Revista MAXILLARIS Portugal Maio-Junho 2013

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Publicidade

Crónica

Falamos com…

Perspetivas

Tin Chung Wong revela-nos as suas prioridades para o mandato na FDI

João Desport, presidente da Comissão Organizadora do 6º Congresso da SPED

Novo impulso no combate ao cancro oral Nova s

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Acteon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Proprietário: Cyan Editores.

Bredent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com

Índice de anunciantes

ND indice marzo_Maquetación 1 29/04/13 16:43 Página 3

Carestream Health. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Casa Schmidt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Clínica Aparicio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Dental Doctors . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Eckermann. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Fedesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Implant Direct . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Ledosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 e 73

Publicidade: comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira. Comissão Científica: Jaimes Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Susana Noronha. REDAÇÃO: Av. Almirante Reis, 18, 3º Dto. Rtg. 1150-017 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085.

Megagen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

Edição online: www.maxillaris.com.pt

OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 e 77

Depósito Legal: M-44.552-2005.

Oral B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Impressão: MONTERREINA.

PDS/POS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Procoven . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €. ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 de 9/6 art 12º nº 1ª

Simesp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Straumann. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Tiragem: 6.100 exemplares

Zhermack. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 • Periodicidade bimestral. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores.

Encartes:

O Rocanal

• Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES.

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Sumário

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Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com Serviços Administrativos: Marta Esquinas. administracion@maxillaris.com

Crónica 6 8

MAXILLARIS organiza em Troia jornada científica ibérica. Tin Chun Wong revela as suas prioridades para o mandato na FDI.

Especial IDS 14

IDS 2013 confirma a aposta numa Medicina Dentária mais tecnológica e conservadora.

Falamos com… 20

João Desport, presidente da Comissão Organizadora do 6º Congresso da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária: “Este ano haverá um acréscimo na proporção entre técnicos de prótese e médicos dentistas”.

Ciência e prática 24 32 40

Arnaldo Baptista Ferreira Jr.: “Lentes de contacto dentais”. Inês Stocker: “Instrumentos fraturados em endodontia: abordagem clínica”. Melhor comunicação oral das XXII Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa (premiada com o patrocínio da MAXILLARIS). Pedro Peña Martínez: “Implantologia multidisciplinar: tratamento do maxilar atrófico sem enxertos através do conceito all on four com férula estereolitográfica”.

Cadernos formativos 50

Domingos Brandão: “Enceramento de diagnóstico e simulação em boca”.

Ponto de vista 54

António Moacho, presidente da Comissão Organizadora das XXVII Jornadas de Medicina Oral da Universidade de Lisboa: “Manter o padrão de excelência”.

Perspetivas REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45 Fax: (0034) 917 25 01 80

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Missão voluntária 64

Edição online espanhola: www.maxillaris.com Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Blas Noguerol Rodríguez. Emilio Serena Rincón. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chémez. Rafael Martín-Granizo López. Ramón Palomero Rodríguez.

Novo impulso no combate ao cancro oral.

Nova s

Joana Dias, higienista oral: “A Saúde oral ainda é uma área muito negligenciada”.

Calendário de cursos 68

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões 74

Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria 78

Produtos e equipamentos.

Página empresarial 80

Notícias de empresas.

Breves 82

Oferta e pedidos de emprego, produtos e imóveis.


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Crónica

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MAXILLARIS organiza em Troia jornada científica ibérica A MAXILLARIS celebra este ano, pela primeira vez, um evento de carácter científico com a participação de oradores de Portugal e Espanha, membros das comissões científicas das edições portuguesa e espanhola desta revista. Trata-se da Jornada Ibérica MAXILLARIS, que terá lugar no dia 28 do próximo mês de setembro, no emblemático Hotel Design de Troia. O programa científico centrar-se-á na temática dos implantes e contará com as intervenções de Susana Noronha (Lisboa) e Jaime Guimarães (Porto), membro da Comissão Científica e diretor científico da MAXILLARIS, respetivamente, bem como de Javier García Fernández (Madrid), a cargo da direção científica da edição espanhola. Durante o periodo da manhã, Susana Noronha dedicará a sua intervenção às “Complicações no tratamento com implantes”, ao passo que Jaime Guimarães abordará o tema “Reabilitação com implantes dos maxilares edêntulos (ciência e prática). Após o almoço no hotel (gratuito para todos os participantes), a sessão da tarde será dedicada à “Problemática dos implantes no contexto periodontal”, pela mão de Javier García Fernández. O programa desta inédita jornada, que decorrerá num ambiente de grande beleza (junto ao Parque Natural da Arrábida), inclui uma mini exposição comercial de produtos das marcas que patrocinam esta iniciativa e terminará com uma prova de vinhos, organizada pela Malo Tojo Wines.

Susana Noronha.

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Jornada Ibérica MAXILLARIS estreia-se em setembro, em Troia.

Jaime Guimarães.

Javier García Fernández.


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MAXILLARIS apoia estudantes de Medicina Dentária nas reuniões do setor A MAXILLARIS patrocinou uma série de prémios no âmbito de várias jornadas científicas do setor dentário que tiveram lugar nos últimos meses. Assim, a biblioteca multimédia editada por esta revista – composta por três DVD’s de implantologia, periodontia e cirurgia oral – foi oferecida aos vencedores dos concursos ao melhor póster científico e/ou comunicação oral do II Congresso Nacional dos Estudantes de Medicina Dentária (CNEMD), das XII Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa e da primeira reunião da SPPI Jovem. O póster científico premiado ao abrigo do II CNEMD, que decorreu em Lisboa no início de março, intitula-se "Diferentes incisões em zona estética: principais indicações e contra indicações (casos clínicos)" e é assinado por Artur Caleres, Filipe Araújo Vieira, André Chen, Helena Francisco e João Caramês. No âmbito das jornadas da Universidade Fernando Pessoa, que tiveram lugar nos dias 13 e 14 de abril, no Porto, foi premiada a comunicação oral subordinada ao tema “Instrumentos fraturados em endodontia: abordagem clínica”, da autoria de Inês Stocker, Luís França Martins, Filipe Aguilar e Miguel Albuquerque Marques. Finalmente, o júri do concurso de pósteres científicos da reunião SPPI Jovem, celebrada no passado dia 20 de abril e que também teve como cenário a cidade Invicta, elegeu ex aequo os trabalhos “Conhecimento dos médicos obstetras sobre a associação entre periodontite e parto pré-termo” (Raquel Rocha, Conceição Manso e Patrícia Almeida Santos) e “Resultados comparativos da incidência de papila periimplantar em reabilitações implantosuportadas do setor anterior com a utilização de diferentes pilares protésicos: estudo prospetivo a um ano” (Joana Xavier, Tiago Borges, Ágata Carvalho e Vasco Carvalho). O patrocínio desta revista a concursos destinados a estudantes ou profissionais do setor repete-se este mês e em junho próximo, no contexto das XXVII Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, agendadas para os dias 16 a 18 deste mês, e do 6º Congresso da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária, que vai ter lugar nos dias 6 e 7 de junho, no Porto.

Joana Xavier (em cima) e Raquel Rocha, autoras principais dos dois pósteres premiados ex aequo pelo júri da primeira reunião da SPPI Jovem.

A MAXILLARIS publica, a partir desta edição (ver página 32) e nos próximos números, todos os trabalhos premiados.

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Tin Chun Wong revela à MAXILLARIS as suas prioridades para o mandato na FDI A presidente eleita da Federação Dentária Internacional (FDI), Tin Chun Wong, já tem definidas as suas prioridades para o mandato que iniciará no próximo mês de agosto. Tomará posse do cargo por ocasião do congresso anual da principal organização mundial do setor dentário, que se realizará na Turquia. Em declarações exclusivas à MAXILLARIS, esta médica dentista chinesa (especialista em ortodontia) – que exerce a sua prática clínica em Hong Kong desde 1992 – recorda que, como profissional do setor, “sempre adotei os valores ligados à nossa profissão e à nossa classe. Como tal, dediquei o meu tempo e energia à promoção dos mesmos, com a sincera expetativa de satisfazer as aspiracões dos meus companheiros”. Na sua condição de membro do conselho da FDI – exerceu diversos cargos na organização desde 1993 –, destaca o seu trabalho em prol do objetivo global de extender a saúde oral de excelência a todo o mundo. Perante o grande desafio profissional que se avizinha, Tin Chun Wong considera que a FDI “é uma federação única, tendo em conta que os seus membros são multiculturais, com diferentes línguas e talentos”. A sua intenção é continuar a desenvolver a organização e as diferentes associações nacionais que a integram, “de forma a reforçar a sua presença no cenário global da saúde oral”. A futura presidente adianta que dará continuidade aos esforços da atual presidência (a cargo de Orlando Monteiro da Silva), no sentido de “assegurar altos standards em termos de ética, competência e excelência no seio da FDI”. Outra prioridade passa por “demonstrar transparência a todos os nossos membros”, segundo revela a antiga tesoureira e consultora da organização, que pretende, por outro lado, melhorar a comunicação com as organizações regionais, “para dar à FDI uma forte presença no mundo”. “Buscaremos soluções globais para os problemas globais com que nos confrontamos”, acrescenta Tin Chun Wong, cuja liderança se centrará também na promoção de protocolos e colaborações com vista a “reforçar a posição da FDI enquanto autoridade internacional no campo da Medicina Dentária”. O desenvolvimento de projetos “em conformidade com a nossa missão e plano estratégico” é outra meta traçada pela sucessora de Orlando Monteiro da Silva, que encara a sua missão com grande determinação: “Quero que a FDI tenha sucesso. Sei que triunfaremos”. No seu ponto de vista, os objetivos da FDI “serão possíveis com a participação e a contribuição de experientes profissionais internacionais, tais como os de Portugal e Espa nha. Esta é a nossa força”. Neste sentido, conclui que cada passo “deve ser dado com a convicção no conhecimento de que caminhamos para um futuro melhor no campo da saúde oral”.

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A futura presidente da FDI apostará por encontrar soluções globais que facilitem o acesso à Medicina Dentária em todo o mundo.


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Crónica

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Mais de 350 idosos já beneficiaram do projeto “Sorrisos de porta em porta” Cinco meses após o arranque do projeto “Sorrisos de porta em porta”, a associação Mundo a Sorrir já visitou 12 instituições e efetuou consultas a 351 idosos, para além de ter prestado formação profissional a 118 profissionais que lidam com a terceira idade. O programa arrancou em outubro do ano passado, no Porto, direcionado aos idosos que vivem sozinhos ou ao abrigo de instituições geriátricas. Com este projeto, a Mundo a Sorrir foi a vencedora, entre 89 candidatos, do primeiro concurso do Centro de Inovação Social do Porto, organizado pela autarquia local, através da Fundação Porto Social. O projeto, que poderá vir a ser aplicado noutros municípios, tem evidenciado resultados positivos, sobretudo, na área da formação aos profissionais, que apresentavam algum desconhecimento relativamente à saúde oral e aos cuidados a ter neste domínio. No que diz respeito aos idosos, os principais problemas detetados estão relacionados com as próteses dentárias (necessidade de utilização, ajustes, etc.).

Ao abrigo deste projeto, a associação Mundo a Sorrir pretende tratar 1.500 idosos da região do Porto.

Durante um ano, a Mundo a Sorrir pretende tratar e acompanhar 1.500 idosos e dar formação a cerca de 100 profissionais de acompanhamento a esta camada da população.

Turma do Bem organiza rastreio de saúde oral em 12 países

Cerca de 16.000 crianças foram abrangidas pelo rastreio.

A organização Turma do Bem realizou no passado mês de março, por ocasião do Dia Mundial da Saúde Oral, uma triagem que envolveu 12 países, 250 cidades e centenas de médicos dentistas, dando o exemplo do que é responsabilidade social. Cerca de 16.000 crianças passaram por este rastreio de saúde oral. Em Portugal, os rastreios aconteceram nas cidades de Lisboa, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Guimarães, Barcelos, Paços de Ferreira, Cartaxo, Mafra, Amadora, Setúbal e Portimão. Os jovens que forem selecionados vão ter garantidos todos os cuidados de saúde oral até aos 18 anos, graças ao trabalho voluntário de cerca de 14 mil médicos dentistas espalhados por Portugal, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela. Mais de 200 mil crianças e adolescentes em todo o mundo já foram abrangidos pelas triagens deste projeto e 30 mil foram encaminhados para um médico dentista. Em Portugal, mais de 1.000 jovens estão a ser tratados pela rede Dentistas do Bem, que já conta com a adesão de 420 profissionais do setor dentário.

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Periodontite influi na infeção provocada pela “SIDA” dos macacos Cientistas do centro de investigação de primatas do instituto Texas Biomed, situado em San Antonio (Estados Unidos), descobriram que a doença moderada das gengivas em macacos expostos a um vírus denominado SIV, semelhante ao da SIDA, contém um índice mais elevado de variantes virais causantes de infeções e inflamações graves. Segundo os autores do estudo, esta descoberta representa potenciais implicações na progressão da doença a longo prazo, incluindo outro tipo de infeções. A conclusão que se retira desta investigação é que “até as inflamações leves na boca necessitam de ser controladas, já que podem provocar consequências mais graves”, afirma Luis Giavedoni, virólogo do referido centro de investigação norteamericano e autor principal do estudo. "Isto é importante porque a periodontite moderada está presente em mais de 50 por cento da população mundial. Sabíamos que a periodontite grave conduz à inflamação generalizada e a outras complicações da saúde, mas a novidade desta experiência é que as condições que criámos eram moderadas e estavam maioritariamente localizadas na boca”, acrescenta o investigador. "Após a infeção com o vírus animal semelhante ao da SIDA, a inflamação aguda generalizada induzida tornou-se exarcebada nos animais com gingivite, o que demonstra que até a inflamação leve localizada pode provocar inflamações sistémicas mais graves”. Os cientistas induziram uma inflamação moderada das gengivas num grupo de macacos, enquanto um segundo grupo sem inflamação serviu de controlo. “Depois de ambos os grupos de macacos terem sido expostos ao vírus, não se observaram na boca diferenças no índice da infeção, o que indica que uma inflamação moderada das gengivas não aumenta as possibilidades de contrair o vírus da SIDA”. No entanto, Luis Giavedoni observa que os animais que apresentavam as gengivas inflamadas e contraíram a infeção “tinham mais variantes virais causantes de infeções e também registaram um aumento da inflamação sistémica após a infeção”. Estes resultados “podem afetar negativamente a progressão da infeção viral”, conclui.

