os Mensageiros de Deus, entretanto, é como uma planta que cresce na sombra. Embora não conheça o sol, dele depende inteiramente. Os grandes Manifestantes, ou Profetas de Deus, são sóis espirituais. E Bahá'u'lláh é o sol deste "Dia" em que vivemos. Os sóis dos dias passados aqueceram e vivificaram o mundo, e se não tivessem brilhado, a Terra estaria agora fria e morta, mas somente o sol de hoje pode amadurecer os frutos que os sóis dos dias anteriores fizeram nascer.

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Devoção de Deus A fim de que seja atingida a vida bahá'í em toda a sua plenitude, uma relação direta e consciente com Bahá'u'lláh e tão necessária como o sol o é para o desabrochar do lírio ou da rosa. O bahá'í não adora a personalidade humana de Bahá'u'lláh, mas sim, a Glória de Deus manifestada através desta personalidade. Venera a Cristo, a Maomé, e a todos os antigos Mensageiros de Deus à humanidade, mas ele reconhece Bahá'u'lláh como o Portador da Mensagem de Deus para a nova era em que vivemos, como o grande Educador mundial que veio prosseguir e consumar a obra de Seus predecessores. A aceitação intelectual de um credo não faz de um homem um bahá'í, como também não o faz a observação externa de certas normas de conduta. Bahá'u'lláh espera de Seus discípulos uma devoção sincera. Somente Deus tem o direito de assim exigir de Suas criaturas. E Bahá'u'lláh fala como um Manifestante de Deus e Revelador de Sua Vontade.

Busca da Verdade Bahá'u'lláh exorta todos os Seus seguidores a serem justos e leais na busca da verdade, afirmando que: O homem deve estar livre da superstição e da imitação, para que possa discernir os Manifestantes de Deus com os olhos da unidade, e deve contemplar todas as coisas com vista aguçada. Palavras de Sabedoria25 É necessário que cada indivíduo veja e compreenda, por si mesmo, a Glória de Deus manifestada no templo humano de Bahá’u’lláh; de outro modo a Fé Bahá’í não lhe seria mais do que um nome sem significação. Quem quiser tornar-se bahá’í precisa buscar destemidamente a verdade, sem contudo, limitar sua busca ao plano material. O seu poder de percepção espiritual deve ser despertado tanto quanto o físico. Ele deve usar todas as faculdades que Deus Ihe deu para aquisição da verdade, em nada acreditando sem provas válidas e suficientes. Se seu coração for puro, e sua mente estiver livre de preconceitos, quem busca sinceramente não deixará de reconhecer a Glória Divina, seja qual for o templo em que se manifeste. Bahá’u’lláh declara também: O homem deve conhecer a si próprio e saber quais são as coisas que o conduzem à elevação ou à baixeza, à vergonha ou à honra, à abundância ou à pobreza. A origem de todo o saber é o conhecimento de Deus, exaltada seja Sua Glória! E este não pode ser atingido a não ser através do conhecimento dos Seus Manifestantes divinos. 26 <-- Quarta Lição | Home | Sexta Lição -->

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Primeira Parte - Sexta Lição

VIVÊNCIA ESPIRITUAL INTEGRAL O Manifestante Divino O Manifestante é o Homem Perfeito, o grande Exemplo para a Humanidade, o Primeiro Fruto da árvore do gênero humano. Antes de O conhecermos, não teremos conhecido as possibilidades latentes que existem dentro de nós. Cristo diz que devemos olhar para os lírios, como crescem, e declara que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se adornou como qualquer um deles. O lírio sai de uma raiz absolutamente sem atrativos. Se nunca tivéssemos visto o desabrochar do lírio, se jamais tivéssemos contemplado o incomparável encanto de suas folhas e flores, poderíamos conceber a realidade contida nesta raiz? Ainda que a dissecássemos com o maior cuidado e examinássemos minuciosamente, jamais descobriríamos a beleza adormecida que o jardineiro sabe despertar. Assim, antes que tenhamos visto a Glória de Deus revelada no Manifestante, não poderemos fazer uma idéia da beleza espiritual latente em nossa própria natureza e na dos nossos semelhantes. Conhecendo e amando ao Manifestante de Deus, e seguindo os Seus ensinamentos, tornamo-nos capazes, pouco a pouco, de compreender as perfeições potenciais que existem em nós. Então, e não antes, compreenderemos o significado e o propósito da vida e do universo.

Amor a Deus Conhecer o Manifestante de Deus significa também amá-Lo. Uma coisa é impossível sem a outra. Segundo Bahá’u’lláh, o objetivo da criação da humanidade é conhecer e adorar a Deus. Ter amor a Deus! Este é o objetivo único da vida para o bahá’í. Ter Deus como seu maior Companheiro e mais íntimo Amigo, seu Bem-Amado sem igual, em Cuja Presença está a alegria completa! E amar a Deus significa amar a tudo e a todos, pois todos provém de Deus. O verdadeiro bahá’í é a personificação perfeita do amor, a todos amando de coração puro, fervorosamente, a ninguém odeia, nem despreza, pois se habituou a ver a Face do BemAmado em toda a face, e a ver Seus traços em toda parte. Seu amor não conhece limites de credo, nação, classe ou raça. Diz Bahá’u’lláh: Antigamente se dizia: "O amor à pátria é elemento da Fé em Deus"... A Língua da Grandeza... no dia de Seu Manifestante, proclamou: "Não se vanglorie quem ama a sua pátria mas, sim, quem ama à sua espécie." E mais: Bem-aventurado aquele que prefere o seu irmão a si próprio. Tal pessoa é do povo de Bahá.27 'Abdu'l-Bahá diz que devemos ser como uma só alma em muitos corpos, pois quanto mais amarmos uns aos outros, mais próximos estaremos de Deus.

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Desprendimento A devoção a Deus exige também, o desprendimento de tudo que não seja de Deus, isto é, de todos os desejos egoísticos e mundanos e mesmo dos que dizem respeito à vida de além-túmulo. A vereda de Deus pode conduzir à riqueza ou à pobreza, à saúde, ou à doença, a um palácio ou uma masmorra, a um jardim de rosas ou uma câmara de tormentos. Qualquer que seja seu destino, o bahá’í aprenderá a aceitá-lo com "aquiescência radiante". O desprendimento não quer dizer estulta indiferença do que lhe rodeia, ou resignação passiva às más condições, como também não significa desprezar as boas coisas criadas por Deus. O verdadeiro bahá’í não é insensível, apático, nem ascético. Encontra abundante interesse, abundante trabalho e abundante alegria no Caminho de Deus, mas ele não se desviará nem sequer pela grossura de um fio de cabelo em busca do prazer, nem cobiçará o que Deus lhe haja negado. Quando um homem se torna bahá’í, a Vontade de Deus vem a ser sua vontade, pois não estar de acordo com Deus é o que ele não pode tolerar. No Caminho de Deus não há terrores que lhe possam amedrontar, nem aborrecimentos que lhe possam desanimar. A luz do amor ilumina seus dias mais escuros, muda os sofrimentos em alegria e o próprio martírio em êxtase. A vida é levada ao plano heróico e a morte torna-se uma alegre aventura.

Serviço A devoção a Deus implica também em uma vida de serviço aos nossos semelhantes. De nenhum outro modo podemos servir a Deus. Se voltarmos as costas aos nossos semelhantes, estaremos também dando as costas a Deus. 'Abdu'l-Bahá, diz: Na Causa Bahá’í as artes, as ciências, e todos os ofícios, são tidos como adoração. O homem que faz um pedaço de papel da melhor maneira que lhe é possível, conscientemente, concentrando todas suas forças a fim de aperfeiçoá-lo, está dando louvores a Deus. Numa palavra, qualquer esforço ou trabalho que o homem faça de todo coração, é adoração, se for incentivado pelos motivos mais nobres e pelo desejo de servir à humanidade. Servir à humanidade e suprir às necessidades do povo é adoração. Servir é orar. Um médico, cuidando de um doente, meiga e ternamente, livre de qualquer preconceito e acreditando na solidariedade da raça humana, está louvando a Deus. 28

Cortesia e Reverência 'Abdu'l-Bahá disse numa carta aos bahá'ís da América: Acautelai-vos! Acautelai-vos, para que não ofendais a nenhum coração! Acautelai-vos! Acautelai-vos, para que não ofendais a nenhuma alma! Acautelai-vos! Acautelai-vos, para que a pessoa alguma trateis de um modo pouco bondoso! Acautelai-vos! Acautelai-vos, a fim de que não sejais causa de desespero para nenhum ser! Se alguém se tornasse causa de tristeza para algum coração, ou desânimo para qualquer alma, melhor seria que se escondesse nas íntimas profundezas da Terra, do que sobre ela andasse. 29 <-- Quinta Lição | Home | Sétima Lição -->

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Primeira Parte - Sétima Lição

