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SAMPAPÃO RUI GONÇALVES
Rui Manuel Rodrigues Gonçalves, presidente da Aipan (Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo) e do Sindipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo).
cursos de profissionalização como temos hoje em nossa escola, treinando pessoas para o setor na área administrativa e financeira, na produção de produtos panificados e de confeitaria, na área de atendimento, de marketing e comunicação.
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Revista Panificação Brasileira - Rui, você tem um longa história na panificação, sendo parte das transformações que as padarias sofreram. Como empresário do setor a muitos anos, conte como você viu a evolução da “gestão de pessoas” nas padarias.
Rui Manuel Rodrigues Gonçalves - No início as padarias vendiam praticamente pães produzidos pelos próprios donos e seus familiares, além de leite e alguns frios. Hoje temos padarias que são também restaurantes, hamburguerias, confeitarias, loja de conveniência, além de produzirem diversos tipos de panificados etc. Claro que para oferecer uma gama tão grande de produtos e serviços, as padarias tiveram que se profissionalizar, qualificar mão-de-obra, criar linhas de produção e salões de atendimento, segmentando o tipo de mão de obra adequada para cada departamento.
Revista Panificação Brasileira - Nessa linha do tempo na qual você vivenciou a padaria no dia a dia, que movimentos positivos você aponta na melhoria da qualificação da mão de obra das padarias (produção, vendas e administração)?
Rui Gonçalves - Além de buscar mão-de-obra qualificada no mercado, foram criados diversos premiar. Esses profissionais são avaliados em 10 itens....Ações incentiva os profissionais a buscarem o crescimento profissional ?
Revista Panificação Brasileira - Da mesma forma, quais movimentos negativos você pode apontar para o caso especifico dos funcionários da produção?
Rui Gonçalves - Lutamos com a escassez de mãode-obra qualificada em todos os setores, além da exigência do horário de trabalho que não é bem aceito, principalmente pelos mais jovens, já que a maioria das padarias trabalham todos os dias do ano e algumas até 24 horas.
Revista Panificação Brasileira - Em recente evento na Associação Comercial de São Paulo, você citou a carência de mão de obra para os quadros das padarias. O número apresentado para o Estado de São Paulo, sendo 25 mil e para a capital 10 mil. Como está dividida percentualmente essa carência: produção, vendas e administração).
Rui Gonçalves - 75% na área de produção, 20% em vendas e 5% na administração.
Revista Panificação Brasileira -Essa carência de mão de obra também acontece em outras regiões?
Rui Gonçalves - Sim, é um problema nacional.
Revista Panificação Brasileira - Outro relato que você fez citando as oportunidades apresentadas pelo próprio IDPC e empresas do setor, que não tem pessoas interessadas em participar de cursos e aperfeiçoamentos. Quais os principais pontos que você apontam pela falta de interesse?
Rui Gonçalves - As exigências do horário de trabalho e o próprio pré-requisito de uma formação básica para permitir a participação em alguns cursos, já que as padarias em geral são o primeiro emprego de muitos jovens.
Revista Panificação Brasileira -Quais tipos de cursos o IDPC está disponibilizando em 2023?
Rui Gonçalves - A Escola de Panificação e Confeitaria do IDPC oferece cursos em toda a gama de produção de confeitaria e panificação, pizzas, baristas, preparação e montagem de tábuas de freios, lanches de metro, formação de gerentes, cursos de gestão e de finanças, enfim em todas as áreas de administração e de produção de padarias.
Revista Panificação Brasileira - O Guia Treinamento & Aperfeiçoamento da Panificação e Confeitaria, que apresenta uma infinidade de ações pelo Brasil de entidades, associações, institutos, faculdades, empresas, órgão públicos e outros que disponibilizam oportunidade de cursos e treinamentos, na contra mão disso tem-se carência de mão de obra. Onde está a quebra do elo, se considerarmos que existe os cursos, pessoas desempregadas, pessoas que fazem os curso... ?
Rui Gonçalves - Em primeiro lugar a panificação absorve mais mão de obra do que a quantidade de mão-de-obra que é formada e, em segundo lugar, parte dessa mão-de-obra formada acaba se transformando em empreendedores.
Rui Gonçalves - Existem várias iniciativas de valorização da mão-de-obra em nosso setor, tanto de segmentos do jornalismo como é o caso de vocês, concursos em feiras e eventos etc.
Revista Panificação Brasileira - Existe uma “fala” de que treinar os funcionários não compensa porque eles vão embora depois. Na prática isso é fato? Se sim, como evitar essa perda?
Rui Gonçalves – A retenção de talentos é dificultada pela própria escassez de profissionais a que nos referimos, mas certamente é um problema que atinge a todas as empresas, particularmente as que trabalham com uma mão-de-obra de primeiro emprego de início da escala de remuneração.
Revista Panificação Brasileira - Qual a recomendação que você dá aos donos das padarias para reterem seus profissionais e quais cuidados devem adotar no processo de seleção?
Rui Gonçalves - Nosso setor exige a contratação de pessoas que se identifiquem com a produção de pães e de produtos de confeitaria, que tenham vontade de aprender, pois o crescimento desta mão-de-obra exige inclusive um certo talento e, no caso da confeitaria, muita criatividade.
Revista Panificação Brasileira - Outro destaque é a valorização da categoria. Especificamente quanto aos padeiros a Revista Panificação Brasileira realiza a 15 anos a premiação nacional desses profissionais com base nos pilares: Valorizar, reconhecer e