Boletim Informativo Clube Niteroiense de Montanhismo Ano IX – número 21 Fundado em 20/11/2004
Niterói, junho de 2013
Sul da Patagônia Código de Ética de Niterói
• Como se preparar para uma travessia • • Concurso Fotográfico • • Cordeletes • Camadas de Roupa • • Chaminé CEI: a primeira via de escalada de Niterói? •
2
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Código de Ética de Niterói Por Alex Figueiredo
Um Código de Ética é um documento de texto com diversas diretrizes que norteiam as pessoas quanto as suas posturas e atitudes ideais, moralmente aceitas ou toleradas por uma sociedadecomunidade com um todo, enquadrando os participantes a uma conduta politicamente correta e em linha com a boa imagem que a entidade ou a profissão quer ocupar É redigido, analisado e aprovado pela sua entidade de classe, organização ou governo competente, de acordo com as atribuições da atividade desempenhada, de forma que ela venha a se adequar aos interesses, lutas ou anseios da comunidade beneficiada pelos serviços que serão oferecidos pelo profissional sobre o qual o código tem efeito. Agora saindo do texto formal, o Código de Ética de Niterói foi um esforço justamente para que se organizasse, tornasse mais “ética” as atividades de montanhas no lado de cá na Baía da Guanabara, tendo em vista também que o montanhismo se pratica em unidades de conservação, era necessário mostrar para os gestores públicos condutas moralmente aceitas pela coletividade da comunidade de montanha, em prol tanto do esporte quanto da própria montanha. Baseando-se na experiência das entidades e em documentos pré-existentes quanto ao montanhismo (a Declaração de Tirol por exemplo) ocorreu, em 21/10/2006, o 1º Encontro Niteroiense de Escalada, onde juntos, FEMERJ, CNM e escaladores independentes, aprovaram as seguintes recomendações gerais do Código de Ética de Niterói: “1) Durante a escalada ou rapel faça o possível para reduzir os danos sobre a vegetação. Quando existir esta opção, escolha sempre a descida pela caminhada, pois o rapel é bastante impactante. Se após uma ascensão, o rapel for inevitável, procure não realizá-lo emendando duas cordas, caso exista esta opção. Opte sempre pela descida menos impactante. 2) Evite a colocação de grampos em cumes acessados por caminhadas, evitando assim a prática exclusiva de rapel (prática extremamente danosa à vegetação de paredes). 3) O esforço exigido pela colocação de proteção fixa de forma tradicional (talhadeira e marreta), em geral, leva a uma maior reflexão da validade e da
qualidade da rota escolhida. Privilegie esta forma de conquista. Pelos mesmos motivos, não conquiste com corda de cima, especialmente em vias não esportivas. 4) Na base, evite se arrumar ou se aglomerar para a escalada em platôs de vegetação. Da mesma forma, não utilize a vegetação como apoio, proteção natural ou ancoragem. 5) Utilize as trilhas existentes, não abra ou utilize atalhos. Contribua para a manutenção das trilhas existentes. No caso da necessidade de abertura de uma nova trilha, entre em contato com o Clube Niteroiense de Montanhismo. 6) Destaca-se que o compromisso com o baixo impacto de uma via conquistada não se refere somente ao ato da conquista, que deve ser feita em linhas sem vegetação. Neste sentido, as conseqüências das repetições e das descidas futuras também devem ser pensadas. Por exemplo: se numa parede com vegetação, deixarmos uma via bem equipada, com possibilidade de rapel, e ainda juntarmos a facilidade de acesso, temos que pensar que as repetições serão muitas, bem como as descidas pela via. Assim, pouco vai sobrar daquele cuidado inicial de não remover a vegetação durante a conquista. 7) Ao pensar em realizar uma conquista explore o potencial oferecido pelas vias já existentes no setor (escale!). Conheça um pouco da história dessas vias (informe-se nos guias já publicados para área ou com escaladores locais mais experientes). Isto pode evitar que se cometam alguns equívocos como: abertura de variantes de variantes, rotas muito próximas ou atravessando (e por vezes intermediando) vias clássicas, etc. 8) Não promova e nem participe de escaladas com um grande grupo de pessoas (um grupo de oito pessoas já é suficientemente grande para uma escalada). Estas excursões causam grande impacto nas trilhas e nas vias. Aprecie o aspecto reflexivo e contemplativo da escalada, que só são possíveis longe da multidão. A parede não é o melhor lugar
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
3
ACONTECEU
para festas, deixa as comemorações para locais mais apropriados que vias de escalada. 9) Lembre-se que se o objetivo é o mínimo impacto, restrinja ao estritamente essencial sua passagem na parede. Não coloque grampos exageradamente (estes são a última opção de proteção, não os transforme na única opção), privilegie as proteções móveis não grampeando fendas. Não bata grampo ou chapeletas em boulders. Não coloque agarras artificiais, bem como não quebre ou cave agarras na rocha. Não faça pinturas, pichações ou outras marcações na parede. Leve todo o seu lixo para casa. 10) Certos locais apresentam indícios de que não comportam mais vias sem que ocorra um dos seguintes casos: vias coladas umas nas outras ou muita vegetação destruída. Estas situações não acrescentam nada de positivo para a história da escalada em Niterói.
GT Montanhismo – PESET Por Leandro do Carmo
Local: NUPIF Data: 04/05/2013 Em uma reunião, o GT Montanhismo do PESET, composto pelo Clube Niteroiense de Montanhismo e Escaladores Independentes, tratou de assuntos importantes que visam preservar e melhorar o excelente relacionamento entre montanhistas e o Parque. Dentre os assuntos debatidos, falou-se sobre: a possibilidade de substituição do Termo de Responsabilidade de Risco (TRR), por placas de sinalização alocadas em pontos estratégicos, bem como sua revisão. Mas o foco foi nas conquistas. E tomando como base a setorização de áreas, estabelecidas em reunião anterior, ficou claro que os setores verdes estão liberados para conquistas e os vermelhos devem ser analisados por um grupo composto por: 4 escaladores independentes; e o CNM, representando 4 cadeiras.