VIVÊNCIA ESPIRITUAL INTEGRAL Amor ao próximo Ele ('Abdu'l-Bahá) ensina que, assim como a flor está escondida no botão, também um espírito de Deus habita no coração de todo homem, não importa sua aparência exterior, por mais dura e desagradável que seja. O verdadeiro bahá’í, pois, trata todas as pessoas do mesmo modo que um jardineiro trata uma bela e rara planta. Sabe que nenhuma intervenção impaciente de sua parte poderá fazer que o botão se transforme em uma flor; somente Deus, por intermédio dos raios solares, pode fazer isso. 'Abdu'l-Bahá diz ainda: Entre os ensinamentos de Bahá’u’lláh, há um que exige do homem, sob todas as condições e circunstâncias, que perdoe e mesmo ame ao seu inimigo, e considere o malévolo como pessoa bem intencionada. Isso não quer dizer que se veja a alguém como inimigo, e então suporte e tolere. Isso seria hipocrisia e não amor verdadeiro. Não, pelo contrário, deveis ter os vossos inimigos como amigos, as pessoas que vos desejam mal como pessoas que vos desejam bem, e tratá-las de acordo. Vosso amor e bondade devem ser verdadeiros... não apenas por tolerância, porque a tolerância não vinda do coração é hipocrisia. 30

Olhos que não vêem o pecado Em nenhum assunto são os ensinamentos bahá’ís mais imperativos e incondicionais do que em recomendar completa abstenção de fazer censura. Cristo falou com veemência sobre o mesmo assunto, mas hoje geralmente se acha que o Sermão da Montanha seja composto de "Conselhos de Perfeição" que não se pode esperar sejam seguidos pelo cristão comum. Não só Bahá’u’lláh, como ‘Abdu’l-Bahá, tornam perfeitamente claro, porém, que tudo o que Eles dizem é, realmente, para ser cumprido. Lemos em Palavras Ocultas: Ó Filho do Homem! Não murmures os pecados alheios enquanto tu mesmo fores pecador. Se transgredires esta ordem, mal-aventurado serias; disto dou testemunho. Ó Filho do Homem! Não atribuas a nenhuma alma o que não desejas que te seja atribuído, nem digas o que não cumpres. É este Meu mandamento a ti: Observa-o. 31 'Abdu'l-Bahá diz que devemos: Guardar silêncio sobre os defeitos dos outros, pedir a Deus por eles, e ajudá-los com bondade a corrigir seus defeitos; que devemos olhar sempre para o bem e nunca para o mal; que, se um homem tiver dez qualidades boas e uma só má, devemos olhar para as dez e nos esquecer desta última; e que, se um homem tiver dez qualidades más e apenas uma boa, devemos olhar para esta última e nos esquecermos das demais, que jamais consintamos pronunciar - ao falarmos de outra pessoa - ainda que inimiga - uma só palavra que não seja bondosa. 32 17


Humildade Enquanto somos aconselhados a não reparar nas faltas dos outros, mas olhar para suas virtudes, somos aconselhados, por outro lado, a descobrir nossas próprias faltas e a não levar em conta nossas virtudes. Bahá’u’lláh assim se exprime em PALAVRAS OCULTAS: Ó Filho do Ser! Como podes esquecer tuas próprias faltas, e te ocupar com as faltas alheias? Quem assim procede é condenado por Mim. Ó Emigrantes! A língua, Eu a designei para Me mencionar; não a corrompais com a difamação. Se a flama de vosso próprio ego vos sobrevier, lembrai-vos de vossas próprias faltas e não das faltas de Minhas criaturas, já que cada um de vós conhece a si mesmo mais do que aos outros. 33 Embora nos seja aconselhado que reconheçamos nossas faltas e delas nos arrependamos com sinceridade, é definitivamente proibida a prática da confissão aos padres ou a outras pessoas. Diz Bahá’u’lláh: Ó pecador, quando seu coração estiver livre de tudo, exceto de Deus, deverá pedir perdão só a Deus. Confessar-se diante dos servos (isto é, diante dos homens) não é permissível, pois isso não é meio nem causa do Perdão Divino. Tal confissão, diante das criaturas, leva à humilhação e ao rebaixamento, e Deus - exaltada seja Sua Glória - não deseja que as Suas criaturas sejam humilhadas. Verdadeiramente, Ele é compassivo e benévolo... O pecador deve, entre si e Deus, implorar mercê do Mar da Misericórdia e pedir perdão ao Céu da Compaixão. 34

Veracidade e Honestidade São palavras de Bahá’u’lláh: Verdadeiramente, a honestidade é a porta da tranqüilidade para todos no mundo e sinal de glória provindo da Presença do Misericordioso. Quem a esta atingir terá atingido a tesouros de riqueza e abundância. 35 Diz, ainda: O princípio da Fé consiste em diminuir as palavras e aumentar as ações. Aqueles cujas palavras excedem os atos sabei, verdadeiramente, que sua inexistência é melhor que sua existência, sua morte melhor que sua vida. 36 ‘Abdu’l-Bahá fala o seguinte, sobre a veracidade: A veracidade é a base de todas as virtudes do homem. Sem a veracidade, o progresso e sucesso da alma em todos os mundos de Deus são impossíveis. Quando este atributo sagrado for estabelecido no homem todas as outras qualidades divinas também serão realizadas. 37 A vida para a qual Bahá’u’lláh convida Seus seguidores é certamente de tal nobreza que em toda a vasta extensão das possibilidades humanas, nada há mais nobre e belo que o homem possa aspirar. A compreensão do ser espiritual dentro de nós mesmos significa a compreensão da verdade sublime de que nós viemos de Deus e a Ele havemos de retornar. Essa volta a Deus é a meta gloriosa do bahá’í. <-- Sexta Lição | Home | Apêndice --> 18


Primeira Parte - Apêndice à 1ª. Parte do Curso

O MENSAGEIRO DE DEUS E SEU INTÉRPRETE AUTORIZADO Bahá’u’lláh (1817-1892) Bahá’u’lláh nasceu na Pérsia no dia 12 de novembro de 1817. Seu pai era ministro do Governo e Sua família muito rica. Seu nome de família é Mirzá Hussayn-Alí. Bahá’u’lláh é um título que significa a Glória de Deus, que Ele adotou e que Lhe foi dado pelo Báb (1819-1850), Profeta que O antecedeu e que veio anunciar a Sua Vinda. Tal nome tem uma significação espiritual muito grande, inclusive pelas profecias bíblicas com referência ao termo Glória de Deus. Representa a manifestação de Deus aos homens em toda a Sua glória e poder. Desde pequeno Bahá’u’lláh foi diferente das outras pessoas, muito sábio e bondoso. Não conheceu o Báb pessoalmente, mas tornou-se Seu seguidor logo no primeiro ano da Declaração do Báb - 1844. Quando o Báb foi morto em l850, muitos de Seus seguidores foram também martirizados. Aqueles que escaparam das perseguições voltaram-se para Bahá’u’lláh para que os guiasse. Devido à atuação decidida de Bahá’u’lláh em favor dos seguidores do Báb, Ele também foi aprisionado, sendo levado para Teerã, a capital do país, para uma prisão escura e fétida conhecida como o "poço negro" - onde haviam também criminosos e ladrões. Mas foi nessa prisão, em 1852, que Bahá’u’lláh recebeu a Revelacão Divina, em forma de inspiração, assegurando-se ser Ele, efetivamente, o esperado Mensageiro Divino cujo advento o Báb viera anunciar e por Quem sacrificou a vida. Bahá’u’lláh teve a vida poupada devido à influência de parentes e por ser de família nobre da corte da Pérsia. Mas foi exilado com a família e alguns discípulos, tendo todos os bens confiscados. Foi levado para o país vizinho, o Iraque, residindo em sua capital, Bagdá. Lá viveu até 1863, ano em que publicamente declarou Sua divina missão, durante um período de 12 dias, de 21 de abril a 2 de maio - período esse conhecido hoje como o Festival do Ridván (Paraíso), o Mais Glorioso Festival. De Bagdá, Bahá’u’lláh foi desterrado para a Turquia, vivendo alguns meses na capital, Constantinopla (atual Istambul) e depois em Adrianópolis, até 1868, quando as autoridades novamente O desterraram, desta vez para a cidade-prisão de ‘Akká, na Palestina. Eram 72 pessoas, entre familiares e discípulos, e o destino seria a prisão perpétua numa cidade para onde eram enviados criminosos e presos políticos perigosos, onde certamente acabariam seus dias, tão difíceis eram as condições de vida naquela milenar histórica cidade da Terra Santa. Bahá’u’lláh viveu ate 1892, falecendo na madrugada do dia 29 de maio. Escreveu mais de cem volumes entre epístolas, orações, meditações e livros. Nunca anteriormente, um Mensageiro de Deus revelou tantos Escritos Sagrados, cujos originais estão preservados, inclusive, como prova de sua autenticidade. Os ensinamentos de Bahá’u’lláh, claramente expostos durante os quarenta anos de Seu Ministério, ensinam-nos como melhor viver para sermos felizes, aproximarmo-nos de Deus, usufruirmos de Suas graças e prepararmo-nos para uma vida espiritual eterna, rumo ao Criador, em luz e misericórdia. Com Sua Revelação, Bahá’u’lláh inaugurou também uma Nova Era da Civilização humana, a era prometida em todas as profecias do passado, de paz e fraternidade, de amor e cooperação, de justiça e progresso para todos! 19


