REVISTA MAXILLARIS Nº 120

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PORTUGAL

ciência e atualidade do setor dentário

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ano xvii

Novembro/Dezembro 2021 |

no 1 2 0

OBJETIVA CLÍNICA

Bruno Seabra explica os contornos da fotografia dentária com telemóveis

Os desafios da cirurgia oral

PONTO DE VISTA

Jorge Ferreira da Costa traça o panorama da radiologia dentária

30º CONGRESSO DA OMD

Cimeira de Braga atraiu perto de 4.000 participantes

Artigos técnicos de Gil Fernandes e Raquel Zita Gomes

Casos de sucesso de Daniela Alves Pereira e Marco Infante da Câmara

Opinião especializada de Fernando Duarte, especialista em cirurgia oral



Editorial ciência e atualidade do setor dentário

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ano xvii

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Celebração

C

om esta edição, a Maxillaris Portugal entra no seu décimo sétimo ano de publicação com a determinação de sempre: a de ser, ou melhor, continuar a ser uma

revista independente, de referência para os profissionais e a indústra do setor. Foi em novembro de 2005 que iniciámos a nossa já longa - e prolífera - caminhada no universo da Medicina Dentária em Portugal, entretanto reforçada, em 2019, com a nova etapa que representou a integração das edições portuguesa e espanhola da Maxillaris na multinacional LSWR (através do Grupo Asís Biomedia), que é, desde há muitos anos, a editora científica de referência em Itália - e noutros pontos do mundo - com a sua matriz Edra. Dezasseis anos depois, esta revista tem razões para estar orgulhosa de uma trajetória admirável, que se traduz na sua presença em grande parte dos consultórios dentários portugueses, na participação ativa que tem nos principais congressos e jornadas anuais organizados pelas sociedades científicas e instituições académicas do setor, bem como na sua ampla intervenção nas redes sociais e no universo online em geral. Os votos para o futuro desta (aniversariante) publicação vão, de resto, no sentido de continuar a crescer, inovar e, sobretudo, corresponder às preocupações dos profissionais de todos os quadrantes da saúde oral, sem deixar de dar resposta às necessidades da indústria. Nesta festiva edição, o tema dominante é a cirurgia oral e os seus desafios. Neste âmbito, divulgamos as perspetivas dos especialistas nesta matéria Gil Fernandes Alves e Raquel Zita Gomes, e publicamos uma interessante entrevista com Fernando Duarte, outro reconhecido experto no campo da cirurgia oral. O tema de capa engloba ainda casos clínicos de sucesso da autoria de Daniela Alves Pereira (no campo da regeneração óssea) e Marco Infante da Câmara (elevação do seio maxilar). Neste derradeiro número de 2021, à margem do tema de capa, destaca-se ainda um caso clínico de Raquel Santos, subordinado ao tema “Síndrome obstrutiva salivar por litíase submandibular”; o regresso da secção “Objetiva clínica”, da responsabilidade de Bruno Seabra, que nos explica os contornos da fotografia dentária com recurso ao telemóvel; e o ponto de vista de Jorge Ferreira da Costa sobre a atual conjuntura da radiologia dentária. Em plena quadra natalícia, resta-nos desejar a todos os leitores, colaboradores e anunciantes da Maxillaris os melhores votos de Boas Festas e Próspero Ano Novo!

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MAXILLARIS PORTUGAL

João Drago - coordenador portugal@maxillaris.com Maria João Miranda - comercial comercialportugal@maxillaris.com

índice ciência e atualidade do setor dentário

Redação Portugal:

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ano xvii

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no1 2 0

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Comissão Editorial (edição espanhola): Nacho Rodríguez Ruiz Miguel Roig Cayón Raúl Ferrando Cascales Beatriz Giménez González Rafael Flores Ruiz Daniel Rodrigo Gómez Fernando Durán-Sindreu

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Sumário

Novembro/Dezembro 2021 |

no 1 2 0

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TEMA DE CAPA (CIRURGIA ORAL) Artigos técnicos

Q Gil Fernandes Alves, presidente do Colégio de Especialidade de Cirurgia Oral da Ordem dos Médicos Dentistas: “Estratégias para a promoção da cirurgia oral”.......................................................................8 Q Raquel Zita Gomes, especialista em cirurgia oral: “Os desafios da cirurgia oral”..............................................................................10 Opinião especializada

Q Fernando Duarte, especialista em cirurgia oral: “O conceito de paciente digital será talvez a grande inovação que prevejo a curto prazo”.................12

Objetiva clínica

Q Bruno Seabra explica os contornos da fotografia dentária com telemóveis................................................................................................... 46 PROTAGONISTAS Ponto de vista

Q Jorge Ferreira da Costa: “A morte da radiologia dentária?”........................ 50 ATUALIDADE DO SETOR

Casos de sucesso

Crónica

Q Daniela Alves Pereira: “Combinação de osso alogénico e L-PRF na regeneração óssea – caso clínico”...............................................................18 Q Marco Infante da Câmara: “Elevação do seio maxilar com recurso à técnica osseodensificação: uma alternativa à técnica de janela lateral”..24

Q Porto vai acolher próxima assembleia geral da CED......................................54 30º Congresso da OMD

Q Cimeira de Braga atraiu perto de 4.000 participantes................................. 56 Calendário

Q Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições da índústria..........................58

CIÊNCIA Prática clínica

Q Raquel Santos: “Síndrome obstrutiva salivar por litíase submandibular”.... 34 Boas práticas

Q Diagnóstico e tratamento da maloclusão – declaração de boas práticas (4)............................................................................................ 40

Janeiro/fevereiro: PRÓXIMO “TEMA DE CAPA”

Med. Dentária multidisciplinar

A MAXILLARIS é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Membro da Federação Internacional da Imprensa Periódica.

Novidades

Q Produtos e equipamentos.................................................................................. 60 Indústria

Q Notícias de empresas..........................................................................................62 • 7.000 assinantes • Periodicidade bimestral. • A MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito do Grupo Asís Biomedia. • As notas que aparecem nas secções “Indústria”, “Calendário” e “Novidades” são editadas a partir de comunicados emitidos pelas próprias empresas ou entidades. Assinatura anual: Portugal 25€, resto 80€ Isento de Registo ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 9/6 Art. 12º Nº1

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Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Artigo técnico Estratégias para a promoção da Cirurgia Oral A Cirurgia Oral é uma área da Medicina Dentária instituída co-

taforma eletrónica desenvolvida especificamente para o efeito.

mo especialidade da Ordem dos Médicos Dentistas desde 20

Durante os nove meses subsequentes e até dia 10 de maio de

de maio de dois mil e vinte, por deliberação do seu Conselho

2016, todo e qualquer médico dentista dispôs da possibilidade

Diretivo. No entanto, as especialidades em Medicina Dentária

de, reunindo a formação adequada e enquadrando-se nas pre-

só ficaram legalmente consagradas com a aprovação do Esta-

missas do regulamento, submeter o seu processo de candida-

tuto da Ordem dos Médicos Dentistas (EOMD) em 2015.

tura. O processo prosseguiu com a Comissão Constitutiva, for-

Criada em simultâneo com a especialidade de Cirurgia Oral, a

mada pelos quatro especialistas e mais três membros

especialidade de Ortodontia trilhou o seu caminho e possibi-

nomeados pelo Conselho Diretivo a avaliarem todas as candi-

litou que após o processo especial de admissão e titulação de

daturas, não só no plano administrativo, como também a pre-

médicos dentistas, outros colegas mais, pudessem aceder ao

sidir ao júri de apresentação pública de provas. Os 135 médicos

título, cumpridas as formalidades consignadas por regula-

dentistas a quem foi atribuído ou reconhecido o título de espe-

mento.

cialista em Cirurgia Oral foram integrados no Colégio ao abrigo

Por motivos vários, a especialidade de Cirurgia Oral não evo-

dos termos regulamentares, juntando-se aos quatro especialis-

luiu em idêntico sentido, tendo-se mantido com quatro espe-

tas anteriormente referidos.

cialistas até 2013. Nessa altura, o Conselho Diretivo elaborou e

Com a deliberação do “Conselho Geral da Ordem dos Médicos

colocou a proposta de Regulamento em Consulta Pública (22

Dentistas reunido a 8 de fevereiro de 2020, ao abrigo do disposto

agosto a 2 de outubro), dando a oportunidade a todos os mé-

no n.º 2 do artigo 37.º bem como na alínea f) do n.º 3 do artigo

dicos dentistas de sugerir alterações e apresentar contributos

50.º, todos do Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas (EOMD),

para a elaboração do documento final. Analisadas todas as su-

aprovado pela Lei n.º 124/2015, de 2 de setembro, deliberou por

gestões, reformulada a proposta de regulamento, decidiu o

maioria aprovar o projeto de regulamento do Colégio de Cirurgia

Conselho Diretivo promover uma segunda consulta pública

Oral após consulta pública nos termos do artigo 4.º do Estatuto da

em 2014 (28 fevereiro a 11 de abril). Foi então publicado na 2ª

OMD”, deu-se início ao processo eleitoral.

série do Diário da República no dia 24 de junho de 2015, o

No dia 30 de abril do corrente ano, 138 membros do Colégio

regulamento nº 355/2015, referente aos processos especiais

elegeram a primeira direção, culminando um processo eleito-

de candidatura às especialidades, onde se incluía a de Cirurgia

ral em que participaram quatro listas e onde se discutiram di-

Oral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), tendo entrado

ferentes propostas e programas.

em vigor no dia 25 de junho.

Estavam criadas as condições para implementar o programa

Seguiu-se o início do regime transitório e especial de atribui-

sob o lema “Pela nossa especialidade, pelos especialistas e pela

ção dos títulos de especialista e a 10 de agosto de 2015 come-

elevação da Cirurgia Oral”, onde se destaca a valorização e de-

çou o processo de submissão de pedidos, através de uma pla-

senvolvimento do conhecimento no exercício da Cirurgia Oral

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Cirurgia oral

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

TEMA DE CAPA

Gil Fernandes Alves Médico dentista. Presidente do Colégio de Especialidade de Cirurgia Oral da Ordem dos Médicos Dentistas.

de forma a atingir os padrões mais elevados, para benefício da saúde oral da população. Ciente dos desafios e das dificuldades inerentes a um mandato que decorre num periodo pós-pandemia, e onde se exige a implementação de diretrizes que orientarão o futuro próximo da nossa especialidade, estou convicto que o agir com imparcialidade, trabalhando de forma colaborativa com todos e para to-

Um dos maiores desafios passa por regular o acesso ao Colégio e o consequente exercício da especialidade, na certeza de que a regulação trará maior credibilidade, reconhecimento, equidade e por isso maior sustentabilidade a esta área da Medicina Dentária

dos, permitirão alcançar e concretizar os objetivos propostos. Um dos maiores desafios passa por regular o acesso ao Colégio e o consequente exercício da especialidade, na certeza de que a

No contexto formativo, num passo a passo cauteloso, deli-

regulação trará maior credibilidade, reconhecimento, equidade e

neiam-se estratégias para futuras parcerias interinstitucio-

por isso maior sustentabilidade a esta área da Medicina Dentária.

nais com entidades formativas que dignifiquem os nossos

Apesar de consciente das dificuldades de caminhar por terras

Especialistas, assim como promovam um intercâmbio e inte-

desconhecidas, o Colégio de Cirurgia Oral pretende a valoriza-

ração de profissionais resultando numa partilha de conheci-

ção dos actos clínicos praticados por especialistas, junto das

mento única.

entidades públicas e/ou privadas, detentoras de regimes de

Para além do contexto formativo, as saídas profissionais são

comparticipação/contratualização, bem como junto das enti-

uma prioridade.

dades que integrem os especialistas em Cirurgia Oral.

Temos orgulho nos nossos especialistas e reconhecemos o seu

Outro desafio passa pela promoção e desenvolvimento das di-

valor dentro do nosso país, assim como além-fronteiras. A

ferentes competências, existentes na especialidade, assim co-

transparência da informação e do conhecimento das mais di-

mo a dinamização de ações que promovam maior interação

versas equivalências ao título de especialista na Comunidade

dos diferentes departamentos ou unidades de ensino superior

Europeia, apesar de expectável, deverá ser desmistificada, de

de Medicina Dentária.

forma a clarificar o processo burocrático associado.

Desta forma, possibilitam-se intercâmbios formativos e intensi-

Estes desafios requerem abertura, objetividade, persistência,

ficam-se os mecanismos de comunicação entre os especialistas

dedicação e organização.

e entre estes e a sociedade. A pandemia Covid-19 ensinou-nos

A tarefa é enorme, mas conto com a colaboração de todos os

que a solução reside na partilha do conhecimento, na promo-

colegas especialistas, para a concretização eficaz de todos os

ção da comunicação e na interdisciplinaridade. Neste âmbito, o

projetos, na certeza de que todos somos necessários para a im-

Colégio tem trabalhado em diferentes frentes, também no

plementação de uma cultura impulsionadora da promoção da

campo internacional.

Cirurgia Oral.