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Especial IDS

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Mais de 125.000 profissionais de 149 países testemunharam em Colónia a oferta de 2.000 empresas

IDS 2013 confirma a aposta numa Medicina Dentária mais tecnológica e conservadora A 35ª edição do International Dental Show (IDS), de Colónia (Alemanha), fechou as suas portas com um novo incremento de visitantes, expositores e superfície comercial. Também aumentou o carácter internacional da mostra. No total, mais de 125.000 visitantes de 149 nacionalidades estiveram associados ao evento, que se celebrou entre os dias 12 e 16 de março. Estes números representam um aumento do público de 6% relativamente à edição anterior (2011). Além disso, desta vez, 2.058 empresas (+ 5,3%), oriundas de 56 países, instalaram os seus stands numa área de exposição de 150.000 metros quadrados (+ 3,4%) do recinto de feiras de Colónia (Koelnmesse). Cerca de 68% dos expositores e 48% dos visitantes não eram alemães, pelo que a feira também registou o seu melhor índice de participação internacional. Verificaram-se em particular fortes subidas nos números de visitantes da Rússia, Japão, Ucrânia, Brasil, China e Turquia. “A forza de atração da IDS no mundo inteiro aumenta de forma impressionante de uma edição para outra”, afirmou no seu balanço final Martin Rickert, presidente da junta diretiva da Associação da Indústria Dentária Alemã (VDDI). Devido ao elevado nível de internacionalização e à forte capacidade de decisão dos visitantes profissionais que se deslocaram a Colónia, “contamos que se produza um efeito muito positivo para o resto do ano e uma evolução sustentada nos mercados da saúde, tanto nacionais como internacionais”, adiantou o dirigente alemão. Por seu lado, Katharina C. Hamma, diretora geral da Koelnmesse, salientou o facto do salão IDS ter “confirmado totalmente a sua vocação de feira de referência mundial, oferecendo perfeitas condições em termos de informação, comunicação e comércio mundial”. Segundo a diretora da feira, “os expositores mostraram entusiasmo face aos numerosos bons contactos de negócios que mantiveram, ao passo que os visitantes tiveram ao seu alcance uma ampla e completa oferta de produtos”. Em geral, pode-se afirmar que o público deu nota positiva ao certame. O inquérito realizado entre os profissionais deu como resultado que cerca de 74% dos mesmos está satisfeito com a edição deste ano. A completa gama de produtos e as numerosas novidades levaram 79% a classificar a oferta apresentada como muito boa, ao passo que 74% dos visitantes se mostrou muito satisfeito relativamente à consecução dos objetivos que os atraíram à feira. Além disso, a continuidade do certame está garantida; nada menos que cerca de 95% dos visitantes consultados recomendaria a um interlocutor comercial a visita. O próximo salão dentário de Colónia já tem data marcada: de 10 a 14 de março de 2015. Este ano, à semelhança do que se constatou nas últimas edições, o interesse pelo comércio especializado e pelos produtos e tecnologías inovadoras

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A constante inovação da indústria do setor dentário refletiu-se, uma vez mais, no International Dental Show (IDS) de Colónia (Alemanha). Desta vez, a MAXILLARIS teve oportunidade de comprovar que mais de 125.000 profissionais dos cinco continentes aderiram a esta mostra para constatar em primeira mão como o mercado evolui para uma Medicina Dentária cada vez mais tecnológica, sobretudo no que respeita às prestações que oferecem os sistemas Cad-Cam e de imagem digital, mas também mais conservadora, dando prioridade ao natural.


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Apesar do frio e da neve, a exposição confirmou que os profissionais do setor dentário estão ávidos de conhecimento e inovação.

foi especialmente elevado, o que demonstra que os profissionais desejam atualizar-se e oferecer aos seus pacientes o melhor do mercado. No setor Cad-Cam, o progresso avança a passos de gigante, quer se trate de materiais, como de software, módulos de Cam ou a interação entre os diferentes componentes e processos. Na exposição de Colónia estiveram representadas, ao mesmo tempo, todas estas inovações. Assim, os médicos dentistas tiveram a oportunidade de saber de que forma as possibilidades que oferecem as tecnologias Cad-Cam podem otimizar o trabalho diário na sua consulta. Processos de produção assistidos por computador, novos materiais e máquinas avançadas de fresado centraram as atenções dos visitantes, que puderam estabelecer um diálogo com os fabricantes e especialistas correspondentes.

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Alguns dos materiais cerâmicos apresentados na feira, com tecnologia Cad-Cam, imitam de maneira muito precisa a consistência dos dentes naturais. A estética está em voga e já ninguém estranha que se possa produzir, de maneira quase automática, um dente praticamente idêntico às peças naturais adjacentes, conseguindo assim o desejado “efeito camaleão”. Neste sentido, conseguem-se cada vez melhores efeitos graças ao reforço pontual do material básico, perante o difícil dilema entre a transparência e a resistência.

Durante os cinco días do certame, registou-se um considerável volume de visitantes.

Atualmente, até as próteses provisórias para coroas e pontes podem ter un aspeto realmente estético, graças a uma capa interior de cinco cores e plásticos fresáveis para Cam.

Prevenir de forma moderna Para evitar que se produzam patologias complexas e difíceis de tratar, diferentes empresas ofereceram processos digitais que permitem obter imagens que ajudam a diagnosticar a cárie. Neste sentido, uma questão cada vez mais frequente entre os profissionais é a de saber se as modernas alternativas – por exemplo, fluorescência ou transiluminação por fibra ótica – podem fazer com que não seja necessária uma radiografia e limitar ao mínimo a radiação no paciente. Graças a um novo aparelho baseado no laser, a profissão está mais próxima desta solução. O truque baseia-se, entre outros aspetos, na utilização de longitudes de onda de infravermelhos próximos (NIR). No campo da profilaxia foram também apresentados inovadores processos de laser. Um deles ajuda a combater a inflamação das gengivas: os raios laser não atuam diretamente, mas ativam um colorante (verde indocianina) que se acopla a células de bactérias patogéneas, permitindo desta forma reduzir o seu número, sem efeitos colaterais. Junto a esta evolução, a profilaxia doméstica também está a desenvolver-se com novos elementos para as escovas de dentes elétricas, com o objetivo de eliminar melhor a placa interdentária, bem como com novas tecnologias de pastas dentárias para a proteção das gengivas .

Atualidade em endodontia Outro tema central da exposição alemã de 2013 foi a atualidade em endodontia, especialmente nos enfoques modernos de diagnóstico e tratamento, com vista a conservar com sucesso las peças dentárias, incluindo nos pacientes mais idosos. Graças à intensa cooperação entre numerosos experts em endodontia e as empresas da indústria, foram apresentados os métodos mais avan-

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O universo da imagem odontológica mostrou todo o seu potencial na exposição alemã.


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Especial IDS

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çados de diagnóstico, que permitem detetar melhor as lesões do canal radicular. Modernos métodos de imagem permitem uma visualização exata de canais multirradiculares ou tornam possível tanto uma endometria até ao ápice como o controlo exato da posição da lima durante a preparação.

Implantes dentários Os especialistas em implantologia que visitaram a feira de referência do setor dentário tiveram a oportunidade de informar-se tanto sobre as novidades em matéria de produtos como das tendências atuais num setor tão dinâmico. Superfícies otimizadas de implante, abutments individuais ou software para realizar implantes traçam um cenário tão variado que nem sempre é fácil manter uma visão do conjunto. No certame apresentaram-se progressos apropriados às diferentes orientações profissionais e grupos-alvo. Por exemplo, os especialistas em implantes sem metal (desde a raiz até à coroa) conheceram as novidades em matéria de implantes de óxido de zircónio. Neste campo, os resultados de estudos recentes estão a impulsionar a criação de uma dinâmica que proporciona novas possibilidades para a introdução de inovações tanto na consulta como no campo da investigação. Enquanto muitos materiais só são interessantes para determinados profissionais, atualmente os sistemas de planificação e os métodos para a melhoria do fluxo de trabalho estão a adquirir uma importância cada vez maior em todos os campos. Os modernos sistemas de software, especiais para pequenas consultas sem grandes requerimentos de inversão, tornam possível até a planificação em três dimensões, sem necessidade de utilizar um aparelho próprio de tomografia volumétrica (DVT).

Os profissionais que se deslocaram à feira tiveram oportunidade de comprovar em primeira mão como evolui a indústria, para lhes facilitar o seu dia a dia.

Ortopedia maxilar A exposição de Colónia ofereceu, por outro lado, uma visão de conjunto do estado atual da ortopedia maxilar e dos progressos que no futuro facilitarão os tratamentos. Junto à cada vez maior digitalização dos processos de tratamento e a sua interconexão, neste momento a atenção vira-se para novas técnicas de escaneado, assim como para as pretensões de uma consulta sem talas nem gesso. O salão IDS deu a possibilidade de conhecer inovações, de compará-las diretamente com os métodos que se aplicaram até ao presente e, finalmente, de tirar as conclusões necessárias para atualizar a própria consulta. Por outro lado, apresentaram-se avançadas possibilidades de soluções, especialmente em temas da atualidade como os brackets autoligáveis. Também se abordou o tema dos tratamentos ulteriores com o denominado white-spot-management. Para além das inovações mencionadas, a maior exposição mundial do setor proporcionou uma grande quantidade de novidades em diferentes especialidades. No campo da ortodontia, quatro anos depois da sua introdução, o molde digital descobre um novo campo de aplicação. Por outro lado, estão a aparecer opções mais económicas especialmente para os casos de correção de problemas ligeiros de má oclusão em adultos.

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O salão IDS não só apresenta as últimas novidades do mercado como também favorece acordos comerciais.


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JORNADA IBÉRICA MAXILLARIS Hotel Design (Troia) Sábado, 28 de setembro de 2013 Com a participação de conferencistas de Portugal e Espanha, membros das comissões científicas das edições portuguesa e espanhola da MAxILLARIS.

PROGRAMA Período manhã: • Susana Noronha (Lisboa) membro da comissão científica da MAxILLARIS Portugal: “Complicações no tratamento com implantes”.

- Coffee break*

Susana Noronha.

• Jaime Guimarães (Porto), diretor científico da MAxILLARIS Portugal: “Reabilitação com implantes dos maxilares edêntulos (ciência e prática)”.

- Almoço* Período tarde: • Javier García Fernández (Madrid), diretor científico da MAxILLARIS Espanha: “A problemática dos implantes no contexto periodontal”.

Jaime Guimarães.

- Fim da sesão com prova de vinhos Malo Tojo* e sorteio dos produtos da empresa EMS. Preços Até 31-07-13: Estudantes: Profissionais:

55 € 90 €

Após 31-07-13: Estudantes: 69 € Profissionais: 105 €

Javier García Fernández.

IVA incluído

* Café, almoço e prova de vinhos e queijos gratuitos para todos os assistentes.

Faça a sua inscrição através do tel. 218 874 085 ou email portugal@maxillaris.com - www.maxillaris.com.pt Pagamento por transfêrencia: número da conta (Banco Popular Portugal): 0046 0021 0067000695418 Referência do pagamento: o seu nome completo—troia Com o apoio:

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Falamos coM... João Desport

presidente da Comissão Organizadora do 6º Congresso da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED)

Este ano haverá um acréscimo na proporção entre técnicos de prótese e médicos dentistas

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Falamos com... É já no próximo mês de junho (dias 7 e 8) que se realiza, no Porto, a sexta edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária, cujo programa científico incidirá na atualidade em matéria de estética orofacial. “Serão abordados assuntos muito interessantes para quem quiser atualizar conhecimentos que permitam estar na linha da frente da medicina dentária relacionada com a estética”, adianta à MAXILLARIS o médico dentista João Desport, presidente da Comissão Organizadora do congresso. Entre as novidades deste ano, o principal destaque vai para o reforço do intercâmbio entre técnicos de prótese e médicos dentistas.

Quais são os principais temas do próximo congresso anual da SPED? Como não podia deixar de ser, os temas são sempre relacionados com a estética orofacial. Esta temática não será abordada, obviamente, de forma estrita, mas será o epifenómeno decorrente da atenção aos aspetos biológicos, funcionais, anatómicos e protéticos. Serão abordados assuntos muito interessantes para quem quiser atualizar conhecimentos que permitam estar na linha da frente da medicina dentária relacionada com a estética. Está previsto algum reforço do volume das sessões científicas? Não. O tempo das palestras e dos intervalos é exatamente o mesmo do ano passado. Oito palestrantes na sexta-feira e um no sábado, que ocupará o dia todo. Pensamos que é o ideal para proporcionar intervalos com duração adequada (mas não exagerada) para a visita aos stands comerciais e à exposição de pósteres, e também para proporcionar algum convívio entre os congressistas. Em que medida se refletirá no programa deste ano a aposta da SPED na interação entre clínicos e técnicos de prótese? Este ano haverá um acréscimo na proporção entre técnicos de prótese e médicos dentistas, que será de três para cinco nos palestrantes da primeira jornada do congresso. Em 2012 foi de um para sete, o que diz muito sobre o empenho que a SPED tem vindo a ter para que se dinamize o contacto e a partilha de informação entre as duas profissões. Sendo elas tão complementares e dependentes uma da outra, é um pouco estranho constatar que, na grande maioria dos casos, os contactos entre ambos os profissionais se deem apenas nuns breves telefonemas para esclarecer dúvidas relativamente a alguns trabalhos. Queremos mudar isso. Como justifica esta estratégia de envolver técnicos nos encontros (e em outras iniciativas) da SPED? Precisamente por acharmos que faz falta essa troca de conhecimento. Sendo verdade que em muitos aspetos os médicos dentistas têm um nível de conhecimento muito superior aos técnicos de prótese, também é certo que estes nos têm muito

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Falamos com... a ensinar no que respeita aos aspetos laboratoriais que, ainda por cima, têm tido grandes inovações nos últimos tempos a nível de materiais e técnicas. A própria qualidade do planeamento dos casos clínicos beneficia com o aumento desse intercâmbio. A SPED tem o orgulho de contar inclusivamente com Rudiger Neugebauer, um dos mais prestigiados técnicos de prótese do país, na direção e na Comissão Organizadora do congresso. Que conferencistas nacionais e internacionais já confirmaram a sua presença no Porto, no próximo mês de junho? Na primeira jornada do congresso, dia 7 de junho, temos confirmados os médicos dentistas Hugo Costa Lapa, Inês Faria, João Fonseca, João Pimenta e Vitor Mendez, e com o técnicos de prótese Íñigo Casares, João Carlos Roque e Zsolt Kovacs. No sábado, dia 8, a jornada será totalmente preenchida com a intervenção do médico dentista espanhol Iñaki Gamborena. Que outros pontos e/ou novidades merecem destaque no programa? Teremos, de novo, espaço para a apresentação de pósteres científicos, que o ano passado registou um agradável incremento de candidaturas. Haverá atribuição de prémios aos melhores trabalhos, tal como no anterior congresso. Também está programado um jantar, que esperamos que possa proporcionar um convívio interessante. Tendo em consideração a atual conjuntura económica do país, quais são as suas expetativas quanto à adesão de expositores e congressistas? Os preços do congresso são relativamente acessíveis, tendo em conta a qualidade dos palestrantes. Os custos da formação de um médico dentista ou de um técnico de prótese devem fazer parte do seu orçamento básico anual, haja ou não crise. Contamos com cerca de 300 inscrições. O ano passado tivemos que recusar inscrições porque atingimos, dois dias antes do congresso iniciar, o número limite para o espaço que alugámos.

Contamos com cerca de 300 inscrições. O ano passado tivemos que recusar inscrições porque atingimos, dois dias antes do congresso iniciar, o número limite para o espaço que alugámos

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Lentes de contacto dentais

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Cirurgião dentista. Licenciado pela Universidade Metodista de São Paulo (Brasil). Pós-graduado em Odontologia Estética pela Associação Paulista de Cirugiões Dentistas da cidade de Araçatuba (São Paulo) e membro da Pierre Fauchard Academy. Prática clínica em consultório particular. São Paulo (Brasil).

Arnaldo Baptista Ferreira Jr.