‘Abdu'l-Bahá (1844-1921) ‘Abdu'l-Bahá era o filho mais velho de Bahá’u’lláh e nasceu na mesma noite em que o Báb declarou Sua Missão ao Seu primeiro discípulo, em 23 de maio de 1844. Ainda criança, ‘Abdu'l-Bahá acompanhou Seu pai quando este foi banido para o Iraque em 1853. A vida inteira, desde Sua juventude, O Mestre - conforme Bahá’u’lláh O chamava - foi de grande ajuda para Seu pai, cuidando dos assuntos gerais da família. ‘Abdu'l-Bahá significa Servo de Bahá (Bahá significa Glória). ‘Abdu'l-Bahá personifica o mais alto padrão de vida bahá’í. Foi o Exemplar perfeito das qualidades e virtudes que um bahá’í pode alcançar. Explicou, de maneira simples e fácil de entender, muitos dos ensinamentos de Bahá’u’lláh. Foi, realmente, um mestre perfeito em todos os sentidos. Quando Bahá’u’lláh faleceu, em 1892, deixou um testamento designando ‘Abdu'lBahá como a única pessoa para a qual os bahá’ís deveriam se voltar em busca de guia infalível. Tal designação tornou ‘Abdu'l-Bahá o Centro do Convênio de Bahá’u’lláh, que Lhe deu o direito de não só guiar a comunidade bahá’í mundial, como também de interpretar os ensinamentos de Seu amado e divino Pai. Foi também ‘Abdu'l-Bahá quem levou os ensinamentos bahá’ís à Europa e América do Norte em Suas históricas viagens a esses dois continentes nos anos de 1911 a 1913. Fez centenas de palestras e deu entrevistas a um número incontável de pessoas, desde as mais simples até altas autoridades, líderes religiosos, livre-pensadores, jornalistas, homens de negócio e tantos outros. Seu trabalho de ensino da Fé foi intenso, incansável e frutífero. De Suas visitas surgiram muitos novos e dedicados bahá’ís, os quais, por sua vez, levaram a Fé Bahá’í a outras pessoas e a outras regiões do mundo, iniciando-se a formação de comunidades bahá’ís, especialmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e França. ‘Abdu'l-Bahá guiou os bahá’ís durante vinte anos, até Seu falecimento em 28 de novembro de 1921, em Haifa, Israel, no Centro Mundial da Fé Bahá’í. Deixou também um testamento, no qual indicava como continuador e guia dos destinos da Fé Bahá’í o Seu neto, Shoghi Effendi, designando-o Guardião da Fé Bahá’í. (Vamos conhecer a história de Shoghi Effendi na próxima lição). ‘Abdu'l-Bahá escreveu uma série de Epístolas nos anos de 1916 e 1917, dirigidas aos crentes na América do Norte, conhecidas como as Epístolas do Plano Divino, que dão, em detalhes, orientações para o desenvolvimento da Fé no mundo inteiro, inclusive com ensinamentos práticos para o sucesso do trabalho de ensino da Fé. Essas Epístolas foram a base de todos os planos futuros, o primeiro, sendo o Plano de Sete Anos, lançado em 1937 por Shoghi Effendi, e que continuam a ser a Carta Magna do ensino da Fé Bahá’í em sua expansão mundial. ‘Abdu'l-Bahá escreveu alguns livros e milhares de Epístolas. Em português temos alguns de Seus mais importantes livros, que todos os bahá’ís devem ter em sua biblioteca particular, lê-los regularmente, pois são também palavras sagradas e guia infalível para nosso desenvolvimento espiritual. <-- Sétima Lição | Home | Referências --> 20


Primeira Parte - Lista das Referências

BIBLIOGRAFIA 1. Bahá’u’lláh e a Nova Era, J.E. Esslemont, 1975, p. 74 2. Idem, p. 74 3. Idem, p. 75 4. Idem, p. 75 5. Idem, p. 75 6. Idem, p. 75 7. Orações Bahá’ís, 1975, p.18 no. 7, p. 90 no. 110, p.18 no. 7, p.121 no.1, e p. 70 no. 77 8. Bahá’u’lláh e a Nova Era, p. 82-83 9. Idem, p. 83 10. Idem, p. 83 11. Idem, p. 83-84 12. Idem,p.84 13. Idem, p. 86 14. Idem, p. 86 15. Orações Bahá’ís, 1975, p. 23 no. 17 16. Palavras Ocultas, Bahá’u’lláh, 1974, citações da parte I do Arabe no.3, 11, 12, 13, 14, 19, 44, 59, 63, 64 17. Idem, no. 68 18. A Revelação Bahá’í, uma compilação dos escritos de Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá, 1976 p.39, citação no. 28 19. Idem, p. 241-242 20. Bahá’u’lláh e a Nova Era, p. 94. 21. Idem, p. 75 22. Idem, p. 76 23. Idem, p. 76 24. Idem, p. 63 25. Idem, p. 64 26. Idem, p. 65 27. Idem, p. 66 28. Idem, p. 68-69 29. Idem, p. 70 30. Idem, p. 70 31. Idem, p. 71 32. Idem, p. 71 33. Idem, p. 72 34. Idem, p. 72 35. Idem, p. 72 36. Idem, p. 72 *Os livros citados estão disponíveis para download livre no blog: editorabahaidobrasil.blogspot.com

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Segunda Parte - Primeira Lição

NOSSO LUGAR NA HISTÓRIA Qual o destino da humanidade? Na primeira parte do nosso curso, estudamos o ser humano como indivíduo e seu lado espiritual. Como pode transformar-se realmente, superar sua natureza inferior e material e desenvolver o potencial do seu espirito, para ser um HOMEM verdadeiro e completo, física, intelectual e espiritualmente falando. No entanto, isso não é tudo. A grande realidade é que o ser humano não pode se isolar do resto da humanidade onde vive, de sua cidade, de seu país, e até do mundo. Hoje, um problema social numa cidade do interior da África, por exemplo, repercute e influencia outras pessoas em áreas longínquas do planeta. As afirmativas acima são evidentes. O homem, se não participar dos assuntos da humanidade, será incompleto, estará fora da realidade da vida e, com certeza, não será uma pessoa feliz. Deve conhecer e participar. Deve colaborar, participando como melhor puder, na solução dos problemas humanos. A Fé Bahá’í não seria completa se não tratasse dos problemas humanos como um todo, abrangendo toda a humanidade. Transformar pessoas comuns em pessoas espiritualmente conscientes é o primeiro passo. Formar uma sociedade de ouro, com indivíduos de ouro, é o objetivo final. Por que? Para que a felicidade no planeta seja completa, incluindo todos os seres humanos, onde quer que vivam, qualquer que seja a raça, a nacionalidade, a religião e o meio social que habitem. O primeiro passo a dar, portanto, é conhecer o destino da humanidade. Escreveu Kant em seu Ensaio sobre a Paz Eterna: A história da raça humana, revista como um todo deve ser olhada como a realização de um plano oculto da natureza para estabelecer uma constituição política interna e externamente perfeita, e como sendo o único estado no qual todas as capacidades implantadas por ela na humanidade, possam ser inteiramente desenvolvidas. 1 "... realização de um plano oculto..." eis a descrição da história. Tal como o crescimento e a frutificação da árvore: o destino do homem é a realização de um plano oculto dentro de sua própria natureza potencial, para produzir... o que? Por milhares de anos, os homens tiveram a visão de um grande Dia, quando converterão as suas espadas em enxadões, quando a terra ficará cheia do conhecimento de seu Senhor, quando haverá uma verdadeira irmandade, o Reino de Deus na terra. Venha a nós o vosso Reino foi outrora a súplica realista e confiante. E hoje, qual a posição da humanidade? Teremos o Reino de Deus na terra algum dia?