9


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Artigo técnico Os desafios da Cirurgia Oral Os tempos mudam, as novas tecnologias e os desenvolvimen-

foi brutal nos últimos anos. Tudo isto nos facilita imenso o nos-

tos científicos médicos surgem a ritmos alucinantes... A Cirur-

so trabalho mas também é um constante desafio para estar-

gia Oral não é exceção. Será que estamos preparados para

mos atualizados e sabermos ser críticos do que faz sentido apli-

acompanhar este ritmo? Que desafios para o presente e futu-

car ou não na nossa prática clínica.

ro? Na minha opinião ou nos adaptamos, evoluímos e nos fo-

No entanto, o facto de existir um aparente facilitismo com o

camos na área de especialidade, ou facilmente ficamos ultra-

uso de novas tecnologias (por exemplo, cirurgia guiada para

passados. Se repararmos, somos dos poucos países

colocação de implantes dentários), enganem-se aqueles que

desenvolvidos em que o médico dentista generalista geral-

acham que será preciso menos formação e menos experiência

mente realiza todos os atos médico-dentários e não existe uma

para saber aplicar corretamente algumas das técnicas que nos

verdadeira compartimentação da Medicina Dentária por áreas

são vendidas como soluções milagrosas. O desafio futuro para

de especialidade. Não sou contra o médico dentista generalista

conseguirmos estar na crista da onda numa área como a Cirur-

ter uma formação abrangente para poder fazer um bom diag-

gia Oral é estudar, estudar, estudar, treinar, treinar, treinar e

nóstico e poder atuar nas situações mais simples de todas as

atualizar, atualizar, atualizar, como o que acontece em todas as

áreas médico-dentárias, mas penso que o futuro será trabalhar

áreas médicas.

por áreas de especialidade, com formação altamente diferen-

Mas se me perguntarem qual foi o maior passo para a evolução

ciada e com integração de diferentes especialidades em equi-

da Cirurgia Oral em Portugal, diria que foi a criação do Colégio

pas multidisciplinares, como de resto já é prática na Medicina.

de Especialidade de Cirurgia Oral. Sabemos que ainda existirá

A Cirurgia Oral em Portugal evoluiu muito nos últimos anos em

um caminho longo pela frente para a Cirurgia Oral funcionar em

vários aspetos: os avanços técnicos e científicos são de elevada

pleno como especialidade autónoma. A Cirurgia Oral em Portu-

importância e incontornáveis de serem mencionados. Hoje po-

gal teve um marco histórico em 2017, com a criação do primei-

demos praticar cirurgia oral de uma forma mais previsível devi-

ro regime de candidatura ao Colégio de Especialidade de Cirur-

do aos inúmeros desenvolvimentos tecnológicos que surgiram

gia Oral. Foi outorgado o título de especialista a 138 colegas que

nos últimos anos e que vão continuar a surgir, nomeadamente

cumpriram os requisitos para tal. Este processo só foi finalizado

o avanço da qualidade e acessibilidade a exames complemen-

em 2019 e só este ano (2021) existiram as primeiras eleições

tares de diagnóstico (CBCT, TAC), o uso de tecnologias que nos

para a eleição da direção do Colégio de Especialidade. Estes

facilitam a execução da cirurgia com mais segurança e com

passos eram essenciais para a facilitação dos processos de equi-

medições objetivas que nos permitem fazer decisões apoiadas

valência com outros países, para a regulamentação adequada

em dados científicos. São exemplos destas últimas, o ISQ (Im-

do exercício da Cirurgia Oral, para a criação de tabelas de no-

plant Stability Quotient), a terapia antimicrobiana fotodinâmi-

menclatura adequadas, etc. Um dos maiores desafios futuros da

ca, a Laserterapia, o uso de plasma rico em fatores de cresci-

Cirurgia Oral portuguesa será levar avante a tarefa hercúlea de

mento, a piezocirurgia ou a técnica de osseodensificação.

colocar o colégio de especialidade a funcionar de forma idónea

Também a evolução dos materiais, como a macro e micro es-

e que seja reconhecido como capaz pelos pares nacionais e in-

trutura dos implantes dentários e biomaterais de regeneração

ternacionais. A Medicina Dentária ou a Cirurgia Oral portuguesa

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Cirurgia oral

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TEMA DE CAPA

Raquel Zita Gomes Médica dentista, Especialista em Cirurgia Oral pela Ordem dos Médicos Dentistas. Presidente da direção do Sindicato dos Médicos Dentistas.

já não são só portuguesas, são internacionais e será normal esta

desafios que vejo para a especialidade será a igualdade de

progressão para a globalização devido à facilidade de comuni-

oportunidades entre géneros, não para praticar a Cirurgia Oral

cação pelas associações, revistas, conferências, redes sociais e

clínica, mas essencialmente para existirem oportunidades pro-

grupos profissionais, academias, etc.

porcionais de progressão de carreira, incentivos ao acesso ao

Como sabemos, a pandemia de Covid-19 também mudou bas-

colégio de especialidade para mulheres que já pratiquem cirur-

tante a forma como nos relacionamos com os nossos pacien-

gia oral, acesso equitativo a posições de chefia a nível das facul-

tes, com os nossos pares, o grau de proteção usado nos atos

dades e órgãos decisores, nivelamento da representatividade

médico dentários e cirúrgicos, a forma como obtemos e damos

das mulheres em palcos internacionais, etc.

formação (durante dois anos estivemos impedidos de fazer for-

Acima de tudo, o nosso maior desafio profissional é ultrapassar

mação presencial). Portanto, será também um desafio ir reto-

as dificuldades, adaptarmo-nos às novas tecnologias, aprender

mando alguma normalidade, nomeadamente na formação

com os erros, sermos humildes porque estamos sempre a

presencial e com componente prático, que é tão essencial para

aprender (mesmo quando estamos a ensinar), trabalhar em

uma área como a Cirurgia Oral.

equipa com colegas altamente diferenciados nas distintas es-

Devemos também considerar uma tendência de mudança de

pecialidades da Medicina Dentária (umas já reconhecidas, ou-

paradigma relativamente à paridade entre géneros na Cirurgia

tras que o serão no futuro).

Oral. Como sabemos a profissão de Medicina Dentária era em

Será também um desafio manter a humanidade (entre médico

tempos quase exclusivamente masculina e praticamente não

e paciente) das especialidades médicas e dentárias, à medida

existiam mulheres a praticar Cirurgia Oral como especialistas.

que tudo ficará mais automatizado, com mais uso de tecnolo-

Na Medicina Dentária generalista o paradigma inverteu-se

gias digitais e de telemedicina, e com cada vez mais aplicação

completamente nos últimos anos e temos cada vez mais mu-

de algoritmos decididos por inteligência artificial.

lheres médicas dentistas. No entanto, na especialidade de Ci-

Um enorme desafio para qualquer profissional é também equi-

rurgia Oral isso está longe de se verificar, tanto a nível nacional

librar a sua vida pessoal e profissional, e muitas vezes não é

como internacional. Por exemplo, dos 138 especialistas em Ci-

fácil combinar ambos, quando temos uma carreira profissional

rurgia Oral portugueses reconhecidos pela OMD apenas 22 são

bastante ativa em termos clínicos e académicos. Frequente-

mulheres, o que representa apenas 16% da totalidade. Um dos

mente, temos de nos desdobrar para conseguirmos ter uma vida pessoal e familiar equilibrada assim como continuarmos a evoluir como bons profissionais.

O futuro será trabalhar por áreas de especialidade, com formação altamente diferenciada e com integração de diferentes especialidades em equipas multidisciplinares, como de resto já é prática na Medicina

Como especialista em Cirurgia Oral pela OMD e como presidente da direção do Sindicato dos Médicos Dentistas apelo à união da classe de médicos dentistas e de especialistas em Cirurgia Oral, para que juntos possamos melhorar a Medicina Dentária e a Cirurgia Oral portuguesas, que já tanto prestígio alcançaram a nível Internacional.

11


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Opinião especializada

Fernando Duarte Especialista em cirurgia oral

“O conceito de paciente digital será talvez a grande inovação que prevejo a curto prazo”

12


odos os tratamentos ou procedimentos cirúrgicos que possam existir terão de ter sempre como critério fundamental a sustentação científica”. Quem o afirma é o médico dentista Fernando Duarte, especialista em cirurgia oral, que antevê os anos mais próximos “desafiantes em dois grandes aspetos: o da regulamentação e o da prática da especialidade”. O também CEO e coordenador científico da Clitrofa Education Academy considera que a formação nacional no domínio da cirurgia oral é de “altíssimo nível”, mas acredita que uma maior vivência cirúrgica em ambiente de anestesia geral “seria altamente benéfica” para a evolução dos profissionais e da própria especialidade. A médio prazo, o reputado especialista prevê que a cirurgia por navegação “irá ocupar um lugar de maior destaque no panorama tecnológico”, entre outras relevantes considerações – à Maxillaris – sobre o panorama (presente e futuro) da cirurgia oral.

Em termos gerais, como antecipa o

colos e abordagens de tratamentos

A especialidade de cirurgia oral tem um

periodo pós-pandemia no contexto

descritas na literatura e cientificamente

componente teórico bastante abran-

da Medicina Dentária em geral e da

aceites, que respeitamos e aplicamos,

gente, mas necessita de uma formação

cirurgia oral em particular?

no entanto, o histórico, o plano de tra-

prática intensa, tutelada e com follow-

Em termos de Medicina Dentária em

tamento, a condição médica e dentária

-up dos pacientes intervencionados.

geral, julgo que o retorno será altamen-

de cada paciente são únicos.

Acredito que temos uma formação teó-

te positivo atendendo ao elevado nú-

Tendo por base, uma prática clínica ba-

rica e teórico-prática de altíssimo nível,

mero de consultas em atraso, urgência

seada numa extensa investigação clíni-

comparável aos maiores e melhores

dos tratamentos a decorrer e motiva-

ca, laboratorial e imagiológica, existem

centros de formação mundiais. No en-

ção demonstrada pelos pacientes.

sempre riscos associados à execução

tanto, creio que uma maior vivência ci-

Foi um longo periodo, em que as clíni-

do plano de tratamento, inicialmente

rúrgica em ambiente de anestesia ge-

cas reduziram o seu horário de funcio-

previsto, que faz com que a nossa espe-

ral seria altamente benéfica para a

namento e forçosamente o número de

cialidade apresente um desafio cons-

evolução cirúrgica e técnica dos profis-

consultas foi menor. Convém, no entan-

tante para cada paciente e cada inter-

sionais a da própria especialidade em

to, considerar o fator disponibilidade

venção. Enquanto profissionais

concordância com as demais áreas mé-

económica dos pacientes fruto das mo-

devemos sempre evitar a banalização

dico-cirúrgicas.

ratórias, o que tem permitido acelerar

do ato cirúrgico, uma vez que para nós

No regresso a Portugal, após a formação

tratamentos que de outra forma seriam

se trata de mais uma intervenção cirúr-

em Londres, a maior dificuldade que en-

mais espaçados temporalmente.

gica, enquanto que para o paciente é “a

contrei foi a criação de um conceito mé-

No que se refere à cirurgia oral em parti-

sua cirurgia” para a qual ele programou

dico-cirúrgico aliado à edificação de

cular, trata-se de uma especialidade que

a sua vida, o seu tempo e o seu investi-

uma verdadeira unidade cirúrgica com

apresenta um caráter de urgência ímpar,

mento emocional e financeiro.

anestesia geral de caráter ambulatório,

que faz com que a necessidade das in-

tendo por base uma clínica de Medicina

tervenções e tratamentos seja mais pre-

A sua experiência como orador in-

Dentária; o que mais tarde vem a ser

mentes. Acredito que a grande maioria

ternacional é vasta. Tendo em mente

comparável a um hospital médico-den-

dos colegas que se dedicam a esta área

o seu conhecimento sobre o que de

tário. O processo de implementação e

específica, teve uma atividade clínica

melhor se faz lá fora em termos de

legalização é exaustivo e altamente exi-

constante repartindo-se por interven-

formação e prática clínica, como

gente do ponto de vista de áreas físicas,

ções de caráter programado e urgente.

classifica o panorama nacional da ci-

equipamentos, protocolos e investi-

rurgia oral nestes dois apartados?

mentos, mas obviamente possível.

Que aspeto mais o fascina nesta especialidade? Do ponto de vista pessoal fascina-me o desafio da unicidade de cada intervenção cirúrgica, não existem cirurgias iguais. Obviamente, que existem proto-

“Devemos sempre evitar a banalização do ato cirúrgico, uma vez que

para nós se trata de mais uma intervenção cirúrgica, enquanto que para o paciente é ‘a sua cirurgia’ para a qual ele programou a sua vida” 13

Cirurgia oral

“T

TEMA DE CAPA

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Opinião especializada |

A cirurgia guiada flapless e o uso do laser são algumas das opções que estão ao serviço da prática clínica. Qual é a sua perspetiva sobre a evolução dos protocolos e/ou das alternativas cirúrgicas que surgiram ao longo da

“O papel do especialista em cirurgia oral será de alta

importância, de caráter dinâmico e agregador, incorporando equipas multidisciplinares e prestando um serviço altamente relevante aos seus pares e aos seus pacientes”

última década? A personalidade de cada profissional é

protética provisória. No entanto, impli-

minando em claras mais valias para o

altamente determinante na constante

ca uma mudança de paradigma uma

paciente.

evolução e implementação de novas

vez que a maioria do trabalho é realiza-

Sou um forte adepto da utilização do

técnicas e protocolos.

do no periodo pré-operatório, com ba-

laser em cirurgia oral e implantologia,

A cirurgia guiada flapless tem as suas in-

se em softwares específicos desenvolvi-

essencialmente Er:YAG e Nd:YAG, no

dicações academicamente descritas e

dos para o efeito. Pessoalmente

entanto, mais uma vez falamos de um

com grande suporte de literatura cientí-

acredito muito na precisão da cirurgia

novo mindset. Torna-se necessário reali-

fica. O tempo cirúrgico é menor, o pós-

guiada e que o conceito se irá impor

zar uma formação adequada, no senti-

-operatório menos traumático e com

em clínicas com forte expressão cirúrgi-

do de adquirir conhecimentos para es-

menor morbilidade, sendo possível re-

ca, uma vez que os benefícios são ine-

ta nova realidade de forma a potenciar

duzir o número de visitas dos pacientes

gáveis; apesar dos custos de implemen-

a utilização do laser.

à clínica.

tação e otimização dos processos

Com a implementação deste conceito é

serem consideráveis.

Em termos de novas tecnologias,

possível determinar virtualmente a po-

No que diz respeito à introdução do la-

que inovações se anteveem a curto

sição exata dos implantes, antes do pro-

ser na prática clínica acredito que será

ou médio prazo?

cedimento cirúrgico ser efetuado, iden-

extremamente rápida e numa trajetória

A criação do conceito de paciente digi-

tificação das estruturas anatómicas

irreversível. O uso desta nova geração

tal será talvez a grande inovação, que

relevantes e visualizar o património ós-

de lasers acrescenta grandes benefí-

prevejo a curto prazo. Este conceito re-

seo disponível. Permite ainda, que o la-

cios, do ponto de vista de recuperação

sulta na associação de várias tecnolo-

boratório possa produzir antecipada-

dos tecidos moles, manipulação dos te-

gias já disponíveis, nomeadamente: to-

mente ao ato cirúrgico, uma solução

cidos duros e fotobioestimulação; cul-

mografia de alta resolução, scanner

R Fernando Duarte é especialista em Cirurgia Oral pela Ordem dos Médicos Dentistas e pós-graduado em Cirurgia Oral e Maxilofacial pelo Eastman Dental Institute (Reino Unido). O seu vasto currículo académico e clínico estendese a outras coordenadas além-fronteiras, como a Eslovénia e o Brasil.