As lentes de contacto dentais, desenvolvidas no Brasil com o nome de contact blades, são muito conhecidas nos Estados Unidos como luminners, e têm vindo a destacar-se na odontologia estética atual, devido à sua beleza, rapidez na confeção das mesmas, e qualidade final em tratamentos estéticos na Odontologia. São finíssimas películas de porcelana, com cerca de 0,2 mm de espessura, que são cimentadas na face vestibular dos dentes.

Estão indicadas para casos de dentes manchados, escurecidos, mal formados, com leves desalinhamentos ou diastemas. O seu grande diferencial é que não implicam o desgaste dental e, portanto, não é necessária anestesia nem provisórios. Com estas vantagens, podemos agilizar muito os tratamentos estéticos e oferecer aos pacientes mais tensos ou fóbicos uma grande oportunidade de terem os dentes como sempre desejaram.

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Descrição do caso Paciente do sexo feminino, 18 anos, com dentes pequenos e com vários diastemas. Após tratamento ortodôntico finalizado, o caso apresentava-se como nas figuras 1 a 3. Como a paciente desejava muito ter dentes maiores, mais claros e sem diastemas, foi sugerido o tratamento com as lentes de contacto dentais (contact blades) por não precisar de desgastar dentes sãos.

Na primeira consulta, após avaliação radiográfica e fotos iniciais, procedemos à avaliação oclusal e verificação de contactos prematuros. Foi feita também moldagem inicial em alginato para podermos avaliar o modelo do caso clínico e confecionar as moldeiras de acetato para clareamento doméstico. Com um modelo duplicado, fizemos também um enceramento de como queríamos a transformação final do caso (figuras 4 a 6).

Fig. 1. Vista frontal.

Fig. 2. Vista lateral direita.

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Fig. 3. Vista lateral esquerda.


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Fig. 4. Placas de acetato superior e inferior para clareamento doméstico.

Fig. 5. Modelo inicial para estudo.

Fig. 6. Modelo com enceramento de como desejamos finalizar o tratamento.

Na segunda consulta foi feita tomada de cor inicial (sendo A3,5 escala vita) e iniciou-se o clareamento a laser com peróxido de carbamida a 35 por cento (Mix One Supreme – Villavie) e fonte de luz halógena (figura 7).

isso o paciente poderá ter uma clara ideia de como o seu caso irá finalizar.

Nesta consulta o paciente também foi orientado sobre como proceder ao clareamento caseiro com moldeiras de acetato e peróxido de hidrogênio a 7,5 por cento (White Class) durante sete dias, alternando o uso nas arcadas superior e inferior, durante duas horas em cada arcada, duas vezes ao dia.

Em um dos primeiros modelos da moldagem feita em alginato, na primeira consulta, foi feito um enceramento de como seria o resultado final ideal (figura 6).

Após uma semana, foi feita nova tomada de cor (B1 escala vita) e procedeu-se à confeção do Mock-Up, que é uma simulação de como queremos que o tratamento acabe e com

Fig. 7. Clareamento no consultório com peróxido de carbamida a 35 por cento e barreira gengival.

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Com este modelo em mãos foi confecionado um guia de silicone de condensação (Zetaplus, figura 7), que foi recortado para melhor manuseio, tirando os seus excessos e levado à boca com resina bisacrílica (Structur 2 SC, Voco), de cor A1, durante três minutos. Removido o guia de silicone, a resina agora transforma o sorriso deixando o novo formato, contorno e fechando os diastemas como a paciente desejava. Agora, é a vez da paciente aprovar ou não o seu novo sorriso (figura 9). Com o Mock-Up aprovado, procedemos à moldagem definitiva, com silicone de adição (Express XT – 3M), em moldeira descartável 3 x 1 Moldex (superior/inferior e tomada da mordida), tal como se pode apreciar na figura 10.

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Nesta consulta também definimos a nova cor que terão as lentes de contacto dentais (figura 11). Neste caso, junto com a paciente, escolhemos a cor B1 da escala Vita e encaminhamos para o laboratório de prótese (laboratório MLM especializado em lentes de contacto dentais, São Paulo). Na terceira consulta provamos as lentes de contacto, uma a uma, e após verificação da adaptação, procedemos ao início da cimentação definitiva. O processo iniciou-se com um isolamento absoluto com dique de borracha e arco de Young metálico. Após o isolamento, fez-se a preparação química das lentes com ácido

Fig. 8. Guia de silicone de condensação para confeção do Mock-up (simulação).

Fig. 9. Mock-up (simulação) do resultado final do tratamento estético, em resina, para aprovação da paciente.

Fig. 10. Moldagem com silicone de adição.

Fig. 11. Escolha da cor. Optou-se, junto com a paciente, pela escolha de transformação da cor A3,5 para B1 da escala vita.

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fluorídrico a 10 por cento, durante 20 segundos (para porcelana Emax), seguida de silanização por um minuto, secagem e adesivo com um grande jato de ar, deixando o adesivo sem excessos, e não polimerizamos. Em seguida, efetuamos a preparação química dos dentes com ácido fosfórico a 37 por cento, durante 30 segundos, seguido de uma camada de adesivo e de um farto jato de ar para também não deixar excessos, e desta vez polimerizamos. Agora usamos o cimento Veneer Cement Translucent Shade (Relyx Veneer TR – 3M) e levamos as lentes aos respetivos dentes, tirando o excesso com pincel de pelo de marta, instrumentos e algodão, e em seguida removemos os excessos

interproximais com fio dental, tomando muito cuidado para não deixar a gengiva sangrar. Após remoção de todos os excessos, procedemos à fotopolimerização final, durante 40 segundos, em cada dente. Removemos o isolamento absoluto e observamos todos os pontos de contacto e excessos interproximais, além da verificação de excessos cervicais. Agora com carbono, verificamos se há algum contacto oclusal indesejável. Após o término, procedemos às fotografias finais (figuras 12 a 14).

Fig. 12. Resultado final após cimentação. Vista frontal.

Fig. 13. Resultado final após cimentação. Vista lateral direita.

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Fig. 14. Resultado final após cimentação. Vista lateral esquerda.


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Conclusão Após verificação da qualidade das lentes de contacto dentais e da satisfação pessoal da paciente com seu novo sorriso, concluímos que esta é uma boa opção de tratamento estético na Odontologia, indolor e rápido, com a vantagem de não implicar qualquer desgaste de dentes sãos, nem precisar de anestesia ou de recorrer a provisórios.

Fig. 15. Sorriso inicial.

Fig. 16. Sorriso final.

Fig. 17. Sorriso inicial (em foco).

Fig. 18. Sorriso final (em foco).

Bibliografia 1. Materdomini, D., Friedman, M.J. The contact lens effect: enhancing porcelain veneer. Journal Esthetics Dentistry, vol. 7, n. 3, p. 99-103, 1995. 2. Nash, R.W. The contact lens porcelain veneer. Dental Today, vol. 22, n. 5, p. 56-59, 2003. 3. Strassler, H. E. Minimally invasive porcelain veneer: indications for a conservative esthetic dentistry treatment modality. General Dentistry, vol. 55, n. 7, p. 686-694, 2007.

4. Strassler, H. E., Weiner, S. Long term clinical evaluation of etched porcelain veneers. Journal Dental Res., vol. 77, n. Issue A, p. 233, 1998. 5. Ibsen, R.L., Yu, X.Y. Establishing cuspid-guided occlusion with bonded porcelain. Journal Esthet. Dent., vol. 1, n. 3, p. 80-5, 1989. 6. Hegenbarth, Ernest A. Sistema prático de seleção de cores em cerâmica. Rio cle Janeiro: Quintessence, 1992.

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Instrumentos fraturados em endodontia: abordagem clínica Ciência e prática

Melhor Comunicação Oral das XII Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa (premiada com o patrocínio da MAXILLARIS)

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Ciência e prática AUTORES: Inês Stocker Estudante do 5º ano de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa. Luís França Martins Médico dentista. Licenciado e mestrado em Medicina Dentária pela Universidade Fernando Pessoa. Docente de Endodontia da Universidade Fernando Pessoa. Filipe Aguilar Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde – Sul. Mestrado em Endodontia pela Universitat Internacional de Catalunya (Barcelona, Espanha). Docente convidado do Mestrado de Endodontia e aluno de Doutoramento de Endodontia da Universitat Internacional de Catalunya (Barcelona, Espanha). Miguel Albuquerque Matos Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pela Universidade Fernando Pessoa. Mestrado em Endodontia pela Universitat Internacional de Catalunya (Barcelona, Espanha). Docente de Endodontia da Universidade Fernando Pessoa. Aluno de Doutoramento de Endodontia da Universitat Internacional de Catalunya (Barcelona, Espanha). Prática exclusiva em Endodontia. Porto.

Inês Stocker

Introdução Nas últimas décadas a endodontia foi alvo de uma grande evolução, nomeadamente no que diz respeito aos instrumentos utilizados durante o tratamento, no sentido de lhes conferir melhores propriedades, tanto a nível de flexibilidade como de resistência à fratura. No entanto, e apesar de ocorrer em menor número de

casos, as novas ligas metálicas podem sofrer fraturas durante o tratamento endodôntico no interior dos canais radiculares. Se a abordagem clínica, aquando a fratura de um instrumento no sistema de canais radiculares, não for a mais adequada, pode comprometer significativamente o sucesso do tratamento.

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Desenvolvimento Os instrumentos endodônticos podem fraturar por dois motivos: torção ou fadiga cíclica, sendo também conhecidos como uso incorreto e uso excessivo, respetivamente. A fratura por torção ocorre quando a ponta ou qualquer parte do instrumento fica bloqueada no interior do canal radicular e o eixo continua em rotação, ou seja, a ponta do instrumento endodôntico fica imobilizada e no cabo é aplicado um torque superior ao limite de resistência à fratura do mesmo instrumento (fig. 1). Se a ponta da lima não ficar imobilizada durante a instrumentação do canal, não ocorrerá fratura do instrumento por torção, independentemente do valor do torque aplicado. O torque pode ser definido como o efeito rotatório criado por uma força distante do eixo de rotação de um objeto1,2.

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A fratura por fadiga cíclica ocorre pela formação de microfendas na superfície da lima, que se expandem, devido aos ciclos repetidos de tensão e compressão a que os instrumentos estão sujeitos. Durante cada ciclo, as microfendas, desenvolvidas por irregularidades da superfície, expandem mais profundamente no material até ocorrer a completa separação do instrumento (fig. 2). Este tipo de fraturas é mais provável em casos de canais com curvaturas de elevados ângulos e raios pequenos3. A fadiga não depende do torque aplicado ao instrumento, mas do número de ciclos e da intensidade das forças de tensão e compressão aplicadas na área flexionada do instrumento2.

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c Fig. 1, a-c. a) Instrumento endodôntico no interior de um canal radicular; b) ponta do instrumento bloqueia na zona de confluência de dois canais e c) o eixo continua em rotação, ocorrendo a fratura do instrumento.

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b Fig. 2, a-c. a) Instrumento endodôntico no interior de um bloco metálico, simulando um canal com uma curvatura de 90º; b) lima fratura no ponto máximo de flexão e c) instrumento após fratura.

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São vários os fatores que podem influenciar a fratura dos instrumentos endodônticos4,5,6:

o canal; 7. evitar manter a lima num ponto; 8. substituir as limas após a utilização em canais muito curvos e estreitos4.

• Morfologia do canal: as limas fraturam mais rapidamente em canais estreitos e à medida que o raio da curvatura diminui e o ângulo aumenta.

A presença de um instrumento fraturado no interior de um canal radicular pode influenciar o sucesso do tratamento endodôntico e, consequentemente, o prognóstico do respetivo dente. O segmento do instrumento impede a desinfeção e obturação adequadas, caso este não seja ultrapassado ou removido. Desta forma, o prognóstico depende de vários fatores como a condição pré-operatória da polpa e dos tecidos periapicais, fase da instrumentação em que ocorre a fratura e a possibilidade de a lima ser removida ou ultrapassada. Quanto à condição pré-operatória, o prognóstico é pior perante uma polpa necrosada e lesão radiolúcida periapical, devido à elevada carga bacteriana. Relativamente à fase da instrumentação, é pior quando ocorre nos estágios iniciais, pois ainda não houve a remoção mínima de detritos nem a desinfeção do canal radicular. Caso seja possível remover ou ultrapassar o instrumento fraturado, o prognóstico do tratamento não deverá ser afetado4,6.

• Desenho do instrumento: tanto a área do corte transversal (secções transversais quadrangulares possuem maior rigidez) como o desenho da lima (aumentando o pitch, distância entre as espiras, aumenta a rigidez) são fatores de risco. • Diâmetro do instrumento: os instrumentos mais largos são menos resistentes à fadiga cíclica e mais resistentes à torção. • Velocidade de rotação: apesar de haver autores que não consideram a velocidade um fator de risco, outros afirmam que a velocidades mais elevadas os instrumentos estão mais suscetíveis à fratura. • Processo de fabrico: o fabrico e a maquinação dos instrumentos rotatórios de níquel-titânio resultam muitas vezes em instrumentos com irregularidades na superfície, como microfendas ou regiões com metal sobre-espirado. Estes locais podem atuar como áreas de concentração de stress que levam à formação de fendas durante o uso clínico. • Número de usos: um uso clínico prolongado diminui a resistência do instrumento. • Canais secos: a utilização de instrumentos em canais secos pode conduzir à fratura, uma vez que provoca esforço excessivo no instrumento. • Cavidades de acesso inadequadas: aumentam o número e a gravidade das curvaturas que o instrumento tem de ultrapassar, sobrecarregando-o, pois a lima não entra livremente no canal. • Experiência do operador. Existem, no entanto, algumas formas de prevenir a ocorrência de fratura dos instrumentos endodônticos, tais como: 1. realizar glide path, ou seja, criar uma via de passagem de forma a conhecer a anatomia do canal e verificar se não existem obstruções ou curvaturas acentuadas; 2. realizar um acesso direto à entrada dos canais radiculares; 3. nunca forçar o instrumento; 4. realizar movimentos de vaivém; 5. examinar as limas regularmente e limpar as espiras; 6. lubrificar

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Perante a existência de um instrumento fraturado no interior de um canal radicular, os tratamentos descritos atualmente incluem a sua remoção, a realização de bypass, isto é, ultrapassar o instrumento, e, no limite, a realização de cirurgia apical. No entanto, antes de ser tomada uma decisão relativamente ao tratamento a adotar, é necessário avaliar a posição do instrumento, sendo que, quanto mais para apical se localizar, mais complicado será o tratamento. Em relação à curvatura do canal radicular, se existente, o tratamento será mais complicado caso o instrumento se localize na zona de curvatura ou para além da mesma, devido à dificuldade de visualização e de acesso direto ao instrumento. É também necessário avaliar os riscos inerentes às diferentes técnicas, tais como perfurações, fraturar mais instrumentos, destruição dentária excessiva e deslocação do instrumento fraturado para apical, tendo um estudo mostrado que 61,8% dos dentistas tiveram complicações durante ou após a remoção de limas fraturadas4,6,7. Para a realização da remoção do instrumento fraturado, é necessário efetuar um acesso direto ao mesmo, e, para tal, utilizam-se brocas de Gates-Glidden ou ultrassons. Posteriormente, com o auxílio de pontas de ultrassons mais finas, libertam-se dois a três milímetros da porção coronal do instrumento. Uma vez libertados, utilizam-se sistemas de remoção, havendo atualmente uma ampla variedade, tais como: Instrument Removal System (IRS), Endo Extractor, Masserann Kit, Extactor System, os quais traccionam o instrumento do interior do canal radicular. Outra opção, depois de libertados os milímetros coronais do instrumento, é utilizar pontas finas e flexíveis de ultrasons, no sentido anti-horário (no caso de ins-

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trumentos rotatórios) de forma a “desaparafusar” o instrumento. O uso de ultrassons deve ser feito sem refrigeração, de forma a não criar uma pasta e diminuir a visibilidade, e em ciclos curtos para não transmitir calor excessivo ao ligamento periodontal. Para remoção de instrumentos fraturados, é fundamental a visualização do instrumento com o auxílio de lupas ou microscópio6,8,9.