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O próximo passo na história da humanidade Bahá’u’lláh faz um anúncio espantoso: ESTE É O DIA! Ele declara que a visão que preservamos há tanto tempo é verdadeira e que a meta da história agora está prestes a ser alcançada! Essa meta não é um fim em si mesmo, mas apenas a porta que se abre para algo mais elevado do que qualquer outra coisa conhecida até agora. Esse objetivo é a fraternidade universal, ou Ordem Mundial. E a Ordem Mundial é o sinal exterior de maturidade da raça humana. Justamente como a árvore, quando é chegada a frutificação, tem diante de si a mais longa e útil parte de sua vida, assim o homem, agora que ele está se aproximando da maturidade, encontra-se no limiar da mais longa e esplêndida era de sua existência. Essa Ordem Mundial não será estabelecida por nenhum ato mágico ou arbitrário, mas há de ser atingida pela espécie humana através de uma transição dolorosa, mas necessária, da adolescência à maturidade. Estamos agora nessa época de transição. Nossa visão da história, pois, é de um processo natural de crescimento, cujo alvo é conduzir o homem, não só o indivíduo, mas também a comunidade, à maturidade, de modo que suas potencialidades latentes possam ser inteiramente manifestadas. Essas potencialidades são, a nível do indivíduo, de tornar-se a imagem de Deus, e, a nível da sociedade, estabelecer o Reino de Deus na Terra. Misteriosamente, com lentidão, mas com poder irresistível, Deus efetua Seu desígnio, embora o espetáculo com que nossos olhos hoje se defrontam seja o de um mundo desesperadamente enredado em suas próprias maranhas, desatendendo, por completo, à Voz que há um século o chama a Deus, e miseravelmente servil às vozes de sereia que tentam seduzí-lo ao vasto abismo. “Não é outro o desígnio de Deus, sendo o de inaugurar - por meios que somente Ele pode usar e cuja plena significação Ele, tão somente pode sondar - a Grande Idade Áurea de uma humanidade desde longo tempo dividida e angustiada. Seu estado atual está negro. Seu futuro remoto, porém, será radiante, gloriosamente radiante tão radiante que nenhuma visão o pode abranger.” Shoghi Effendi (neto de 'Abdu' l-Bahá) 2 Os homens foram criados a fim de levar avante uma civilização em constante evolução. Bahá’u' lláh 3 A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos. Bahá’u’lláh 4

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Segunda Parte - Segunda Lição

A IDADE ÁUREA A unificação da humanidade "A unificação da humanidade inteira é a característica distintiva da etapa da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade de família, a de tribo, a de cidadeestado e a de nação, foram sucessivamente tentadas e completamente estabelecidas. A unidade do mundo é agora a meta para a qual a humanidade, em sua aflição, dirige seus esforços. O processo de formar nações já chegou ao fim, a anarquia inerente à soberania estatal aproxima-se de um clímax. Um mundo marchando para a maturidade deve abandonar esse fetiche, reconhecer a unicidade e a integridade das relações humanas e estabelecer, de uma vez por todas, os instrumentos que melhor possam concretizar este principio fundamental de sua vida." 5 "A unidade do gênero humano, assim como Bahá'u'lláh a concebeu, compreende o estabelecimento de uma comunidade mundial em que todas as nações, raças e classes estejam estreita e permanentemente unidas, e em que a autonomia dos estados que a compõem, e a liberdade e iniciativa pessoal dos seus membros individuais, sejam garantidas de um modo definitivo e completo. Tal comunidade mundial deve abranger, segundo o conceito bahá’i, uma legislatura mundial cujos membros, os representantes de todo o gênero humano, virão a controlar todos os recursos das respectivas nações componentes e criar as leis que forem necessárias para regular a vida, satisfazer as necessidades e ajustar as relações de todas as raças e povos entre si. Um executivo mundial, apoiado por uma força internacional, executará as decisões dessa legislatura mundial, aplicará as leis por ela criadas, e protegerá a unidade orgânica da inteira comunidade mundial. Um tribunal mundial deverá adjudicar toda e qualquer disputa que surja entre os vários elementos que constituem esse sistema universal, sendo suprema a sua decisão. Um sistema de inter-comunicação mundial será adotado, que abranja todo o planeta e, livre de qualquer embaraço ou restrição nacional, funcionará com admirável rapidez e perfeita regularidade. Um idioma mundial será criado ou escolhido dentre as línguas existentes e será ensinado em todas as escolas de todas as nações federadas, como auxiliar à língua nativa. Uma escrita mundial, uma literatura mundial, um sistema uniforme de moedas, de pesos e medidas, simplificarão e facilitarão o intercâmbio e entendimento entre as nações e raças da humanidade. Em tal sociedade mundial, a ciência e a religião, as duas forças mais potentes da vida humana, serão reconciliadas, assim cooperando e desenvolvendo-se harmoniosamente.” 24


"Os recursos econômicos do mundo serão organizados, suas fontes de matériasprimas serão exploradas e completamente utilizadas, seus mercados serão coordenados e desenvolvidos e a distribuição de seus produtos será regulada de um modo equitativo. As rivalidades entre as nações, os ódios e as intrigas cessarão, e os preconceitos e animosidades de raça serão substituídos por amizade, entendimento mútuo e cooperação.” “Abolir-se-ão as barreiras e restrições econômicas e a desmedida distinção entre as classes será eliminada. Desaparecerão a pobreza extrema, por um lado, e por outro, a excessiva acumulação de bens. A quantidade enorme de energia que se desperdiça com a guerra, quer econômica ou política, será dedicada a fins como estes: a extensão do alcance das invenções humanas e do desenvolvimento técnico, o aumento da capacidade produtiva da humanidade, o extermínio das moléstias, a ampliação das pesquisas científicas, a adoção de mais altos padrões de saúde física, a refinação do cérebro humano, a exploração dos recursos do planeta que ainda não foram utilizados ou descobertos, o prolongamento da vida do homem, a promoção de qualquer outro meio de estimular a vida intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira." Shoghi Effendi 6

Maturidade na evolução do gênero humano 'Abdu'l-Bahá explica, nas seguintes palavras, onde chegamos na história do progresso espiritual da humanidade e como poderemos chegar definitivamente ao seu grau mais elevado de maturidade: 7 Todas as coisas criadas têm seu grau ou etapa de maturidade. A idade madura na vida de uma árvore é o tempo de sua frutificação... O animal atinge a etapa de pleno crescimento e consumação, e no reino humano, o homem chega à maturidade quando a luz de sua inteligência alcança seu grau máximo de poder e desenvolvimento... De modo semelhante, há períodos e etapas na vida coletiva da humanidade. Num tempo estava passando pela etapa infantil, num outro, pelo período da mocidade, mas agora entrou em sua fase de maturidade há tanto predita e cujas evidências se mostram em toda parte... O que era aplicável às necessidades do homem nos primórdios de sua história, não pode satisfazer os requisitos deste tempo, deste período de novidade e consumação. A humanidade já emergiu de seu estado antigo de limitação e treino preliminar. O homem agora deve imbuir-se de novos poderes e virtudes, novos padrões morais e novas capacidades. Novas graças, dádivas perfeitas esperam-no e já se fazem descer sobre ele. Os dons e as bênçãos do período juvenil, embora oportunos e adequados durante a adolescência da humanidade são, agora, incapazes de corresponder aos requisitos de sua idade adulta.

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Segunda Parte - Terceira Lição

OS PRINCÍPIOS DA ORDEM MUNDIAL Os meios para a unidade O vigor de uma sociedade orgânica depende da união de seus milhões de elementos divergentes em um ideal comum, que se adapte às necessidades e condições dessa sociedade. Baha'u'lláh, inaugurando a sociedade mundial da raça humana, enunciou certos princípios que formam a atmosfera mental e espiritual da nova era. O grau no qual esses princípios penetram na consciência humana é a medida pela qual se pode avaliar nossa proximidade daquela Ordem Mundial. A maioria dos princípios bahá’ís já são aclamados por grande parte da humanidade, que reconhece nos mesmos, a necessidade da vida atual, algo que todos aceitam porque são a expressão da verdade. Vejamos alguns exemplos:

A unidade do gênero humano Explica 'Abdu'l-Bahá: O Deus todo-amoroso e único concede Sua divina Graça e Favor a todo o gênero humano. Todos são servos do Altíssimo e Sua Bondade, Misericórdia e amorosa Benevolência são dispensadas com profusão a todas as Suas criaturas. A glória da humanidade é herança de cada um. Todos os homens são como folhas e frutos de uma mesma árvore, são ramos da árvore de Adão; todos têm a mesma origem. A mesma chuva cai sobre todos, o mesmo calor do sol os faz crescer, a mesma brisa os refrigera. As únicas diferenças existentes que os mantêm separados são estas: há crianças necessitando de guia; incultos que precisam de instrução; doentes, carentes de assistência e cura. Assim, afirmo que a totalidade do gênero humano é envolvida pela Misericórdia e Graça de Deus. Como os Escritos Sagrados afirmam: "Todos os homens são iguais diante de Deus. Ele não faz distinção de pessoas". 8 Considerai as flores de um jardim. Embora difiram em espécie, cor e forma desde que sejam, no entanto, refrescadas pelas águas da mesma fonte, revivificadas pelos sopros de um só vento e revigoradas pelos raios de um único sol, sua diversidade lhes aumenta o encanto e realça a beleza. Pouco nos agradaria aos olhos se todas as plantas e árvores desses jardins, com seus ramos, suas folhas e flores, e seus frutos, fossem da mesma forma e cor! Diversidade de colorido e formato enriquece e adorna o jardim, realçando seu efeito. Outrossim, quando se reúnem várias nuances de pensamento, temperamento e caráter sob a influência e o poder de uma só força central, revelam-se e realçam-se a beleza e a glória da perfeição humana. Nada, a não ser a potência celestial da Palavra de Deus, a qual rege e transcende a realidade de todas as coisas, consegue harmonizar os pensamentos e sentimentos divergentes, e as várias idéias e convicções dos filhos dos homens. 'Abdu'lBahá 9