14


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

S No que diz respeito à introdução do laser na prática clínica, o médico dentista e especialista em cirurgia oral acredita que “será extremamente rápida e numa trajetória irreversível”.

intraoral, scanner facial, workflow digi-

Todos os tratamentos ou procedimen-

explicativos, honestos, realistas, baixan-

tal, cirurgia guiada e impressões digitais

tos cirúrgicos que possam existir terão

do as expectativas e prometendo ape-

com fotogrametria; que contribuirão

de ter sempre como critério fundamen-

nas o que poderá ser atingível.

para a criação de um protocolo comple-

tal a sustentação científica. A validação

Como profissional sou avesso ao facili-

to e sistematizado na abordagem pré,

dos tratamentos apresentados terá de

tismo, por norma nunca vem acompa-

intra e pós-operatória de cada paciente.

ter por base estudos idealmente multi-

nhado de bons resultados; isto faz com

A médio prazo, entendo que a cirurgia

cêntricos, randomizados, duplamente

que por vezes não seja o profissional

por navegação irá ocupar um lugar de

cegos, com casuística significativa e

eleito pelo paciente para realizar o seu

maior destaque no panorama tecnoló-

follow-ups assinaláveis.

tratamento. Trata-se de um risco que

gico, indo de encontro ao que já se veri-

O tratamento ou procedimento cirúrgi-

seguramente corro mas que está em

fica em outras áreas cirúrgicas, como é

co deverá ter por base, uma extensa

concordância com esta postura. A gran-

exemplo a neurocirurgia.

investigação clínica, laboratorial e ima-

de maioria dos pacientes está altamen-

A possibilidade intraoperatória de veri-

giológica que justifiquem a sua indica-

te informada e por vezes procura o pro-

ficar o posicionamento anatómico tridi-

ção.

fissional que satisfaça as suas pretensões

mensional do implante em tempo real,

imediatas, sendo que estas não serão as

apresentará uma mudança significativa

No plano da relação médico dentis-

que melhor se adequam a médio e lon-

na abordagem a alguns tipos de cirur-

ta-paciente, que tipo de abordagem

go prazo.

gias.

considera essencial para alcançar os melhores resultados?

Que opinião tem do conceito multi-

Quais são os seus critérios antes de

A abordagem que mais faz sentido na

disciplinar em Medicina Dentária?

adotar um determinado tratamento

relação médico dentista-paciente é a

Acha que é determinante no âmbito

ou procedimento cirúrgico?

da verdade, entendo que devemos ser

da cirurgia oral?

15


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Opinião especializada |

R “Sou um fã, confesso, do trabalho de equipa, da abordagem multidisciplinar e do tratamento holista do paciente”, sublinha Fernando Duarte.

Sou um fã, confesso, do trabalho de

do opções que de acordo com a nossa

Do seu ponto de vista, que outros

equipa, da abordagem multidisciplinar

experiência clínica nos garantam altas

desafios enfrentam os profissionais

e do tratamento holista do paciente. A

taxas de sucesso e longevidade, e que

que centram a sua prática na cirurgia

cirurgia oral por força de ser teorica-

se adequem à condição clínica, psicoló-

oral?

mente uma especialidade invasiva tem

gica e económica de cada paciente.

Os próximos anos serão desafiantes em

necessidade de ser mais agregadora e

O processo para atingir o sucesso em

dois grandes aspetos: o da regulamen-

contar com a participação ativa de

cada caso clínico é variável, utilizando

tação e o da prática da especialidade.

áreas complementares.

muitas vezes uma combinação das

O primeiro prende-se com a capacida-

A criação de uma consulta de grupo é

duas premissas em percentagens dife-

de que os especialistas terão de se or-

uma realidade que já instituímos e com

rentes ou similares. Existindo ainda ca-

ganizar junto do seu colégio, no senti-

excelentes resultados, quer do ponto

sos clínicos que poderão resultar na

do de regulamentar a prática da cirurgia

de vista dos profissionais e dos pacien-

combinação de duas abordagens em

oral e aqui destaco a necessidade de

tes, que encaram com naturalidade o

regiões anatómicas próximas, por

criação da carreira para os futuros espe-

facto de serem tratados por uma equi-

exemplo, posso colocar implantes zigo-

cialistas e a elaboração dos manuais de

pa em detrimento de um único profis-

máticos no setor posterior da maxila

procedimentos cirúrgicos.

sional.

proporcionando ancoragem nesta zo-

No que diz respeito à prática da espe-

Nesta necessidade de incorporação de

na e realizar um enxerto ósseo para a

cialidade, será importante considerar a

áreas complementares destacam-se es-

região da pré-maxila regenerando a

divulgação junto dos restantes colegas

pecialidades extra Medicina Dentária

anatomia existente. Sendo que o obje-

e do público em geral, a lista dos espe-

como a anestesiologia, a enfermagem,

tivo final seria a reabilitação total fixa

cialistas, assim como a região geográfi-

a terapia da fala e a psicologia.

superior do paciente.

ca onde exercem.

Acreditamos que no futuro faremos ca-

Concluindo, entendo que o papel do

Partilha da ideia de que o futuro pas-

da vez mais retratamentos por variadís-

especialista em cirurgia oral será de alta

sa por recriar e regenerar anatomia

simas razões e que teremos de ser alta-

importância, de caráter dinâmico e

perdida?

mente competentes e criativos para

agregador, incorporando equipas mul-

Entendo que o futuro passará por ser-

conseguir encontrar soluções exequí-

tidisciplinares e prestando um serviço

mos mais ponderados e personalizados

veis e que tenham aceitação por parte

altamente relevante aos seus pares e

nos nossos planos de tratamento; crian-

dos pacientes.

aos seus pacientes.

16



Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso Combinação de osso alogénico e L-PRF na regeneração óssea – caso clínico

18


Cirurgia oral

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

TEMA DE CAPA

Daniela Alves Pereira Médica dentista. Especialista em Cirurgia Oral pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Docente de Cirurgia Oral na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Diretora clínica do Instituto de Ortodontia e Implantologia de Coimbra.

Orlando Martins Médico dentista. Especialista em Periodontologia pela OMD. Docente de Periodontologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Diretor clínico da Clínica Dentária das Nogueiras (Lousã).

Uma crista alveolar fina ou a escassez de gengiva aderida com-

Caso clínico

prometem inúmeras vezes a reabilitação oral com implantes, exigindo a realização não só de aumentos horizontais da crista

Paciente do sexo feminino, de 67 anos, saudável, apresentava

óssea, mas também de cirurgia mucogengival para melhorar

fratura vertical do dente 13, pilar de ponte metalo-cerâmica de

as dimensões e o volume quer dos tecidos duros quer dos teci-

seis elementos (13-23) em função desde 1992. O objetivo seria

dos moles.

a substituição da mesma por uma reabilitação fixa sobre im-

O uso do L-PRF, uma matriz de fibrina rica em plaquetas, leucó-

plantes. No exame tomográfico comprovámos o defeito hori-

citos, fatores de crescimentos e citocinas, assume cada vez

zontal acentuado pelo que foi proposto enxerto ósseo alogéni-

maior protagonismo na capacidade de cicatrização dos tecidos

co em bloco combinado com L-PRF. Durante o processo de

devido à simplicidade da sua preparação e implementação.

consolidação óssea optou-se por manter a estrutura protética

Relativamente aos enxertos ósseos, a eleição recai sobre o osso

para preservação apenas da função estética.

autólogo, demonstrando elevadas taxas de sucesso. Contudo, está associado a uma maior taxa de morbilidade, com duas zonas cirúrgicas, maior imprevisibilidade de reabsorção do próprio enxerto e a possibilidade de lesar estruturas adjacentes vitais. Com vista a diminuir a morbilidade e simplificar o procedimento cirúrgico foram propostos os enxertos alogénicos em bloco.

O uso do L-PRF (...) assume cada vez maior protagonismo na capacidade de cicatrização dos tecidos devido à simplicidade da sua preparação e implementação 19


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso |

R FIG. 1. Ortopantomografia inicial.

R FIG. 2. Cortes tomográficos - CBCT da região a

antero-superior. A) primeiro quadrante e B) segundo quadrante.

b

S

S

FIG. 3. Ponte metalo-cerâmica de canino a canino,

FIG. 4. Levantamento do retalho com exposição do osso maxilar.

com fratura vertical do dente 23.

20


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

S

S

FIG. 5. Bloco de osso alogénico recortado e polido (Osso ilíaco

FIG. 6. Preparação do leito recetor com perfuração

hidratado – tecnologia PRESERVON®).

da cortical óssea.

S

S

FIG. 7. Fixação dos enxertos em bloco com parafusos TRUSCREW, ACE®.

FIG. 8. Preenchimento com raspas de osso.

S

S

FIG. 9. Recobrimento com as membranas de L-PRF.

FIG. 10. Sutura do retalho com pontos simples (Vicryl Plus®, 5 zeros).

21


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso |

R FIG. 11. Irrigação da zona cirúrgica com fibrinogénio.

R FIG. 12. Cortes tomográficos

a

b

Discussão/conclusões

- CBCT da região antero-superior após regeneração (11 meses). A) primeiro quadrante e B) segundo quadrante.

perda total do enxerto. As suas propriedades angiogénicas podem contribuir para estes resultados. Devido à sua estrutura o

A utilização de enxertos ósseos alogénicos em bloco combina-

L-PRF retém uma considerável quantidade de citocinas e fato-

dos com L-PRF apresenta tanto vantagens intraoperatórias pe-

res de crescimento num scaffold tridimensional permitindo a

la facilidade de manuseamento como pós-operatórias devido

sua libertação durante um periodo que vai até 10 dias. Ainda

à menor morbilidade e à promoção da cicatrização dos tecidos.

que neste caso não tenhamos um follow-up alargado, quando

Apesar de descrito um aumento do risco de complicações rela-

nos baseamos na literatura, confirmamos numa revisão siste-

cionadas com a utilização dos enxertos alógenos, podemos as-

mática publicada recentemente que parece não haver diferen-

sumir que o uso do L-PRF minimiza alguns desses riscos, no-

ça nos resultados obtidos na reabilitação com implantes após

meadamente a possível deiscência dos tecidos moles bem

aumento horizontal da crista óssea com osso alogénico quan-

como a exposição total ou parcial do bloco ósseo ou mesmo a

do comparada com osso autólogo.

Bibliografia 1. Miron RJ, Zucchelli G, Pikos M, Salama M, Lee S et al. Use of platelet-rich fibrin in regenerative dentistry: a systematic review. Clin Oral Invest, 2017; 21: 1913-27.

22

2. Starch-Jensen D, Deluiz D, Barreto Tinoco EM. Horizontal alveolar ridge augmentation with allogeneic bone block graft compared with autogenous bone block graft: a systematic review. J Oral Maxillofac Res, 2020; 31: 11-17.



Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso Elevação do seio maxilar com recurso à técnica de osseodensificação: uma alternativa à técnica de janela lateral

24


Cirurgia oral

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

TEMA DE CAPA

Marco Infante da Câmara Médico dentista. Especialista em Cirurgia Oral pela Ordem dos Médicos Dentistas. Implant Fellowship in Implant Dentistry (New York University Colledge of Dentistry). Pós-graduado em Implantologia Oral e Periodontologia, mestrado em Cirurgia Oral, doutorado pela Universidade de Santiago de Compostela. Coordenador pedagógico da Pós-graduação em Implantologia Oral no Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte - CESPU. Diretor clínico da Infante da Câmara Dental Institute.

João Carlos Faria Médico dentista. Licenciado em Radiologia e pós-graduado em Implantologia Oral e Periodontologia. Docente do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS). Docente da Pós-graduação em Implantologia Oral - CESPU.

Miguel Vasques Médico dentista. Pós-graduado em Implantologia Oral e Periodontologia. Docente do IUCS.

João Fontes Pereira Médico dentista. Especialista em Periodontologia pela OMD, Pós-graduado em Implantologia Oral e Periodontologia. Docente do IUCS. Docente da Pós-graduação em Implantologia Oral - CESPU.

Manuel Francisco Médico dentista. Pós-graduado em Implantologia Oral e Periodontologia. Docente da Pós-graduação em Implantologia Oral - CESPU.

Hugo Costa Técnico de prótese dentária. Docente da Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa - CESPU. Diretor do laboratório Corus Sorriso e responsável pelo Departamento de Cerâmica.

Miguel Gonçalves Técnico de prótese dentária. Responsável pelo Departamento Digital do laboratório Corus Sorriso.

Introdução A osseodensificação é uma técnica cirúrgica baseada em duas

cas inerentes a esta técnica permitem a sua utilização na eleva-

premissas essenciais: as características biológicas do osso e o

ção do seio maxilar através de uma abordagem crestal e de

recurso a brocas com um desenho singular, concebidas para

forma minimamente invasiva.

preparação do leito cirúrgico sem perda óssea. As característi-

25


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso |

Descrição de caso clínico Paciente do sexo feminino, de 38 anos, saudável recorreu à

(fig. 3). Planeou-se a elevação do seio maxilar através da técni-

consulta de Medicina Dentária com o intuito de reabilitar o

ca de osseodensificação por abordagem crestal, com recurso

espaço edêntulo correspondente ao dente 16 (figs. 1 e 2).

a brocas Densah® utilizadas em sentido anti-horário, que des-

Após a realização dos meios auxiliares de diagnóstico obser-

sa forma conduzem à condensação óssea por compactação

vou-se uma dimensão óssea vertical disponível de 4 a 5 mm

(fig. 4). Para a elevação do seio maxilar utilizou-se o substituto

S

S

FIG. 1. Fotografia intraoral inicial.

FIG. 2. Pormenor oclusal.

S

S

FIG. 3-a. Radiografia periapical préoperatória.

FIG. 3-b. Radiografia panorâmica inicial.

26


dimensão óssea vertical obtida através do procedimento re-

brocas de osseodensificação a baixa velocidade de rotação,

generativo (fig. 15). Concluídos cinco meses, foi avaliado o

em sentido anti-horário e sem irrigação até 12 mm (figs. 5 a 8).

coeficiente de estabilidade do implante com recurso ao Pen-

Após elevação do seio maxilar efetuou-se a colocação imedia-

guin RFA® com um valor de 81, seguidamente realizou-se a

ta de implante Straumann BLT® de 4,1 mm x 10 mm com esta-

impressão para confeção de coroa Zircónia Kuraray Noritake

bilidade primária de 60 N/cm e aplicação de PRF (figs. 9 a 14).