O bypass do instrumento consiste em ultrapassá-lo com recurso a limas manuais de pequeno calibre, aumentando progressivamente o diâmentro destas, de forma a atingir o comprimento de trabalho. Geralmente, como os canais radiculares apresentam uma forma ovalada e os instrumentos uma forma circular, é possível a realização do bypass. Deste modo, a desinfeção e obturação do canal radicular é conseguida, incorporando o instrumento no material obturador. Esta técnica é considerada atualmente a primeira opção de tratamento para casos de instrumentos fraturados4,6,9 (fig. 3). Em última instância e se as opções anteriores não forem viáveis, é possível realizar a cirurgia apical. Para tal, é feito um retalho e exposição óssea. Posteriomente, é realizado o acesso ósseo, de forma a obter acesso direto à raíz na qual está localizado o instrumento. Depois de realizada a loca óssea, são removidos os últimos milímetros (cerca de três) da raíz em questão, comum em qualquer cirurgia apical. Após a remoção dos últimos milímetros apicais, ou se remove o instrumento e faz-se a retropreparação do canal, quando este se encontra a nível apical, ou no caso de o instrumento se localizar no terço médio, realiza-se a retropreparação e retro-obturação do canal, bloqueando o instrumento. Em ambos os casos, a retropreparação do canal é feita recorrendo a pontas de ultrassons cirúrgicas. Desta forma é possível uma correta retro-obturação da preparação previamente realizada, utilizando materiais indicados para o efeito, nomeadamente MTA (Agregado Trióxido Mineral)6,10,11 (fig.4).

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Fig. 3, a-c. a) Instrumento fraturado num canal mesial de um molar inferior, b) bypass do instrumento com limas de pequeno caliber e c) obturação com o instrumento englobado no material obturador.

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f Fig. 4, a-g. a) Radiografia inicial, instrumento fraturado num canal mesial de um molar inferior; b) fotografia intraoral; c) retalho com exposição óssea; d) abertura da loca óssea; e) instrumento removido do canal radicular; f) sutura; e g) radiografia final.

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Conclusão Apesar de todas as formas de prevenção de fratura de instrumentos endodônticos, por vezes, esta está fora do controlo do clínico e ocorre sem aviso prévio. Deste modo, perante um instrumento fraturado no interior de um canal radicular, é crucial saber qual é a melhor opção de tratamento para cada caso. Atualmente, são muitas as técnicas descritas na literatura que permitem a resolução destas situações, melhorando o prognóstico do dente em questão.

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Implantologia multidisciplinar Ciência e prática

Tratamento do maxilar superior atrófico sem enxertos através do conceito all on four com férula estereolitográfica

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Ciência e prática AUTORES: Pedro Peña Martínez Médico dentista e cirurgião oral. Diretor do Fórum Implantológico Europeu caracas5local@yahoo.es Madrid (Espanha). João Mota Médico dentista pela Universidade do Porto. Porto. Ramón Palomero Rodríguez Médico estomatólogo. Especialista em cirurgia oral e maxilofacial. Fórum Implantológico Europeu. Ex-chefe de Serviço do Hospital Virgen del Camino. Pamplona (Espanha).

Pedro Peña Martínez

Introdução O maxilar superior desdentado sofre um tipo especial de atrofia, consequência não só da perda de dentição, mas também do efeito aditivo que a pneumatização do seio maxilar supõe. Como consequência da soma de ambas, normalmente encontramos pacientes que dispõem de osso somente no setor anterior (de canino a canino) e que são geral-

mente casos favoráveis de tratamento com implantes e sobredentaduras. A colocação de implantes inclinados nos setores posteriores, aproveitando a trajetória da parede anterior do seio maxilar, junto com dois implantes anteriores (modalidade de trata-

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mento denominada all on four), permite aumentar a base de sustentação da restauração que suporta o implante, conseguindo em muitos casos finalizar o tratamento com uma restauração fixa aparafusada sobre transepiteliais (prótese híbrida também chamada na literatura por “fixa-removível”). Portanto, é um requisito fundamental, que o sistema de implantes utilizado disponha de transepiteliais “angulados” para receber uma prótese aparafusada que corrijam essa falta de paralelismo entre os implantes anteriores e posteriores gerado anteriormente no nosso plano de tratamento. Os mais comuns são os de 17 e 30 graus.

Materiais e métodos Para a demonstração clínica desta técnica selecionamos uma paciente de meia idade que possui os setores posteriores totalmente sem dentes já há 20 anos e que há um ano e meio ainda conservava ambos os caninos que serviam de apoio e retenção para uma prótese parcial removível. Ambos tiveram que ser extraídos porque, durante cinco meses, apresentavam mobilidade. A intervenção é planeada com uma tomografia computadorizada da paciente, portanto, marca-se previamente a sua prótese com bolas de guta-percha de um determinado volume (TC General Eletric). Os dados do scanner são enviados ao consultório num suporte CD que contém os arquivos DICOM da radiologia. Em seguida, procemos à conversão dos dados em um modelo tridimensional por um software específico que permite um plano de colocação preciso dos implantes e gerar a ordem de fabricação da férula estereolitográfica (Procera 2.0). Após realizar o bloqueio anestésico (Articaína com 1 mgr de epinefrina INIBSA) de ambos os nervos, infraorbital e nasopalatino, procede-se à fixação da férula ao fresado dos

neo alvéolos por um sistema de cirurgia guiada (Nobelguide surgical kit, Nobel Biocare) e a colocação dos implantes planeados anteriormente (Replant 4,3 x 13 mm, Implant Direct). Após a colocação dos implantes, é necessário apertá-los para obter o torque necessário para realizar a carga imediata (> 30 N/cm), dando o momento de giro dos implantes posteriores para que a correção com os pilares transepiteliais angulados de 30 graus (30 Angled abutments, Implant Direct) faça coincidir o ponto de inserção dos quatro implantes com uma prótese aparafusada. Para a carga imediata foram utilizadas UCLAS provisórias de titânio (Implant Direct) e a própia prótese da paciente, fazendo as vezes de moldeira individual e registo de mordida, dando, desta simples maneira, toda a informação ao laboratório numa só vez. A impressão é feita por encaixe da prótese nos locais de inserção dos implantes e injetando acrílico autopolimerizado (New Outline, Denor) por meio de uma seringa de plástico de 5 cc e uma ponta das que se utilizam para aplicar ácido. Uma vez fixado o acrílico, desaparafusamos as UCLAS e enviamos ao laboratório para esvaziar em gesso e fabricar as próteses provisórias em menos de 24 horas.

Resultados Todos os pacientes que receberam este tipo de tratamento estão plenamente satisfeitos tanto com a cirurgia, sem inflamação e dor, como pela possibilidade de serem portadores de uma prótese fixa aparafusada. A prótese é colocada no mesmo dia ou no dia seguinte da cirurgia, sendo um procedimento preciso, indolor e altamente apreciado pelos pacientes. A taxa de sucesso dos implantes colocados, seguindo este plano de tratamento, é semelhante ao da forma convencional.

Figs. 1 e 2. Modelo tridimensional do osso e prótese da paciente que servirá para planear virtualmente a posição dos implantes.

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Figs. 3 e 4. O programa permite tornar mais transparente, ou sem estruturas ósseas, a fim de melhor apreciar a posição dos implantes em conjunto.

Figs. 5 e 6. Férula estereolitográfica: vista de frente e de trás.

Figs. 7 e 8. Vista do paladar no início da intervenção e após colocar os quatro implantes através da férula computadorizada.

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Figs. 9 e 10. Os implantes são colocados em apenas quinze minutos, coincidindo perfeitamente com as posições pré-fixadas e o planeamento virtual. Vista dos tranportadores dos implantes que podem ser utilizados para realizar uma impressão rápida com moldeira fechada.

Figs. 11 e 12. Em seguida, são colocados os transepiteliais retos nos implantes anteriores e os angulados de dois peças nos posteriores. Todos são apertados com um torque de 30 N/cm com chave dinamométrica.

Figs. 13 e 14. Vista oclusal e frontal dos cilindros de titânio provisórios colocados na boca, protegendo as entradas com pequenas bolas de teflon.

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Figs. 15 e 16. São abertos espaços, buracos na prótese, que coincidam com a emergência dos cilindros de titânio, de forma a que não encoste nenhuma parte e encaixe perfeitamente sobre a mucosa. A figura 16 mostra um diafragma, engenhosa solução para corrigir o ângulo de 30 graus dos implantes posteriores.

Figs. 17 e 18. Vista das próteses após a impressão com acrílico autopolomerizável. Por ser exotérmico, no processo de fixação a mucosa deve ser protegida com uma fina capa de vaselina para evitar queimaduras superficiais.

Figs. 19 e 20. As próteses da paciente servem agora, uma vez colocadas as réplicas de transepitelial PPA, para criar o modelo maestro, aplicando silicone rosa (Gingifast) e gesso (Fuji rock).

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Figs. 21 e 22. Aspeto intraoral e no modelo de gesso dos transepiteliais para próteses aparafusadas (PPA 30º angled abutment) que, graças à angulação de 30 graus dos posteriores, oferecem uma via de inserção comum com os anteriores.

Figs. 23 e 24. O laboratório aplicou um opaquer rosa sobre os cilindros provisórios de titânio e uma estrutura de fibra de vidro banhado em resina que feruliza os cilindros e servirá de esqueleto para reforçar a prótese.

Figs. 25 e 26. Vista da prótese tal como foi entregue em laboratório 24 horas antes da cirurgia. É muito importante o desenho das áreas em contacto com a gengiva, que devem ter contornos suaves e sem retenção, bem como um polido requintado.

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Figs. 27 e 28. Vista frontal no molde e oclusal na boca. O paciente apreciará tanto a ausência de mobilidade como a ausência de falta de paladar na prótese provisória e definitiva.

Figs. 29 e 30. Aspeto intraoral da paciente e sorriso final após a colocação da prótese provisória de carga imediata, 24 horas depois da cirurgia. Tanto a paciente como a nossa equipa ficaram muito satisfeitas com o resultado.

Conclusões A utilização de implantes inclinados para salvar diversos acidentes anatómicos foi descrita na literatura de Ericsson, Aparicio, Malo e outros. Este tipo de tratamento supõe uma simplificação da reabilitação dos maxilares desdentados com atrofia posterior que permite, por meio da colocação de quatro implantes, dois deles inclinados a 30 graus, a utilização de uma prótese fixa aparafusada por estes pacientes, evitando procedimentos de enxerto que encareceriam e prolongariam o tratamento. Apresentamos uma paciente reabilitada através do conceito all on four, cirurgia guiada por meio de uma férula estereolitográfica e a nova utilização de um transepitelial angulado de 30 graus em duas peças, para corrigir a angulação dos implantes posteriores.

Bibliografia 1. Jensen, Ole T. The sinus bone graft, second edition. Quintessence publishing. 2. Capelli M, Zuffetti F, Del Fabbro M, Testori T. Immediate rehabilitation of the completely edentulous jaw with fixed prostheses supported by either upright or tilted implants: a multicenter clinical study. The International Journal of Oral & Maxillofacial Implants. July/August 2007.Volume 22 , Issue 4. 3. Calandriello R, Tomatis M. Simplified treatment of the atrophic posterior maxilla via immediate/early function and tilted implants: a prospective 1-year clinical study. Clin Implant Dent Relat Res. 2005;7.

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4. Aparicio C, Perales P, Rangert B. Tilted implants as an alternative to maxillary sinus grafting: a clinical, radiologic, and periotest study. Clin Implant Dent Relat Res. 2001;3(1):39-49. 5. Maló P, Nobre Mde A, Petersson U, Wigren S. A pilot study of complete edentulous rehabilitation with immediate function using a new implant design: case series. Clin Implant Dent Relat Res. 2006;8(4):223-32. 6. Rosén A, Gynther G. Implant treatment without bone grafting in edentulous severely resorbed maxillas: a long-term follow-up study. J Oral Maxillofac Surg. 2007 May;65(5):1010-6. 7. Zampelis A, Rangert B, Heijl L. Tilting of splinted implants for improved prosthodontic support: a two-dimensional finite element analysis. J Prosthet Dent. 2007 Jun;97(6Suppl): S35-43.


ARTIGO publicar

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A nossa secção de “Ciência e Prática” está à disposição dos profissionais do setor…

Ciência e prática

Ciência e prática

caso clínico

Otimização do branqueamento dentário não vital

Ciência e prática

Reabilitação oral em doentes oncológicos

Ciência e prática

AUTORES: Nuno Braz de Oliveira Médico Dentista. Pós-graduado em Ortodontia pela Universidade de Nova Iorque (NYU). Residência de dois anos em Cirurgia Oral na NYU. Prática exclusiva em Ortodontia e Cirurgia Oral. Diretor clínico da Clínica Dental Face em Lisboa.

AUTORES: Benjamín Martín Biedma Médico estomatologista. Professor titular de Patologia e Terapêutica Dentária e coordenador do mestrado de Endodontia Avançada da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

José Nuno Ramos Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa. Especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética C.H.L.O.

Guilherme Guerra Médico Dentista. Bacharelato em Prótese Dentária. Prática exclusiva em Prostodontia e Oclusão. Clínica Dental Face em Lisboa.

Natália Barciela Castro Médica estomatologista. Professora do mestrado de Endodontia Avançada da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Duarte Braz de Oliveira Médico Dentista. Clínica Dental Face em Lisboa.

José Amengual Lorenzo Professor associado de Patologia e Terapêutica Dental, codiretor do Diploma em Técnicas de Branqueamento Dentário e professor do mestrado de Endodontia da Universidade de Valência (Espanha).

Francisco Brandão de Brito Médico Dentista. Especialização em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente da Especialização em Periodontologia da FMDUL. Tesoureiro da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI). Prática exclusiva em Periodontologia e Implantes. Clínica Dental Face em Lisboa.

Liliana Castro Professora associada de Endodontia e da pós-graduação em Endodontia do ISCS-Norte (Porto). Rui Madureira Professor titular de Endodontia e coordenador científico e pedagógico da pós-graduação em Endodontia do ISCS-Norte (Porto).

Lisboa.

Nuno Braz de Oliveira

Benjamín Martín Biedma

Introdução O cancro oral refere-se ao conjunto de tumores localizados na região dos lábios, cavidade oral e/ou orofaringe, sendo o quinto tumor mais comum do mundo e com valores de incidência que rondam os 500.000/ano2. Durante as cinco últimas décadas, a taxa de sobrevivência a cinco anos não tem sofrido alterações, verificando-se que aproximadamen-

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te 47% dos pacientes com carcinoma na cavidade oral ou faringe e 44% na laringe morrem cinco anos após terem sido diagnosticados1.