11) Dê preferência às proteções fixas em inox em áreas que sofram influência de maresia. Abaixo, seguem as definições do dia: 12) Utilize sempre chapeletas e fixadores de material idêntico. Materiais metálicos diferentes, quando em contato, causam uma diferença de potencial eletroquímico, o que acelera consideravelmente a corrosão. O mesmo vale para os grampos e palhetas.” Tenhamos a clareza que alguns pontos acima merecem revisão, afinal já se foram sete anos! Um exemplo “ultrapassado” a indicação quanto ao uso de grampos de inox ..., mas o Código de Ética foi um marco para a História do Montanhismo Fluminense, e esperamos que, em breve, possamos vir a atualizá-lo, tendo em vista os trabalhos que serão iniciados junto ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, com a formação do Grupo de Trabalho de Montanhismo. Abraços a todos e lembrem-se: “Nós devemos a todas as pessoas que encontramos nas montanhas ou nas rochas uma porção igual de respeito. Mesmo em condições isoladas e em situações estressantes, nós não devemos nos esquecer de tratar os outros da maneira como queremos que nos tratem”, é o artigo 3, da Declaração de Tirol.
1- Setor Verde: Conquista liberada, sendo necessário apenas um comunicado prévio para nivelamento e atualização da administração; 2- Setor Vermelho: O escalador deverá encaminhar uma solicitação a administração do parque, segundo formulário próprio para conquistas de vias. O prazo para manifestação do GT pode variar entre quinze e trinta dias; 3- O formulário para abertura de novas vias já foi elaborado e passará por ajustes, estando estes por conta do escalador Luiz Andrade. 4- Este formulário, bem como todos os procedimentos, setorização e código de ética deverão estar dispostos em meios digitais no site do parque e em sites de instituições afins; 5- O PESET iniciará a avaliação do TRR a partir das sugestões do GT. A reunião foi uma conquista, uma vitória. Segundo Fernando Matias, “as pessoas que fazem parte deste processo de discussão entram para a história da unidade de conservação e da montanha, avaliando tecnicamente a conquista de vias”.
4
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
SAÚDE
Como se preparar para travessias Por Guilherme Belém
Nesse treinamento deixarei de lado a preparação dos equipamentos e trabalharei as informações aprofundadas do desempenho físico. Mostrarei as fases do treino de caminhada, até que alcance o topo da forma física, para executar sem muita dificuldade uma longa trilha. De iniciante a atleta: para iniciar esse trajeto é preciso treinar, mas treinar muito! Pois não é prudente a participação de aventureiros sedentários nesse tipo de atividade. Deve cuidar muito bem de seu corpo, pois o mesmo levará uma intensa carga até o longo destino e sofrerá impacto significativo as articulações, músculos e tendões. Fortalecê-los de forma específica é a chave para o sucesso, e a prevenção de muitas dores durante o percurso e pós-atividade. É necessário um tempo mínimo de preparação, pois, as adaptações musculares e cardiorrespiratórias costumam ser lentas. Atente ao princípio da “individualidade biológica”. Sendo assim: cada indivíduo responderá de forma diferente ao estímulo. Persista no treino e o corpo se adaptará, não há fórmula moldada, mas sim treino base, descanso e novo treino. A “não progressão” da “performance” pode ser um indicativo de erro ao usar a planilha nos fatores intervalo e/ou intensidade. Teste o seu corpo, a resposta sempre será efetiva se conduzi-lo de forma prudente, respeitando seus limites.
Tendo um planejamento minucioso o treino fica livre de possíveis erros. Para iniciar um treino de caráter aeróbico ou de resistência muscular localizada, é necessário aplicar o princípio de especificidade, sendo assim: faça exercícios localizados na musculação que simulem treino de pernas iguais a caminhada, e no aeróbico é caminhar, caminhar e caminhar! Não se esqueça do peso extra que terá no trajeto. Em alguma hora terá de treinar com o mesmo peso que carregará no dia. Use mochila com todos os equipamentos e treine nos dias mais intensos. Tenha como padrão a seguinte ordem de exercícios: 1 - Aquecimento - Movimentação muito leve 2 - Movimentação de cadência - Aumento de intensidade (inclinação e/ou velocidade) 3 - Treino cansativo - Incremento de carga forte 4 - Treino exaustivo - Incremento de carga muito forte 5 - Desaceleração - Diminuir a intensidade 6 - Volta à calma - Movimentação leve 7 - Alongamento - Amplitude de movimentos articulares submáximos estáticos ou balísticos. Trabalhemos uma porção de tempo formada por 12 semanas no mínimo:
1ª Fase do treino: Preparação Tenha todas as informações possíveis do percurso: distância, altura, desnível, tipo de terreno e clima (temperatura); tempo mínimo e máximo de duração da atividade, e fase do dia (manhã , tarde ou noite) de início. 2ª Fase: Execução Suponhamos que essa travessia seja a Petrópolis -Teresópolis: (Dados aproximados 1 - Sede Petrópolis-Açu 7 km - 1145 m desnível - Subida pesada 2 - Açu-Pedra do Sino 10 KM - 200 m desnível - Misto(subidas e descidas) 3 - Pedra do Sido-Sede Teresópolis 11 km - 1200 m desnível - 4 horas - Descida constante
Modelo de treinamento a ser executado: Contínuo Aplicação contínua de cargas e velocidade, sem nenhum tipo de alteração nos estímulos (intervalo, carga e número de contrações musculares) Ex: Caminhada de 5km com velocidade de 6km/h o tempo inteiro. Terreno: Plano
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
Intervalado É aplicado esforço máximo ou submáximo, com o uso de descanço no meio do treino, podendo ser o mesmo passivo (parado) ou ativo(movimentação fraca). Ex: Caminhada de 6km, o 1ºkm (e os demais ímpares) com velocidade de 6,5km/h, o 2ºkm (e os demais pares) caminhada a 5km/h. Alternando os dois estímulos. Terreno: Plano Fartlek Trabalhado também como terreno misto, é usado com variação extrema de velocidade, inclinação e tempo de intervalo ativo (ainda se movimentando). Ex: Caminhada de 10km, sendo o 1ºkm – 6km/h (inclinação 6%) o 2,3 e 4ºKm - 6,5km/h (inclinação nenhuma) e o 5ºkm- executar caminhada 5km/h (inclinação 10%). Sendo essa série repitida por duas vezes. Terreno: Misto (Aclive, declive e plano)
Obs: Faça o treino na ordem em que foi empregado. Use sempre o intervalo de 24h para cada treino no mínimo, e mantenha o corpo em movimento o maior tempo possível, sem fazer paradas. Não deixe de fazer musculação atrelada aos dias de caminhada. Com essas dicas tenho certeza que a travessia será um sucesso, onde a preocupação não será o corpo, mas sim aproveitar o evento e todas a suas maravilhas que a natureza proporciona. Boa trilha! E até a próxima! Dúvidas: guilhermebelem@gmail.com
5
Ganho de volume É usado para que se alcance maiores distâncias. Treino moderado porém com longa distância. Ex: Treino longo de 12km contínuos e velocidade moderada. Terreno : Plano Força Diminuição do número de contrações com um emprego alto de carga. Ex: 2km sendo eles percorridos a 5,5km/h em uma inclinação de 8% e com o peso dos equipamentos. Terreno: Íngreme Tudo pronto? Agora a fase mais importante: Planilha de treino!