Katana STML® aparafusada, colocada 15 dias após consulta

A imagem radiográfica pós-operatória demonstra o ganho de

(figs. 16 a 19).

S

S

FIG. 4. Osseodensificação com broca Densah em sentido anti-

FIG. 5. Colocação do substituto ósseo no local da osteotomia.

horário.

S

S

FIG. 6. Condensação do material de enxerto.

FIG. 7. Impulsão do enxerto com a broca em sentido anti-horário e baixa rotação.

27

Cirurgia oral

ósseo Bio-Oss®, que foi condensado e impulsionado com as

TEMA DE CAPA

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso |

S

S

FIG. 8. Enxerto condensado e visível densificação do osso

FIG. 9. Implante envolvido com fibrina leucoplaquetária.

da crista alveolar.

S

S

FIG. 10. Momento da colocação do implante.

FIG. 11. Implante colocado.

A osseodensificação é uma técnica baseada em duas permissas essenciais: as características biológicas do osso e o recurso a brocas com um desenho singular, concebidas para preparação do leito cirúrgico sem perda óssea

28


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

R FIG. 12. Colocação de parafuso de cicatrização.

a

b

c

d

S FIGS. 13-a,b,c,d. Encamisamento do cicatrizador com fibrina leucoplaquetária.

29


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

Casos de sucesso |

S

S

FIG. 14. Encerramento com recurso a dois pontos simples.

FIG. 15. Radiografia periapical pós-operatória.

Discussão A osseodensificação, mais do que uma técnica, é um conceito

expansão e densificação. A aplicação desta técnica veio trazer

que veio alterar a forma de preparação do leito implantar, on-

uma nova forma de abordagem na elevação do seio maxilar,

de, através da geometria e sentido de corte das brocas utiliza-

mais simples, mais segura, com elevada previsibilidade e me-

das, há uma promoção da condensação óssea e consequente

nor morbilidade para o paciente.

S

S

FIG. 16. Implante após fase de

FIG. 17. Encerramento do acesso ao parafuso com Silver Plug.

cicatrização.

30


Cirurgia oral TEMA DE CAPA

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

S

S

FIG. 18. Fotografia intraoral final.

FIG. 19. Pormenor oclusal após colocação de coroa em zircónia.

Conclusão A elevação de seio maxilar recorrendo à técnica de osseodensificação é uma solução emergente e válida na reabilitação da região maxilar posterior, devolvendo a função e estética ao paciente.

A aplicação desta técnica veio trazer uma nova forma de abordagem na elevação do seio maxilar, mais simples, mais segura, com elevada previsibilidade e menor morbilidade para o paciente

Bibliografia 1. Huwais S, Meyer EG. A novel osseous densification approach in implant osteotomy preparation to increase biomechanical primary stability, bone mineral density and bone-to-implant contact. Int J Oral Maxillofac Implants. 2017, Jan/Feb; 32(1): 27-36. 2. Lahens B et al. Biomechanical and histologic basis of osseodensification drilling for endosteal implant placement in low density bone. An experimental study in sheep. J Mech Behav Biomed Mater. 2016, Oct; 63: 56-65. 3. Trisi P et al. New osseodensification implant site preparation method to increase bone density in low-density bone: in vivo evaluation in sheep. Implant Dent. 2016, Feb; 25(1): 24-31.

4. Lahens B et al. The effect of osseodensification drilling for endosteal implants with different surface treatments: a study in sheep. J Biomed Mater Res B Appl Biomater. 2018, Aug 6. 5. Oliveira PGFP et al. Osseodensification outperforms conventional implant subtractive instrumentation: a study in sheep. Mater Sci Eng C Mater Biol Appl. 2018, Sep 1;90: 300-307. 6. Pai UY et al. Osseodensification - a novel approach in implant dentistry. J Indian Prosthodont Soc. 2018, Jul-Sep; 18(3): 196200. 7. RJ Miron et al. Use of platelet-rich fibrin in regenerative dentistry: a systematic review. Clinical Oral Investigations. 2017, 21, 21: 1913-1927.

31




Ciência |

Prática clínica Síndrome obstrutiva salivar por litíase submandibular

34


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Raquel Santos Médica interna de Medicina Geral e Familiar. Unidade de Saúde Familiar (USF) de Baltar, Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Tâmega II – Vale do Sousa Sul.

Berto Gomes Médico especialista em Medicina Geral e Familiar. USF de Baltar, ACeS Tâmega II – Vale do Sousa Sul.

Tiago Fonseca Médico consultor em Estomatologia. Serviço de Estomatologia do Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto).

Introdução A existência de cálculos no sistema excretor das glândulas sali-

dor e tumefação da glândula envolvida, sendo esses sintomas

vares designa-se por sialolitíase1,2,3. A sialolitíase é responsável

iniciados ou agravados pela ingestão de alimentos ou pela an-

por 30% da patologia salivar, com uma incidência estimada de

tecipação de uma refeição. Também podem apresentar-se co-

1% na população geral. Exibe uma maior incidência em ho-

mo uma tumefação indolor ou podem ser detetados acidental-

mens e a maioria ocorre entre os 30 e os 60 anos

. A maioria

mente na inspeção ou na palpação1,3. Um cálculo que cause

dos cálculos salivares, designados de sialólitos, forma-se na

obstrução intermitente pode causar episódios sintomáticos

glândula submandibular (cerca de 85%) e em menor frequên-

esporádicos2,4. A infeção secundária pode ser uma complica-

cia nas glândulas parótida, sublingual e salivares menores

ção, resultando da obstrução canalar e da estase salivar4.

2,3,4

.

1,4,5

As glândulas submandibulares localizam-se na região subman-

Um sialólito pode ser identificado por radiografia, sialografia,

dibular, limitada superiormente pelo bordo superior da mandí-

ultrassonografia (ecografia), tomografia computorizada ou

bula e inferiormente pelo músculo digástrico. Subdivide-se em

sialendoscopia. Os exames de imagem fornecem informação

lobos superficiais e profundos, separados pelo músculo milo-

sobre o número, a localização e a dimensão do(s) cálculo(s) e

-hioideu. O canal de Wharton localiza-se na face medial da glân-

podem ser úteis no diagnóstico diferencial, nomeadamente

dula e o seu orifício está localizado próximo do freio da língua3,7.

com lesões nodulares2,3,4,9.

A maior propensão à formação de cálculos na glândula sub-

O tratamento da sialolitíase depende das características do cál-

mandibular e no seu canal principal, de Wharton, dá-se uma

culo, sendo que os maiores requerem geralmente remoção ci-

vez que é longo, o fluxo salivar é lento e contra a gravidade, e a

rúrgica do mesmo. O tratamento convencional com cirurgia

saliva é mais alcalina com um alto conteúdo de mucina e cál-

aberta ou ressecção da glândula encontra-se em desuso, sen-

cio

do substituído por métodos estritamente endoscópicos ou en-

. Os sialólitos submandibulares tendem a ser maiores que

2,4,6

os das restantes glândulas salivares3,4.

doscopicamente assistidos (como, por exemplo, através de li-

A etiologia da formação de cálculos não é completamente co-

totripsia intracorporal)2,3,5,8,9,10,11.

nhecida, mas acredita-se que a anatomia das glândulas e respetivos canais, a deposição de sais de cálcio em locais de inflamação, de lesão e até mesmo em biofilmes bacterianos e a estase do fluxo salivar podem servir como fatores para a sua formação1,3,4,6,8,9. A sialolitíase é um diagnóstico baseado na história clínica e no

Veja aqui o vídeo da cirurgia correspondente a este caso clínico.

exame objetivo característicos. Geralmente apresenta-se com

35


Ciência | Prática clínica

Relato de caso clínico Doente do sexo feminino, de 44 anos, raça caucasiana, operária têxtil. Antecedentes pessoais de bócio multinodular, quistos uterinos e ováricos bilaterais, hérnia discal lombar, excesso de peso e síndrome depressiva; tabagismo ativo (cerca de 14 UMA)

A hipótese de sialolitíase deve ser considerada nos episódios de dor ou tumefação submandibular. Uma anamnese e exame físico rigorosos podem ser suficientes para o diagnóstico

e sem hábitos alcoólicos regulares. Medicada habitualmente com mirtazapina 15 mg (id) e bromazepam 1,5 mg (id). Antece-

Wharton, canal este que evidencia na sua porção terminal uma

dentes familiares: mãe falecida aos 65 anos por neoplasia cere-

formação litiásica de 10 x 7 mm. Sem outras alterações”. Perante

bral, pai falecido aos 58 anos por neoplasia da orofaringe e ir-

o diagnóstico de sialolítiase, a utente é referenciada para a es-

mão de 48 anos submetido a tiroidectomia por nódulo suspeito

pecialidade de Estomatologia do Centro Hospitalar Universitá-

de malignidade (sem confirmação diagnóstica conhecida).

rio de São João.

Em agosto de 2013, avaliada pelo seu médico de família por

Em novembro de 2018, avaliada em consulta de estomatolo-

tumefação cervical esquerda de instalação súbita e com uma

gia, no terço médio do hemi-pavimento esquerdo da boca,

semana de evolução, com agravamento durante as refeições.

identificado nódulo alongado com cerca de 1 cm de maior ei-

No exame objetivo, na região submandibular esquerda, tume-

xo, duro, de contornos regulares e, na expressão bimanual, ob-

fação de contornos regulares, não aderente a planos profundos

servada a saída de quantidade considerável de saliva purulen-

e não dolorosa. Requisitada ecografia cervical, que relata ade-

ta. Com o diagnóstico de sialoadenite submandibular esquerda

nopatia de caraterísticas reativas na região submandibular es-

supurativa litiásica, foi prescrito antibiótico (amoxicilina

querda de 15 x 4 mm. Prescrito anti-inflamatório (ibuprofeno

875 mg e ácido clavulânico 125 mg de 12 em 12 horas durante

400 mg de 12 em 12 horas) durante uma semana, com melho-

oito dias) e anti-inflamatório (ibuprofeno 400 mg de 12 em

ria do quadro clínico.

12 horas durante cinco dias). Realizou-se ortopantomografia

Em julho de 2018, novo episódio de tumefação submandibular

que documentou imagem radiopaca em topografia do terço

esquerda. A ecografia das glândulas salivares documenta “ligei-

distal do canal de Wharton esquerdo, sugestiva de litíase

ra hipoecogeneidade e discreto aumento da vascularização da

(fig. 1). Foi então proposta sialolitectomia submandibular es-

glândula submandibular esquerda, que relacionamos com li-

querda, que a doente aceitou.

geiras alterações inflamatórias (..). Não se observa dilatação do

Em janeiro de 2019, foi submetida a cirurgia eletiva sob aneste-

canal excretor, sinais de litíase nem lesões expansivas sólidas,

sia local. A intervenção iniciou-se com a infiltração de lidocaína

nem quísticas. (..) Sem outras alterações”. Foi medicada nova-

e epinefrina no hemi-pavimento esquerdo da boca (fig. 2). De

mente com ibuprofeno e pedida nova ecografia do pescoço e

seguida realizou-se uma incisão linear oblíqua naquela região

glândulas salivares.

(fig. 3), na transição entre a eminência subligual e o ventre da

A terceira ecografia das glândulas salivares relata que “a glân-

língua. Posteriormente fez-se a dissecção submucosa, com

dula submandibular esquerda revela ligeira ectasia do canal de

identificação da glândula sublingual, nervo lingual e canal de

R FIG. 1. Ortopantomografia (imagem sugestiva de sialólito indicada pela seta).

36


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Wharton (com dilatação devida ao cálculo) (fig. 4). Procedeu-se

-se sem queixas, nomeadamente em termos de disestesia lin-

a incisão no canal sobre o cálculo e a remoção do cálculo (figs.

gual; a ferida operatória apresentava sinais inflamatórios dis-

5, 6 e 8), após a qual foi feita a marsupialização do canal e sutu-

cretos, sem deiscência da sutura, supuração ou hemorragia e

ra da mucosa com fio de Vicryl 4-0 (fig. 7). A intervenção decor-

existia drenagem de saliva pelo neo-óstio. Posteriormente foi

reu sem intercorrências peri-operatórias (fig. 9).

avaliada um, três e seis meses após a cirurgia, com boa evolu-

A doente manteve acompanhamento durante seis meses. Foi

ção clínica (figs. 11 a 13). Atualmente, assintomática relativa a

observada uma semana após a cirurgia (fig. 10), apresentando-

patologia salivar.

S

S

FIG. 2. Anestesia local infiltrativa.

FIG. 3. Incisão linear oblíqua.

S

S

FIG. 4. Dissecção romba submucosa.

FIG. 5. Sialodocotomia.

37


Ciência | Prática clínica

R FIG. 6. Sialolitectomia.

R FIG. 7. Sialodocoplastia.

S FIG. 8. Sialólito.

S

S

FIG. 9. Avaliação pós-operatória imediata.

FIG. 10. Avaliação pós-operatória após uma semana.

38


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

S

S

FIG. 11. Avaliação pós-operatória após um mês.

FIG. 12. Avaliação pós-operatória após três meses.

físico rigorosos podem ser suficientes para o diagnóstico. Embora existam métodos mais avançados, a radiografia pode confirmar o diagnóstico clínico e definir a localização precisa do cálculo1,2,3,4,9. Os cálculos mais pequenos podem ser tratados de forma conservadora, mas nos cálculos maiores e/ou sintomáticos, a sialolitectomia submandibular combinada com antibioterapia é o tratamento convencional. Nos centros que disponham de sialoendoscopia, esta técnica é a indicada como primeira linha. A

S FIG. 13. Avaliação pós-operatória após seis meses.

Considerações finais

taxa de sucesso da abordagem do canal de Wharton por cirurgia aberta intraoral está perto dos 100%12. Trata-se de uma técnica simples, adaptável a diferentes situações anatómicas e pode ser realizada sob anestesia local. As complicações pós-operatórias, como a lesão do nervo lingual, são raras3,13.