A religião deve ser a causa do amor e da afeição Todas as pessoas de bom senso concordam, inteiramente, com as seguintes palavras de Abdu'l-Bahá sobre o princípio abaixo:

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A religião deve unir todos os corações, fazer com que as guerras e disputas desapareçam da face da terra, dar origem à espiritualidade e trazer vida e luz a cada coração. Se a religião tornar-se causa de aversão, ódio e divisão, melhor seria deixá-la, e retirar-se de tal religião constituiria um ato verdadeiramente religioso. Pois, é claro, que o propósito de um remédio é curar, mas se o remédio agrava a doença é melhor deixá-lo de lado. Qualquer religião que não seja fonte de amor e de unidade, não é verdadeira religião. Todos os santos profetas foram como médicos para a alma; deram prescrições para a cura da humanidade. Assim, qualquer remédio que cause doença não provém do grande supremo Médico. 10

Unidade da Religião e Ciência É ainda 'Abdu’l-Bahá quem nos explica com simplicidade e clareza: Poderemos imaginar a ciência como uma asa e a religião como a outra; um pássaro necessita de duas asas para voar, apenas uma seria inútil. Qualquer religião que conteste a ciência, ou a ela se oponha, é mera ignorância - pois ignorância é o oposto do conhecimento. A religião que consiste somente de ritos e cerimônias, com preconceitos, não é verdadeira. Diligenciamos fervorosamente para sermos o elo de união entre a religião e a ciência. Ali, o genro de Maomé, disse: "O que está em conformidade com a ciência, está sempre em conformidade com a religião." Tudo quanto a inteligência do homem não compreender, a religião não deve aceitar. A religião e a ciência devem andar de mãos dadas e qualquer religião contrária à ciência não é verdadeira." 11 Estes são os principais princípios bahá’ís para a humanidade:            

a unidade do gênero humano a unidade da religião a independente pesquisa da verdade. o abandono de preconceitos e superstições a educação universal compulsória a igualdade de direitos e oportunidades para homens e mulheres a adoção de uma língua auxiliar internacional a harmonia entre a religião e a ciência eliminação dos extremos de pobreza e riqueza um governo federativo mundial um tribunal mundial paz universal

Este é o Rei dos Dias, o Dia que viu o advento do Mais-Amado, Aquele que através de toda a eternidade foi aclamado o Desejo do Mundo. Pelo movimento de nossa pena de glória, a mando do onipotente ordenador, temos inspirado uma nova vida em cada organismo humano e instilado em cada palavra uma nova potência. Todas as coisas criadas proclamam as evidências dessa regeneração mundial. Baha'u'llah 12 <-- Segunda Lição | Home | Quarta Lição -->

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Segunda Parte - Quarta Lição

OS PRINCÍPIOS DA ORDEM MUNDIAL Um resumo dos princípios bahá’ís Na terceira lição desta segunda parte de nosso curso, tivemos a explicação, nas palavras de 'Abdu’l-Bahá, de três importantes princípios bahá’ís, como exemplo de que os mesmos são hoje uma realidade e aceitos de um modo geral como verdades. Os outros princípios também são claros e fáceis de entender, pois são a expressão dos anseios mais acalentados da humanidade, e foram revelados pelo Mensageiro Divino que justamente surgiu para esta época. A unidade do gênero humano é o destino glorioso da raça humana, que atingido na era baha'i como a consumação de todo o progresso passado, de milênios anteriores. É chegada a hora de a humanidade compreender que as diferentes nações, raças, culturas e etnias, não são elementos que existem para dividir a raça humana, mas sim, diferentes nuances que formam uma "unidade na diversidade". Como as diferentes flores de um jardim, a variedade traz mais beleza para a unidade orgânica do conjunto da humanidade. Este fim supremo do desenvolvimento da humanidade no caminho social será atingido mais rapidamente quando os outros princípios bahá’ís forem também entendidos e aceitos pela maioria e colocados em prática tanto pelas pessoas individualmente, como pelos governos e instituições. A unidade da Religião Ensina a Fé Baha'i que a Religião é uma só, em seu mais alto conceito. A Religião é o elo (re-ligação, do latim re-ligare) entre Deus e o homem. Existiu desde que o homem surgiu no planeta e continuará a existir até o final dos tempos. Em essência, fundamentalmente, todas as religiões reveladas são divinas e expressam a verdade, a Vontade de Deus ao homem. Mas, por que existem diferentes religiões, surgidas em várias partes do mundo em épocas diferentes? Bahá’u’lláh mostra-nos que os ensinamentos do Manifestante de Deus são divididos em duas partes: os princípios espirituais, que não mudam, e os mandamentos sociais, que variam com o desenvolvimento da sociedade. A Fé Bahá'í reconhece todos os Livros Sagrados do mundo como vindos da mesma fonte, através de um Manifestante de Deus. Por isso, os bahá’ís aceitam como divinos e autênticos os Mensageiros Cristo, Buda, Moisés, Maomé, entre os mais conhecidos, como aceitam a Bahá’u’lláh, o Mensageiro de Deus para os dias atuais. Mas sabem que tudo aquilo que surgiu depois do desaparecimento dos Mensageiros do passado, adicionado pelos Seus continuadores, e tudo aquilo que os próprios Fundadores revelaram para resolver os problemas específicos da época em que viveram, são elementos de importância relativa no desenvolvimento da religião una e eterna, valiosos para a época e para o povo que os receberam, devendo ceder lugar, no entanto, a leis e ensinamentos mais atuais, de acordo com a época da nova Revelação.

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A independente pesquisa da Verdade Este princípio é um postulado dos espíritos jovens da atualidade. Bahá’u’lláh ensina que para descobrirmos a Verdade, devemos pesquisar livremente, por nós mesmos, sem a aceitação cega e servil dos tempos passados, quando os assuntos espirituais eram especialidade de alguns poucos iniciados, devendo a grande maioria do povo obedecer, aceitar sem questionar. A busca da verdade, principalmente, nos assuntos da Fé, de crença íntima, deve ser feita livre de idéias preconcebidas, com o coração e a mente abertos. Então, quando a pessoa se convence realmente da veracidade do que pesquisou, tal conquista torna-se algo efetivo de seu ser, firme, seguro, consciente. É desta forma que Bahá’u’lláh recomenda que se estude a Sua Revelação, assim quem a aceitar aceitá-la-á conscientemente, fruto da própria pesquisa, análise e livre decisão. O abandono de preconceitos e superstições Os preconceitos - de raça, cor, nacionalidade, posição social, sexo, etc. - são todos condenados na Fé Bahá'í. O preconceito é sempre causa de divisão, de separação, e a Fé Bahá'í existe para unir, para harmonizar, para superar as separações em conseqüência das diferenças secundárias da raça humana, que longe de serem tomadas como motivo de separação devem ser reconhecidas como elementos de embelezamento da raça humana como um todo. 'Abdu’l-Bahá falou que um jardim com flores de cores diferentes é mais bonito do que um jardim com flores de uma só cor! Nenhuma pessoa de razão aceita hoje como válidos os preconceitos humanos, quaisquer que sejam, sabe que são conceitos falsos, apenas reações subjetivas sem fundamento. Não refletem a realidade. As superstições, de um modo geral, são conceitos da Idade Média. Com o desenvolvimento da Ciência e da Razão, com o despertar espiritual crescente da humanidade, as superstições não podem continuar a serem aceitas, sendo realmente coisas do passado menos esclarecido. A educação universal compulsória Um dos mais lindos e práticos princípios bahá’ís. Bahá’u’lláh diz que todas as crianças, meninos e meninas, em todas as partes do mundo, ricos ou pobres, devem receber uma educação perfeita. Educação perfeita inclui o desenvolvimento físico, intelectual e espiritual. Implica num currículo mundial, e determina que as comunidades e os governos provejam os cuidados necessários para que nenhuma pessoa fique desprovida de educação. Diz, também, que é dever dos pais, acima de tudo, prover a educação dos filhos. E se não puderem, por absoluta pobreza, a comunidade onde vive deve assumir tal compromisso. E os governos, por sua vez, devem dar preferência a este aspecto da administração pública, para o aprimoramento completo do povo. Deverá ser dada preferência especial à educação das meninas, por serem as mães e primeiras educadoras das crianças, para poder transmitirlhes os frutos da civilização e treiná-las, desde a tenra idade, nos moldes da perfeição. A educação é um assunto que poderia ser tratado em vários livros, tão grande é sua importância na Fé Bahá'í. Mas, para o propósito introdutório deste Curso, é suficiente registrar que Bahá'u'llah faz compulsória a educação de todos e que a formação do caráter, bem como a preparação para uma profissão ou ofício, são partes essenciais da educação bahá’í. <-- Terceira Lição | Home | Quinta Lição -->