SUGESTÃO DE LEITURA Por Allan Marra
O melhor livro de cicloturismo que já li foi “No guidão da liberdade”, do Antonio Olinto, que já fez palestra no clube. Sem contar os diversos guias dele: www.olinto.com.br Diários da Bicicleta, David Byrne
Guilherme Belem é Professor Especialista em Exercício aplicado à Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais, Medicina do Exercício e Consultor PitbullAventura CREF: 028167-G/RJ.
Conquistadores do Inútil, Lionel Terray
6
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
CROQUI
Conquista: Chaminé Saí Ralado Por Leandro do Carmo
No sábado, dia 11/05, eu e o Guilherme demos um pulo na praia de Adão e Eva a fim de darmos uma olhada num ponto onde já tinha visto uma possibilidade de conquista. Assim que cheguei, coloquei dois grampos para rapelar até a base e iniciar a subida pela chaminé. Com a maré alta, pode ser que nem dê para acessar a base direito. Não é uma chaminé com paredes paralelas, ela é em formato de V. O começo é um pouco alto, sendo difícil a saída. Tem uma agarra alta e para vencer o lance tem que usar o braço, pois fica sem apoio para os pés. Muitas agarras quebrando. Fui subindo e por ser muito estreita no começo, fui bem devagar. Dei uma parada num pequeno buraco, onde acomodei meu pé para descansar um pouco. Depois de pegar um fôlego, continuei subindo e o lance foi dificultando um pouco, tem que começar a sair e mais acima, já fica numa posição mais confortável. Dá para fazer em top rope, com proteção numa árvore no final dela Ralei o joelho e os dois ombros... Depois de feita, não poderia termos dado outro nome: Chaminé Saí Ralado! Ainda preciso confirmar o grau, mas acho que deve ficar em IVsup. Tem que alguém ir lá para confirmar!!!!
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
7
Concurso Fotográfico Além das 4 Paredes Regulamento: 1. Disposições gerais 1.1. O Concurso de Fotografia Além das Quatro Paredes, é direcionado para os associados do Clube Niteroiense de Montanhismo, sem limite de idade, bastando estar devidamente inscrito no clube e em dia com suas mensalidades. 1.2. As fotografias devem ter como assunto alguma atividade de ciclismo, ou de caminhada e ou de escalada sem depender de a atividade ter sido oficial. 1.2.1. A seleção das fotos levará em consideração critérios estéticos da imagem produzida – composição, cores, corte e a mensagem transmitida pelo fotógrafo. 1.3. Cada fotógrafo poderá participar com, no máximo, 05 (cinco) fotos. 1.4. Cada participante só poderá ser contemplado em até 02 (duas) fotografias. 2. da inscrição As inscrições serão de 08 de julho a 10 de agosto de 2013 por meio de mensagem para o e-mail concurso2013@niteroiense.org.br 3. objetivo Os autores das doze fotografias selecionadas receberão certificado do clube e as imagens serão expostas na exposição virtual no FaceBook do CNM e como banners no site http://niteroiense.org.br. 4. do material 4.1) As fotografias somente serão aceitas em meio digital, no formato de arquivo (extensão) JPEG, em qualidade máxima, deverão ter seu tamanho entre 3 Mbytes e 5 Mbytes, e o padrão de cores RGB. 4.2) As fotografias poderão ser em cores ou preto e branco. 4.3) Somente será aceita a inscrição de uma foto por mensagem, onde deve constar: • Nome do autor da foto • Endereço postal completo, com CEP • RG • CPF • Telefone para contato • Título da foto (caso aplicável) 4.3.1) Para o caso de participante menor de 18 anos, a inscrição deverá ser acompanhada dos mesmos dados do responsável legal, bem como sua autorização
expressa, mesmo por e-mail, que será confirmada em contato pessoal. 4.4) Aqueles que optarem por inscrever mais de uma fotografia devem enviar quantas mensagens forem necessárias, até o limite de cinco por participante conforme informado acima. 4.5) As fotos inscritas poderão ou não ter sofrido pós-tratamento em software de edição de imagens, ficando ao critério do autor a livre expressão de sua criatividade. 4.6) As imagens devem ser obrigatoriamente de autoria do participante, cabendo a ele a responsabilidade autoral, bem como responder pelo direito de uso de imagem de propriedades e pessoas ali retratados. Qualquer uso não autorizado e porventura reclamado será integralmente assumido pelo participante. 4.7) Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis. 4.8) Ao se inscrever o autor permite automaticamente que suas fotografias sejam usadas pelo Clube Niteroiense de Montanhismo, sempre vinculando o nome do autor, para divulgação de suas atividades. 4.9) Ao se inscrever os autores selecionados deverão levar no evento de encerramento (25 de agosto) a fotografia ampliada no tamanho 30 x 40 cm para a exposição de um dia. 5. do julgamento 5.1) Será formada uma comissão com 03 associados do CNM, indicados pela direção do clube para a contagem dos votos. 5.2) todas as fotos que estejam dentro do padrão serão postadas no dia 11 de agosto, no grupo de discussão do Clube Niteroiense de Montanhismo na rede social Facebook a fim de que sejam votadas por júri popular. Serão considerados votos absolutos. 5.3) A votação de cada fotografia será computada as 21:00 h no dia 22 de agosto pela comissão. 5.4) A comissão terá capacidade de resolver questões que eventualmente não estejam claras no presente regulamento. 6. da seleção 6.1) Serão selecionadas 12 fotografias. 7. do encerramento 7.1) As fotografias selecionadas serão expostas no dia 25 de agosto, em evento de encerramento do concurso em conjunto com o Climbing Day na Pracinha de Itacoatiara. Neste evento serão entregues os certificados para os autores selecionados.