A hipótese de sialolitíase deve ser considerada nos episódios

Nota: Os autores negam a existência de conflito de interesses

de dor ou tumefação submandibular. Uma anamnese e exame

na realização deste artigo.

Bibliografia 1. S. Kraaij KH, Karagozoglu T, Forouzanfar et al. Summary of: Salivary stones: symptoms, aetiology, biochemical composition and treatment. British Dental Journal. Dez 2014; Vol 217, No. 11. 2. Delli K, Spijkervet FK, Vissink A. Salivary gland diseases: infections, sialolithiasis and mucoceles. Monographs in Oral Science, 2014, 24, 135-148. 3. Pachisia S, Mandal G et al. Submandibular sialolithiasis: a series of three case reports with review of literature. Clin Pract. 2019 Jan; 9(1): 1119. 4. Rzymska-Grala I, Stopa Z et al. Salivary gland calculi - contemporary methods of imaging. Polish Journal Radiology. 2010; 75(3): 25-37. 5. Carta F, Farneti F et al. Sialendoscopy for salivary stones: principles, technical skills and therapeutic experience. Acta Otorhinolaryngol Italica. 2017 Apr; 37(2): 102-112. 6. Kao WK, Chole RA, Ogden MA. Evidence of a microbial etiology for sialoliths. Laryngoscope 2020; 130:69.

7. Grewal J, Jamal Z, Ryan, J. Anatomy, head and neck, submandibular gland. In StatPearls, 2021 Jan. 8. Jadu F, Jan A. A meta-analysis of the efficacy and safety of managing parotid and submandibular sialoliths using sialendoscopy assisted surgery. Saudi Medical Journal, 2014; Vol. 35 (10): 1188-1194. 9. Marchal F, Dulguerov P, Becker M et al. Specificity of parotid sialendoscopy. Laryngoscope, 2001; 111:264. 10. Witt R, Iro H et al. Minimally invasive options for salivary calculi. Laryngoscope. 2012; 122: 1306-1311. 11. Kolenda J. Intracorporeal lithotripsy. Atlas Oral Maxillofacial Surgery Clinics North America, 2018; 26(2): 169-175. 12. Park HS, Pae SY, Kim KY et al. Intraoral removal of stones in the proximal submandibular duct: usefulness of a surgical landmark for the hilum. Laryngoscope, 2013; 123: 934-7. 13. McCain J, Montero J. Surgical retrieval of submandibular stones. Atlas Oral Maxillofacial Surgery Clinics North America, 2018; 111-117.

39


Ciência |

Boas práticas em maloclusão Diagnóstico e tratamento da maloclusão – declaração de boas práticas (4) Secção 6. Workshop sobre o manual de cuidados a ter no alinhamento

1. Melhorará o resultado estético. 2. Melhorará a função. 3. Aumentará a longevidade.

Com o intuito de apoiar os médicos dentistas generalistas, o

4. Melhorará a estabilidade.

grupo de trabalhou idealizou um manual sobre os cuidados a

5. Melhorará as margens gengivais.

ter no alinhamento (ver tabela). Antes de enveredar por uma determinada via, convén formular uma série de perguntas que

Lista de verificação 2: Ao tratar um paciente que requer traba-

dependem de se as necessidades do paciente são restaurati-

lho protésico, oferecerá o alinhamento o seguinte?

vas, periodontais ou protésicas.

1-4. Igual ao de cima.

É importante assinalar que devem ter-se sempre em conta as

5. Reduzirá o número de preparativos/restaurações

expectativas, a motivação e a vontade do paciente de seguir as

6. Melhorará o resultado estético.

instruções de higiene oral. Uma avaliação psicológica é funda-

7. Melhorará a função.

mental para garantir que os pacientes são candidatos adequa-

8. Aumentará a longevidade.

dos ao tratamento.

Além disso, ajudará a:

Lista de verificação 1: Ao tratar um paciente que requer um tratamento restaurativo, oferecerá o alinhamento o seguinte?

Q Proporcionar estabilidade à prótese. Q Criar o espaço para um implante.

Reduzirá o número de preparativos dentários/restaurações em

Lista de verificação 3: Ao tratar um paciente com uma condição

menos dentes.

periodontal, oferecerá o alinhamento o seguinte? 1. Melhorará a capacidade de gestão da higiene oral, a escovagem e o uso de fio dentário.

Invisalign torna-nos melhores médicos dentistas porque podemos alinhar previamente os dentes sem fazer concessões, o que nos converte em profissionais responsáveis 40

2. Melhorará o nível de união. 3. Melhorará as forças oclusais. 4. Reduzirá a recessão. 5. Melhorará a estética. 6. Simplificará e limitará a cirurgia gengival. 7. Melhorará o perfil de emergência.


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Tratamento para o alinhamento dentário Preocupação principal do paciente Avaliaçao clínica Historial médico, social e dentário. Exame de tecidos moles extraorais e intraorais. Exame oclusal e da articulação temporomandibular. Exame dentário. Exame de trastorno temporomandibular periodontal e higiene oral. Cancro oral, cárie, doença periodontal, desgaste dos dentes. Avaliação e diagnóstico

Q Q Q Q Q Q

Q Q Q Q Q

Avaliação psicológica Expectativas. Motivação: porquê agora? Personalidade. Cumprimento.

Q Q Q Q

Diagnóstico Sintetizar, analizar e interpretar a informação clínica. Diagnosticar e catalogar todos os problemas presentes. Explicar o diagnóstico e os próximos passos ao paciente. Delegar conforme seja necessário.

Q Q Q Q Caso adequado para o alinhamento dentário

Planificação

Necessidade do paciente As necessidades do paciente são: Estéticas. Funcionais. Restaurativas. Periodontais. Cirúrgicas.

Um caso complexo: Delegar num colega com mais experiência.

Doença ativa: Tecidos moles, disfunção temporomandibular, cárie, doença periodontal. Tratar primeiro a doença ativa.

Q Q

Objetivos do tratamento Estabelecer objetivos de tratamento. Identificar as opções de tratamento adequadas. Criar prescrição Invisalign (por exemplo, prescrição de quatro frases). Rever e modificar ClinCheck conforme seja necessário. Identificar beneficios e riscos para cada opção.

Q Q Q Q Q

Consentimento Explicar as opções (incluindo os beneficios e os riscos) ao paciente. Obter consentimento informado. Facilitar registo escrito.

Percurso terapêutico

Q Q Q

Percurso terapêutico À medida que avança o tratamento, é importante continuar a proporcionar formação e apoio relativamente a: 1. Proporcionar aligners: instruções para o paciente, protocolo de uso, attachments/IPR conforme seja necessário. 2. Supervisão: cumprimento, seguimento, attachments/IPR conforme seja necessário, higiene oral. 3. Acabamentos: estética, função, oclusão, restaurações finais. 4. Retenção: protocolo apropriado (fixo/removível, horas por dia, período de revisão) 5. Formação contínua.

41


Ciência | Boas práticas em maloclusão

Q Permite ao médicos dentistas generalistas controlar a quan-

Secção 7. Invisalign

tidade de força, que dentes devem mover-se e a sequência

A terapia com aligners transparentes fez parte da prática orto-

dos movimentos.

Q Oferece aos médicos dentistas generalistas uma opção ade-

dôntica durante décadas, mas especialmente desde a introdução da terapia com aligners transparentes Invisalign, em 1998,

quada para os pacientes que apresentam um risco elevado

converteu-se numa ferramenta cada vez mais comum no con-

de padecer de cáries ou doença peridontal e que beneficia-

texto ortodôntico .

rão de uma melhor higiene oral4.

1

Q Podem usar-se aligners para facilitar a reconexão do liga-

As diferenças entre estes aparelhos são substanciais e fazem com que a seleção de um aparelho concreto seja uma decisão

mento periodontal.

Q Proporciona acesso à formação com um roteiro claro de en-

crítica determinada pela gravidade da maloclusão, a capacidade do clínico para influenciar o resultado final, a velocidade e a

sino, formação clínica relevante e suporte.

utilidade do tratamento clínico, e a estética e a comodidade do aparelho1.

Para os pacientes:

Q Oferece aos pacientes um maior controlo sobre a placa e facilita

O tratamento Invisalign tem as seguintes vantagens:

o uso do fio dentário em comparação com a aparatología fixa4.

Q Permite ao médicos dentistas generalistas satisfazer as ex-

Q Pode remover-se para facilitar a limpeza dos dentes e reducir

pectativas dinâmicas dos pacientes ao poder oferecer alter-

o risco de cáries ou descalcificação,

Q Proporciona resultados mais previsíveis . Q O plano de tratamento digital permite aos pacientes visuali-

nativas às intervenções tradicionais, por exemplo, a aparato-

3

logia fixa2.

Q Pode fazer parte de planos de tratamento integrais, o que

zar o percurso do tratamento e os resultados previstos3,5.

Q Os aligners transparentes são discretos e cómodos. Q Ao usar aligners de 20 a 22 horas por dia, os pacientes adqui-

ajuda os pacientes a visualizar o percurso terapéutico.

Q

Proporciona aos médicos dentistas generalistas a precisão e

o controlo para oferecer resultados mais previsíveis3.

rem uma maior consciência dos seus dentes o que costuma traduzir-se numa dentadura mais saudável.

Q Cuidados continuados.

Os médicos dentistas generalistas necessitam ferramentas para fomentar a sensibilização (entre os pacientes) relativamente a uma melhor saúde, maior comodidade e melhor funcionamento Secção 8.Conclusões O custo da maloclusão é real: 75% da população mundial padece7 desta patologia e a sua prevalência continua a bom ritmo. O médico dentista generalista desempenha um papel crucial no diagnóstico, tratamento, seguimento e formação dos pacientes8 sobre a mejor forma de tratar a maloclusão e controlar a saúde oral: um indicador chave da saúde, bem-estar e qualiAlex Mit/shutterstock.com

dade de vida.

42

Os avanços tecnológicos e a evolução das exigências e expectativas dos pacientes2 alteraram drasticamente o panorama da atenção dentária. Estes avanços deram como resultado a proliferação de soluções menos invasivas que oferecem resultados mais previsíveis



Ciência | Boas práticas em maloclusão

no movimento dos dentes3 que se realiza num ambiente sani-

res, é importante comunicar os benefícios adicionais do trata-

tário multidisciplinar.

mento Invisalign aos pacientes.

Embora o tratamento da maloclusão seja um princípio funda-

É muito aquilo que se pode fazer para ajudar a formar os médi-

mental da Medicina Dentária preventiva, não se compreende

cos dentistas generalistas.

nem se explica devidamente aos pacientes. Esta é uma área que o grupo de trabalho considera que deve abordar-se com uma revisão da definição de maloclusão, junto com a descrição de tratamentos minimamente invasivos em todas as línguas. A formação dos médicos dentistas generalistas é chave para garantir que se compreenda, se trate e se controle melhor a maloclusão a fim de assegurar uma melhor saúde oral . 8

Declarações consensuais que surgiram da cimeira:

Q A odontologia integral é odontologia responsável. Q O alinhamento dentário oferece ambientes de restauração ótimos.

Q O codiagnóstico pode ser muito eficiente. Q Os médicos dentistas generalistas podem e devem, sempre que seja possível, envolver os membros da sua equipa no

Há muito trabalho por fazer para formar mais a fundo os médicos dentistas generalistas sobre:

Q O papel da oclusão no bem-estar do paciente. Q A gestão dos pacientes Q A vontade de dedicar tempo aos pacientes. Q A importância de fazer um seguimento dos pacientes, para que compreendam que os seus dentes são dinâmicos

Q Q O papel da terapia com aligners para minimizar os tratamenA supressão do medo à rejeição.

tos comprometidos.

processo de informar e formar os pacientes.

Q O escáner é uma valiosa ferramenta de comunicação com o

paciente e permite aos médicos dentistas generalistas armazenar e partilhar informação para validar os planos de tratamento. Ajuda a melhorar a qualidade e precisão, bem como a reduzir os custos9.

Q Invisalign e a Medicina Dentária minimamente invasiva atuam no melhor interesse do paciente.

Material facilitado por Align Technology. https://www.invisalign-go.es/learning

Tanto a OMS como a FDI enfatizam que o médico dentista generalista tem a responsabilidade da saúde oral. O grupo de trabalho entende que estas definições de saúde oral deveriam comunicar-se de forma mais abrangente. Dado que muitos pacientes procuram tratamento por razões estéticas, habitualmente só para os seis dentes antero-superio-

Consulte todos os capítulos do Manual no site da Maxillaris (apartado: Fórum Científico)

Bibliografia 1. Weir T. Clear aligners in orthodontic treatment. Australian Dental Journal, 2017; 62(1 suppl): 58-62. https://onlinelibrary.wiley. com/doi/epdf/10.1111/adj.12480. 2. The Guardian. Look who’s smiling. https://www. theguardian.com/society/2009/aug/08/dentists-earnings-nhs-private-practice. 3. Miethke RR, Vogt S. A comparison of the periodontal health of patients during treatment with the Invisalign system and with fixed orthodontic appliances. J Orofac Orthop, 2005 May; 66(3): 219-29. 4. Levrini L, Mangano A, Montanari P, Margherini S, Caprioglio A, Abbate GM. Periodontal health estatus in patients treated with Invisalign® system and fixed orthodontic appliances: a 3 month clinical and microbiological evaluation. Eur J Dent, 2015; 9(3), págs. 404-10. 5. Patel ND. Effect of aligner material, duration and force level on tooth movement. Trabalho final de mestrado. Universidade da Florida, 2014. Apresentado pelo Dr. Tim Wheeler. AAO, 2014.