Resumo: Os dentes não vitais, quando são submetidos ao tratamento endodôntico, podem apresentar diversos tipos de alterações de cor. Neste artigo clínico apresentam-se duas modalidades de branqueamento não vital indicadas na resolução deste tipo de situações. Também se analisam as suas características e particularida-

95% dos cancros orais são detetados em pacientes com mais de 40 anos, apresentando uma média de 65 anos na

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des, os seus inconvenientes e a sua capacidade de produzir resultados.

Palavras chave: Branqueamento dentário não vital, perborato de sódio, peróxido de hidrogénio.

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para

MAXILLARIS portugal@maxillaris.com Av. Almirante Reis, 18, 3º Dto. Rtg. 1150-017 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085

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Enceramento de diagnóstico e simulação em boca

Domingos Brandão Médico dentista. Prática clínica em Dentisteria e Prótese Fixa no Centro de Diagnóstico e Reabilitação Oral da Maia. Mestre em Dentisteria Estética e Restauradora.

O enceramento de diagnóstico (Wax-up) e a simulação em boca (Mock-up) são hoje em dia um importante meio auxiliar nos tratamentos dentários.

Neste caso o enceramento foi necessário para a obtenção de um bom resultado estético final, com uma excelente integração nos tecidos e face (figs. 1 a 5).

Estes métodos permitem prever, adequar e visualizar o tratamento proposto e deste modo corresponder, de uma maneira mais efetiva, às expetativas dos pacientes. • Wax-up: o enceramento de diagnóstico aumenta a previsibilidade do tratamento através da modelagem em cera do resultado desejado. Representa um modelo a 3D de dentes modelados em cera com o efeito estético e funcional desejado nos dentes a serem restaurados. A sua função mais importante é a de fornecer informação que determina o plano de tratamento, indicando ou não a necessidade de tratamentos complementares específicos. Um enceramento de diagnóstico bem executado é utilizado como meio de comunicação entre o clínico, o técnico de prótese dentária e o paciente (Simon e Magne, 2008). • Mock-up: é a simulação clínica, em boca, que equivale ao enceramento de diagnóstico executado em laboratório. Testando os detalhes finais do enceramento, permite a avaliação clínica imediata por parte do profissional e do paciente (Simon e Magne, 2008).

Fig. 1. Dente após tratamento endodôntico.

De seguida, ilustram-se dois casos tipo de utilização do Wax-up e Mock-up na prática clínica diária. No primeiro caso tratou-se uma paciente jovem com um incisivo central fraturado (21) (2/3 incisais), restaurado com recurso a uma guia de silicone obtida a partir do enceramento. Essa guia é utilizada na realização da parede palatina, permitindo a aplicação dos princípios biomiméticos na confeção de restaurações a resina composta.

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Fig. 2. Guia de silicone obtida a partir do enceramento.


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Fig. 3. Resultado final.

Fig. 4. Resultado final, vista palatina.

Fig. 5. Resultado final, efeito opalescente.

O segundo caso refere-se a uma paciente de meia idade com fratura do incisivo central (11) e coloração intrínseca do 11 e 21. O dente 11 foi restaurado com uma resina de núcleo e foi pedido um enceramento de acordo com as pretensões da paciente, que desejava dentes mais alinhados e brancos. Após aceitação do enceramento, procedeu-se ao talhe dos dentes 11 e 21 para duas coroas cerâmicas. Utilizou-se uma guia de silicone obtida a partir do enceramento para controlo do desgaste do talhe. De seguida, efetuou-se um Mock-up do enceramento, que se revelou de total desagrado para a paciente, pois esta referia que não se reconhecia com os dentes alinhados e brancos. Optou-se por fazer novo enceramento copiando a situação anterior ao talhe. Foi efetuado novo Mock-up, que obteve desta vez a concordância e satisfação plena da paciente (figs. 6 a 11). Neste caso trabalhámos com dentes apinhados e uma paciente exigente, no qual o enceramento e o Mock-up foram determinantes para a confeção, avaliação, alteração e aceitação do tratamento. Este caso ilustra bem a importância da simulação em boca do enceramento, para conseguir um bom resultado estético e a satisfação da paciente. Os incisivos centrais, pela sua visibilidade, são os dentes que mais sugestionam os pacientes na sua forma e aspeto, pelo que um bom enceramento e respetivo Mock-up constituem uma ajuda preciosa na prática clínica diária.

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Cadernos formativos

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Fig. 6. Restauração do 11 com resina de núcleo.

Fig. 7. 11 e 21 antes do enceramento.

Fig. 8. 11 e 21 resultado final, vista vestibular.

Fig. 9. Resultado final, integração na arcada superior.

Fig. 10. Resultado final, vista palatina.

Fig. 11. Resultado final, integração na arcada superior.

Estes meios auxiliares permitem criar melhores condições de restauro, avaliar a necessidade de tratamentos complementares, visualizar o resultado final do tratamento e proceder a correções, se for necessário. Permitem também a motivação do paciente que visualiza, participa e emite opinião sobre o tratamento proposto.

uma boa comunicação entre o clínico, o técnico e o paciente na obtenção dos melhores resultados possíveis.

Concluindo, um Wax-up e um Mock-up, quando bem executados, permitem a concretização de um bom plano de tratamento, com resultados mais previsíveis e possibilitam

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Bibliografia 1. Simon H, Magne P. Clinically based diagnostic wax-up for optimal esthetics: The diagnostic Mock-up. CDA journal 2008; 36: 355-362.


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Ponto de vista

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António Moacho Presidente da Comissão Organizadora das XXVII Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

XXVII Jornadas de Medicina Oral: manter o padrão de excelência As jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Para além disso, teremos um espaço reservado às empreDentária da Universidade de Lisboa contam com um histosas do ramo e afins, no qual os estudantes poderão conrial de 27 anos de existência e constituem um evento anual tactar com uma diversidade de novos materiais. de grande qualidade científica no panorama nacional. O seu principal propósito é proporcionar aos estudantes uma oporTendo em conta o panorama atual, a ação social não pode ser tunidade única de promoção dos seus trabalhos científicos, descurada, sendo portanto, de extrema importância para a bem como momentos de interação comissão organizadora a presença com conferencistas de reconhecido de organizações não governamenO programa abrange praticamente todas mérito nacional e internacional, tais relacionadas com a sáude oral as áreas da saúde oral e é complementado com o intuito de divulgar o conheno nosso espaço de exposição. com um conjunto de cursos cimento, proporcionando moteórico-práticos através dos quais mentos de troca de experiências e Tal como na última edição, a cerisaberes. mónia de atribuição de prémios proporcionamos a oportunidade “Dental Awards”, na qual são disde aplicação dos conhecimentos teóricos Na edição deste ano, que se celetinguidos os estudantes, professobra nos dias 16 a 18 deste mês, res e funcionários que mais se pretendemos manter o padrão de excelência a que as edidestacaram nas diferentes categorias, fará parte integrante ções anteriores nos têm habituado e aumentar a oferta fordas XXVII Jornadas de Medicina Oral. mativa direcionada aos assistentes dentários, higienistas orais e técnicos de prótese dentária. Como sempre, contaremos também com a cerimónia de entrega de medalhas comemorativas dos 25 anos do curso Deste modo, o programa científico abrange praticamente de Medicina Dentária. todas as áreas da saúde oral e é complementado com um conjunto de cursos teórico-práticos através dos quais proApelamos a toda a comunidade estudantil no sentido de porcionamos a oportunidade de aplicação dos conhecimenparticipar ativamente nesta edição das Jornadas de tos teóricos. Medicina Oral, de modo a usufruirem de três dias com propostas formativas que poderão constituir uma mais-valia na Prometemos elevar ao expoente máximo os mais diversos presente vida académica e no desempenho profissional temas e debates da Medicina Dentária atual. futuro.

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A Direção Geral da Saúde tem em mãos um projeto inédito de intervenção precoce no cancro oral que promete inverter o panorama nacional no combate à doença que ocupa o sexto lugar dos cancros mais comuns em todo o mundo e que, em Portugal, é causa de morte de aproximadamente 500 pessoas por ano. O novo programa, que contará com a colaboração ativa da classe dos médicos dentistas, surge da necessidade de diagnosticar lesões na fase inicial de desenvolvimento do cancro oral, permitindo uma intervenção adequada e atempada e assegurando a eficácia dos tratamentos.

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Novo impulso no combate ao cancro oral MAXILLARIS MAIO 2013

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Perspetivas Portugal vai contar com uma das melhores redes mundiais na deteção precoce de lesões malignas da cavidade oral. O projeto, recentemente aprovado pelo Ministério da Saúde e formalmente anunciado por ocasião do Dia Mundial da Saúde Oral (assinalado no passado dia 20 de março), tem o nome de “Intervenção precoce no cancro oral” e resultou de três fatores fundamentais. Um deles prendese com a existência de um programa de saúde oral (combate à cárie dentária nas crianças e jovens) implementado e bem consolidado, passível de ser alargado à área da oncologia. Outro diz respeito às elevadas taxas de incidência de cancro oral associadas a baixas percentagens de sobrevivência dos doentes até cinco anos após o respetivo diagnóstico. O terceiro fator está associado à vulnerabilidade desta doença à intervenção precoce, proporcionando não apenas a diminuição da incidência da doença, mas também o aumento da cura e da sobrevivência. De acordo com Rui Calado, médico coordenador do programa da área de saúde oral da Direção Geral da Saúde (DGS), o projeto surge essencialmente da necessidade de diagnosticar lesões nos estádios iniciais de desenvolvimento da doença, “permitindo uma intervenção adequada e atempada nos mesmos e assegurando a eficácia dos tratamentos”. Consiste em “ganhar tempo”, em cada etapa do processo, através da identificação precoce de lesões suspeitas de cancro oral pelos médicos especialistas de medicina geral e familiar (médicos de família) e posterior encaminhamento para os médicos dentistas para confirmação clínica e realização de biopsia. “O resultado anatomo-patológico resultante da biopsia, fornecido pelo laboratório, ditará a necessidade (ou não) de intervenção cirúrgica urgente a nível hospitalar”, esclarece Rui Calado, para quem uma intervenção precoce em todas as etapas do processo “proporciona taxas de cura mais elevadas”. O projeto mereceu, pela sua concepção, aprovação superior das estruturas do Ministério da Saúde. A fase de implementação iniciar-

Rui Calado: É necessário envolver os parceiros, identificar e assumir as tarefas que cada um deve realizar, estabelendo assim os indispensáveis compromissos

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Rui Calado, coordenador do programa da área de saúde oral da DGS -se-á com a construção de um módulo específico do sistema informático já existente (SISO), que permitirá o desenrolar de todo o processo. Seguir-se-á a informação aos médicos de medicina geral e familiar, o recrutamento e adesão dos médicos dentistas para a criação de uma rede de médicos aderentes ao projeto, a definição dos laboratórios de referência, a informação a nível hospitalar e a definição dos processos de pagamento. “É necessário envolver os parceiros, identificar e assumir as tarefas que cada um deve realizar, estabelecendo assim os indispensáveis compromissos”, acrescenta o coordenador do projeto. Por fim, será necessário fazer a formação específica dos operacionais aos diferentes níveis e assegurar a produção dos indispensáveis documentos informativos e normativos. O anúncio do projeto de intervenção precoce no cancro oral foi recebido com particular satisfação pela classe dos médicos dentistas. “Com este programa vamos ter, provavelmente, uma das melhores redes mundiais de deteção atempada de lesões tumorais na cavidade oral”. Quem o afirma é o médico dentista Pedro Trancoso, Mestre em Medicina Oral e membro do Conselho Diretivo e da Comissão Científica da Ordem dos Médicos Dentistas. “Estamos habituados a campanhas de deteção do cancro do útero ou do cólon, entre outros, que são limitadas temporalmente. Neste caso, trata-se de uma campanha perpetuada ao longo do ano por uma rede já estabelecida de consultórios que vai abranger um país inteiro, de norte a sul”, sublinha à MAXILLARIS Pedro Trancoso, para quem Portugal passará a ter uma “capacidade de deteção de lesões que, sinceramente, não estou a ver comparação possível em nenhuma parte do mundo”.


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Perspetivas Este representante da OMD, que colaborou com a DGS na preparação do projeto, atribui aos médicos dentistas um papel preponderante em todo este processo, uma vez que “têm a capacidade de diagnóstico e as ferramentas adequadas, que se traduzem no bom acesso à cavidade oral. Isto torna-nos, sem esquecer o conhecimento próprio que temos da nossa área de formação, as pessoas mais indicadas para o despiste atempado destas lesões”.

OMD garante formação Na opinião de Pedro Trancoso, “é extremamente importante” fazer um diagnóstico atempado de prevenção, de modo a que os doentes, quando cheguem aos hospitais de referência da área oncológica, não apresentem lesões muito avançadas, como acontece hoje em dia. “Se atuarmos como parte ativa numa fase inicial do diagnóstico, será possível reduzir consideravelmente a taxa de mortalidade. Esse é o objetivo principal do programa”. Neste contexto, a OMD quer ter um papel ativo na formação, tanto ao nível da consciencialização da população para um tumor que assume contornos preocupantes em Portugal – é o sexto mais comum com uma taxa de mortalidade a cinco anos acima dos 50 por cento – como no alerta aos profissionais do setor para o papel que podem desempenhar na despistagem das lesões, “de modo a garantir não só a sobrevivência como a qualidade de vida dos doentes”.

Pedro Trancoso: Com este programa vamos ter, provavelmente, uma das melhores redes mundiais de deteção atempada de lesões tumorais na cavidade oral

A prioridade passa pela formação dos médicos dentistas neste domínio para que possam ser elegíveis perante a DGS para o reencaminhamento de doentes por parte dos clínicos gerais. “Vamos calibrar e habilitar os nossos colegas para fazerem a consulta de diagnóstico e de biopsia quando for necessário. O processo será montado muito à semelhança daquilo que existe hoje em termos de cheque-dentista”, antecipa Pedro Trancoso, clarificando que um médico dentista que queira estar envolvido neste programa “não tem obrigatoriamente que estar vinculado ao cheque-dentista que já existe”.

O contributo da APMDH Quem também se congratula com o novo projeto nacional é a Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar (APMDH), que desempenha há vários anos um papel destacado no domínio da prevenção do cancro da cavidade oral. Começou a preparar em 2007 (com início da divulgação em 2009) a campanha de auto-exame para prevenção do cancro oral, com o apoio institucional da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), do Grupo de Trauma e Emergência e da OMD. Na sequência de um protocolo celebrado entre a APMDH e a LPCC, iniciaram-se os trabalhos preparatórios que culminaram com a inauguração da Unidade de Estomatologia e Medicina Dentária, no Porto, que proporciona a consulta gratuita de diagnóstico precoce de cancro oral.