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Segunda Parte - Quinta Lição

OS PRINCÍPIOS DA ORDEM MUNDIAL A igualdade de direitos e oportunidades para homens e mulheres Considerando o tempo e o local nos quais Bahá'u'lláh proclamou Seus princípios, este, possivelmente, foi o mais revolucionário e palpitante de todos eles. Foi também uma mulher bahá'í uma das primeiras a lutar pela igualdade dos direitos da mulher e sua emancipação na sociedade. Seu nome é Táhirih. Viveu na Pérsia, onde foi martirizada no ano de 1848. A história de sua vida é linda e dramática. Homens e mulheres não são iguais. Têm funções diferentes. Mas devem exercê-las com iguais direitos e oportunidades para que haja o equilíbrio social e harmonia funcional entre casais, nas famílias e na sociedade. Na Fé Bahá’í tal princípio já é aplicado há mais de cem anos, sendo um dos postulados mais firmemente defendidos pelos bahá’ís. A adoção de um idioma auxiliar internacional Em todo o mundo não há nada mais importante do que ser compreendido pelo semelhante, pois disso depende o progresso da própria civilização. Desde a proclamação desse princípio por Bahá'u'láh, foram inventados o Esperanto, o Inglês Básico e mais algumas línguas mundiais. Diz 'Abdu'l-Bahá que: A unidade da língua transformará o gênero humano e unirá o Leste e o Oeste em espírito de irmandade e amor. A unidade do idioma mudará este mundo de muitas famílias em uma única família. Este idioma internacional auxiliar reunirá as nações sob um só estandarte, como se os cinco continentes do mundo se tivessem tornado um só, e então o intercâmbio mútuo de pensamento será possível para todos. Removerá a ignorância e a superstição, uma vez que toda criança, de qualquer raça ou nação, poderá prosseguir os estudo da ciência e da arte, não necessitando senão de duas línguas: a da pátria e a internacional. 13 'Abdu’l-Bahá diz, também, que tal idioma mundial auxiliar terá de ser compilado por uma comissão internacional. A Fé Bahá’í ainda não adotou nenhum idioma oficial. Aprova integralmente este princípio, mas deixa para o Governo Mundial do futuro escolhê-lo na época devida. A harmonia entre a Religião e a Ciência Este princípio bahá'í já foi mencionado na 3ª lição. Cabe acrescentar que este princípio da Fé Bahá’í harmoniza os postulados da Ciência com os da Religião, cada qual em seu próprio campo de ação, mas complementares entre si e perfeitamente harmônicos no trato do dia-a-dia. A Religião, livre do fanatismo e da superstição vê na Ciência um campo definido e claro do espírito humano. A Ciência, por sua vez, na busca dos fatos da vida, incorpora em seu acervo as verdades que a Religião revela. Abolição dos extremos de pobreza e riqueza Também chamado de "solução espiritual do problema econômico", é este um dos princípios mais práticos e necessários para a solução dos problemas humanos ligados à economia, ao trabalho e ao bem-estar social dos povos. Diz a Fé Bahá'í que, nos dias atuais, nenhuma outra forma existe para resolver os problemas e as dificuldades da economia - a nível nacional ou internacional - a não ser a que trate da economia num contexto mundial, integrando todas as nações, pobres e ricas, desenvolvidas ou em desenvolvimento. 30


Taxas alfandegárias, manipulação de moedas, monopólio de matérias-primas e salários baixos são os grandes sabotadores da prosperidade mundial. Neste mundo moderno, todos necessitam uns dos outros. É no intercâmbio justo e harmonioso das riquezas que se chegará à verdadeira unidade mundial e cooperação mútua entre as nações. A Fé Bahá’í determina que todos devem ter uma profissão útil, e que além do salário, os empregados devem ter uma participação nos lucros da empresa, princípio esse que já consta há muitos anos na Constituição brasileira. Outros princípios para solucionar o problema econômico são o imposto de renda graduado, já adotado por muitos países, inclusive o Brasil, e a seguridade social, que implica assegurar condições mínimas de vida a todos os cidadãos pelo "tesouro comum". Governo Federativo Mundial É o destino glorioso da humanidade chegar ao reconhecimento do que Bahá'u'lláh afirmou: A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos. Para conseguir a paz mundial verdadeira, para se harmonizar os interesses econômicos das nações, alcançando todos os povos os mais altos níveis de riqueza e bem-estar social - é vital que tenhamos uma administração mundial em perfeito funcionamento e na qual os interesses de todas as nações sejam perfeitamente reconhecidos e cuidados com perfeita Justiça. Para tanto, é imprescindível haver um Governo Mundial, com um executivo mundial, um parlamento mundial, uma força policial mundial, supra-nacional, para manter a ordem internacionalmente acima de injunções nacionalistas. Tal Governo Mundial, e seus órgãos necessários, terá a participação de representantes de todos os povos e raças, devendo ser, realmente, uma representação fiel e estrutural da humanidade inteira. Um Tribunal Mundial Já existem no mundo alguns órgãos judiciais internacionais. O Tribunal Mundial surgirá naturalmente, no desenvolvimento das relações internacionais entre as nações. É uma necessidade indiscutível, que Bahá'u'lláh já previu e determinou fosse criado há mais de cem anos passados. As nações não devem buscar na guerra a solução dos problemas de segurança. Devem recorrer ao Tribunal e este dará a solução justa, isenta de preconceitos ou de pressões políticas ou econômicas de qualquer nação, pois o Tribunal Mundial será apoiado pelo Governo Mundial, que terá a seu mando uma força policial internacional, para agir firmemente, caso necessário, fazendo cumprir a decisão do organismo mundial, supra-nacional. A Paz Universal Nunca, até hoje, se alcançou na terra a tão sonhada paz universal. Porém, com a aplicação dos princípios bahá'ís em todo o mundo, aceitos e praticados pelos indivíduos, pelas famílias, pelos estados, pelas nações, e pelas instituições internacionais existentes e as que ainda serão criadas - com certeza chegaremos à verdadeira e permanente PAZ UNlVERSAL - alvo máximo nesta fase do desenvolvimento humano no planeta. É a grande promessa de Bahá'u'lláh à humanidade e em cuja direção trabalham todos os bahá’ís, no mundo inteiro.

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Segunda Parte - Sexta Lição

A ORDEM ADMINISTRATIVA BAHÁ’Í Algo prático, atual e atuante Na primeira parte do Curso, aprendemos como Bahá’u'lláh nos faz ver a nossa verdadeira realidade como seres humanos, o potencial grandioso que temos à nossa disposição para superar os nossos instintos inferiores pelo desenvolvimento de nossas qualidades espirituais superiores latentes, levando-nos a uma vida diária sadia e harmoniosa e à paz interna. Nesta segunda parte do Curso, foi-nos dado conhecer o destino glorioso da humanidade, apesar das atuais deficiências e dificuldades que se vê no mundo. Vimos porque nenhum homem pode se isolar de seus semelhantes, e que todos devemos conhecer e participar de soluções dos problemas da comunidade onde vivemos, da nação a qual pertencemos, e de todo o planeta, como "a grande pátria" de todos os seres humanos, irmãos verdadeiros que somos na humanidade, filhos de um mesmo Criador Supremo e pai de todos nós. Conheçamos ainda, os Princípios da Ordem Mundial de Bahá’u’lláh, que são os meios práticos, divinamente ordenados para a época de hoje, para conduzir a humanidade ao seu destino final, de paz, de progresso, tanto material como espiritual, de convivência fraterna, integral e mundial - verdadeiro Reino de Deus na Terra. A boa novidade a relatar, agora, é que a Fé Bahá’í não é apenas teórica, um punhado de lindos e utópicos ensinamentos, irrealizáveis no momento, algo para o futuro. A verdade é que, felizmente, todos os ensinamentos bahá’is são já uma realidade mundial sendo vividos por milhões de seguidores de Bahá'u'llah, em mais de 300 países, ilhas e territórios livres do mundo, em todos os continentes, e em mais de cento e dez mil localidades no planeta. Há uma organização perfeita funcionando.

A administração da Fé Bahá'í A religião afastou-se das outras atividades humanas. De fato, nossa espantosa civilização ocidental conseguiu dividir a vida (e, portanto, o povo), em compartimentos separados. Comércio, lazer, política, religião, vida social, são consideradas atividades isoladas e distintas, com as quais nos acomodamos em hora e dia. A religião deveria ser a coordenadora de todas as funções do homem, o espírito penetrante que dá significado e finalidade a cada uma das suas ações. Assim o é para os bahá’is. A feição distintiva da Ordem Administrativa repousa no fato de qual ela prevê não um sistema eclesiástico, mas um caminho social através do qual a energia de uma humanidade renascida possa achar expressão, e no qual os princípios espirituais de Bahá'u'lláh possam vitalizar todos os variados aspectos da vida. Na Ordem Mundial de Bahá'u'llah não existe cisão entre a religião e as outras atividades humanas, quer sejam governamentais, econômicas ou culturais. Não há sacerdócio profissional, nem política partidária, e o poder econômico é o servo da justiça. A religião torna-se a arte de viver e, através do Convênio de Bahá'u'lláh, a verdadeira fonte de unidade.