8
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
HISTORIA
Chaminé CEI, a primeira via de escalada de Niterói? Por Leandro do Carmo
A história nem sempre é clara. Muitos fatos não documentados se perdem no tempo. Por vezes, descobrimos relíquias que passam despercebidas durante anos... Por que no montanhismo seria diferente? Voltando a história conhecida, é fato que os primeiros relatos de conquista de vias de escalada em Niterói se deram com a da Agulha Guarischi, que fora, primeiramente, batizada de Agulha Itacoatiara. Segundo informativo do Centro Excursionista Carioca*, a idéia de conquistar a Agulhinha nasceu de um acampamento que fizeram na praia de Itacoatiara, em 2 de setembro de 1951. Ao todo, foram 11 investidas e 37 grampos em cinco anos, sendo finalizada em 20 de outubro de 1956. Essa foi a 8ª conquista do Clube e a primeira em terras niteroienses. Voltando um pouco mais no passado, podemos considerar a fundação do Centro Excursionista Brasileiro como um marco para montanhismo nacional, pois antes dele, as conquistas eram pontuais. O CEB organizou a atividade excursionista, promovendo o esporte e incentivando a criação de outros clubes. Porém, uma lacuna de quase 37 anos entre 1º de novembro de 1919, data de fundação do CEB, e 20 de outubro de 1956, finalização da conquista da Agulha Guarischi, se formou na história do montanhismo fluminense. Será que nesse período, tendo sido inaugurados dezenas de clubes, inclusive um em nossa cidade, e tendo vários pontos com potencial de escalada, as montanhas de Niterói não tiveram conquistas? Essa foi uma pergunta que sempre me fiz e nunca havia lido nada que pudesse elucidar minhas dúvidas. Porém, como disse no primeiro parágrafo do texto: “muitos fatos não documentados se perdem no tempo...” Foi aí que me deparei com alguns informativos do extinto Centro Excursionista Icaraí. Apesar de poucos, já dava para se ter uma noção de como se organizava o esporte nas terras fluminenses. Várias atividades eram propostas e algumas em parceria com o próprio CEB. Mas uma me chamou a atenção. Estava marcada para o dia 10 de março de 1940, conforme abaixo: DIA 10 – MORRO DO CANTAGALLO Niterói – Montanha com pequenos lances de escalada, sendo a principal pela CHAMINÉ C.E.I. Excursão que irá relembrar uma das primeiras feitas pelo nosso club. Novos caminhos serão traçados, assim como será feita a procura de um novo roteiro para Itaipú.
Mas o que é que isso tem de importante? Estamos falando de 10/03/1940, ou seja, 16 anos antes da conquista da Agulha Guarischi!!! O texto deixa bem claro que era uma via de escalada e que já era frequentada. Já havia estado lá há alguns dias atrás e depois de ler o texto do informativo, tive a certeza que a Chaminé C.E.I. é onde o André Ilha, Rodolpho Pajuaba e Rosângela Gelly conquistaram, em 1987, a Chaminé Almas Penadas. Cheguei a essa conclusão pois o CEI descreve o local com “pequenos lances de escalada” e o lá não tem outra chaminé com essas características, pois a outra chaminé existente no local, é a Campello, tendo sido conquistada em 1957, pelo próprio CEC, porém um pouco mais complexa, tendo sido graduada em 3º IIIsup A1. Além de todas a evidências físicas quanto ao local, o CEI fez questão de dar nome a chaminé, o que não aconteceu nos pequenos lances de escalada na trilha para o Alto Mourão, conforme descrição da atividade nos dias 15 e 17/03/1940, ainda neste mesmo informativo. Outro fato é que a Chaminé C.E.I não é o único nem o mais fácil acesso ao cume, então, escalá-la, era uma opção, o que reforça a tese de primeira via de escalada. Não temos informação da linha exata da via, graduação, etc., mas fica claro, até que a história mostre o contrário, que a Chaminé C.E.I., é a primeira via de escalada de Niterói! *Ano 61 - No 3 - Maio / 2007
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
9
CAMADAS DE ROUPA
Como vestir-se em locais frios Pesquisado por Eny Hertz
Para as atividades de montanha e esportes ao ar livre, o ideal é vestir-se de maneira correta e mais versátil possível. Em climas frios, necessitamos proteger o corpo contra o frio, vento, umidade e outras intempéries. A melhor maneira de se vestir para atividades ao ar livre é o sistema de camadas. A arte é o de encontrar uma boa mistura entre as diferentes camadas que compõem este tipo conjunto protetor. Basicamente, existem três principais camadas, mas poderá aumentar para cinco ou até seis, dependendo do tipo de atividade e ou clima de onde será utilizada. Com o grande avanço tecnológico dos tecidos, existe no mercado uma grande gama de produtos, mas tentaremos simplificar ao máximo as possíveis combinações.
ção da camada externa de tecido do conjunto do anorak). O anorak é a peça chave de todo conjunto. Não adianta economizar na compra. É muito importante ficar atento a qual tipo de membrana é utilizado no modelo escolhido. EM CASOS DE FRIO EXTREMO Em casos excepcionais de frio extremo (-10ºc pra baixo) pode-se utilizar um casaco com isolamento de fibra ou pluma de ganso. Em general pode-se dizer que um casaco de pluma é mais conveniente para expedições de inverno a locais muito frios e secos, mas para uso geral, é mais recomendável um casaco de fibra sintética. Considerações finais:
1ª CAMADA – ROUPA INTERIOR (SEGUNDA PELE) – UNDERWEAR E BASE LAYER
3ª CAMADA – CAPA EXTERNA IMPERMEÁVEL – ANORAK
• As peças acima citadas, não são somente para a parte superior do corpo (tórax), o sistema de combinação de camadas para as pernas é o mesmo sistema utilizado no tórax. Não esquecer dos pés, que devem ter cuidados especial, pois são pontos de troca de calor. • Em atividade física, o indivíduo poderá alternar e retirar ou não alguma das camadas, pois quando estamos em atividade, o corpo pode sobreaquecer e será preciso maior eliminação de vapor de suor. Então... Se começar a suar muito, melhor ir retirando as camadas superiores até regular melhor a temperatura corporal. • A tecnologia dos tecidos deve ser levada em conta pra escolha de gorros, cachecóis e luvas, mas não necessariamente será preciso a combinação de camadas para essas peças, tendo em vista que muitos desses equipamentos, são vendidos completamente prontos para uso solo (sem necessidade de complementos). • Apesar de no Brasil não termos casos de congelamento de extremidades como nos Andes, vale a pena utilizar as 3 camadas para regiões frias como Itatiaia, Caparaó e mesmo na Serra dos Órgãos no inverno, que para um carioca são bemmm frias!. Uma noite mal dormida é muito desgastante.