44

6. Azaripour A, Weusmann J, Mahmoodi B et al. Braces frente a Invisalign®. Gingival parameters and patients’ satisfaction during treatment: a cross-sectional study. BMC Oral Health, 2015; 15(69). 7. Fortune Business Insights. Clear aligners market size, share and industry analysis by patient age group (teenage, adults) by end-user (hospitals, dental and orthodontic clinics) regional forecast 2019-2026. https://www.fortunebusinessinsights.com/ industry-reports/clear-aligners-market-101377. 8. Singh S. How to keep your patients coming back to your clinic. Dentistry.co.uk. February 16, 2018. https://www.dentistry.co.uk /2018/02/16/keep-patients-coming-back-clinic/. 9. Joda T, Brägger U. Patient-centred outcomes comparing digital and conventional implant impression procedures: a randomised crossover trial. Clinical Oral Implants Research, April 2015; 27(12): e185–e189. https://doi.org/10.1111/clr.12600



Objetiva clínica Fotografia dentária com telemóveis Apesar de normalmente se falar mais em fotografia dentária acerca do tipo de câmaras e lentes indicadas para esse tipo de fotografia específica, não podíamos deixar de falar na fotografia dentária com telemóveis, MDP (Mobile Dental Photography) um termo criado por Louis Hardan em 2013, adivinhando uma tendência que viria a verificar-se nos anos seguintes. Num estudo recente que fizemos sobre a utilização da fotografia em Medicina Dentária, e o tipo de câmara usada, cerca de 60% dos inquiridos referiram utilizar câmaras mais profissionais (DSLR ou Mirrorless) e 49% tiravam fotografias com o telemóvel. E se por um lado 42% usavam mais de 90% das vezes câmaras profissionais, cerca de 17% usavam praticamente sempre telemóveis. Assim percebemos a importância que tem falarmos também deste tipo de sistema, por considerarmos que, apesar de toda a facilidade que existe em utilizar um telemóvel para fotografar, devem ser respeitados todos os princípios importantes que servem de base à fotografia em Medicina Dentária. É importante percebermos como funcionam os telemóveis de forma a conseguirmos exponenciar todo o seu potencial no registo de fotografias dentárias de elevada qualidade. Existem conceitos que vêm da fotografia dentária clássica e que têm de ser também respeitados:

A grande profundidade de campo Temos de ter grande profundidade de campo na nossa imagem para conseguirmos ver todos os dentes em foco e nítidos, desde o incisivo central até ao molar. Na fotografia com as câmaras mais profissionais, podemos controlar a abertura do diafragma, usando números ƒ grandes e assim, obter grande profundidade de campo. No entanto, com as câmaras dos telemóveis temos lentes com abertura fixa de grande abertura

46


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Bruno Seabra Médico dentista e fotógrafo. Formador na área da fotografia em Medicina Dentária. Diretor do Light Up Studio,com sede no Lumiar (Lisboa). fotografia@maxillaris.com

ex: ƒ 2.8. Apesar disso, como as lentes dos telemóveis são tão

traoral. Por isso, recomendamos que quer o retrato quer as fo-

pequenas, essa abertura é mínima proporcionalmente às len-

tos intraorais sejam feitas com um zoom de 3x de forma a afas-

tes normais, o que faz com que se mantenha uma grande pro-

tarmo-nos do nosso objeto para o fotografarmos e diminuirmos

fundidade de campo. Pode-se comprovar isso nas fotos de re-

assim a distorção.

trato comparando dois retratos. Com o telemóvel, com a

A evolução mais recente dos telemóveis com a introdução de

grande abertura (da sua pequena lente), mantemos tudo níti-

câmaras com maior ampliação (2x ou 3x) e ainda câmaras com

do na imagem. Convém referir também que atualmente os te-

zoom ótimo (lentes periscópicas) veio possibilitar não ter de se

lemóveis têm camaras especiais que medem distância dos ob-

realizar zoom digital com a perda de qualidade associada ao

jetos e fazem leituras 3D que permitem simular a profundidade

crop da imagem.

de campo e até fazê-la variar digitalmente.

O problema da distorção da imagem

A boa distância de trabalho Para que não haja essa distorção que falámos no ponto anterior,

Nos telemóveis normalmente temos uma lente principal, a que

quer no retrato quer na fotografia intraoral, temos de nos dis-

tem mais qualidade e mais megapixéis, que é uma grande an-

tanciar para que a lente não permita distorcer o nosso objeto.

gular (por isso ficam tão bem as fotografias de paisagens, pois

Assim poderei manter-me afastado e compenso com Zoom

é indicada para esse fim). Esse tipo de lentes, provocam uma

(digitalmente) de 3x para conseguir um enquadramento ade-

distorção em barril que altera imagem quer de retrato quer in-

quado – a fotografia fica mais parecida com os retratos e com

a

b

S FIGS. 1a-b. Comparação da profundidade de campo entre fotografia intraoral com abertura (em cima) ƒ2.8 e (em baixo) ƒ22 com câmaras DSLR.

47


Objetiva clínica |

a

b

S FIGS. 2a-b. Fotografia intraoral realizada: a) sem zoom ótico; b) com zoom ótico de 3x de forma a evitar distorção em barril. as fotografias intraorais obtidas com lentes macro de distância focal recomendada para a nossa área, lentes de 100 mm. O resultado será uma imagem com menor qualidade pelo facto de termos cortado digitalmente quando aplicámos a ampliação por zoom digital. Os telemóveis mais evoluídos e com mais de uma lente poderão já ter uma lente teleobjetiva e até com zoom ótico (nas lentes periscópicas) que permitem tirar a fotografia afastada na distância correta, sem termos de realizar corte digital da fotografia, e por essa razão não perdemos qualidade. Esta foi uma das maiores inovações nos telemóveis das últimas gerações e que permitiu melhorar muito a qualidade das fotografias em Medicina Dentária.

O controlo da iluminação A iluminação com telemóvel não é realizada com flash. Utiliza-

S FIG. 3. Esquema de uma lente periscópica de telemóvel que funciona inspirada no sistema de espelho e prisma das lentes DSLR.

-se luz contínua, que pode ser a luz ambiente ou algum sistema de iluminação que tenhamos disponível com LED, por exemplo. Nesse sentido temos de ter noção que a quantidade e qualidade da luz disponível vai influenciar diretamente a nossa

S FIG. 4. É essencial o afastamento da nossa modelo de forma a evitar distorção da face.

48


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

S FIG. 5. Diferentes temperaturas de cor, não calibradas, por termos usado iluminação com diferentes fontes de luz. imagem final. Pouca luz requer mais ISO e, por isso, mais ruído

Os acessórios fotográficos essenciais

e por outro lado menor velocidade, podendo comprometer até a capacidade de congelar o objeto da foto. Vemos e percebe-

Na fotografia em Medicina Dentária usamos vários acessórios

mos esse problema nas imagens que capturamos da vida real

que por um lado nos permitem aceder à área a fotografar, co-

com os nossos telemóveis que, por vezes, nos parecem ter mui-

mo os afastadores e espelhos, mas por outro possibilitam re-

to ruído e saírem tremidas.

gistar uma imagem mais perfeita, como os fundos negros e até

O balanço dos brancos

a seringa de ar. Na fotografia com telemóvel devem ser usados exatamente da mesma forma, garantindo a melhor qualidade na imagem fi-

As imagens que registamos deverão ser calibradas relativamente ao balanço dos brancos. Isso vai depender essencialmente também da temperatura da cor do sistema de ilumina-

nal.

O apoio do assistente dentário

ção que utilizamos. No entanto, quaisquer que sejam os graus Kelvin da luz que captamos, essa deve ser calibrada de forma a

Para a fotografia intraoral é essencial que o assistente dentário

que as imagens finais fiquem sempre iguais e coerentes entre

saiba todos os setups que usamos na nossa prática clínica e

elas. Imaginem duas imagens antes e depois de um branquea-

que facilite o processo de realização das imagens ajudando na

mento sem terem calibração.

colocação correta dos afastadores, mudança de lado e orien-

A melhor qualidade da imagem

tação do paciente, colocação dos espelhos, ou simplesmente aspirando e soprando saliva ou para evitar embaciamento dos espelhos.

Para conseguirmos obter uma imagem de máxima qualidade a partir do sensor do telemóvel, deveremos fotografar em RAW.

O que esperar no futuro?

Os sensores dos telemóveis são muito pequenos e por essa razão não nos conseguem dar a qualidade de uma câmara mais

Sem dúvida que a sua utilização cada vez se poderá tornar mais

profissional. Por isso, devemos aproveitar ao máximo o poten-

generalizada num futuro próximo, pela grande evolução que os

cial e evitar fotografar em JPG que já nos entrega uma imagem

telemóveis têm tido, permitindo ter mais qualidade nas imagens

comprimida, com menos qualidade.

obtidas. Além disso, é uma ferramenta que está sempre connos-

Por outro lado, temos de considerar a importância médico-le-

co, não requer investimento adicional porque todos temos um

gal deste ficheiro RAW que é o ficheiro original, sem compres-

telemóvel “à mão”, e é mais leve do que andar com a câmara,

são, sem edição, e representa uma prova legal única e impor-

lente e flash sempre atrás, é fácil de utilizar e também de comu-

tante de como entrou o paciente na nossa clínica antes dos

nicar e partilhar imagens imediatas com os colegas e laboratório,

nossos tratamentos, e no final como ficou o tratamento.

permitindo um workflow de trabalho muito eficiente.

49


Protagonistas |

Ponto

de vista

A morte da radiologia dentária?

O

título parece um pouco sensacionalista, ou algo dramático, não fosse o facto de a radiologia dentária, ou de uma forma mais lata, a Radiologia Dento-Maxilo-Facial (DMF),

estar a sofrer uma mudança radical nos últimos anos, em Portugal, de tal forma que se afigura um futuro algo incerto, talvez estranho para nós, que estamos habituados a uma realidade distinta do que se tem vindo a passar já noutros países do mundo. Passemos a explicar. São várias as razões para esta afirmação:

1. Legislação Houve uma mudança da legislação radiológica, mais concretamente, o polémico Decreto-Lei 108/2018 de 3 de dezembro1. A Lei entrou em vigor em abril de 2019 e os médicos dentistas, estomatologistas, cirurgiões maxilofaciais, higienistas orais e até médicos veterinários, médicos radiologistas e técnicos

S Jorge Ferreira da Costa Médico dentista. Docente responsável pelas UCs de Imagiologia e de Metodologias da Informação e Comunicação na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Membro fundador da Academia Europeia de Radiologia DentoMaxilo-Facial (EADMFR). Prática clínica dedicada a imagiologia e implantologia.

de radiologia, “acordaram” para uma realidade de uma complexidade, ou mesmo até impossibilidade de certificação das suas instalações, face a um Decreto-Lei praticamente impossível de cumprir. Isto após um período de uma certa indiferença por parte de alguns dos profissionais que trabalham com radiações ionizantes, pois à primeira vista até poderia parecer que as alterações introduzidas viriam a esclarecer ou beneficiar os profissionais e pacientes. Por um lado, temos uma Agência Portuguesa do Ambiente (APA) desfasada da realidade clínica e com um espírito inventivo estranho, que tem vindo a publicar e a alterar sucessivamente as diretivas no seu portal que não correspondem à realidade clínica ou às necessidades técnicas para o diagnóstico2, e uma Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) que, após recrutar os poucos técnicos de proteção radiológica existentes nas empresas que nos davam apoio, vive agora um periodo de autêntica “caça às bruxas”, multando (com quantias avultadas) sucessivamente tudo o que é clínicas e consultórios que não cumpram a legislação.

2. O ensino Por outro lado, temos o ensino tradicional da Radiologia, que dotava qualquer dentista português de uma capacidade de diagnóstico autónomo, bastante diferente do que se estava já a passar com os nossos “irmãos” brasileiros, que cedo criaram a especialidade de Radiologia Odontológica e deixaram de insistir no ensino detalhado desta valência, a nível pré-graduado. Ora, o processo de Bolonha veio reduzir os curricula universitários e abreviar forçosamente o programa de radiologia. Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos levaram à utilização cada vez mais abundante de métodos de diagnóstico radiológico mais sofisticados, nomeadamente a tomografia computorizada de feixe cónico (CBCT). São em particular estes novos meios complementares de diagnóstico que fazem com que as Academias Europeia, Americana e a Internacional de Radiologia Dentomaxilofacial recomendem que todos os exames radiológicos que envolvam estruturas para além dos dentes e do osso alveolar de suporte, sejam relatados por especialistas em radiologia DMF ou, nos casos em que estes não existam, por médicos radiologistas com experiência na área. É o caso dos CBCT, mas também o é o das telerradiografias e radiografias panorâmicas (ortopantomografias) onde são visíveis, e têm que ser diagnosticadas (e relatadas), muitas outras estruturas da cabeça e pescoço.

50


N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

3. A especialização Em alguns países da Europa, Ásia e continente americano existe já a especialidade de radiologista DMF. No Brasil, por exemplo, há muitos anos que os odontologistas enviam os seus pacientes para clínicas de radiologia odontológica, de onde recebem as imagens e os relatórios das patologias encontradas, para os ajudar no diagnóstico e plano de tratamento, inclusive as radiografias intraorais. Essa não é (ainda) a realidade em Portugal. Mas para lá caminhamos. Não só porque os diagnósticos podem ser complexos, mas também porque a própria legislação a isso nos força. No Brasil, são diversas as pós-graduações em Radiologia Odontológica. Muitos recém-licenciados optam por esta especialidade pois tal é necessária para poderem ser responsáveis por

A diretiva europeia da qual resultou a atual “transposição” para

instalações de radiologia dentária. A maioria dos odontologis-

Lei, recomenda que os Estados-membro assegurem que são

tas não tem sequer aparelhos Raios-X.

ensinadas as matérias de física e proteção para assegurar o

Em Portugal, a Lei só diz que temos que ter um título de “técni-

bem-estar dos pacientes4. Nem menciona serem só essas ma-

co especialista em proteção radiológica” para sermos respon-

térias, nem que tenham que ser ensinadas num curso de for-

sáveis por instalações radiológicas, mesmo que seja só uma

mação profissional lecionadas por um físico ou engenheiro fí-

ampola intraoral e o título de “técnico operador” para poder-

sico. A Lei está, por isso, errada.

mos executar os exames. O programa exigido só contempla

A adequação da Lei passará eventualmente por ensinar estas

matérias de física e de proteção3.

matérias todas em conjunto e adequadas a cada especialidade. E se são necessários conhecimentos mais específicos para exa-

A radiologia dentária em Portugal, como a conhecemos, tem os seus dias contados

mes complementares de diagnóstico ou terapêutica, tais devem constar, naturalmente, de uma pós-graduação.