O Convênio Baha'i Em todo sistema religioso anterior, o desaparecimento do Fundador deixou o caminho aberto para a discórdia e o partidarismo. Lembremo-nos apenas das crenças existentes, para ver que elas todas estão divididas em seitas numerosas.

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Não existem seitas bahá’ís. E, devido ao Convênio, nunca poderão existir. Bahá'u'lláh deixou provisões divinamente estabelecidas para evitar qualquer tipo de cisma ou interpretações errôneas de Sua Palavra. A 'Abdu’l-Bahá determinou a posição distintiva, claramente estabelecida em Testamento, de intérprete oficial de Seus Ensinamentos. Sua palavra é igual em validez, se bem que subordinada em grau, à do próprio Bahá'u'lláh. 'Abdu’l-Bahá perpetuou este Convênio através das provisões de Sua Última Vontade e Testamento, documento esse que tem sido descrito como a Carta da Nova Ordem Mundial que é, ao mesmo tempo, a glória e a promessa desta, a Revelação Suprema. 14 Nesse documento, nomeia Shoghi Effendi o Guardião da Fé Bahá'í, e, também oficialmente, o designa como intérprete dos Ensinamentos Bahá’ís e continuador do Convênio. O Guardião não cria nenhuma lei, apenas pode interpretar a Escritura de Bahá'u'lláh e dar andamento, planejando e estimulando os bahá’ís em todo o mundo, aos Planos Mundiais dados por 'Abdu'l-Bahá, esclarecendo as funções e orientando a vivência das instituições administrativas da Fé Bahá’í. Shoghi Effendi faleceu em 1957 e, desde seu passamento, toda a Administração Mundial da Fé Bahá’í repousa na instituição prevista pelo próprio Bahá'u'lláh - a Casa Universal de Justiça - que é um organismo eleito pelas Assembléias Espirituais Nacionais a cada cinco anos, com nove membros, eleitos dos bahá’ís do mundo inteiro, e que deliberam sempre em forma conjunta, não podendo mudar em nada as leis e os ensinamentos de Bahá'u'lláh, de 'Abdu’l-Bahá e as interpretações de Shoghi Effendi. A Casa Universal de Justiça esta sediada em Haifa, Israel, em cuja cidade se localiza o Centro Mundial da Fé Bahá'í. Bahá'u'lláh e 'Abdu’l-Bahá, por injunções da própria vida, de Seus desterros e prisões, acabaram Seus dias terrenos justamente na Terra Santa, em Israel. Seus sepulcros são lugares sagrados e de peregrinação para os bahá’ís do mundo inteiro.

As Assembléias Espirituais Cada pais tem uma Assembléia Espiritual Nacional, como órgão máximo da Administração Bahá'í a nível nacional, e cada cidade tem a Assembléia Espiritual Local, que é a responsável administrativa pelos assuntos da Fé Bahá'í na cidade. Ambas são eleitas anualmente pelos bahá’is maiores de 21 anos de idade, podendo participar das Assembléias Espirituais homens ou mulheres, de qualquer posição social ou grau de instrução, não havendo propaganda política ou indicação de candidatos nas eleições bahá’is. Todos os bahá’is recebem a orientação necessária sobre suas atividades bahá’is das respectivas Assembléias Espirituais, que representam o ponto focal da comunidade, a luz que ilumina o caminho da ação prática dos bahá’ís, que trabalham juntos como um só corpo, com alegria e o coração cheio de amor, procurando servir ao semelhante e à comunidade onde vivem, sem nenhum preconceito racial, social ou religioso, procurando integrar todos no verdadeiro espírito de fraternidade bahá'í: A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos. Sois todos as folhas de uma árvore, as gotas de um só oceano. Bahá’u’lláh

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Segunda Parte - Final

ESCLARECIMENTOS CONCLUSIVOS "O princípio fundamental enunciado por Bahá'u'lláh - crêem firmemente os seguidores de Sua Fé - é que a verdade religiosa não é absoluta mas sim, relativa; que a Revelação Divina é um processo contínuo e progressivo, que todas as grandes religiões do mundo são divinas em origem, que seus princípios básicos estão em completa harmonia, e seus objetivos e propósitos são um mesmo, sendo seus ensinamentos apenas facetas de uma única verdade, que suas funções são complementares, suas doutrinas diferem somente nos aspectos não essenciais e que suas missões representam sucessivas etapas na evolução espiritual da sociedade humana.” É missão de Baha'u'lláh proclamar que já passaram as fases da infância da raça humana, e as convulsões associadas a presente etapa de sua adolescência estão lenta e dolorosamente preparando-a para atingir o estado de adulto e anunciando a aproximação daquela Era das Eras, quando das espadas serão forjados os arados, quando se terá estabelecido o Reino que Jesus Cristo prometeu e a paz do planeta terá sido definitiva e permanentemente assegurada. Bahá'u'lláh não declara ser final Sua própria Revelação; antes, estipula que uma mais plena medida da verdade que o Todo-Poderoso O incumbiu de conferir à humanidade, em tão crítica altura em seu destino, há de ser revelada em futuras etapas na constante e ilimitada evolução do gênero humano. A Fé Bahá'í sustenta a unidade de Deus, reconhece a unidade de Seus Profetas e inculca o princípio da unidade e solidariedade da inteira raça humana; proclama ser necessária e inevitável a unificação da humanidade, da qual - declara - ela pouco a pouco se aproxima, e assevera que nada menos que o Espírito de Deus, com Seu poder transformador, atuando através de Seu escolhido Porta-Voz neste dia, conseguirá finalmente efetivá-la. Ademais, incumbe aos seguidores o dever primário de uma desembaraçada busca da verdade, condena toda espécie de preconceito e superstição, diz ser o objetivo da religião promover a amizade e concórdia, proclama sua harmonia essencial com a ciência, e a reconhece como o fato primaz na pacificação, na ordem e no progresso da sociedade humana. A Fé Bahá'í mantém inequivocamente o princípio de direitos, oportunidades e privilégios iguais para homens e mulheres, insiste em educação compulsória, elimina extremos de pobreza e riqueza, suprime a instituição do clero, proíbe a escravidão, o asceticismo, a mendicância e o monasticismo, prescreve a monogamia, procura evitar o divórcio, acentua a necessidade da estrita obediência por parte de cada um a seu governo, e exalta ao nível de adoração qualquer trabalho executado em espírito de serviço, recomenda com urgência a criação ou a seleção de uma língua internacional auxiliar, e delineia os esboços daquelas instituições que devem estabelecer e perpetuar a paz geral da humanidade.

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Dados históricos “A Fé Bahá'í gira em torno de três Figuras Centrais. A primeira, um jovem nativo de Shiráz [na antiga Pérsia, atual Irã], de nome Mirzá’Alí-Muhammad, conhecido como o Báb (a porta) o qual, em maio de 1844, com a idade de vinte e cinco anos, anunciou ser Ele o Arauto que, segundo as Sagradas Escrituras das Revelações anteriores, deveria anunciar o advento de um Ser maior do que Ele Próprio e Lhe preparar o caminho, Cuja missão seria de acordo com aquelas mesmas Escrituras - a inauguração de uma era de retidão e paz, uma era que seria saudada como a consumação de todas as anteriores e a iniciação de um novo ciclo na história religiosa da humanidade.” Rápida e severa perseguição, ateada pelas forças organizadas da Igreja e do Estado em Sua terra natal, precipitou sucessivamente Sua prisão, Seu exílio e Sua execução, em julho de 1850, por um pelotão de fuzilamento na praça pública de Tabriz. Nada menos de vinte mil de Seus seguidores foram trucidados com tão barbara crueldade que evocou a fervorosa compaixão, bem como a admiração incondicional, de vários escritores, diplomatas, viajantes e eruditos do Ocidente, alguns dos quais testemunharam esses abomináveis ultrajes e se sentiram constrangidos ao anotá-los em seus livros e diários. Mírszá Husayn-Alí, conhecido como Bahá'u'lláh (a Glória de Deus), nativo de Mázindarán, cujo advento o Báb predissera, também foi vitima daquelas mesmas forças de ignorância e fanatismo. Foi encarcerado em Teerã e exilado, em 1852, de Sua terra natal para Bagdá, de lá para Constantinopla e Adrianópolis e, finalmente, para a cidade-prisão de ‘Akká, onde permaneceu encarcerado por nada menos de vinte e quatro anos. Faleceu em 1892. Durante Seu exílio, especialmente em Adrianópolis e em ‘Anka, formulou as leis e preceitos de Sua Revelação; expôs, em mais de cem volumes, os Princípios de Sua Fé; proclamou Sua mensagem aos reis e governantes do Oriente, como também do Ocidente, tanto cristãos como muçulmanos, dirigiu-se ao Papa, ao Califa do Islã, aos principais magistrados das repúblicas do continente americano, à inteira ordem sacerdotal cristã, aos chefes do Islã xiita e sunita e aos sumos pontífices da religião zoroástrica. Nesses escritos proclamou Sua Revelação, convocando aqueles aos quais se dirigia para atenderem ao Seu chamado e esposar Sua Fé, advertindo-os das conseqüências se recusassem e, em alguns casos, lhes denunciando a arrogância e a tirania. Seu filho mais velho, 'Abbás Effendi, conhecido como ‘Abdu’l-Bahá (o servo de Bahá), por Ele nomeado Seu legítimo sucessor e autorizado intérprete de Seus ensinamentos, que desde a primeira infância havia estado intimamente associado com o Pai e que participou de Seu exílio e Suas tribulações, continuou preso até 1908 quando, em conseqüência da Revolução dos Jovens Turcos, foi posto em liberdade. Estabeleceu residência, então, em Haifa, e pouco depois, embarcou em viagem de três anos para o Egito, Europa e América do Norte, no decorrer da qual expôs, diante de vastos auditórios, os ensinamentos de Seu Pai, e predisse a aproximação daquela catástrofe que breve sobreviria à humanidade. Regressou à Sua casa na véspera da Primeira Guerra Mundial, durante a qual 35