A terceira camada impermeável ou camada externa, serve para proteger contra o vento e água. Existem vários tipos de materiais, composições e tipos de shell (composi-
Fonte: http://www.mochileiros.com/como-vestir-se-em-locais-frios-sistema-de-camadas-anorak-fleece-underwear-t32962.html
É a camada que estará em contato com a pele, cuja função é transferir a umidade do suor pra fora, mantendo o corpo o mais seco possível. Esta capa deve ser de tecido de rápida secagem. Os materiais mais utilizados são o polipropileno e poliéster. Os mais avançados utilizam o sistema e Power Dry® (Polartec). Base Layer – Drenar o suor e manter a pele seca, tem a função de regular e manter a temperatura corporal; Underwear Polar – Além de drenar o suor e manter a pele seca, ajudam a aquecer o corpo. 2ª CAMADA – ROUPA INTERMEDIÁRIA – POLAR Esta segunda camada é a responsável de manter o calor corporal. Existem vários tipos de tecido. O mais comum é o fleece, que também é chamado de pile. Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de tecidos e composições, que entre si, são altamente diferentes no quesito aquecimento e resistência a vento.
10
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
RELATO
Sul da Patagonia Por Eny Hertz Carlos Penedo
Nascer do sol no EcoCamping em Torres del Paine
Em setembro recebo um telefonema: “Vamos pra Patagônia?”. Respondo na hora: “Tô dentro. Quando partimos?” Em novembro compramos as passagens para abril de 2013, reservamos hotéis/pousadas. Resolvemos decidir sobre os passeios somente no carnaval, após termos pesquisado na Internet e no Guia Patagônia da Lonely Planet. Entretanto tivemos uma grande surpresa durante o carnaval ao descobrirmos por acaso, que a GOL havia mudado os voos sem nos avisar!! Nossos planos de estadia e locomoção tiveram que ser mudados. E.mails, telefonemas, horas e horas para resolver o não profissionalismo da GOL. Mais tarde soubemos que outras viações aéreas fizeram o mesmo com seus passageiros. Aconselhamos: Fique atento. Acabamos não decidindo nada sobre os passeios antes da viagem. A aventura nos esperava! Carlos Penedo, Andrea Guimarães, Carlinhos e eu, Eny Hertz, partimos no dia primeiro de abril para Buenos Aires, para então irmos a Torres del Paine , El Calafate e El Chaltén. Viajamos por 15 dias.
O Sul da Patagonia tem dois pontos de grande interesse ao montanhista, qual escolher? Fitz Roy ou Paine? Quando tempo você tem disponível? Uma semana para caminhar sem refazer seus passos, Paine é a escolha. Somente poucos dias, e preferindo ter uma base fixa, váà El Chalten. Orçamento: O câmbio daqueles países muda tão frequentemente que somente ao comprar as passagens de avião que poderás escolher entre os dois. Tudo sempre bem caro no verão ou mesmo no início de outono. Alguns parques cobram por entrada (Torres del Paine), e alguns são grátis (Parque Nacional dos Glaciares em El Chalten). Nem todos aceitam cartão de crédito, outros somente na alta temporada. Alguns parques aceitam dólar. Vários hostels e restaurantes aceitam peso CH, peso AR, dólar ou real. Verifique o câmbio que ofertam, pois às vezes é melhor que o oficial. Refúgio, Camping, (Paine) ou hostel (El Chaltén)? Esta é a ordem da relação dos preços das estadias, do mais caro ao mais em conta. Em Torres del Paine o EcoCamping tem um “bom” preço (a diária foi de 180 dólares por casal
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
no domo mais simples) para o que oferta, além da incrível vista constante das Torres. Época: verão é alta temporada, boa temperatura e muito vento (não esqueça o elástico de cabelo) ou início de outono (finalzão da temporada), já bem frio (não esqueça das três camadas de roupa), algum gelo ao longo de algumas trilhas, neve no chão no final de alguns passeios, pouco vento na maior parte dos lugares (de qualquer maneira não esqueça do elástico de cabelo), pouca oferta de transporte público (ônibus e barco), “poucos” turistas. Dependendo de qual passeio fará, a temporada vai de novembro a final de abril (para o lago Los Tres), mas pode ser de dezembro a março em outros locais. Acredite, esta diferença faz toda diferença. Muita coisa muda no dia primeiro de abril: oferta de ônibus, de barcos etc. Como a mudança de tempo em qualquer serra no sul da Patagônia é muito rápida, Alan Marra nos aconselhou que um bom anorack não pode faltar na mochila. Segui o conselho. É comum nuvem ao redor dos picos. E às vezes pinta a frustração de não conseguir a foto perfeita. Garantia de bom tempo... vá para Búzios. Torres del Paine: Paine significa azul pálido, cor constante nos rios que saem das lagunas dos glaciares. Nem pensar em nadar nas lagunas ou nos rios, já que as águas, mesmo no verão, são gélidas, podendo provocar rapidamente hipotermia e resgate não é fácil. Somente na Laguna Azul que permitem mergulhos, assim mesmo... pense duas vezes antes de se atrever. Nosso primeiro ponto de base na viagem pela Patagônia foi no EcoCamping no Parque Nacional Torres del Paine. Fizemos a trilha para o Mirante Torres, que apesar de não possuir dificuldades técnicas, é bem cansativa, e apresenta um desnível considerável (750 m em 9 km). Rodrigo Raineri recomenda para os caminhantes que subam devagar como um velho, para poderem voltar
11