Pedro Trancoso, mestre em Medicina Oral e membro do Conselho Diretivo da OMD

Perante o anúncio do novo projeto da DGS, o presidente da APMDH, João Leite Moreira, comenta que “valeu a pena todo este trabalho” iniciado há seis anos pela associação. “Sem falsas modéstias, colocámos este assunto em discussão e as diferentes entidades têm

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Perspetivas vindo a responder. Se o projeto do Governo avançar, a excelência poderá ser atingida se houver sensibilidade para envolver todas as instituições que se têm preocupado, efetivamente, com este flagelo e nas quais não posso deixar de incluir a APMDH e a LPCC”. João Leite Moreira recorda que o cancro oral tem vindo a aumentar nos últimos anos em Portugal. “Esse crescimento estará associado a um aumento do consumo de álcool, tabaco e drogas em idades cada vez mais precoces, bem como a um início prematuro da atividade sexual”. No atual contexto de dificuldade económica, em que uma fatia crescente da população poderá ter cada vez mais dificuldades em aceder a cuidados de saúde oral, o mesmo dirigente alerta para a necessidade de “estarmos atentos e vigilantes”, porque a deterioração das condições de saúde oral “dará certamente um contributo no aumento do cancro oral no nosso país”. A APMDH presta apoio aos pacientes no âmbito do diagnóstico precoce de cancro oral, encaminhando depois os mesmos para várias instituições, entre as quais se destacam o Instituto Português de Oncologia do Porto e a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Muitos doentes que padecem das mais variadas patologias oncológicas – não confinadas apenas ao cancro oral – “procuram-nos em busca de conselhos que vão desde os mais ele-

Rui Calado e Marta Gromicho partilham a concepção e operacionalização do projeto da DGS.

“Médicos dentistas são parceiros essenciais” Os médicos Rui Calado, coordenador do projeto de Inter venção Precoce no Cancro Oral, e Marta Gromicho, que partilha a concepção e operacionalização do programa, explicam os fatores que motivam a nova estratégia e fazem o balanço geral da atuação da Direção Geral da Saúde no contexto da saúde oral. 60

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João Leite Moreira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar

mentares cuidados de higiene oral até à área da reabilitação oral e maxilofacial”. A APMDH procura orientá-los, da forma mais adequada, mesmo no que diz respeito à reabilitação oral e maxilofacial, “tantas vezes esquecida e que deve ser proporcionada a todos, in-

Que papel está reservado aos médicos dentistas neste projeto? Rui Calado. Os médicos dentistas são parceiros essenciais nesta estratégia, uma vez que hoje temos uma rede nacional destes profissionais, que nos garante o atendimento dos utentes do Serviço Nacional de Saúde e a realização de biopsias de imediato, sem qualquer dificuldade para o utente ou perda desnecessária de tempo. A Ordem dos Médicos Dentistas irá assegurar a formação dos seus associados, num processo de garantia de qualidade. Que grau de preocupação suscita o cancro oral entre as patologias do foro cancerígeno? Marta Gromicho. A preocupação é grande porque os dados da sobrevida aos cinco anos, em Portugal, revelam a existência de margem para a ocorrência de uma melhoria significativa, se diagnosticarmos a doença o mais precocemente possível. O cancro oral ocupa o sexto lugar dos cancros mais comuns em todo o mundo, correspondendo a cerca de 2,8 por cento de todos os cancros. Manifesta-se em cerca de mil portugueses por ano e é causa de morte de aproximadamente 500 pessoas. Com este projeto podemos inclusivamente diminuir o número de novos casos, em consequência do tratamento de lesões pré-malignas e aumentar a eficácia dos tratamentos em função de identificação precoce que, se realizada nos quatro níveis de inter-

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Perspetivas João Leite Moreira: Se o projeto do Governo avançar, a excelência poderá ser atingida se houver sensibilidade para envolver todas as instituições que se têm preocupado, efetivamente, com este flagelo

cluindo o doente em cuidados continuados, ainda que o tempo estimado de vida seja de semanas, dias, ou horas”, defende João Leite Moreira.

Estudo confirma escalada da doença Em Portugal são escassos os estudos epidemiológicos sobre cancro oral e os dados estatísticos existentes não permitiram até hoje uma análise dinâmica do que está a acontecer com esta doença nas últimas décadas. Por esta razão, o médico dentista Luís Monteiro liderou um estudo sobre a “Incidência do cancro no lábio, da cavi-

dade oral e da orofaringe em Portugal”, que foi publicado no Journal of Oral Pathology and Medicine. Este estudo, elaborado pelo Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU), em colaboração com o serviço de Epidemiologia do Instituto Português de Oncologia do Porto e com o King’s College de Londres (Reino Unido), apresenta o mais recente retrato destes três tipos de tumor e analisa, pela primeira vez, a variação das taxas de incidência nos últimos dez anos em território nacional. O autor revela à MAXILLARIS que as conclusões apontam para um “aumento significativo na incidência de cancro oral” em ambos os sexos ao longo da última década. Embora seja três a quatro vezes mais frequente nos homens, o maior aumento na incidência deste tipo de cancro foi verificado nas mulheres. Um dos resultados mais importantes deste trabalho refere-se ao aumento significativo do cancro da orofaringe em ambos os sexos, mas de uma forma mais evidente nos homens. Uma das razões mais apontadas para este facto é a infeção da mucosa orofaríngea pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) que cada vez é mais reportada em todo o mundo. A alteração no padrão de comportamentos sexuais nas últimas décadas poderá facilitar a infeção da mucosa oral por este vírus e estar relacionada com esta tendência de aumento do cancro da orofaringe. “Muito curioso foi verificar que o cancro do lábio diminuiu ao longo da última década, ao contrário do cancro da cavidade oral e

venção, poderá revelar efeito sinérgico dessas intervenções, com as vantagens que daí resultam.

lação correspondente a crianças e jovens mas também a outras populações vulneráveis.

Que balanço faz da intervenção da DGS na área da saúde oral? Rui Calado. No Dia Mundial da Saúde Oral a DGS apresentou os resultados preliminares do terceiro Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, relativos às crianças de 6 e 12 anos, os quais revelaram uma melhoria significativa nos índices de CPO, com uma clara evolução no sentido positivo (menos cáries) desde o início da intervenção nas populações escolares. No primeiro Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, realizado em 2000, as crianças de 12 anos apresentavam 79 por cento dos dentes cariados e em 2012 esse valor caiu para 32 por cento, o que revela que a utilização dos cheques-dentista e a intervenção precoce nas crianças e jovens proporcionam interessantes ganhos em saúde. O CPO total encontrado no estudo, em 2012, aos 12 anos, foi de 0,77 (inferior às metas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde – 1,5 em 2020), o que revela que Portugal se encontra ao nível dos países com melhor saúde oral na Europa e no mundo. Também a excelente cobertura da intervenção dirigida às grávidas deve ser realçada. No ano de 2012, a taxa de utilização de cheques-dentista em mulheres grávidas foi de 84 por cento, nos idosos de 89 por cento e nos indivíduos infetados com o vírus da imunodeficiência humana de 86 por cento, demonstrando que a intervenção não se cinge apenas à popu-

Que outras iniciativas ou programas poderão surgir, a curto ou médio prazo, em prol desta área da medicina? Rui Calado. Já estamos a pensar em novas iniciativas, eventualmente na área da medicina do trabalho, mas este possível desenvolvimento está ainda numa fase embrionária, pelo que será prematuro avançar com mais informação sobre esta matéria. Que estratégia nacional defende a DGS para uma solução mais eficaz e definitiva das lacunas que ainda existem em matéria de saúde oral? Marta Gromicho. O nosso objetivo é procurar abranger cada vez mais pessoas, de acordo com as suas vulnerabilidades e recursos disponíveis. Temos que ser criativos na mobilização de pessoas e meios. Mas a estratégia e o modelo, por estarem a provar muito bem, não deverão ser modificados nos próximos tempos. De facto, a utilização de cheques-dentista é adequada, tanto para os beneficiários como para os prestadores. As restrições orçamentais a que temos sido sujeitos não nos deixam grande margem de manobra para intervenções onerosas, pelo que a imaginação e a capacidade de alocação adequada dos recursos que nos são disponibilizados deverão ir sempre no sentido da prevenção da doença. MAXILLARIS MAIO 2013

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Perspetivas da orofaringe”, salienta Luís Monteiro. Este facto poderá estar relacionado com a existência de várias iniciativas já existentes de prevenção e informação do cancro da pele nomeadamente contra um dos seus fatores de risco – a excessiva exposição solar. Desde os anos 80, países europeus como Inglaterra, Dinamarca e Escócia têm vindo a mostrar um aumento do número de casos de cancro oral. Porém, os dados mais recentes mostram uma redução deste cancro no sexo masculino em países como Espanha, Irlanda, França, Suíça, Itália e Eslovénia. Pelo contrário, no sexo feminino parece haver um aumento da incidência de cancro oral um pouco por toda a Europa. “Curiosamente, no nosso país – como reportado no estudo – o cancro oral tanto está a aumentar no sexo feminino como no masculino”, refere Luís Monteiro. De resto, segundo as estimativas da Agência Internacional para a Pesquisa do Cancro (IARC na sigla em inglês), em 2008, Portugal terá sido o quarto país com mais casos de cancro oral nos homens em toda a Europa. “Tal situação poderá estar relacionada com o consumo elevado de tabaco e álcool nas últimas décadas e ausência de medidas preventivas verdadeiramente efetivas de combate ao tabagismo e alcoolismo até à última década em análise”. O cancro oral é uma doença com elevada taxa de mortalidade (acima dos 50 por cento). Porém, quanto mais avançado for o tumor pior é o prognóstico. Quando o diagnóstico é realizado numa fase inicial, 85 por cento dos doentes sobrevive, ao contrário dos que são diagnosticados em estado já muito avançado (apenas 15 por cento dos doentes resistem ao fim de cinco anos). “Infeliz mente, grande parte dos casos nacionais é detetada tardiamente. Muitos doentes fazem a primeira consulta de oncologia com tumores de grande tamanho e por vezes já com metástases”, constata o autor do estudo, para quem a deteção precoce de cancro oral “torna-se assim uma prioridade”.

Luís Monteiro: Infelizmente, grande parte dos casos nacionais é detetada tardiamente. Muitos doentes fazem a primeira consulta de oncologia já com tumores de grande tamanho

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Luís Monteiro, médico dentista e autor de um estudo sobre a incidência do cancro oral em Portugal Os rastreios de cancro oral realizados pela CESPU permitiram concluir que uma campanha bem organizada, devidamente calibrada e bem coordenada, com a cooperação de vários profissionais de saúde “será bem sucedida em Portugal e sem custos significativos”. Luís Monteiro considera que a formação e motivação dos médicos dentistas “são fundamentais”, defendendo que o processo deve ser orientado pela OMD com a ajuda de instituições de saúde ou de ensino com qualidade demonstrada nesta área. “Para proceder ao diagnóstico apenas é necessário o olho clínico que todo o médico dentista português do século XXI deve ter”, sustenta. Relativamente à evolução do tratamento deste tipo de patologia, Luís Monteiro considera que este deverá continuar alicerçado na cirurgia, radioterapia e quimioterapia, mas admite que dois novos conceitos deverão destacar-se: a caracterização da “personalidade tumoral” e o tratamento molecular dirigido a alvos tumorais específicos. “Estes fatores, juntamente com os novos avanços na medicina, incluindo a oncobioterapia molecular, a nanotecnologia, ou a terapia genética, contribuirão para uma maior seletividade tumoral e eficácia das modalidades de tratamento, bem como para a redução dos seus efeitos colaterais, aumentando a sobrevivência dos doentes ou pelo menos tornando o tumor numa doença crónica controlável”. Apesar das novas perspetivas que se abrem neste campo, o investigador conclui que a principal “arma” no combate ao cancro oral “será a prevenção”.


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Missão voluntária Joana Dias

higienista oral

Natural de: Costa da Caparica. • Idade: 25 anos. Formação: Licenciada em Higiene Oral pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa; estudante de Medicina Dentária na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (2008). • Prática: Lisboa.

A saúde oral ainda é uma área muito negligenciada Joana Dias foi a primeira higienista oral a participar num projeto internacional de voluntariado sob a égide da associação Mundo a Sorrir. Já cumpriu duas missões em Cabo Verde e, mais recentemente, esteve em São Tomé e Príncipe para programar um novo projeto solidário, com início previsto para o segundo semestre deste ano. A jovem voluntária, que decidiu juntar à sua formação na área da higiene oral a licenciatura em Medicina Dentária – frequenta atualmente a Universidade do Porto –, não tem dúvidas quanto à principal recompensa do voluntariado “são os sorrisos que recebemos em sinal de gratidão pelo nosso trabalho solidário”.

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Missão voluntária Como surgiu a sua ligação ao universo do voluntariado? Esta ligação ao mundo do voluntariado surgiu quando ainda estudava higiene oral. Durante umas férias de verão, fui voluntária num programa para jovens no centro paroquial da minha residência, na área da assistência educacional. Durante o curso, também integrei um projeto de solidariedade médico-social e, em 2010, conheci a Mundo a Sorrir, onde fui a primeira voluntária higienista oral a participar num projeto internacional. Em que projetos esteve (ou está) envolvida? Em termos de projetos internacionais, estive duas vezes na Ilha do Fogo, em Cabo-Verde (em 2010 e 2011), e desloquei-me a São Tomé e Príncipe, no ano passado, numa primeira visita para programar um novo projeto que vai começar no final do próximo verão. A nível nacional, já fiz parte de vários projetos. Os últimos foram: Sorrir de Norte a Sul, Clínica CASO e Aprender a Ser Saudável. Neste momento, coordeno o projeto Aprender a Ser Saudável na zona do Porto, que está a decorrer em escolas do primeiro ciclo, e já abrangemos mais de 1.250 crianças. Que recordações guarda das duas missões que realizou em Cabo Verde? Relativamente às minhas experiências em Cabo Verde, muito poderia dizer ou escrever. Contudo, a transmissão para o papel é algo muito difícil de se fazer, pois são mui-

Joana Dias considera que as suas duas passagens por Cabo Verde “conciliam o melhor a nível profissional, humanitário e emocional”.

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As dificuldades sentidas como voluntária são diferentes de projeto para projeto e de lugar para lugar. Em Cabo Verde, sentiam-se ao nível básico de saúde, como a falta de água potável em certas escolas, ou no acesso a certas comunidades

tos os momentos e histórias que gostava de contar. Apenas poderei dizer que estas passagens pela Ilha do Fogo conciliam o melhor a nível profissional, humanitário e emocional. Torna-se absolutamente surpreendente trabalhar num contexto em que a melhor recompensa se converte em receber sorrisos e carinhos. Quais são as principais dificuldades que sente no trabalho como voluntária? As dificuldades sentidas como voluntária são diferentes de projeto para projeto e de lugar para lugar. Por exemplo, em Cabo Verde sentiam-se ao nível básico de saúde, como a falta de água potável em certas escolas, ou simplesmente no acesso a certas comunidades. Em Portugal as dificuldades vão variando, dependendo dos projetos em curso. Neste momento, uma das maiores dificuldades no projeto Aprender a Ser Saudável, que leva a escovagem diária às escolas, está relacionada com a aceitação e o tempo disponível da parte dos professores. Felizmente, isto não acontece em todas as escolas. No que diz respeito à angariação de voluntários, o processo nem sempre é fácil, mas acabamos sempre por arranjar excelentes grupos de trabalho. Existe também uma dificuldade em conseguir que mais colegas se envolvam nos nossos projetos, pois muitas vezes não compreendem a importância comunitária e de saúde pública na saúde oral. Qual é a principal recompensa desta atividade? São, sem dúvida, os sorrisos que recebemos em sinal de gratidão pelo nosso trabalho solidário.


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Missão voluntária

As higienistas orais Joana Dias (à direita na foto) e Sónia Santos com crianças caboverdianas, durante uma missão humanitária organizada pela Mundo a Sorrir.