Conclusão A radiologia dentária em Portugal, como a conhecemos, tem os

4. O que não faz sentido

seus dias contados. Seja por força da Lei, seja pela força das es-

Um médico dentista, ou até para que se entenda melhor, um

pecializações e sub-especializações que as matérias médicas nos

técnico superior de radiologia, que teve toda a formação uni-

obrigam, é possível que num futuro próximo, muitos dentistas

versitária necessária (incluindo física e proteção) para poder

portugueses deixem de executar e de interpretar radiografias.

executar exames imagiológicos a seres humanos, mesmo até

E tudo isto é para o bem dos pacientes. Ou não?

com especializações como a radioterapia, é colocado numa situação de ilegalidade. Mas qualquer jovem que tenha comple-

Nota: O autor é médico dentista e é docente de Imagiologia

tado o 12º ano de escolaridade e faça o tal curso de nível 3

Dento-Maxilo-Facial desde 1996. Atualmente ensina Radiolo-

(técnico operador) com 12 horas de física e proteção radiológi-

gia aos cursos de Medicina Dentária e de Higiene Oral, tanto

ca (zero horas de técnicas, anatomia, patologia, etc.), pela Lei,

física e proteção como todas as outras matérias relacionadas

pode executar todo e qualquer exame de diagnóstico que en-

com a anatomia, patologia, a técnica, execução, interpretação

volva radiações ionizantes3.

e diagnóstico, ao ensino pré-graduado e pós-graduado.

Bibliografia 1. D ecreto-Lei 108/2018 de 3 de dezembro da Presidência do Conselho de Ministros [Internet]. Diário da República: I série, No 232 2018 p. 5490–543. Disponível em: www.dre.pt 2. APA. Legislação | Agência Portuguesa do Ambiente [Internet]. 2021 [cited 2021”Aug 29]. Disponível em: https://apambiente. pt/prevencao-e-gestao-de-riscos/legislacao-2

3. D ecreto-Lei 227/2008 de 25 de Novembro do Ministério da Saúde. Diário da República: I série, No 229 2008. 4. EURATOM. Diretiva 2013/59/Euratom Do Conselho. J Of da União Eur [Internet]. 2014;13:1–73. Disponível em: http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32013L0059&from=EN

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PUBLIRREPORTAGEM

Carlos Ribeiro, CEO da CPM PHARMA

“Chegou a hora de aumentar a abrangência da nossa oferta” A CPM Pharma tornou-se recentemente distribuidor oficial em Portugal dos produtos da Garrison, alargando assim sua oferta no mercado dentário ao campo das restaurações. Carlos Ribeiro, CEO da CPM Pharma, mostra-se orgulhoso de estar associado a uma marca sobejamente conhecida que “está sempre na vanguarda da inovação”.

resto, já estamos a dar – a devida resposta a esta pandemia.

A CPM Pharma tornou-se recentemente distribuidor oficial em Portugal, em regime de exclusividade enquanto grossista, dos produtos da marca Garrison. Como justifica esta aposta?

Carlos Ribeiro sublinha que “é um orgulho gigante receber por parte da Garrison esta confiança e aposta na CPM Pharma”.

Como encara a atual conjuntura (pós-pandemia) do mercado? Na verdade, e pelos nossos números, verificou-se uma retoma forte no setor. As clínicas dentárias passaram por enormes dificuldades nos últimos dois anos e, por motivos óbvios, tiveram de se reinventar e reorganizar. Tambem nós, na CPM Pharma, sofremos com esta conjuntura e seguimos o mesmo caminho, mas com uma certeza: a de que juntos e com mútuo apoio todos sairemos ganhadores e daremos – de

A Garrison já era sobejamente conhecida e reconhecida no mercado, faria todo o sentido para nós abraçar tambem outras áreas da Medicina Dentária. Estivemos sempre e ainda estamos quase totalmente orientados para a área cirurgica, mas chegou a hora de aumentar a abrangência de oferta da CPM Pharma no mercado, entrando assim no campo das restaurações. A Garrison, com sede no Michigan (EUA), nasce como uma empresa familiar e hoje tem forte presença em todo o mundo. O seu produto mais conhecido, e hoje líder de mercado mundial, é o Composi-Tight® Sectional Matrix System. Mas a maior vantagem e orgulho em representar esta marca, é que esta está sempre na vanguarda da inovação e todos os dias trabalham para melhorar a sua oferta e a qualidade do seu serviço. É um orgulho gigante receber por parte da Garrison esta confiança e aposta na CPM Pharma.

Quais são as expectativas e as prioridades da empresa para 2022? As expectativas são ótimas, estou seguro que iremos iniciar 2022 ainda com mais crescimento. A prioridade estratégica da empresa é consolidar o sucesso, oferecer ainda melhor serviço, continuar a desenvolver todo o nosso portfólio, para que a máxima “melhor serviço e produto de altíssima qualidade” continue a ser uma das bandeiras da CPM Pharma.

Na sua opinião, que características diferenciam a CPM Pharma? Uma das principais características da CPM Pharma é a qualidade e excelência de serviço que prestamos aos nossos clientes. Para isso, contamos com a nossa equipa altamente qualificada e com um espírito de responsabilidade e profissionalismo que nos tem conferido ao longo dos anos este estatuto pelo qual somos distinguidos no mercado. A missão da CPM Pharma é continuar a trabalhar com esta qualidade, que é sem dúvida a nossa imagem de marca, da qual eu me orgulho muito e que contribui para o sucesso da nossa empresa.



Atualidade do setor |

Crónica Porto vai acolher próxima cimeira do CED

O

s membros do Conselho Europeu

-Lisbjerg (Dinamarca) é o novo presiden-

de Médicos Dentistas (CED) reuni-

te do CED.

SA partir da esquerda, Gonçalo Assis, Miguel Pavão e Paulo Ribeiro de Melo.

ram presencialmente, em Bruxelas, no

Os membros do conselho aprovaram

passado dia 19 de novembro, para ele-

também duas declarações. A declaração

da classe, na qual destaca áreas como a

gerem a nova direção e tomarem posi-

sobre turismo em Medicina Dentária e

resistência antimicrobiana, as competên-

ções sobre duas questões-chave: o turis-

saúde transfronteiriça apresenta a posi�-

cias digitais e as ameaças à saúde pública.

mo em Medicina Dentária e a formação

ção do CED em relação à Diretiva

Paulo Ribeiro de Melo, coordenador do

contínua.

2011/24/EU, que respeita aos direitos dos

grupo de trabalho do CED de Ensino e

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD)

pacientes nos cuidados de saúde trans-

Qualificações Profissionais, apresentou

participou nos trabalhos, representada

fronteiriços, e avalia em que medida esta

o plano da equipa para o mandato, que

pelo bastonário, Miguel Pavão, e por

diretiva facilita o acesso a tratamentos

define as tarefas e os objetivos a alcan-

Gonçalo Assis, membro do Conselho Di-

médico-dentários seguros e de qualida-

çar, entre eles a preparação, em conjun�-

retivo e National Liaison Officer na Fe-

de noutros Estados-membros.

to com o BTF Internal Market, de uma

deração Dentária Internacional (FDI).

O CED validou também a atualização da

resolução sobre o futuro da saúde oral.

Na assembleia geral, presidida por Mar-

resolução sobre a formação contínua dos

A próxima reunião do CED está agenda-

co Landi, foi eleito o conselho para o

médicos dentistas. O documento apro�-

da para maio de 2022 e será organizada

mandato 2021-2024, e que assumiu fun-

vado apresenta uma versão atual do sta-

por Portugal. O Porto é o local escolhido

ções a 20 de novembro. Freddie Sloth-

tus quo do desenvolvimento profissional

para a realização da assembleia geral.

Mundo A Sorrir lança campanha de Natal

A

Mundo A Sorrir está a lançar o rep-

oferecer uma Smile Box a uma turma de

to à sociedade civil para transfor-

crianças, que inclui produtos essenciais

mar-se no/a padrinho/madrinha dos

para efetuarem a sua higiene diária em

sorrisos de cerca de 30 crianças que vi-

casa, nomeadamente escovas de dentes,

vem em situação de vulnerabilidade so-

pastas de dentes, fio dentário e sabão.

nhas que irão dar a oportunidade a

cioeconómica em Cabo-Verde, na Guiné-

A campanha de Natal, em curso até 31

3.000 crianças terem acesso a cuidados

-Bissau e em São Tomé e Príncipe.

de dezembro deste ano, pretende che-

básicos de saúde oral. Saiba mais em:

O padrinho e/ou madrinha dos sorrisos irá

gar a cerca de 100 padrinhos/madri-

www.mundoasorrir.org.

Higienistas orais elegeram órgãos sociais

A

Associação Portuguesa de Higie-

te da APHO, tendo sido eleitos para os

A Mesa da Assembleia Geral é presidida

nistas Orais (APHO), por ocasião da

restantes cargos de direção: Sandra Ri-

por Maria João Seia e conta com Gabriel

sua 54ª Assembleia Geral, que decorreu

beiro Graça (vice-presidente), Ana Paula

Pereira e Carlos Lopes como secretários.

em Lisboa, elegeu os órgãos sociais pa-

Carvalho (tesoureiro), Ana Ferro Figuei-

Para o Conselho Fiscal e de Disciplina fo-

ra o quadriénio 2021/2025. Na sequên-

ra (secretário) e Mariana Bandeira Si-

ram eleitos Maria Helena Brunheta (presi-

cia deste ato eleitoral, Fátima Duarte

mões e Susana Castro Bentinho (ambas

dente) e Maria Alexandre Martins e Maria

renovou o seu mandato como presiden-

como vogais).

da Graça de Azevedo Moura (secretários).

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Reunião magna da OMD atraiu perto de 4.000 participantes A 30ª edição do congresso da Ordem

aos restantes congressistas. No total, ins-

dos Médicos Dentistas (OMD) decorreu

creveram-se presencialmente 279 assis-

sob o lema “Problemas e soluções clíni-

tentes e mais de uma centena assistiu às

cas em Medicina Dentária” e registou

sessões remotamente, via streaming.

uma assistência de 3.968 participantes.

Paulo Miller, presidente da comissão or-

O encontro decorreu no Altice Forum,

ganizadora do 30º congresso da OMD,

em Braga, e marcou o regresso a um es-

mostra-se ”muito satisfeito com a forma

paço físico depois de, em 2020, a reu-

como decorreu o encontro. Foi o reen-

nião magna da OMD ter decorrido ex-

contro de muitos colegas após este ter-

clusivamente online devido à pandemia

rível ano e meio de pandemia, mas o

da Covid-19. Este ano, o evento decor-

congresso foi, sobretudo, um momento

reu num formato híbrido: presencial,

para olhar em frente e pensar nos desa-

com transmissão online, em direto, para

fios que a profissão enfrenta. Este últi-

quem se inscreveu no congresso digital.

mo ano obrigou-nos a admitir que nada

S

Dos quase 4.000 participantes, mais de

pode ser dado como garantido e que a

2.600 médicos dentistas e estudantes

profissão tem de estar atenta e adaptar-

deslocaram-se a Braga para assistirem às

-se às circunstâncias e desafios do mo-

A médica dentista Teresa Alves Canadas lidera a comissão organizadora do encontro de 2022.

apresentações, cursos e conferências,

mento. Foi o que pretendemos também

enquanto 515 congressistas optaram

fazer com este congresso que ficará se-

pela participação via streaming. Pela pri-

guramente para a história, dado o am-

Congresso regressa a Lisboa em 2022

meira vez, foram organizados 23 cursos

biente muito especial que se viveu”.

O 31º congresso anual da OMD vai ter lu-

hands-on, que totalizaram mais de 300

A Expodentária Portugal, que como é

gar de 17 a 19 de novembro do próximo

formandos. Nesta edição foram subme-

tradição decorreu em simultâneo, rece-

ano nas instalações da Feira Internacio-

tidas 68 apresentações científicas, entre

beu ao longo dos três dias perto de

nal de Lisboa (FIL). Esta edição da cimeira

comunicações orais e pósteres.

9.400 visitantes, que percorreram os 360

dos médicos dentistas incluirá uma jor-

O congresso reuniu dezenas de orado-

stands dos 108 expositores presentes. O

nada pré-congresso (16 de novembro)

res nacionais e internacionais. Como é

certame registou um enorme interesse

protagonizada pelo norte-americano Je-

habitual, incluiu o curso para assistentes

por parte das empresas, que esgotaram

ffrey Okeson, experto na área da oclusão.

dentários, que no último dia se juntaram

o espaço em cerca de um mês.

O congreso de 2022 tem como presidente da comissão organizadora a médica dentista Teresa Alves Canadas, que antecipa à Maxillaris, entre outras novidades, uma componente dedicada ao tema da saúde oral integrada na saúde sistémica, nomeadamente em disciplinas onde é sabido que existe uma relação com patologias como a diabetes, hipertensão ou distúrbios do sono. A

S Dois momentos da sessão solene de abertura do 30º congresso anual da OMD, que decorreu em Braga.

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agenda da Organização Mundial de Saúde para 2030 na área da saúde oral também vai estar em foco no programa do próximo congresso da OMD.


Expodentária 2021

N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Akura

Align Tecnhology

Bien-Air

BTI

tal Carestream Den

CESPU

DM Ceosa

EMS

Exaktus

Garrison

GMI/NOGAP

GSK

Henry Schein

Jordan

Nobel Biocare

Orisline

Phibo

l Ravagnani Denta

stem S.I.N. Implant Sy

VOCO

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Atualidade do setor |

ORTODONTIA Formação em desenho e desenvolvimento de alinhadores

Calendário

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, agendou para os dias 5 a 7 de maio, em Madrid (Espanha), mais uma edição do curso “Desenho e desenvolvimento de alinhadores”, orientado por Isabel Cervera. Esta formação complementa o programa “Experto em ortodontia”, também com a chancela da ORTOCERVERA, e tem como finalidade transmitir conhecimentos na área do desenho e desenvolvimento das distintas fases de tratamento com alinhadores. Inclui sessões práticas com recurso a um simulador de alinhadores. (0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

ORTODONTIA

ORTODONTIA

Experto em ortodontia funcional, aparatologia fixa e alinhadores

Coimbra é a cidade anfitriã da reunião da SPODF

A Ortocervera, líder em ortodontia digital, inicia a 31 de março próximo, em Madrid (Espanha), a 93ª edição da pós-graduação “Experto em ortodontia funcional, aparatologia fixa e alinhadores”, sob a orientação de Alberto Cervera. O programa divide-se em nove módulos presenciais e complementa-se com sessões clínicas online. Abrange: protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromas clínicos, práticas em simuladores com brackets metálicos, estéticos e alinhadores, e práticas clínicas tutorizadas.