como jovem.Cuide bem de seu joelho. No final da subida fomos agraciados com alguns flocos de neve caindo em nós. E claro, o incrível visual da lagoa com o paredão e as três torres. O Glaciar Grey é outro local que deve ser visitado no Parque Nacional del Paine. Vindo pelo circuito “O”, logo após o passo John Gardner (uma subida bem forte) você estará de frente para o Glaciar e trilhará ao longo da margem. Caso não faça nem o “O” nem o “W” você pode passear no Barco Grey, pelo lago de mesmo nome, chegando bem perto da geleira azulada. É um passeio turistão, que vale muito a pena. Foi o que fizemos e ficamos impressionados. Como o dia estava muito nublado, estávamos, felizmente, agasalhados, e conseguimos ficar alguns minutos do lado de fora do barco. Apostamos que o termômetro estava quebrado, pois marcava 10 graus celsius (?!). Darwin ao conhecer as geleiras mais ao sul da patagônia disse “É difícil imaginar algo mais bonito do que o transparente azul destas geleiras” Tive a mesma sensação. O azul desta geleira realmente nos impressionou bastante, assim como o formato tanto da própria geleira, quanto dos gelos desprendidos, flutuantes do lago. Nesta temporada de 2012/2013 o circuito “O” foi fechado algumas vezes na área do pântano (antes do grande subidão), muita neve e desabamento. Algumas pessoas souberam somente quando chegaram no início do percurso e tiveram que voltar para a Hosteria Las Torres... Mantenha-se atualizado com as notícias do parque. No terceiro dia Carlos, Carlinhos e eu fizemos a trilha entre Hosteria Las Torres e Refugio Los Cuernos. O desnível é bem menor, o joelho agradeceu. Fizemos 22 km em 6 horas e 35 minutos, parando somente para um lanche rápido. Em alguns pontos o vento estava muito forte, e frio (anorak para que te quero!). Ao vermos o
Geleira Grey
Torres del Paine
12
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
Mirante do Cerro Torre
mapa descobrimos que há vários pontos no parque onde o símbolo de vento está desenhado... nenhum por onde passamos! Andrea foi passear à cavalo. Ela também adorou o dia. Essas duas trilhas estavam muito bem marcadas, com algumas placas mostrando onde estávamos, a altitude e a quilometragem entre os pontos. Como chovia e fazia sol ao mesmo tempo, tivemos o prazer de ver vários arco-íris, muitos deles tão perto que parecia que passaríamos por baixo do arco. El Calafate Nesta cidade fomos visitar o Glaciar Perito Moreno. Recomendamos a todos que façam este passeio tradicional da cidade. Trekking em gelo pode ser feito em várias geleiras da Patagônia, há tanto o big (várias horas e permitido somente para pessoas de até 50 anos) quanto o mini, que é bem apreciado por vários excursionistas, já que não chega a ficar monótono. Esta experiência tão diferente para um brasileiro, termina com uma dose de uísque com gelo glacial e um alfajor. Escolhemos O Glaciar Perito Moreno (nome dado em homenagem ao Perito Francisco Moreno) para nossa aventura e surpreendemo-nos com a peculiaridade do glaciar. Este, apesar do aumento da temperatura global, se mantem com o mesmo volume, como apenas outros três da região. Esta geleira está na zona sul do P.N. los Glaciares. A parte sul éa maior cobertura de gelo fora dos polos. Sugerimos que vá somente depois do passeio do Grey, para que as emoções sejam num crescente. Construíram passarelas que permitem ficar de frente ao glaciar para apreciarmos as quedas dos blocos de gelo,que são frequentes. Tranquilamente você pode ficar por algumas horas “viajando” com a incrível vista. O Parque los Glaciares tem uns 200 km de norte a sul, com 4.460 km2 . Ele está dentro do campo de gelo Patagônico, que tem uns 13 km2
Calafate é uma fruta azulada que amadurece no inverno. A cidade é considerada a capital dos glaciares, sendo o Glaciar Perito Moreno o mais famoso, além de ser muito grande, de tempos em tempos, atinge a terra, e com isto, gigantescos blocos de gelo num único ponto caem ao mesmo tempo de maneira surpreendente. Tanto em Torres del Paine quanto em El Calfate podíamos comprar o lanche da trilha na pousada /refúgio, nos facilitando a vida. El Chalten É a cidade mais nova da Argentina, fundada em 1985 para terminar a disputa territorial com o Chile. Ela é bem pequena, tendo somente um posto de gasolina na cidade, que nem sempre tem gasolina... Alugando um carro planeje bem para não ficar no meio da estrada, do nada. Na cidade há boa estrutura para o turista, tem farmácia, mini mercados, lojas de equipamento de escalada, de roupas de caminhada, aluguel de bicicleta etc. Estávamos na nossa segunda e última base para as caminhadas. Muitos turistas reclamam do vento forte na cidade, que juntando com a aridez da região provoca incômodo nos olhos. Felizmente os ventos cooperaram conosco, nada temos que reclamar. Nossa primeira trilha na parte norte do Parque Nacional dos Glaciares foi para a Laguna Torre, mirante do Cerro Torre, este é considerado um dos mais difíceis do mundo inteiro para subir/escalar até o cume. Há no início da trilha uma placa nos ajudando a entrar na trilha certa. O começo é meio inclinado, do meio para o resto, fica numa inclinação tranquila para quem está acostumada a caminhar em montanha. Como esta trilha é bem marcada pela passagem de tanta gente não há necessidade de marcos ao longo dela. As bifurcações são bem sinalizadas com placas. No dia seguinte fizemos a trilha para a Laguna Los Tres, mirante para o Cerro Fitz Roy (Homenagem ao Capitão do navio Beagle, no que Darwin navegou). Este pico de 3.405 m, é conhecido localmente por El Chalten, que significa pico flamejante, já que sob os raios solares do amanhecer, parece que está em chamas. A constante nuvem no topo também ajuda no nome. Uma atração a mais para os viajantes é acordar cedo e partir para a trilha para apreciar esta linda visão. Este monolito é o marco da extremidade norte dos Los Glaciares, uma imensa reserva de cerca de uns 50 glaciares. O maior glaciar da América do Sul é o Upsala (nome derivado da cidade sueca de mesmo nome) está na parte sul do parque, podendo ser visitado por barco, relativamente perto do G. Perito Moreno.