O que diria aos seus colegas de profissão com o fim de os motivar para a causa do voluntariado? Para mim, ser voluntária é tentar ajudar quem mais precisa sem sentir necessidade de uma recompensa. É algo que se sente – e cada pessoa pode encontrar esse sentimento por dentro –, não é algo que se possa procurar nos outros. Nem todas as pessoas se adaptam ou sentem vontade de realizar algum tipo de voluntariado. Por isso, o que posso dizer é que quem realmente sentir vontade de ajudar de algum modo dentro da nossa profissão, sendo médico dentista, higienista oral ou protésico, tem essa oportunidade na Mundo a Sorrir. Ajudar no contexto de uma ONG é sempre mais fácil e recomendado, pois vemos a nossa ajuda ter efeito prático e maior impacto nas pessoas. À margem da sua faceta de voluntária, o que a atrai na Medicina Dentária? A saúde oral, tanto em Portugal como em muitos outros países, ainda é uma área muito negligenciada. Há muito a fazer para mudar este paradigma e compete-nos – ou seja, aos médicos dentistas, higienistas orais ou protésicos – mudar esta situação. Como analisa o atual panorama na sua área profissional? Desde criança que gosto da área da saúde e a partir do momento em que passei muito tempo no consultório den-

tário comecei a reparar na profissão com outro olhar. Quis seguir algo nesta área. Em 2005, fiquei colocada na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (no curso de Higiene Oral) e, ao longo dos anos, fui ficando apaixonada pelo estudo da saúde oral. Hoje em dia, após alguma experiência profissional e de voluntariado, estudo Medicina Dentária de modo a abrir os meus horizontes e poder fazer um pouco mais por aqueles que precisam. Estava precisamente em Cabo Verde, na minha primeira missão internacional como voluntária da Mundo a Sorrir, quando soube da colocação no novo curso, o que na altura fez todo o sentido para mim, apesar da crise no setor que se fazia e faz sentir em Portugal. Apesar da falta de emprego e da quantidade assustadora de médicos dentistas desempregados, quando se gosta do que se faz, isso acaba por ser o mais importante. Não nos podemos esquecer que a saúde oral ainda é muito desvalorizada pelas populações, tanto em Portugal como no mundo. É importante observar que existem muitas populações desfavorecidas, sem acesso aos cuidados básicos da saúde oral, portanto, há muito trabalho para desenvolver. O que é preciso é o empenho de todos os intervenientes – universidades, ordens, associações e organizações não governamentais – para valorizarmos a saúde oral junto da população.

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Calendário de cursos

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

Curso de estratificação de compósites

Título de especialista em estética dentária

Com o objetivo de melhorar os resultados clínicos nas reconstruções de compósites no setor anterior, nos dias 14 e 15 do próximo mes de junho, a médica dentista espanhola Silvia del Cid dará uma classe magistral em Lisboa, organizada pela Ivoclar Vivadent. Os participantes vão ter a oportunidade de conhecer as possibilidades que oferece o sistema IPS Empress Direct no que respeita a opacidade, translucidez e efeitos.

A Ceodont realiza uma nova edição deste curso, ministrado por Mariano Sanz Alonso, Manuel Antón Radigales e José A. de Rábago Vega. O programa consta de sete partes: • 1. Cirurgia plástica periodontal; de 31 deste mês a 1 de junho. • 2. Cirurgia mucogengival e estética; 5 e 6 de julho. • 3. Restauração com compósites I; 25 e 26 de outubro. • 4. Restauração com compósites II; 29 e 30 de novembro. • 5. Capas de porcelana I; 17 e 18 de janeiro de 2014. • 6. Capas de porcelana II; 14 e 15 de fevereiro de 2014 • 7. Coroas de recobrimento total e incrustações; 21 e 22 de março de 2014.

Ivoclar Vivadent. www.ivoclarvivadent.es

Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ESTÉTICA

IMPLANTOLOGIA

Seminário e curso avançado de branqueamento dentário

Complicações em implantologia

Linda Greenwall, especialista em branqueamento dentário, odontologia estética, dentisteria restauradora e protése, realiza nos dias 23 e 24 deste mês, em Penafiel, um seminário avançado em branqueamento dentário e um curso teórico-prático sobre o mesmo tema. Esta professora honorária do Kings College London Dental Institute (Inglaterra) e conferencista de renome internacional vem a Portugal a convite da Douromed e da SDI, marca da qual a Douromed é distribuidora exclusiva em Portugal.

No dia 14 deste mês, o Auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto vai acolher uma sessão (com entrada livre) subordinada ao tema “Complicações em implantologia”, que terá como protagonista o médico dentista João Tiago Ferreira. Nesta apresentação – ao abrigo da iniciativa “Noites da SPEMD”, organizada pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária – o orador irá abordar a resolução de algumas complicações mecânicas, tais como as técnicas de remoção de parafusos e abutments fraturados, entre outras.

Douromed. www.douromed.com

SPEMD. formacao.porto@spemd.pt

IMPLANTOLOGIA

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IMPLANTOLOGIA

Cirurgia e prótese sobre implantes

Novas técnicas cirúrgicas em implantologia

A Ceodont (Grupo Ceosa) prossegue a sua formação na área de cirurgia e prótese sobre implantes, sob a orientação de Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, com a colaboração de Bertil Friberg. Eis os restantes módulos do programa: • 3. Prótese sobre implantes; de 16 a 18 deste mês. • 4. Curso sobre cadáveres e cirurgia e prótese em casos complexos; de 20 a 22 de junho.

A IDI anuncia o seu primeiro simpósio em parceria com a Universidade de Nova Iorque, subordinado ao tema “Novas técnicas cirúrgicas para melhorar os resultados em implantologia”. Esta ação de formação terá lugar nos dias 17 a 19 de junho, em Nova Iorque (Estados Unidos). O programa inclui trabalhos práticos com implantes IDI. Os participantes receberão um certificado passado pela Universidade de Nova Iorque.

Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Sinusmax. 229 377 749 - formacao@sinusmax.com

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Calendário de cursos

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IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

Nova edição do curso de implantes dentários

Curso clínico de implantologia

No próximo dia 1 de junho celebra-se, em A Pobra do Caramiñal (A Coruña, Espanha), a sétima edição do curso “Os implantes dentários: uma solução para os seus pacientes”, organizado pela DENTSPLY Implants e dirigido pelo médico dentista espanhol Gonzalo López Castro. Esta ação formativa tem como objetivo principal, tal como nas passadas edições, tratar dos temas mais atuais e de maior interesse no campo da implantologia.

Vai ter lugar em Cascais, entre os dias 9 e 16 deste mês, um curso clínico de implantologia avançada, organizado pela Microdent e sob a orientação de Holmes Ortega. Esta formação tem como base o diagnóstico, a análise e os progressos em cirurgia. O programa inclui cirurgias de forma progressiva, desde as mais básicas até às mais complexas, e a transmissão dos criterios das diferentes causas e consequências de cada ato cirúrgico. Os participantes poderão realizar diferentes tipos de técnicas que posteriormente serão analisadas mediante acompanhamento fotográfico.

DENTSPLY Implants. www.dentsplyimplants.es

Microdent. www.microdentsystem.com

ORTODONTIA

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ORTODONTIA

OMD organiza curso de ortodontia lingual

Oclusão no dia a dia

No âmbito do programa anual do Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas, vai ter lugar no dia 20 deste mês, em Lisboa, um curso subordinado ao tema “Ortodontia lingual: porque não?”, orientado pelo médico dentista Marcus Veiga. O programa abordará temas como os aspetos especiais da colagem indireta, a seleção do aparelho adequado para as diferentes maloclusões ou a mecânica eficiente para o movimento dentário em massa. Está prevista a apresentação de casos clínicos.

No âmbito da iniciativa “Noites da SPEMD”, realiza-se no dia 29 deste mês, num hotel de Coimbra, uma sessão (com entrada livre) subordinada ao tema “Oclusão no dia a dia: ciência ou mecânica?”. Esta formação, que será ministrada pelo médico dentista Luís Redinha, tem por objetivo desmistificar a oclusão clínica, propondo uma abordagem e protocolos simplificados para a avaliação e execução dos trabalhos de reabilitação oral.

OMD. 226 197 690 - www.omd.pt

SPEMD. formacao.coimbra@spemd.pt

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Calendário de cursos

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ORTODONTIA

ORTODONTIA

Formação sobre ortodontia prática

Formação contínua em ortodontia

Esta formação da Ledosa divide-se em dois cursos. Um deles é dedicado à temática “Técnica de aparelho fixo de baixa fricção”, cujos restantes módulos são: • 3. Cimentado e biomecânica; de 9 a 11 deste mês. • 4. Estudo da Classe II; de 13 a 15 de junho. • 5. Estudo da Classe III; de 11 a 13 de julho. O outro curso centra-se na “Técnica de autoligado e ortodontia multidisciplinar”, com os módulos: • 1. Diagnóstico atual e introdução ao autoligado estético; de 12 a 14 de setembro. • 2. Biomecânica avançada e autoligado; de 3 a 5 de outubro. • 3. Ortodontia multidisciplinar; de 7 a 9 de novembro.

Inicia-se no dia 20 deste mês nas instalações da clínica Construimos Sorrisos, em Lisboa, a 11ª edição do curso clínico de formação contínua em ortodontia, ministrado por Cristina Baptista e Ana Delgado. Dividido em 15 módulos de carácter clínico, o programa do curso visa, entre outros objetivos, dar a conhecer o diagnóstico e a execução de um plano de tratamento, divulgar materiais e técnicas ortodônticas, melhorar a comunicação, imagem e marketing, desenvolver conceitos de liderança e colaborar nos casos clínicos que os alunos tenham da sua clínica privada.

Ledosa. (0034) 915 540 979 - cursos@ledosa.com - www.ledosa.com

Construimos Sorrisos. 213 012 134 - formacao@construimos-sorrisos.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

Adesão vs meios auxiliares de retenção

Curso de sedação consciente

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas organiza no dia 27 deste mês, em Faro, um curso centrado na temática “Adesão vs meios auxiliares de retenção”, orientado pelo médico dentista Hugo Costa Lapa. O programa do curso abordará os conceitos de adesão e biomimética, considerados indissociáveis e fundamentais na atual Medicina Dentária reabilitadora, uma vez que são eles que permitem a realização de tratamentos ultraconservadores e naturais, mas simultaneamente tão resistentes como um dente natural.

A Malo Clinic Education agendou para 4 e 5 de outubro próximo a 12ª edição do curso de sedação consciente, que abordará temas como as técnicas de administração clínica, entre outros, seguidos por uma sessão prática e por uma cirurgia em direto com sedação consciente. Lecionado por Filipa Maria Roque, Ana Ferro e Rodolfo Morganho, com o apoio de outros membros da equipa clínica da Malo Clinic, o curso pretende mostrar como introduzir a sedação consciente com protóxido de azoto e oxigénio na prática clínica diária de uma forma simples, e centra-se na segurança e na utilização prática da sedação em adultos e crianças.

OMD. 226 197 690 - www.omd.pt

Malo Clinic. 217 247 080 - education@maloclinics.com

VÁRIOS

VÁRIOS

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Sessão formativa sobre controlo de gestão

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

O especialista em marketing Dilen Ratanji é o protagonista de uma sessão formativa (com entrada livre) dedicada ao tema “Controlo de gestão: caminho para o sucesso da sua clínica”, que a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária agendou para o dia 19 de junho, em Coimbra. Esta sessão, ao abrigo da iniciativa “Noites da SPEMD”, visa sensibilizar a audiência para a importância de um controlo de gestão regular, analisando os principais indicadores de desempenho do negócio, de forma a poder definir planos de ação de gestão estratégica e marketing.

A Ledosa organiza este curso, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), que transmite formação adequada e personalizada para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Com o fim de garantir uma formação de qualidade, o curso decorrerá com um número reduzido de alunos, de acordo com o seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado.

SPEMD. formacao.coimbra@spemd.pt

Ledosa. (0034) 915 540 979 - cursos@ledosa.com - www.ledosa.com

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Congressos e reuniões

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Faculdade de Coimbra celebra reunião anual

VII Congresso de ortodontia na Universidade do Porto

VIII Jornadas da Universidade Católica Portuguesa

A Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra vai realizar, de 23 a 25 deste mês, a XXII reunião anual de Medicina Dentária e Estomatologia, que decorrerá no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. De acordo com a organização, presidida por José Pedro Figueiredo, o programa científico é inteiramente transversal às diversas áreas da Medicina Dentária. Foi pensado com base nas necessidades dos profissionais e dos seus doentes, orientando-o essencialmente para a resolução de problemas da clínica diária. Neste contexto, estão previstos cursos teóricos e práticos em áreas cruciais do exercício profissional.

O Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto vai acolher, entre os dias 12 e 14 do próximo mês de setembro, a sétima edição do congresso de ortodontia. Este encontro abordará, entre outros temas, os últimos avanços nas técnicas autoligável e lingual e contará com as intervenções dos médicos dentistas espanhóis Álvaro Larriu, Francisco González-Dans e María Dolores Oteo. A nível nacional, estão confirmados Carlos Mota, Fernando Peres, Francisco Vale, Marcus Veiga, Maria Manuel Brito e Teresa Alonso.

A oitava edição das Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Católica Portuguesa (Viseu) estão programadas para os dias 16 e 17 deste mês. O programa científico abordará temas como a cirurgia ortognática, a medicina dentária baseada na evidência, a estética e implantologia e a cirurgia oral. Estão previstas conferências de Carlos Silva, Horácio Costa, Travis Nelson, Márcio da Fonseca António Mata e João Pimenta, para além de cursos orientados por Jorge Ferreira da Costa (fotografia e imagiologia) e Pedro Mesquita (implantologia oral na perspetiva da assistente dentária).

congressoortodontiafmup@gmail.com

www.jornadasucp.pt

md@fmed.uc.pt

XXVII Jornadas da FMDUL realizam-se este mês

Porto acolhe próxima edição do congresso da SPEMD

Congresso anual da OMD regressa a Lisboa

As XXVII Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa vão realizar-se nos dias 16 a 18 deste mês. Com uma participação média de 700 profissionais e estudantes, estas jornadas pretendem mostrar aos profissionais da área da saúde oral e de forma abrangente, as últimas novidades e técnicas inovadoras neste campo. O programa contará com a presença de um conjunto prestigiado de oradores nacionais e estrangeiros, que se destacam pela sua competência científica e técnica. Serão também realizados vários cursos teórico-práticos, abordando diversos temas da saúde oral.

A 33ª edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai ter lugar nos dias 11 e 12 de outubro, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda (Porto). O programa científico procurará refletir os últimos progressos em áreas da Medicina Dentária como a cirurgia, a implantologia, a reabilitação oral sobre implantes, a patologia oral, a endodontia, a dentisteria estética, a odontopediatria e os branqueamentos dentários, entre outras. Está prevista a participação de oradores de elevado nível.

O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas regressa este ano ao Centro de Congressos de Lisboa. A 22ª edição do principal evento nacional do setor dentário está agendada para os dias 21 a 23 de novembro. De acordo com a Comissão Organizadora, presidida por Jaime Mota, está garantida a presença em Lisboa de vários conferencistas de renome mundial, entre os quais o italiano Carlo Tinti (periodontologia), o francês David Nisano (implantologia), o belga Jan Berghmans (endodontia), o espanhol Juan Boj (odontopediatria) e o brasileiro Paulo Conti (oclusão).

www.spemd.pt

www.omd.pt

jose.fernandes@fmd.ul.pt

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Congressos e reuniões

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6º Congresso SPED agendado para junho

Congresso europeu de endodontia celebra-se em Lisboa

Dublin organiza em outubro congresso anual da EAO

A cidade do Porto volta a acolher o congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária, cuja sexta edição está marcada para os dias 7 e 8 de junho próximo. O programa deste ano, que volta a privilegiar a interação entre técnicos de prótese e médicos dentistas, contará com as intervenções de Hugo Costa Lapa, Inês Faria, Íñigo Casares, João Carlos Roque, João Fonseca, João Pimenta e Zsolt Kovacs. A segunda jornada do congresso será preenchida com uma conferência do prestigiado médico dentista espanhol Iñaki Gamborena, dedicada à temática “Tratamentos previsíveis: estética em dentes e implantes”.