estava exposto a constante perigo até a liberação da Palestina pelas forças sob o comando do General Allenby, quem mostrou a máxima consideração a Ele, como também ao pequeno grupo de Seus companheiros no exílio, em ‘Akká e Haifa. Em 1921 faleceu e foi sepultado no mausoléu que fora erigido no Monte Carmelo, segundo as explícitas instruções de Bahá'u'lláh, para os restos mortais do Báb, transferidos anteriormente de Tabriz para a Terra Santa, depois de haverem sido preservados por nada menos de sessenta anos em um lugar de segredo. O passamento de 'Abdu’l-Bahá marcou o término da primeira Época - a Época Heróica da Fé Bahá'í - e assinalou o início da Época Formativa destinada a testemunhar a gradativa aparição de sua Ordem Administrativa, cujo estabelecimento fora predito pelo Báb, cujas leis foram reveladas por Baha'u'llah, o esboço da qual 'Abdu’l-Bahá delineou em Sua Última Vontade e Testamento e os alicerces da qual estão sendo lançados agora pelos concílios nacionais e locais, eleitos pelos declarados aderentes da Fé... Essa Ordem Administrativa, diferente dos sistemas evoluídos após o falecimento dos Fundadores das várias religiões, é divina em origem, apoia-se seguramente nas leis, nos preceitos e regulamentos e nas instituições que o próprio Fundador da Fé especificamente formulou e de um modo inequívoco estabeleceu, e ela funciona de estrito acordo com as interpretações dos autorizados intérpretes de suas sagradas escrituras. Embora sempre, desde seu início, tenha sido violentamente atacada, tem obtido sucesso - em virtude de seu caráter único nos anais da história religiosa do mundo - em manter a unidade de seus partidários tão diversos e largamente espalhados, e habilitá-los a iniciar, unida e sistematicamente, em ambos os hemisférios, empreendimentos que visam a lhe estender os limites e consolidar as instituições administrativas. A Fé que tal Ordem serve, salvaguarda e promove - deveríamos a esta altura notar - é essencial- mente sobrenatural, supra-nacional, inteiramente apolítica, não partidária e diametralmente oposta a qualquer política ou escola de pensamento que procure exaltar alguma raça, classe ou nação em especial. Está livre de toda e qualquer forma de eclesiaticismo, não tendo clero nem ritual, e é sustentada, exclusivamente, por contribuições voluntárias de seus declarados aderentes. Embora leais a seus respectivos governos, embora imbuídos de amor a seu próprio país e ansiosos de lhe promover em todas as oportunidades os melhores interesses, os seguidores da Fé Bahá'í, entretanto, vendo o gênero humano como uma única entidade, e profundamente devotados aos interesses vitais dessa entidade, jamais hesitarão em subordinar todo interesse particular, seja pessoal, regional ou nacional, aos interesses sobrepujantes da generalidade da raça humana, bem sabendo que, em um mundo de povos e nações interdependentes, o benefício da parte é melhor alcançado através do benefício do todo, e que nenhum resultado duradouro poderá ser obtido por qualquer uma das partes componentes se os interesses gerais da própria entidade forem negligenciados." Shoghi Effendi 15 <-- Sexta Lição | Home | Referências -->

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Segunda Parte - Lista das Referências

BIBLIOGRAFIA* 1. Renascimento da Civilização, David Hofman, 35 2. Chamado às Nações, Shoghi Effendi, p. 33 3. Revelação Bahá’í - Seleções das Sagradas Escrituras Bahá’ ís, p. 56 4. Renascimento da Civilização, p. 87 5. Chamado às Nações, p. 69 6. Idem, p. 71-73 7. Renascimento da Civilização, p.78 8. Palestras de ‘Abdu’l-Bahá em Paris, p. 105 9. Chamado às Nações, p. 46 10. Palestras de ‘Abdu’l-Bahá em Paris, p. 105-106 11. Idem, p. 106 12. Renascimento da Civilização, p. 43-44 13. Idem, p. 72-73 14. Idem, p. 113 15. Chamado às Nações, p. 11-17

*Os livros citados estão disponíveis para download integral no blog: editorabahaidobrasil.blogspot.com

Para consulta livre e gratuita dos escritos sagrados da Revelação Bahá’í e demais literaturas da Fé Bahá’í acesse: www.bahairesearch.com em português.

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COMO SE TORNAR UM BAHÁ'Í Qualquer pessoa pode ingressar na Fé Bahá'í, jovem ou adulto. Basta que, tendo lido e analisado tudo o que consta do presente curso, concorde integralmente com os ENSINAMENTOS e com OS PRINCÍPIOS DA FÉ BAHÁ’Í, reconhecendo as FIGURAS CENTRAIS DA REVELAÇÃO BAHÁ’Í, sabendo haver Leis e Preceitos que procurará estudar, compreender e vivenciar, e bem assim uma Ordem Administrativa estabelecida no mundo, a qual deve associar-se, obedecer e com ela colaborar. Declare por escrito que deseja tornar-se BAHÁ’Í, informando o seu nome e endereço e enviando uma mensagem para: ASSEMBLÉIA ESPIRITUAL NACIONAL DOS BAHÁ’ÍS DO BRASIL (nsabr@bahai.org.br) A seguir um texto que, em forma de carta que se pode usar para este propósito, basta selecionar o texto e remete-lo através como um e-mail, podendo acrescentar no verso quaisquer outras coisas que sentir no seu coração. Se residir no exterior, favor usar o endereço do remetente do curso: Assembléia Espiritual Nacional dos Baha'is do Brasil Caixa Postal 7035 CEP: 71619-970 Brasilia, DF

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CARTA-MODELO DE DECLARAÇÃO DE UMA PESSOA COMO UM BAHÁ'Í Prezados Senhores, Tendo lido todas as lições do Curso de Desenvolvimento Espiritual Integral à Luz dos Ensinamentos da Fé Bahá'í, declaro meu reconhecimento de Bahá'u'lláh, Mensageiro Divino e Autor da Revelação Bahá'í, do Báb, Seu Precursor, e de 'Abdu'l-Bahá, o verdadeiro Exemplar e Interprete autorizado de Seus Ensinamentos. Peço registrarem-me como membro da Comunidade Bahá'í, sabendo que Bahá'u'lláh estabeleceu princípios sagrados, leis e instituições, aos quais todo crente leal à Sua Causa deve acatar e obedecer. Como membro novo da Comunidade Bahá'í, peço enviarem-me gratuitamente: - A minha confirmação de membro da Fé Bahá'í - Literatura adicional para meu aprofundamento no estudo da Fé Bahá'í - Orientações de como mais diretamente participar na vida comunitária bahá'í - O jornal Bahá'í Brasil - editado bimestralmente, com notícias, artigos e reportagens sobre o desenvolvimento da Fé Bahá'í no Brasil e no mundo. Disponho-me, também, a divulgar e ensinar o que já aprendi sobre a Fé Bahá'í e o que vier ainda a aprender, para ajudar a construir um mundo melhor para a humanidade e para ser efetivamente útil aos meus semelhantes. Favor preencher com letra de forma (imprensa). Nome completo:_______________________________________ Apelido (se tiver):______________________________________ Endereço:____________________________________________ Endereço postal:_______________________________________ E-mail(se tiver):________________________________________ Data de nascimento:____/____/____ Estado civil:___________________________________________ Profissão:_____________________________________________ Data desta declaração:____/____/____ Assinatura:___________________________ <-- Referências | Home |

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