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
Há algumas entradas para essas duas trilhas, pelo mapa você poderá escolher a melhor para você. Nos mirantes do meio do caminho destas trilhas, há uma placa com o desenho dos cerros principais com seus nomes. A placa nos ajuda a visualizar melhor o cenário, e nos dá uma ótima oportunidade para comparar corretamente com o mapa. Maioria dos caminhantes tira foto com a placa, tipo “Eu estou aqui.” Toda terceira semana de março ocorre na cidade El Chalten, a Capital Argentina de Trekking, o Festival Internacional de Trekking, com trekkingatlon, competição de escalada, de boulder e muita cerveja... ou vinho. Decidindo fazer trilhas fora do roteiro de turista, entre em contato com o parque para saber se é necessário pegar permissão. Para escalar na zona norte do P. N. dos Glaciares é obrigatório ter permissão. CONAF no Chile. APN na Argentina. Tivemos certa dificuldade de encontrar na internet informações / comentários fieis sobre aluguel de carro, cruzar a fronteira, os parques (preços, horários dos transportes internos) e trilhas. Por exemplo: achamos diversos relatos comentando a dificuldade de atravessar a fronteira entre AR e CH com carro alugado e o absurdo do preço que as locadoras argentinas cobram para isto. Resolvemos ir de ônibus, por isto a logística ficou mais comprometida. Depois, várias pessoas falaram que foi muito tranquilo atravessar a fronteira para elas e nem tão caro assim. Pelo menos uma vez percorra a Ruta 40, rodovia argentina que vai de norte a sul do país. Em vários trechos não há asfalto, fazendo que o motorista tenha que estar bem atento, pois é fácil derrapar no cascalho e pedras soltas, principalmente quando um vento forte empurra o carro facilmente para fora da estrada. E sair de uma vala lateral não é fácil, sabemos disto por experiência, só conseguimos sair de ré, e sendo empurrado pelos homens. Andrea dirigindo e eu olhando. Alugando um carro, mantenha o tanque sempre cheio, pois nem sempre se encontra gasolina nos postos das pequenas vilas. Compre os mapas nas primeiras cidades que visitar para entender melhor a geografia local. Alguns mapas apresentam gráficos com as altitudes ao longo das caminhadas clássicas, assim como o tempo médio, facilitando a organizar seus passeios. Planeje de forma que possa descansar entre as trilhas mais pesadas. Seu joelho agradecerá. Muitas pessoas recomendam bastões de caminhada, o ideal é usar um par, apenas um já ajuda bastante. As trilhas clássicas estão bem marcadas pela
13
passagem dos caminhantes e algumas são bem sinalizadas pela administração do parque. Bússola, GPS e mapa tornam-se somente brinquedos do excursionista durante a trilha. Nenhuma das trilhas que fizemos necessita de guia profissional, principalmente se você estiver acostumado a caminhar. Maria de Lourdes Moreira e Ana Leticia disseram que o que não pode faltar na mochila de quem vai a Patagônia é a máquina fotográfica! Concordamos. Em qualquer das trilhas, vá prestando atenção tanto no chão para não tropeçar, quanto na vista, pois a cada virada uma surpresa te espera. Aprecie a vista sem moderação. É fácil se sentir dentro de um cartão postal na Patagônia. Dicas: Observe os horários de nascer e por do sol: tabela para o dia 10 de cada mês Janeiro 05:35 21:52 Fevereiro 06:30 21:12 Março 07:21 20:13 Abril 08:13 19:03 Setembro 07:55 19:14 Outubro 06:45 20:04 Novembro 05:43 21:00 Dezembro 05:14 21:46 Sempre chegue pelo menos 02 horas antes no aeroporto argentino ou chileno, mesmo para viagem doméstica; chegue na rodoviária pelo menos meia hora antes da partida. E Boa Viagem! Fonte Trekking in the Patagonia Andes, da Lonely Planet, 2009. http://www.todocalafate.com.
A vista mais comum da Ruta 40
14
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
SEGURANÇA – ESCALADA
Cordeletes Por Eny Hertz
O que ter na cadeirinha? É recomendado que se tenha no mínimo 3 cordeletes, pois caso tenha que abandonar um, você ainda terá 2 para uma ascensão. O tamanho ideal é entre 1,20 a 1,50 m. Em relação ao diâmetro, dependerá do diâmetro da sua corda: de 1/2 a 2/3. E na mochila num auto resgate? - De 3 a 5 com 6 a 7 metros cada; - 2 de 1,20 m (eu acho pequeno para fazer o prussik mais o mariner juntos, eu proponho no mínimo 1.60 m) - 1 de sua altura mais 5 cm; - 1 de 2 vezes a sua altura; - 1 de tamanho de 5 / 6 m. Diâmetro: Muitos recomendam para um cordelete confiável no mínimo 5,5 mm de Spectra ou 7 mm de nylon. O Spectra é mais forte e leve, porém mais difícil de fazer e desfazer o nó. Qual nó blocante com o cordelete? Prussik: ascende e descende; fixa um ponto; o nó que mais atrito oferece; segura grandes pesos sem correr; bilateral (segura em ambas as direções); pode ser feito com fita (alguns discordam); certa dificuldade de ser afrouxado após carga;muito difícil de ser afrouxado com carga Autoblocante: ascende e descende; fixa um ponto; fácil de ser liberado; bem rápido de ser feito; desloca-se com facilidade; bilateral; relativamente fácil de ser liberado com carga; nó com o menor atrito entre os blocantes; ás vezes demora a bloquear, necessita de ter atenção; libera a carga abruptamente. Bachman: ascende e descende; fixa um ponto; bom bloqueio, principalmente numa direção (entre bilateral e
unilateral); uso do mosquetão como cabo; pode ser feito com fita; o uso do cabo pode fazer o nó deslizar; menor atrito que o Prussik; necessita de um mosquetão. Machard: ascende descende; fixa um ponto ótimo atrito; sobe e desce na corda mais facilmente que o Prussik; às vezes pode ser liberado mesmo com carga; pode ser feito com fita; unilateral (sendo que pode também segurar na outra direção) A escolha de um nó deve ser baseada na segurança oferecida, versatilidade, seu tamanho final com carga, quantidade de corda necessária para o nó, facilidade de fazê-lo ou desfazê-lo mesmo sem luz e facilidade de percebermos algo errado nele. Uma corda ou cordelete terá sua resistência reduzida conforme o nó feito. Sem nó 0% Nó 8 duplo (encordoamento) 19 a 34% Lais de Guia duplo 25 a 30% Pescador duplo 20 a 35% Nó 8 (unindo cordas) 19 a 30% Outros nomes para os nós: Pescador = Inglês Fita = Duplo = Água Oito = Fiador Lais de Guia = Bolina Borboleta = Alpinista = Borboleta Alpina Oito Direcionado = Oito Inverso = Laçada Paulista Ribeira = Vigamento Fateixa = Argola UIAA = Dinâmico = Meia Volta de Fiel Volta do Fiel = Porco = Barqueiro Machard = Klemheist Autoblocante = Prussik Francês Fonte Climbing Self Rescue Mountainiring Lista para o curso de Self Rescue for Climbers da Sierra Mountain Center Manual de Nós e Amarras de Daniel Maldonado d A. Lima Knots for Rock Climbers de Michael Strong
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
15
FIQUE DE OLHO
Climbing Day O Climbing Day, é um tradicional evento de escalada realizado na cidade Esse ano, acontecerá no dia 25/08/2013, na Pracinha de Itacoatiara, organizado pelo CNM, PESET e Escaladores Independentes Marque na agenda!!!!