O Centro de Congressos de Lisboa vai ser o cenário da 16ª edição do congresso europeu de endodontia, agendado para os dias 12 a 14 de setembro próximo. Este encontro bienal, organizado pela Sociedade Europeia de Endodontia, reunirá os maiores especialistas internacionais neste campo da Medicina Dentária. O programa inclui uma exposição comercial (numa área de mais de 1.500 metros quadrados) que dará a conhecer aos congressistas os últimos instrumentos e materiais ao serviço dos profissionais do setor.

A 22ª edição do congresso anual da Associação Europeia de Osseointegração (EAO na sigla em inglês) vai ter lugar de 17 a 19 de outubro deste ano, em Dublin (Irlanda). A organização do evento espera atrair à capital irlandesa cerca de 3.000 profissionais de Medicina Dentária, estando igualmente prevista a presença de mais de 80 empresas internacionais do setor na exposição comercial que irá decorrer paraIelamente ao programa científico da EAO.

www.spedportugal.com

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www.e-s-e.eu

www.eao.org


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Novidades da indústria

ND Novidades maioPT_Maquetación 1 29/04/13 10:19 Página 78

Novos blocos IPS e.max Cad

Nova geração de turbinas contact@sirona.com www.sirona.es

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

Com o lançamento dos novos blocos para pontes e implantes, o raio de ação de IPS e.max amplia-se com vista a completar o sistema de disilicato de lítio da Ivoclar Vivadent. IPS e.max Cad Abutment é um novo conjunto de pilares de implante híbridos Cad-Cam personalizados e coroas-pilar para implantes, a eficiente solução “dois em um”, para dentes individuais das zonas anterior e posterior. IPS e.max Cad Veneering, por seu lado, é sinónimo de alta resistência no fabrico de estruturas de recobrimento de óxido de zircónio para pontes sobre dentes ou implantosuportados.

A Sirona lança ao mercado una série de turbinas de alta potência que, graças ao seu reduzido tamanho e ao baixo nível de ruído, aumentam de forma considerável a comodidade dos profissionais e pacientes. A nova geração de turbinas da marca alemã apresenta maior potência e melhor controlo. As linhas de turbinas Premium, Comfort e Economy oferecem a ferramenta adequada para cada necessidade. O desenho e a ergonomia da Sirona estão bem patentes nestes novos instrumentos, que se ajustam perfeitamente à mão do médico dentista. O material, esterilizável e desinfetável, proporciona um excelente manuseamento e é fácil de limpar. Todas as turbinas podem ser conetadas através da interface Click&Go, desenvolvida pela Sirona, com todas as variantes de encaixe convencionais.

Linha completa para aumento ósseo

Cimento compósite Multilink Hybrid Abutment (0034) 932 643 560 www.dentsplyimplants.es

A DENTSPLY Implants coloca à disposição dos seus clientes Frios, uma ampla gama de instrumentos e produtos para o aumento de osso. Esta linha de produto é composta por um conjunto de serras desenhadas pelo médico dentista alemão Fouad Khoury (MicroSaw), o kit de elevação de seio SinusSet, as micro taxas FixationSet, as membranas BoneShield, bem como o substituto ósseo Algipore, uma hidroxiapatita vegetal, altamente porosa, obtida a partir de algas marinhas.

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(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

Chega ao mercado Multilink Hybrid Abutment, um cimento compósite autopolimerizável que assegura uma aderência excelente e resistente entre a estrutura cerâmica de disilicato de lítio ou óxido de zircónio numa base de titânio. Este cimento foi especialmente desenvolvido para a cimentação de pilares de implante personalizados. Graças aos seus níveis de opacidade, Multilink Hybrid Abutment consegue uma ótima estética, mimetizando por completo a base do pilar com a restauração. Este produto torna-se, assim, no parceiro ideal para os blocos IPS e.max Abutment Solutions.


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Fotos: Paula Flores.

Troia: refúgio turístico para todos os gostos

Situada a pouco mais de 50 quilómetros da capital, a península de Troia tem inúmeros atrativos que satisfazem todas as expetativas turísticas: praias de areia fina e mar cristalino, paisagens naturais de sonho, ruínas romanas – entre outros monumentos – e uma variada oferta de desportos náuticos e terrestres. O clima temperado aliado à deslumbrante paisagem da região, onde o azul do mar se mistura com o verde da serra, faz de Troia o refúgio perfeito para uns dias de lazer em qualquer época do ano.

estuário que se encontra uma população residente de golfinhos-roazes, um caso único no país e pouco vulgar na Europa.

A praia de Troia-Mar, banhada pelo Atlântico, oferece um cenário de extrema beleza natural dominado pelo contorno da imponente Serra da Arrábida. Trata-se de uma praia de fácil acesso que possui infraestruturas de apoio, tais como uma escola de vela e windsurf e espaços equipados para a prática de voleibol, futebol e rugby. Já as praias do Bico das Lulas e Atlântica, com um extenso areal rodeado de dunas de areia branca, são banhadas por um mar tranquilo, onde por vezes é possível observar os golfinhos a nadar ao largo.

Os complexos turísticos de Troia oferecem ainda diversas estruturas para a prática do desporto, entre as quais se destaca um campo de golfe de 18 buracos, desenhado pelo arquitecto norte-americano Bobby Jones, com uma vista esplendorosa sobre o oceano. Além do golfe, os visitantes mais ativos encontrarão infraestruturas para a prática de desportos como a caça submarina, o ski aquático e a vela, entre outros, para além de uma variada oferta de atividades ao ar livre, entre as quais se destacam os passeios em todo o terreno, em quadriciclo ou a cavalo.

A península de Troia e a sua zona envolvente proporcionam belos passeios na natureza. A pé, de carro ou de barco, os turistas podem aventurar-se pela riqueza das paisagens e conhecer a invulgar flora e a fauna que nelas habitam. A começar pela imponente Serra da Arrábida, que se estende sobre o Atlântico, a cerca de 500 metros de altitude, ao longo do litoral entre Setúbal e Sesimbra. De constituição calcária, esta serra é hoje uma das re presentações da vegetação mediterrânica mais rara do mundo, graças à sua flora diversificada. Por seu lado, a Reserva Natural do Estuário do Sado abrange uma área de 23.160 hectares, que pode ser explorada através de cruzeiros ou circuitos em jipe, que oferecem momentos inesquecíveis. É neste

Situada no extremo norte da península, confrontando o rio Sado, a marina de Troia tem capacidade para 184 embarcações de recreio. Este espaço junto à linha de água proporciona aos visitantes uma área de esplanadas e estabelecimentos comerciais e de lazer.

Os aficionados da História encontrarão em Troia um interessante espólio arqueológico. Com vestígios da atividade industrial e religiosa dos romanos, é possível explorar as ruínas de vários núcleos de fábricas ligadas à conserva de peixe, da basílica paleocristã e da Necrópole, entre outras relíquias.

A península de Troia tem uma vasta oferta turística que inclui atividades náuticas, um inovador casino e a prática do golfe, entre muitos outros motivos de atração.

Um dos empreendimentos turísticos mais recentes da península de Troia é o casino. Inaugurado em janeiro de 2011, tem uma área de cerca de 4.000 metros quadrados e distingue-se pela inovação da oferta, pela arrojada aquitectura contemporânea e pelos equipamentos multimédia. Esta nova atração turística constitui apenas o mais recente motivo para umas férias completas num refúgio de sonho... a dois passos de Lisboa.

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Página empresarial

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Conexão celebra conferência em Lisboa

Visita guiada às instalações da Carestream

A Conexão reuniu na sua sede em Lisboa, no passado dia 4 de abril, dezenas de profissionais do setor para assistirem à conferência “A versatilidade de um sistema de implantes dentários”. Durante a sessão, o médico dentista Fernando Guerra apresentou a linha de implantes Gold-Flash, Torq, Easy Grip, Master Easy e Short, os quais já estão à disposição do mercado português. Na mesma ocasião, o médico dentista Nuno Ventura fez uma exposição sobre a parte Instrumental e componentes protéticos, ao passo que os seus colegas Sandra Ferreira e Eugénio Pereira apreConexão divulga sistema de implantes. sentaram casos clínicos.

Um grupo de jornalistas de Espanha, incluindo um representante da MAXILLARIS, visitou no passado mês de março as instalações da Carestream Dental em Paris (França), onde foi recebido por vários dirigentes da empresa e teve a oportunidade de conhecer, numa visita guiada, o sofisticado processo de produção e distribuição dos produtos da marca. É na central parisiense que se realiza a maior parte do desenvolvimento, investigação, desenho e suporte de todo o equipamento digital da Carestream A partir da esquerda, os responsáveis pelas diferentes áreas Dental.

213 304 634 - www.conexao.com.br

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da Carestream: Bruno Merry, Norbert Gele, Sylvie Bothorel, Miguel Piedrafita, Paul Maurin e Philipe Maillet.

937 237 776 - www.carestreamdental.com

Goldentav expõe unidades dentárias em Barcelona

Ivoclar Vivadent destaca participação no salão IDS

A Goldentav marcou presença no Fórum Dentário Internacional, que decorreu em Barcelona (Espanha) entre os dias 11 e 13 de abril passado. A empresa portuguesa aproveitou o concorrido certame espanhol, que se realiza de dois em dois anos, para apresentar as suas unidades dentárias, juntamente com o seu distribuidor para a zona da Catalunha (M&G Medical), as quais tiveram grande recetividade pelos médicos dentistas. Para isso terá contribuido a relação qualidade-custo e o design moderno que caracterizam as uniGoldentav esteve presente no Fórum de Barcelona. dades exibidas em Barcelona.

A Ivoclar Vivadent considera muito positivo o balanço da sua participação na 35º edição da feira de Colónia (IDS), que reuniu no passado mês de março mais de 2.000 expositores e atraiu largos milhares de visitantes. A empresa destaca a grande afluência de público às suas instalações no certame, não apenas para tomarem conhecimento das ofertas e promoções disponíveis como também para poderem experimentar a principal novidade do ano: o Stand da Ivoclar Vivadent na feira de Colónia. compósite Tetric EvoCeram Bulk Fill.

224 884 026 - www.goldentav.com

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

Henry Schein volta a figurar na lista da revista Fortune

Normon associa-se às jornadas de branqueamento dentário

A Henry Schein foi nomeada pelo 12º ano consecutivo para a lista que a revista Fortune dedica às empresas mais admiradas do mundo. Este ano, a Henry Schein conquistou o primeiro lugar no seu setor em cinco de nove categorias: responsabilidade social, competitividade global, qualidade de gestão, qualidade de produtos/serviços e uso de ativos empresariais. Ocupa o segundo lugar entre outras empresas do setor nas quatro categorias restantes: inovação, gestão de pessoal, investimento de longo prazo e solidez financeira. Stanley M. Bergman, presidente e diretor executivo da empresa destaca em particular a mais alta classificação nas categorias de responsabilidade social e competitividade global, uma vez que isso revela que a Henry Schein está a provar que é possível “fazer bem fazendo o bem” e que ser um cidadão empresarial responsável “é um bom negócio".

O laboratório farmacêutico Normon esteve presente nas jornadas de branqueamento dentário que tiveram lugar no Porto, no passado dia 9 de março. Normon ocupou um dos stands centrais da exposição comercial, onde facilitou informação sobre os seus produtos e esCartaz das jornadas que decorreram no Porto. teve em contacto com os congressistas e profissionais do setor que aderiram às jornadas. Este evento contou com a presença de destacados oradores internacionais, que apresentaram as tendências mais inovadoras para fortalecer os conhecimentos da práctica clínica mais avançada.

www.henryschein.com

(0034) 918 065 240 - www.normon.es

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Conexão faz balanço do certame de Colónia

Ivoclar Vivadent e 3Dental formalizam protocolo

A Conexão voltou a marcar presença na última edição do salão IDS, que decorreu em Colónia (Alemanha), no passado mês de março. A participação da empresa brasileira no certame mundial da indústria dentária “superou as expetativas, na medida em que se encetaram bons contatos para a introdução da marca em mercados da Europa, Médio Oriente e África”, afirma Júlio Amorim, dirigente da Conexão Europa, destacando a presença no stand da empresa de líderes de opinião do setor dentário, como Francis Coachman.

A Ivoclar Vivadent assinou um acordo de colaboração com a 3Dental ao abrigo do programa de Sócios de Fresado Autorizado. Este protocolo constitui uma oportunidade para os laboratórios dentários de reunir as mais-valias de ambas as companhias: a Ivoclar Vivadent opera no campo das soluções estéticas, ao passo que a 3Dental fornece tecnologia e soluções Cad-Cam. O acordo entre as duas empresas centra-se na cerâmica de gama alta e nos materiais de compósite. A 3Dental beneficiará do facto de poder juntar à sua estrutura de serviços os materiais de cerâmica sem metal da Ivoclar Vivadent, tais como IPS e.max Cad e IPS Empress Cad. Além disso, poderá aproveitar as vantagens do compósite Telio Cad para a manufatura de uma ampla gama de restaurações temporárias.

213 304 634 - www.conexao.com.br

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

A partir da esquerda, Xavier Boadas, Export Manager; Nuno Tomé, Area Sales Manager; João Vaiano, Sales Manager e Júlio Amorim, Nacional Business Manager.

Página empresarial

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Douromed inaugura sucursal em França

Sirona apresentou 25 novidades em Colónia O stand da Sirona na última edição da feira de Colónia (IDS 2013) bateu um novo recorde, já que um total de 25 novidades foram apreciadas por um grande número de visitantes de todo o mundo, durante os cinco dias do certame. A Sirona apresentou uma série de inovações em todas as áreas da medicina dentária: Cad-Cam e sistemas radiológicos, unidades de tratamento, instrumentos e equipamento de higiene. Além dos novos produtos, as soluções integrais ocuparam também o centro das atenções, com destaque para as capacidades da Sirona na combinação de diferentes tecnologias digitais. Nas três concorridas áreas temáticas sobre a integração de sistemas em implantologia, endodontia e ortodontia, os visitantes tiveram oportunidade de experimentar as vantagens de um fluxo de trabalho digital completo na consulta e no laboratório. contact@sirona.com - www.sirona.com

Sucursal da empresa está sedeada em Orleans.

Inserido no projecto de expansão e internacionalização da empresa, a Douromed inaugurou, no passado mês de janeiro, uma sucursal em França, sob a designação de Centremed. Sediada em Orleans (a cerca de 100 quilómetros de Paris), a nova empresa pretende oferecer aos clínicos franceses as mesmas soluções e apostas, em matéria de equipamento dentário, que a Douromed já disponibiliza em Portugal há mais de 12 anos. 224 152 279 - www.douromed.com

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Prazo próxima edição: dia 20 de junho (número de julho/agosto 2013)

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