A XXXIII Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) já tem data e local marcados: vai decorrer nos dias 26 a 28 de maio do próximo ano no emblemático Convento de São Francisco, em Coimbra. A comissão organizadora do encontro da SPODF, presidida pela médica dentista Paula Bebiano (na foto), “está empenhada em oferecer um programa com os mais elevados padres científicos e clínicos”. O tópico desta edição é “Contenção e estabilidade” e será apresentado por preletores de renome nacional e internacional.

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

www.coimbra2022.spodf.pt

PERIODONTIA

VÁRIOS

México acolhe em fevereiro EFP Perio Master Clinic

Sessão sobre sustentação do terço médio da face

Depois do bem sucedido encontro de Dublin (Irlanda), em março de 2020, a Federação Europeia de Periodontologia (EFP, na sigla em inglês) já prepara a próxima edição do EFP International Perio Master Clinic, desta vez com a colaboração da Sociedade Mexicana de Periodontologia. O encontro vai ter lugar precisamente no México, na cidade de León, nos dias 25 e 26 de fevereiro do próximo ano, subordinado ao tópico “Reconstruções estéticas de tecidos duros e moles em torno de dentes e implantes”. A organização do evento prepara um programa científico de excelência protagonizado por oradores de renome mundial.

A Associação Portuguesa de Harmonização e Terapêutica Orofacial (APHTOF) agendou para o próximo dia 26 de janeiro (21 horas) uma sessão online centrada na temática “Sustentação do terço médio face”, sob a orientação de Vírgina Santos. A APHTOF tem por objetivo o desenvolvimento, a investigação, o estudo e a promoção da harmonização e terapêutica orofacial, bem como de outras áreas que se considerem importantes para a evolução e aperfeiçoamento profissional dos seus associados. É também objeto desta associação a divulgação e acreditação de conhecimentos e competências no mesmo domínio.

www.efp.org

www.aphtof.com

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N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

VÁRIOS

VÁRIOS

Congresso anual da OMD regressa a Lisboa

Regeneração tecidual guiada em cirurgia de dentes inclusos

O 31º congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas vai ter lugar de 17 a 19 de novembro do próximo ano nas instalações da Feira Internacional de Lisboa (FIL). A edição de 2022 da reunião magna da classe dos médicos dentistas incluirá uma jornada pré-congresso (16 de novembro), protagonizada pelo norte-americano Jeffrey Okeson, experto na área da oclusão. A organização do próximo congresso da OMD é presidida pela médica dentista Teresa Alves Canadas, que antecipa, entre outras novidades, a abordagem ao tema da saúde oral integrada na saúde sistémica, nomeadamente em disciplinas como a periodontologia e a medicina oral do sono.

A segunda edição do curso “Cirurgia de terceiros molares e regeneração tecidual”, orientado por Pedro Barroso Moreira e Tiago Fonseca, inicia-se no próximo mês de janeiro, no Porto. O curso alia a formação teórica à prática clínica em três módulos mensais, agendados para os dias 8 de janeiro, 5 de fevereiro e 5 de março. O objetivo é capacitar médicos dentistas para a prática de extração cirúrgica de terceiros molares e de confeção e aplicação de membrana de L-PRF, adquirindo ou consolidando conhecimentos de técnicas avançadas de exodontia e de regeneração tecidual guiada, especificamente com L-PRF.

www.omd.pt

www.cursocirurgiaoral.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

XVII jornadas de Viseu agendadas para maio

Técnicos de prótese realizam congresso em maio próximo

As XVII jornadas de Medicina Dentária do pólo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa (UCP) vão decorrer nos dias 19 a 21 de maio próximo, em formato presencial. Graças ao apoio de várias entidades privadas, ao longo dos anos, as jornadas organizadas pelos estudantes da Faculdade de Medicina Dentária da UCP-Viseu são hoje um evento notavelmente reconhecido pela comunidade académica, devido ao seu teor formativo, quer através de conferências pedagógicas quer através de sessões hands-on, que abrangem as mais diversas vertentes da Medicina Dentária.

Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD) anuncia a organização do seu próximo congresso em Lisboa, nos dias 6 e 7 de maio de 2022. Recorde-se que, por efeito da crise pandémica que teve início em janeiro de 2020, o congresso regular bienal que a APTPD tinha programado para esse ano, teve de ser suspenso. Os temas que marcam a atualidade dos técnicos de prótese e dos laboratórios de materiais dentários vão estar em debate durante os dois dias da reunião, que deverá atrair centenas de profissionais de vários quadrantes da saúde oral.

jornadas.fmd.viseu@ucp.pt

www.aptpd.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

Expodental de Madrid celebra-se em março

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

Largos milhares de profissionais do setor dentário de vários pontos do mundo são esperados no recinto de feiras de Madrid, entre os próximos dias 24 e 26 de março, para descobrirem as últimas soluções e produtos da indústria dentária. Após ter sido adiada devido à pandemia de Covid-19, a próxima edição do salão internacional de equipamentos, produtos e serviços dentários (Expodental) é aguardada com muita expectativa e promete ser o principal ponto de encontro na Península Ibérica das casas comerciais, dos médicos dentistas e demais profissionais de saúde oral, em torno das ofertas mais inovadoras e das novas tendências da Medicina Dentária.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell, em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algoritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.

www.ifema.es

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

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Atualidade do setor |

3Shape Unite: tecnologia, profissionais e serviços na mesma plataforma

Novidades

www.3shape.com

No passado dia 20 de outubro, a 3Shape apresentou a sua mais recente inovação: 3Shape Unite, uma plataforma aberta que conecta os profissionais da Medicina Dentária com a mais alta tecnologia e todos os serviços odontológicos. A 3Shape Unite oferece integração perfeita entre o software TRIOS e todos os aplicativos da indústria. A partir de agora, o médico dentista poderá usufruir de processos de trabalho mais simples, com acesso a todos os serviços digitais e, graças a uma interface intuitiva, enviar trabalhos para qualquer laboratório e estabelecer com ele, de forma fácil e direta, a troca de informações sobre os casos. Na Unite Store é possível baixar todas as aplicações para se conectar com as empresas líderes do setor e laboratórios. O software TRIOS versão 21.4 estará disponível e totalmente integrado com o 3Shape Unite.

Nova pasta de dentes Mirafluor Kids

Articuladores Artex CR Gold

www.hagerwerken.de “Quanto mais cedo melhor”: isso é especialmente importante na higiene dental. As crianças devem ser sensibilizadas e educadas em higiene oral desde cedo. Mirafluor Kids oferece proteção completa e eficaz contra cáries em crianças de zero a seis anos. De acordo com as novas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mirafluor Kids contém 1.000 ppm de flúor e deve ser usado desde o primeiro dente. A abertura especial do tubo Mirafluor Kids permite uma dosagem muito precisa de uma quantidade do tamanho de um grão de arroz, evitando o consumo excessivo de flúor. Mirafluor Kids contém xilitol, cujas propriedades ajudam a reduzir a formação de placa e o risco de cáries. O seu refrescante sabor a framboesa é uma motivação adicional para as crianças e promove a diversão ao escovar os dentes. A pasta de dentes Mirafluor Kids não contém Lauril Sulfato de Sódio (SLS).

info.amanngirrbach.com/ Para a máxima precisão de encaixe artex-gold da prótese dentária no fluxo de trabalho analógico convencional, o trabalho com o articulador é indispensável. Nesse processo, o sistema Artex para laboratórios e consultórios, da Amann Girrbach, é um recurso eficaz para registar situações orais estáticas com a mais alta precisão e simular movimentos maxilares 1:1. O aparelho universal de diagnóstico e tratamento Artex CR em formato Arcon possui uma posição cêntrica reprodutível, que garante uma posição segura de início e término de cada movimento do paciente. Interferências inferiores a 20 µm podem ser localizadas, controladas e eliminadas com o articulador Artex. O Artex é leve, estável, ergonômico e altamente preciso – características que facilitam e aceleram o trabalho no modelo. A Amann Girrbach apresenta agora a edição especial Artex CR Gold, limitada a 1.000 unidades. Os articuladores, com seu visual nas cores carbono e dourado, representam simbolicamente a qualidade premium do Artex e o estatus de simulador de mastigação mais utilizado no mundo inteiro.

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N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 2 1 | no 1 2 0

Escova de dentes descartável Happy Morning Bamboo

www.hagerwerken.de

A escova de dentes descartável Happy Morning Bamboo é a combinação ideal para um ambiente sustentável e a busca pela qualidade comprovada pela linha Happy Morning. O cabo da escova de dentes é feito de bambu biodegradável 100% ecológico. As cerdas do Happy Morning Bamboo são revestidas com pasta de dentes que contém xilitol, que inibe naturalmente a formação de placa dentária, ajudando na prevenção de cáries. Esta pasta de dentes auto-espumante garante que a sua escova de dentes esteja pronta para uso imediato, pois não é necessária água. As escovas de dente são embaladas individual e higienicamente em embalagens 100% biodegradáveis. A cabeça da escova curta (2,5 cm) permite fácil acesso aos dentes posteriores e oferece grande conforto de uso. O sabor muito agradável da gama Happy Morning rapidamente dá uma sensação de frescura natural.

3shape disponibiliza novas versões dos Studio Apps

www.3shape.com

As últimas versões dos Studio Apps, TRIOS Design Studio e Implant Studio, lançadas em meados de novembro, incorporam o que há de mais moderno em Inteligência Artificial a todas as suas restaurações. TRIOS Design Studio: com um simples clique o usuário receberá propostas de desenho de alta qualidade para coroas, inlays/onlays e folheados. Também podem ser projetados manualmente, como antes, com as poderosas ferramentas de edição do software. Implant Studio: Pela primeira vez, o software de planeamento e desenho de implantes 3Shape oferece a possibilidade de aceitar a proposta de desenho de coroa proposta pelo programa. Esta proposta é perfeitamente editável com as ferramentas de desenho, de forma a dar ao técnico o controlo total do fluxo de trabalho.


Atualidade do setor |

Henry Schein adere a objetivo de zero emissões até 2050

Indústria

A Henry Schein anunciou a sua participação na iniciativa dae metas baseadas em dados científicos “Ambição Empresarial de 1,5⁰ C”, no âmbito da qual se comprometeu a estabelecer uma meta de redução de emissões a longo prazo, com base em dados científicos, de forma a alcançar o objetivo de zero emissões globais líquidas até 2050. “As alterações climáticas é o problema de sustentabilidade mais grave do nosso tempo”, declarou Stanley M. Bergman, Chairman of the Board e Chief Executive Officer da Henry Schein. Ao subscrever a iniciativa “Ambição Empresarial de 1,5⁰ C” a Henry Schein junta-se a vários líderes empresariais de todo o mundo no reforço da sua abordagem quanto à medição, monitorização e elaboração de relatórios sobre as emissões de carbono e outros impactos ambientais. www.henryschein.com/corporatecitizenship

OrisLine exibiu na Expodentária funcionalidade OrisPaperless

S.I.N. Implant System aposta na alta tecnologia

A OrisLine Portugal apresentou na Expodentária, que decorreu em Braga ao abrigo do 30º congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas, a nova funcionalidade OrisPaperless, que permite a desmaterialização de documentos do software OrisDent Stand da Orisline na última edição Q para clínicas dentárias. OrisPaperless ajuda a reduzir custos da Expodentária. materiais (como papel, tinteiros, fax, fotocopiadoras, etc.) bem como custos intangíveis (a gestão e pesquisa dos documentos tornam-se mais rápidas, bem como a adaptação e transmissão dos documentos). A Orisline agradece a todos os congressistas que se deslocaram ao seu stand para conhecer as últimas novidades da empresa.

A S.I.N. Implant System está a importar, até ao final do ano, 18 máquinas de alta tecnologia (produzidas no Japão e na Alemanha), destinadas à unidade fabril que tem em constru- A S.I.N. destacou-se na última Expodentária com um amplo e ção em São Paulo. Estas aquisições inovador stand concebido pelo Grupo fazem parte de um plano de compra Asís, ao qual pertence a Maxillaris. de mais de 60 novas unidades nos próximos três anos, que vão viabilizar o forte crescimento da empresa brasileira no mercado interno, bem como a sua expansão global. Até 2024, a S.I.N. espera aumentar em dez vezes as suas exportações. Entretanto, a empresa destacou-se na última edição da Expodentária, que decorreu em Braga, paralelamente ao congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, com um amplo e inovador stand concebido pelo Grupo Asís, ao qual pertence a revista Maxillaris.

www.orisline.com

www.sinimplantsystem.com.br

Carestream lança e-book sobre fundamentos da consulta digital

Henry Schein exibiu últimas novidades no plano digital

A Carestream Dental elaborou em cola�boração com a Maxillaris Espanha um e-book gratuito (em língua espanhola) sobre a forma como as novas ferramentas digitais simplificam e melhoram todas as fases clínicas. Entre os objetivos deste livro eletrónico, intitulado “Funda�mentos de uma consulta digital”, figura o de explicar as fases em que se pode introduzir o scanner intraoral na atividade clínica para a sua simplificação, mostrar o rendimento que os scanners são capazes de alcançar, identificar os campos de uso da CBCT, desenhar um fluxo de trabalho adequado para reduzir o risco de contágio e ajudar o profissional a melhorar a sua consulta mediante o uso de ferramentas digitais. Os interessados podem aceder ao e-book gratuito em www.odon� tologia33.com/consulta-dental-digital-guia-gratuita/.

A Henry Schein Portugal marcou presença na última edição da Expodentária, no Altice Forum Braga, onde mostrou todas as novidades em tecnologia e serviços. A aposta na digitalização e na evolução tecnológica no setor foi bem patente no stand da Henry Schein, onde se evidenciou a ConnectDental, uma ampla gama de soluções digitais para a clínica e laboratório que visa melhorar a eficiência, produtividade e satisfação do paciente. Em destaque no certame esteve a última geração de scanners intraorais, impressoras 3D e a integração da radiologia com sistemas CAD-CAM, bem como a demonstração ao vivo do funcionamento e vantagens do fluxo digital de cada produto. A Henry Schein também apresentou uma seleção das unidades de tratamento, os sistemas avançados de radiologia extraoral 3D, uma fresadora para laboratório e uma impressora 3D, entre outros.

www.carestreamdental.com

www.henryschein.pt

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