Próximas atividades 26/06/2013 - Eny Hertz Enseada do Bananal (Campo Escola Helmut Heske - várias vias) - 14h portão do PESET - Levar EPI e se puder corda. 28/06/2013 - Andréa Rezende Vivas Niver da Andréa - Viagem de 28 a 30/6 para o Parque Estadual dos Três Picos - Reservei todo o Abrigo do Mascarim. Possibilidade de acampar ou ficar abrigado. Entrar em contato com a guia antes de se inscrever. 03/07/2013 Andréa Rezende Vivas Reunião social 20 Bar do Turco, Rua Martins Torres, 18 - Santa Rosa, às 19:30h!. Abraços e até lá! 12/07/2013 - Leandro Gonçalves do Carmo Travessia Petrópolis x Teresópolis (PNSO). Faremos a travessia em 3 dias, de sexta até domingo. Combinaremos os detalhes por e-mail. Estar fisicamente preparado! Antes de se inscrever, entrar em contato com o guia. 06/08/2013 - Leandro Guimarães Collares Passagem da Neblina (PNSO) - Caminhada semi-pesada, com lances de escalada/rapel, necessário estar habilitado para participar. Levar água, lanche, anorak, lanterna e EPI de escalada. 24/08/2013 - Leandro Guimarães Collares Pico do Glória (PNSO) - (ingresso e uso de trilha alta). Trilha pesada, exposta (passada de escalada e rapel). Levar água, lanche, anorak, lanterna, EPI.
ACOMPANHE PELO SITE A ABERTURA DE NOVAS AVITIDADES.
Encontro de Escaladores do NE Acontece de 15 a 17 de novembro o XII Encontro de Escaladores do Nordeste em Algodão de Jandaíra, na Paraibana. As inscrições começarão em breve. Encontre mais informações no site http://www.eene.com.br. Realizado anualmente, a cada edição em um estado nordestino, o EENe é hoje o fator mais importante para o desenvolvimento da escalada em rocha na região, atraindo escaladores não apenas do nordeste, mas de todo o Brasil e do exterior para conhecerem o potencial esportivo das cidades que sediam o evento. Foi criado, a princípio, com o intuito de aproximar os escaladores nordestinos, para que pudessem se confraternizar e trocarem experiências. O primeiro Encontro foi organizado em 1999, no, hoje, Parque Estudal da Pedra da Boca, na cidade de Araruna, Paraíba. Com o passar dos anos o EENe ganhou força e adeptos fiéis, fazendo com que tomasse lugar de destaque na mídia esportiva. Palestras e Oficinas ministradas por escaladores renomados também fizeram com que o evento ganhasse respeito e novos participantes, agregando valor cultural e educativo aos Encontros.
16
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21
Avisos REUNIÕES SOCIAIS CURSO BÁSICO DE ESCALDA
As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado. Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna. Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar miores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados. Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: http://www.niteroiense.org.br. Compareçam e sejam muito bem vindos!!! CORPO DE GUIAS
Adriano Paz Alan Marra Alessandra Neves Alex Figueiredo Alfredo Vieira Castinheiras Andréa Rezende Vivas Ary Carlos Cardoso Neto Carlos Penedo Diogo Paixão Eny Hertz
Glauber Carvalhosa Leandro do Carmo Leandro Collares Leandro Pestana Luiz Alexandre Valadão Mauro de Mello Netto Neuza Ebecken Paulo Guerra Vinicius Farias Ribeiro
EXPEDIENTE
CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMO Início das Atividades em 26 de Março de 2003 Fundado em 20 de Novembro de 2004 Website: www.niteroiense.org.br e-mail: cnm@niteroiense.org.br Contato: 8621-5631(Alex Figueiredo) Presidente: Alex de Faria Figueiredo Vice: Eny Hertz Bittencourt Tesoureiro: Leandro Guimarães Collares Conselho Fiscal Efetivos Adriano de Souza Abelaria Paz Alan Renê Marra Junior Neuza Maria Ebecken de Araújo Suplente Mariana Silva Abunahman Diretoria Técnica Alex Figuereiredo – caminhada Eny Hertz – Escalada Adriano Paz – Ciclismo Diretoria Social Andrea Vivas
ANIVERSARIANTES
A todos muita saude e felicidade! Giovani Souza Neto Leandro do Carmo Alan Marra Guilherme Belem Adriano Paz Marcos Duarte Nei de Mello Diogo Grumser Maria de Fátima Leandro Collares Leonardo G Carmo Mauro de Mello Alex Figueiredo
Já estamos finalizando a primeira turma. Acompanhe em nosso site a possível abertura de novas turmas.
01/abr 10/abr 11/abr 23/abr 26/abr 08/mai 08/mai 12/mai 16/mai 23/mai 26/mai 28/mai 15/jun
Diretoria Ambiental Neuza Ebecken Representante do CNM no PESET Neuza Ebecken Informativo Nº 21: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para cnm@niteroiense.org.br. Participe!!! Edição e Diagramação: - Leandro Collares - Leandro do Carmo